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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

HISTÓRIA - LICENCIATURA

BRAULIO AUGUSTO GOMES DE SOUZA

FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

Cachoeira do Sul
2017
BRAULIO AUGUSTO GOMES DE SOUZA

FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA:

Trabalho de História apresentado à Universidade Norte


do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a
obtenção de média bimestral na disciplina de Sociedade
Educação e Cultura, Educação Inclusiva, Língua
Brasileira de Sinais – Libras, Seminário da Pratica I,
Educação a Distância.

Orientadores: Wilson Sanches, Regina Celia Adamuz,


Sandra C. Malzinoti Vedoato, Marlizete Cristina Bonafini
Steinle.

Cachoeira do Sul
2017
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................3

2 DESENVOLVIMENTO...............................................................................................4

2.1 CONCEPÇÕES CRÍTICA E POSITIVISTA DA ESCOLA.... ..................................4


2.2 A ESCOLA COMO LOCAL DE ACESSO A CULTURA E DE FORMAÇÃO
CIDADÃ E INCLUSÃO ................................................................................................5
2.3 AS ESCOLAS DE MINHA REGIÃO – O ACESSO A CULTURA E FORMAÇÃO
DA CIDADANIA .... .......................................................................................................8

3 CONCLUSAO

..........................................................................................................10

REFERENCIAS .........................................................................................................11
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1 INTRODUÇÃO

Apesar das transformações sofridas no decorrer dos tempos, a


escola representa uma instituição que a humanidade elegeu para socializar o
conhecimento, onde vivemos em uma sociedade que se caracteriza
fundamentalmente pela função social, em especial, a função social da escola. A
escola deve acompanhar essas transformações, devendo favorecer o acesso à
cultura e a formação do cidadão, assunto que iremos desenvolver neste trabalho.

A escola faz parte de um processo que envolve todas as partes


integradas na sociedade, com funções especificas, devendo ser analisada como um
todo.

O trabalho está divido, além da introdução, em assuntos que tratam


da diferença entre a concepção critica sobre a escola e a concepção positivista, da
importância do acesso à cultura e estimulo à cidadania, de que maneira as escolas
estão favorecendo o acesso à cultura e a formação cidadã, bem como as escolas de
nossa região e finalizando com minha conclusão em relação ao tema proposto.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.2 CONCEPÇÕES CRÍTICA E POSITIVISTA DA ESCOLA

A concepção crítica atribui a escola o papel social e político da


socialização e do saber sistematizado. Para isso utiliza-se de processos
pedagógicos-didáticos que asseguram a interligação entre as práticas socioculturais
dos alunos e a cultura elaborada e assim, a unidade conhecimento-ação. Pretende
que o domínio de instrumentos culturais e científicos auxilie no conhecimento e
compreensão das realidades sociais, favorecendo a atuação dos indivíduos nas
práticas de vida e das lutas pela transformação social. Para a pedagogia critico-
social, a principal contribuição da escola pública para a democratização da
sociedade está na humanização do homem em todas a suas dimensões, isto é, está
na realização de seu papel social e político de propagação de conhecimento a todos.

Na concepção positivista a escola é um espaço de ensino do


conhecimento técnico/científico e que aborda de forma a cientificidade para o ensino
das disciplinas no ensino. Na perspectiva positivista a escola deve ser um local para
a apropriação da cultura historicamente e cientificamente adquirida, no aspecto do
acesso à cultura, identifica-se que é extremamente importante para que as pessoas
tenham acesso à mesma. Aliás, a organização social vigente deve-se de
desenvolvimentos e acontecimentos históricos específicos que o aluno tendo
conhecimento dos mesmos vai conseguir localizar-se em seu momento sócio
histórico.

Neste artigo “Função social da escola e organização do trabalho


pedagógico”, de autoria de José Geraldo Silveira Bueno, é abordada a concepção
positivista onde é feita uma análise a partir da promulgação da nova LDB. Segundo
o autor esse aspecto precisa ser mais estudado, pois a realidade social e econômica
de nosso país ainda não permite que coloquemos em pratica os processos de
progressão continuada determinados pela nova LDB, substituindo o ensino seriado
por sistemas de ciclos, tendo sido colocados em pratica sem oferecer as mínimas
condições às unidades escolares e aos profissionais para que essa não-repetência
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não continue a formar “pseudo-escolarizados”, que só servem para elevar as


estatísticas de órgãos governamentais que afirmam estar havendo uma grande
melhoria da qualidade de ensino em nosso país. Caracterizando-se como uma mera
aprovação automática, sem a devida garantia de que estes tenham adquirido o
domínio das competências escolares mínimas esperadas pela sociedade para o seu
atual momento de escolarização, isto é, não importando o aprendizado adquirido,
mas sim que seja facilitado seu progresso escolar em series avançadas através de
sistemas de avaliações.

2.2 A ESCOLA COMO LOCAL DE ACESSO A CULTURA E DE FORMAÇÃO


CIDADÃ E INCLUSÃO

A escola é defendida como uma entidade socializadora que deve


incorporar as diversas culturas, afim de que haja um ambiente sociável onde todos
possam manifestar seus ideais sem medo de serem tachados como antiéticos e
serem discriminados pela cultura que estes manifestam ou pertencem. 

Quando se trata de cultura e educação, podemos dizer que são


estes fenômenos intrinsecamente ligados, a cultura e a educação, juntas tornam-se
elementos socializadores, capazes de modificar a forma de pensar dos educandos e
dos educadores; quando adotamos a cultura como uma aliada no processo de
ensino-aprendizagem estamos permitindo que cada indivíduo que frequenta o
ambiente escolar se sinta participante do processo educacional, pois ele nota que
seu modo de ser e vestir não é mais visto como "antiético" ou "imoral”, mas sim uma
forma de este se socializar com os demais colegas, alguns autores defendem a ideia
de a educação não pode sobreviver sem a cultura e nem a cultura sem a educação.
Candau (2003, pag.160) afirma que:

"A escola é, sem dúvida, uma instituição cultural. Portanto, as relações entre


escola e cultura não podem ser concebidas como entre dois polos
independentes, mas sim como universos entrelaçados, como uma teia
tecida no cotidiano e com fios e nós profundamente articulados." 

Para Vera Candau as escolas além de ser uma instituição


educacional, ela também é uma instituição cultural, onde dentro delas estão
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inseridos diversos grupos sociais que não devem ser ignorados pelos educadores
muito menos pela escola, mas sim valorizados, através de discussões e feiras, para
que as culturas não tradicionais possam ser conhecidas e reconhecidos quanto a
suas ideologias e formas de ser. 

A escola e as diversas disciplinas podem oferecer o acesso à cultura


através da incorporação da dimensão cultural na prática pedagógica, pautada numa
perspectiva de educação multicultural, ou seja, dever-se-ia incluir essa discussão no
currículo escolar e projetos escolares. A escola deveria seguir o papel de
intermediador entre as diferentes culturas jovens, permitindo o debate entre elas e
por certo a valorização delas através dos eventos escolares ou outros meios
pedagógicos. Candau e Anhorn (2000) afirmam que:

“Um currículo multicultural coloca aos professores o desafio de encontrar


estratégias e recursos didáticos para que os conteúdos advindos de
variadas culturas sejam utilizados como veículo para: introduzir ou
exemplificar conceitos relativos a uma ou outra disciplina; ajudar os alunos a
compreender e investigar como os referenciais teóricos de sua disciplina
implicam na construção de determinados conhecimentos; facilitar o
aproveitamento dos alunos pertencentes a diferentes grupos sociais;
estimular a auto-estima de grupos sociais minoritários ou excluídos; educar
para o respeito ao plural, ao diferente, para o exercício da democracia,
enfatizando ações e discursos que problematizem e enfraqueçam
manifestações racistas, discriminatórias, opressoras e autoritárias,
existentes em nossa nossas práticas sociais cotidianas".

A partir disso, pode-se concluir que a inclusão de currículo


multicultural no ambiente escolar, não só possibilita o conhecimento de outras
culturas, mas também auxilia no processo de ensino-aprendizagem na medida em
que os professores utilizem da cultura dos alunos em suas aulas e em projetos da
escola, quando há essa interação e interesse do professor em conhecer e por certo
valorizar as demais culturas ocorre o processo de socialização, onde cada cultura
passa a ser entendida e vista não mas com um olhar pejorativo, proporcionando a
partir daí um ambiente escolar, mas agradável e por certo uma nova perspectiva na
forma de aprender. 

É possível sim a incorporação da cultura no processo de


aprendizagem, mas desde que haja meios, ideias e preparo do corpo docente para
lidar com este novo desafio. A escola para ser espaço de formação cidadã, precisa
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socializar o conhecimento, atuando na formação moral dos alunos e através dessa


soma de esforço promove o pleno desenvolvimento do indivíduo como cidadão. A
escola é o lugar onde a criança deverá encontrar os meios para realizar seus
projetos de vida, a qualidade de ensino é, portanto, condição necessária tanto na
sua formação intelectual quanto moral, sem formação de qualidade a criança poderá
ver seus projetos frustrados no futuro.

Sabemos que a inclusão é um direito de todos, mas será que todos


estão conscientes das possibilidades que levam a inclusão. Saber o que é e
trabalhar a inclusão é viver a experiência da diferença e vencer os preconceitos,
valorizando assim o que é e o que cada um pode ser. A inclusão deve proporcionar
possibilidades sem o ranço do preconceito, da discriminação, das rotulações, das
segregações e dos estigmas. Em relação à educação, observa-se a emergência de
uma educação inclusiva e de movimentos de combate ao preconceito. Preconceito
que tira a esperança e a coragem de agir sempre de acordo com as ideias e ideais
de quem quer aprender, conseguir e alcançar.  Todos devem ter acesso às escolas
comuns e essas escolas devem buscar uma pedagogia centralizada para a
diferença se tornar acessível. Para que cada sujeito consiga se sentir capaz perante
suas necessidades. A pedagogia deve caminhar junta a estes preceitos e dessa
forma tornar a escola uma facilitadora das possibilidades às pessoas com
necessidades especiais. Essa escola deve facilitar a independência e autonomia,
possibilitando aos discriminados a ocupação do seu espaço na sociedade. A escola
deve valorizar o que eles são e o que eles podem ser. Não podemos deixar de
lembrar sobre a formação do professor diante da inclusão.  Deve haver o diálogo e
discussão sobre as possíveis dificuldades que esse professor pode apresentar. É
muito importante que o professor esteja preparado para receber estes alunos e
também o quanto é importante ele receber conhecimentos satisfatórios para
proporcionar aulas bem mais preparadas, de qualidade. Muitas vezes, o próprio
professor busca sua atualização, sua preparação, porque as escolas recebem os
alunos sem a preocupação de que elas não estão preparadas para recebê-los e nem
menos o professor. 
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2.3 AS ESCOLAS DE MINHA REGIÃO – O ACESSO A CULTURA E FORMAÇÃO


DA CIDADANIA

Minha cidade não difere das demais cidades do Brasil no que se


refere ao acesso à cultura nas escolas. Devido à falta de recursos financeiros,
materiais e humanos nas Escolas Estaduais e Municipais, as Escolas Particulares
tiveram um número significativo de matriculas nos últimos anos. Cada vez mais a
classe média de minha cidade procura dar a seus filhos uma educação de
qualidade, através de cursos técnicos e valorizando o acesso à cultura. Mas também
temos que valorizar as escolas estaduais e municipais que implantaram a escola de
tempo integral e a escola aberta. O Programa Escola em Tempo Integral se engaja
numa perspectiva de desenvolvimento de uma escola pública que cumpra com a sua
função social, que é a de permitir às crianças, adolescentes e jovens o acesso ao
conhecimento, contextualizando-o com o mundo em que vivem. Fruto de um acordo
de cooperação técnica entre o Ministério da Educação e a Unesco, o programa
Escola Aberta tem por objetivo contribuir para a melhoria da qualidade da educação,
a inclusão social e a construção de uma cultura de paz, por meio da ampliação da
integração entre escola e comunidade; ampliação das oportunidades de acesso à
formação para a cidadania e redução de violências na comunidade escolar.

 Através da Secretaria Municipal de Educação do Município de


Cachoeira do Sul, RS, são desenvolvidos vários projetos que favorecem o acesso à
cultura. Em parceria com a RGE Sul, foi realizado o projeto “Educar para
Transformar”, que desenvolve desde 2012 uma iniciativa de construção de saberes
para a sustentabilidade. O Projeto Educar para Transformar leva a estudantes e
professores da rede pública de ensino dos municípios da área de concessão da
empresa uma proposta educativa sobre energia, água, resíduos e mobilidade.

A Policia Militar do Rio Grande do Sul em parceria com a Secretaria


Estadual de Educação, implantou o PROERD - Programa de Resistencia às Drogas
e à Violência, que é uma iniciativa de prevenção para crianças do Ensino
Fundamental até o Ensino Médio. Os pais também recebem orientações em
palestras e reuniões, representando um esforço cooperativo entre Escolas, família e
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Policia Militar. Os objetivos principais do PROERD são noções de cidadania,


prevenir ou reduzir o uso de drogas e a violência entre crianças e adolescentes. Em
Cachoeira do Sul 08 (oito) escolas participam do PROERD, formando em média 800
(oitocentos) alunos por ano.

Mesmo de forma gradual, devido a fatores adversos já citados


anteriormente, acredito que as escolas de minha região estão empenhadas em
formar cidadãos, que é o objetivo principal de toda escola.  Contribuindo para a
criação das condições para o surgimento de uma nova cidadania, como espaço de
organização da sociedade para a defesa de direitos e a conquista de novos direitos.
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3 CONCLUSÃO

A escola pública nos dias atuais deixa muito a desejar quando se


fala de educação e de formar cidadãos para viver numa sociedade tão multicultural e
pluriétnicas, como a nossa. A falta de investimentos e de capacitação de
professores, escolas sem infraestrutura adequada para o recebimento desse aluno.
O modelo segregado e homogêneo que com muito esforço está mudando para o
modelo de escola inclusiva, mesmo escolas sem condições adequadas para receber
esse aluno. 

A escola é fundamental para a formação da cidadania. Por isso,


nenhuma criança pode ficar excluída de seus benefícios. Preservar interesses,
entender necessidades e tratar cada aluno de forma individualizada são aspectos
centrais num ensino bem-sucedido. A aprendizagem é o resultado de processos
sociais e pessoais. A escola precisa exercer sua função social, colocando em prática
ações que possam melhorar a vida da comunidade no entorno das instituições de
ensino e motivar os estudantes a trabalhar em prol do coletivo e de boas causas.

Cabe à escola formar alunos com senso crítico, reflexivo, autônomo


e conscientes de seus direitos e deveres tendo compreensão da realidade
econômica, social e política do país, sendo aptas a construir uma sociedade mais
justa, tolerante as diferenças culturais como: orientação sexual, pessoas com
necessidades especiais, etnias culturais e religiosas etc. Passando a esse aluno a
importância da inclusão e não só no âmbito escolar e sim em toda a sociedade.
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REFERÊNCIAS

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Disponível em: http://cachoeiradosul.rs.gov.br/2017/06/projeto-educar-para-
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