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TRABALHO DE HISTÓRIA E FILOSOFIA DE EDUCAÇÃO

Nome:

Como a educação pode potencializar a transformação do social?

1 - INTRODUÇÃO

A educação tem um papel fundamental na transformação do social,


uma vez que permite o desenvolvimento de habilidades, competências e
valores que são essenciais para a construção de uma sociedade mais justa,
igualitária e progressista. Através da educação, é possível potencializar a
transformação do social, promovendo o acesso a conhecimentos, a
formação de cidadãos críticos e conscientes, e a promoção da inclusão
social, capaz de promover mudanças nas estruturas sociais, motivacionais e
políticas.Este ensaio tem como objetivo discutir como a educação pode
potencializar a transformação do social e apresentar exemplos práticos de
como isso pode ocorrer.

A BNCC, como o próprio nome diz, dispõe sobre o básico a ser


transmitido aos alunos no ensino fundamental, ou seja, ela estabelece para
Estados e Municípios, como obrigação, apenas um mínimo em educação.
Qualquer atualização deve passar por um burocrático caminho, o que nem
sempre é atingido. Os recursos humanos e financeiros para garantir uma
complementação desse mínimo em educação também depende de aprovações
em ciclos orçamentários longos, geralmente de quatro anos, o que nem
sempre é conseguido devido as trocas de governo. A cada ciclo de quatro
anos novos interesses dos “Donos do Poder” são reafirmados em projetos
pedagógicos que refletem os seus interesses e não os interesses daqueles
que mais precisam, ou seja, a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária é sempre postergada de alguma forma.

Portanto, é possível compreender o que são os procedimentos através


dos quais a educação pode atuar como um agente de transformação do
social. Além disso, embora a definição de Bases Nacionais possa atender a
objetivos e motivações diversas, essa está subordinada a metas relacionadas a fluxo
escolar, ao controle vertical sobre o trabalho do professor e à obtenção de
resultados em exames padronizados. Há uma subordinação a uma “lógica da
prescrição diretiva, que não se agrega às atuações efetivas para investimento no
professor e em sua autonomia profissional e curricular.

Veremos a seguir uma proposta que pode ajudar a responder a questão de


como a educação pode potencializar a transformação do social

2 - DESENVOLVIMENTO

2.1 Acesso ao conhecimento

A educação proporciona o acesso ao conhecimento, o que permite que


as pessoas sejam lembradas sobre os acontecimentos sociais, políticos e
culturais. Através do acesso ao conhecimento, é possível compreender as
condições sociais e buscar formas de transformação. Além disso, o
conhecimento adquirido por meio da educação capacita os indivíduos a
exercerem suas funções de forma mais eficiente e assertiva, o que contribui
para a melhoria das condições sociais. Ao promover a educação de qualidade, é
possível superar desigualdades sociais e respiratórias, empoderando indivíduos e
grupos marginalizados. Neste sentido, a educação pode ser vista como uma
ferramenta essencial para garantir a igualdade de oportunidades e o acesso a
direitos fundamentais.

Sobre a Base Nacional Comum Curricular é importante destacar que o


seu histórico é longo, começa com a Constituição de 1988 em seu artigo 210,
que diz: “Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de
maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e
artísticos, nacionais e regionais. Porém, somente em 22 de dezembro de 2017,
o Conselho Nacional de Educação (CNE) apresenta a RESOLUÇÃO CNE/CP Nº
2, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2017 que institui e orienta a implantação da Base
Nacional Comum Curricular para os ensinos Infantil e Fundamental e apenas
em 14 de dezembro de 2018 é que o Ministério da Educação homologa o
documento da Base Nacional Comum Curricular para a etapa do Ensino Médio.

O ideal seria que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estivesse


pronta desde 1988, para que a partir dela se elaborassem diretrizes, porém,
com a longa ausência da BNCC, o processo teve que ser invertido para que o
sistema educacional brasileiro não ficasse sem rumo definido, o que poderia
ensejar que vários Estados e Municípios conduzissem o processo a sua
maneira, gerando, por exemplo, discrepâncias nos padrões de ensino e
avaliação. Esse debate se concentra muito centrado nos componentes
curriculares, com pouco espaço para se discutir os problemas cotidianos do
ambiente escolar e que são o motivo de resultados não satisfatórios:
precarização do trabalho do professor, baixos salários, fechamento de turmas,
corte de recursos, aumento do número de estudantes por turma e carência de
equipamentos.

O processo de confecção das Bases Nacionais foi marcado pelo


centralismo em todas suas fases, desde a indicação dos especialistas que
fizeram a proposta, sem explicitação dos critérios adotados para sua escolha
até as consultas públicas. A ideia geral é que a prerrogativa de definir os
conteúdos é do Ministério da Educação (MEC) e não das distintas áreas de
conhecimento. Os especialistas indicados pelo MEC muitas vezes passam ao
largo de expor a heterogeneidade das diversas áreas disciplinares.

Através dos estudos e elaboração da BNCC, verifica-se, claramente, que


não foi levado em conta as limitações de recursos financeiros, materiais e
humanos do sistema educacional brasileiro. A pobreza econômica de milhões
de alunos também foi esquecida, já que esta impede a compra pelos alunos de
muitos materiais de apoio que facilitariam os trabalhos dos professores.
Diante desse quadro, fica evidente que muitas das metas propostas pelo MEC
na BNCC não são atingidas por estarem fora do alcance material e das
possibilidades de recursos humanos do sistema educacional brasileiro.

Um exemplo prático de como a educação pode potencializar a transformação


do social é o caso da luta pelos direitos das mulheres. Ao longo dos anos, o acesso
das mulheres á educação tem sido ampliado, o que tem contribuido para a conquista
de direitos e a transformação de papéis de gênero. A educação permite que as
mulheres tenham acesso a informações e conhecimento, capacitando-as para exigir
igualdade de condições e oportunidades. Além disso, a educação auxilia na
desconstrução de estereótipos de gênero e promove uma construção de uma
sociedade mais justa e igualitária.

Outro exemplo relevante é a educação ambiental. O mundo enfrenta


grandes desafios relacionados à preservação do meio ambiente e à
sustentabilidade. Por meio da educação ambiental, é possível formar
cidadãos conscientes e responsáveis, capazes de agir de forma sustentável
e contribuir para a preservação do planeta. A educação ambiental pode ser
disseminada em escolas, universidades e através de campanhas educativas,
sensibilizando as pessoas para a importância da preservação do meio
ambiente e incentivando a adoção de práticas mais ecológicas. Segundo a
filosofa e educadora brasileira, Nísia Trindade Lima, em seu livro
“Desigualdade e Discriminação no Brasil’’, “a educação é um dos principais
mecanismos de controle de superação das desigualdades sociais e de
promoção da inclusão social”.

A educação também pode ser um instrumento de transformação social


na área da saúde. Ao promover a educação em saúde, é possível capacitar
as pessoas para cuidarem melhor de si mesmas e de suas comunidades.
Através da disseminação de conhecimentos sobre prevenção de doenças,
alimentação saudável e práticas de higiene, por exemplo, é possível
melhorar a qualidade de vida das pessoas e reduzir a incidência de doenças.
A educação em saúde pode ser realizada em diferentes contextos, como
escolas, postos de saúde e organizações não governamentais,
esperançosas para a promoção da saúde e bem-estar da população.

Além disso, a educação pode ser um meio eficaz para a superação da


pobreza e da exclusão social. Através do acesso a uma educação de
qualidade, os indivíduos têm a oportunidade de adquirir conhecimentos e
habilidades que os capacitam para o mercado de trabalho.

A educação é um importante fator de empoderamento, permitindo que


as pessoas obtenham melhores oportunidades de emprego e melhores
empregos. Dessa forma, a educação pode ser um meio eficaz para a
redução das desigualdades sociais e da pobreza, proporcionando melhores
condições de vida e inclusão social de grupos historicamente
marginalizados.

2.2 Formação de cidadãos críticos e conscientes

A educação tem o poder de formar cidadãos críticos e conscientes,


capazes de analisar e compreender os problemas sociais e buscar soluções.
Através da formação de cidadãos críticos, é possível promover a participação
ativa na comunidade, a defesa dos direitos humanos e a busca por uma
sociedade mais justa e igualitária. Nesse sentido, destacam-se as palavras
do educador brasileiro Paulo Freire, em seu livro "Pedagogia do Oprimido":
"a educação deve promover a conscientização dos indivíduos, para que se
tornem sujeitos capazes de transformar a sua própria realidade". Portanto, é
fundamental que a educação esteja voltada para a formação de cidadãos
críticos, capazes de analisar a sociedade em que vivem e buscam formas de
transformação.

2.3 Inclusão social

A educação também desempenha um papel importante na promoção


da inclusão social. Através da educação, é possível garantir que todos
tenham acesso aos mesmos direitos e oportunidades, independentemente de
sua condição social, econômica, étnica ou de gênero. A educação inclusiva
visa criar um espaço onde cada indivíduo seja espiritualizado e valorizado,
confiante para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

A respeito da educação inclusiva, o psicólogo e educador francês


Philippe Perrenoud afirma em seu livro "Construir as Competências desde a
Escola": "a educação inclusiva é a garantia de uma sociedade mais justa, na
qual todos têm as mesmas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento
". Portanto, é através da promoção da inclusão social que a educação pode
se tornar um agente de transformação do social.
CONCLUSÃO

A educação possui um papel indispensável na transformação do


social, uma vez que promove o acesso ao conhecimento, forma cidadãos
críticos e conscientes e promove a inclusão social. Através do acesso ao
conhecimento, a educação capacita as pessoas a compreenderem as condições
sociais e buscar formas de transformação. Já a formação de cidadãos críticos e
conscientes possibilita a participação ativa na comunidade e a busca por uma
sociedade mais justa e igualitária. Por fim, a promoção da inclusão social, por meio
da educação, visa garatir a igualdade de oportunidades para todos, confiante para
a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Vimos, portanto, que a educação pode potencializar a transformação do
social, por meio da participação popular e dos professores de base na
elaboração dos currículos a serem ministrados, bem como na distribuição e
planejamento do uso dos recursos financeiros.
Por intermédio dessa participação, os professores educadores em
interação com os pais e os próprios alunos poderão canalizar os parcos
recursos financeiros e humanos para o foco das principais necessidades
educacionais pleiteadas pelas partes envolvidas e corrigir os rumos dos
projetos educacionais vindos de Brasília para o resto do País.
Como defendeu Paulo Freire, em seu livro “Pedagogia do Oprimido”,
ninguém melhor que o próprio oprimido para saber as suas necessidades e
onde a opressão lhe mais dói. Portanto, cabe aos Governos deixarem o povo
falar sobre suas necessidades educacionais, pois é em função dele que deve
girar as metas da educação brasileira.

REFERÊNCIAS
BAFFOE, Michael et al. Papel da Educação na Sustentabilidade Ambiental:
Como Educar Indivíduos Pode Moldar Seu Comportamento Ambiental. Journal of
Education and Practice, v. 5, n. 39, pág. 49՞53, 2014.

BUTLER, Gail D.; HALSJTRAND, Christine; MAMBU ՞MA՞KOLO, Robert. A


educação como veículo para a adaptação às mudanças climáticas: lições da
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2016.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática


educacional. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Ed. Paz e Terra, 2012.

LIMA, Nísia Trindade. Desigualdade e Discriminação no Brasil. Ed. Zahar,


2017.

MANGANE, Marisa et al. Educação, Saúde e Pobreza em Países em


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3, pág. 1՞15, 2017.

PERRENOUD, Philippe. Construir as Competências desde a Escola. Ed.


Artmed, 1999.

SACAVINO, Susana; VAN TEIJLINGEN, Eddie. Igualdade de gênero e


empoderamento das mulheres por meio da educação transformadora. Jornal
Internacional de Desenvolvimento Educacional, v. 34, p. 10 ՞18, 2014.

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