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Cultura Escolar e

Cultura da Escola
Introdução

 Escola: instituição social legitimamente reconhecida pela sociedade e que


tem como função a formação das gerações futuras. Espaço de diálogo e
reflexão acerca dos saberes e conhecimentos produzidos pela humanidade ao
longo do tempo. Espaço de formação, de criação e de fomento à liberdade, à
crítica e à reflexão.
 Uma abordagem política e sociológica da escola não pode ignorar a sua
dimensão cultural, quer numa perspectiva global, no quadro da relação que
ela estabelece com a sociedade em geral quer numa dimensão mais
especifica. em função das próprias formas culturais que ela produz e
transmite.
 - Para Chervel “apesar de vinculada à sua tarefa de formação, de educação e
de instrução, a escola funciona como um sistema autorregulado e largamente
autônomo”.
Escola: fatores externos e internos

 Jean Claude Forquin ao analisar a estrutura escolar adverte sobre a importância


de analisarmos os elementos externos (extra-escolares) e internos (intraescolares)
que traduzem a realidade e a cultura escolar.
 Assistimos uma mudança de paradigma que se traduziu no desenvolvimento
recente dos “estudos da escola” (BARROSO, 1996) e tem expressão mais direta no
aparecimento de novas áreas disciplinares, como seja, a “sociologia do
estabelecimento ensino” (DEROUET, 1987, 1996), ou de objetos de pesquisa
específicos, como por exemplo, o estudo dos “efeitos de escola”, ou do seu
sucedâneo, “das escolas eficazes”. Do mesmo modo, nas políticas e na ação
pública da educação, a escola enquanto unidade pedagógica, organizativa e de
gestão, tem hoje uma importância acrescida, com o reconhecimento da sua
autonomia e com a aplicação de medidas de “gestão centrada na escola”,
passando-se, neste contexto, de um sistema escolar” para um “sistema de
escolas” e de uma “política educativa nacional”, para “políticas educativas
locais”.
Cultura Escolar

 Para Bourdieu a cultura escolar, da forma como se apresenta organizada, tem


por objetivo reproduzir os valores os grupos sociais dominantes. Acolhe
aqueles que detém o capital cultural. Essa cultura, segundo o autor, é a
cultura de uma escola nascida na modernidade que busca padronizar,
homogeneizar, excluir.
 - Para o autor a cultura escolar, da forma como se apresenta organizada, tem
por objetivo reproduzir os valores os grupos sociais dominantes. Acolhe
aqueles que detém o capital cultural. Essa cultura, segundo o autor, é a
cultura de uma escola nascida na modernidade que busca padronizar,
homogeneizar, excluir.
 Verificamos que há semelhanças e aproximações existentes entre diversas
organizações escolares. Elementos comuns que identificam a cultura escolar.
A isso Forquin denomina de cultura escolar.
Cultura da escola

 Mas há elementos que são próprios à cada escola. São elementos que revelam
suas especificidades históricas, sociais, culturais e educacionais. As escolas
são diversas, múltiplas e plurais. Apresentam projetos políticos e pedagógicos
diferenciados; atores diversos, realidades sócio culturais distintas. A isso
Forquin denomina de culturas escolares.
 - A Cultura da escola está fortemente ligada à filosofia da escola, ou seja,
sua missão, e é ela que dirá como a escola vê o educando no processo
educativo e sua projeção para a vida social e intelectual. A Legislação
Educacional, a elaboração do Projeto Político Pedagógico, as abordagens de
ensino, o público que se deseja alcançar e as metas pedagógicas e
administrativas, todos esses fatores dependem das estratégias abordadas na
formação da cultura a qual a instituição deseja formar.
 Com transformações históricas ocorridas, no Brasil, a partir da década de
1980- CF e LDB – os movimentos sociais lutaram pelo direito à educação, pela
inclusão de sua cultura no espaço escolar. Ou seja, lutaram pela supressão de
uma cultura escola dominante e construção de uma cultura escola
efetivamente representativa dos diversos segmentos sociais.
 Nesse contexto diversos projetos políticas e educacionais, baseados nos
princípios da Constituição cidadã de 1988, influenciaram a construção de
culturas escolares fomentadoras do direito de todos à educação; do direito de
todos à aprendizagem.
 Para tanto: construíram PPP efetivamente coletivos; currículos
contextualizados; avaliações qualitativas; formação continuada de
professores; uso de diferentes recursos e linguagens; reconhecimento da
diversidade e da pluralidade cultural.
 -De fato, a utilização que faço de “cultura de escola” remete para a
existência em cada escola de um conjunto de fatores organizacionais e
processos sociais específicos que relativizam a “cultura escolar” (enquanto
expressão sui generis dos valores, hábitos, comportamentos, transmitidos pela
forma escolar de educação a partir de determinações exteriores).
 Assim a “cultura de escola” é a expressão da própria maleabilidade
organizativa que resulta do jogo dos atores na definição das suas estratégias e
“sistemas de ação concreta” (para utilizar a expressão de Crozier). Isto
significa que, se queremos falar da “cultura escolar”, não nos podemos ficar
pelo nível macro do sistema (o quadro formal-legal), mas temos que ir ao
interior das escolas “concretas” (nomeadamente através de estudos de
caráter monográfico) para detectar as suas especificidades e o campo de
determinação que resulta das práticas dos seus atores.
Considerações Finais

 Porém, o contexto político, social e cultural brasileiro, imerso em um


ambiente neoconservador, têm sufocado o princípio educacional que
reconhece as diferentes culturas escolares, buscando promulgar leis e
decretos que reiterem a autonomia da escola e dos professores. Ex. Escola
sem partido.
 Há necessidade de lutarmos pela construção de uma cultura escolar
efetivamente democrática e pelo reconhecimento da autonomia das escolas
que se traduzem naquilo que denominamos de culturas escolares.

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