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PEDAGOGIA

NICOLE ANDREZA DE SIQUEIRA REGIO

O PAPEL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDIGENA


PARA A DEMOCRATIZAÇÃO SOCIAL

São José dos Campos


2020
NICOLE ANDREZA DE SIQUEIRA REGIO

O PAPEL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDIGENA


PARA A DEMOCRATIZAÇÃO SOCIAL

Trabalho de Pedagogia apresentado como requisito


parcial para a obtenção de média bimestral nas
disciplinas de Políticas Públicas da Educação Básica,
Ética, Política e Cidadania, Psicologia da Educação e da
Aprendizagem, Práticas Pedagógicas: Gestão da
Aprendizagem e Educação e Diversidade

Tutor: Sandra Regina Cunha Perini

São José dos Campos


2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................4
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................5
3 CONCLUSÃO......................................................................................................10
REFERÊNCIAS...........................................................................................................11
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1 INTRODUÇÃO

A sociedade brasileira é composta por uma grande variedade de


grupos étnicos resultante de seu processo de formação histórica. Portanto, desde o
início tornou-se uma sociedade marcada por desigualdades sociais, educacionais e
sociais condições econômicas, que ao longo do tempo se tornaram mais
pronunciadas, mesmo com a prevalência hoje, também marcada por questões
étnicas.
A educação não pode ser alienada dessa questão, porque a escola
é um dos espaços mais relevantes para a realização da educação de meninos e
meninas e adolescentes e a socialização do conhecimento, pois para muitas
crianças será a acesso único ao conhecimento científico, reflexões filosóficas e
contato com atividades artísticas. Deve-se destacar que a escola não é neutra,
portanto, seu papel específico é acompanhar as mudanças na sociedade atual e,
portanto, deve ser questionado, criticado e modificado para enfrentar os novos
desafios.
Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi apresentar a elabore um
texto com o seguinte tema a importância da cultura afro-brasileira e indígena na
construção de uma escola democrática, construindo uma postagem formativa sobre
a cultura afro-brasileira e indígena, consultando as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação das Relações Étnico-Raciais e analisando os conteúdos
transversais a esta temática na BNCC. Este trabalho busca apresentar os principais
pontos sobre as disciplinas estudadas no semestre e para que isso fosse possível, a
metodologia adotada na formulação deste trabalho foi baseada em pesquisas
bibliográficas, através de consultas a livros, revistas, pesquisa de manuais, artigos
publicados na internet, entre outros para que assim o trabalho pudesse ser
realizado.
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2 DESENVOLVIMENTO

A educação democrática infunde o processo de aprendizagem com


esses valores fundamentais de nossa sociedade. A educação democrática vê os
jovens não como recipientes passivos de conhecimento, mas sim como co-criadores
ativos de sua própria aprendizagem. Eles não são produtos de um sistema
educacional, mas sim participantes valiosos em uma comunidade de aprendizagem
vibrante. A educação democrática começa com a premissa de que cada pessoa é
única, então cada um de nós aprende de uma maneira diferente. Ao apoiar o
desenvolvimento individual de cada jovem em uma comunidade solidária, a
educação democrática ajuda os jovens a aprenderem sobre si mesmos, se
envolverem com o mundo ao seu redor e se tornarem membros positivos e
contribuintes da sociedade.
Embora pareça senso comum para uma sociedade democrática
basear sua abordagem educacional em valores democráticos, muitas pesquisas
fornecem mais apoio à educação democrática. Estudos mostram que os ambientes
educacionais que envolvem os jovens como participantes ativos em sua própria
aprendizagem estão ligados a uma maior frequência e desempenho dos alunos,
maior criatividade e aprendizagem conceitual e maior motivação intrínseca e
determinação na aprendizagem. Além disso, pesquisas recentes sobre o cérebro e
cognitivas apontam para o valor do ambiente de aprendizagem da educação
democrática, incluindo elementos-chave como projetos colaborativos, mistura de
idades, aprendizagem por meio de experiências ativas e a importância de uma
comunidade solidária.
No entanto, a educação democrática é importante não apenas para
o benefício dos jovens que vivenciam esse ambiente de aprendizagem. A educação
democrática também carrega o potencial de um impacto social mais amplo, pois os
indivíduos autodeterminados e solidários que vivenciam a educação democrática
serão os líderes na construção de uma sociedade mais democrática, vibrante e
justa.
A democracia supõe aquele modo de vida que passa pela
possibilidade de participar da definição e construção do tipo de vida que queremos
para nós, uma participação que não se limita a intervenções específicas ou à
escolha de quem vai tomar as decisões por nós. Não é um estado de coisas nem um
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regulamento político, mas uma forma de conviver com os outros e a forma como as
pessoas podem realizar as suas capacidades humanas participando ativamente na
vida da sua sociedade e nas deliberações sobre o bem comum. Como ideal, supõe a
expansão contínua das oportunidades de participação direta de todos os cidadãos
nas decisões públicas em todas as áreas da vida política, social e econômica.
Uma educação democrática só é possível na medida em que a
escola se torna uma cultura democrática, ou seja, uma experiência permanente de
debate e diálogo aberto onde aprender sobre nossa cultura e nossas tradições
públicas se torna uma experiência reflexiva sobre nossa construção como pessoas
autônomas em nossa sociedade. Uma escola que utiliza o conhecimento não como
ritual de aprendizagem do que já foi sancionado como verdadeiro e legítimo, mas
como um recurso de reflexão crítica que conduz tanto à elaboração de perspectivas
individuais como à construção de experiências de aprendizagem partilhadas e
colaboração para o bem comum?
Uma educação que se pretende democrática significa considerar
tanto uma educação para a democracia como uma educação para a democracia.
Deve ser considerada a maneira como ela se constitui em uma experiência de vida
democrática. Mas também, a forma como oferece oportunidades para uma vida
democrática, ou seja, elementos de análise e reflexão sobre as experiências e
oportunidades democráticas oferecidas por nossa sociedade, e recursos para um
maior envolvimento e participação na vida pública à luz dos valores democráticos.
A construção de uma cultura democrática na escola implica na
possibilidade dos alunos participarem da construção da vida escolar. Isso significa,
no mínimo, a oportunidade de intervir na deliberação de como se organiza a
experiência de aprendizagem, o que passa a ser uma questão de trabalho, como e
por quê. É evidente que somente a partir dessa participação pode-se construir uma
experiência democrática nas salas de aula. Mas é também que somente a partir do
compromisso do aluno com o que deve ser sua própria formação, contando com
suas experiências e interesses, pode se desencadear um autêntico processo de
reflexão que articule as tradições públicas do conhecimento, o mundo social e
natural e construindo um significado pessoal para suas vidas. Não é, portanto,
apenas uma experiência de relações democráticas,
É evidente que neste contexto de cultura democrática para a escola,
a forma como o conhecimento é compreendido e a sua construção cooperativa é
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fundamental. Nessa perspectiva, o que se busca não é a assimilação de ideias e


conclusões já estabelecidas sobre o conhecimento público, mas seu valor para
pensar sobre nosso conhecimento cotidiano e problematizar nossa experiência. O
conhecimento público, portanto, tem um valor mediador entre, por um lado, a
experiência e as representações que temos das coisas e, por outro, as novas formas
como podemos apreender o mundo e seu significado quando nos preocupamos em
nos compreender melhor e definir modos de vida que desejamos.
Assim, a importância do conhecimento não é que ele possa ser
reproduzido ou reconstruído, ainda que significativamente, mas que nos ajude a
alcançar o que é a aspiração educacional: reformular nossa compreensão subjetiva
de nossa vida e nossas reivindicações por ela. Este propósito vai além do tópico
atual de partir de ideias anteriores, pois trata-se de ter as preocupações, interesses
e necessidades dos alunos, professores e alunos.
O conhecimento público, quando usado para este propósito, torna-se
algo que é aprendido e algo que é aprendido; mas também em algo que discute
nossa experiência e algo que é discutido a partir de nossa experiência; modos de
compreensão que podem ser utilizados para problematizar representações da
realidade e experimentar nosso próprio pensamento quando somos dirigidos por
interesses democráticos: a construção do sentido individual e coletivo de nossas
vidas e a deliberação sobre as formas de intervenção na sociedade pautadas para
uma ideia do bem comum.
Nesse sentido, o debate acadêmico e social sobre o estudo da
história e da cultura africana e indígena se situa no contexto histórico da formação
da nação brasileira por diferentes povos (europeus, africanos e indígenas),
reconhecendo que esse processo foi marcado pela diversidade, lutas e tensões
entre os diferentes povos e culturas. Desde a colonização portuguesa, a educação
escolar valorizou os povos e as tradições culturais de origem europeia, em
detrimento das origens africanas e indígenas, entre outras. Estes etnocentrismos de
base eurocêntrica, bem como a difusão de uma superioridade de povos, raças e
culturas, produziram, por um lado, a cultura do racismo, exclusão, marginalização e,
por outro, uma oposição que impulsionou os movimentos de luta e resistência.
No Brasil, comunidades quilombolas, como o Quilombo dos
Palmares, que se tornou um símbolo nas lutas pela liberdade no Brasil. Ao longo do
século 20 e no início do século 21, o movimento negro enfrentou práticas de racismo
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e discriminação social disseminadas por toda a sociedade brasileira, seja no âmbito


da produção acadêmica e científica, na imprensa, no mercado de trabalho e nos
diversos espaços de convivência, seja social, político ou cultural.
Nesse contexto, refletir sobre essa temática e suas repercussões
nas práticas de ensino e aprendizagem de história, ainda que tardia no Brasil,
representa uma possibilidade de combate ao etnocentrismo europeu, o
'Europeocentrismo' tão arraigado no ensino de história praticado no Brasil escolas.
Significa também debater e repensar alguns dos elementos construtivos do ensino
de história, como historiografia acadêmica, currículos, culturas escolares, livros
didáticos e outros materiais didáticos, formação de professores, conhecimento
escolar de história, metodologias de ensino e avaliações. Todos esses componentes
foram tradicionalmente permeados, implícita ou abertamente, por certas ideias,
valores e noções que poderiam contribuir para amenizar ou fortalecer as práticas
racistas contra negros e indígenas.
Em paralelo, na construção de uma escola democrática, a educação
indígena se concentra especificamente no ensino de conhecimento, modelos,
métodos e conteúdo indígenas dentro de sistemas educacionais formais ou não
formais. O crescente reconhecimento e uso de métodos de educação indígena
podem ser uma resposta à erosão e perda do conhecimento indígena por meio dos
processos de colonialismo, globalização e modernidade. As comunidades indígenas
são capazes de "recuperar e reavaliar suas línguas e [tradições] e, ao fazê-lo,
melhorar o sucesso educacional dos alunos indígenas", garantindo assim sua
sobrevivência como cultura.
Para os povos indígenas, sua cultura é a essência de quem eles
são, a quem pertencem, de onde vêm, como se relacionam uns com os outros. A
cultura são os ensinamentos acumulados dos ancestrais. É a base das tradições,
costumes, protocolos, valores, espiritualidade, cerimônias, linguagem, formas de
conhecer e ser, e conexões com a terra e os recursos de sustentação da vida da
terra. A cultura permeia todos os aspectos da vida e é essencial para o bem-estar
geral das comunidades e indivíduos indígenas.
Cada vez mais, tem havido uma mudança global em direção ao
reconhecimento e compreensão dos modelos indígenas de educação como uma
forma viável e legítima de educação. Existem muitos sistemas educacionais
diferentes em todo o mundo, alguns dos quais são mais predominantes e
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amplamente aceitos. No entanto, os membros das comunidades indígenas celebram


a diversidade na aprendizagem e veem esse apoio global para o ensino de formas
tradicionais de conhecimento como um sucesso. As formas indígenas de conhecer,
aprender, instruir, ensinar e treinar foram vistas por muitos estudiosos pós-modernos
como importantes para garantir que os alunos e professores, sejam indígenas ou
não indígenas, possam se beneficiar da educação de uma maneira culturalmente
sensível que se baseia, utiliza, promove e aumenta a consciência das tradições
indígenas, além do currículo ocidental padrão de leitura, escrita e aritmética.
Para a postagem formativa, o modelo escolhido foi o texto sobre a
cultura afro-brasileira e indígena: “Em todas as regiões do Brasil, experiências
exitosas com alternativas pedagógicas e didáticas materiais abordando os temas
acima podem ser encontrados. No entanto, muitos problemas, fraquezas e desafios
permanecem. Experiências desenvolvidas em muitas escolas não são
compartilhadas ou publicado em escolas e universidades. Em um estudo em público
e privado ensino fundamental, observa-se uma rica variedade de materiais
alternativos produzidos por professores de história para o ensino dessas temáticas,
desde textos a vídeos. No entanto, em muitas escolas, devido à falta de materiais e
professores devidamente formados, o estudo de temas étnicos e raciais ainda é
muito limitado. Outro aspecto a ser analisado é o caráter interdisciplinar da etnia e
raça temas. É extremamente relevante discutir a abordagem interdisciplinar ao
ensino. da história e cultura afro-brasileira e indígena. É uma opção metodológica
para dialogando com as diversas áreas do conhecimento, como geografia,
sociologia, antropologia, linguística, literatura, filosofia, entre outras. Este diálogo irá
promover a compreensão de singularidades, processos históricos, trocas culturais,
mútuos contribuições e contradições em processo. A atitude interdisciplinar irá
beneficiar o incorporação de fontes e problemas diversificados, evitando as
armadilhas do etnocentrismo, de privilegiar uma visão externa superior que
determina o curso da história.”
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3 CONCLUSÃO

Em todas as regiões do Brasil podem ser encontradas experiências


de sucesso com alternativas pedagógicas e materiais didáticos abordando os temas
acima. No entanto, muitos problemas, fraquezas e desafios permanecem. As
experiências desenvolvidas em muitas escolas não são compartilhadas ou
publicadas nas escolas e universidades. No entanto, em muitas escolas, por falta de
materiais e professores devidamente formados, o estudo da temática étnica e racial
ainda é muito limitado.
Outro aspecto a ser analisado é o caráter interdisciplinar dos temas
étnicos e raciais. É extremamente relevante discutir a abordagem interdisciplinar do
ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena. É uma opção metodológica
de diálogo com as várias áreas do conhecimento, como a geografia, a sociologia, a
antropologia, a linguística, a literatura, a filosofia, entre outras. Esse diálogo permitirá
a compreensão de singularidades, processos históricos, trocas culturais,
contribuições mútuas e contradições em processo. A atitude interdisciplinar
favorecerá a incorporação de fontes e problemas diversificados, evitando assim as
armadilhas do etnocentrismo, de privilegiar uma visão externa superior que
determina o curso da história.
Acredita-se que, no Brasil, avanços significativos foram alcançados
no desafio de construir um projeto educacional voltado para a construção de
relações étnico-raciais positivas e na perspectiva de combate ao racismo,
discriminação, exclusão de práticas no âmbito educacional e escolar, em
comparação com o que era praticado no passado. No entanto, este projeto ainda
enfrenta dificuldades, muitas das quais estão relacionadas com a formação de
professores, e com uma concepção excludente de história difundida dentro e fora da
cultura escolar. Isso exige dos educadores uma luta permanente, no dia a dia, nos
diversos espaços, contra todas as formas de racismo e discriminação. A história
como disciplina formativa tem um papel central tanto na luta pela superação do
racismo quanto no desafio de construir uma educação inclusiva, republicana,
libertadora e plural.
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REFERÊNCIAS

BORGES, Elizabeth Maria de Fátima. A inclusão da história e da cultura


afrobrasileira e indígena nos currículos da educação básica. Vassouras. v. 12.
n. 1. p. 71-84. 2010. Disponível em:
https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/vw/1IN8l5YjrMDY_MDA_606d5_/05A_Incl
usaodahistoriaculturaafro.pdf Acesso em: 16. ago 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a


Educação das Relações Étnico-Raciais Brasília, DF, p. 1-37, 2004. Disponível
em: http://portal.inep.gov.br/informacao-da-publicacao/
/asset_publisher/6JYIsGMAMkW1/document/id/488171 Acesso em: 16. ago.2010.

Lei nº 11.645 de 10 de março de 2008. Estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a
obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Diário
Oficial da União, DF. 2008. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2008/Lei/L11645.htm Acesso
em: 16. ago.2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF.


2018. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC_EnsinoMedio_embai
xa_site_110518.pdf Acesso em: 16. ago. 2020.

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