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FACULDADE DE CIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BILOGICAS


LICENCIATURA EM BIOLOGIA MARINHA, AQUÁTICA E COSTEIRA
FISIOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO VEGETAL

TEMA: ANALISE DE CRESCIMENTO

DISCENTE:
DOCENTE:
Rafael, Fausia
 Prof. Doutor Orlando A. Quilambo
 Prof. Doutora Célia Martins
 dra. Sónia de Guilundo
 dra. Íris Victorino
Monitor
 Amaral Zitha

Maputo, Junho de 2021


Índices
1. Introdução..................................................................................................................1
2. Objectivos..................................................................................................................3
3. Material......................................................................................................................4
Equipamento e Material experimental...............................................................................4
4. Metodologia...............................................................................................................5
5. Resultados..................................................................................................................6
6. Discussão....................................................................................................................9
7. Conclusão.................................................................................................................10
8. Limitações................................................................................................................10
9. Referencias Bibliográficas.......................................................................................11
1. Introdução

Crescimento - é o aumento irreversível do tamanho, especialmente, do material


protoplasmático. Implicando o aumento de peso, forma, do material protoplasmático
(aumento no tamanho e no número de células). O crescimento caracteriza-se por
aumento de tamanho e/ou peso e tem carácter quantitativo. O termo desenvolvimento é
mais abrangente e envolve todas as mudanças qualitativas (diferenciação) e
quantitativas (crescimento) experimentadas pela planta (Raven, 2007).

Podemos medir o crescimento da planta de duas formas que podem ser: lineares e
superficiais. Dentre as dimensões lineares, podemos ter a altura da planta, comprimento
do caule, comprimento e largura de folhas, comprimento de ramificações, diâmetro de
caules, comprimento de entre-nós, comprimento e diâmetro de inflorescência e
infrutescências, entre outras características (Raven, 2007).

A análise de crescimento é importante pois permite avaliar o crescimento final da planta


e a contribuição dos diversos órgãos no crescimento total, apartir dos dados de
crescimento pode-se inferir actividade fisiológica, como, as causas de variação de
crescimento entre as plantas geneticamente diferentes ou entre plantas crescendo em
ambientes diferentes (Conceição et al., 2005).

Para a análise de crescimento em plantas são usados parâmetros como: Taxa de


Crescimento Relativo(TCR) e Taxa de Crescimento Absoluto (TCA) sendo que a TCR
se mantém constante durante o crescimento exponencial e a TCA aumenta com o tempo
pois depende do tamanho do tecido nesse instante (Doddema e Quilambo, 2001).

As fases de crescimento de uma planta ou de qualquer outro organismo vivo


apresentam uma curva do tipo sigmoidal com três fases, que representam as
modificações no tamanho, na massa ou no volume desse organismo, ou de qualquer
órgão dele, em função do tempo. Neste tipo de curva, podemos distinguir uma fase
inicial de crescimento lento (fase I), passando posteriormente a uma fase exponencial
(fase II) e, em seguida, a uma de crescimento linear e um novo período de crescimento
lento (fase III), com a paralisação eventual do processo (Peixoto e Peixoto, 2004).

Vários índices fisiológicos devem ser utilizados na tentativa de explicar e compreender


as diferenças de comportamento de uma cultivar submetida a diferentes tratamentos
(Alvarez et al., 2012), entre os mais utilizados, encontram-se o taxa de crescimento da

1
cultura (TCC), taxa de assimilação líquida (TAL), razão de área foliar (RAF), taxa de
crescimento relativo (TCR), razão de peso foliar (RPF), área foliar específica (AFE),
taxa de crescimento relativo foliar (TCRF), taxa de expansão relativa da área foliar
(TERAF), factor de partição da área foliar (FPAF) e área média por folíolo (AMPF)
(Silva et al., 2000).

As fases de crescimento de uma planta ou de qualquer outro organismo vivo


apresentam uma curva do tipo sigmoidal com três fases, que representam as
modificações no tamanho, na massa ou no volume desse organismo, ou de qualquer
órgão dele, em função do tempo. Neste tipo de curva, podemos distinguir uma fase
inicial de crescimento lento (fase I), passando posteriormente a uma fase exponencial
(fase II) e, em seguida, a uma de crescimento linear e um novo período de crescimento
lento (fase III), com a paralisação eventual do processo (Peixoto e Peixoto, 2004).

O crescimento só é verificado e aceite se tiver havido um aumento da massa seca (da


folha, raíz ou caule), e este aumento deve-se a um aumento na Taxa de Assimilação
(TAA), que se refere directamente ao aumento de eficiência da planta, na produção de
massa seca (Doddema e Quilambo, 2001).

O feijoeiro-comum (Phaseolus vulgaris) é a espécie mais cultivada do gênero Phaseolus.


É uma planta de rápida e de fácil germinação e crescimento, daí a sua utilização em
experiências de descrição de crescimento (Oliveira, 2002).

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2. Objectivos

Objectivo geral

 Estudar o crescimento de plantas de Phaseolus vulgaris.

Objectivos específicos

 Determinar a variação da Taxa de Crescimento Relativo (TCR) de Phaseolus


vulgaris;
 Determinar a variação da Taxa de crescimento absoluto (TCA) da planta de
Phaseolus vulgaris.
 Identificar o período que apresenta maior Taxa de crescimento relativo.

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3. Material
Equipamento e Material experimental

1 16 Sementes (feijão) 9 Régua


2 Balança analítica 10 Mesa
3 Estufa de secagem 11 Calculadora
4 8 copos descartáveis 12 Água
5 Faca 13 Solo
6 1 garrafa para regar 14 Estufa de secagem a 80ºC
7 Lápis 15 Máquina calculadora
8 Envelope de papel (A4)

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4. Metodologia

a) Procedimentos
1. obteve-se sementes previamente germinadas no laboratório;
2. preparou-se um total de 8 vasos com solo e irrigou-se o solo com água;
3. Semeou-se 2 sementes por vaso (totalizando 16 sementes);
4. Irrigou-se bem a cada 2 dias e deixou-se germinar à luz e temperatura ambiente
(+/- 25ºC).

b) Medições a t=1 (8 dias idade)

- Tomou-se 8 vasos, cada com 2 plantas com 8 dias de idade;


- Retirou-se as plantas do vaso por imersão do vaso num balde com água,
deixando as raízes limpas;
- Colocou-se as plantas em papel absorvente humedecido para evitar a secagem;
- Secou-se as plantas com cuidado e determinou-se o peso fresco de cada planta
na balança analítica (peso fresco total da planta);
- Cortou-se o caule da raiz e pesou-se separadamente (peso fresco total do caule e
peso fresco total da raiz);
- Cortou-se as folhas do caule de cada planta, enumerou-se de 1 em diante e
pesou-se em conjunto (peso fresco total da folha);
- Colocou-se as folhas num papel A4 e desenhou-se os contornos com um lápis
afiado e enumerou-se os contornos;
- Colocou-se as folhas juntas num envelope de papel e deixou-se secar ao sol a
temperatura ambiente (+/- 25ºC), durante 48 horas;
- Colocou-se as folhas secas numa balança para determinar o peso seco total;
- Recortou-se os contornos das folhas de papel, usando tesouras, e pesou-se os
recortes juntos na balança, para o cálculo da área total da folha.
- Após mais 8 dias, repetiu-se os procedimentos para as Medições a t=2 (16 dias
de idade).

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Imagem 1. Inícios da 1ª Semana

Imagem 2. Finais da 2ª Semana

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5. Resultadosa

Tabela 1. Medições do Tempo 1


Tempo I
Planta 1 2 3 4 5 6
1 Peso da folha (g) 1.38 0.93 0.71 0.75 0.37 1.95
2 Peso da Raíz (g) 1.34 0.71 0.44 0.96 0.89 1.28
4 Peso do caule (g) 0.78 0.70 0.41 0.76 0.37 0.78
5 Peso da planta (g) 3.47 2.34 1.56 2.47 1.63 4.01
6 Comprimento do caule (cm) 7.5 11.5 9 4.5 8 8
7 Comprimento da raiz (cm) 16 7 4.5 9 16 8
8 Comprimento da Planta (cm) 23.5 18.5 13.5 13.5 24 16
9 Volume da raiz (mL) 1.9 1 1 2 1.3 2.5
10 Peso seco da folha (g) 0.12 0.07 0.07 0.08 0.06 0.2
11 Peso seco da raiz (g) 0.05 0.03 0.02 0.04 0.04 0.07
12 Peso seco do Caule (g) 0.4 0.04 0.02 0.04 0.04 0.06
13 Peso seco da planta(g) 0.21 0.14 0.1 0.16 0.15 0.31
14 Peso dos recortes (g) 0.49 0.29 0.27 0.35 0.36 0.77
15 Area do recorte (cm2) 60.49 34.28 30.3 44.76 44.22 102.8

Tabela 2. Medições do Tempo 2


Tempo 2
Planta 1 2 3 4 5 6
1 Peso da folha (g) 2.85 2.63 2.02 1.99 1.34 3.08
2 Peso da Raíz (g) 2.66 2.25 2.2 1.12 1.14 2.52
4 Peso do caule (g) 1.43 1.16 0.86 1.12 1.21 1.37
5 Peso da planta (g) 6.89 6.06 5.06 4.22 3,6 6.97
6 Comprimento do caule (cm) 26 28.5 27.3 24.5 22.5 21
7 Comprimento da raiz (cm) 25.2 22.5 28.2 11.5 13.5 19.2
8 Comprimento da Planta (cm) 51.2 51 55.5 36 36 30.2
9 Volume da raiz (mL) 2 1 1.5 1 1 3
1 Peso seco da folha (g) 0.39 0.40 0.30 0.24 0.18 0.34
0
1 Peso seco da raiz (g) 0.12 0.12 0.15 0.05 0.05 0.13
1
1 Peso seco do Caule (g) 0.14 0.16 0.13 0.1 0.09 0.13
2
1 Peso seco da planta(g) 0.65 0.65 0.58 0.38 0.32 0.60
3
1 Peso dos recortes (g) 1.44 1.18 0.98 0.89 0.64 1.35
4
1 Area do recorte (cm2) 177.44 141.84 139.86 109.83 77.3 142.16
5

7
8
Tabela 3. Médias das medições durante as 2 semanas.
Tempo 1 2
Peso total da folha (g) 6,09 13,88
Peso total da Raíz (g) 5,62 11,89
Peso total do caule (g) 3,8 7,15
Peso total da planta (g) 15,48 32,8
Comprimento total do caule (cm) 48,5 149,8
Comprimento total da raiz (cm) 60,5 120,1
Comprimento total da Planta (cm) 109 2509,9
Volume total da raiz (mL) 9,7 9,5
Peso seco total da folha (g) 0,6 1,85
Peso seco total da raiz (g) 0,25 0,62
Peso seco total do Caule (g) 0,6 0,75
Peso seco total da planta(g) 1,07 3,68
Peso total dos recortes (g) 2,23 4,48
Área total do recorte (cm2) 316,85 788,43

Tabela 4. Tabela resumo final.


Tempo 1 2
Área Específica de Folha (AEF) 193,37 cm2/g 137,56 cm2/g
Razão do Peso da Folha (RPF) 0.56 0.5
Razão da Área Foliar (RAF) 116,02 254,49
Área total da folha ( ATF ) 135,5 254,05
Área total da planta ( ATP) 436 1039,6
Taxa de Assimilação Líquida (TAL) 22434,79 35007,64
Taxa de Crescimento Relativo (TCR) 2602884,34 8909094,30

DADOS SECUNDARIOS
1200

1000

800

600

400

200

0
0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5 5.5

TEMPO 1 TEMPO2

Fig. 1. Dados secundarios

9
TAXA DE CRESC.RELATIVO
10000000
9000000
8000000
7000000
6000000
5000000
4000000
3000000
2000000
1000000
0
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Fig.2. Taxa de crescimento relativo

TAXA DE ASS. LIQUIDA


40000
35000
30000
25000
20000
15000
10000
5000
0
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Fig.3. Taxa de Assimilação liquida

10
De uma forma geral, os valores obtidos nas medições em t=2, ou seja, após 16 dias de
crescimento, foram superiores aos valores obtidos nas medições em t=1 (8 dias de
crescimento).

Imagem 3. 1ª Semana

Imagem 4. 2ª Semana

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Discussão

Segundo Zabot et al., (2004), a Taxa de Crescimento Relativo (TCR), que representa a
eficiência da matéria vegetal em produzir matéria seca, apresenta um comportamento
decrescente com o passar do tempo, que Segundo Demuner et al., (2008), é resultado,
em parte, do aumento gradativo de tecidos não fotossintetizantes na plant, o que não vai
de acordo com os resultados obtidos na presente experiência pois a TCR dos feijões
aumentou com o tempo, tendo um crescimento exponencial no início, e reduzindo
depois a sua velocidade até a última semana.

Doddema e Quilambo (2001), afirmam que tanto os organismos unicelulares, como


plantas jovens apresentam a típica curva sigmoidal de crescimento, este facto indica
obrigatoriamente que elas cresceram exponencialmente e mais tarde a taxa de
crescimento diminuiu, isto pode sustentar os resultados obtidos pois o tempo de
experiência pode não ter sido suficiente para se observar a fase de decréscimo.

Peixoto et al. (2011), afirmam ainda que ao atingir o tamanho definitivo, a planta
entra para a fase de senescência, diminuindo o índice de área foliar, com menor
interceptação da energia luminosa, resultando em decréscimo no acúmulo de matéria
seca, com a translocação desta para os órgãos de reservas, e consequente degeneração
do sistema fotossintético.
Segundo Lucchesi (l987) citado por Peixoto (2011) afirma que um vegetal anual em
condições ecológicas adequadas, ocupa no período de crescimento, em termos de
percentagem, 10% para germinar, 6% para emergir, 51% no grande período de
crescimento (fase linear), 15% para a reprodução, 8% na maturação e 10% até a
colheita. Portanto, durante o seu desenvolvimento, o vegetal ocupa, nas diferentes fases,
diferentes períodos de crescimento, naturalmente afectados pelos factores externos
(fenologia) e os inerentes à própria planta.

A desvantagem do uso de massa da matéria fresca (MMF), é conter algumas


imprecisões como o tempo entre a colheita e a pesagem, além de destruir o indivíduo. O
teor de água é bastante variável a partir da colheita da planta, principalmente
dependente da umidade relativa do ar, desde o local da amostragem até o local de
pesagem, por exemplo: perda de água por transpiração (Reis e Muller, l978 citado por
Peixoto, 2011).

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6. Conclusão

A Taxa de Crescimento Relativo cresce com o passar do tempo, tendo apresentado na 1ª


semana um valor de 2602884,34 e na segunda 8909094,30;

Quanto à Taxa de Assimilação Bruta, pode-se concluir que diminui com o passar do
tempo, tendo na 1ª semana 0,20 e atingido valores negativos na 2ª semana como -1,20.

7. Limitações

Foram feitas medições durante apenas 2 semanas, porque o tempo de experiência não
foi suficiente para que se medisse durante as 3 semanas recomendadas pois começou-se
a experiência com duas semanas de atraso devido a falta de germinação no primeiro lote
de sementes, que não era viável.

Nestes casos, recomenda-se que seja feita a pré germinação das sementes antes de as
plantar, para garantir a sua germinação e evitar que aconteçam atrasos na experiência.

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8. Referencias bibliográficas

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