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Principais temas

para provas

Cirurgia Geral vol. 1

SIC CLÍNICA
CIRÚRGICA
Autoria e colaboração

Eduardo Bertolli Fábio Carvalheiro


Graduado pela Faculdade de Medicina da Pontifí- Graduado pela Faculdade de Medicina da Pontifícia
cia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Es-
Especialista em Cirurgia Geral pela PUC-SP. Título pecialista em Cirurgia Oncológica pelo Instituto do
de especialista em Cirurgia Geral pelo Colégio Bra- Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho (IAVC) e em
sileiro de Cirurgiões (CBC). Especialista em Cirurgia Cirurgia Geral pela Santa Casa de São Paulo.
Oncológica pelo Hospital do Câncer A. C. Camar-
go, onde atua como médico titular do Serviço de Bruno Carvalho Deliberato
Emergência e do Núcleo de Câncer de Pele. Título Graduado em Medicina pela Universidade Federal
de especialista em Cancerologia Cirúrgica pela So- do Rio Grande do Norte (UFRN). Residente e pre-
ciedade Brasileira de Cancerologia. Membro titular ceptor da Disciplina de Anestesiologia, Dor e Me-
do CBC e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Onco- dicina Intensiva da Universidade Federal de São
lógica (SBCO). Instrutor de ATLS® pelo Núcleo da Paulo (UNIFESP). Anestesiologista do Hospital A. C.
Santa Casa de São Paulo. Camargo e do Grupo de Apoio ao Adolescente e à
Criança com Câncer (GRAACC).
André Oliveira Paggiaro
Graduado pela Faculdade de Medicina da Univer- Tiago de Almeida Macruz
sidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Ci- Graduado em Medicina, especialista em Anestesio-
rurgia Geral e em Cirurgia Plástica pelo HC-FMUSP, logia e mestre em Ventilação Mecânica pela Uni-
onde é doutorando em Cirurgia Plástica e médico versidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Médico
assistente. de hospitais como Albert Einstein, Sírio-Libanês,
Oswaldo Cruz e São José.
José Eduardo de Assis Silva
Graduado em Medicina pela Universidade de Per- Raisa Melo Souza
nambuco (UPE). Especialista em Anestesiologia Graduada pela Faculdade de Medicina da Universi-
pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São dade Federal do Ceará (UFC). Residente em Anes-
Paulo (HSPE-SP). Pós-Graduado em Gestão em tesiologia pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
Saúde pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP).
Atualização 2018
Marcelo Simas de Lima
Eduardo Bertolli
Graduado pela Faculdade de Medicina da Univer-
sidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Ci- Raisa Melo Souza
rurgia Geral, em Cirurgia do Aparelho Digestivo e
em Endoscopia Digestiva pelo HC-FMUSP. Membro Revisão de conteúdo
titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e
Luan Forti
da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva.

Rogério Bagietto
Graduado pela Faculdade de Medicina do ABC
(FMABC). Especialista em Cirurgia Geral pela Uni-
versidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e em
Cirurgia Oncológica pelo Hospital do Câncer de São
Paulo.
Apresentação

O ensino médico é desafiador por natureza, e o estudante que se decide


pelos fascinantes caminhos da Medicina sabe disso. Fascínio advindo, em
grande parte, justamente das inúmeras possibilidades e, até mesmo, obri-
gatoriedades que se abrem para esse aluno logo que ele ingressa no ensino
superior, a ponto de ser quase impossível determiná-las ou mensurá-las.
Dessa rotina faz parte, por exemplo, um inevitável período de aulas práti-
cas e horas em plantões de vários blocos, não só o responsável por grande
parte da experiência que determinará a trajetória profissional desse aluno,
como também o antecedente imediato do seu ingresso em um programa
de Residência Médica que seja referência, no mínimo, em todo o país – o
que exigirá dele um preparo minucioso e objetivo.
Esse é o contexto em que toda a equipe de conteúdo da Medcel, forma-
da por profissionais das áreas pedagógica e editorial e médicos das mais
diferentes especialidades, preparou a Coleção SIC Principais Temas para
Provas. O material didático destaca-se pela organização e pelo formato de
seus capítulos, inteiramente voltado à interação, com recursos gráficos e
dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamentos, temas frequentes
em provas, leituras recomendadas e outros destaques, sem os quais o alu-
no não deve prestar nenhum exame. Tudo isso somado às questões ao fi-
nal, todas comentadas a partir de uma estrutura que lhe permite identificar
o gabarito de imediato.
Com tudo isso, nossa equipe reforça o ideal de oferecer ao candidato uma
preparação completa e lhe assegura um excelente estudo.
Índice

Capítulo 1 - Anestesia local ............................. 15 Capítulo 7 - Procedimentos abdominais ......97


1. Definição ......................................................................16 1. Paracentese ............................................................... 98
2. Tipos de anestesia .................................................... 17 2. Lavado peritoneal diagnóstico ...........................101
3. Ação ............................................................................. 17 Resumo .......................................................................... 102
4. Intoxicação .................................................................18
5. Exemplo de infiltração ........................................... 20 Capítulo 8 - Noções básicas de
6. Anestesia subaracnóidea (raquianestesia) ...... 20 instrumentação e paramentação
7. Anestesia peridural ................................................. 24 cirúrgica ............................................................103
Resumo ............................................................................ 29
1. Definições .................................................................104
Capítulo 2 - Anestesia ...................................... 31 2. Paramentação ........................................................104
3. Instrumental cirúrgico.......................................... 105
1. Avaliação pré-anestésica ........................................32
4. Montagem da mesa cirúrgica ............................ 106
2. Manejo das vias aéreas .......................................... 36
5. Disposição da equipe cirúrgica .......................... 106
3. Anestesia geral ......................................................... 46
4. Recuperação pós-anestésica .............................. 52 Resumo .......................................................................... 108
5. Hipertermia maligna ............................................... 58
Capítulo 9 - Suturas e feridas...................... 109
6. Que anestesia escolher? ........................................ 59
Resumo ............................................................................60 1. Classificação ..............................................................110
2. Métodos de fechamento das feridas ................110
Capítulo 3 - Acessos venosos centrais ......... 61 3. Técnica básica .......................................................... 112
1. Introdução .................................................................. 62 4. Técnicas ..................................................................... 113
2. Cateteres venosos centrais .................................. 62 5. Profilaxia do tétano ............................................... 117
3. Técnica geral para todos os acessos .................. 63 Resumo ........................................................................... 118
4. Complicações potenciais ....................................... 64
5. Problemas durante o procedimento.................. 65 Capítulo 10 - Cicatrização ............................. 119
6. Pontos anatômicos.................................................. 65 1. Introdução ................................................................ 120
Resumo ............................................................................ 68 2. Anatomia da pele .................................................... 121
3. Fases da cicatrização ............................................. 121
Capítulo 4 - Suporte ventilatório não
4. Fatores que influenciam a cicatrização ...........125
cirúrgico ............................................................. 69
5. Tipos de cicatrização ............................................127
1. Introdução .................................................................. 70
6. Cicatrizes patológicas........................................... 128
2. Procedimentos iniciais ........................................... 70
Resumo .......................................................................... 130
3. Suporte não invasivo ............................................... 71
4. Via aérea definitiva não cirúrgica........................72 Capítulo 11 - Retalhos ..................................... 131
Resumo ............................................................................ 78
1. Definição ....................................................................132
Capítulo 5 - Acesso cirúrgico das vias 2. Vascularização da pele ..........................................132
aéreas ..................................................................79 3. Conceito de angiossomo .......................................132
1. Cricotireoidostomia .................................................80 4. Classificação .............................................................133
2. Traqueostomia .......................................................... 82 5. Fisiologia ....................................................................135
Resumo ............................................................................88 6. Fenômeno da autonomização ............................135
7. Planejamento ...........................................................135
Capítulo 6 - Procedimentos torácicos ......... 89 8. Causas de perda ......................................................136
1. Toracocentese ...........................................................90 9. Retalhos cutâneos ..................................................136
2. Drenagem pleural .....................................................93 10. Retalhos fasciocutâneos .................................... 141
Resumo ............................................................................ 96 11. Retalhos musculares e musculocutâneos ..... 142
12. Expansores............................................................. 144 5. Hipertensão...............................................................197
13. Microcirurgia.......................................................... 144 6. Diabetes mellitus ....................................................197
Resumo........................................................................... 146 7. Doença pulmonar.................................................... 198
8. Estado nutricional.................................................. 199
Capítulo 12 - Enxertos de pele......................149 9. Sistema endócrino.................................................. 199
1. Definição.................................................................... 150 10. Insuficiência renal e balanço hídrico.............. 200
2. Anatomia da pele.................................................... 150 11. Hepatopatias......................................................... 200
3. Indicações ..................................................................152 12. Pacientes em vigência de quimioterapia....... 201
4. Fisiologia da integração do enxerto..................152 Resumo...........................................................................202
5. Classificação ............................................................ 154
6. Cuidados locais que propiciam a integração Capítulo 17 - Cuidados pré-operatórios..... 203
de enxerto..................................................................156 1. Introdução................................................................ 204
Resumo........................................................................... 158 2. Pré-operatório........................................................ 204
3. Preparos especiais.................................................206
Capítulo 13 - Infecção em cirurgia................ 161
4. Reserva de sangue e hemoderivados...............212
1. Definições...................................................................162 5. Dieta e suporte nutricional ..................................213
2. Patogenia...................................................................162 6. Perioperatório..........................................................215
3. Tipos específicos de infecções cirúrgicas.........162 Resumo........................................................................... 216
4. Antibióticos...............................................................165
Resumo........................................................................... 168 Capítulo 18 - Cuidados pós-operatórios.....217
1. Introdução................................................................. 218
Capítulo 14 - Resposta metabólica ao
2. Controle do balanço hídrico e equilíbrio
trauma................................................................169 acidobásico no pós-operatório........................... 218
1. Introdução................................................................. 170 3. Dieta no pós-operatório e suporte nutricional
2. Definições.................................................................. 170 intensivo.................................................................... 223
3. Iniciadores e propagadores .................................172 4. Controle da dor no pós-operatório...................226
4. Utilização de substratos energéticos ...............173 5. Profilaxia de trombose venosa profunda....... 227
5. Implicações clínicas e a resposta metabólica 6. Cuidados com drenos, sondas e tubos no
no paciente cirúrgico..............................................175 pós-operatório.........................................................228
Resumo............................................................................178 7. Protocolos de recuperação rápida.....................230
8. Índices de gravidade..............................................230
Capítulo 15 - Choque em cirurgia..................179 Resumo........................................................................... 232
1. Introdução................................................................. 180
Capítulo 19 - Complicações pós-operatórias......233
2. Manipulação racional da oferta de oxigênio
aos tecidos................................................................ 182 1. Introdução.................................................................234
3. Marcadores clínicos do estado de choque.......185 2. Febre........................................................................... 235
4. Classificação do choque........................................ 186 3. Complicações respiratórias................................. 235
5. Identificação e tratamento de condições de 4. Complicações da ferida operatória................... 243
risco de morte...........................................................187 5. Deiscências anastomóticas.................................. 245
Resumo............................................................................192 6. Complicações urinárias.........................................246
7. Complicações cardíacas......................................... 247
Capítulo 16 - Risco cirúrgico e estado
8. Complicações intracavitárias.............................. 249
físico....................................................................193
9. Complicações gastrintestinais.............................251
1. Introdução................................................................. 194 10. Complicações do sistema nervoso central.....254
2. Fatores preditivos................................................... 194 11. Rabdomiólise.......................................................... 255
3. Infarto agudo do miocárdio..................................195 12. Disfunção sexual .................................................. 255
4. Insuficiência cardíaca.............................................196 Resumo...........................................................................256
Eduardo Bertolli

4
Neste capítulo, serão discutidos conceitos teóricos rela-
cionados à via aérea não cirúrgica. O tema aborda o
suporte não invasivo feito com máscara facial, que cor-
responde à 1ª medida de ventilação suplementar que
manterá a via aérea com fluxo de O2 adequado, além
da via aérea definitiva não cirúrgica, cujo procedimento
envolvido é a intubação orotraqueal ou nasotraqueal,
que compreende a presença de tubo endotraqueal,
com cuff insuflado, fixado e devidamente conectado a
um ventilador, capaz de oferecer O2 a 100%. Esses tópi-
cos também servem de base para questões de diversas
especialidades e para simulados de atendimento de Suporte
ventilatório
urgências e emergências, clínicas e traumáticas.

não cirúrgico
70 sic cirurgia geral

1. Introdução
As manobras de suporte ventilatório não invasivas são prioridade no
suporte básico de vida de pacientes semiconscientes ou inconscientes.
Uma vez diagnosticada a parada respiratória, ou respirações agônicas
tipo gasping, o socorrista deve estar preparado para manter uma ven-
tilação adequada ao paciente, até o início dos cuidados avançados.
O diagnóstico de parada respiratória é feito pela tríade propedêutica
do “ver, ouvir e sentir” (Figura 1). Posicionando-se sobre a cabeça do pa-
ciente, deve-se procurar por movimentos respiratórios, além de ouvir e
sentir as inspirações e as expirações.

Figura 1 - Socorrista em posição de ver os movimentos da caixa torácica e ouvir e


sentir os movimentos respiratórios

Tais manobras também são úteis a pacientes que serão submetidos a anes-
tesias, que estejam com a oxigenação ou com a ventilação inadequadas,
com perda dos mecanismos de proteção da laringe, entre outros motivos.

Figura 2 - Anatomia da via aérea superior

2. Procedimentos iniciais
A 1ª medida é limpar a cavidade oral e retirar corpos estranhos (denta-
duras, próteses dentárias e alimentos) e secreções locais (muco, sangue
e vômitos), preferencialmente com aspirador a vácuo rígido. Também
se deve manter a orofaringe livre e posicionar a cabeça.
Figura 3 - Alinhamento das vias aé-
reas: (A) posicionamento incorreto Se o relaxamento da língua e da faringe obstruir a via aérea, deve-se
e (B) posicionamento correto – vale estender e retificar a mandíbula ou tracionar a língua para fora da cavi-
ressaltar que esse posicionamento dade oral – o que é contraindicado nas suspeitas de traumatismo cer-
deve ser aplicado somente às víti- vical. O objetivo é realizar o alinhamento dos 3 eixos de vias aéreas
mas sem suspeita de lesão cervical
superiores: oral, laríngeo e faríngeo (Figuras 3 e 4).
suporte ventilatório não cirúrgico 71

Figura 4 - Posicionamento de vias aéreas: (A) na posição normal, há tendência de


obstrução ventilatória por queda da língua e (B) posição olfativa (flexão do pescoço
associada a hiperextensão da articulação atlantoccipital) para desobstrução da via
aérea

A cabeça deve ser elevada de 5 a 10cm por meio de coxim sob o occi-
pício, a fim de eliminar o ângulo entre a laringe e a faringe. O doente é
observado constantemente, devido ao risco de vômitos reflexos. É pos-
sível utilizar cânulas orofaríngeas (Figura 5) para manter a língua sem
cair na orofaringe; entretanto, a cânula de Guedel pode desencadear
reflexo de vômito no indivíduo consciente. Se o paciente a tolerar bem,
provavelmente terá indicação de uma via aérea definitiva. Sempre se
deve administrar O2 suplementar (máscara facial, cateter nasal) e man-
ter oximetria de pulso para constante avaliação.

Vídeo
Posicionamento das
vias aéreas

Figura 5 - Cânulas orofaríngeas: (A) cânulas de orofaringe – Guedel, de diversos tama-


nhos – e (B) posicionamento da cânula orofaríngea para manter a via aérea pérvia

3. Suporte não invasivo


A máscara facial é a 1ª medida de ventilação suplementar que man-
terá a via aérea com fluxo de O2 adequado. Para melhor ventilação, a
máscara tem de se adaptar à anatomia da face. O paciente é colocado
na posição olfativa (Figura 4 - B), que permite o alinhamento dos eixos
oral, laríngeo e faríngeo.
Eduardo Bertolli

5
Neste capítulo, serão discutidas as vias aéreas cirúrgicas:
cricotireoidostomia e traqueostomia. A primeira está
indicada nos casos de insuficiência respiratória aguda
na impossibilidade ou falha da intubação orotraqueal,
muito utilizada nos casos de trauma de face e laringe.
Já a traqueostomia é uma via aérea cirúrgica que pode
ser usada indefinidamente e é realizada em caráter ele-
tivo, nos pacientes com indicação (traumatismos faciais
graves, queimadura de vias aéreas superiores, via aérea
difícil, ventilação mecânica prolongada). Esses conceitos
são muito úteis em questões de Cirurgia do Trauma, mas
também podem ser cobrados em provas práticas. Acesso
cirúrgico das
vias aéreas
80 sic cirurgia geral

1. Cricotireoidostomia

Dica Figura 1 - Cricotireoidostomia

No trauma, o acesso A - Anatomia


cirúrgico das vias aéreas
deve ser considerado A membrana cricotireóidea,
nas lesões maxilofaciais localizada entre a cartilagem
(fraturas mandibulares, tireoide superiormente e a car-
Le Fort III com fratura tilagem cricoide inferiormente,
mediofacial), nas pode ser sentida palpando-se
queimaduras orais e na o pescoço anteriormente e sen-
tindo a cartilagem tireoide pro-
fratura de laringe.
eminente no pescoço. Descendo
o dedo indicador, pode-se sentir
o espaço entre a cartilagem ti-
reoide e a cricoide; esse é o lo-
cal do ligamento cricotireóideo
(Figura 2). Figura 2 - Anatomia das vias aéreas

B - Indicações
Importante É indicada quando é necessário o acesso de via aérea alternativa na
insuficiência respiratória aguda em que não há a possibilidade de abor-
A cricotireoidostomia dagem orofaríngea imediata, ou em caso de falha nas manobras de in-
por punção proporciona tubação orotraqueal (IOT).
uma adequada ventilação
A 1ª escolha para o acesso imediato das vias aéreas é a IOT. Por ser um
por até 45 minutos, procedimento de risco e com dificuldade técnica de acesso, a aborda-
sendo a insuflação em gem nasotraqueal não é recomendada na Urgência. Além disso, a pas-
jato realizada de forma sagem do tubo pela narina é contraindicada na suspeita de trauma da
intermitente, 1 segundo base do crânio e em pacientes com apneia. É importante ressaltar que,
sim e 4 não. A hipercap- em vítimas de trauma, o colar cervical só pode ser removido tempora-
nia é o fator limitante riamente se a coluna cervical está protegida por uma imobilização em
para tal método porque linha reta no seu eixo.
não ocorre a expiração
adequada dos pulmões, C - Cricotireoidostomia por punção
fazendo aumentar as Compreende uma técnica simples e que envolve a colocação de um
taxas de CO2 . Jelco® de 12 gauge dentro da traqueia, via membrana cricotireóidea,
até que se obtenha uma via aérea definitiva (Figura 3).
acesso cirúrgico das vias aéreas 81

Nas crianças menores de 12 anos, essa abordagem pode ser feita em


uma fase de atendimento emergencial das vias aéreas, como medida
temporária.

Figura 3 - Cricotireoidostomia por punção: introdução de Jelco® na membrana crico-


tireóidea – acoplar uma seringa com soro pode auxiliar na percepção de que a via
aérea foi atingida

D - Cricotireoidostomia cirúrgica
Uma das condições mais importantes para o procedimento é a posição
do paciente. A posição ideal é a supina, com coxim sob os ombros e o
pescoço em hiperextensão. Nas vítimas de trauma, isso nem sempre é
possível.

Vídeo
Acesso cervical da via
aérea

Figura 4 - Cricotireoidostomia cirúrgica


Principais temas
para provas

Cirurgia Geral vol. 1


QUESTÕES E COMENTÁRIOS

SIC
CLÍNICA
CIRÚRGICA
Questões

Cirurgia Geral Questões


Cirurgia Geral

nitorizado e recebe 5mg de midazolam para sedação. O


cirurgião infiltra a região inguinal usando 20mL do anes-
Anestesia local
tésico, e, 5 minutos após, o paciente apresenta tumores
vasculares, náuseas, hipotensão e bradicardia e se tor-
2017 - UNITAU na confuso. Qual deve ser a conduta do cirurgião nesse
1. Um paciente de 72 anos foi submetido a drenagem de momento?
um abscesso no braço direito, utilizando-se anestesia a) administrar mais 5mg de midazolam para aumentar a
local infiltrativa com lidocaína a 1% com vasoconstritor. sedação do paciente
O paciente relatou muita dor durante o procedimento. A b) iniciar rapidamente com trombolítico e colher enzi-
causa mais provável da dor foi: mas cardíacas
a) a concentração insuficiente do anestésico local c) administrar O2 a 100% sob máscara e colocar o pa-
b) a idade do paciente ciente em posição de Trendelenburg
c) o uso do vasoconstritor d) elevar a cabeceira da mesa e aumentar a hidratação
d) o aumento da circulação local, com eliminação rápida e) realizar a cirurgia o mais rápido possível
do anestésico local
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
e) a interferência do pH tissular ácido Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão 2015 - HCV


Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
4. É considerado sintoma precoce de intoxicação por
2017 - UFU anestésicos locais:
2. Jerônimo, 70 anos, 65kg, com insuficiência hepática a) cefaleia
compensada, foi operado de uma hérnia inguinal sob b) obnubilação
anestesia local. O anestésico disponível é a lidocaína 2% c) dores musculares
sem vasoconstritor. O paciente é monitorizado e recebe d) diplopia
5mg de midazolam para sedação. O cirurgião infiltra a e) zumbidos
região inguinal usando 30mL do anestésico, sendo que,
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
5 minutos após a infiltração, o paciente apresenta tre- Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
mores musculares, náuseas, hipotensão, bradicardia e
torna-se meio confuso. Qual deve ser a conduta do ci- 2015 - HCV
rurgião nesse momento? 5. Um paciente de 25 anos apresenta ferimento cortante
a) administrar mais 5mg de midazolam para aumentar a na mão direita, com cerca de 5cm de extensão, necessi-
sedação do paciente tando de sutura. A dose máxima da utilização da lidoca-
b) iniciar rapidamente com trombolítico e colher enzi- ína, sem adrenalina, no caso, é de:
mas cardíacas a) 7mg/kg
c) administrar O2 a 100% sob máscara e colocar paciente b) 10mg/kg
em posição de Trendelenburg c) 3 a 4mg/kg
d) elevar cabeceira da mesa, aumentar a hidratação e d) 20mg/kg
realizar a cirurgia o mais rápido possível e) 15mg/kg
e) administrar IV 1.000mL de Ringer lactato, aberto
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
2015 - AMRIGS
2016 - UFU 6. A anestesia local é um procedimento corriqueiro nas
3. Luiz Paulo, de 70 anos, com insuficiência hepática emergências médicas. A dose máxima de lidocaína sem
compensada, pesando 65kg, será operado de hérnia epinefrina que pode ser utilizada em um paciente é de:
inguinal sob anestesia local. O anestésico disponível é a) 3mg/kg
a lidocaína a 2%, com vasoconstritor. O paciente é mo- b) 5mg/kg
Comentários

Cirurgia Geral Comentários


Cirurgia Geral

Questão 5. A dose de lidocaína sem vasoconstritor é de


3 a 5mg/kg. Quando se adiciona adrenalina, pode-se cal-
Anestesia local
cular uma dose de 7 a 10mg/kg.
Gabarito = C
Questão 1. Lesões infectadas apresentam pH menor, o
que dificulta a ação do anestésico local. Questão 6. Preconiza-se o uso de 3 a 5mg/kg de lidocaí-
Gabarito = E na sem epinefrina e de 7 a 10mg/kg com vasoconstritor.
Gabarito = B
Questão 2. Analisando as alternativas:
Questão 7. Analisando as alternativas:
a), b), d) e e) Incorretas. Trata-se de intoxicação pelo
a) Correta. Cada vez é mais comum a realização de her-
anestésico local. Nenhuma das medidas listadas nessas
niorrafias menos complexas com anestesia local, asso-
alternativas irá beneficiar o paciente.
ciadas ou não a sedação.
c) Correta. O tratamento inicial da intoxicação por anes-
b) Correta e autoexplicativa.
tésico local é O2, podendo ser necessário o uso de benzo-
c) Correta. Só é importante ressaltar que isso não signi-
diazepínicos também.
fica antibioticoterapia profilática.
Gabarito = C
d) Correta. Uma vez que todas as alternativas anteriores
estão corretas, essa é a resposta.
Questão 3. Paciente de 65kg deverá receber de 195 a
Gabarito = D
325mg de anestésico local. Admitindo uma solução a 2%
(20mg/mL), o ideal seria administrar de 9,75 a 16,25mL.
Questão 8. A dose máxima recomendada de lidocaína
Ou seja, provavelmente, trata-se de um caso de intoxi-
sem vasoconstritor para infiltração em aplicação úni-
cação por anestésicos local. Sendo assim, analisando as
ca é de 300mg (ou cerca de 4,5 a 5mg/kg), devendo-se
alternativas:
utilizá-la à concentração de 0,5 a 1%. Nesse paciente,
a) Incorreta. Não se trata de falha da sedação. utilizou-se uma dose de 600mg (a 2% – 20mg/mL), de
b) Incorreta. Não há evidência suficiente no enunciado forma que a dose utilizada foi insegura. As principais
para caracterizar isso como quadro cardiológico. complicações sistêmicas da intoxicação por anestésico
c) Correta. É a conduta inicial recomendada frente à into- local incluem o sistema nervoso central e, posteriormen-
xicação por anestésico local. te, o cardiovascular. Os principais sintomas incluem sen-
d) Incorreta. Vide conduta correta na alternativa “c”. sação de cabeça leve, tontura, distúrbios visuais e audi-
e) Incorreta. Não se deverá prosseguir a cirurgia enquan- tivos, desorientação, sonolência, tremor, contração dos
to a intercorrência não for resolvida. músculos da face e de extremidades. Caso o nível plas-
Gabarito = C mático continue se elevando, segue-se o aparecimento
de convulsões tônico-clônicas generalizadas, seguidas
Questão 4. Inicialmente, o paciente sente dormência na de depressão respiratória e parada respiratória. A toxi-
língua ou gosto metálico. Formigamento de extremi- cidade cardiovascular aparece posteriormente, com do-
dades, zumbidos e alterações visuais também podem ses mais elevadas, podendo levar à parada cardíaca. Em
ocorrer nas fases iniciais. Se não revertida, a intoxicação casos de injeção intravascular, essas etapas podem evo-
por anestésicos locais evolui com convulsões tipo tônico- luir rapidamente, com aparecimento precoce de parada
-clônicas. O evento final é a parada respiratória e nor- cardiorrespiratória de difícil reversão. A intoxicação por
malmente é dose-dependente. O tratamento envolve, anestésico local não evolui com broncoespasmo.
primeiramente, oxigênio e suporte ventilatório. O con- Gabarito = B
trole das convulsões deve ser feito com barbitúricos ou
relaxantes musculares, já que o diazepam pode deslocar Questão 9. Em sua estrutura molecular, os anestésicos
o anestésico local das proteínas séricas e aumentar sua têm porção hidrofóbica lipossolúvel composta pelo anel
fração livre, agravando os efeitos tóxicos. aromático e uma porção hidrofílica, representada por
Gabarito = E um grupo amina. Essas 2 estruturas são interligadas por

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