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1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 A ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NA LEGISLAÇÃO
EDUCACIONAL...........................................................................................................4
3 OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL .................................... 5
4 O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO – AEE ............................. 7
4.1 Diretrizes da política nacional de educação especial na perspectiva da educação
inclusiva......................................................................................................................11
4.2 O atendimento educacional especializado: operacionalização da educação
especial na escola regular ......................................................................................... 15
5 CONCEITO DE REPRESENTAÇÃO SOCIAL ..................................................... 20
5.1 A relação professor-aluno como um indicativo social para a construção de uma
sala de aula inclusiva ................................................................................................ 23
6 COMPREENDENDO AS DEFICIÊNCIAS ............................................................ 26
6.1 As salas de recursos multifuncionais: conceituação e especificidades ............... 32
6.2 Composição das salas de recursos multifuncionais ............................................ 36
7 AS RELAÇÕES FAMILIARES E O AEE .............................................................. 38
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 44
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
3
2 A ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NA LEGISLAÇÃO
EDUCACIONAL
4
Plano Nacional de Educação (PNE, Lei n. º 13.005 de 25 de junho de 2014). No Brasil
o termo legislação educacional se refere aos:
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A inclusão será um esforço perseverante para realizar o que foi previamente
decretado e precisa ser ajustado, em uma visão para a diversidade. Para tanto,
também é necessário que instituições de ensino, educadores, gestores e especialistas
se engajem com coragem para mudar a realidade nas medidas necessárias para
alcançar a educação inclusiva (SAVIANI, 2017).
Consolidar a educação inclusiva, a instrumentalização e a formação contínua
de educadores e gestores tem sido de muito esforço. Embora o conceito de direitos
humanos e cidadania tenha se desenvolvido a partir do reconhecimento das
diferenças e da participação do sujeito, há certo reconhecimento na sociedade dos
mecanismos, processos hierárquicos, diferenciados de padrões ideais de ação e as
funções do sujeito, operando para a regulação e consequente reprodução da
desigualdade.
Nesse sentido, as escolas e os ambientes de ensino e formação devem,
preferencialmente, oferecer um espaço para lidar com o problema dos processos
normativos de discriminação do indivíduo. Esses espaços podem servir para
esclarecer diferenças como potencialidades, possibilitando a compreensão de uma
variedade de características intelectuais, físicas, culturais, sociais, linguísticas, entre
outras diversidades, respeitar a igualdade e a justiça.
Para se adequar às exigências da educação inclusiva no Brasil, a formação de
educadores e gestores deve ser mantida completa e atualizada, motivando e
trabalhando conscientemente em cooperação com toda a comunidade escolar
(SCHIMIDT, 1997).
A aprendizagem cooperativa pode ser apresentada como uma metodologia
capaz de garantir interdependência e reciprocidade. Simultaneamente, pode se
configurar como uma oportunidade para os alunos aprenderem e vivenciarem os
valores da cidadania democrática desde cedo e de forma sistemática, para adquirirem
respeito às diferenças e diversidades em seus estilos de vida existente. Outra questão
importante é a flexibilidade de atividades e programas que constrói capacidades
educacionais para atuar nas necessidades específicas de aprendizagem dos alunos.
(MOREIRA, 2016).
A participação de todos os educadores, gestores, famílias e comunidades para
que os alunos tenham voz, ouçam suas necessidades e percebam o processo
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educativo é um processo ativo, uma ação política. Por meio dessa ação, incentiva-se
a criação e o aprimoramento de atividades para serem visíveis às pessoas com
necessidades especiais, para garantir seus direitos e melhorar a qualidade de vida.
Contudo, apesar dessa informação, esse assunto ainda precisa ter mais
destaque para que as pessoas tenham conhecimento sobre a educação especial no
Brasil. Dessa forma, no próximo tópico vamos abordar o tema o atendimento
educacional especializado – AEE, onde representa muito a educação especial.
Fonte:psiqueasy.com.br
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Assim, o Apoio à Educação Profissional (AEE) é um serviço voltado para
educação especial que identifica, desenvolve e organiza recursos pedagógicos e
acessíveis, considerando suas necessidades específicas e eliminando barreiras para
à plena participação dos alunos (BRASIL, 2008). Contudo, cabe aos profissionais do
AEE oferecer uma formação que atenda às necessidades dos alunos que são o
público-alvo da educação especial.
Hoje em dia o AEE não substitui o ensino da rede regular, pois a sua função é
complementar ou suplementar o ensino comum, considerando as necessidades dos
alunos para escolarização. Este serviço é oferecido exclusivamente a alunos com
deficiências, transtornos do espectro autista - TEA. A legislação federal brasileira
garante o atendimento gratuito a esse público, transversal a todos os níveis, etapas e
modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 2013).
Esse Atendimento Especializado é realizado em uma sala de recursos
multifuncionais, normalmente na mesma escola em que o aluno está matriculado, em
sentido contrário às aulas de ensino habituais para não impedir a frequência nas aulas.
Segundo a Lei n. 7.611 de 2011, uma sala de recursos multifuncionais, onde acontece
o Atendimento Educacional Especializado, é caracterizada como sendo “ambientes
dotados de equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a
oferta do atendimento educacional especializado” (BRASIL, 2011).
AEE em escolas públicas recebe apoio técnico e financeiro do Ministério da
Educação. A verba será utilizada para aperfeiçoar o Atendimento Educacional
Especializado já existentes na instituição, implementar uma sala de recursos, Salas
de Recursos Multifuncionais para realização de atividades, devendo ser destinado à
formação continuada de professores e gestores, incluindo o desenvolvimento do
ensino de libras e braile, devendo colaborar para a desenvolver a acessibilidade física
arquitetônicas nas estruturas escolares e recursos educacionais para a acessibilidade
(BRASIL, 2011).
Além de ser oferecido em escolas públicas, esse serviço também pode ser
oferecido em instituições especializadas, que podem ser encontradas no Decreto n. º
7.611, de 2011:
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instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos,
com atuação exclusiva na educação especial.
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alunos e oferecerá recursos didáticos para estimular o aprendizado nas áreas mais
difíceis.
Conforme a Resolução n. º, de 2 de outubro de 2009, para trabalhar no AEE,
os professores devem possuir formação inicial que o habilite para o exercício da
docência e formação específica para a Educação Especial. Portanto, ele deve ser
formado em Pedagogia, com aprofundamento ou especialização na área de educação
especial. São exemplos de prerrogativas e responsabilidades delegadas ao professor
do Atendimento Educacional Especializado:
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No entanto, é claro que a AEE requer formação dedicada de professores para
atingir seus objetivos. O Atendimento Educacional Especializado, por se tratar de uma
proposta de apoio permanente aos alunos com deficiência, transtornos do espectro
autista - TEA, deve estar sempre vinculada às recomendações pedagógicas da
escola, sendo fundamental o envolvimento da família para que, com os professores,
atendem às necessidades específicas de cada aluno, complementando e
suplementando a formação dos mesmos.
Dessa forma, você pode compreender que o AEE é um atendimento realizado
por um professor de educação especial, que identifica as barreiras existentes na
escola comum que impedem ou dificultam a convivência, o desenvolvimento e a
aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos do espectro autista - TEA.
Assim, no próximo tópico vamos apresentar as diretrizes da política nacional
relacionada a educação inclusiva.
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Língua Portuguesa e na língua de sinais, como já mencionado anteriormente, o ensino
da Língua Portuguesa como segunda língua na modalidade escrita para alunos
surdos, os serviços de tradutor/intérprete de Libras e Língua Portuguesa e o ensino
dá, libras para os demais alunos da escola.
O atendimento educacional especializado, fornece serviços educacionais
profissionais, tanto na modalidade oral e escrita, quanto na língua de sinais. Devido
às diferenças linguísticas, os alunos surdos devem dividir as aulas com outros colegas
surdos em escolas regulares, tanto quanto possível. O atendimento educacional
especializado é desenvolvido por meio de conhecimentos específicos no ensino de
língua brasileira de sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como
segunda língua, sistema Braille, soroban, orientação e movimento, atividades de vida
autônoma, comunicação alternativa, desenvolvimento de processos mentais
superiores, planejamento de enriquecimento curricular, adequação e produção de
materiais didáticos e pedagógicos, uso de recursos ópticos e não ópticos, tecnologia
assistiva entre outros (CHAVES, 2013).
Cabe aos sistemas de ensino, sistematizar a educação especial no ponto de
vista da educação inclusiva, possibilitar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de
Libras e guia intérprete, assim como, disponibilizar um monitor ou cuidador aos alunos
com determinada necessidade de apoio nas atividades que fazem parte do dia a dia,
tais como, higiene, alimentação, locomoção, entre outras que exijam auxílio constante
no cotidiano escolar.
Neste contexto e, de acordo com esta definição, entende-se que o AEE deve
ser ofertado aos alunos de forma complementar e/ou suplementar ao ensino regular,
tendo em conta as particularidades e necessidades de cada indivíduo, e não
substituindo o ensino regular. Assim, inclui uma atuação diferenciada, não
reproduzindo o mesmo conteúdo nem tampouco a metodologia adotada pela escola
comum (BATISTA, 2013).
O AEE é baseado nas necessidades e idiossincrasias do aluno. Ou seja, o AEE
deve ocorrer em turno contrário ao horário escolar regular do aluno, em favor do
trabalho do outro. Assim, o AEE pode ser caracterizado por uma gama de atividades,
recursos instrucionais e de acessibilidade, e adaptações curriculares grandes e
pequenas. Essas ações podem ser realizadas em pequenos grupos ou em turnos
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individuais, ao contrário da escolarização. Em relação aos objetivos do AEE o Decreto
n° 7.611 (BRASIL, 2011) dispõe:
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4.2 O atendimento educacional especializado: operacionalização da educação
especial na escola regular
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o ambiente escolar mais adequado para garantir o relacionamento dos alunos com os
pares da mesma idade e facilitar os tipos de interações que podem melhorar o seu
desenvolvimento cognitivo, motor e emocional.
O AEE é melhor realizado em escolas regulares, ou seja, nas escolas comuns,
na sala de recursos multifuncionais, no turno contrário ao da classe comum. Caso o
AEE não esteja disponível na própria escola, este deve ser organizado em um centro
especializado público ou filantrópico prestador desse serviço educacional, visto que
tais serviços são complementares e não substituem a escolarização oferecida na rede
regular de ensino.
No entanto, a partir do texto constitucional de 1988, vários são os motivos pelos
quais esse atendimento ocorre nas escolas comuns, pela LDBEN (Lei nº 9394/96) e,
principalmente, para que a singularidade de cada aluno seja reconhecida e atendida
neste espaço de formação comum a todos (FÁVERO et al., 2007; ROPOLI et al.,
2010).
Como primeiro passo, as escolas devem garantir a oferta do AEE, por meio, da
institucionalização e conforme o projeto político-pedagógico, deve ser desenvolvido
com a participação de todos os professores e de toda a comunidade escolar,
considerando: organização de salas de recursos transversais, perfil e função do corpo
docente atuante no AEE, desenvolver planos de bem-estar estudantil, comunicação
entre a equipe da AEE e os responsáveis das instituições, entre outras coisas. A sala
de recurso multifuncionais é uma sala destinada a realizar as intervenções do AEE
para o público-alvo de alunos de educação especial e não uma sala privada destinada
a substituir a educação.
Salas de recursos multifuncionais são ambientes da escola onde se desenvolve
as atividades do atendimento educacional especializado para todos os alunos com
necessidades educativas especiais através do desenvolvimento de estratégias de
aprendizagem que se centram em novas atividades educativas que facilitam a
construção do conhecimento das crianças e apoiam o desenvolvimento de programas
de aprendizagem e participação na vida escolar (ALVES et al., 2006).
A sala de recursos multifuncionais é composta por móveis, materiais didáticos
e pedagógicos, recursos de acessibilidade e equipamentos específicos, que atendem
alunos direcionados à educação especial, em oposição à escolarização. Nestas salas,
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os alunos podem frequentar individualmente ou em pequenos grupos, tendo em conta
o tipo de necessidades educativas dos alunos. A frequência da semana, a duração do
atendimento, o tipo de recurso a ser utilizado, tudo será definido pelo professor
segundo a individualidade dos alunos para mantê-los engajados e aprendendo nas
atividades (ROPOLI et al., 2010).
A fim de fornecer os serviços educacionais oferecidos pela educação especial
para atender às necessidades educacionais especiais dos alunos, os professores
devem seguir uma formação especializada, obtida por meio de cursos de graduação,
pós-graduação ou cursos de formação continuada, se especializando com
aprofundamento em áreas específicas da educação especial (ROPOLI et al., 2010).
A Resolução n. º04/2009, em seu artigo 13º, essa resolução permite a
articulação entre o professor do AEE e os professores do ensino regular, bem como,
o diálogo com as famílias, interlocução com o serviço de saúde, assistência social,
dentre outros. Desta forma, este mesmo documento prevê que o professor tem como
atribuições:
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sendo que a finalidade da pesquisa é sempre aprofundar e compreender os problemas
que ali surgem. Pois, conforme Garcia (2001, p.64), "fazer as coisas com ousadia é o
caminho para abrir o reino do possível. É esse tipo de ação - com seus erros e acertos
- que nos permite construir algo consistente".
No que lhe concerne, o papel da educação especial constitui-se com suporte
para o trabalho realizado na sala de aula regular e, em diversos momentos, beneficia
a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos especiais. Vale ressaltar que o
trabalho realizado no AEE não é organizado segundo a sequência e a lógica pré-
definida do conteúdo a ser absorvido, ou seja, a produção do conhecimento está
desvinculada do planejamento sistemático da escola. Portanto, o processo de
construção do conhecimento no AEE não visa avançar o conhecimento acadêmico,
mas sim estabelecer novos padrões relacionados ao desempenho do aluno no
enfrentamento dos desafios da construção do conhecimento
Ou seja, os métodos de ensino no AEE diferem dos oferecidos nas escolas
comuns e não devem ser confundidos com uma mera aula de reforço (repetição da
prática educativa da sala de aula), nem com atendimentos clínicos ou espaços sociais.
Nesse caso, as dificuldades de aprendizagem não são relacionadas às deficiências
ou condutas típicas e não são pertinentes ao AEE, mas ao cotidiano da sala de aula,
o que significa que as respostas pedagógicas da professora da classe comum foram
suficientes para atender às solicitações específicas feitas pelos alunos em suas
trajetórias de aprendizagem, oferecendo suporte eficaz e eficiente (GARCIA, 2001).
Percebe-se que há diferenças no trabalho dos professores comuns e dos
professores da educação especial. Um professor responsável por uma sala comum
tem que sistematizar o ensino dos conteúdos curriculares e o professor do AEE tem
que se manter em uma condição que complemente o ensino regular, por isso sua
prática é baseada na construção de "conhecimentos e recursos específicos que
removam barreiras que impedem ou limitam sua participação com autonomia e
independência nas turmas comuns do ensino regular” (ROPOLI et al., 2010, p.19).
Neste contexto, o AEE precisa ser um trabalho dinâmico e interativo entre o professor
da sala de aula regular e o professor da sala de recursos multifuncionais, local onde
acontece o AEE.
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Dessa maneira, a interface entre o AEE e as escolas regulares será baseada
nas necessidades de cada caso, isso é crucial para o esforço de ambos os professores
em entender as construções de conhecimento dos alunos para que eles possam atuar
como mediadores do conhecimento. Vale ressaltar que esse esforço conjunto não se
caracteriza por uma forma de instrução instrucional dos professores do AEE aos
professores generalistas ou vice-versa, mas sim pela busca de soluções que
beneficiem os alunos de todas as formas possíveis (ROPOLI et al., 2010).
Como todos sabemos, garantir que todos os alunos com deficiência ingressem
nas escolas comuns, significa uma mudança no rumo da educação especial, ou seja,
a premissa é eliminar as barreiras que as escolas comuns e as escolas de educação
especial, estabelecem como as escolas dos diferentes, uma para alunos “normais” e
a outra para alunos “especiais”. Neste contexto, a proposta é uma organização
pedagógica das escolas gerais e das práticas pedagógicas voltadas para oportunizar
todas as oportunidades possíveis para que alunos com a determinada deficiência se
tornem agentes capazes de gerar conhecimento/significado (ROPOLI et al., 2010,
p.16-17).
Por esta razão, é necessário formular uma gestão escolar conjunta entre as
escolas em conjunto com a educação especial, encurtar a distância, atender e
compartilhar a responsabilidade de ensinar e aprender, ou seja, as responsabilidades
de ensino e aprendizagem mútua. No entanto, “a integração entre ambas não deve
descaracterizar as respetivas características, abrindo espaço para a intersecção de
capacidades protegidas pelos condicionalismos operacionais que as designam”
(ROPOLI et al., 2010, p.18-19).
Porém, para a aprendizagem e desenvolvimento do aluno com deficiência não
basta a escola oferecer o AEE, é preciso também mudar a prática pedagógica na
perspectiva dos alunos, professores, currículo e gestão para promover a construção
escolar. Um novo modelo de educação: uma pedagogia dialogada e interativa que
considera as habilidades e possibilidades de aprendizagem de todos os alunos. Isso
se configura como um dos grandes desafios da escola contemporânea, o de (re)
significar e (re) pensar a diversidade que se encontra em seu cenário (ROPOLI et al.,
2010).
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Até aqui! Você compreendeu que o AEE é um atendimento proporcionado por
um professor de educação especial, que consegue identificar as barreiras existentes
no ambiente escolar comum que impedem ou dificultam a convivência, o
desenvolvimento e a aprendizagem dos estudantes com deficiência ou algum tipo de
transtorno.
Assim, o profissional pretende identificar, elaborar, produzir e organizar
serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias considerando as
necessidades específicas dos alunos público-alvo da educação especial. Contudo,
para que você compreenda melhor, essa relação com o professor e o aluno com
deficiência, primeiro é necessário falarmos sobre a representação social.
Fonte: diversa.org.br
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mundo do consenso consiste em conversas informais, na vida cotidiana, por outro
lado, o universo científico, também conhecido como universo físico, cristaliza com
precisão científica. As representações sociais são construídas prioritariamente no
âmbito do consenso, onde todos podem falar e dizer tudo, já que na ciência só os
especialistas “autorizados” a falar (MOSCOVICI, 1974).
Moscovici (1974) argumenta que as representações sociais, oriundas do
universo consensual, como conhecimentos pré-teóricos dotados de racionalidade.
Esta seria uma forma de compreender as características típicas de determinados
grupos sociais.
As representações sociais são agenciamentos dinâmicos cujo estado é a
geração de comportamento e relação com o meio, estado de mudança de
comportamento de um e de outro, não de reprodução [...] são sistemas com lógica
própria e uma espécie de linguagem específica, uma estrutura implícita, que remete a
valores e conceitos [com] seu próprio estilo de discurso. Não as pensamos como
ideias sobre, nem como imagens, mas como “teorias” de uma “ciência coletiva”
destinada a explicar a realidade (MOSCOVICI,1974, p.48).
Conforme o conceito de representação de Moscovici (1974), Jodelet (1990, p.
48) define as representações sociais como "formas de conhecimento socialmente
produzidas, compartilhadas para fins práticos que contribuem para a construção de
um conjunto comum de fatos”. Em outras palavras, para os autores, essas
representações fazem sentido para serem estudadas por meio de conexões entre
fatos, emocionais, psicológicos, sociais, linguísticos e comunicativos.
De acordo Hall (1997), cultura é um conjunto de valores ou significados e
significados compartilhados por meio da linguagem, de modo que, por meio do uso
que fazemos de coisas, palavras, ideias e sentimentos, expressamos e lhes damos
significado. Esses significados gerados na prática e na experiência social organizam
a prática social, incorporam-se as identidades através da sensação de pertencimento
de um conjunto de ideias.
No campo da regulação da prática social, a compreensão em relação à
representação social dos profissionais do AEE é muito importante. Pois, o foco de Hall
(1997) na representação social está justamente relacionado à construção de
identidades e às normas da prática social.
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Dessa forma, as representações sociais relacionadas ao AEE, reforçam as
atribuições dos profissionais em uma visão analítica e hermenêutica que possibilitam
a atuação desses profissionais para com o aluno. Afirma-se que as divergências
existem entre as definições legislativas e o imaginário social, construído por estes
sujeitos. Dessa forma, os profissionais compreendem o seu importante papel social e
as suas atribuições, sendo aquelas que estão na legislação. Assim, a caracterização
da representação do profissional, está em identificar as necessidades educacionais
dos alunos, com potencial para produzir recursos didáticos, bem como, desenvolver
as intervenções pedagógicas.
Contudo, os professores são representados pela sua responsabilidade, pois,
são afetivos e atenciosos com seus alunos, mantendo um bom relacionamento com a
equipe escolar na maioria das vezes. Alguns, demonstram desejo de maior
reconhecimento e valorização social, outros expressam insatisfação quando entram
em contato com professores de reforço ou são trazidos para substituições de
professoras regentes.
As atividades especializadas são enfatizadas pelos professores, a partir de uma
perspectiva positiva, pois, eles têm a responsabilidade e capacidade de contribuir com
o processo de inclusão. Assim, pode-se verificar que há um consenso da importância
desses profissionais no ambiente escolar (HALL, 1997).
Neste contexto, os profissionais desejam contribuir para a formação social de
seus alunos, capacitando-os para atuar na sociedade de forma consciente e crítica.
Verbalizar o progresso do aprendizado do aluno, julgado como resultado do
monitoramento de salas de aula regulares e salas de aula de recursos multifuncionais.
Dessa forma, é importante ressaltar a noção de representação social, a ideia
de que o conhecimento surge nas relações cotidianas e se cristaliza em verdade. Na
visão das representações é a de que a legislação precisa ser melhor compreendida
para determinar a atuação dos professores especialistas nas escolas regulares. É
necessária uma melhor compreensão desses profissionais e das decisões e
conhecimento sobre as atividades que legitimam as práticas inclusivas. Além disso, é
importante que mais pesquisas se concentrem na questão da representação social no
que se refere a outras questões da educação inclusiva.
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Assim, se pensarmos a representação como conhecimento produzido
discursivamente, seu resultado é uma entrada na formação comportamental, moral,
cultural e ética do sujeito. Devemos também ter em mente que, para Hall (1997), não
há uma única interpretação das imagens sociais, a interpretação é sempre negociada
para gerar novas situações representacionais. Isso nos permite pensar a
representação como um uso da linguagem e uma parte essencial do processo de
construção de significado (HALL, 1997).
Você conseguiu compreender os conceitos básicos da importância da
representatividade social e a sua relação com os professores do AEE. No próximo
tópico vamos complementar o que foi mencionado acima, sobre a relação professor-
aluno como um indicativo social, para a construção de uma sala de aula inclusiva.
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Para facilitar essa relação professor-aluno em sala de aula, é preciso que
professores e alunos contribuam para a melhoria de todos os alunos com deficiência
que exigem uma inclusão justa e satisfatória desses professores, entre outros fatores
precisam de empatia e aceitação dos professores e demais componentes escolares.
A aceitação ou consideração positiva incondicional do professor pelo aluno inclui uma
atitude de aceitação e respeito irrestritos pelo aluno, que acolhe suas diferenças e
respeita sua singularidade porque ele é digno de confiança. Nesse sentido, é a
questão da aceitação incondicional que merece atenção, o que nos remete à estrutura
da consistência, pois a aceitação incondicional dos alunos às vezes compromete o
princípio da autenticidade.
Nesse sentido, merece atenção a questão da aceitação incondicional, o que
nos remete à estrutura da coerência, uma vez que a aceitação incondicional dos
alunos pode, por vezes, comprometer o princípio da autenticidade. Segundo Rogers
(1971) a aprendizagem significativa é provável quando o professor consegue ler as
respostas íntimas de seus alunos, quando eles têm um forte senso de como os alunos
percebem o processo de ensino e aprendizagem. Porém, colocar-se no lugar do outro
e enxergar as situações pelos ‘olhos’ de nossos alunos é uma atitude rara em nossas
escolas. Para alguns professores, construir uma relação empática pode ser difícil, pois
‘sair’ do seu lugar, assumindo para si, algumas atitudes dos alunos, nem sempre.
Assim, seja qual for o motivo (real ou imaginário), um aluno fica aquém das
expectativas, ou não está andando no ritmo esperado, evidencia uma série de
sentimentos conflitantes com os quais os professores devem lidar em sala de aula. O
conflito é a base das relações humanas. Assim, embora reconhecendo que as
relações docentes são facilitadas pela presença de certas atitudes, seria utópico
esperar que os professores sejam empáticos em todas as situações.
Vale ressaltar que as instituições de ensino têm avançado na inclusão de
alunos com deficiência, levando os professores a buscarem novos paradigmas de
ensino e novas formas de ensinar a fim de incluir todas as pessoas no ensino regular
e aumentar a autonomia e independência desses alunos. Os professores têm a
responsabilidade de realizar um trabalho que se concentre na igualdade e de
oportunidade a todos, e isso não requer uma abordagem única de educação, mas a
capacidade de fornecer a cada indivíduo uma abordagem educacional que melhor
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atenda às suas necessidades, com base em suas características, interesses e
habilidades (ROGERS,1971).
Formar um ensino que respeite e aprenda com a diversidade das pessoas,
valendo-se do conhecimento que cada indivíduo constrói numa perspectiva de
crescimento interpessoal, pois a probabilidade dessas pessoas aprenderem está
diretamente relacionada à intenção de aprender, influenciada pelos professores e
todas as disciplinas pertinentes, independentemente de sua necessidade e/ou
habilidade, adquiram novas funções cognitivas fundamentais para suas trajetórias
escolares. A inclusão implica uma mudança de políticas e programas educacionais de
exclusão para inclusão, criando um ambiente em que as práticas não precisam ser
confinadas a sistemas educacionais paralelos.
Para que os professores possam atuar na educação inclusiva são necessárias
reformas estruturais e pedagógicas que quebrem barreiras e abram portas para
alunos com diferentes tipos e graus de dificuldades e habilidades. Por fim, aponta-se
a importância do professor nesse processo, pois por meio dele, os alunos aprendem
a conviver com as diversidades e diferenças em sala de aula, de forma que o ensino
foque na compreensão e no respeito mútuo, sem discriminação, pois não existem
pessoas melhores e nem piores devidos às suas particularidades, o que existe são
diferenças que precisam ser superadas (ROGERS,1971).
Até aqui! Você pôde compreender sobre todo o contexto do atendimento
educacional especializado e apoio permanente, onde o público-alvo é os alunos da
educação especial, crianças com algum tipo de deficiência ou transtorno. E esse
atendimento é um trabalho desenvolvido em salas de aulas comuns, para oferecer
meios e modos que efetive o real aprendizados desses alunos.
Contudo, para que você compreenda melhor sobre esse atendimento, vamos
abordar no próximo tópico sobre a sala de recursos multifuncionais, cujo objetivo é
apoiar o AEE, potencializando o ensino dos alunos com deficiência, promovendo
condições de acesso, aprendizagem e participação no ensino regular. Tendo em vista
que não são um reforço e não substituem as intervenções de salas regulares, com as
quais devem estar em sintonia. Entretanto, antes de começarmos falando sobre a sala
de recursos multifuncionais, vamos entender os conceitos básicos relacionado as
deficiências.
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6 COMPREENDENDO AS DEFICIÊNCIAS
Quando dizemos que uma pessoa tem uma deficiência, isso quer dizer que ela
tem algumas limitações referente a uma restrição física, mental ou sensorial, podem
ser de origem permanente ou transitória, que podem limitar a capacidade de realizar
uma ou mais atividade básica da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente
econômico e social (BRASIL, 2001).
Existem muitas crianças deficientes no Brasil, a maioria são meninos e
meninas, por falta de informações sobre essas questões essas crianças acabam
sofrendo algum tipo de preconceito e infelizmente isso colabora para que essas
crianças não estejam na sala de aula e assim contribuam para o número crescente da
evasão escolar (BRASIL, 2001).
É necessário ressaltar que as deficiências não são uma doença, portanto, essa
visão que a pessoa com deficiência é doente precisa acabar. Para alguns, a repulsa
é tão intensa que nem se fosse uma doença infecciosa seria necessário agir de uma
forma tão discriminatória. Em contraste com o sentido de inclusão, o modelo médico
de deficiência faz com que as pessoas confundam deficiência com doença. Algumas
doenças realmente causam incapacidades relacionada a deficiências, sendo estas, o
resultado das doenças e não a doença em si (BIANCHETTI; FREIRE, 2004).
É importante lembrar que, por décadas, as pessoas com deficiência, eram
vistas como pessoas anormais, inválidas, incompleta, imperfeita, de retardadas,
dementes, selvagens e excepcionais. Ao longo dos anos, passaram a ser chamadas
como pessoas deficientes, pessoas portadoras de deficiência, portador de
necessidades especiais e pessoas especiais. E hoje em dia, com a atualização dos
temos, essas pessoas são denominadas de pessoas com deficiência, ou seja, o termo
antigo PPD- pessoa portadora de deficiência é um grande erro, pois, passa uma ideia
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de que a deficiência, seja algo que o indivíduo porta e sabemos que não se porta uma
deficiência, não, é algo que ele possa simplesmente prescindir, ou deixar de utilizar,
sendo assim, está se torna uma forma equivocada de denominação, passando então
ser chamada de pessoa com deficiência (BIANCHETTI; FREIRE, 2004).
Assim, conforme o estatuto, pessoa com deficiência é aquela que tem
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o
qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena
e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas
(BIANCHETTI; FREIRE, 2004). Veja a seguir quais são os tipos de deficiências
existentes:
Deficiência auditiva
Deficiência visual
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útil, caracterizada pelo comprometimento completo ou grave da função visual da
pessoa. É uma completa falta de percepção visual.
As causas da deficiência visual se diferem e podem ser congênitas, geralmente
adquiridas antes do nascimento, por exemplo, como é o caso da amaurose congênita
de Leber, ou as denominadas malformações oculares, o glaucoma congênito, a
catarata congênita, ou pode ser adquirida devido a trauma ocular, catarata,
degeneração macular, glaucoma ou doenças como diabetes relacionada à
hipertensão arterial. Todas essas doenças podem causar a cegueira (CRUZ, 2008).
Pessoas sem deficiência muitas vezes se perguntam sobre a maneira correta
de tratar pessoas cegas. É importante observar que as pessoas com deficiência visual
não são possuem comprometimentos cognitivos. A sua mente é desenvolvida quanto
o das outras pessoas (CRUZ, 2008).
Deficiência intelectual
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da escola. Neste ponto a deficiência torna-se mais evidente. Mas aprenderão com a
ajuda de profissionais capacitados. (SASSAKI, 2007).
Deficiência física/motora
Deficiências Múltiplas
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6.1 As salas de recursos multifuncionais: conceituação e especificidades
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organizado com materiais e equipamentos de ensino e aprendizagem, bem como, os
profissionais capacitados para atender as necessidades educacionais dos alunos
deficientes. Contudo, este espaço pode ser utilizado para satisfazer as mais diversas
necessidades educativas e para desenvolver diferentes complementos ou
suplementos curriculares.
A disposição do espaço deve atender às necessidades educacionais do seu
público alvo, ou seja, alunos com deficiência, transtorno, altas habilidades,
favorecendo o acesso ao conhecimento. É importante ressaltar que a matrícula de
alunos com deficiência no AEE é instruída à matrícula no ensino regular. Este serviço
está disponível em centros de atendimento de educação profissional em redes
públicas ou privadas sem fins lucrativos.
Os centros devem estar em acordo com os aspectos disponibilizados pela
Política de educação especial na perspectiva da educação inclusiva (PNEE-PEI),
como também, sobre as diretrizes operacionais da educação especial para o
atendimento educacional especializado na educação básica. Os professores
responsáveis pelo atendimento aos alunos nas salas, recursos multifuncionais, devem
seguir as orientações estabelecidas em documentos expedidos pela Secretaria de
educação especial (BRAGA, 2018).
Os serviços no AEE devem ter em conta as circunstâncias únicas dos alunos
com deficiência em termos de diferentes aos ritmos e estilos diversos de
aprendizagem, bem como o desenvolvimento da independência e a promoção de
processos inclusivos por recursos educativos, pedagógicos e de acessibilidade. É
importante desenvolver um dinamismo de trabalho alinhado com as potencialidades
desses indivíduos, facilitando o desenvolvimento de competências que potenciem a
aprendizagem numa sala de aula inclusiva. O AEE pode ser feito em aulas individuais
ou em pequenos grupos conforme as necessidades dos alunos.
Atuar no AEE requer um caráter interativo e interdisciplinar. Portanto, é
necessário fiscalizar o trabalho das classes regulares e também das salas de recursos
e centros de atendimento, dos centros de acessibilidade das instituições de ensino
superior e das classes hospitalares de prestação de serviços e recursos de educação
especial. Todos os planos ou programas e ações do governo federal com respeito aos
estados e municípios e Distrito Federal pressupõem um mecanismo cooperativo que
33
atribui responsabilidades a cada rede de ensino quanto ao sistema de ensino no que
se refere ao Programa Implantação salas de recursos multifuncionais.
O MEC garante que sejam tomadas as seguintes ações dentro de sua área de
responsabilidade como acesso aos recursos das salas; salas disponíveis e normas
adotadas, fiscalização da entrega de materiais às escolas, sistema de orientação e
ensino, cadastro de escolas com recursos multifuncionais, formação continuada dos
professores do AEE, encaminhamento, assinatura e publicação dos contratos de
doação, dualização dos recursos das salas implantadas pelo Programa e apoio à
acessibilidade. Essas e outras ações são realizadas por meio de políticas públicas,
leis e programas de apoio à diversidade nas escolas (BRAGA, 2018).
Contudo, de acordo essa temática da inclusão, pesquisas mostram a relevância
das atividades que se traduzem no dia a dia escolar, em relação ao fazer pedagógico
diário e nas possibilidades de viver experiências com a diversidade. Embora a
legislação e as políticas públicas afirmem o direito dos alunos de frequentar escolas
públicas regulares, sabemos que ainda existem muitas lutas para efetivar as
condições por vários motivos, o governo não garante todos os recursos, as escolas
ainda não apresentam experiência suficiente com a inclusão, os profissionais estão
em processo de formação contínua e os desafios aparecem cotidianamente.
O trabalho docente é realizado diariamente, tanto teoria quanto a prática se
somam buscando acolher a diversidade e o AEE se insere no processo como espaços
de referência para a educação especial nas escolas comuns. Portanto, acreditamos
que a organização do AEE é relevante para o processo de inclusão educacional e é
necessário utilizar múltiplos recursos: materiais, físicos, humanos e pedagógicos,
instrumentos para que os alunos com deficiência, possam ter acesso ao currículo
como uma forma garantida de aprender.
Com base nas informações fornecidas no documento MEC/SECADI/2013, de
2005 a 2013, foram implantadas 4.000 salas em todo o país, totalizando 41.801 Salas
de Recursos Multifuncionais ao nível nacional MEC/SECADI (MEC, 2013, p. 09) por
meio da Portaria Ministerial n. º 13/2007, que integra o Programa de Desenvolvimento
Educacional - PDE e o Programa Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência –
Viver sem Limite, respeitado tais, característica:
34
Dar suporte a organização para a educação especial direcionado a
perspectiva da educação inclusiva;
Garantir o total acesso dos alunos que são públicos alvo da educação
especial no ensino regular em igualdade criando condições com os
demais estudantes;
Possibilitar os recursos pedagógicos e prover a acessibilidade as
escolas regulares da rede pública de ensino;
Possibilitar o desenvolvimento profissional e a inclusão da comunidade
escolar;
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A secretaria de educação a qual se vincula a escola deve ter elaborado
o Plano de Ações Articuladas – PAR, registrando as demandas do
sistema de ensino com base no diagnóstico da realidade educacional;
A escola indicada deve ser da rede pública de ensino regular, conforme
registro no Censo Escolar MEC/INEP (escola comum);
A escola de ensino regular deve ter matrícula de aluno (s) público alvo
da educação especial em classe comum, registrado (s) no Censo
Escolar/INEP, para a implantação da sala Tipo I;
A escola de ensino regular deve ter matrícula de aluno (s) cego (s) em
classe comum, registrado (s) no Censo Escolar/INEP, para a
implantação da sala de Tipo II; A escola deve ter disponibilidade de
espaço físico para o funcionamento da sala e professor para atuação no
AEE.
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pedagógicos (Tipo I) e ferramentas e materiais didáticos pedagógicos destinados
especificamente a alunos com cegueira e deficiência visual (Tipo II) (BRAGA, 2018).
As Salas de Recursos Tipo I são constituídas pelos seguintes itens:
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Com base nas especificações de cada sala de aula, é necessário que as
escolas públicas reservem espaço físico para funcionamento da SRM onde serão
realizados os Atendimentos Educacionais Especializados - AEE. Possuem mobiliário,
materiais didáticos e materiais didáticos e pedagógicos, recursos de acessibilidade e
equipamentos específicos para atender alunos direcionados à educação especial e
alunos que necessitam de AEE no contra turno escolar. A organização e gestão deste
espaço é da responsabilidade da direção escolar, devendo os professores que
exercem este serviço educativo estarem formados para lecionarem ao nível básico e
adquirirem conhecimentos específicos da educação especial em programas de
aperfeiçoamento e especialização (BRAGA, 2018).
Enfim, afirmamos que os serviços oferecidos pelo AEE à SRM não devem se
limitar a como um guia, mas sim como uma proposta de planejamento do AEE para
complementar ou completar as atividades escolares. O plano AEE serve como base
para um plano de aula ou serviço e contém todos os objetivos e recursos destinados
a fornecer atendimento individual aos alunos. Deve ser dominado de forma flexível
segundo as necessidades específicas de cada disciplina, dando ênfase em suas
potencialidades e condições de acesso a oportunidades de aprendizagem.
Assim, você conseguiu identificar os aspectos e características da sala de
recursos multifuncionais do tipo I e tipo II e as suas composições. Contudo, vamos
finalizar esse material abordando um pouco sobre as relações familiares e o AEE,
considerando, que fora o atendimento especializado para estes alunos, o papel da
família é muito importante nesse desenvolvimento de aprendizagem.
39
Mas podemos dizer que ter um filho com deficiência é fonte de responsabilidade
e preocupação que varia segundo as características individuais, familiares e sociais.
As estratégias que os pais desenvolvem diante da deficiência de seus filhos não são
muito diferentes daquelas que utilizam em outras situações difíceis. Para os pais,
saber que seu filho tem uma deficiência é um processo que vai além do conhecimento
dos fatos. A assimilação da situação leva. Há uma sensação de perda ao ter um filho
deficiente e os pais precisam prescindir das expectativas alimentadas durante a
gravidez: ter um filho ideal e perfeito.
Segundo Paniagua (2004) as reações que são mais frequentes que ocorrem os
pais admitem deficiências antes da aceitação:
1- Fase de choque: quando eles são informados de que seu filho tem uma
deficiência, há uma barreira, uma confusão geral que pode dificultar a compreensão
das informações que recebem. O primeiro choque pode durar de alguns minutos a
vários dias. Este estágio não ocorre, ou é provável que ocorra, se a família suspeitar
de uma mudança ou atraso por algum tempo.
2- Negação: após a profunda perturbação e desorientação inicial, muitos pais
reagem "esquecendo" ou ignorando o problema dia após dia, como fingindo que nada
está acontecendo, ou lutando ativamente e questionando a competência profissional
ou considerando que se trata de um erro.
3 - Fase de reação: após o choque inicial de negação, os pais experimentam
uma gama de emoções e sentimentos. Embora esses fatores sejam claramente
incapazes de adaptação, eles são os primeiros passos inevitáveis da adaptação,
necessários para que sua expressão atinja seu estágio mais construtivo. Os estágios
mais comuns: ansiedade, distanciamento, sensação de fracasso, irritabilidade, culpa
e depressão.
4- Fase de adaptação e orientação-após sentir com intensidade: a
participação ativa das famílias no processo de aprendizagem é essencial para que as
crianças se desenvolvam de acordo com suas próprias necessidades. No entanto, os
pesquisadores concordam com o entendimento de Paulon (2007) de que o
nascimento de um filho com deficiência causa uma série de bloqueios nas relações
familiares, com consequente sentimento de frustração, culpa, negação dos
problemas, entre outros.
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Eles também entendem que esses problemas tendem a se multiplicar se as
famílias não receberem a ajuda necessária para ver seus filhos como sujeitos de
múltiplas possibilidades. A condição da família da criança com deficiência é
considerada uma barreira no processo de inclusão educacional, dificultando a inclusão
por não reconhecer as possibilidades da criança (GODOI, 2006).
As famílias são entendidas como um dos exemplos mais importantes de que a
inclusão na escola pode ser demonstrada por meio do trabalho coletivo, uma ação
que envolve tomada de decisão, comprometimento e responsabilidade compartilhada.
Quando se trata de coletivos, inclui a presença das famílias nas escolas, porque, a
relação família-escola é extremamente importante, principalmente quando se trata de
educação inclusiva, pois, o aluno não pode ser acompanhado sem uma parceria com
a família e a escola precisa de informações sobre o aluno para um acompanhamento
mais abrangente (GODOI, 2006).
É fundamental que os profissionais que atuam na Sala de Recursos
multifuncionais identifiquem e entendam as necessidades e habilidades dos alunos,
mantenham contato com as famílias e as orientem sobre como contribuir e participar
da vida de seus filhos para garantir o seu desenvolvimento, tanto na escola quanto
fora dela, sendo uma delas a vida diária, como tomar banho, escovar os dentes, vestir-
se, fazer compras sozinho.
A família é a mediadora e facilitadora do processo de ensino aprendizagem, de
forma que o primeiro espaço social da pessoa é a sua família, que estabelece valores
e referências, boas e más, no ambiente onde a criança vive. Os pais precisam educar
e se mobilizar para apoiar a escola e trabalhar com a escola para focar no aprendizado
da criança. A superproteção dos pais dificulta muito o desenvolvimento de habilidades
especiais, o que em nada contribui para ajudar a criança a desenvolver a
independência humana. É necessário apoio das famílias para que os alunos tenham
um bom desempenho acadêmico, mas muitas famílias veem as faltas como falta de
tempo para participar das reuniões, acompanhar os deveres de casa ou atividades de
sala de aula, pois, o pai trabalha fora e não estar presente todo dia em casa (GODOI,
2006).
As escolas enfrentam muitas dificuldades, uma delas é a falta de profissionais
qualificados para trabalhar com alunos deficiência, uma sala de recursos
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multifuncional pode atender as pessoas com as seguintes deficiências: autismo, e
síndrome de down, altas habilidades, deficiência visual, baixa visão, e deficiência
múltipla, tendo uma abundância de deficiências e suas especificidades, não é fácil se
tornar um profissional qualificado para atender todas com precisão, requer muito
estudo e pesquisa sobre as barreiras dos alunos e muitas conversas com famílias e
equipes transversais, ou seja, multifuncionais, como, por exemplo, (psicólogo,
fonoaudiólogo, fisioterapeuta, e terapeuta educacional), a maioria das escolas não
tem, e professores de sala de recursos, professores de sala comum e equipes
pedagógicas tentam ajudar para haja um aprendizado.
Diante de todas as dificuldades e problemas que temos encontrado, vale
ressaltar que as escolas não estão totalmente preparadas para atender os alunos da
educação especial. Fazer com que uma escola inclusiva funcione de forma eficaz é
um enorme desafio para todos, mas com a capacidade e as boas intenções de todos
na escola e em casa, eles farão algo por todas as crianças com deficiência.
Para Szymanski (2010), as famílias têm a responsabilidade de trabalhar para
transformar a sociedade e as escolas para refletir uma visão de mundo libertadora que
rejeite todas as formas de preconceito e opressão. É inegável que existem
ferramentas de mudança, que permitem reinventar a escola “desmontando” a velha
maquinaria que a controla, os conceitos que a sustentam e os pilares teórico-
metodológicos.
A aprendizagem é um processo que acontece de uma certa maneira porque
cada um aprende de uma forma diferente. Portanto, para alcançar qualquer sucesso
acadêmico, a família deve desempenhar um papel importante e integral no processo,
onde a aprendizagem ocorre por meio da linguagem, pensamento, emoção e ação.
Neste contexto, é necessário que estes processos estejam em harmonia. Sobre a
diferença de família e escola, Parolim (2010) comenta que tanto a família quanto a
escola querem a mesma coisa, sendo esta preparar a criança para o mundo, e saber
que o lar tem sua especificidade que o diferencia da escola, e a necessidade de
aproximá-lo da mesma instituição.
A escola tem sua metodologia e filosofia própria para educar as crianças, mas
precisa das famílias para implementar seus programas educacionais, observa-se pela
revisão de Parolin (2010) que cada instituição, seja ela uma escola ou uma família,
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tem objetivos específicos em relação à educação das crianças, e quanto mais
diferentes são, mais precisam umas das outras.
Portanto, não apenas os setores ligados à educação, mas a sociedade em sua
totalidade tem a responsabilidade de mudar o dia a dia das escolas e das famílias por
meio de pequenas ações para alcançar o entendimento e a importância dos objetivos
traçados pelas instituições educacionais. Já em relação sobre a importância da
participação dos pais na escola, Chechia e Andrade (2005) apontam que um estudo
mostrou o impacto do envolvimento dos pais nas escolas sobre a importância do
desempenho escolar, mas o envolvimento dos pais não deve ser visto como garantia
de bom desempenho.
O desenvolvimento escolar do aluno é um processo que ocorre na escola sob
a influência da família, não depende inteiramente da família. As escolas têm funções
específicas que devem ser enfatizadas para não manterem um discurso ideológico
segundo o qual o sucesso depende de como as famílias se comportam no ambiente
escolar de seus filhos (CHECHIA, ANDRADE, 2005). No que diz respeito à
participação educacional, as famílias precisam reconhecer que a escolarização por si
só não afeta realmente o papel da educação. Na maioria das vezes, no entanto, há
uma transferência de responsabilidade.
Dessa forma, se as instituições de ensino continuarem atuando sozinhas, não
pode haver possibilidades de educação e ensino bem-sucedidos. Nesse sentido, deve
haver o envolvimento dos pais, pois esse papel não é só da escola. Desde este início,
a família e a escola desempenham um papel crucial no sucesso escolar das crianças
com deficiência, pois é onde se tem o primeiro contato social, pois é a base da
construção do conhecimento.
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
44
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Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação
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http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica201
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