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É com este intuito que se introduziu, em 1983, o Sistema Nacional de Educação (SNE)
pela lei 4/83 de 23 de Março de 1983. Não obstante, as condições socioeconómicas e
políticas se apoiavam no sistema da economia do mercado, facto que levou ao
reajustamento do currículo, em 1992, pela Lei 6/92, de 6 de Maio. Embora reajustado,
nesse currículo, o Ensino Básico não permitia uma abordagem integrada de conteúdos e
nem aquilo que se chama de inovações levando, assim, a concepção do novo currículo,
em 2002.
Segundo Basílio (2006, p. 68), na verdade o currículo do Ensino Básico está voltado
para a formação das habilidades e das competências dos indivíduos para o mercado e
para a valorização das culturas diversas. O que significa que metodologicamente o
currículo focaliza-se no aluno, no construtivismo, reflexividade e na diversidade cultural
capitalizando os grupos sociais. A ideia subjacente ao propósito centrado no aluno é
capitalizar os saberes que orientam a vida humana que não provém da esfera científica.
Pois, os desafios propostos para o ser humano estão bem longe de serem esgotados pela
ciência.
Para Basílio (2006, p. 66), reflectir sobre o currículo é uma tarefa que obriga defini- ló
como um conjunto de práticas culturais organizadas para a escola, ou seja, conjunto de
saberes estruturados em áreas e disciplinas científicas a serem transmitidas na escola
oficial. O currículo do Ensino Básico em Moçambique foi definido tendo-se em conta as
teorias críticas que favorecem a pedagogia voltada aos saberes culturais para permitir
uma abordagem integrada. As políticas visam adequar a educação aos contextos práticos
para responder às necessidades sociais. Adaptação do currículo aos contextos práticos
significa cruzar o conhecimento escolar com o saber local. Para se compreender melhor
tal adaptação e a centralidade na cultura do aluno serão analisados e interpretados os
documentos do INDE para perceber-se o espírito do novo currículo do Ensino Básico.
De acordo com Moreira & Silva (2002), O novo currículo do Ensino Básico integra a
“componente” do currículo local para criar aprendizagem relevante e resgatar os saberes
locais para a escola. Esta tese sustenta que as escolas devem resgatar a cultura autóctone
e o seu valor intrínseco. Defende-se que a inclusão dos saberes locais na escola pode
facilitar aprendizagem e contextualizar as condições sócio- culturais locais. Com a
introdução do currículo local, cria-se um espaço de convivência dos saberes local e
universal e lança-se um desafio aos professores no sentido de serem responsáveis na
produção e sistematização do conhecimento.
Para Basílio (2006, p. 71-72), a relevância do novo currículo está em introduzir uma
educação que se dá conta da diversidade dos indivíduos e das culturas e vai ao encontro
do aluno nas suas condições locais. Uma educação que aposta para o desenvolvimento
das competências e habilidades para estimular a competitividade do aluno no mercado
local e internacional e ofereça instrumentos de análise da vida humana.
O Currículo Local: Esta inovação é muito importante, pois permite a integração dos
aspectos culturais locais. Ela constitui o centro de destaque neste trabalho por ser
espaço onde se integram os conteúdos relevantes para aprendizagem local.
3.1. Conclusão