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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: PLANEJAMENTO DE ENSINO NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA:


UMA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA NA DISCIPLINA DE PRÁTICA DE
FORMAÇÃO NO CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTES

Autora: Gleyde Pereira Freire Bono

Disciplina/Área: Pedagogia

Escola de Implementação do Projeto e Colégio Estadual Ary João Dresch –


sua localização: Ensino Fundamental, Médio, Normal e
Profissional

Município do colégio: Nova Londrina

Núcleo Regional de Educação: Loanda

Professora-Orientadora: Dra. Nilva de Oliveira Brito dos Santos

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Paraná –


Campus de Paranavaí (UNESPAR)

Relação Interdisciplinar: Ciências Humanas

O processo de ensino e aprendizagem


Resumo: envolve professor e educando. Nesse
sentido, inúmeras reflexões devem
ocorrer acerca do que se pretende
alcançar. Esse processo exige
inicialmente um planejamento. A prática
pedagógica desenvolvida no Curso de
Formação de Docentes evidencia que o
planejamento elaborado pelos futuros
educadores da instituição, na maioria
das vezes, vem ocorrendo de forma
mecânica visando atender um aspecto
burocrático. Para tanto, este Caderno
Pedagógico, contemplando uma
proposta de intervenção pedagógica,
busca discutir e aprofundar as
discussões quanto ao planejamento de
ensino, na perspectiva histórico-crítica.
Tem a pesquisa-ação como
encaminhamento metodológico, uma
vez que, há uma ampla interação entre
pesquisadores e pessoas implicadas na
situação investigada. Como
participantes na intervenção, os alunos
da terceira série do Curso de Formação
de Docentes na disciplina de Prática de
Formação do Colégio Estadual Ary João
Dresch – Ensino Fundamental, Médio,
Normal e Profissional.

Palavras-chave: Planejamento. Pedagogia Histórico-


Crítica. Formação de Docentes

Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico

Público: Alunos da terceira série do Curso de


Formação de Docentes na disciplina de
Prática de Formação
1. APRESENTAÇÃO

A educação exige os maiores cuidados,


porque influi sobre toda a vida.
Sêneca1

O presente material parte de uma das atividades previstas no Programa de


Desenvolvimento Educacional - PDE e contempla uma proposta de trabalho, ou
seja, um material didático-pedagógico visando intervenção pedagógica na escola.
Um olhar enquanto, pedagoga/educadora, sobre a prática pedagógica
desenvolvida no Curso de Formação de Docentes, evidencia que o planejamento
elaborado pelos futuros educadores, na maioria das vezes, vem ocorrendo de forma
mecânica visando a atender um aspecto burocrático. Os conteúdos são planejados e
selecionados, apenas com o auxilio do livro didático. Ou seja, um planejamento que
não atende as expectativas da disciplina Prática de Formação, uma vez que esta,

[...] deve proporcionar ao aluno em formação a condição de refletir


teórico e praticamente sobre a ação docente. Considerando que esta
reflexão deve partir de elementos constituintes da prática diária da
ação docente, esta disciplina não deixa de se constituir em um
espaço de pesquisa (PARANÁ, 2008. p. 228).

Segundo orientações gerais estabelecidas,

[...] o encaminhamento da Prática deve proporcionar ao aluno uma


preparação teórico-metodológico de pesquisa que possibilite o olhar
cientifico para o objeto em análise, a educação, uma vez que a ação
educativa é uma intervenção na realidade que deve se dar de forma
consciente, cognoscente e cientifica (PARANÁ, 2008, p. 229).

Diante do quadro delineado, o estudo sobre o planejamento de ensino se


coloca necessário enquanto objeto de estudo/pesquisa e intervenção na escola.
O planejamento de ensino é o caminho para realização da prática educativa.
Nesse sentido, deve ser pensado e organizado, de tal forma que encaminhe o
professor ao alcance dos objetivos propostos, ou seja, apreensão do conhecimento
pelos educandos.
1
Disponível em: <https://pensador.uol.com.br/frases_sobre_educacao/> Acesso em 01. out. 2016.
Elaborar um planejamento de ensino significa levar em consideração
princípios (filosóficos, epistemológicos e didático-pedagógicos), uma vez que este
nos remete à organização do trabalho educativo. Diante do exposto, questiona-se: O
planejamento de ensino ao ser elaborado pelos futuros educadores tem como
referência o projeto político pedagógico e a proposta curricular da instituição escolar,
na qual irão atuar? Em que bases teórico-metodológicas se sustentam? Tal
questionamento exige estudos e investigação voltados à intervenção na escola,
suscitando para tanto a elaboração de um material didático. Dentre as alternativas
de material a ser construído, o Caderno Pedagógico se apresenta como uma
ferramenta capaz de instrumentalizar o docente para um trabalho pedagógico crítico.
Trata-se de um material composto por várias Unidades Didáticas, centrada em um
tema específico, em que contem fundamentação teórica com as respectivas
sugestões de atividades a serem desenvolvidas.
A Implementação via Caderno Pedagógico ocorrerá no Colégio Estadual Ary
João Dresch – Ensino Fundamental, Médio, Normal e Profissional, tendo como
público alvo, os alunos da terceira série do Curso de Formação de Docentes na
disciplina de Prática de Formação.
Propiciar estudos acerca do tema Planejamento de Ensino, cujo titulo é
“Planejamento de Ensino na Perspectiva Histórico-Crítica: uma intervenção
pedagógica, na disciplina de Prática de Formação2, no Curso de Formação de
Docentes” envolverá quatro momentos, conforme objetivos a seguir elencados:

CONCEPÇÕES E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS E A EDUCAÇÃO


BRASILEIRA

 Efetuar um estudo das concepções e tendências pedagógicas que marcaram


a educação brasileira historicamente para uma revisão do trabalho
pedagógico.

A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: PRESSUPOSTOS TEÓRICO-


METODOLÓGICOS

2 Deliberação 010/99 do CEE, artigo 10, alínea “b”, do inciso II, refere-se ao Estágio Supervisionado
como Prática de Formação (PARANÁ, 1999).
 Caracterizar a Pedagogia Histórico-Crítica, pressupostos que a sustenta,
enquanto suporte teórico metodológico, para elaboração e execução do
planejamento de ensino.

ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO;


PROPOSTA CURRICULAR DO CURSO E PLANO DE TRABALHO
DOCENTE

 Identificar os documentos norteadores das práticas educativas: PPP; PDT e


Proposta Curricular, visando à articulação destes ao planejamento de ensino,
quando de sua elaboração e execução.

O PLANEJAMENTO DE ENSINO NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA

 Elaborar o planejamento de ensino para atuação docente na disciplina de


Prática de Formação, levando em consideração a Pedagogia Histórico-Crítica.
Caros alunos,

Este Caderno Pedagógico, pensando em vocês foi elaborado com


todo o cuidado e fundamentação. Espera-se que esta proposta contemplando
indicações referências, sugestão de leituras e atividades possam subsidiá-los
para que, durante a vossa caminhada de formação e quando do exercício
profissional, ou seja, em suas práticas pedagógicas, realizem um trabalho
educativo na perspectiva histórico-crítica.

Bom Estudo,

Professora: Gleyde Pereira Freire Bono


PDE-2016
Para iniciar os estudos, sugere-se
conhecer a biografia de SAVIANI.

Dermeval Saviani (1944 - ...)3

Dermeval Saviani

Graduado em filosofia pela PUC-SP em 1966, é doutor em filosofia da


educação (PUC-SP, 1971) e livre-docente em história da educação na Unicamp
desde 1986, tendo realizado estágio sênior (pós-doutorado) nas universidades
italianas de Pádua, Bolonha, Ferrara e Florença, em 1994 a 1995. De 1967 a
1970, lecionou filosofia, história, história da arte e história e filosofia da educação
nos cursos colegial e normal. Desde 1967, é professor de graduação e pós-
graduação no ensino superior. Autor de 15 livros, 33 capítulos de livros, 38
prefácios de livros e 130 artigos em revistas nacionais e internacionais, orientou
37 dissertações de mestrado e 47 teses de doutorado, concluindo 17 projetos de
pesquisa. Foi membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo,
coordenador do Comitê de Educação do CNPq, coordenador de pós-graduação
na UFSCar, na PUC-SP e na Unicamp e diretor-associado da Faculdade de
Educação (FE) da Unicamp. Foi coordenador-geral do Grupo Nacional de Estudos
e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil" (HISTEDBR) e professor
titular colaborador da USP. Foi condecorado com a medalha do mérito
educacional do Ministério da Educação4.

3
Fonte: www.diadiaeducação.pr.gov.br
4
Disponível em: <http://www.unicamp.br/unicamp/imprensa/premios-e-distincoes/professor-
emerito/dermeval-saviani > Acesso em: 11 ago. 2016.
2. UNIDADE I: CONCEPÇÕES E TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS
E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

ara uma leitura crítica sobre o planejamento de ensino, efetuado


pelos futuros educadores e executado nas instituições de ensino,
objetivando identificar o suporte teórico que o sustenta, há que se
recorrer à literatura, buscando um referencial teórico produzido na área. Nesse
sentido, as teorias educacionais e respectivas tendências pedagógicas que
marcaram a educação brasileira, ainda que de forma sintética, serão aqui
retomadas.
O exercício da prática pedagógica passa pela compreensão de Pedagogia,
enquanto uma grande área do conhecimento.

A pedagogia investiga a natureza das finalidades de educação como


processo social, no seio de uma determinada sociedade, bem como
metodologias apropriadas para a formação dos indivíduos, sendo em
vista seu desenvolvimento humano para tarefas na vida em
sociedade (LIBÂNEO, 1993, p. 24).

A partir dessa concepção, pode-se dizer que a prática educativa é intencional


no processo de formação humana.
Desde os primórdios, há indícios de que a educação não se apresentava
sistematizada, mas sim via formas elementares de instrução como os rituais de
iniciação à vida adulta. Contudo, não há a pretensão aqui de se deter sobre “[...]
educação não intencional que se refere às influências do contexto social e do meio
ambiente sobre os indivíduos” (LIBÂNEO, 1993, p. 17, grifos do autor), mas da
educação organizada de forma sistemática e intencional em que há intenções e
objetivos definidos conscientemente, cujo espaço para que ocorra, é a escola.
A educação brasileira,

[...] desenvolveu-se, principalmente, por influencia da pedagogia


católica (a pedagogia tradicional de orientação religiosa), com os
jesuítas, que, praticamente, exerceram o monopólio educacional até
1759, quando foram expulsos por Pombal (SAVIANI, 2008b, p. 88).
Saviani (2008a) ao trazer para o centro das discussões a educação, em sua
obra Escola e Democracia o faz retomando as teorias pedagógicas e nessa análise,
a questão da marginalidade5 social.
O autor classifica as teorias educacionais enquanto: Teorias não críticas,
Teorias crítico-reprodutivistas e Teorias Críticas. No primeiro grupo: Teorias não
críticas: Pedagogia Tradicional, Pedagogia Nova e Pedagogia Tecnicista. Essas
teorias, segundo o autor, “[...] entendem a educação como um instrumento de
equalização social, portanto, de superação da marginalidade” (SAVIANI, 2008a, p.
04). Um entendimento de que é a educação que vai corrigir as desigualdades
individuais, levando a uma integração destes na sociedade. Os ignorantes, na
vertente Tradicional, eram os marginalizados, por isso era preciso transformá-los em
esclarecidos para que fossem incluídos na sociedade (SAVIANI, 2008a).
A partir da revolução Francesa propõe-se a universalização do ensino para
retirar os indivíduos da condição de súditos e transformá-los em cidadãos
esclarecidos. Sob a ótica de uma educação leiga inspirada nos princípios liberais,
advoga-se uma educação para todos e um dever do Estado. No entanto, mesmo a
educação sendo apregoada como direito de todos, isso não ocorreu, uma vez que,
com a divisão da sociedade em classes sociais, os mais afortunados continuam a
ser privilegiados. Nessa perspectiva, preparar intelectualmente o educando para
assumir seu lugar na sociedade, adaptando-se a ela, constituía papel da escola.
Que modelo de organização do trabalho pedagógico se delineia nessa
vertente? Organizar o trabalho educativo, ou seja, planejar, tendo como suporte
teórico a Pedagogia Tradicional, constituía em organizar atividades de ensino, a
partir do rol de conhecimentos determinados pelos órgãos competentes.
Perpassado pelo método expositivo, assentado na proposta de Herbart (1776-1841),
envolvia a preparação; a apresentação, a comparação/assimilação, a generalização
e a aplicação. O professor, centro do processo, detentor e transmissor dos
conhecimentos vistos enquanto fragmentos humanistas da cultura erudita, clássica e
universal, considerados verdades absolutas. Quanto ao educando, um receptor
passivo dos conteúdos, modelos e padrões de conduta moral e intelectual
transmitidos, um ser submisso e subordinado hierarquicamente.

5
“[...] marginalidade cultural e, especificamente, escolar” (SAVIANI, 2008a, p. 05).
Para refletir!

Leia na íntegra a obra: SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia.


Campinas, SP: Autores Associados, 2008.

Assista ao filme Sociedade dos Poetas Mortos.


Disponível em:
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?v
ideo=12517> Acesso em 11. ago. 2016.

A partir desta cena é possível discutir as relações entre metodologia de


ensino e um relacionamento interativo entre professor e aluno.

DURAÇÃO: 5’43”

Em contraposição a essa escola, chega ao Brasil em 1932 a Pedagogia Nova


com o Manifesto dos Pioneiros da Educação, inspirada em John Dewey (1859-
1952), no momento em que o país passava de uma sociedade rural para a
industrializada, guiada pelo ideário de uma sociedade democrática. “Dewey e seus
seguidores reagem à concepção herbartiana da educação pela instrução,
advogando a educação pela ação” (LIBÂNEO, 1993, p. 63). Nessa vertente
pedagógica, o marginalizado é o rejeitado, aquele que tem dificuldades e problemas
na aprendizagem.
A organização de vivências e experiências a partir de temas geradores,
projetos e centro de interesses, permeiam o planejamento de ensino, na vertente
escolanovista. Tendo como método a pesquisa, na tentativa de articular o ensino
com o processo de desenvolvimento da ciência: atividade; definição do problema;
levantamento de dados; formulação de hipóteses e experimentação, o professor tem
o papel de orientador, facilitador no desenvolvimento das potencialidades do
educando. Os conteúdos são selecionados a partir do interesse dos educandos. O
foco está no educando que passa a ser o centro do processo, seus interesses e
necessidades definem o processo educativo. Nesse sentido, a função da escola
passa a ser a preparação do educando para vida.
Para refletir!

Assista ao vídeo: Escola Nova


<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?vid
eo=12517>. Acesso em 17. ago. 2016.

O vídeo retrata o cotidiano de uma escola voltada para o aprendizado pela


experiência.

Produzido por: Univesp TV

Duração: 4‟19”

Com o insucesso da Escola Nova, as reformas do ensino universitário Lei


5540/68 e do ensino médio, Lei 5692/71, decorrentes dos acordos MEC-USAID,
tiveram forte influência para que se instituísse a concepção tecnicista no contexto
educacional (GHIRALDELLI Jr, 2009).
A Pedagogia Tecnicista “[...] inspirada nos princípios de racionalidade,
eficiência e produtividade, advoga a reordenação do processo educativo de maneira
a torná-lo objetivo e operacional” (SAVIANI, 2008a, p. 10). Transporta-se assim para
escola o modelo fabril, com base nos princípios da racionalidade, eficiência e
produtividade. Tendo como foco as técnicas, o marginalizado era o incompetente,
improdutivo.
Planejar passa a ser um processo operacional e de racionalização do ensino
e aprendizagem. Tendo como base o plano curricular e o plano de ensino,
provenientes de esquemas previamente formulados, a ação pedagógica se dá numa
sequência de estratégias e técnicas de ensino.
Quanto ao professor, o autor ainda afirma que, assim como o educando, este
tem um papel secundário que executa e planeja as atividades pré-definidas pelos
especialistas nos livros didáticos. Nessa pedagogia, o importante é fazer. Os
conteúdos são compostos de informações, leis e técnicas selecionados por
especialistas na organização dos livros didáticos. Lembrando que “[...] boa parte dos
livros didáticos em uso nas escolas são elaborados com base na tecnologia da
instrução” (LIBÂNEO, 1993, p. 68).
À escola cabia, portanto, preparar mão de obra eficiente visando ao
desenvolvimento industrial, econômico e social.
Para refletir!

Assista ao trecho do Filme: Tempos Modernos – Charles Chaplin


<http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17301>
Acesso em 17. ago. 2016.

Nesse trecho, o operário Carlitos se envolve em inúmeras confusões


relacionadas ao seu trabalho. O diretor satiriza o controle do corpo, a
exploração da mão de obra operária.

Duração: 9‟ 12”.

Outro grupo, as Teorias crítico-reprodutivistas, contemplam: a Teoria do


Sistema de Ensino como Violência Simbólica, Teoria da Escola como Aparelho
Ideológico de Estado (AIE) e Teoria da Escola Dualista. Essas teorias “[...] entendem
a educação como instrumento de discriminação social, logo, um fator de
marginalização” (SAVIANI, 2008a, p. 04). Coloca a sociedade como determinante
em relação à escola e ainda denuncia ser a educação a reprodutora da
marginalização, reforçando as ideologias postas pelo sistema capitalista. É nesse
grupo que o problema da marginalidade deixa de ser da educação e passa a ser,
dos “[...] condicionantes sociais”, ou seja, da sociedade (SAVIANI, 2008a, p.13).
Mas, como essa teoria não se trata de uma pedagogia, não propõe práticas
educativas.

Para refletir

Assista ao vídeo: Pierre Bourdieu: Conceito de Capital Cultural.


<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=13071>
Acesso em 17. ago. 2016.

Produção: TV UNIVESP

Este vídeo apresenta o conceito de Capital Cultural proposto por Pierre Bordieu,
o qual estabelece relações entre educação e as classes sociais dos alunos.
Duração: 4‟53”
Após realizar uma reflexão acerca das concepções e tendências
pedagógicas, Saviani (2008a), enuncia que o importante é garantir a ênfase nos
conteúdos de ensino. Percebe-se que a classe que domina por meio de ideologias
impostas ao dominado, acaba por não garantir a aquisição desses conteúdos e
ainda diminuem a escolarização. O autor escreve, “[...] o dominado não se liberta se
ele não vier a dominar aquilo que os dominantes dominam. Então, dominar o que os
dominantes dominam é condição de libertação” (SAVIANI, 2008a, p. 45).
Para além dos métodos tradicionais e novos, que não valoriza os interesses
populares e que são indiferentes ao que acontece no interior da escola, está a
Pedagogia Histórico-Crítica preconizando métodos de ensinos capazes de vincular
educação e sociedade. Tais métodos:

[...] estimularão a atividade e iniciativa dos alunos sem abrir mão,


porém, da iniciativa do professor; favorecerão o diálogo dos alunos
entre si e com o professor, mas sem deixar de valorizar o diálogo
com a cultura acumulada historicamente; levarão em conta os
interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o
desenvolvimento psicológico, mas sem perder de vista a
sistematização lógica dos conhecimentos, sua ordenação e gradação
para efeitos de processo de transmissão-assimilação dos conteúdos
cognitivos (SAVIANI, 2008a, p. 56).

A compreensão crítica está na formação de um sujeito que supera a


consciência ingênua que, imbuído de uma consciência crítica, torna-se sujeito de
suas ações.
O quadro delineado evidencia que, para a Pedagogia Histórico-Crítica, a
função social da escola é transmitir os conteúdos referentes aos conhecimentos
produzidos e acumulados pela humanidade, dando condições para criação de novos
conhecimentos. O planejamento de ensino nessa perspectiva teórica possibilita
articular educação, trabalho e sociedade, propiciando ao aluno uma ascensão do
senso comum à consciência filosófica.
2.1 REVISANDO

TEORIAS NÃO-CRÍTICAS

ESCOLA TRADICIONAL
Marginalizado: ignorante de conhecimento enciclopédico;
Foco: professor/conteúdo;
O mais importante: aprender;
Planejamento: organizar atividades de ensino, a partir do rol de
conhecimentos determinados pelos órgãos competentes;
Conteúdo: fragmentos da cultura erudita, clássica e universal,
considerados verdades absolutas;
Método: método expositivo: preparação; apresentação,
comparação/assimilação; generalização e aplicação.
Professor: centro do processo, detentor e transmissor dos
conhecimentos;
Aluno: receptor passivo dos conteúdos.

ESCOLA NOVA
Marginalizado: ditos "anormais";
Foco: aluno;
O mais importante: aprender a aprender;
Planejamento: organização de vivências e experiências a partir de temas
geradores, projetos e centro de interesses;
Coteúdo: selecionados a partir do interesse dos educandos;
Método: a pesquisa, na tentativa de articular o ensino com o processo de
desenvolvimento da ciência: atividade; definição do problema;
levantamento de dados; formulação de hipóteses e experimentação;
Professor: facilitador do processo ensino e aprendizagem;
Aluno: seu interesse e necessidade define o processo educativo.

ESCOLA TECNICISTA
Marginalizado: o improdutivo;
Foco: nas técnicas;
O mais importante: aprender a fazer;
Planejamento: processo operacional e de racionalização do ensino e
aprendizagem
Conteúdo: selecionado por especialistas na organização dos livros
didáticos;
Métododo: sequência de estratégias e técnicas de ensino;
Professor: papel secundário que executa e planeja as atividades pré-
definidas;
Aluno: mero receptor.
TEORIAS CRÍTICO-REPRODUTIVISTAS

Teoria do Sistema de Ensino como Violência Simbólica; Teoria da


Escola como Aparelho Ideológico de Estado (AIE); Teoria da Escola
Dualista.
Essas teorias não apresentam uma pedagogia, não propõem
práticas educativas.
“[...] entendem a educação como instrumento de discriminação social,
logo, um fator de marginalização” (SAVIANI, 2008a, p. 04).
2.2 ATIVIDADES

1. Segue algumas questões de concursos públicos referente ao tema estudado:

1.1 Com relação aos pressupostos históricos das tendências pedagógicas no


Brasil, distinguiram-se a Pedagogia Progressista e a Pedagogia Liberal de
educação. Assinale a alternativa que apresente apenas tendências
pedagógicas que se inserem na perspectiva da Pedagogia Progressista.

a. ( ) Liberal, Libertadora e Tecnicista.


b. ( ) Liberal tradicional, Liberal não-diretiva e Libertária.
c. ( ) Tecnicista, Liberal tradicional e Liberal não-diretiva.
d. ( ) Libertadora, Libertária e Crítico-social dos conteúdos.
e. ( ) Construtivismo, Sociointeracionismo e Pedagogia Histórico Crítica.

(Concurso Público-Pedagogo- UEM/2013)

1.2 Leia atentamente as afirmações antes de assinalar a resposta que


considerar correta.

I. A passagem da concepção a-histórica das Teorias Crítico Reprodutivistas para


uma concepção crítico dialética das Teorias Críticas justifica-se pela necessidade
de compreensão da educação em seu desenvolvimento histórico objetivo
articulado a uma proposta pedagógica com vistas à transformação social.
II. O paradoxo vivido na contemporaneidade pela hipertrofia das escolas, pela
ampliação do tempo de permanência na instituição como pela antecipação de seu
início, e pela educação escolar como forma dominante e, ao mesmo tempo,
secundarizada, ou seja, de que não é somente por meio dela que se educa,
encontra respostas no movimento de defesa da especificidade da escola pela
Pedagogia Dialética, melhor dizendo, Pedagogia Histórico Crítica.
III. Na sociedade capitalista, a socialização do conhecimento atende aos interesses
dominantes. Em tal contexto, a escola é priorizada pelo cuidado com os
conteúdos e por ações direcionadas a atenuar os problemas suscitados pela
divisão de classes. Os trabalhadores devem ter instrução suficiente para o
ingresso e para a permanência no processo produtivo, contribuindo assim para o
desenvolvimento das forças produtivas e para a consequente manutenção da
unidade social.
a. ( ) As afirmativas I e III .
b. ( ) Todas as afirmativas.
c. ( ) Somente as afirmativas I e II.
d. ( ) Todas as afirmativas estão erradas.
e. ( ) Somente a afirmativa III.
(Concurso Público-Pedagogo- UEM/2013)
2. Faça uma leitura da Unidade I - “CONCEPÇÕES E TENDÊNCIAS
PEDAGÓGICAS E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA”, bem como a obra Escola e
Democracia-SAVIANI;

2.1 Tire suas dúvidas com a professora;

2.2 Realização da BANCA referente aos estudos desta unidade.

Apresentação do Trabalho de Prática de Formação (Estágio Supervisionado),


Referente à Obra de Dermeval Saviani - Escola e Democracia. Campinas, SP:
Autores Associados, 2008.
ALUNO (A): ________________________________n_____ série_______ data _______Valor: ______

1 – APRESENTAÇÃO DO (A) ALUNO (A)


( Valor – _____)

a. ( ) apresenta o livro______________________________________________________________
b. ( ) referencia o autor – texto _______________________________________________________
c. ( ) voz audível __________________________________________________________________
d. ( ) postura durante a apresentação __________________________________________________
e. ( ) uso adequado do uniforme ______________________________________________________
f. ( ) controle emocional_____________________________________________________
g. ( ) uso adequado da linguagem __________________________________________________
h. ( ) relaciona com as aulas, conteúdos e observações ____________________________________
i. ( ) clareza nas explicações/ compreensão _____________________________________________

2 – FUNDAMENTOS TEÓRICOS
( Valor - ______)

2.2 Cap. 1 - As Teorias da Educação e o Problema da Marginalidade (aspectos a serem


abordados).

a. ( ) O problema
b. ( ) As teorias não-críticas
c. ( ) As teorias crítico-reprodutivistas
d. ( ) Para uma teoria crítica da educação
e. ( ) PostScript

2.2.1 QUESTIONAMENTOS (banca examinadora/escolher 2 ou 3 e questões).

a. ( ) Quais as teorias não-críticas?


b. ( ) Na pedagogia tradicional quem é o marginalizado?
c. ( ) Na pedagogia nova quem é o marginalizado?
d. ( ) Na pedagogia tecnicista quem é o marginalizado?
e. ( ) Quais as teorias crítico-repodutivistas?
f. ( ) Em que consiste a Teoria do sistema de ensino como violência Simbólica( Passeron e Bourdieu)?
g. ( ) Em que consiste a Teoria da escola como Aparelho Ideológico?
h. ( ) Em que consiste a Teoria da escola dualista?
i. ( ) Qual o papel de uma teoria crítica da educação?

2.2.2. O que significa educação compensatória?


2.3 Cap. 2 - Escola e democracia I - A Teoria da Curvatura da Vara (aspectos a serem
abordados)

a .( ) O homem livre
b. ( ) A mudança de interesses
c. ( ) A falsa crença da escola nova
d. ( ) Ensino não é pesquisa
e. ( ) A escola nova não é democrática
f. ( ) Escola Nova: a hegemonia da classe dominante

2.3.1 QUESTIONAMENTOS (banca examinadora/escolher 2 ou 3 e questões)

a. ( ) Quais as teses elencadas pelo autor?


b. ( ) Quanto à primeira tese (filosófico-histórico) explique em que consiste o caráter da pedagogia da
essência e o caráter da pedagogia da existência.
c. ( ) Caracterize a terceira tese a escola nova não é democrática.
d. ( ) Explique em que consiste a Teoria da Curvatura da Vara.

2.4 Cap. 3 - Escola e democracia II – Para Além da Teoria da Curvatura da Vara (aspectos a serem
abordados)

a. ( ) Pedagogia nova e pedagogia da existência


b. ( ) Para além das pedagogias da essência e da existência
c. ( ) Para além dos métodos novos e tradicionais
d. ( ) Para além da relação autoritária ou democrática na sala de aula
e. ( ) Conclusão: a contribuição do professor

2.4.1 QUESTIONAMENTOS (banca examinadora/escolher 2 ou 3 e questões)

a. ( ) Qual o objetivo de Saviani para a inflexão da vara (Lênin)?


b. ( ) Por que Saviani diz que o conteúdo revolucionário da pedagogia da essência é histórico?
c. ( ) Quais os momentos do método propostos por Saviani?

3. OBSERVAÇÕES

BANCA EXAMINADORA:

GLEYDE PEREIRA FREIRE BONO/PROFESSORA DE PRÁTICA DE FORMAÇÃO


3. UNIDADE II: A PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: PRESSUPOSTOS
TEÓRICO-METODOLÓGICOS.

Pedagogia Histórico-Crítica conclama uma educação, visando a


superar a visão crítico-reprodutivista, uma teoria que se revela
crítica aos mecanismos educacionais, contudo, não propõe uma
pedagogia.
Quanto à denominação histórico-crítica, o autor a cunhou, procurando “[...]
reter o caráter crítico de articulação com os condicionantes sociais que a visão
reprodutivista evidencia, vinculado, porém, à dimensão histórica que o
reprodutivismo perde de vista” (SAVIANI, 2008b, p. 70). A educação ao mesmo
tempo em que é influenciada, também influencia a sociedade.
Para o autor, a natureza da educação passa pela compreensão da natureza
humana. O que diferencia o homem do animal é o trabalho. O homem mentaliza
antecipadamente a ação. Essa mentalização denomina-se trabalho não material. A
educação, atividade essencialmente humana, constitui trabalho não material, uma
vez que, o produto não se separa do produtor. Saviani (2008b) ao referir-se à aula,
argumenta que esta é produzida (professor) e consumida (educando)
simultaneamente.
Sendo assim, há de que se esclarecer:

[...] a especificidade da educação como referida aos conhecimentos,


ideias, conceitos, valores, atitudes, hábitos, símbolos sob aspecto de
elementos necessários à formação da humanidade em cada
individuo singular, na forma de uma natureza, que se produz,
deliberada e intencionalmente, através de relações pedagógicas
historicamente determinadas que se travam entre os homens
(SAVIANI, 2008b, p. 22).

A escola é o local para que a aprendizagem significativa ocorra. Para tanto


se faz necessário que o professor efetue a transmissão dos conteúdos, de forma
crítica e contextualizada, levando o aluno a participar ativamente do processo
democrático social, ou seja, ao professor cabe a realização de um trabalho
educativo, cujo suporte teórico-metodológico recorra a uma concepção crítica de
educação, no caso, a pedagogia histórico-crítica.
Tendo como bases teóricas, os clássicos da filosofia, Saviani (2008b) enfatiza
estar em Marx, no materialismo histórico-dialético a contribuição fundamental à
constituição da Pedagogia Histórico-Crítica. A dialética trata de movimentos de
transformações. Neste sentido,

[...] materialismo histórico, que é justamente a concepção que


procura compreender e explicar o todo desse processo, abrangendo
desde a forma como são produzidas as relações sociais e suas
condições de existência até a inserção da educação nesse processo
(SAVIANI, 2008b, p. 141).

A materialidade se dá na organização dos homens em sociedade, que por


sua vez se constrói nos modos de produção para sua sobrevivência e perpetuação.
Cabe ressaltar que a dialética na “Grécia antiga, se apresenta como a arte do
diálogo. Aos poucos, passou a ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por
meio de argumentação capaz de definir e distinguir claramente os conceitos
envolvidos na discussão” (KONDER, 2008, p. 07).
A Pedagogia Histórico-Crítica recorre à dialética, concebendo o homem
como um ser social determinado e determinante da sociedade. A educação é
fundamental, nesse sentido. Agindo sobre os sujeitos da prática de forma indireta e
mediata, transforma a sociedade. “O movimento dialético parte da síncrese (uma
realidade empírica), por meio da mediação (reflexões, análises e teorias) chegando
à síntese (objeto concreto, sistematizado)” (SAVIANI, 2008b, p. 59).
Ao discutir a Pedagogia Histórico-Crítica, Saviani (2008b) postula que há
muitos desafios teóricos que requerem maior elaboração, dentre esses aspectos a
psicologia é o elemento que envolve maior grau de desenvolvimento e de
sistematização, na busca de um referencial teórico que sustente a Pedagogia
Histórico Crítica, o autor recorre à Psicologia Histórico-Cultural.
Para refletir!
Leia com atenção as observações a seguir:

HISTÓRICO-CRÍTICA (SAVIANI, Dermeval )


Homem Sujeito histórico, síntese de múltiplas relações sociais.

Relação professor- Professor mediador, possibilitar o acesso do aluno à ciência


aluno (objeto de conhecimento)
Conhecimento Produção histórico-social. Produção de novos
conhecimentos pressupõe a superação dos anteriores.

Educação Formação de sujeitos conscientes de sua ação


transformadora na construção de uma nova sociedade.

Escola Fornecer acesso aos conhecimentos historicamente


acumulados, para uma participação organizada, autônoma e
crítica no meio social.

Ensino Processo de reflexão-ação sobre a realidade. Apropriação,


socialização e produção do saber.

Aprendizagem Instrumentalização política fazendo do conhecimento um


componente do processo de cidadania.

Currículo Conjunto de atividades nucleares da escola.

Conteúdo Culturas, universais, avaliados permanentemente face á


realidade social.

Método Histórico-crítico (dialético) prática social; problematização;


instrumentalização; catarse e prática social.

Avaliação Tomada de decisão a partir de um conjunto de avaliações.

Fonte: Curso PDE: Processo de Ensino e Aprendizagem (SANTOS, N.O.B, 2016).


3.1.1 REVISANDO

* Saviani cunhou essa denominação, procurando “[...] reter o caráter crítico


de articulação com os condicionantes sociais que a visão reprodutivista
evidencia, vinculado, porém, à dimensão histórica que o reprodutivismo
perde de vista” (SAVIANI, 2008b, p. 70).

* A educação ao mesmo tempo em que é influenciada, também influencia a


sociedade.

* Tem como bases teóricas, os clássicos da filosofia, Saviani (2008b)


enfatiza estar em Marx, no materialismo histórico-dialético, a contribuição
fundamental à constituição da Pedagogia Histórico-Crítica.

* Visando estabelecer bases psicológicas que pudessem contribuir para


Pedagogia Histórico-Crítica, Scalcon (2002) aprofundou seus estudos no
que se refere à perspectiva histórico-cultural, elaborada por Vygotsky e
colaboradores, apontando que nessas duas teorias há uma correlação, o
materialismo histórico dialético.

* O professor tem um papel fundamental, interferir na zona de


desenvolvimento proximal dos educandos, possibilitando avanços que não
ocorreriam de forma espontânea.

* O método dialético assegura ser a aprendizagem que viabiliza o


surgimento dos processos psicológicos internos, e que estes ocorrem
graças à interação do indivíduo com o ambiente cultural, mediatizada pelos
instrumentos históricos do ser humano.
3.1.2 ATIVIDADES

1.Segue algumas questões de concursos públicos referente ao tema estudado:

 Diante da ampliação das situações de indisciplina na escola e da


violência na sociedade, as formas de tratamento destes problemas na
escola são diversas e relacionam-se aos pressupostos teórico-
metodológicos que orientam as práticas dos profissionais da educação.

I. Considerar as situações de violência como manifestações das práticas sociais,


problematizando-as na abordagem dos conteúdos do currículo básico, os quais
promoverão um nível mais elaborado (científico) de compreensão do fenômeno.
II. Abordar os problemas do cotidiano, como ponto de chegada das atividades
desenvolvidas pelos alunos, a fim de desenvolver as habilidades e competências
voltadas à atuação coerente com os princípios da cultura da paz.
III. Constatar a impossibilidade de a percepção humana captar empiricamente a
essência do fenômeno violência, levando à valorização da abstração, por meio da
apropriação/reelaboração dos conhecimentos constituídos historicamente, como
parte essencial da relação ensino-aprendizagem.
IV. Valorizar os conteúdos, entendidos como imprescindíveis à compreensão dos
fenômenos científicos e ao desencadeamento de atitudes de indiferença às
questões da vivência dos alunos.

De acordo com a perspectiva da pedagogia histórico-crítica, estão corretas apenas


as afirmativas:
a. ( ) I e II.
b. ( ) I e III.
c. ( ) III e IV.
d. ( ) I, II e IV.
e. ( ) II, III e IV.

(Concurso Público Do Magistério Do Paraná – Seap – 05/12/04)

 Uma teoria pedagógica é um conjunto de leis que procura explicar,


compreender ou revelar o fenômeno educativo numa determinada
cultura ou sociedade. A respeito da Pedagogia histórico-crítica é
CORRETO afirmar que trata-se de uma teoria que:

I. descreve a prática educativa em termos de causação funcional.


II. estabelece o primado da prática sobre a teoria. Isto é, a prática determina a teoria.
III. privilegia o sujeito, a subjetividade na construção do conhecimento.
IV. busca apreender a questão educacional a partir do desenvolvimento histórico-
objetivo.

Estão corretas:

a. ( ) Todas as assertivas.
b. ( ) Todas as assertivas são falsas.
c. ( ) Somente a assertiva IV.
d. ( ) Somente as assertivas II, III e IV.
(Concurso Público Professor Nível II-Copese/2013)

 Pedagogia Histórico-Crítica é sinônimo de:

I. Dialética Negativa
II. Pedagogia Dialógica
III. Pedagogia Dialética-Materialista
IV. Pedagogia Dialético-Idealista

Estão corretas:

a. ( ) Apenas o item I.
b. ( ) Apenas o item III.
c. ( ) Apenas os itens II e III.
d. ( ) Apenas os itens II e IV.
(Concurso Público Professor Nível II-Copese/2013)

2. Utilizando a técnica do Quadro Enigmático produza uma síntese (no mínimo


15 linhas), sobre a PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA. Seu texto deverá
envolver todas as palavras do quadro:

método educação aluno professor

escola conhecimento ensino

homem Saviani aprendizagem

Fonte: Curso PDE: Processo de Ensino e Aprendizagem, SANTOS, N.O.B, 2016


3.2 ARTICULAÇÃO PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA E PSICOLOGIA
HISTÓRICO-CULTURAL

Visando a estabelecer as bases psicológicas que pudessem contribuir para


Pedagogia Histórico-Crítica, Scalcon (2002) aprofundou seus estudos no que se
refere à perspectiva histórico-cultural, elaborada por Vygotsky e colaboradores,
apontando que nessas duas teorias há uma correlação, o materialismo histórico
dialético.

[...] as concepções de Marx e Engels sobre o trabalho e o uso de


instrumentos, a sociedade e a interação dialética entre o homem e a
natureza que constituem as bases das principais teses da
perspectiva histórico-cultural e, consequentemente, de uma
psicologia em que o desenvolvimento humano é fruto da interação do
organismo individual com o meio físico (SCALCON, 2002, p. 51).

Quanto à filosofia e à epistemologia que sustenta a perspectiva histórico-


cultural, Scalcon enfatiza:

[...] o homem é um ser histórico que se constrói através de suas


relações com o mundo natural e social. Mais do que isso, é um
homem que se diferencia como espécie pela capacidade de
transformar a natureza através do trabalho, por meio de instrumentos
por ele mesmo criado e aperfeiçoado ao longo do desenvolvimento
histórico humano (SCALCON, 2002, p. 51).

Essas observações demonstram que essa concepção de homem como


produto e produtor das condições materiais de vida no processo do desenvolvimento
humano reforça que o homem partiu do social para o individual, constituindo-se nas
relações naturais e sociais, explicitando assim a necessidade da mediação. O
conhecimento, portanto, na perspectiva histórico-cultural “[...] é construído na
interação sujeito-objeto a partir de ações socialmente mediadas” (SCALCON, 2002,
p. 51).
A psicologia histórico-cultural vê a educação como sua principal preocupação,
no que diz respeito ao desenvolvimento e a aprendizagem, e a escola é o espaço
que oportuniza acesso ao conhecimento cultural e cientifico produzido pela história
social da humanidade. Além disso, o conhecimento científico não é um processo
natural, decorrem do desenvolvimento das funções psicológicas superiores 6. Assim,
entende-se que o desenvolvimento dos conceitos científicos está ligado à mediação
do professor entre os conceitos espontâneos e as formas superiores de
conhecimento (SCALCON, 2002). Constata-se, portanto, que o processo de
mediação ocorre na zona de desenvolvimento proximal.
A zona de desenvolvimento proximal diz respeito ao caminho que o indivíduo
percorre para desenvolver funções que ainda não consegue realizar de forma
autônoma e que serão consolidadas no nível de desenvolvimento real. Trata-se de
“[...] um domínio psicológico em constante transformação: aquilo que uma criança é
capaz de fazer com a ajuda de alguém hoje, ela conseguirá fazer sozinha amanhã”
(OLIVEIRA, 2010, p. 62).
O professor, portanto, tem um papel fundamental, qual seja: interferir na zona
de desenvolvimento proximal dos educandos, possibilitando avanços que não
ocorreriam de forma espontânea.
Nesse sentido, a escola constitui o espaço capaz de determinar o
desenvolvimento psicológico. E o processo educativo, na perspectiva histórico-
cultural:

[...] é determinante do desenvolvimento psicológico do educando.


Não restam dúvidas, então, de que os fenômenos educacionais
sejam analisados numa visão psicopedagógica, logo, numa visão
científica de homem (SCALCON, 2002, p. 51).

Com base nesse entendimento, cabe esclarecer que:

[...] o planejamento de ensino, os objetivos, os conteúdos, a


metodologia, a avaliação, os recursos, a disciplina, a relação
professor-aluno, aluno-aluno e escola e sociedade, quando
agregados numa mesma unidade, devem também ser
consubstanciado pela concepção psicológica histórico-crítica
(SCALCON, 2002, p. 133-134).

Dessas acepções, pode-se ressaltar que o método dialético assegura ser a


aprendizagem que viabiliza o surgimento dos processos psicológicos internos e que
estes ocorrem graças à interação do indivíduo com o ambiente cultural, mediatizada
pelos instrumentos históricos do ser humano.

6 “Funções psicológicas superiores são aqueles que caracterizam o funcionamento psicológico


tipicamente humano: ações conscientemente controladas, atenção voluntária, memorização ativa,
pensamento abstrato, comportamento intencional” (OLIVEIRA, 2010, p. 23).
Cabe evidenciar, portanto, que o exercício do planejamento na perspectiva
crítica, a ser trabalhado com os futuros educadores e discutido nesse projeto, terá
como base a Psicologia Histórico-Cultural e a Pedagogia Histórico-Crítica, correntes
teóricas que se articulam, sustentação dos documentos institucionais: Projeto
Político Pedagógico e Proposta Curricular do Curso.

Para refletir!

Leia a obra: SCALCON, Suze. À procura da unidade psicopedagógica:


articulando a psicologia histórico-cultural com a pedagogia histórico-crítica.
Campinas, SP. Autores Associados, 2002.

Leia os artigos:
(EVENTOS) O Trabalho Educativo: contribuições da teoria histórico-
cultural e da pedagogia histórico-crítica- Nilva de Oliveira Brito dos
Santos – UNESPAR-FAFIPA e João Luiz Gasparin UEM/PDE- 2012

CONTRIBUIÇÕES DA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CULTURAL PARA


ALFABETIZAÇÃO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.
UNESP, 2012. Fátima Aparecida de Souza Francioli.
3.2.1 REVISANDO

ABORDAGENS PSICOLÓGICAS DE ACORDO COM ROSELI FONTANA E


NAZARÉ CRUZ
OBRA: Psicologia e Trabalho Pedagógico (1997)
TEÓRICOS METODOS PRINCIPIOS CONCLUSÕES INFLUÊNCIA NA
TEÓRICOS DOS ESCOLA
TEÓRICOS
Abordagem Lev Investigação Formar O Muitos conceitos de
histórico- Semenovitch experimental, cidadãos desenvolvimento Vigotski são
cultural Vigotski para conhecer a competentes, do psiquismo é propostos para o
(sec. XX) (1896-1934) história do autônomos e histórico e desenvolvimento
desenvolvimento participativos, social/cultural, da trabalho
das FPS que sejam mediado pelo uso pedagógico, como:
(funções capazes de se dos instrumentos mediação, zona de
psicológicas adaptar aos e dos signos desenvolvimento
superiores) desafios desenvolvidos rela (ZDR) e zona
-memória lógica; colocados pela historicamente de
-pensamento realidade. O pela humanidade. desenvolvimento
verbal; conhecimento é O uso dos proximal (ZDP),
-atenção resultado do instrumentos função dos
voluntária; processo de modifica o instrumentos e
-linguagem. construção, funcionamento signos, definição de
modificação e externo dos conceitos
reorganização homens, espontâneos e
utilizado pelos enquanto os conceitos
alunos para signos modificam científicos, funções
assimilar e internamente, psicológicas
interpretar os agindo superiores (FPS).
conteúdos diretamente no Mas nem sempre
escolares. desenvolvimento estes conceitos são
das FPS. È a interpretados
aprendizagem corretamente, pois
que promove o esquecem que para
desenvolvimento compreende-los é
da criança e é na preciso conhecer a
escola, pela base da teoria do
mediação, que a materialismo
criança aprende histórico dialético
os conceitos que fundamentou a
científicos teoria histórico-
cultural,
desenvolvida por
Vigotski.

PDE- DISCIPLINA: Fundamentos Pedagógicos e Psicológicos da Educação Profª Dra.


Fatima Aparecida de Souza Francioli
3.2.2 ATIVIDADE

1. Segue algumas questões de concursos públicos referente ao tema


estudado:

 Acerca da relação aprendizagem e desenvolvimento psicológico nos


postulados teóricos de Vygotsky e Piaget é CORRETO afirmar que para:

I. Piaget aprendizagem e desenvolvimento são processos que ocorrem


separadamente.
II. Vygotsky aprendizagem e desenvolvimento são processos que ocorrem
separadamente.
III. Piaget aprendizagem e desenvolvimento são processos recíprocos,
complementam-se e evoluem paralelamente.
IV. Vygostsky aprendizagem e desenvolvimento são processos interconectados e
mediados dialeticamente.

Estão corretas:

a. ( ) Todas as assertivas.
b. ( ) Nenhuma das assertivas.
c. ( ) Somente as assertivas II e III.
d. ( ) Somente as assertivas I e IV.
(Concurso Público Professor Nível II-Copese/2013)

 A respeito das teorias psicológicas da aprendizagem, relacione os


autores abaixo aos pressupostos didático-pedagógicos derivados de suas
concepções.

1. Skinner
2. Piaget
3. Ausubel
4. Vigotsky

( ) o ensino organiza o conteúdo de forma lógica e hierárquica e em sequências


ordenadas a fim de possibilitar uma aprendizagem significativa dos
conhecimentos prévios do aluno.
( ) o ensino prepara e organiza as contingências de reforço que facilitam a
aprendizagem de comportamentos e esquemas psicológicos esperados.
( ) o ensino centra-se na transmissão oral e na atividade guiada pelo professor para
a apropriação dos conteúdos culturais produzidos pela humanidade.
( ) o ensino centra-se em atividade orientada e organizada para o desenvolvimento
das capacidades cognitivas individuais que proporcione a aprendizagem de
conhecimentos específicos.

Marque a sequência CORRETA.

a. ( ) 1, 2, 3, 4
b. ( ) 2, 4, 1, 3
c. ( ) 3, 1, 4, 2
d. ( ) 4, 3, 2, 1
(Concurso Público Professor Nível II-Copese/2013)
2. Segundo Scalcon (2002), as bases psicológicas de uma teoria educativa são
importantes para compreender como se dá o processo de ensino e
aprendizagem, auxiliando assim o professor em suas práticas educativas. De
acordo com o que foi estudado nesta unidade, encontre 15 palavras-chave
referentes à Teoria Histórico-Cultural. Em seguida, (em grupo), produza uma
síntese utilizando no mínimo 10 palavras.

CAÇA PALAVRAS

C O N C E I T O O B I E S X A D P A I L
A I A P R O P R I A Ç Ã O E S T A L O I
T U E M O T L I M O Ã Ç N E V R E T N I
A N A N E S A Z T E L E O N E S A W X Z
I C A A T I L A P R E N D I Z A G E M I
N E V J X Í C O L B S A E N T O P U Z A
T J Ç J I O F Ç A Q T I L T O N K I P L
E U B Y H M V I V I R E M E D I A Ç Ã O
R N Q E O A R E C A V A T R E C A V K Q
N E A D P N I D E O U T Y A M O L E Q N
A A Z X C H O E M I K O L Ç X Q A S T I
L I A C T O Y F E I R Q R Ã I C F K L V
I G E N E R A L I Z A Ç Ã O C A S A X E
Z R A I O T E Q O R E P O T E N C I A L
A L E C R K M E S I O L Ç P U Q A Z D R
R T P I I U I R O T O E N Â T N O P S E
O U B U A I B G C E R E T Y I P I P A A
J O N J F U I V I G O T S K I O J N O L
E W V A E G B N A S A B U E Q N L Ç P I
W P R Á J O C A L E D A G Ç G I C A E T

Fonte: Produzido por Elaine Mara Fabrício Brito e Gleyde Pereira Freire Bono/PDE-2016
4. UNIDADE III: ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA: PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO; PROPOSTA CURRICULAR DO CURSO E PLANO DE
TRABALHO DOCENTE

rosseguir na busca de uma fundamentação teórica que sustente a


construção de um planejamento de ensino exige uma leitura dos
documentos oficiais que norteiam a organização da instituição
escolar, uma vez que, toda prática educativa deva pautar-se nos referenciais
teóricos que a sustenta. Dentre os referidos documentos oficiais, destacam-se: PPP;
PROPOSTA CURRICULAR DO CURSO e PTD.

Prosseguir na busca de uma fundamentação teórica que sustente a


construção de um planejamento de ensino exige uma leitura dos documentos oficiais
que norteiam a organização da instituição escolar, uma vez que toda prática
educativa deva pautar-se nos referenciais teóricos que a sustenta. Dentre os
referidos documentos oficiais, destacam-se: PPP; PROPOSTA CURRICULAR DO
CURSO e PTD.

O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO-PPP

O Projeto Político Pedagógico7 do Colégio Estadual Ary João Dresch, Ensino


Fundamental, Médio, Normal e Profissional nasce de uma construção visando à
garantia não só do acesso, mas a permanência e o êxito, sobretudo a qualidade
pedagógica e política. Possui como objetivos primordiais: “[...] trabalhar com o
conhecimento científico, articulando-o com a formação humana tendo como foco a
ética e a cidadania e instrumentalizar a participação política e social com
comprometimento solidário e responsável” (PPP/NOVA LONDRINA, 2008 p.11).

7
“[...] um processo permanente de reflexão e discussão dos problemas da escola, na busca de
alternativas viáveis à efetivação de sua intencionalidade” (VEIGA, 2005, p. 13)
Sendo assim, o PPP especifica que o conhecimento deve ser trabalhado na
escola; que as abordagens e os recortes desse conhecimento devem ser
privilegiados para que se garanta a especificidade da educação escolar. Saviani
(2008b) diz que não é qualquer conhecimento, mas um conhecimento que possa
cada vez mais estabelecer a diferenciação entre a doxa (saber do senso comum,
saber espontâneo), a sofia (saber resultante de uma longa experiência) e a episteme
(conhecimento metódico, sistematizado – ciência).
Ao professor, cabe ensinar de forma contextualizada e interdisciplinar,
levando em consideração as necessidades e interesses dos alunos, além de
elaborar um plano de trabalho, de aula, pensado na perspectiva crítica.

PROPOSTA CURRICULAR DO CURSO: ORIENTAÇÕES CURRICULARES

Dentre as modalidades de curso que a referida instituição oferta, salienta-se o


Curso de Formação de Docentes para a Educação Infantil e séries iniciais do Ensino
Fundamental, autorizado a funcionar por meio da Resolução 163/06 – DOE
10/02/06.
Com o objetivo de contribuir para o avanço das práticas pedagógicas dos
professores, as Orientações Curriculares8 do Curso de Formação de Docentes,
redefiniu seu currículo, em um contexto voltado para práxis pedagógica, numa
construção permanente em que os sujeitos do processo educativo, ou seja,
professores e educandos são os protagonistas. Contudo, mantiveram os princípios
filosóficos pedagógicos9 que devem ser observados e mantidos nos planejamentos e
ações pedagógicas (PARANÁ, 2014). Essas Orientações Curriculares tomam como
categorias norteadoras:

8
“Orientações Curriculares do Curso de Formação de Docentes da Educação Infantil e dos anos
iniciais do Ensino Fundamental, na modalidade Normal em nível médio, que reformulou a
Proposta Curricular do referido Curso”, organizado pelo Departamento de Educação e Trabalho
(PARANÁ,2014, p. 08, grifo do original).
9
“Princípios, de uma forma mais ampla, são leis, são fundamentos gerais que norteiam tomadas de
decisões pautadas na reflexão, na racionalidade. Princípios filosóficos pedagógicos são os que
expressam as orientações e fundamentam as bases das ações pedagógico educativas, com o
objetivo de subsidiar os professores na sua práxis” (PARANÁ, 2014, p. 09).
[...] o TRABALHO como princípio educativo, a PRÁXIS, como
princípio curricular e o DIREITO DA CRIANÇA ao atendimento
escolar. É importante também destacar o princípio da INTEGRAÇÃO
como dimensão superadora do dualismo estrutural instaurado pela
divisão social do trabalho (PARANÁ, 2014, p. 09).

O TRABALHO como princípio educativo, segundo o materialismo histórico-


dialético, compreende que as forças sociais se materializam em instituições que se
utilizam de ferramentas que possibilitam perceber os fenômenos naturais e sociais.
A educação é vista como trabalho, pois é uma realização humana e histórica
que possibilita a reprodução e a transformação social. E o trabalho do professor é
“[...] pensado tanto como ontológico (inerente ao ser humano) como epistemológico
(práticas de apreensão do conhecimento e da realidade)” (PARANÁ, 2014, p.23).
A PRÁXIS como princípio curricular da formação de docentes em nível médio
constitui-se da inter-relação entre a teoria e a prática, objetivando tornar as práticas
docentes elementos de estudo e de transformação da realidade.
Quanto ao futuro educador, as Orientações Curriculares enfatizam:

[...] a necessidade de uma formação teórico metodológico


consistente, considerando imprescindível à formação dos
profissionais que atuarão como docentes na Educação Infantil e/ou
anos iniciais do Ensino Fundamental, o devido conhecimento
referente à infância e ao desenvolvimento infantil, afim de que estes,
possam verdadeiramente entender os interesses e necessidades das
crianças, bem como suas histórias de vida e o contexto social e
cultural as quais pertencem (PARANÁ, 2014, p. 10).

Cabe ressaltar ainda que a proposta pedagógica traz como princípio


epistemológico e pedagógico a INTEGRAÇÃO conteúdo e método na formação dos
professores, destacando o caráter social, histórico e cultural da ciência, pontuando
ser o conhecimento uma resposta a um problema que a humanidade precisou
enfrentar (PARANÁ, 2014).
O método no ponto de vista epistemológico se constitui processo histórico e
dialético. No ponto de vista pedagógico, visa compor a aprendizagem como uma
apreensão da realidade, mas no campo do pensamento, mediado por conhecimento
já construído.
Há que se observar, contudo, que para que ocorra essa mediação, o
formador de professores precisa realizar um trabalho planejado. Um Plano de
Trabalho Docente que leve o educando a compreender o significado dos conteúdos
científicos em um contexto das relações sociais, políticas e culturais, orientando
assim o futuro educador na sua prática pedagógica (PARANÁ, 2014).

PLANO DE TRABALHO DOCENTE - PTD

Segundo o Artigo 13, incisos II e IV da LDB, o Plano de Trabalho deve ser


elaborado pelo professor que trabalha em conformidade com o Projeto Político
Pedagógico da Instituição de Ensino e segue os princípios norteadores da Política
Educacional da SEED bem como a legislação vigente para a Educação Nacional
(BRASIL, 2016).
O momento de elaboração e execução do Plano de Trabalho Docente (PTD10)
representa a consolidação da proposta de ensino e aprendizagem, demonstrando
que muitas decisões são tomadas coletivamente. Entretanto, é no trabalho do
professor, em seu planejamento na relação professor e aluno e prática educativa,
que se materializa e se cumpre a função social da escola.
É importante destacar que o PTD é um elemento importante na Organização
do Trabalho Pedagógico e na prática do professor, pois propicia a articulação entre
teoria e prática, organizando assim o processo de ensino e aprendizagem em sala
de aula, considerando que:

[...] o processo de apropriação do conhecimento é dialético, é


importante ressaltar que o diálogo entre as disciplinas elencadas
para o Curso de Formação de Docentes, possuem interfaces que
possibilitarão uma formação teórica sólida que contempla a visão de
totalidade, materializada na prática de formação nos Centros de
Educação Infantil e nas Escolas que ofertam os anos iniciais do
Ensino Fundamental (PARANÁ, 2014, p. 12).

É possível perceber que o PTD deve estar embasado no PPP e na Proposta


Curricular do Curso de Formação de Docentes possibilitando ao futuro educador
exercer sua prática educativa, neste caso, as aulas de Prática de Formação.

10
“O Plano de Trabalho Docente é a expressão da Proposta Pedagógica Curricular, a qual, por sua
vez, expressa o Projeto Político-Pedagógico. O plano é a representação escrita do planejamento
do professor. Neste sentido, ele contempla o recorte do conteúdo selecionado para um dado
período” (PARANÁ, 2014, p. 35).
A análise documental acima apresentada evidencia que a instituição propõe
uma organização cujo suporte teórico recorre à Pedagogia Histórico-Crítica. Nesse
sentido, a prática pedagógica desenvolvida pelos futuros educadores, deverá estar
respaldada por uma metodologia fundamentada, sustentada, por essa corrente
pedagógica, o que justifica preparar os futuros educadores quanto à elaboração de
um planejamento crítico.

4.1 ATIVIDADES

1. Segue algumas questões de concursos públicos referente ao tema estudado:

 Sobre as características e a estrutura do Projeto Político Pedagógico (PPP),


assinale V para Verdadeiro e F para Falso.

( ) Na concepção de gestão democrática, o Projeto Político Pedagógico, construído


coletivamente, no livre consenso dos interessados e com a colaboração dos
pedagogos na organização das ações escolares, assegura que a escola não
perca de vista seu objetivo primordial: a difusão do conhecimento, com uma
coordenação solidária e corresponsável.
( ) Para a construção do PPP, faz-se necessária a análise dos elementos
constitutivos da organização do trabalho pedagógico, bem como as finalidades da
escola; a estrutura organizacional; o currículo; o tempo escolar; o processo de
decisão; as relações de trabalho e a avaliação. As concepções teóricas não
subsidiam tal elaboração, uma vez que o aperfeiçoamento e a formação de seus
agentes educativos para a prática pedagógica devem ser priorizados.

( ) A elaboração do PPP é marcada pela reflexão coletiva de uma equipe


interdisciplinar com
vistas à melhoria da qualidade de ensino. O processo é composto por três atos
distintos: ato situacional, no qual é descrita a realidade social; ato conceitual que
diz respeito aos conhecimentos científicos trabalhados pela escola; ato
operacional, que aponta para as ações que já foram tomadas pelos dirigentes da
instituição.

( ) Para a organização do PPP, é preciso considerar os impactos do modelo de


gestão gerencialista, que promove o privado como política pública e que
subordina a educação a objetivos econômicos, de empregabilidade, de
produtividade e de competitividade, pelo discurso da qualidade. Agindo dessa
forma, resiste-se à subordinação da educação pública à economia e ao
estreitamento dos seus objetivos em função da imposição de padrões, de
resultados mensuráveis e da competitividade.
( ) O currículo é o elemento primordial do Projeto Político Pedagógico, devendo ser
conhecido,
discutido e reformulado de acordo com as políticas públicas educacionais vigentes,
com o período histórico, com as manifestações culturais da comunidade e com os
conhecimentos científicos produzidos pelo homem.

 Assinale a alternativa que representa a sequência correta, de cima para


baixo.

a. ( ) F – V – F – V– V.
b. ( ) V – F – V – F– V.
c. ( ) V – V – V – F– V.
d. ( ) V – V – F – V – V.
e. ( ) V – F – F – V – V.

(Concurso Público-Pedagogo- UEM/2013)

 Complemente o enunciado: O projeto da escola caracteriza-se como...

I. projeto político.
II. projeto pedagógico.
III. documento elaborado coletivamente.
IV. ação intencional.

Estão corretas:

a. ( ) Todas as assertivas .
b. ( ) Nenhuma das assertivas.
c. ( ) Somente três assertivas .
d. ( ) Somente duas assertivas .
(Concurso Público Professor Nível I-Copese/2013)

 O Projeto Político Pedagógico, na perspectiva do planejamento


participativo...

a. ( ) ajuda a enfrentar os desafios do cotidiano da escola de uma forma refletida,


sistematizada, orgânica, científica e participativa.
b. ( ) é um método de transformação, uma vez que expressa o compromisso do
grupo com uma caminhada.
c. ( ) por ser participativo, dificulta ao dirigente cobrar coerência do dirigido, como
do dirigido cobrar coerência do dirigente e dos companheiros entre si.
d. ( ) abre possibilidade de um maior fluxo de desejos, esperanças, logo de forças
para a construção de uma nova prática.
(Concurso Público Professor Nível II-Copese/2013)
 O projeto político-pedagógico (PPP) tem a ver com:

I. O trabalho pedagógico em dois níveis: com a organização da escola e organização


da sala de aula.
II. A possibilidade de construção do PPP passa pela relativa autonomia da escola.
III. A necessidade de um referencial que fundamente a sua construção.
IV. A luta da escola para a descentralização em busca de sua autonomia e
qualidade.

Estão corretas:

a. ( ) I, II, III e IV.


b. ( ) I, II, III e IV são falsas.
c. ( ) Somente I, II e III.
d. ( ) Somente III e IV.
(Concurso Público Professor Nível I-Copese/2013)

 O Projeto Político Pedagógico construído e concretizado na escola pública


constitui-se enquanto...

A) plano global da escola, que deve ser elaborado todo bimestre e ser avaliado pela
equipe pedagógica e pela secretaria estadual de educação.
B) documento de planejamento escolar que reflete as intenções, os objetivos, as
aspirações e os ideais da equipe escolar, tendo em vista um processo de
escolarização que atenda a todos os alunos.
C) processo de planejamento que deve ser elaborado pelo Ministério de Educação e
concretizado pela escola local.
D) documento de planejamento global da escola, que ocorre mediante a participação
de todos. A discussão principal do projeto é a definição do currículo oculto da
escola.
E) plano global da escola elaborado pelo Conselho Municipal, Estadual e Federal da
educação.
(Concurso Público-Pedagogo- UEM/2013)

 Currículo escolar numa perspectiva crítica significa...

I. artefato social e cultural implicado em relações de poder.


II. rol de conteúdos e procedimentos de ensino.
III. série estruturada de objetivos pretendidos de aprendizagem.
IV.conjunto de experiências de conhecimentos que a escola oferece aos estudantes.

Estão corretas:

a. ( ) Todas as assertivas .
b. ( ) Somente as assertivas I, II e III .
c. ( ) Somente as assertivas II e III .
d. ( ) Somente as assertivas I e IV .
(Concurso Público Professor Nível II-Copese/2013)
 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (DCNs)
expressam políticas educacionais que orientam na definição do currículo
escolar e que, portanto, acabam por definir o sentido da pedagogia e suas
perspectivas no processo de ensino e aprendizagem.

Leia as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta.

a. ( ) As DCNs são um conjunto de leis sobre princípios, fundamentos e


procedimentos na Educação Básica, expressas pelo MEC, que definem propostas
pedagógicas para as escolas brasileiras dos sistemas de ensino, oferecendo
regras para sua organização, sua articulação, seu desenvolvimento e sua
avaliação.
b. ( ) Trata-se de um decreto-lei que contém regras sobre avaliação, recuperação
e acompanhamento de alunos da Educação Infantil, expressas pelo MEC, que
orientarão as escolas municipais dos sistemas de ensino, na organização, na
articulação, no desenvolvimento e na avaliação de suas estruturas de
funcionamento administrativo.
c. ( ) Configura-se em uma lista de conteúdos mínimos, que tem o objetivo de
referenciar o planejamento curricular, a avaliação, a recuperação e o
acompanhamento de alunos do ensino fundamental.
d. ( ) As DCNs representam um conjunto de definições doutrinárias sobre
princípios, fundamentos e procedimentos na Educação Básica, expressas pela
Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, que orientarão
as escolas brasileiras dos sistemas de ensino na organização, na articulação, no
desenvolvimento e na avaliação de suas propostas pedagógicas.
e. ( ) Referem-se às recomendações do Ministério da Educação e devem ser
aplicadas na Educação Básica e no Ensino Superior.
(Concurso Público-Pedagogo- UEM/2013)

 Sobre a Organização do Trabalho Pedagógico, assinale a alternativa


incorreta.

a. ( ) O trabalho é princípio educativo na medida em que determina pelo grau de


desenvolvimento social atingido historicamente, o modo de ser da educação em
seu conjunto. Além disso, o trabalho é princípio educativo na medida em que
coloca exigências específicas que o processo educativo deve preencher em vista
da participação direta dos membros da sociedade no trabalho socialmente
produtivo. Finalmente, o trabalho é princípio educativo na medida em que
determina a educação como uma modalidade específica e diferenciada de
trabalho: o trabalho pedagógico.

b. ( ) Um projeto educativo pressupõe rupturas com o momento presente,


assinalando os objetivos da equipe escolar para a formação humana. Constitui-se
de um elemento político, vinculado à conscientização dos educandos sobre seus
direitos e deveres como cidadãos e de um elemento pedagógico definindo as
ações escolares, garantindo o cumprimento das intencionalidades da instituição.
O político e o pedagógico são dimensões indissociáveis, porque propiciam a
vivência democrática necessária à participação de todos os membros da
comunidade escolar.

c. ( ) A escola para se desvencilhar da divisão do trabalho, de sua fragmentação


e do controle hierárquico, precisa criar condições para gerar outra forma de
organização do trabalho pedagógico. A reorganização da escola deverá ser
buscada de dentro para fora pelo empenho coletivo na construção de um Projeto
Político Pedagógico como uma conquista coletiva de um espaço para o exercício
da autonomia.

d. ( ) A gestão democrática objetiva romper com a dicotomia entre teoria e prática,


por meio do controle entre processo e produto do trabalho pelos educadores,
tendo como implicação fundamental a socialização do poder escolar. Implica,
ainda, responsabilidade e comprometimento com as instituições que representam
a comunidade (conselhos de escola, associações de pais e mestres, grêmios
estudantis, entre outras), para que haja participação e compromisso de todos.

e. ( ) No trabalho pedagógico, o método de exposição deve restabelecer as


relações dinâmicas e dialéticas entre os conceitos, reconstituindo as relações que
configuram a totalidade concreta da qual se originaram, de modo que o objeto a
ser conhecido revele-se gradativamente em suas peculiaridades próprias. Para
tanto, a organização do ensino prescinde de uma tendência pedagógica que lhe
dê subsídios, bem como de elementos que permitam a compreensão das
múltiplas determinações que respaldam a resistência ou a adequação a tal
subsídio teórico metodológico.
(Concurso Público-Pedagogo- UEM/2013)
5. UNIDADE IV: O PLANEJAMENTO DE ENSINO NA PERSPECTIVA
HISTÓRICO-CRÍTICA

"A Pedagogia Histórico-Crítica não é outra coisa senão aquela


pedagogia empenhada decididamente em colocar a educação
a serviço da referida transformação das relações de produção."
Saviani

o anunciar a Pedagogia Histórico-Crítica, Saviani (2008b)


compreende a educação, em seu desenvolvimento histórico,
aquela que articula uma proposta pedagógica que tem como
referência o compromisso com a transformação social. O autor ainda afirma que a
referida concepção está intimamente ligada a realidade escolar, uma vez que são
muitas as necessidades observadas na prática dos educadores.
Uma pedagogia que articula os interesses populares dá real valor à escola,
preocupa-se com o que ocorre em seu interior e é focada em métodos de ensino
eficazes. É nesse quadro que se percebe a real função da escola:

[...] especificamente educativa, propriamente pedagógica, ligada à


questão do conhecimento; é preciso resgatar a importância da escola
e reorganizar o trabalho educativo, levando em conta o problema do
saber sistematizado, a partir do qual se define a especificidade
escolar. (SAVIANI, 2008b, p. 98).

Pode-se dizer que o professor tem um papel fundamental quanto à


especificidade educativa, pois o seu fazer pedagógico deve propiciar instrumentos
que fornecem acesso do educando ao saber erudito, metódico e clássico, ou seja, o
que resistiu ao tempo, extrapolando o momento em que foi proposto (SAVIANI,
2008b).
Além disso, este fazer pedagógico deve permitir a compreensão dos
conhecimentos nas várias dimensões do todo social. Os conteúdos não são por si
só, precisam estar interligados dentro de uma unidade ou com outras disciplinas.
Dessa forma, os conteúdos demostram que não são neutros, mas sim a expressão
humana de um determinado período histórico. Diante dessa complexidade, a
Pedagogia Histórico-Crítica constitui um suporte teórico, uma ferramenta capaz de
solucionar esses desafios (GASPARIN, 2003).
Sendo a Pedagogia Histórico-Crítica, proveniente da concepção dialética
quanto ao materialismo histórico e com bases na psicologia histórico-cultural; ela,
portanto, entende a educação como aquela que realiza a mediação na prática social,
prática esta que é o ponto de partida e o ponto de chegada do processo educativo
(SAVIANI, 2010).
A Pedagogia Histórico-Crítica propõe cinco momentos do processo dialético
da aprendizagem escolar: Prática social; Problematização; Instrumentalização;
Catarse e Prática social. Explicitados a seguir:
a) Prática Social: é o ponto de partida, comum ao professor e ao educando,
sendo que o professor detém o saber mesmo que seja precário inicialmente, pois
nesse momento ainda não conhece o nível que se encontra o educando, faz
necessário, portanto, planejar suas práticas educativas, pesquisando e buscando
formas apropriadas para atingir o objetivo primordial que é a transmissão e
assimilação do saber sistematizado. Quanto ao aluno, nesse momento, situa-se
numa visão sincrética, pois seu conhecimento provém da experiência e do senso
comum (SAVIANI, 2008a).
O professor ao preocupar-se com aquilo que o educando já conhece,
demonstra um cuidado preliminar que visa identificar:

[...] as „pré-ocupações‟ que estão nas mentes e nos ensinamentos


dos escolares. Isso possibilita ao professor desenvolver um trabalho
pedagógico mais adequado, a fim de que os educandos, nas fases
posteriores do processo, apropriem-se de um conhecimento
significativo para suas vidas (GASPARIN, 2003, p. 16)

Vale ressaltar que essa prática social não é apenas o que o educando sabe
ou faz com relação ao conteúdo a ser apreendido, essa prática social na verdade
traduz:

[...] a compreensão e a percepção que perpassam todo o grupo


social. Evidentemente, a expressão dessa prática dá-se por um
indivíduo que apreendeu subjetivamente, utilizando filtros pessoais e
sociais. Todavia, essa expressão não é dele, mas do grupo que
manifesta sempre as determinações e apreensões do todo social
maior. Por isso, ela se apresenta sempre como uma prática próxima
e remota ao mesmo tempo (GASPARIN, 2003, p. 22).

É, portanto, fundamental como tarefa inicial do professor traçar estratégias e


procedimentos para se trabalhar com o aluno essa primeira fase do método.
b) Problematização: é o momento que o professor vai perceber as questões
que precisam ser resolvidas e qual conhecimento se faz necessário para a prática
social do seu educando. Demonstrando de forma elaborada a importância de
estudar os conhecimentos científicos elaborados historicamente e, com isso, a
importância da escola (SAVIANI, 2008b).
Portanto, nesse momento, o professor precisa ter clareza de como fará sua
orientação quanto à aprendizagem, atentando-se para os objetivos traçados
inicialmente, além disso, “[...] seu planejamento deve abordar as diversas dimensões
do tema e evidenciar a importância daquele conhecimento, fazendo-o ter sentido
para o aluno” (MARSIGLIA, 2014, p. 106).
A Problematização, portanto, inicia-se no campo teórico por meio dos anseios
postos pela prática social e permeia por toda a prática educativa.
c) Instrumentalização: é nesta fase do método que se encontra a análise, ou
seja, uma das operações mentais básicas para a construção do conhecimento
sendo também o momento que o professor vai instrumentalizar sua prática com o
intuito de sanar as questões postas na prática social. Dessa forma, esses
instrumentos culturais produzidos historicamente pela humanidade, após serem
assimilados pelos educandos, estes poderão libertar-se das condições de
exploração em que se encontram (SAVIANI, 2008b).
Nesse momento do método, a aprendizagem ocorre de forma que o educando
incorpora o conhecimento em suas múltiplas dimensões, superando assim o
conhecimento cotidiano. O autor afirma também que todo esse processo pode ser
“[...] comparado a um espiral ascendente em que são tomados aspectos do
desenvolvimento anterior que se juntam ao novo e assim continuamente”
(GASPARIN, 2003, p. 52).
O conjunto de conhecimentos relevantes e significativos para o crescimento
intelectual dos educandos deve ser organizado de forma que possibilite a sua
assimilação. Assim, a centralidade da pedagogia é “o problema das formas, dos
processos, dos métodos; certamente, não considerados em si mesmos, pois as
formas só fazem sentido quando viabilizam o domínio de determinados conteúdos”
(SAVIANI, 2008b, p. 75).
d) Catarse11: este é o momento da incorporação e da demonstração do
entendimento dos instrumentos culturais. É o ponto culminante do processo
educativo, pois é o momento que ocorre a mediação da análise em todo o processo
de ensino, passando da síncrese a síntese (SAVIANI, 2008a).
Cabe ainda ressaltar que a catarse não se dá em um único momento, pois se
trata da síntese, que vai ocorrendo de maneira cada vez mais aprofundada,
demonstrando assim que o método é uma interligação entre todos os momentos,
num processo de construção do conhecimento (MARSIGLIA, 2014).
Sendo a Catarse uma demonstração teórica do nível superior que o educando
atingiu, nesse sentido “[...] os conteúdos tornam-se verdadeiramente significativos
por que passam a fazer parte integrante e consciente do sistema científico, cultural e
social” nesse momento o conhecimento tem como função a transformação social
(GASPARIN, 2003, p. 131).
e) Prática Social: esse momento do método é visto como o ponto inicial e o
ponto de chegada de todo processo, uma vez que a educação é a mediação da
prática social. Este é,

[...] o movimento que vai da síncrese (“visão caótica do todo”) à


síntese (“uma rica totalidade de determinações mais simples”)
constitui uma orientação segura tanto para o processo de descoberta
de novos conhecimentos (o método científico) como para o processo
de transmissão-assimilação de conhecimentos (o método de ensino)
(SAVIANI, 2008a, p. 59).

Nesse momento, a escola demonstra sua real função: proporcionar ao


educando o acesso ao saber sistematizado que lhe possibilite expressar de forma
elaborada os conteúdos da cultura popular que corresponde aos seus interesses
garantindo que o dominado possa dominar o que os dominantes dominam para,
assim, sair da condição de explorado (SAVIANI, 2008b, p.80).
É importante ressaltar que a pedagogia histórico-crítica não é uma receita a
ser seguida nem pode ser utilizada desvinculada de seus suportes teóricos, a teoria
e a prática devem caminhar juntas. A prática sem fundamentação teórica e o
discurso sem fundamentação teórica dessa prática devem ser evitados (SAVIANI,
2008b).

11
“[...] elaboração superior da estrutura em superestrutura na consciência dos homens” (GRAMSCI,
1978 apud SAVIANI, 2008a, p. 53).
Observa-se que o Curso de Formação de Docentes traz em seu currículo a
Pedagogia Histórico-Crítica como suporte teórico, portanto, é preciso rever a
metodologia utilizada nas práticas de formação, tomando o método dialético como
forma de instrumentalizar o futuro educador para que possa desenvolver uma
percepção crítica sobre a prática docente que irá realizar. Que esta seja
contextualizada e transformadora.

5.1 REVISANDO

OTP - Pedagogia Progressista - Tendência Pedagógica Histórico-Crítica

Pedagogia Progressista - Tendência Histórico-


Crítica

 Marco teórico 1979.


 A prática pedagógica propõe uma interação entre
conteúdo e realidade concreta, visando a
transformação da sociedade (ação-
Manifestação da Prática compreensão-ação).
Pedagógica  Enfoque no conteúdo como produção histórico-
social de todos os homens.
 Superação das visões não críticas e crítico
reprodutivistas da educação.

 Valorização da escola como espaço social


responsável pela apropriação do saber universal.
 Socialização do saber elaborado às camadas
populares, entendendo a apropriação crítica e
Papel da Escola histórica do conhecimento enquanto instrumento
de compreensão da realidade social e atuação
crítica e democrática para a transformação desta
realidade.

 Prática emancipadora.
Função da Avaliação  Função diagnóstica (permanente e contínua):
configura-se como um meio de obter
informações necessárias sobre o
desenvolvimento da prática pedagógica para a
intervenção/reformulação desta prática
Função da Avaliação pedagógica e dos processos de aprendizagem.
 Pressupõe tomada de decisão.
 O aluno toma conhecimento dos resultados de
sua aprendizagem e organiza-se para as
mudanças necessárias.

 Relação interativa entre professor e aluno, em


que ambos são sujeitos ativos.
 Professor e aluno são seres concretos (sócio-
históricos), situados numa classe social - síntese
de múltiplas determinações.
Relação Professor - aluno
 Professor é autoridade competente, direciona o
processo pedagógico, interfere e cria condições
necessárias à apropriação do conhecimento,
enquanto especificidade da relação pedagógica.

 Discussão.
 Debates.
 Leituras.
Técnicas de Ensino  Aula expositivo-dialogada.
 Trabalhos individuais e trabalhos em grupo, com
elaboração de sínteses integradoras.

Método da Prática Social

Pressupostos do Método

 Decorre das relações estabelecidas entre


conteúdo – método e concepção de mundo.
Métodos de Ensino
 Confronta os saberes trazidos pelo aluno com o
saber elaborado, na perspectiva da apropriação
de uma concepção científico/filosófica da
realidade social, mediada pelo professor.
 Incorpora a dialética como teoria de
compreensão da realidade e como método de
intervenção nesta realidade.
 Fundamenta-se no materialismo histórico:
ciência que estuda os modos de produção.
 A relação de indissociabilidade entre forma e
conteúdo pressupõe a socialização do saber
produzido pelos homens.
 Os fins a serem atingidos é que determinam os
métodos e processos de ensino-aprendizagem.
 Busca coerência com os fundamentos da
Pedagogia, entendida como processo através o
qual o homem se humaniza (se torna
plenamente humano).
 A prática é fundamento do critério de verdade e
da finalidade da teoria.
 Incorpora o procedimento histórico como
determinante da totalidade social.
 É na mediação entre o pensamento e o objeto
(enquanto o pensamento busca apropriar-se do
objeto) que desenvolvesse o método.

Passos do Método
Métodos de Ensino
 Prática Social (ponto de partida): perceber e
denotar, identificar o objeto da aprendizagem.
 Problematização: momento para detectar as
questões que precisam ser resolvidas no âmbito
da prática social, e que conhecimentos são
necessários a serem dominados.
 Instrumentalização: apropriação das ferramentas
culturais necessárias à luta social.
 Catarse: tomada de consciência.
 Prática Social (ponto de chegada): retorno à
prática social, com o saber concreto pensado
para atuar e transformar as relações de
produção - visão sintética.

FONTE: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=360
ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA
João Luiz Gasparin - DTP/UEM.

1º passo
PRÁTICA SOCIAL INICIAL:

Iniciar as atividades apresentando aos alunos os objetivos, os tópicos e


subtópicos da unidade que se pretende estudar, e em seguida, dialogar com
os alunos sobre os mesmos.
Os alunos mostram sua vivência do conteúdo, isto é, o que já sabem sobre o
tema a ser trabalhado e perguntam tudo que gostariam de saber sobre o novo
assunto em pauta, e tudo será anotado pelo professor.
A prática social inicial pode ser feita como um todo no início da unidade e
retomada, em seus aspectos específicos, a cada aula, conforme o conteúdo a
ser trabalhado. Ou, a cada aula, o professor destaca a prática social específica
do conteúdo que vai trabalhar naquele dia.

2º passo
PROBLEMATIZAÇÃO:

Identificar os principais problemas postos pela prática e pelo conteúdo


curricular, seguindo-se uma discussão sobre eles, a partir daquilo que os
alunos já conhecem;
Explicar que o conhecimento (conteúdo) vai ser construído (trabalhado) nas
dimensões conceitual, científica, social, histórica, econômica, política,
estética, religiosa, ideológica, etc., transformadas em questões
problematizadoras.

3º passo
INSTRUMENTALIZAÇÃO:

É a apresentação sistemático-dialógica do conteúdo científico, contrastando-


o com o cotidiano e respondendo às perguntas das diversas dimensões
propostas. É o exercício didático da relação sujeito-objeto pela ação do aluno
e mediação do professor. É o momento da efetiva construção do novo
conhecimento.

4ºpasso
CATARSE:

Representa a síntese do aluno, sua nova postura mental; a demonstração do


novo grau de conhecimento a que chegou, expresso pela avaliação
espontânea ou formal.
5° passo
PRÁTICA SOCIAL FINAL:

É a manifestação da nova atitude prática do educando em relação ao


conteúdo aprendido, bem como do compromisso em pôr em execução o novo
conhecimento. É a fase das intenções e propostas de ações dos alunos.

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 2ªed.- Campinas, SP:Autores
Associados,2003.
Disponível: http://www.educacaoonline.pro.br/metodologia_historico.asp?f_id_artigo=187acesso
em 02/03/2007.

Para refletir!
Leia as obras:

MARSIGLIA, A. C. G. A prática pedagógica na perspectiva da histórico-


crítica. In: Pedagogia histórico-crítica: 30 anos. Campinas, SP: Autores
Associados, 2011 (Coleção Memória da Educação). p. 101-118.

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica.


Campinas, SP: Autores Associados, 2003.

SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações.


Campinas, SP: Autores Associados, 2008b.
5.2 ATIVIDADES

1. OBSERVE O PLANEJAMENTO NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA


REALIZADO POR TALITA FRANÇA MARINOTTI12, EM SEGUIDA ESCREVA UM
TEXTO DE NO MÍNIMO 15 LINHAS REALIZANDO UM APONTAMENTO COM O
QUE FOI ESTUDADO.

PLANEJAMENTO NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA


MÉTODO DIALÉTICO

Instituição: Escola Municipal Santa Mônica-E.I.E.F.


Tema: Sistema Monetário e adjetivo.
Disciplina: Matemática.
SÉRIE: 4º Ano horas/aula 10.
Profª: I.C.L.
Profª Estagiária: Talita França Marinotti.

1. PRÁTICA SOCIAL INICIAL

1.1 Conteúdo – Sistema Monetário;

. Objetivos Específicos:

 Conhecer a história e o surgimento do dinheiro atual;


 Elaborar estratégias para a resolução de situações problemas relacionadas
com o cálculo do dinheiro;
 Identificar qual a moeda utilizada em alguns países;

1.2 Vivência do conteúdo:


a) O que os alunos já sabem:
O dinheiro é utilizado para comprar coisas/ os pais recebem um salário/ a
moeda utilizada no Brasil é o Real/ em outros países a moeda é diferente/
antigamente o dinheiro era utilizado de outras formas/ as pessoas guardam
dinheiro em bancos, utilizam cheques, cartão de crédito, entre outros/
algumas crianças possuem mesadas/ têm pessoas que tem muito dinheiro e
outras têm pouco.

b) O que os alunos gostariam de aprender mais:


Como era o dinheiro antigamente?/ Tinha bancos?/ As pessoas eram muito
ricas?/ Como surgiu o dinheiro?/ Como as pessoas fazem para economizar
esse dinheiro?/ Qual o nome das moedas dos outros países?/ São mais
caras?/

12
Ex-aluna do Curso de Formação de Docentes do Colégio Estadual Ary João Dresch.
2. PROBLEMATIZAÇÃO

2.1 Discussão sobre o conteúdo:


Como surgiu o dinheiro?/ Como as moedas eram pesadas?/ O que é o papel-
moeda?/ Como é o nosso dinheiro hoje?/ Que moedas e cédulas usaram?/
Que vantagens você vê no uso de moedas?/ E de Cédulas?/ Como o dinheiro
está presente no nosso cotidiano?/ Como é chamada a moeda de alguns
países como a Argentina, Espanha, Portugal, Alemanha, EUA, França e no
Japão, por exemplo?

2.2 Dimensões do conteúdo


Conceitual: O que é Sistema Monetário?
Histórica: Como surgiu o dinheiro? Como os povos utilizavam o dinheiro
antigamente?
Social: Quais os lugares que mais trabalham com dinheiro?/ Onde e para
quê utilizamos o dinheiro?
Geográfica: Qual o nome de moedas de alguns países?/ O valor dessa
moeda muda?
Psicológica: As pessoas que não sabem utilizar o dinheiro podem ficar
abaladas por apresentarem preocupações e estresse em excesso?
Matemática: Como calculamos o nosso dinheiro?/ Os valores dos produtos
atualmente estão muito caros?
Legal: Rasgar uma cédula é crime?
Estrutura: Quais os símbolos presentes nas cédulas e na moeda?
Química: Do que é feita a moeda?

3. INSTRUMENTALIZAÇÃO
3.1 Ações Docentes e Discentes:
Ações docentes:
 Apresentação do professor/ entrega de crachás/ aula expositiva e leituras;
 Introdução do conteúdo a partir do que os alunos já sabem e através da
observação do próprio crachá;
 Entrega do texto “A História do Dinheiro” e discussão do mesmo com os
alunos;
 Entrega e explicação das cédulas e moedas;
 Entrega de um folheto de loja para observação e em seguida aplicar atividades
referentes ao folheto;
 Mostrar aos alunos o que é um cupom fiscal, onde os mesmos terão que
calcular o total da compra feita neste cupom e demais valores em branco para
ser preenchidos;
 Mostrar também uma folha de cheque, explicar e deixar que cada aluno
preencha o seu;
 Atividade extra sobre Sistema Monetário
 Por fim, entregar os cofrinhos para os alunos e explicar brevemente a
importância de economizar dinheiro.
Ações discentes:
 Demonstração de interesse pelas aulas/ participação;
 Atenção voluntária;
 Compreender significativamente os conteúdos trabalhados;
 Aplicar o que aprendeu nas atividades, situação problema e principalmente
em seu cotidiano;
 Relacionar os conteúdos com as demais disciplinas;
 Pesquisar mais sobre os conteúdos.

3.2 Recursos:
Textos, cédulas, moedas, cupom fiscal, cheques impressos, quadro de giz, giz,
folheto de loja, cartaz, entre outros.

4. CATARSE
4.1 Síntese mental do Aluno
O dinheiro nem sempre foi assim. Na época do Brasil Colônia a primeira moeda
utilizada era o açúcar como sistema de troca. Na Antiga Roma o sal era
usado para pagar os soldados. Com o tempo aconteceu à valorização do
ouro, prata, cobre e bronze, surgindo assim as moedas e em seguida o
papel-moeda. A moeda de um real é feita com dois tipos de metais
diferentes. O centro da figura é composto de aço inoxidável e a parte
dourada que circula a moeda é feito de aço revestido de bronze. Deve-se
economizar e comprar o que realmente é importante.

4.2 AVALIAÇÃO
Observações constantes do desempenho dos alunos durante a realização das
atividades.

5. PRÁTICA SOCIAL FINAL


5.1 Intenções do Aluno
Elaborar estratégias para uma melhor utilização do dinheiro em seu cotidiano;
Entender que cada moeda tem seu valor em determinado país;
Procurar saber o porquê que nossa sociedade é tão ligada ao
dinheiro/consumismo;

5.2 Ações do aluno


Refletir sobre o uso do dinheiro;
Pesquisar o nome das moedas utilizadas nos demais países;
Saber que vivemos em uma sociedade capitalista, ligada principalmente a
interesses econômicos.

Referência: Revista “Ciência Hoje (Das Crianças)”- 2ª Edição-maio de 2008;


Coletânea Professor- Expoente - Ensino Fundamental 3ª Série Matemática;
Texto de Janaína Spolidorio;
http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/jaquelinesilva/gramatica004.asp.

PRODUZIDO PELA EX-ALUNA DO CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTES DO


COLÉGIO ESTADUAL ARY JOÃO DRESCH E.F.M.N.P. - Talita França Marinotti.
Produza aqui o seu texto:
2. AULA PILOTO

A professora de prática de formação vai sugerir um determinado conteúdo


referente à Educação Infantil para ser aplicada em sua sala com seus colegas.

Observe os critérios a seguir:

 Observe para qual nível da Educação Infantil será sua aula piloto;
 Pesquise o conteúdo sugerido, estude, busque diversos referenciais;
 Elabore um PLANEJAMENTO DE ENSINO NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-
CRÍTICA (abaixo os momentos que devem conter o Planejamento- ficha A);
 Recorra aos ANEXOS 2 e 3 da obra Uma Didática para a Pedagogia
Histórico-Crítica – GASPARIN, 2003, atentando-se às orientações para a
elaboração do Planejamento.
 A aula deve conter duas atividades referentes ao conteúdo sugerido, sendo
uma atividade de leitura e outra atividade de escrita;
 Você terá uma aula de 50‟ para executar a aula para seus colegas;
 Será avaliado o planeamento de ensino e sua prática pedagógica.
 Observe a ficha B com os critérios para sua avaliação.
FICHA - A

PLANEJAMENTO NA PERSPECTIVA HISTÓRICO-CRÍTICA


MÉTODO DIALÉTICO

AULA PILOTO

Instituição:
Tema:
Disciplina:
SÉRIE: Horas/Aula:
Profª:................
Profª Estagiária:

1. PRÁTICA SOCIAL INICIAL

1.1 Conteúdo –

Objetivo Específico:

1.2 Vivência do Conteúdo:


a. O que os alunos já sabem:

b. O que os alunos gostariam de saber mais:

2 PROBLEMATIZAÇÃO

2.1 Discussão sobre o Conteúdo

2.1 Dimensões do Conteúdo

 Conceitual –

 Histórica –

 Social –

 Legal –

 Religiosa –
 Cultural –

3 INSTRUMENTALIZAÇÃO

3.1 Ações Docentes e Discentes:

(fazer no verso)

3.2 Recursos:

4 CATARSE

4.1 Síntese Mental do Aluno

4.2 Avaliação

5 PRÁTICA SOCIAL FINAL

5.1 Intenções do Aluno

5.2 Ações do Aluno

Referência:

Fonte: GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas, SP:
Autores Associados, 2003.
FICHA-B

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO


COLEGIO ESTADUAL ARY JOÃO DRESCH – E.F.M.N.P
ACOMPANHAMENTO - AULA PILOTO
SOB A OBSERVAÇÃO DA PROFESSORA DE ESTÁGIO

Instituição: Aula para turma


Série: EDUCAÇÃO INFANTIL turma: _________ Data: ___________
Professora:
Estagiário (a): __________________________________________________

1. Marque X nas opções desenvolvidas pelo (a) estagiário (a) quanto à realização da aula e
realize registro caso seja necessário.
( ) apresentou-se a turma
( ) apresenta o tema a ser trabalhado
( ) controle emocional
( ) voz audível
( ) usa adequadamente a linguagem
( ) tem clareza nas explicações
( ) postura condigna de um professor
( ) vestuário apropriado

2. Conteúdos trabalhados?

3. Qual seu parecer quanto a Mobilização da aula?

4. Quanto aos recursos utilizados (cartaz legível e com estética; atividade bem elaborada e
estruturada; soube utilizar a lousa, letra legível; outros) registre suas observações;

5. Em que o trabalho do (a) Estagiário (a) pode ser melhorado?


3. REGÊNCIA (Prática de Formação)

Agora é a sua vez de colocar em prática tudo o que estudamos. Neste


momento a professora vai realizar uma escala indicando o local de sua
regência (Prática de Formação) que será realizada em um dos Centros
Municipais de Educação Infantil do Município de Nova Londrina.
Serão realizados três momentos, sendo:
 Momento de observação - COLETA DE DADOS- (ficha C);
 Momento de participação- (ficha D);
 Momento da regência (Prática de Formação)- (ficha E).
FICHA C

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COLÉGIO ESTADUAL ARY JOÃO DRESCH – E.F.M.N.P
NOVA LONDRINA – PARANÁ

FICHA DE COLETA DE DADOS

1- Instituição: _______________________________________________________
2- Professora: _______________________________________________________
3- Turma:_______ Total de alunos: ______ Meninas: ______ Meninos: ________
4- Descreva o espaço físico da Instituição:
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

5- Descreva o trabalho realizado no dia da observação:


________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

6- Quais as atividades trabalhadas pela professora? Como são trabalhados?


________________________________________________________________
FICHA –D
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

7- Em que momento pôde-se perceber o fator indissociável cuidar/educar?

________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

8- Relate o processo de interação entre as crianças.

________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
FICHA- E (apenas para professora regente)
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

9- Como é organizado o trabalho pedagógico? Relacione com as teorias estudadas


no Curso. (Use o Verso para explicitar)
FICHA D

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FICHA DE ESTÁGIO DE PARTICIPAÇÃO
Instituição: _________________________________________________________________
EDUCAÇÃO INFANTIL turma: _________ Data: ___________
Professora: _________________________________________________________________
Estagiário (a): __________________________________________________

Nº MENINOS Nº MENINAS IDADE TURMA TURNO

1- Quais os conteúdos trabalhados pela professora?


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2- A professora fez uso de material didático? Qual (is)?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
3- Escreva as atividades que foram desenvolvidas pela professora durante a aula e
o tempo de duração.

ATIVIDADES DURAÇÃO PART. DOS INTERVENÇÕES


DESENVOLVIDAS ALUNOS REALIZADAS PELA
PROFESSORA

4- Descreva a sua participação nas atividades desenvolvidas durante a aula e o


nível de interação com os alunos.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

DATA____/_____/______ ASSINATURA DO (A) ESTAGIÁRIO (O)


FICHA E

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FICHA DE AVALIAÇÃO DA PRÁTICA DE FORMAÇÃO (REGÊNCIA)
Instituição: Aula para turma
Série: EDUCAÇÃO INFANTIL turma: _________ Data: ___________
Professora:
Estagiário (a): __________________________________________________
1. Marque X nas opções desenvolvidas pelo (a) estagiário (a) quanto à realização da aula
e realize registro caso seja necessário.
( ) participa da acolhida aos alunos
( ) apresentou-se a turma
( ) apresenta o tema a ser trabalhado
( ) controla o nervosismo
( ) voz audível
( ) usa adequadamente a linguagem
( ) tem clareza nas explicações
( ) postura condigna de um professor
( ) vestuário apropriado

2. Conteúdo(s) trabalhado (s):

3. O/A Estagiário (a) teve domínio de conteúdo? (1,5)

4. Como foi a interação dos alunos com os conteúdos trabalhados? (1,0)

5. O/A Estagiário (a) teve domínio de sala? Dê seu parecer e sugestões. (1,0)

6. Qual seu parecer quanto a Mobilização da aula? (1,5)

7. Quanto aos recursos utilizados (cartaz, letra pedagógica e/ou legível e com estética;
atividade bem elaborada e estruturada; soube utilizar a lousa, letra legível
(pedagógica); outros) registre suas observações. (1,0)

8. A intervenção pedagógica foi satisfatória? Qual sugestão acrescentaria? (1,5)

9. A) Estagiário (a) trabalhou adequadamente o previsto no Plano de Aula? (0,5)

10. Em que o trabalho do (a) Estagiário (a) pode ser melhorado?


NOTA:____________

Nova Londrina, ____ de __________ de 20____.

__________________________________________Assinatura da Professora
4. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Este Caderno Pedagógico será desenvolvido durante a Implementação do


Projeto de Intervenção na Escola, nas aulas da disciplina de Prática de Formação da
terceira série do Curso de Formação de Docentes, durante o ano letivo de 2017.
Durante o ano de 2017, serão cumpridas 200 horas de Prática de Formação
(Estágio Supervisionado) distribuídas em atividades de fundamentação teórico-
metodológica, observação e conhecimento da realidade escolar, ação docente,
participação em eventos, entre outras atividades.
Nesse sentido, a relação teórico-prática num movimento dialético, ou seja,
num processo em que ao mesmo tempo em que futuro professor estuda também
pesquisa, planeja e executa a sua ação docente.
A proposta foi pensada e sistematizada com objetivo de proporcionar aos
envolvidos, subsídios para análise, discussão, reflexão sobre o planejamento de
ensino, bem como discussão sobre as teorias que a sustenta, norteando assim a
prática pedagógica dos futuros educadores.
O caderno conta com quatro unidades, contemplando:
 Fundamentações teóricas: que sustentam todo o Projeto de
Implementação;
 Revisando: uma série de textos e/ou tabelas que explicitam o
conteúdo de forma resumida;
 Refletindo: visando enriquecer o repertório dos educandos são
sugeridas obras, vídeos e sites para estudo e reflexões;
 Atividades: sugestões que complementam e dão suporte para refletir
sobre todo o processo de ensino e aprendizagem.
As propostas elencadas no Caderno Pedagógico estão explicitadas em cada
unidade. Cabe ao professor orientar e mediar o futuro educador em todos os
momentos.
As práticas orais devem ser incentivadas na sala de aula tornando-se objeto
de reflexões e estimulando o aluno a expressar-se com clareza e fluência.
No final de cada unidade sugere-se que o futuro professor produza um
relatório do que apreendeu durante o período de estudo.
No final da Implementação o aluno deverá realizar uma autoavaliação (FICHA
F) entregar um Portfólio com todo o material estudado no decorrer do ano letivo.
O futuro professor será avaliado durante todo o processo (FICHA G).
FICHA - F

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CURSO: FORMAÇÃO DE DOCENTES
DISCIPLINA: PRÁTICA DE FORMAÇÃO (ESTÁGIO SUPERVISIONADO) 3º ANO
PROFESSORA: GLEYDE PERREIRA FREIRE BONO

Esquema para o Relatório Final – 2017

VOCÊ IRÁ ENTREGAR UMA ENCADERNAÇÃO – ESPIRAL, CAPA


TRANSLÚCIDA (“TRANSPARENTE”, NADA COLORIDO), CONTRACAPA
PRETA – CUJA SEQUÊNCIA SERÁ:
1.Abertura;
2.Capa de rosto;
3.Apresentação;
4.Justificativa;
5. Aula Inaugural- Primeiro dia de aula;
6.Plano de Trabalho Docente da Aula Piloto e da Regência, obedecendo a ordem
cronológica. Após cada plano, anexar suas respectivas atividades desenvolvidas na
regência (inclusive a aula piloto);
7.Fichas de coletas de dados, em ordem cronológica e enumeradas;
8.Autoavaliação - critérios a seguir:

Tópicos para Autoavaliação

 Relação teoria/prática;
 Contribuições de alguns autores (Saviani, Gasparin, outros que achar
pertinente);
 Seu desenvolvimento durante as aulas de estágio;
 Sua participação nas observações – coleta de dados (reflexões acerca das
relações e metodologias);
 Seu desempenho nas regências:
-Domínio de conteúdo;
-Metodologia;
-Domínio de turma;
-Organização;
-Aprendizado;

Finalizar com um pensamento que retrate o que você escreveu em sua autoavaliação.
FICHA G

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CURSO FORMAÇÃO DE DOCENTES

AVALIAÇÃO FINAL- 3º ANO


ALUNO (A) ESTAGIÁRIO (A):

A. Requisitos observados como critérios de avaliação (7,0)

1.Atitude do estagiário no desempenho de suas tarefas (1,0)

2.Atitudes ético-profissionais durante o desenvolvimento das atividades propostas


(1,0)

3.Organicidade e segurança na elaboração dos planejamentos e relatórios (1,0)

4.Segurança na execução das atividades planejadas (0,5)

5.Relacionamento e responsabilidade na execução das tarefas e entrega de


trabalhos (1,0)

6.Participação nos estudos teóricos (traz leituras/busca conhecimentos...) (1,0)

7.Apresentação das atividades realizadas (correção das fichas e planos) (0,5)

8.Responsabilidade com Estágio de Regência/Atividade Recreativa ( pontualidade,


participação, assiduidade) (1,0)

B. Produção Escrita do Trabalho Final (2,0)


C. Autoavaliação (1,0)
D. TOTAL (A+B+C=10,0)

E. NOTA DA APRESENTAÇÃO DA BANCA (10,0)


F. NOTA DA AULA PILOTO (10,0)
G. NOTA DA PRÁTICA DE FORMAÇÃO (REGÊNCIA) (10,0)
MÉDIA ( D, E, F, G = 10,0)
MÉDIA FINAL

Nova Londrina, ____de ________ de ______________.

__________________________________
Professora de Prática de Formação
REFERÊNCIAS

BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996:


estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 16 jul. 2016.

NOVA LONDRINA, COLÉGIO ESTADUAL ARY JOÃO DRESCH. Projeto Político-


Pedagógico. Nova Londrina, 2008.

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica.


Campinas, SP: Autores Associados, 2003.

GHIRALDELLI JÚNIOR, Paulo. A ditadura militar (I). In: GHIRALDELLI JÚNIOR,


Paulo. História da educação. São Paulo: Cortez, 2009. p. 163-192.

KONDER, Leandro. O que é dialética. São Paulo: Brasiliense, 2008.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1993.

MARSIGLIA, A. C. G. A prática pedagógica na perspectiva da histórico-crítica.


In:Pedagogia histórico-crítica:30 anos. Campinas, SP: Autores Associados, 2011
(Coleção Memória da Educação). p. 101-118.

OLIVEIRA, Marta KOLL de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um


processo sócio- histórico. São Paulo: Scipione, 2010.

PALMAS, PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMAS. Caderno de questões:


pedagogia (magistério). 2013a. Disponível em:
<http://www.copese.uft.edu.br/semed2013_arquivos/provas/prova_Professor_Pedag
ogia_Magisterio.pdf>. Acesso em: 22 set. 2016.

______. Caderno de questões: orientação educacional. 2013b. Disponível em:


<http://www.copese.uft.edu.br/semed2013_arquivos/provas/prova_Professor_Orient
acao_Educacional.pdf>. Acesso em: 22 set. 2016.

______. Caderno de questões: professor. 2013c. Disponível em:


<http://www.copese.uft.edu.br/semed2013_arquivos/provas/prova_Professor_Nivel_I
.pdf>. Acesso em: 22 set. 2016.

PARANÁ, CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO. Deliberação 00/99. Curitiba,


1999.

______, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Orientações curriculares


para o curso de formação de docentes da educação infantil e anos iniciais do
ensino fundamental, em nível médio, na modalidade normal. 2014. Disponível
em:
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/ppc_formacao_doc
entes_2014.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2016.
PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO; SUPERINTENDÊNCIA DE
EDUCAÇÃO; DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO BÁSICA. Diretrizes curriculares
orientadoras para a educação básica da rede estadual. Curitiba: Jm3
Comunicações, 2008.

______, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO; SUPERINTENDÊNCIA DE


EDUCAÇÃO. Pacto nacional pelo fortalecimento do ensino médio: formação
continuada para os professores do ensino médio do estado do Paraná. 2014.
Disponível em:
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/debaser/singlefile.php?id=10210>
. Acesso em: 04 jul. 2016.

SAVIANI, Demerval. As concepções pedagógicas na história da educação


brasileira. Campinas: Autores Associados, 2005.

______. Escola e democracia. Campinas, SP: Autores Associados, 2008a.

______. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. Campinas, SP:


Autores Associados, 2008b.

SCALCON, Suze. À procura da unidade psicopedagógica: articulando a


psicologia histórico-cultural com a pedagogia histórico-crítica. Campinas, SP. Autores
Associados, 2002.

THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa em ação. São Paulo: Cortez, 2004.

VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto político-pedagógico da escola: uma


construção coletiva. In: ______ (Org.). Projeto político-pedagógico da escola:
uma construção possível. Campinas, SP: Papirus, 2005.

UEM, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ. Concurso público: edital nº


234/2013-PRH – Pedagogo. 2013. Disponível em:
<http://www.drh.uem.br/res/ed234-2013-caderno.pdf.>. Acesso em: 23 set. 2016.

UNICAMP, UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Dermeval Saviani. 2016.


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UOL. Frases sobre educação. 2016. Disponível em:


<https://pensador.uol.com.br/frases_sobre_educacao/>. Acesso em: 01 out. 2016.

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