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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Tema: O papel da Didáctica na formação do Professor

Discente: Sandra Manuel Chico


Código: 708230857

Curso: Licenciatura em Ensino de História


Disciplina: História
Ano de frequência: 1o Ano
Turma: J

Nampula, Abril, 2023


Índice
I. Introdução................................................................................................................................3

1.1. Contextualização..................................................................................................................3

1.2. Objectivos............................................................................................................................3

1.2.1. Objectivo geral..................................................................................................................3

1.2.2. Objectivos específicos......................................................................................................3

1.2.3. Metodologia......................................................................................................................3

1.2.4. Estrutura do Trabalho:......................................................................................................3

II. Referencial Teórico................................................................................................................4

2.1. Conceito de didáctica...........................................................................................................4

2.2. Relação entre a didáctica e a pedagogia..............................................................................4

2.3. Importância da didáctica na formação do professor............................................................5

2.4. Importância das funções didácticas para o sucesso do professor na sala de aula................6

III. Conclusão..............................................................................................................................9

3.1. Considerações finais............................................................................................................9

IV. Referências Bibliográficas..................................................................................................10

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I. Introdução
1.1. Contextualização
O presente trabalho de pesquisa bibliográfica é da disciplina de Didáctica Geral e tem como
tema: O papel da Didáctica na formação do Professor. Importa referir que, a didáctica tem
uma grande importância para a formação do professor, na medida em que proporciona o
desenvolvimento de sua capacidade em termos críticos e reflexivos, permitindo que
o professor faça um estudo ou análise de forma clara e objectiva sobre a realidade do ensino,
proporcionando situações em que o aluno tenha a capacidade de saber construir o seu próprio
saber
1.2. Objectivos
Para Piletti (1999), os objectivos são fins que antecipam os resultados de um trabalho que
expressam as exigências e capacidade a serem assimiladas mediante aplicação de certos
métodos.
1.2.1. Objectivo geral
 Compreender o papel da didáctica na formação do professor.
1.2.2. Objectivos específicos
 Discutir o conceito da didáctica;
 Descrever a relação entre a didáctica e a pedagogia;
 Explicar a importância da didáctica na formação do Professor;
 Demonstrar a importância das funções didácticas para o sucesso do professor na sala
de aula.
1.2.3. Metodologia
Para Lakatos e Marconi (1992), são as formas ou maneiras de usar o pensamento para a
execução de um determinado assunto ou problema em estudo. Pois, para a realização deste
trabalho auxiliou-se a pesquisa bibliográfica, que corresponde a recolha de dados utilizando
os meios electrónicos e físicos.
1.2.4. Estrutura do Trabalho:
 Introdução;
 Desenvolvimento;
 Conclusão e;
 Referências Bibliográficas.

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II. Referencial Teórico
2.1. Conceito de didáctica
Para Libâneo (1994), a Didáctica é uma disciplina pedagógica que estuda os objectos, as
condições do processo de ensino, os meios e o cenário educacional. Porque os conteúdos da
disciplina de ensino decorrem da ciência que lhes servem de base.
A disciplina de ensino implica numa selecção de conhecimentos pautada por critérios
pedagógicos e didácticos; do mesmo modo, os métodos da ciência e os métodos de ensino são
conexos, não idênticos, porque a actividade de ensino implica uma relação pedagógica que lhe
é peculiar, distinguindo-se daquela que ocorre na actividade científica.
Segundo Hoauiss (2001, p. 22), didáctica pode ser definida como “parte da Pedagogia que
trata dos princípios científicos que direccionam a actividade educativa, com o objectivo de
torná-la mais eficiente”.
Segundo as citações acima, percebe-se que a didáctica permite analisar o desenvolvimento, as
técnicas e os métodos que os professores podem utilizar para ensinar um determinado
conteúdo para os alunos ou um grupo, isto é, ela é responsável por estudar os processos de
ensino e aprendizagem.
2.2. Relação entre a didáctica e a pedagogia
A didáctica é uma ciência pedagógica, sendo por isso que mantem relação com a pedagogia.
Mas também vemos que devido a complexidade do processo de ensino e aprendizagem, de
um lado, e, por outo, tendo em conta ao carácter interdisciplinar de quase todos os ramos de
saber, a didáctica mantem relação com outras ciências.
A Didáctica e a Pedagogia podem auxiliar os coordenadores e docentes como recurso de
formação, pois, como esclarece Libâneo (2007, p. 17), “ a pedagogia é a teoria e a prática da
educação, a pedagogia é o campo científico que faz uma reflexão sistemática sobre a prática
educativa”. Nesta perspectiva, os coordenadores e professores precisam estar inseridos na
arena da pesquisa. Em outras palavras, os coordenadores e professores precisam estar imersos
no contexto da pesquisa de modo que possam revisitar sua prática, ou seja, fazer um
contraponto entre a teoria e a prática e, por consequência, materializar uma reflexão da prática
na prática, buscando uma articulação da acção educativa que exercem com as dimensões
cognitivo-afectivo político-espiritual.
Verifica-se, a prior, a necessidade de os coordenadores e professores compreenderem o
processo educativo como elemento político-social interveniente no seio de uma sociedade tão
desumanizada, a partir de situações concretas da instituição escolar, ou seja, entende-se que
não é possível transformar a educação pautando-se somente e exclusivamente no “abstracto”.

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Assim como se faz necessário a reflexão da prática na prática, somada à preocupação dos
coordenadores em acompanhar, em lócus, a prática pedagógica dos professores.
Entretanto, os coordenadores precisam pautar-se em uma dinâmica relacional afectiva com os
professores para que, por consequência, o desenvolvimento de uma prática educativa
significativa para os alunos se materialize.
Logo, considerando as inúmeras limitações que permeiam o processo de formação dos
coordenadores, é patente a necessidade que a Didáctica e a Pedagogia os possibilitem
compreender e inserir-se no quotidiano escolar com olhar crítico, investigativo, pois, muitas
vezes, a formação inicial destes profissionais apresenta-se lacunosa e distante do mundo real
da seara escolar. Importa, por isso, ressaltar a necessidade de um trabalho colectivo no
contexto escolar, gerido pelo coordenador pedagógico, e que proporcione o desenvolvimento
de uma dinâmica relacional prazerosa, preocupada com a aceitação, a confiança e a
afectividade como condições necessárias para relações propiciadoras da construção do
conhecimento.
Nessa direcção, compreende-se aqui que os coordenadores pedagógicos, ancorados na
Didáctica e na Pedagogia, precisam contribuir com os professores no sentido de levá-los a
organizar a prática educativa baseada em reflexões, observações voltadas para a articulação
dos assuntos tratados em sua aula com o cotidiano e realidade dos alunos. Assim como que os
professores construam com os alunos uma relação amistosa, afectiva e comprometida com a
aprendizagem dos mesmos.
Neste sentido, a Didáctica e a Pedagogia oferecem elementos inspiradores para a prática
pedagógica dos coordenadores e professores, por isso, as suas práticas pedagógicas precisam
ser permanentemente reconstruidas ou construídas por reflexões críticas abalizadas nessas
referidas áreas do conhecimento.
2.3. Importância da didáctica na formação do professor
Sabemos que em todo o processo de formação contínua dos professores é muito importante a
presença do coordenador pedagógico, sobretudo no que se refere ao seu papel como
mediador. Desta maneira, fica evidente que o coordenador é uma referência importante na
qualificação profissional dos professores, isto é, o trabalho pedagógico activo do coordenador
contribui poderosamente para a formação contínua dos docentes na esfera escolar.
Sendo assim, os professores devem ser formados de tal modo que, face aos desafios e
exigências da sociedade actual, sejam capazes de desenvolver um dinamismo pedagógico que
os leve a agir criticamente em favor da reconstrução do contexto social em suas diferentes
degradações.

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Luckesi (2008) endossa esse ponto de vista ao assinalar que formar o professor seria, a seu
ver, oportunizar as condições necessárias para que o mesmo se prepare filosófica, científica e
afectivamente face ao tipo de acção que vai exercer. Para tanto, adverte que serão necessárias
não só as aprendizagens cognitivas, assim como e, especialmente, o desenvolvimento de uma
postura, dialecticamente crítica, sobre o mundo e sua prática educacional.
Luckesi (2008, p. 29) conclui que: Formar o educador, em síntese, e, a meu ver, não deverá
ser uma imposição autoritária e sim um modo de auxiliar o sujeito a adquirir uma atitude
crítica frente ao mundo de tal forma que o habilite a agir junto a outros seres humanos num
processo efectivamente educativo.
Portanto, é nesta direcção que se entende aqui que o processo de formação contínua dos
professores deve ser um processo cada vez mais aprimorado e dinâmico. Novas estratégias,
estruturas de formação, actividades dinamizadas, inserção dos aparatos tecnológicos e ainda
uma formação fincada na Didáctica e na Pedagogia. Tudo isso, para promover a qualificação
contínua da população docente.
2.4. Importância das funções didácticas para o sucesso do professor na sala de aula
Para Libâneo (1994, p. 175) “funções didácticas são movimentos/passos do PEA (Processo de
Ensino Aprendizagem) no decorrer de uma aula ou unidade didáctica”. Nesta ordem de ideias,
as funções didácticas correspondem a todas as etapas que se realizam no processo de ensino-
aprendizagem, envolvendo uma estreita ligação entre as actividades desenvolvidas pelo
professor e aquelas desencadeadas pelo aluno tendo, como fim último, o cumprimento dos
objectivos previamente definidos.
Na perspectiva de Piletti (2001:111) em “cada função didáctica ou passo da aula que reflecte
as regularidades do processo de ensino aprendizagem, é proposto o tempo da sua duração,
conteúdo, método dominante, conjuntos de meios e formas de ensino a utilizar inclusive as
actividades concretas dos alunos”.
As funções didácticas estão inter-relacionadas e, como se referiu, ocorrem de forma
sequencial, possibilitando que, de forma hierárquica, uma seja superior a outra (s) no decurso
do processo de ensino-aprendizagem.
Em condições normais, com o fim da aplicação de uma função didáctica abre-se uma porta de
entrada para o funcionamento de outra. Torna-se expectável que, tendo sido aplicada uma
função didáctica com sucesso, as que se lhe seguem tenderão a capitalizar esse sucesso na
aprendizagem, criando-se assim uma sequência de aprendizagens em cadeia, resultante da
adição dos sucessos de aprendizagem na aplicação de todas as funções de aprendizagem que,
como se mencionou, interagem entre si aquando da sua aplicação na sala de aula (Libâneo,
1994).
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Segundo Libâneo (1994) & Piletti (2001) na área da didáctica sublinham que existem 4 fases
de aula ou funções didácticas, a saber:
 Introdução e Motivação;
 Mediação e Assimilação;
 Domínio e Consolidação;
 Controle e Avaliação.
A fase didáctica da Introdução e Motivação, como todos os passos seguintes da aula, é de
extrema relevância e empregue para que ocorram aprendizagens com sucesso entre os alunos.
Esta função tem como finalidade criar condições para que o aluno esteja disposto para iniciar
o processo de ensino-aprendizagem, assim como a fase de aula posterior. Existem três
objectivos essenciais com a execução desta fase da aula:
 Estabelecer as condições óptimas de predisposição para os aprendentes se envolverem
e controlarem as aprendizagens que se vão seguir;
 Consolidar conhecimentos previamente adquiridos e desafiar o aluno com novas
instruções;
 Exercer nos alunos uma motivação frequente, atraindo a sua concentração e vontade
de aprender, com base na verificação do seu comportamento e estado de percepção
(Piletti, 2001).
A Mediação configura a real actividade do processo de ensino-aprendizagem no âmbito do
qual, o professor com base no diálogo inicial e sumário deste, no final dessa acção, faz a
transposição dos conteúdos junto dos seus alunos.
Neste processo, por um lado há o apagamento da figura do professor como transmissor de
conhecimentos e abre-se espaço para a existência do professor como aquele que faz a
mediação, facilitação ou orientação da aprendizagem. Por outro, salienta-se o papel do aluno
como agente activo da sua aprendizagem e não como elemento passivo. Nesta fase da aula, o
professor-transmissor cessa de existir e dá lugar ao professor-mediador.
Este último orienta a sua acção com base na explicitação, aos seus alunos, dos recursos
pedagógicos previamente preparados, estruturando as suas acções, procurando que estes, de
forma proactiva, assimilem eficientemente os conteúdos durante processo de ensino-
aprendizagem, de modo que os pupilos possam desenvolver atitudes, convicções, habilidades
e hábitos, entre outros (Piletti, 2001).

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O Domínio e Consolidação é uma fase didáctica em que estão agrupadas actividades que têm
como objectivo oferecer uma estruturação e síntese dos conteúdos adquiridos na fase anterior,
a sua análise pormenorizada e o seu emprego no plano da aplicação.
Nesta fase da aula, há a necessidade de se refinarem os conhecimentos adquiridos pelos
alunos e, para o efeito, o professor procura estabelecer, através de exercícios, oportunidades
de aprendizagem para que os alunos percebam e incorporem nas suas mentes os conteúdos
analisados com base em trabalhos teóricos e práticos que devem propiciar a materialização da
aquisição dos conhecimentos analisados.
No centro desta fase didáctica, está a necessidade de transferir estes conhecimentos analisados
e sistematizados na mente do aluno para guiá-lo em ocasiões ou experiências da sua vida
prática. O Domínio e Consolidação dos conteúdos deverão incidir sobre uma metodologia que
destaque a recapitulação, regulação e prática dos conhecimentos (Piletti, 2001).
Em relação à fase didáctica referente ao Controle e Avaliação, Libâneo (1994: 186) sustenta
que “para o professor poder dirigir efectivamente o processo de ensino-aprendizagem deve
conhecer permanentemente o grau das dificuldades dos alunos na compreensão da matéria.
Este controle vai consistir também em acompanhar o processo de ensino-aprendizagem
avaliando-se as actividades do professor e do aluno em função dos objectivos definidos”.
Nesta ordem de ideias, esta fase da aula em torno do Controle e Avaliação ocorre em todas as
outras fases didácticas e, simultaneamente, manifesta-se como o fechamento de todo o
processo de ensino-aprendizagem vivenciado pelo aluno, tendo o auxílio do seu professor.

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III. Conclusão
3.1. Considerações finais
Terminado o trabalho conclui-se que, a didáctica tem uma grande importância para
a formação do professor, na medida em que proporciona o desenvolvimento de sua
capacidade em termos críticos e reflexivos, permitindo que o professor faça um estudo ou
análise de forma clara e objectiva sobre a realidade do ensino, proporcionando situações em
que o aluno tenha a capacidade de saber construir o seu próprio saber.
De salientar também que, a formação de um professor acontece em duas dimensões: técnica e
didáctica. Na formação técnica, o professor aprende os conteúdos com os quais terá que lidar
em sua vida profissional, dominando teorias, conceitos e habilidades de uma área específica.
Na formação didáctica, o professor é capacitado a planejar e executar seu ensino de forma a
contribuir para que a aprendizagem ocorra de forma efectiva e perene em seus alunos.

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IV. Referências Bibliográficas
Marconi, M.A., e Lakatos, E.M. (1992). Metodologia do trabalho científico. 4° ed. Brasil: São
Paulo: Editora Atlas, S.A
Libâneo, J. C. (2007). A pedagogia em questão: entrevista com José Carlos Libâneo. Olhar de
professor, Ponta Grossa: 11-33. Disponível em: <
http://www.uepg.br/olhardeprofessor>. Acesso: 21 dez. 2015.
Libâneo, J. C. (1994). Didáctica (13ª edição). Brasil: São Paulo, Cortez.
Luckesi, C. C. (2008). O Papel da Didáctica na Formação do Educador. In: CANDAU, Vera
Maria (Org.). A Didáctica em questão. 28. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, pp. 25-34.
Piletti, C. (2001). Didáctica geral. Brasil: São Paulo, Ática.
Pilleti, C. (2010). Como elaborar projectos de pesquisa. (S.e). Brasilia: Editora Atlas
Houaiss, A. Villar, M. S. (2001). Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Brasil: Rio de
Janeiro, Objectiva.

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