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ENSINO
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Este trabalho trata-se do estudo da Proposta Curricular do Estado de São Paulo implementada nas escolas da
rede no primeiro semestre de 2008.
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Tais medidas são observadas e analisadas por Torres (2000) em seu artigo intitulado “Melhorar a qualidade da
educação basica? As estratégias do Banco mundial”.
resolução de problemas, visto que tais competências podem ser aplicadas numa gama de
empregos.
A Proposta Curricular em análise dispõe que para pensarmos o conteúdo e o sentido da
escola devemos levar em conta complexidade da ambiência cultural, das dimensões sociais,
econômicas e políticas, a presença maciça de produtos científicos e tecnológicos e a
multiplicidade de linguagens e códigos no cotidiano. Entretanto, nos afirma que apropriar-se
ou não desses conhecimentos pode ser um instrumento da ampliação das liberdades ou mais
um fator de exclusão. (p. 6)
Parece-nos que a sociedade capitalista, agora sob a égide da globalização do mundo, da
economia, da cultura, dos valores, dos homens, bem como do grande desenvolvimento
tecnológico, evidencia que o conhecimento especializado não serve mais como referencial
para a aprendizagem. O mundo é “complexo” e a complexidade dos conhecimentos deve ser
abarcada pelos novos currículos escolares. (JACOMELI, 2007, p.21)
Este projeto, [...] rearticulado pela expressão neoliberal, está calcado em propostas
de organizações mundiais, que funcionam como financiadoras e dirigentes da
expansão e controle de “qualidade” da educação dos países latino-americanos e
outros da Europa, da África e da Ásia. [...] Algumas questões são certamente
diferenciadas, já que também a sociedade atual traz características e exigências que
não estavam presentes no seu passado, mas o “chão” teórico ainda é dado pelo
liberalismo, através de sua nomenclatura de neoliberalismo. É o caso da visão e do
discurso de transformação e adequação da sociedade pela reforma da escola e pela
inculcação de valores desejáveis para o presente momento histórico. [...]. Seria,
então, uma tentativa de reordenamento desta sociedade, a partir do controle
econômico, político e cultural feito pelos países que atualmente dominam
economicamente o mundo. (idem, p.22)
Considerações finais
Os resultados parciais mostram que a proposta curricular paulista expressa uma
necessária adequação da educação paulista ao atual momento histórico, caracterizada por uma
grande transformação econômica e social, determinada pela atual ordem global, a
mundialização do capitalismo, do desenvolvimento de novas tecnologias e, sobretudo, das
novas exigências do mundo do trabalho. Parece-nos que, tal proposta se compromete em
instituir o planejamento, a organização, a direção e o amplo controle dos rumos dessa escola.
Ao observarmos as exigências expressas na cartilha do Banco Mundial (1995) e a
Proposta curricular do Estado de São Paulo (2008) verifica-se a proposição da seguinte
arquitetura: - concepção de currículo como cultura - currículo baseado na escola de 3 “r” – ler,
escrever e contar, com vistas ao mundo do trabalho – na lógica do aprender a aprender -
provas centralizadas - pedagogia das competências - caderno de atividades para os
professores: com aulas prontas e programadas ou seja com atividades pedagógicas,
proposição de recursos, agenda e cronograma além da designação de competências e
habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos - proposta de recuperação para os alunos – O
compromisso com a melhoria das aprendizagens estabelece como elo a ser priorizado a
reforma do currículo escolar e como centro o conteúdo de ensino e a avaliação da
aprendizagem.
Com material didático (jornal/caderno do aluno) para o aluno e o professor, aplicativo
para registro de experiência de gestão do currículo - a perspectiva de capacitação de novos
professores coordenadores (função gratificada) – via prova de credenciamento - programa de
formação continuada e em serviço são ações que visam não só implementação da proposta
mas também a manutenção e a sustentação dos valores e interesses que estão em jogo no
interior da própria reforma.
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Gilberto Luis. A produção da escola pública contemporânea. Campinas, SP:
Autores Associados. Campo Grande: UFMS. 2001.
NEVES, L. M. W. Educação e política no Brasil de hoje. São Paulo: Cortez Editora, 2004.
HOFLING. E.M. Estado e políticas (públicas) sociais. In: Cadernos CEDES, Campinas.
Volume 21; nº 55, nov/2001. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
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MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2005.
PARO, Vitor Henrique. Escritos sobre Educação. São Paulo: Xamã, 2001.
___. Administração Escolar: uma abordagem crítica. São Paulo: Cortez, 2001.
___. Administração Escolar: introdução crítica. 12. ed. São Paulo: Ática, 2003.
Fonte Primária
SÃO PAULO (Estado) Secretaria de Educação. PROPOSTA CURRICULAR (GERAL).
Coord. Maria Inês Fini. – São Paulo: SEE, 2008. 35 p.