COORDENADOR
SILVIO PETROLI NETO
CONTEÚDO
REGINA MARINGONI
ANALISTA RESPONSÁVEL
TIAGO NOGUEIRA DE SOUZA
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Sumário
Concluindo... .......................................................................47
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DOCÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR
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Nesse teor de análise, depreende-se que os Docentes são
considerados agentes na formação da sociedade, do processo de
construção do conceito de cidadania, da participação politizada,
ativa e consciente do sujeito no mundo e no contexto histórico e
social ao qual ele está inserido. Enquanto agente de formação da
sociedade, possui uma formação específica para o ser Docente, que
envolve aspectos de continuidade da pesquisa, do aprofundamento
de teorias, que também pode ser pautada na preocupação com a
formação para o mercado de trabalho, dilema esse que se torna
cada vez mais complexo em uma sociedade concorrencial como a
nossa.
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Para nos comunicarmos, entendermos as regras sociais de
nosso mundo, tornarmos, enfim, membro da realidade contextual
na qual vivemos, passamos pelo processo da Educação. Ela se inicía,
em geral para a maioria das pessoas, no convívio familiar, nosso
primeiro grupo de contato interrelacional. Prossegue nas
interações que vivemos em outros grupos sociais, entre amigos, na
comunidade onde viemos, clubes, instituições religiosas. Enfim
começamos a vivenciar um local institucionalizado, no qual essa
Educação tem uma forma própria de acontecer. Há regras,
modalidades, avaliações, mecanismos de aprovação, retenção: a
Escola, ou a Educação Formal, sistematizada, que inclui,
logicamente, o Ensino Superior.
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O prosseguimento dessa Educação formalem seus desafios
atuais deve transcender esses níveis, cujo objetivo último é a
formação do cidadão. Há uma instituição, além da Escola, cuja
preocupação é a formação, além do cidadão, desse sujeito social
identificado como profissional especializado, para atuar
diretamente na realidade social com uma determinada autoridade
profissional, reconhecida por essa instituição: As Universidades, as
instituições que promovem o Ensino Superior e a qualificação
profissional em seu mais alto grau, formadora de mão-de-obra
especializada.
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Dessa forma, pensando num senso comum sobre o
desenvolvimento das instituições de Ensino, é frequente o
entendimento de que primeiramente teriam surgido formas básicas
de Ensino e “condução” das crianças pequenas em sua mais tenra
idade a fim de conhecer a linguagem do mundo e posteriormente a
linguagem alfabética, e, devendo posteriormente serem propostas
formas de Ensino às crianças mais velhas, estendendo-se aos jovens
e na etapa final, aos adultos em sua formação profissional.
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Crianças na Idade Moderna: roupas, responsabilidades e papel social de adultos
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Com o passar dos tempos, surge o primeiro sentimento em
relação à infância, a “paparicação”. A criança por sua ingenuidade,
gentileza e graça, se torna uma fonte de distração e de
relaxamento para os adultos.
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Quanto à Educação formalizada dos adultos primeiras
Universidades surgiram durante a Idade Média na Europa e eram
ligadas à igreja ou à corte real. Também não existia idade para
ingresso. Em alguns casos, até mesmo analfabetos participavam das
atividades, uma vez que na época a classificação dos saberes era
diferente da ideia que temos hoje.
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mais livre e coloca-se na ordem do dia a importância dos saberes
científico. Não é sem razão que, no século XIII, verificamos o
florescimento das Universidades, o início da formação dos estados
modernos e, concomitantemente, é o século da alta Escolástica,
uma das primeiras formas de sistematização do saber, em muito
próxima da filosofia e pensamentos eclesiásticos.
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Universidade é Universalidade: Primeiras Experiências
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A ideia da formação como transmissão passiva estava presente na universidade
medieval. Será que já rompemos com esse parâmetro?
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Ainda nessa época, Academia de Gundishapur foi estabelecida
na Pérsia (atual Irã) para ensinar estudantes de medicina, filosofia e
outras disciplinas - que muito se parecia com as Universidades da
Idade Média. Assim também no Oriente existiram centros de
aprendizagem há milhares de anos que possuíam os princípios das
Universidades de avançar no conhecimento científico, porém não
exatamente nos moldes europeus.
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seguissem os parâmetros que hoje identificamos como debate
científico, mas sem dúvida o rigor estava presente. O método
científico que hoje reconhecemos como válido ainda não existe,
mas indubitavelmente deve muito a essa preocupação de reflexão
e confronto de ideias presentes nas Universidades medievais.
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O modelo da universidade de pesquisa se estabelece entre
1800 e 1900 e o bem-sucedido modelo alemão se espalha pela
Europa e se inicia nos Estados Unidos. Em 1876, surge a americana
Universidade de Johns Hopkins. Será a partir de 1850 que mais e
mais Universidades incorporam o Ensino de Matemática e de
Ciências da Natureza em seus currículos, o que origina os
bacharelados científicos.
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Fica claro que a construção desse conhecimento não reside
em modelos fixos e programas rígidos pré-estabelecidos. a
dinâmica da Docência no Ensino Superior em muito se constrói a
partir das bases rigorosas do fazer do cientista do profissional, mas
também nasce da forma como dialoga com os acontecimentos e
experiências desse fazer.
O autor prossegue:
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conhecimento, ou para falar em termos mais modernos e atuais, o
mediador entre o aluno e o conhecimento?
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fim de conseguir uma renda extra. Docência no Ensino Superior é,
antes de mais nada, a profissionalização de uma prática formadora
extremamente comprometida com processos sócias, econômicos e
éticos cruciais: a de ser formador de mão-de-obra especializada,
com impactos diretos não somente na garantia de funcionamento
social, mas também de incremento da qualidade de vida da
população, uma vez que a os egressos que passam anos junto aos
Docentes são os agentes de transformação social que diretamente
contribuímos para sua presença atuante nessa sociedade. Ainda
que a responsabilidade profissional seja individual, há uma
dimensão coopartícipe na qual nos envolvemos diretamente.
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A grande experiência do Ensino Superior está, portanto, no
quanto se investe na constituição do sujeito da era da informação,
para superar uma condição meramente receptiva desse, para sua
atuação efetiva profissional. Nesse processo reside o sentido de
toda mobilização de recursos técnicos, formativos e intelectuais, a
fim de que uma relação transformadora de fato ocorra.
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ciência/técnica remete a uma perspectiva positiva e
retificadora, a par teoria/prática remete sobretudo a
uma perspectiva política e crítica. De fato, somente
nesta última perspectiva tem sentido a palavra
“reflexão” e expressões como “reflexão crítica”,
“reflexão sobre prática ou não prática”, “reflexão
emancipadora” etc. Se na primeira alternativa as
pessoas que trabalham em Educação são concebidas
como sujeitos técnicos que aplicam com maior ou menor
eficácia as diversas tecnologias pedagógicas produzidas
pelos cientistas, pelos técnicos e pelos especialistas, na
segunda alternativa estas mesmas pessoas aparecem
como sujeitos críticos que, armados de distintas
estratégias reflexivas, se comprometem, com maior ou
menor êxito, com práticas educativas concebidas na
maioria das vezes sob uma perspectiva política.
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profissionais, laborais e de cidadão qualificado para aquela atuação
social e profissional específica.
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ser que trabalha, quer dizer, que pretende
conformar o mundo, tanto o mundo “natural”
quanto o mundo “social” e “humano”, tanto a
“natureza externa” quanto a “natureza interna”,
segundo seu saber, seu poder e sua vontade. O
trabalho é esta atividade que deriva desta
pretensão. O sujeito moderno é animado por
portentosa mescla de otimismo, de progressismo e
de agressividade: crê que pode fazer tudo o que se
propõe (e se hoje não pode, algum dia poderá) e
para isso não duvida em destruir tudo o que
percebe como um obstáculo à sua onipotência. O
sujeito moderno se relaciona com o acontecimento
do ponto de vista da ação. Tudo é pretexto para
sua atividade. Sempre está a se perguntar sobre o
que pode fazer. Sempre está desejando fazer algo,
produzir algo, regular algo. Independentemente de
este desejo estar motivado por uma boa vontade
ou uma má vontade, o sujeito moderno está
atravessado por um afã de mudar as coisas. E nisso
coincidem os engenheiros, os políticos, os
industrialistas, os médicos, os arquitetos, os
sindicalistas, os jornalistas, os cientistas, os
pedagogos e todos aqueles que põem no fazer
coisas a sua existência.
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Ensino superior: formação que objetiva
transformação
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O trabalhador da atualidade distancia-se muito, porém, de
uma fase do capitalismo na qual a repetição, a obediência sem
questionamento e a sincronia mecanizada do trabalho davam o
tom das habilidades e competências dos trabalhadores.
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Em muito essa cena tem a ver, inclusive, com a permanência
de uma concepção de Escola a qual parece não questionar muito as
transformações e as novas necessidades dos trabalhadores da
nossa sociedade atual. A cena em questão pertence a um
momento histórico no qual a repetição sem questionamento, a
cópia de um modelo e a submissão obediente davam a tônica da
formação do trabalhador apropriado para aquele tempo. Então,
tínhamos um sistema de Ensino que tinham esses princípios – da
repetição, da cópia, da memorização.
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Moderna, porque dá às instituições a possibilidade de modificar o
corpo e a mente. Entre essas instituições se inclui a Educação. O
conceito definidor da modernidade, segundo o pensador francês, é
a disciplina - um instrumento de dominação e controle destinado a
suprimir ou domesticar os comportamentos divergentes. Portanto,
ao mesmo tempo em que o iluminismo consolidou um grande
número de instituições de assistência e proteção aos cidadãos -
como família, hospitais, prisões e Escolas -, também inseriu nelas
mecanismos que os controlam e os mantêm na iminência da
punição. Esses mecanismos formariam o que Foucault chamou de
tecnologia política, com poderes de manejar espaço, tempo e
registro de informações - tendo como elemento unificador a
hierarquia.
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altamente ritualizado. Nele vêm -se reunir a
cerimônia do poder e a forma da experiência, a
demonstração da força e o estabelecimento da
verdade. No coração dos processos de disciplina,
ele manifesta a sujeição dos que são percebidos
como objetos e a objetivação dos que se sujeitam.
A superposição das relações de poder e das de
saber assume no exame todo o seu brilho visível.
(FOUCAULT, 1977, p. 164-165)
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Segundo GODIM (2002), a partir da década de 1970,
com o incremento da automação e complexificação do capitalismo,
com o advento da globalização e da circulação de mercadorias e
redefinições dos polos de tecnologia no mercado mundial,
podemos identificar uma dinâmica histórico-social que
reestruturaram o perfil profissional mais compatível com a nova
realidade, elevando cada vez mais suas exigências.
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aprender a aprender (GODIM, 2002).
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Num mundo que se caracteriza como uma imensa coleção de mercadorias, o
conhecimento seria mais uma entre tantas?
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algo ou sobre algo, possamos modificar, aprimorar, intervir na
realidade.
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Para a dimensão transformadora que queremos para o
Ensino Superior, para os propósitos de se realizar a necessária
transformação técnica e científica do cidadão para o profissional
que se processa na Educação Superior, o conhecimento necessita
de maior amplitude e profundidade. É necessário, também que seja
perene e não estático, renovando-se, atualizando-se.
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O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DO SABER:
SABER
processo de
incorporação
CONHECIMENTO
processo de
aquisição
INFORMAÇÃO
Processo de
transmissão
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Relação professor aluno na perspectiva formadora do
ensino superior
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com a rápida implementação de novos parâmetros de
desenvolvimento tecnológico e das forças produtivas.
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alunos que estão presentes em um curso de Ensino
Superior
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das políticas globalizadas, porque extrapolam a
possibilidade de quantificar produtos.
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estudos e da compreensão da realidade pelos alunos, incluindo-se
nisso a consideração do Professor como agente histórico, com a
autoridade de identidade social de um intelectual e sábio
representante de sua época histórica, com condições políticas e
ideológicas em que vive e atua representadas em sua prática
Docente . É um perfil inusitado, emerge-se uma nova atuação,
como coloca MASETTO (2003) que não mais pode ser contentado
com conhecimentos e habilidades profissionais, mas que deve
contemplar capacitação específica, atuação efetiva e formas
materiais e científicas de intervenção na realidade, no mundo
vivido.
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objetivos a serem atingidos em cada período letivo.
Com base nos desafios mencionados, percebe-se
que a Docência universitária é um campo
complexo, com muitas lacunas a serem
preenchidas, muitas melhorias a serem realizadas e
muitos esforços por parte dos Docentes inseridos
neste espaço. Não é simples ser um mediador de
aprendizagens, ainda mais quando seu trabalho
não é tão valorizado quanto deveria e a demanda
da sociedade vigente exige diariamente
planejamento, ação e reflexão das práticas
pedagógicas. Contudo, os desafios impulsionam
estas reflexões para o alcance de melhorias.
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necessidade de refletir e agir em prol de melhorias
é o primeiro caminho para que estas sejam
garantidas. Refletir e mudar, inclusive quando as
ações que vigoram o dia-a-dia dos Professores são
frutos de anos de prática demanda aportes
teóricos específicos e esforços inesgotáveis por
parte do Docente. O Docente precisa repensar suas
concepções e práticas, buscando compreender se o
que pensam e fazem estão de acordo com a
realidade de sua sala de aula. Se a necessidade de
mudanças surgir, é preciso que sejam amparados
por teóricos para que suas novas práticas sejam
embasadas por conhecimentos científicos lógicos e
possíveis. CORREA e GOES (20013, p. 345-6)
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2. Necessidade de transformarção do Saber Profissional e Saber
Acadêmico a ser demonstrado, refletido e construído em
conjunto com os alunos
3. Valorização dos processos de desenvolvimento profissional de
Professores, dos aspectos contextuais e organizacionais
orientados em direção à mudança e a consideração das
dimensões coletivas e individuais da Docência do Ensino
Superior e sua vinculação direta com a prática profissional;
4. Construção de conhecimento sobre o Ensino e
Profissionalização como um resultado de uma relação
dialética entre o individual e o coletivo;
5. Prática reflexiva no sentido de reflexão-questionamento de
sua atuação Docente, procurando as compreensões dos
Professores universitários a respeito de suas próprias práticas
Docentes;
6. Consideração da construção coletiva e colaborativa da
construção profissional única, individual e subjetiva na
dimensão coletiva, apontando-se respostas não padronizadas;
possibilitando o desenvolvimento de autonomia pessoal e
profissional;
7. Compreensão relativa à contribuição particular e importante
de cada parceiro no processo de inquirição, e que o
relacionamento entre Docentes universitários e alunos possui
caráter multifacetado e não hierárquico em relação ao poder;
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8. Consideração de que o que separa Docentes de Ensino
Superior e seus alunos são o tempo e a experiência
profissional. São parceiro, colegas de profissão em diferentes
momentos da vida, possibilitando-se, inclusive, que venham a
trabalhar em conjunto futuramente;
9. Necessidade constante de estabelecer uma base de
conhecimento que torne o desenvolvimento profissional
possível, que visem fundamentalmente a autonomia e
autoridade profissional do Saber que se transforma, de Saber
profissional do Docente, para um Saber acadêmico, e que se
realiza novamente como Saber profissional transferido e
realizado nos alunos do curso de Ensino Superior em seu
processo de profissionalização.
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analisa com teorias, e volta a ela com novos dados, dando-lhe um
novo olhar e significado.
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A prática Docente no Ensino Superior está
numa fase de transição de paradigmas, mas deve
ser permeada pela reflexão-ação-reflexão, a fim de
que o educador possa reinventá-la, tendo como
sujeito principal o discente e seus interesses, bem
como, ter em vista a realidade na qual atua de
modo a adequar sua prática e seus saberes
conforme este contexto. Desta forma, este
educador estará dando condições para que o
discente possa construir conhecimentos, com base
numa Educação sólida e participativa, onde o
processo de Ensino-aprendizagem seja permeado
pela participação e colaboração de ambas as partes
e que os saberes que são abordados no processo
de formação que acontece na universidade, façam
sentido à suas vidas e possam suprir suas
necessidades, assim como formar autênticos
cidadãos.
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conhecimento profissional em acadêmico, para que os discentes o
reisignifiquem em Saber profissional em sua atuação laboral
competente e confiável
Concluindo...
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propor e traças melhores rumos para a realidade social na qual se
contextualiza.
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Referências bibliográficas
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MARQUES, Marta e FÁVERO, Altair Alberto. A Docência Na
Educação Superior: Do Paradigma Do Ensino ao Paradigma Da
Aprendizagem. XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e
Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012
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Anotações
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FACULDADE DE JAGUARIÚNA
2017