Você está na página 1de 9

Tendências actuais da educação

1. Introdução

1.1. Contextualização
O disposto trabalho de pesquisa bibliográfica é da disciplina de Fundamento da Educação,
e tem como tema: Tendências actuais da educação. De salientar que, tendências actuais
da educação em Moçambique incluem a expansão do acesso à educação, a promoção da
educação bilingue, a formação de professores, o uso crescente da tecnologia educacional, a
revisão do currículo para torná-lo mais relevante, a promoção da inclusão e igualdade de
género, o foco no ensino técnico e profissional, o investimento no ensino superior e a
descentralização da gestão educacional.

No entanto, o país enfrenta desafios financeiros que podem afectar a implementação dessas
tendências. O governo de Moçambique está comprometido em melhorar seu sistema
educacional para atender às necessidades dos cidadãos e promover o desenvolvimento do
país, embora ainda haja desafios a serem superados para garantir que todas as crianças e
jovens tenham acesso a uma educação de qualidade.

1.2. Objectivos da pesquisa

1.2.1. Objectivo geral


O objectivo geral refere-se a uma visão global e abrangente do tema de pesquisa. Ele está
relacionado com o conteúdo intrínseco dos fenómenos, dos eventos ou das ideias
estudadas, Lakatos & Marconi (1992).

Objectivo geral desta pesquisa consiste em:


 Compreender acerca das Tendências actuais da educação.

1.2.2. Objectivo específico


Para Cervo & Bervian (2002, p. 83), definir objectivos específicos significa aprofundar as
intenções expressas nos objectivos gerais, as quais podem ser: mostrar novas relações para
o mesmo problema e identificar novos aspectos ou utilizar os conhecimentos adquiridos
para intervir em determinada realidade.

Os objectivos específicos desta pesquisa consistem em:


 Explicar acerca do direito a educação em Moçambique;

 Indicar os Factos de Educação em Moçambique;


 Apresentar Estratégias da UNESCO acerca da Educação em Moçambique.

1.3. Metodologia
Para Lakatos & Marconi (1992), são as formas ou maneiras de usar o pensamento para a
execução de um determinado assunto ou problema em estudo. Pois, para a realização deste
trabalho auxiliou-se a pesquisa bibliográfica, que corresponde a recolha de dados
utilizando os meios electrónicos e físicos.

1.4. Estrutura do Trabalho


 Introdução;
 Desenvolvimento;
 Conclusão e;
 Referências Bibliográficas.
2. Fundamentação teórica

2.1. Tendências actuais da educação

Segundo Brandão (2005), a educação é uma prática social da qual cujo fim é o
desenvolvimento do que na pessoa humana pode ser aprendido entre os tipos de
saber existentes em uma cultura, para a formação de tipos de sujeitos, de acordo com
as necessidades e exigências de sua sociedade. E ainda afirma que, a Educação é um
dos meios de realização de mudança social, assim tendo como finalidade a de
promover a transformação social.

Libâneo (2002), define a educação como um “fenómeno plurifacetado, ocorrendo em


muitos lugares, institucionalizado ou não, sob várias modalidades”. Deste modo, o
autor revela que a educação é de maneira geral todas essas respostas que as alunas
deram, pois não há apenas um único objectivo com a educação, ela está em todos os
espaços, em todos os momentos, acontecendo de diversas formas (p. 26).

Sob ponto de vista pessoal, a educação é um processo e contínuo que envolve a


transferência sistemática de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes de uma geração
para a próxima. Ela ocorre em uma variedade de contextos, incluindo instituições
educacionais formais, como escolas e universidades, bem como ambientes informais, como
a família, a comunidade e a mídia. Através da educação, os indivíduos são expostos a uma
ampla gama de detalhes e disciplinas, que variam desde as ciências e as artes até os
aspectos práticos da vida quotidiana.

Portanto, a educação não se limita apenas à acumulação de informações; ela também se


concentra no desenvolvimento de habilidades cognitivas, como pensamento crítico,
resolução de problemas e raciocínio lógico. Além disso, a educação desempenha um papel
fundamental na formação de valores, ética e atitudes, contribuindo para a construção de
cidadãos responsáveis e membros produtivos da sociedade.

2.1.1. Direito a Educação


No texto da Lei 4/83 a educação é referenciada como direito e dever de todo o cidadão e
que deveriam traduzir-se “na igualdade de oportunidades de acesso à todos os níveis de
ensino e na educação permanente e sistemática de todo o povo” (Moçambique, República
Popular, 1985, p. 111). Ao Estado cabe a tarefa de “dirigir, planificar e controlar a
educação e garantir a laicidade no quadro dos objectivos fixados fundamentais
consagrados na constituição” (p. 111): “promover as condições necessárias para a extensão
do gozo deste direito a todos os cidadãos (p. 13).

De acordo com Sacristán (2000, p. 18), afirma que o direito à educação visto na
perspectiva de acesso de todos à escolarização e aos processos formativos que nela
ocorrem ou deveriam ocorrer, é depositária das mais diferentes aspirações e objectivos, que
agrupados Sacristán sintetiza em quatro grandes temáticas positivas, a saber:
 A fundamentação da democracia;
 O estímulo ao desenvolvimento da personalidade do sujeito;
 A difusão e incremento do conhecimento e da cultura em geral;
 A inserção dos sujeitos no mundo e;
 Custódia dos mais jovens “suplantando nesta missão a família, o que converte a
escolaridade num espaço e numa oportunidade para realizar o controlo da conduta
e o eficaz trabalho de disciplinação”.

2.1.2. Factos
Segundo Silva (2006, p. 48-49), diz que a educação era profundamente ideológica e visava
formar o espírito de unidade nacional dando uma dimensão cultural à luta pela libertação.
A adesão em massa das populações originava um recrutamento de professores baseado no
princípio segundo o qual, quem tinham estudado devia ensinar a quem não sabia. A partir
da data da independência, em 1975, a FRELIMO estende a todo o país a política educativa,
até então desenvolvida nas zonas libertados. As mulheres adquirem então o direito de voto,
e alcançam níveis de cidadania participativa, inclusivamente na luta armada, até então
desconhecidos.

Em traços gerais. o Sistema Nacional de Educação pode ser caracterizado como um


sistema único de ensino, laico e público, onde a escolaridade primária passa de 4 para 7
anos e onde existe uma unicidade do sistema com possibilidade de ingresso na vida activa
no final de cada nível ou ingresso no nível seguinte. O novo governo criou, assim, um
sistema de ensino igualitário e extensivo a toda a população (deixando de haver escolas
para negros e brancos, para rapazes e raparigas) e fez um grande esforço na construção de
estruturas que permitiram o acesso da maior parte da população à educação. No entanto,
apesar da explosão de matrículas verificada nos primeiros anos da independência, a
percentagem de alunos a frequentar o ensino primário vai diminuindo gradualmente e o
abandono da escola e o insucesso escolar vão atingindo valores cada vez mais elevados.
A estes factos não foi com certeza alheia a guerra civil devastadora que destruiu a maioria
das escolas, obrigou à deslocação de populações e conduziu o país a uma profunda crise
económica. Actualmente, com o final da guerra e o apoio dado pelas agências
internacionais no âmbito da Educação, o governo moçambicano encontra-se em condições
de realizar uma profunda transformação da política educativa, planeada em várias etapas e
que passa pela introdução da educação bilingue no ensino básico, usando a língua materna
dos alunos num processo de transição gradual para o Português como língua de ensino,
mantendo as línguas nacionais como disciplina. Outra transformação importante passa pela
tematização interdisciplinar dos programas e pela produção de manuais escolares e
materiais pedagógicos adaptados à realidade moçambicana e desenvolvidos de raiz para o
novo programa curricular.

Desta forma, o governo moçambicano espera diminuir significativamente o abandono da


escola e o insucesso escolar e promover uma educação adaptada à realidade actual do país
que luta pela sua integração regional e pelo desenvolvimento económico, num contexto
internacional competitivo e liberal, sem perder a sua identidade multicultural.

2.1.3. Estratégias da UNESCO

A UNESCO colabora com os governos para que adaptem seus respectivos programas de
estudo e livros de texto às emergentes necessidades de aprendizagem das pessoas, e para
que reorientem as políticas de educação básica com o propósito de incluir temas como
direitos humanos, a paz, a democracia, o entendimento entre as culturas.

A estratégia da UNESCO se centra na educação caracterizada por contextos cada vez mais
multilingues e oferece orientação no uso de idiomas locais e estrangeiros. Participa,
também, no desenvolvimento de políticas curriculares nacionais para garantir que as
escolas de ensino fundamental tenham à sua disposição livros didácticos, métodos e
materiais de aprendizagem de boa qualidade.

A aprendizagem de qualidade só é possível quando as crianças e os jovens se sentem bem


acolhidos em suas escolas e quando gozam de boa saúde. A UNESCO desempenha um
papel importante como ponto focal das Nações Unidas para a educação física e o exporte e
como parte do esforço das Nações Unidas para concentrar recursos em uma efectiva saúde
escolar (CRESE).
Vem desenvolvendo, também, novos enfoques sobre solução não-violenta de conflitos na
sala de aula e perspectiva de mediação. Por exemplo, uma nova publicação oferece aos
professores, pais e estudantes catorze soluções práticas para enfrentar conflitos

2.1.4. Síntese

As tendências actuais da educação em Moçambique reflectem os esforços do país em


melhorar o acesso, a qualidade e a relevância da educação em todos os níveis. Alguns dos
principais desenvolvimentos e tendências na educação em Moçambique incluem:
 Expansão do Acesso: Moçambique tem trabalhado para melhorar o acesso à
educação, principalmente no ensino primário e secundário. Isso inclui a construção
de mais escolas e a implementação de programas para incentivar a matrícula e a
frequência escolar.
 Educação Bilingue: O governo moçambicano tem promovido o uso de línguas
locais em paralelo com o português nas escolas primárias para melhorar a
compreensão e a aprendizagem dos alunos.
 Formação de Professores: Há um foco crescente na formação de professores para
melhorar a qualidade do ensino. Isso inclui programas de desenvolvimento
profissional e recrutamento de professores qualificados.
 Tecnologia Educacional: A tecnologia educacional está desempenhando um papel
cada vez mais importante, com a introdução de computadores e acesso à internet
em algumas escolas para melhorar o acesso a recursos educacionais.
 Aprendizado Técnico e Profissional: Há um impulso para expandir o ensino
técnico e profissional para equipar os alunos com habilidades práticas e
profissionalização.
 Ensino Superior: Moçambique está investindo na expansão e aprimoramento do
ensino superior, com a criação de novas universidades e parcerias internacionais
para promover a pesquisa e a colaboração académica.

Essas tendências reflectem o compromisso contínuo de Moçambique em melhorar seu


sistema educacional para atender às necessidades dos cidadãos e promover o
desenvolvimento do país. No entanto, é importante reconhecer que ainda existem desafios
a serem superados para garantir que todas as crianças e jovens tenham acesso a uma
educação de qualidade.
3. Conclusão

3.1. Considerações finais


Terminado o trabalho conclui-se que, segundo o Boletim da República de Moçambique 3 o
Suplemento Lei no 4/83 Capítulo I (Princípios e objectivos) artigo I, afirma que a educação
é um direito e um dever de todo o cidadão, o que se traduz na igualdade de oportunidades
de acesso a todos os níveis de ensino e na educação permanente e sistemática de todo o
povo.

Moçambique tem feito progressos na educação, com ênfase na universalização do ensino


primário, embora desigualdades regionais persistam. O português é a língua de instrução,
mas línguas locais são usadas nas séries iniciais. O país enfrenta altas taxas de
analfabetismo, especialmente entre adultos e mulheres, devido à falta de oportunidades
educacionais. Os esforços para promover inclusão e igualdade de género estão em
andamento, e o ensino superior está em expansão.

Desafios incluem disparidades regionais, limitações financeiras, histórico de conflitos


armados e falta de infra-estrutura. A cooperação internacional é buscada para melhorar a
qualidade da educação. Embora Moçambique enfrente obstáculos, o compromisso de
melhorar o sistema educacional é evidente, visando ao desenvolvimento do país e ao
fornecimento de oportunidades educacionais para todos os cidadãos.

A UNESCO tem desempenhado um papel fundamental no apoio à educação em


Moçambique, adoptando várias estratégias para promover o acesso, a qualidade e a
equidade na educação. Isso inclui esforços para melhorar o acesso ao ensino primário e
secundário, o desenvolvimento de currículos relevantes, a formação de professores, a
promoção da igualdade de género e a inclusão de crianças com necessidades especiais.
Além disso, a UNESCO trabalha na preservação do património cultural e no uso de línguas
locais nas primeiras séries de educação.

A organização também apoia a incorporação da tecnologia educacional e promove a


cooperação internacional para fortalecer o sistema educacional de Moçambique. Através
dessas estratégias, a UNESCO contribui para o desenvolvimento da educação em
Moçambique e ajuda o país a enfrentar os desafios educacionais, visando um sistema
inclusivo e de qualidade para todos os moçambicanos.
4. Referências bibliográficas

Brandão, Carlos Rodrigues. (2005). O que é educação. Ed. 46º. Brasil: São Paulo. Editora:
Brasiliense.
Cervo, A. L. & Bervian, P. A. (2002). Metodologia Cientifica. 5a ed. Brasil: São Paulo.
Editora: Prentice Hall.
Lakatos, E. M. & Marconi, M. A. (1992). Metodologia do trabalho científico. 4.ed. Brasil:
São Paulo. Editora: Atlas.
Libâneo, José Carlos. (2002). Pedagogia e Pedagogos para quê? Brasil: São Paulo.
Editora Cortez.
Moçambique, República Popular. (1985). Sistema Nacional de Educação. Linhas Gerais e
Lei 4/83 de 23 de Março. Maputo: Minerva Central.
O Instituto de Educação da UNESCO (IEU), com sede em Hamburgo, Alemanha, cobre a
educação de adultos e a educação permanente.
Sacristán, José Gimeno. (2000). A educação obrigatória: seu sentido educativo e social.
Porto: Porto Editora. P. 18.
Silva, Gabriela Maria Moreira da. (2006). Educação e Género em Moçambique.
Moçambique: Maputo. Editora: FLUP, Centro de Estudos Africanos. P. 48-49.
Referências Bibliográficas
Bolacha, N.F. (2013). A mulher moçambicana na ocupação de cargos de decisão: um
estudo de caso no âmbito das direcções provinciais de Nampula. 220p. Tese
(Doutorado em Ciências da Educação) - Universidade Católica Portuguesa. Lisboa.
Golias, M. (1993). Sistemas de ensino em Moçambique. Moçambique: Maputo. Editora
Escolar. P. 31.
Muniz, R. M.F. (2001). O direito à educação. Brasil: Rio de Janeiro: Renovar.
Santos, Boaventura de Sousa. A universidade no século XXI: por uma reforma
emancipatória do ensino superior. São Paulo: Cortez, 2005.

Legislações
Ministério da Educação e Cultura. (2010). Plano Estratégico de Educação e Cultura
(2011-2016). MEC. Maputo. Disponível em: http://www.mined. gov.mz. Acesso
em: 23 jul. 2020.
Moçambique (1983) Lei 6/92 de 6 de Maio: in Boletim da República, Maputo.
Moçambique, República Popular. (1985). Sistema Nacional de Educação. Linhas Gerais e
Lei 4/83 de 23 de Março. Maputo: Minerva Central.
Moçambique, (2004) Constituição da República de Moçambique, Maputo.
O Instituto de Educação da UNESCO (IEU), com sede em Hamburgo, Alemanha, cobre a
educação de adultos e a educação permanente.
ONU (1948). Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Você também pode gostar