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O presente trabalho aborda sobre a análise critica e reflexiva das políticas e reformas da
educação básica e a contribuição das instituições internacionais na organização,
implementação e gestão das políticas educativas e económicas do Estado Moçambique.
Segundo Isaacman & Stephan (1984), durante o período colonial consideravam que as
oportunidades educacionais para moçambicanos eram extremamente limitados, as
poucas possíveis eram disponibilizadas exclusivamente pela igreja católica no contesto
de ensino de adaptação para dominar a língua como condição para entrar na escola
primária. A política da educação de novo estado de 1975 orienta-se por uma série de
princípios gerais que se pensava serem praticadas e bem-sucedida nos países socialista,
entre os quais o mais sagrado é garantia do acesso de todas as crianças a educação
através da nacionalização da escola.
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2. Objectivos
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3. Análise crítica e reflexiva sobre Politicas e Reformas da Educação Básica:
Reorganização Politica e Económica do Estado Moçambicano
A análise sobre a relação entre a escola e o sistema de ensino faz sentido na pauta das
políticas educativas, pois permite compreender o funcionamento das escolas enquanto
instituições políticas e/ou educadoras e o sistema nacional de educação que expressa
politicamente as intenções do Estado. De acordo com Basílio (2017), afirma que o
sistema educativo resulta de uma actividade sistematizada, que busca intencionalmente
realizar determinados objectivos do ensino, ou seja, ele constitui uma coordenação
articulada dos vários elementos necessários à consecução dos objectivos educacionais.
Segundo Libâneo, Oliveira & Toschi (2007), estes autores apontam três razões
fundamentais para compreender a relação entre a escola e o sistema educativo. A
primeira assenta no facto de que as políticas educacionais e as directrizes
organizacionais e curriculares são portadoras de intencionalidades, valores, atitudes e
práticas que vão influenciar as escolas e os seus profissionais (Libâneo, Oliveira,
Toschi, 2007, p.31). A segunda razão que os autores citados apontam é resistência ou
não das políticas educacionais e curriculares, ou seja, os profissionais de educação
podem resistir ou aceitar dialogar com as políticas educacionais e curriculares de forma
individual ou colectiva introduzindo inovações na escola e/ou no sistema, porem isso
não é suficiente, pois é necessário tomar consciência das intenções políticas do sistema
e dos objectivos preconizados onde o desenvolvimento da educação não depende apenas
de existência de professores e técnicos, mas também das intenções do sistema e a
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natureza das escolas. E a Terceira razão que justifica a relação entre a escola e o sistema
de ensino assenta no facto de que as escolas são instituições políticas.
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componentes no currículo abria possibilidades de reorganização do sistema escolar e,
por conseguinte, a definição de uma Política de Educação Nacional. No terceiro
aspecto, as escolas desempenharam um papel crucial na difusão das ideologias e na
produção, onde eram difundidas as políticas e os objectivos da revolução e a
necessidade de produzir para combater a pobreza. No quarto aspecto, as escolas foram
concebidas como unidades de produção, de construção de conhecimento e de formação
do Homem Novo, e o desenvolvimento acelerado caminhava em paralelo com a
restruturação e redefinição dos objectivos da educação. O quinto e último aspecto para
responder este problema, foi introduzida a escolaridade obrigatória, a extensão da rede
escolar em todo o país e a criação de centro de formação de professores. E ainda no
âmbito de erradicação do analfabetismo, o governo introduziu um subsistema de
educação de adultos que confere a formação básica nas áreas de comunicação, das
ciências naturais, matemáticas e sociais, tecnologias, que permitem sistematizar e
fundamentar os conhecimentos empíricos e as experiências adquiridas ao longo da vida.
Segundo Basílio (2017), afirma que a reforma educacional contida nos documentos
legais supõe uma reorganização dos diversos níveis de ensino, dos currículos, das
políticas e das escolas em Moçambique. Porém, mais do que a reorganização, as
reformas prendem-se na melhoria da qualidade de ensino que passa pela revisão dos
conteúdos curriculares e introdução de inovações, ou seja, a urgência e inevitabilidade
das reformas educacionais é orientada para melhoria da qualidade de educação. Assim,
as reformas atendem a concepção a partir da qual a educação e as escolas não estão
adequadas às novas dinâmicas, económicas e socioculturais que estão em curso na
sociedade, e a formação dada pelas escolas não se adequa às novas dinâmicas e,
portanto, a educação deve ser submetida à reforma.
Basílio (2013) ressalta que, embora o eixo da reforma seja a qualidade da educação, não
se pode falar dela dispensando outros vectores que influem na educação, como: a
descentralização da gestão escolar; a introdução de novas teorias de ensino e
aprendizagem, o factor mercado que promove a competitividade, a produção e
adaptação às leis do mercado. Assim, a descentralização e a reforma curricular reforçam
a qualidade, a competitividade e a produção se enquadram na eficiência do sistema e, a
adaptação assenta na observância da ética do mercado livre. Neste sentido, as reformas
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educacionais assentam em três justificativas fundamentais: a melhoria da qualidade de
educação, a relevância do sistema e adequação do ensino às condições
socioeconómicas, culturais e políticas
Guilherme Basílio (2013, p. 45), no seu livro Os Saberes locais e o novo currículo em
De acordo Candau (1999), ele destaca no seu artigo Reformas educacionais hoje na
América Latina, que as actuais reformas educacionais tendem à organização de um
sistema relevante e eficaz. Ele afirma que os actores na área de educação consideram
que os sistemas escolares são pesados e ineficientes, as despesas são excessivas e os
investimentos improdutivos, as práticas pedagógicas são desactualizadas e ineficientes,
a qualidade de ensino é muito baixa e está desvinculada das exigências pela
transformação produtiva, os docentes são pouco preparados para enfrentar os desafios,
os recursos didácticos são anacrónicos (Candau, 1999). Esta afirmação de que pretende
ressaltar que os alunos não reúnem instrumentos suficientes para intervir no mercado,
ou seja, o sistema não proporciona escolas que produzem projectos educativos que dão
impacto na sociedade mercantil. Para ultrapassar esta dificuldade, o sistema deve
oferecer às escolas um modelo de currículo aberto, no qual os detentores de poder
político se limitam apenas a tomar decisões; os professores concretizam os objectivos
educacionais e as escolas convertem as decisões políticas em decisões pedagógicas.
Com a finalidade de formação do homem novo, Castiano et al. (2013), deu início ao
projecto educativo escolar e social que chamaram de A longa marcha duma Educação
para todos, alusivo ao percurso da educação moçambicana rumo a efectivação de uma
educação escolar universal e plena. Portanto, devido a situação em que se encontravam
os diferentes subsistemas sociais, na educação os desafios eram enormes e um
subsistema de educação devia ser edificado desde as suas mais básicas fundações, desde
a reestruturação da administração, a construção de estabelecimentos, a formação e
contratação de novos professores, a extensão de oportunidades de formação para adultos
e trabalhadores antes excluídos e entre outros, o desenvolvimento de novos programas
de ensino (Castiano, et al., 2005).
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Para Basilio (2017) considera que, a presença do neoliberalismo afectou as políticas
educacionais e as reformas tornaram-se prioridade para os países, cujos sistemas
educacionais consideram-se improdutivos, pois os sistemas de educação passaram a
introduzir o conceito de competência que aproxima o modo de produção do
conhecimento requerido para o trabalhador. Portanto, uma reforma educacional
consistente prioriza quatro áreas fundamentais: currículo, formação dos profissionais,
gestão escolar e a avaliação institucional, e o currículo, formação e gestão são áreas
interligadas que reforçam a mudança na organização das escolas. Assim, as escolas
materializam as intenções das reformas e implementam o currículo. Segundo Libâneo,
Oliveira, Toschi (2007) consideram que a política educacional orienta-se pela política
curricular, que necessita de professores para ser viabilizada, em uma estrutura
organizacional adequadamente regulada e gerida, com o suporte da avaliação
institucional. Assim, um reparo relevante é de que as reformas educacionais feitas em
Moçambique não mexem o sistema de ensino no seu todo, nem estabelecem a ligação
da reforma educacional com a reforma financeira, pois nunca colocaram como
prioridade a reforma financeira ou económica nem as condições socioeconómicas dos
profissionais de educação (Basílio, 2013).
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De acordo com Castiano et al. (2005), afirmam que o período de 1987 a 1992 foi
caracterizado por uma profunda crise económica e social que conduziria a um colapso
verificado na esfera politica, e esta crise podia ser considerada o resultado da
implementação das medidas da restruturação económica e da guerra. Portanto, sob
ponto de vista social, a materialização de políticas sociais na educação e na saúde entra
em colapso quase total e Moçambique, em 1990 é considerado pelo Banco Mundial o
país mais pobre do mundo (Castiano, et al. 2005). Entretanto, a para o autor a
privatização foi uma das medidas tomadas para o reajustamento estrutural neoliberal no
campo educativo, este consistiu na privatização de produção, distribuição e
comercialização do livro escolar e outros materiais escolares.
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4. Conclusão
Findo Trabalho, conclui que o questionamento sobre a educação assenta na reforma das
políticas educacionais e curriculares, na qualidade da educação, na gestão das
instituições educadoras e na formação dos professores, com o objectivo de levantar
desafios que o sistema de ensino e as escolas impõem aos professores/educadores aos
pais e encarregados de educação, aos decisores de políticas educativas e às instituições
financiadoras. Portanto, este trabalho analisa as políticas e reformas educativas, a
relação entre o sistema de ensino e as escolas, as bases sobre as quais assenta o sistema
nacional de educação em Moçambique e a contribuição das instituições internacionais
na organização, implementação e gestão das políticas educativas.
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5. Referencias Bibliográficas
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