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I JORNADA DE DIDÁTICA - O ENSINO COMO FOCO

I FÓRUM DE PROFESSORES DE DIDÁTICA DO ESTADO DO PARANÁ

ISBN 978-85-7846-145-4

PROPOSTA DE TRABALHO DOCENTE-DISCENTE NA PERSPECTIVA


HISTÓRICO-CRÍTICA

GUIDI, Janete Aparecida - UEM


janeteguidi@bol.com.br
Eixo temático: Didática e Práticas de Ensino na Educação Básica.

Resumo: Baseando na didática da Pedagogia Histórico-Crítica de Saviani, o trabalho


apresenta reflexões sobre o papel da escola e do professor e culmina com uma proposta
de planejamento de uma escola municipal de Sarandi, tendo como marco referencial à
teoria dialética do conhecimento caracterizada por cinco passos (Prática Social Inicial;
Problematização; Instrumentalização; Catarse e Prática Social Final) desenvolvida por
Gasparin em seu livro “Uma Didática para a pedagogia Histórico-Crítica”, que são
importantes para fundamentar a concepção metodológica e o planejamento do processo
ensino aprendizagem, bem como a ação docente-discente.

Palavras-chaves: Educação. Pedagogia Histórico-Crítica. Ensino-Aprendizagem.

1 INTRODUÇÃO

Com base no método materialista histórico, Lev Semenovich Vygotsky (1999) e seus
colaboradores levam a efeito inúmeros estudos sobre os processos de aprendizagem e
desenvolvimento humano, que culminam com a Teoria Histórico-Cultural. Nela,
desataca-se o papel primordial desempenhado pelas relações sociais nesses processos,
ou seja, a importância da interação entre o ser em desenvolvimento, isto é, o ser menos
desenvolvido, e o ser adulto, o ser mais desenvolvido. Duarte, citando Vygotsky,
escreve: “ essa interação não é necessária para o desenvolvimento do embrião humano,
mas ela fundamental para o desenvolvimento cultural do indivíduo humano”
(DUARTE, 2000, p. 84)
Sob esse prisma, propomos um planejamento realizado por uma escola municipal de
Sarandi para o 1°ano do 1°ciclo, pautada na pedagogia que se fundamenta nos
pressupostos psicológicos da Teoria Histórico-Cultural no qual a escola deve buscar a
socialização do saber historicamente produzido tendo em vista a máxima humanização
dos indivíduos, de modo a perceberem as possibilidades de transformação social.
Nesta prática, vemos como fundamental analisar num primeiro momento a sociedade


Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação-UEM. Especialista em Educação Especial pela
Faculdade Iguaçu. Especialista em orientação, supervisão e administração escolar pela Faculdade
Integrada do Vale do Ivai. E-mail: janeteguidi@bol.com.br
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atual, depois o papel do professor, ao transmitir os conhecimentos acumulados pela


humanidade, os passos descritos por Gasparin (2002) e por último uma proposta de
planejamento do ano do ensino fundamental.

2 O PAPEL DA ESCOLA E DO PROFESSOR NA SOCIEDADE NEOLIBERAL.

Ao analisarmos nossa sociedade atual precisamos considerar que sua


organização depende das necessidades históricas da humanidade. O homem, no decorrer
do seu desenvolvimento sócio-político-econômico, desconsidera as questões humanas
em detrimento de interesses próprios, o que gera desigualdades.
Vivemos em pleno neoliberalismo, o qual procura manter princípios que o
originaram sob a ótica capitalista, onde os interesses de poucos continuem sendo
assegurados e a grande massa de excluídos sendo sacrificada em nome de uma
sociedade visivelmente em crise e que tenta, a custos altíssimos, manter-se.
Desta forma, o contexto sócio político é condição básica para compreendermos a
questão da educação, pois, as finalidades da mesma passam pela análise da sociedade, já
que a educação não se configura como um mundo à parte. Assim sendo, buscamos
explicações fora dos muros da escola para entendermos como se dão às relações entre os
homens.

A educação como parte dessa sociedade busca ler a história direcionando uma
proposta pedagógica que auxilie na organização de pressupostos norteadores e
instrumentos didático-metodológicos que possam explicitar como funcionam as
relações sociais e ainda nos questionar qual o perfil de homem, de sociedade e de
educação que desejamos.
Nesse sentido as transformações tecnológicas, culturais e sociais exigem, de fato,
a democratização da educação, o que não significa apenas reivindicá-la para todos, mas
garantir ensino público de qualidade, visando efetivação de uma prática educativa que
contribua para a elevação cultural e científica das camadas populares.
E é diante dessa sociedade, repleta de contradições, que temos a escola. Ela não
é neutra frente à realidade social, uma vez que os profissionais que nela atuam e a
população que a frequenta vivem diariamente conflitos e dilemas gerados por estas
contradições. Ao cumprir seu principal papel, que é veicular e transformar o saber

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historicamente produzido nas relações sociais, a escola procura contribuir para que o
educando tenha compreensão crítica do contexto social em que está inserido, assumindo
o seu papel político e social.
Percebe-se então, a importância da transmissão de um conhecimento que se
constrói a partir da prática social que venha possibilitar a ampliação da visão do mundo,
pois falar em conhecimento é falar da história da humanidade, ou seja, é compreender o
modo de produção de cada sociedade e suas necessidades, onde o homem é um ser
histórico e concreto que para sobreviver, organiza-se através do trabalho, estabelecendo
entre si e com a natureza, criando condições de sua existência.
“Cada indivíduo aprende a ser um homem, o que a natureza lhe dá
quando nasce não basta para viver em sociedade. É lhe ainda preciso
adquirir o que foi alcançado no decurso do desenvolvimento histórico
da sociedade humana”. (LEONTIEV, 1978, p. 126)

Através deste conhecimento, objetivamos a formação de um cidadão que


compreenda melhor a sociedade competitiva da qual faz parte, que possa atuar
conscientemente, levando em consideração sua limitação, tendo acesso ao
conhecimento produzido historicamente pelo homem, sendo capaz de valorizar e viver
as relações humanas. O acesso ao conhecimento científico, transforma o saber
cotidiano do aluno, permitindo estabelecer conexões que o inserem numa rede de
generalizações e nas possibilidades de objetivação.
Essa escola não deve mais ser pensada apenas enquanto reprodutora de uma
relação social que está em crise, mas de garantir a transmissão de conhecimentos
histórico-culturais produzidos pelos homens visando a sua participação no processo de
transformação. Para isso a escola precisa efetivar uma pedagogia voltada à formação do
ser humano pleno, cidadão consciente e atuante na sociedade; garantir o saber científico
historicamente produzido pelo homem, considerando as expectativas de vida e a
realidade social dos alunos; democratizar o conhecimento; propiciar, além do saber
sistematizado, o efetivo exercício da cidadania tornando o participativo das decisões da
vida escolar.
A escola tem o papel de possibilitar o acesso das novas gerações ao
mundo do saber sistematizado, do saber metódico, científico. Ela
necessita organizar processos, descobrir formas adequadas a essa
finalidade. Esta é a questão central da pedagogia escolar. (SAVIANI,
2005, p. 80).

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Parafraseando Saviani (2005, p. 18) sobre o saber científico, afirma que a


instituição escolar deverá "[...] dosá-lo e sequenciá-lo de modo que a criança passe
gradativamente do seu não-domínio ao seu domínio". Desse modo, "[...] pela mediação
da escola, acontece a passagem do saber espontâneo ao saber sistematizado, da cultura
popular à cultura erudita" (ibidem, p. 21). E assim, o dominado saindo dessa condição
social, passa a dominar aquilo que o dominante também domina.

Devemos ter claro que a função social da escola é a “construção do conhecimento”, o


educador deve desempenhar bem o seu papel contribuindo com a construção de uma
sociedade mais justa e igualitária, pois uma educação de qualidade proporciona a
formação de sujeitos críticos e conscientes da importância de seu papel social e
exercício para a cidadania, como nos afirma Libâneo: (1996, p.26 e 27).

A escola precisa deixar de ser meramente uma agência transmissora


de informação e transformar-se num lugar de análises críticas e
produção da informação onde o conhecimento possibilita a atribuição
de significado à informação. [...] Para isso cabe-lhe prover a formação
cultural básica assentada no desenvolvimento de capacidades
cognitivas e operativas. Trata-se assim de capacitar os alunos a
instrumentos cognitivos (saber pensar de modo reflexivo) para
ascender ao conhecimento.

Entende-se que a qualidade do ensino está atrelada ao direito de acesso e


permanência do aluno na escola, pois uma sociedade plenamente democrática, que é o
que desejamos, não pode existir contradição entre o acesso à escola e o tipo de serviço
por ela proporcionado. Partindo dessas perspectivas é que deve-se pensar o aluno que se
quer formar, enquanto um ser humano cidadão, que deve usufruir de direitos políticos,
civis e sociais. Rego: (1995)

A escola não deve se restringir apenas à transmissão de conteúdos,


mas principalmente, ensinar formas de acesso e apropriação do
conhecimento elaborado, de modo que ele possa praticá-las
autonomamente ao longo de sua vida, além da sua permanência na
escola.

Nessa perspectiva, tem-se uma construção histórica e social que sofrem


interferências de fatores de ordem cultural e psicológica. Não é a aprendizagem que
deve se ajustar ao ensino, mas o ensino que deve potencializar a aprendizagem,
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resgatando o equilíbrio entre o ensinar e o aprender. Sem aprendizagem não há ensino,


pois existe uma acentuada diferença na necessidade de ensinar e pouca preocupação na
aprendizagem que está acontecendo.
Desta forma, cabe ao professor planejar suas aulas de forma participativa e
problematizadora, oportunizando ao aluno condições para reelaborar os conteúdos
sistematizados, produzindo novos conceitos, e conhecimento. Portanto, o professor deve
atuar não apenas como mero transmissor de conhecimentos, mas como mediador do
processo ensino-aprendizagem. Deve ser aquele que busca, interpreta criticamente as
informações, é motivador, criativo e curioso, ou seja, compromissados socialmente.
O professor, que tem o importante papel como mediador no processo de
ensino-aprendizagem e facilitador do trabalho em busca de conhecimento para que o
aluno possa desenvolver suas capacidades intelectuais, deve estar preparado e integrado
com a realidade social vigente, utilizando uma metodologia que venha a dar conta das
questões essenciais. Libâneo (1998):
(...) o valor da aprendizagem escolar está justamente na sua
capacidade de introduzir os alunos nos significados da cultura e da
ciência por meio de mediações cognitivas e interacionais promovidos
pelo professor.

O professor continua sendo aquele que planeja e desenvolve situações de


ensino a partir do conhecimento que possui sobre o conteúdo, os processos de
aprendizagem, a didática das disciplinas e a potencialidade de vários recursos para
facilitar a aprendizagem.
Essa ideia de interação nos remete ao trabalho de Vygotsky (1999), porque o
aprendizado decorre da compreensão da pessoa como um ser que se constrói no contato
com a sociedade, na relação dialética entre o sujeito e a sociedade em que está inserido.
Nessa dinâmica, ela modifica o ambiente e o ambiente a modifica. A aprendizagem se
dá a partir da interação que cada pessoa estabelece com determinado ambiente. Segundo
o autor, é impossível estabelecer etapas cognitivas que sejam válidas para todas as
sociedades. Assim, variando o ambiente social, o desenvolvimento da criança também
sofrerá variação.
De acordo com a perspectiva vygotskyana na educação escolar, o aprendizado é
mediado pelo docente. Isso significa que o primeiro contato da criança com novas
atividades e informações deve ter a participação de um adulto. Nesse contexto, o papel
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do professor é o de observar e investigar os conhecimentos que o aluno traz à escola e


estruturar uma intervenção que reorganize estes conhecimentos, elevando-os a outro
estágio cognitivo.
Para compreender essa relação, Vygotsky (1999) apresenta o conceito de Zona
de Desenvolvimento Proximal, que seria a distância entre o desenvolvimento real da
criança e o potencial desta em aprender. O potencial é demonstrado pela capacidade de
desenvolver uma competência a partir da mediação de um adulto. Em linhas gerais, a
Zona de Desenvolvimento Proximal é o caminho entre o que a criança já sabe e aquilo
que ela tem a potencialidade de aprender.
A ênfase da teoria vygotskyana está no aprendizado. Neste aspecto, a
intervenção docente deve provocar avanços que levem a criança a atingir níveis de
compreensão e habilidades que ainda não domina completamente. As informações
devem ampliar as estruturas cognitivas da criança.
Para Vygotsky (1999, p.74), “[...] os conceitos não-espontâneos não são
aprendidos mecanicamente, mas evoluem com ajuda de uma vigorosa atividade mental
por parte da própria criança”. Isso quer dizer que a aprendizagem somente é
significativa a partir do momento em que os educandos intrometam, incorporam ou, em
outras palavras, apropriam-se do objeto do conhecimento em suas múltiplas
determinações e relações recriando-o “seu”, realizando ao mesmo tempo a continuidade
e a ruptura entre o conhecimento cotidiano e o científico (GASPARIN, 2002).

Dessa forma, concebe-se o aluno, como co-produtor de conhecimentos e


situado na realidade em que vive, que possa ser criativo, participativo, consciente,
dotado e estimulado ao espírito de investigação e de pesquisa, sentindo capaz de maior
expressão em seu meio e na sociedade.
Gasparin (2002) comenta que para o estabelecimento de uma ponte entre a teoria
e a prática, a escola deve tornar-se um centro de experiência permanente para que o
aluno identifique as relações existentes entre os conteúdos de ensino e as situações de
aprendizagem com muitos contextos da vida social e pessoal, somando ao
conhecimento escolar aprendido sistematicamente.
Pensando dessa forma, a Secretaria de Educação do Município de Sarandi
contempla princípios que pensam o aluno como agente social ativo, capaz de propor

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mudanças na estrutura da sociedade, adequando-a aos interesses de todos, bem como


pensar criticamente e lutar pela transformação do interesse coletivo. Acredita também
que ao professor cabe mediar os alunos na aquisição de uma cultura sólida e realista,
através de uma construção coletiva que atenda a todos os homens.
Diante disto, a Secretaria de Educação do Município de Sarandi proporciona
formação continuada aos profissionais da educação para que reflitam sobre o seu papel
tanto político, quanto pedagógico, com a finalidade de aprofundar a proposta
estabelecida e ainda, trabalhar de forma crítica os conteúdos científicos acumulados pela
humanidade.
Para a Secretaria de Educação, o professor comprometido politicamente com a
aprendizagem do aluno da escola pública, em cada etapa curricular, planeja seu trabalho
em função dos fins pretendidos e da realidade concreta que os determina. Toda ação
deve ser acompanhada de reflexão.
Desta forma, o professor, com esta postura, tem papel de extrema relevância,
pois é ele que vai mediar o processo ensino/aprendizagem e organizá-lo de forma que a
prática não se torne descontextualizada. Cabe a ele auxiliar o aluno na compreensão da
realidade social contraditória que se apresenta. Por isso, precisa ter maior experiência,
informação, domínio dos conteúdos a serem ministrados, das técnicas e metodologias
pertinentes, do sujeito social que se pretende.

3 PLANEJAMENTO NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA.

O planejamento é um ato político. Para isso, busca-se superar a dimensão


técnica, pautando-se no planejamento participativo, o qual resulta de um processo
integrado entre escola e contexto social, com vistas à solução de problemas comuns,
primando pelo inter-relacionamento entre teoria e prática.
O planejamento deve ser um roteiro de orientação, com o qual o professor,
deve manter constante diálogo, rediscutindo em que medida há necessidade de se
estudar mais e propor conteúdos ainda não trabalhados, ou que necessitem ser revistos.
Portanto, o planejamento deve ser pensado e repensado a partir dos resultados dos
processos ensino-aprendizagem dos alunos. Não pode haver boa aula, se não houve
aprendizado por parte do educando. Os resultados do processo ensino-aprendizagem e o

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planejamento situam-se como mais um instrumento para apropriação do saber


historicamente produzido.
A organização dos conteúdos, segundo SAVIANI (1983), está diretamente
relacionada com o objetivo maior da educação escolar, que é propiciar a aquisição do
conhecimento sistematizado cientificamente.
Como já afirmamos acima, o plano de trabalho docente está fundamentado na
teoria dialética do conhecimento, para tanto, o processo metodológico sugerido na
Proposta Curricular do Município de Sarandi é a da Pedagogia Histórico Crítica do
professor João Gasparin do livro: Uma didática para a pedagogia histórico-crítica, que é
fundamentada na teoria de Saviani, a qual contempla: Prática social inicial,
Problematização, Instrumentalização, Catarse e Prática social final.
Segundo Saviani (2002), o ponto de partida seria a prática social (primeiro
passo), que é comum a professor e aluno, ou seja, o professor a partir do conhecimento
que o aluno traz para escola, o levaria a um saber sistematizado. Mesmo que o professor
já tenha os conteúdos determinados, não impede que este mude de acordo com as
necessidades dos alunos, considerando que esses conteúdos devem levar os alunos a
desafios.
O segundo passo (problematização) trata-se de detectar que questões precisam
ser resolvidas no âmbito da prática social, e, em consequência, que conhecimento é
necessário dominar.
O professor poderá trabalhar as questões, fazendo a interdisciplinaridade.
Quando o professor trabalha uma proposta para a aula, ele poderá abrir para perguntas,
questionar os alunos sobre o tema apresentado, e depois ds perguntas feitas, o professor
não precisará responder todas naquele momento, ele poderá deixar para outra ocasião,
ou seja, as questões apresentadas poderão ser anotadas e mantidas sempre presentes,
com isso levará o aluno a refletir e desafiá-lo com o conteúdo apresentado e deixar claro
que é necessária a busca das questões e que não precisamos respondê-las naquele
momento, uma vez que elas serão respondidas por meio da reflexão.
O terceiro passo chamado por Saviani de instrumentalização, trata-se da
apropriação pelas camadas populares das ferramentas culturais necessárias à luta que
travam diretamente para se libertar das condições de exploração em que vivem. É neste
momento que

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[...] os sujeitos aprendentes e o objeto de sua aprendizagem são postos


em recíproca relação através da mediação do professor é sempre uma
relação triádica, marcada pelas determinações sociais e individuais
que caracterizam os alunos, o professor e o conteúdo [...]
(GASPARIN, 2002, p. 51).

Assim, o aluno irá se interagir junto com o professor, questionando-o, e o


professor lança novamente o questionamento para o aluno, fazendo com que reflita
sobre o conteúdo apresentado, levando-a fazer comentários do que aprendeu.

O cotidiano do aluno é um dos pontos principais, mas deve-se trabalhar o


conteúdo científico, como explica Gasparin:

[...] “ a aprendizagem é somente significativa a partir do momento em


que os educandos introjetam, incorporam ou apropriam-se do objeto
do conhecimento em suas múltiplas determinações e relações,
recriando-o e tornando-o “seu”, realizando ao mesmo tempo a
continuidade e a ruptura entre o conhecimento cotidiano e o científico”
(GASPARIN, 2002, p. 52).

A instrumentalização é o caminho da aprendizagem e do conteúdo


sistematizado e vai fazer com que o aluno desenvolva cognitivamente, vai ajuda-lo tanto
na vida pessoal como na profissional. “ É a fase na qual os conceitos científicos se
estruturam, por isso, é de vital importância conhecer o processo mental de construção
desses conceitos” (GASPARIN, 2002, p. 57).

Portanto, o professor poderá trabalhar o conhecimento cotidiano e o


conhecimento científico possibilitando que os alunos incorporem esses conhecimentos,
a partir dos quais eles poderão enfrentar e responder aos problemas levantados em sala
de aula. O professor poderá levar um conteúdo, que leve os alunos a desenvolver uma
atividade de análise, comparação crítica sobre o conteúdo que apresentou. Gasparin
(2002, p.58) afirma que “o professor, ao trabalhar com os alunos, leva-os a passar dos
conceitos cotidianos ao científico, respondendo aos desafios da prática social inicial e
às dimensões do conteúdo proposto na problematização e trabalhar nessa fase da
instrumentalização[...]”.
O quarto passo chamado catarse, trata-se da efetiva incorporação dos
instrumentos culturais transformados agora em elementos ativos de transformação
social. A catarse é síntese, é o momento em que o aluno partindo odo conhecimento

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prático, já sistematizado, estudado, é capaz de fazer a síntese disso. Entretanto, a catarse


não significa que o aluno aprendeu, não garante que vai haver mudança na prática, a
escola não pode saber se o aluno vai assumir essa nova ação com postura. Este mesmo
autor afirma que o aluno
[...] percebe, então que não aprendeu apenas um conteúdo, mas algo
que tem significado e utilidade para a sua vida, algo que lhe exige o
compromisso de atuar na transformação social. O conteúdo tem agora
para ele uma significação: constitui-se um novo instrumento de
trabalho, de luta, de construção da realidade pessoal e social[...]
(GASPARIN, 2002, p. 130).

A partir do conteúdo que o professor trabalha em sala de aula, os alunos obtêm


explicações e pesquisam, ou seja, estruturam uma síntese do que foi trabalhado,
elaboram e constroem um novo conhecimento dentro da catarse que é o momento em
que o professor pode avaliar a aprendizagem do aluno. Essa avaliação pode ser feita em
dois momentos, por meio da elaboração teórica da nova síntese, e por meio da expressão
prática da nova síntese.
No primeiro caso, “o aluno manifesta para si mesmo o que aprendeu”
(Gasparin, p. 135), ou seja, expressa como se apropriou do conteúdo, como resolveu as
questões propostas, como reconstituiu o seu processo de concepção da realidade social,
enfim, passou da síncrese à síntese.
No segundo caso, o professor é quem faz a intervenção. É ele quem está em
contato com o aluno, por isso a sua aula tem que estar bem planejada, deve ser flexível,
mas não abrir mão do conteúdo. Se não conseguiu alcançar os seus objetivos, ele poderá
mudar a sua metodologia, não ficando sempre na mesma forma e estar procurando
mudar o seu método de trabalho, para poder despertar atenção dos alunos.
E o quinto passo ou o ponto de chegada é a própria prática social, onde os
alunos deverão alcançar a capacidade de expressarem uma compreensão da prática em
termos tão elaborados quanto era possível ao professor. É quando o aluno, de posse do
conhecimento sistematizado, volta à sua realidade e põe em prática os conhecimentos
construídos e muda a realidade, isso porque tanto alunos quanto o professor estão
mudados intelectualmente e qualitativamente, posicionando-se de forma diferente na
realidade, devolvendo os conceitos cotidianos que foram remodelados na escola em
forma de ações reais, estabelecendo uma relação entre a prática social pedagógica e a
prática social profissional.
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A prática social final é a confirmação de que aquilo que o educando somente


conseguia realizar com a ajuda dos outros, agora o consegue sozinho, ainda que
trabalhando em grupo. É a expressão mais forte que de fato se apropriou do conteúdo,
aprendeu e, por isso, sabe e explica. É o novo social dos conteúdos científicos
aprendidos na escola (GASPARIN, 2002, p. 146).
Este é o momento de apresentar uma proposta de ação e agir. Este plano
procura prever o que cada aluno fará na vida prática, no seu cotidiano dentro e fora da
escola.

4 PROJETO DE TRABALHO DOCENTE NA PERSPECTIVA HISTÓRICO –


CRÍTICA DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE SARANDI.

Disciplinas: Português, História, Geografia, Ciências e Matemática.


Turmas: 1º anos do 1º ciclo “A, B, C e D”
Duração: 15 dias
Unidade Temática: Seres vivos: como vivem, comem e se reproduzem.

Objetivo Geral:
 Reconhecer a diversidade de animais existentes no meio ambiente, investigando
os seus hábitos alimentares, suas reproduções, classificando-os em animais
invertebrados e vertebrados.
A) Conteúdos e objetivos:
Leitura e escrita de textos sobre animais (Social e Cultural).
 Oportunizar a todo momento a leitura e a escrita em sala de aula.
 Entender a importância dos animais para a vida do homem.

Apreensão das ideias do texto:


 Aprender as ideias do texto lido e ouvido.

Articulação correta das palavras:


 Articular corretamente as palavras;
 Ritmo, fluência e entonação na leitura;
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 Ler diferentes tipologias textuais com ritmo, fluência e entonação;


 Relatar experiências que possuem a respeito de animais de sua convivência.

A) Matemática:
Relação de quantidade (Dimensão matemática e conceitual).
 Quantificar os tipos de animais existentes no Parque do Ingá e os animais
domésticos;
 Compreender e realizar operações utilizando situações problemas, fazendo
leitura e escrita dos mesmos;
 Comparar os animais observados, segundo critérios pré-estabelecidos: tamanho,
peso, cor, número de patas, forma e sons emitidos.

Medida de massa e capacidade (Dimensão Econômica, Social e Conceitual).


 Estabelecer e compreender a utilização da unidade padrão (grama e litro);
 Realizar atividades que estabeleçam idéias de adição e subtração com reservas;

Agrupamento e trocas (Dimensão Conceitual, Econômica, Matemática, Conceitual e


Histórica)
 Estabelecer e agrupar de 10 em 10 e relacionar com unidades, dezenas, dúzia e
quilo.

B) Ciências:
Animais vertebrados e invertebrados (Dimensão Conceitual, Social, Histórico)
 Conhecer a diferença entre esses animais.

Alimentação dos animais (Dimensão Conceitual, Social, Geográfica e Política).


 Diferenciar a alimentação de alguns animais e sua alimentação.;

Animais e seus abrigos (Dimensão conceitual, Social, Histórico e Geográfico).


 Conhecer através de figuras e passeio pelo bosque e escola os abrigos de alguns
animais.

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Reprodução dos animais (Dimensão Conceitual, Social, Histórico, Religioso).


 Reconhecer que alguns animais desenvolvem dentro da barriga da mãe, outros
dentro de ovos.

C) História e Geografia:
Produtos retirados de animais (Dimensão Conceitual, Social, Econômico, Histórico e
Cultural).
 Perceber a importância dos animais para a vida humana;
 Respeitar os animais, valorizando-os em sua dignidade.

Prática Social Inicial:


a) Anúncio do Conteúdo:
Com a sala organizada em semicírculo, anunciar através de fantoches a unidade a ser
trabalhada sobre os animais. Em seguida, a professora irá interpretar a história “O
ursinho marrom” com fantoches e irá fazer o questionamento sobre o nome da história,
por que a história não foi lida, mas contada por fantoches. Pedir que as crianças
registrem no caderno o nome da história e fazer a listagem dos animais que apareceram
no texto.
Cada aluno escolherá um animal e irá formar frases e ilustrações em meio sulfite que
serão fixados no varal da sala.

b) Vivência do conteúdo:
O que os alunos já sabem?
Retomar a aula anterior, perguntando o que foi discutido e questionar o que eles já
sabem e gostaria de saber mais sobre os animais. A cada resposta obtida, a professora
fará as anotações no quadro chamando atenção para a leitura e a escrita. Pedir para que
os alunos façam o registro no caderno. Entregar fichas de jogo da memória com animais
e a cada virada da ficha, o aluno irá falar o que sabe sobre o determinado animal. Cada
criança irá colar a ficha em meio sulfite e descrever o que sabe sobre o animal.

c) Problematização:
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Os animais fazem parte do nosso mundo, vivendo em diversos habitats. Os animais de


diferem uns dos outros, alguns são nocivos, outros são de grande utilidade, mas o
homem as vezes ganancioso, destrói a vida do animal com caça predatória e venda de
animais silvestres sem refletir nas consequências de suas ações para a humanidade.
1) Quais são os animais terrestres? (Conceitual, Científica, Social).
2) O que são animais mamíferos?
3) Você conhece alguns abrigos de animais? Cite alguns.
4) De que forma o homem maltrata os animais?
5) Como era a quantidade de animais há uns 50 anos atrás? E agora?
6) Por que os animais estão desaparecendo?
7) Você tem algum animal? Como você cuida dele?
A sala estará organizada em duplas, retomar a aula anterior e apresentar a
problematização em papelógrafo, onde cada aluno irá fazer a leitura silenciosa. Em
seguida será feita a leitura coletiva. Chamar a atenção para a reflexão da escrita, das
palavras com dificuldades ortográficas, contrastando e relacionando com outras palavras
(sinônimos). Levar o aluno a questionar a problematização apontando os motivos da
extinção de alguns animais, onde os alunos irão escrever no quadro as respostas, e a
professora será a mediadora na correção ortográfica e concordância verbal e nominal.

Instrumentalização:
1ª atividade: Aula passeio
Duração: 3:30 h
Objetivos:
 Identificar os diversos tipos de animais existentes no bosque em aves, mamíferos,
répteis, etc.
 Identificar os hábitos alimentares dos animais e verificar os abrigos dos mesmos.
Encaminhamento:
A sala irá fazer um passeio ao Parque do Ingá, onde a professora solicitará que os
alunos observem a natureza e os animais que estão inseridos nela, sejam soltos na mata
ou em cativeiros. Durante o passeio a professora fará intervenções sobre o tipo de
animal encontrado, o que come, como é seu corpo, se tem penas, pelos, etc.

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2ª atividade: listagem dos animais e tabela de classificação.


Duração: 1:30 hs
Objetivos:
 Elaborar uma listagem dos animais encontrados no bosque;
 Classificar os animais listados numa tabela de: domésticos, selvagens, aves, úteis e
nocivos.
Material: quadro, giz, papelógrafo, pincel atômico e folha mimeografada.
Encaminhamento:
Os alunos irão sentar em duplas e falarão os nomes dos animais encontrados no bosque.
Cada aluno irá escrever o nome do animal no papelógrafo e a professora irá fazer as
intervenções ortográficas necessárias. A seguir, será entregue a cada criança uma folha
mimeografada com a tabela de classificação onde as crianças irão preenchê-la
classificando os animais em domésticos, selvagens, aves, úteis e nocivos.

3ª atividade: Texto: Na arca de Noé (Cláudio Fontana) Livro: RADESPIEL, Maria.


Alfabetização sem segredos- Eventos escolares. Arte na Pré-escola e no Ensino
Fundamental – outubro, p. 237.
Duração: 3:30 hs
Objetivos:
 Ler e interpretar a música;
 Trabalhar masculino e feminino na música.
 Contar os versos e as estrofes;
 Somar alguns versos fazendo operações de adição.
Material: Folha digitada com a letra da música, quadro-negro, giz.

Encaminhamento: Os alunos irão sentar em círculo. A professora irá entregar uma folha
digitada para cada um, onde será realizada a leitura individual por aluno. Após a leitura,
a professora fará a mediação perguntando o que eles entenderam sobre a letra da
música. Após a discussão, os alunos irão enumerar os versos e circular no texto os nome
dos animais. A seguir, a professora irá passar os nomes dos animais no quadro e as
crianças completarão com o feminino dos animais.
Realizada essa atividade, a professora irá passar alguns versos da música para somar.
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Ex: Tá faltando um bicho


Na arca de Noé
__________
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4ª Atividade: Jogo da Memória dos animais.

Duração: 2:30 hs
Material: Folha xerocada com o jogo da memória, caderno, lápis de cor, cartolina, lápis
de escrever, cola e tesoura.
Objetivos:
 Testar seu raciocínio e memória para lembrar a localização da ficha.
 Pintar os animais nas suas respectivas cores:
 Fazer uma listagem dos animais e seus pares;
 Inventar um história oral ou escrito sobre um animal escolhido.
Encaminhamento:
As crianças sentadas individual receberão uma folha xerocada com animais para o jogo.
Elas irão pintar os animais de acordo com suas cores, colarão a folha numa cartolina e
recortarão. A seguir, jogarão em duplas. Após um tempo de jogo, farão uma listagem
com os pares dos animais do jogo e inventarão uma história com um dos animais do
jogo da memória.

5ª Atividade: Texto informativo: Um lugar para viver e caça-palavras.


Duração: 1:30 hs
Material: texto digitado: Um lugar para viver e papel quadriculado.
Objetivos:
 Ler e interpretar o texto, distinguindo os habitats dos animais;
 Mostrar fotos de animais retirados de livros de ciências.
 Confeccionar um caça-palavras com um papel quadriculado.
Encaminhamento:
Entregar o texto digitado aos alunos, fazer a leitura individual ou coletiva, mostrando as
fotos de livros de ciências (Ex: Ciências – 2ª série. Autora: Ana Maria). A seguir, a
professora irá questionar o texto, levando as crianças a interpretar o texto. Realizada

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essa atividade, entregar meia folha de papel quadriculado para as crianças escreverem
nomes de animais e alguns habitats que eles vivem. A seguir, preencherem com letras
variadas e entregar para um colega resolver.

6ª atividade: Filme: Rei leão


Duração: 2:00 hs
Material: fita de vídeo, caderno, lápis, borracha, lápis de cor e vídeo.
Objetivos:
 Identificar as características dos animais que aparecem no filme.
Encaminhamento:
Retomar o conteúdo da aula anterior. Comentar com os alunos que irão assistir o filme
“O Rei Leão” prestando atenção nos animais que aparecerem, onde vivem e o que
comem. Logo após o filme, fazer comentários sobre o mesmo e registrar no caderno as
idéias principais e ilustrar.

7ª Atividade: Situações Problemas.


Duração: 1:30 hs.
Material: quadro-negro, caderno, giz, lápis e borracha.
Objetivos:
 Desenvolver o raciocínio lógico-matemático com situações problemas.
Encaminhamento: Aproveitando as aulas anteriores, passar problemas relacionados a
animais para as crianças desenvolverem o raciocínio. Ex:

1) Seu Juca tem no sítio: 15 vacas, 8 cabras, 12 patos, 30 galinhas e 10 porcos.


a) Quantos animais ele tem no sítio?
b) Juca sabe que cada vaca tem 4 patas, quantas patas ele contou se tem 15 vacas?
c) Cada pato tem 2 pés, quantos pés terão os 12 patos?
d) Duas porcas criaram cada uma 3 leitões. Quantos leitões tem as duas porcas
juntas?
e) Seu Juca vendeu um pato por R$ 8,00. Escreva o valor do pato.

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CATARSE:
a) Escrever o que você aprendeu sobre os animais.
b) Expor oralmente a importância dos animais e o motivo de preservá-los.

PRÁTICA SOCIAL FINAL:


Este momento será feito juntamente com os alunos. Depois do que estudamos sobre os
Animais, como você usará o seu conhecimento no seu dia-a-dia? O aluno mostrará o
que entendeu sobre o assunto trabalhado, seu modo de pensar, agir, cuidados utilizados
e necessidade da preservação e proteção aos animais.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Pedagogia Histórico-Crítica representa um esforço no sentido de tornar o


processo educativo significativo para o educando. Busca desenvolver no aluno a
capacidade de reflexão, procurando desvelar o significado dos conteúdos escolares,
aproximando-os do cotidiano do aluno sem restringir a ele.
Por isso, a metodologia Histórico-Crítica, sistematizada pelo professor
Gasparin (2002), tem como eixo norteador os estudos realizados sobre a teoria
Histórico-Crítica que fundamentam todo o trabalho realizado pelas escolas municipais
de Sarandi.
Esses cinco passos da didática da Pedagogia Histórico-Crítica apenas nos
mostra um caminho a seguir para que possam ser colocados em prática pelo docente que
irá fazer um equilíbrio entre a teoria e a prática objetivando aos educandos uma
aprendizagem significativa dos conhecimentos historicamente acumulados pela
humanidade.
Portanto, diante desses pressupostos, entendemos a pertinência do
planejamento, dentro dessa perspectiva histórico-crítica, a qual propõe uma
transformação social ao educando. A formação de um individuo social, que deverá
aprender o conteúdo cientifico e aplicá-lo no seu dia-a-dia. Cabendo então ao professor
uma visão de que, o conteúdo a ser trabalhado deverá ser estabelecido dentro das
dimensões, seja ela econômica, social, cultural, política, etc. Assim, é muito importante

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que nós como futuros professores tenhamos a compreensão dessa perspectiva histórico-
crítica e conhecimento da elaboração de um planejamento da mesma.

Referências
DUARTE, Newton. A anatomia do homem é a chave da anatomia do macaco: a
dialética em Vygotski e em Marx e a questão do saber objetivo na educação escolar.
Educação & Sociedade, campinas, SP, ano 21, n. 71, p. 79-115, jul. 2000.
GASPARIN, J.L.Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. São Paulo:
Autores Associados. Coleção Educação Contemporânea, 2002.
LEONTIEV, A.N. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte,
1978.

LIBÂNEO, J. C. Pedagogia, Ciência da Educação? Selma G. Pimenta (Org.). São


Paulo; Cortez, 1996, p. 127.

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora. São Paulo: Cortez, 1998.

MANTOAN, Maria Tereza Egler. Produção de conhecimentos para a abertura das


escolas às diferenças: a contribuição do LEPED. Campinas: Ed. da UNICAMP, 2003.

REGO, T. C. Vigotsky: Uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis:


Vozes, 1995
SAVIANI, D. Escola e Democracia. Campinas. São Paulo: Autores Associados, 2002.
SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: Primeiras aproximações. 9. ed. Campinas:
Autores Associados, 2005.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

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