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Análise morfológica de platelmintos e observação do comportamento e

regeneração de planárias dulcícolas


Notas
Título (0,4) 0.4
Introdução (1,6)
situou o assunto/embasamento teórico
0.9
(1)
Justificativa /hipótese(0.3) 0
Objetivo (0,3) 0.3
Metodologia (3,0)
Detalhamento (2.0) 2
coerência com a proposta (1.0) 1
Resultados (3,0)
Apresentação dos dados (2.0) 1.5
Organização gráfica (1.0) 0.8
Discussão (2,0) 1.8
Débito/infração 0
Bônus (+0.2) 0.5
TOTAL (10) 9.2
Peso (2.5) 22.5
Nota lançada 2.3

Ana Luiza Reis Passos*, Camile Aléxia da Silva Leão, Maria Fernanda Silva Sacchi,
Michelle Miranda de Oliveira Jacinto;

Introdução
O filo dos platelmintos é constituído por organismos de água doce, podendo ser de
vida livre ou parasitos, que abrange cerca de 26.500 espécieslivre ou parasito, que abrange
cerca de 26.500 espécies. Estes organismos, denominados de vermes, podem apresentar uma
variedade de formas corporais, como a bilateria, podem ser acelomados, possuir um
achatamento em sentido dorso ventral no corpo do animal, e, podem ser triploblásticos não
segmentados (BRUSCA E BRUSCA, 2018).
Os platelmintos possuem alguns diferenciais quanto ao seu plano corpóreo, pois
apesar de possuírem uma alta demanda de energia devido ao seu estilo de vida ativo,
necessitam manter uma estrutura corporal pequena e achatada devido a um aspecto funcional
limitante, a ausência tanto de um mecanismo circulatório, que permite a movimentação de
materiais pelo seu corpo, quanto de estruturas para a realização das trocas gasosas (BRUSCA
E BRUSCA, 2018).
Problema este, devido à relação área-volume, em que organismos cilíndricos[planarias
não são cilíndricas], como as planárias, dispõem de um volume interno maior do que
comparado a área de revestimento. Dessa forma, há a necessidade de uma nova conformação
de seu plano corpóreo que possibilite a difusão em pequenas distâncias (BRUSCA E
BRUSCA, 2018). O problema só existe porque não existe espaço corporal (condição
acelomada). Outros organismos que demandam trocas pela parede do corpo, mas mantém
espaço interno com líquido (blastocelomados ou celomados) não sofreram a pressão
evolutiva para o achatamento do corpo, por exemplo NEMATODA. Maria Fernanda, antes
que você me pergunte por que você não fechou a terceira prova, foi por isso ! Você, assim
como outros colegas, desconsideraram na sua resposta a limitação da condição acelomada.
No que diz respeito às planárias dulcícolas, (organismos pertencentes à classe
“Turbellaria” do filo Platyhelminthes), são animais que possuem uma rede nervosa que sai em
sentido a um aglomerado de nervos que se localizam dentro de um cérebro bilateral
desenvolvido e dois cordões nervosos longitudinais ventrolaterais. Assim como possuem uma
notória capacidade para regeneração de um organismo completo partindo de um pequeno
fragmento de seu corpo (WU, 2018). Ademais, vale ressaltar a maleabilidade no
desenvolvimento desses indivíduos, o que abrange o seu crescimento constante, a fissão e o
“encolhimento” em longos períodos de fome (SALÓ, 2006).
Referente à reprodução das planárias, esta pode ser realizada por meio da “bipartição
longitudinal” por esquizogênese ou laceração. E graças a essa capacidade de regeneração,
cada parte do indivíduo consegue se regenerar, gerando um novo indivíduo (SILVA, 2017).
Além disso, a reprodução e a regeneração desses indivíduos são quesitos importantes em
qualificá-los como bioindicadores de água, uma vez que esta interfere no tempo em que a
planária levará para se regenerar por inteiro (KENEIPP, 2018).
Ademais, quanto ao sub filo dos Platelmintos, denominado de Neodermata, este
integra três importantes classes, sendo elas, Monogenea, Digenea e Cestoda, que se
caracterizam por constituírem organismos endo e ecto parasitos, principalmente de
vertebrados (NEGRETE, 2017).
Portanto, a presente prática tem teve como objetivo a análise em laboratório tanto
morfológica quanto comportamental das planárias dulcícolas, além da observação e
identificação de importantes estruturas de neodermataNeodermata.

Metodologia
A presente prática foi dividida em duas aulas, na primeira foi realizada a análise
morfológica e comportamental de planárias dulcícolas em quatro etapas:
Na primeira etapa observamos por meio de um estereoscópio com a luz desligada,
uma planária de água doce colocada em uma placa de Ppetri com água, a fim de identificar
alguns aspectos morfológicos.
Logo em seguida foi realizado o teste de fototaxia, que consiste em ligar a luz do
estereoscópio e usar um anteparo na parte oposta em que a planária estava, deixando-a
exposta à luz em um local e na sombra em outro. Após esse procedimento, foi cronometrado o
tempo que ela levou para ir da parte clara para a escura, assim como da parte escura para a
clara. Então, foram contados seis ciclos claro-escuro marcando como teto máximo de tempo
dois minutos para cada um. Posteriormente, foi calculada a média dos valores coletados pelo
grupo.
Em seguida, foi feito o teste de desvio padrão dos dados obtidos, assim como dos
valores coletados por outros grupos da turma de licenciatura, a fim de apontar se os números
do conjunto estavam em torno da média ou mais dispersos (BERQUÓ, 1981).
Para a terceira etapa, foi utilizado um pedaço de fígado bovino para alimentar as
planárias em laboratório, para o sucesso desse teste elas ficaram sem alimento por cerca de
um mês [acho que foram 15 dias !] antes da aula para que fosse possível observar com clareza
seus hábitos alimentares.
Por último, foi realizado um corte próximo à faringe para posterior observação da
regeneração desse platelminto, por demandar tempo esse processo só foi observado após dias
da realização da aula prática, sendo necessárias novas visitas ao laboratório para acompanhar
o desenvolvimento dos indivíduos.
A segunda aula prática tratou da observação da morfologia de organismos Neodermata
através de um microscópio fotônico. Para isso, foram dispostas lâminas de indivíduos dos
grupos Trematoda e Cestoda em diversos microscópios para que a turma pudesse revezar e
observar a todos, a fim de registrar no caderno as partes principais de cada um deles.

Resultados
Observando a morfologia externa da planária (Figura 1), foi possível identificar a
presença de ocelos na região cefálica e de aurículas próximas aos ocelos, além da faringe no
meio do corpo.
Figura 1. Planária de água doce
(A- ocelos; B- aurícolas; C- faringe)
Ilustração: Maria F S Sacchi
Essa planária foi cortada ? O corpo está quase tão curto quanto a cabeça !

Em seguida, no teste de fototaxia foram coletados os dados observados na Tabela 1,


sendo a média do tempo em que a planária ficou na parte clara da placa de Petri igual a 1,21
minutos, com desvio padrão de ± 0,84 minutos, e na parte escura igual a 1,86 minutos, com
desvio padrão de ± 0,42 minutos.

Tabela 1. Coletânea de dados do tempo dos ciclos claro/escuro realizados pela planária,
usando como teto máximo de tempo dois minutos.

Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo 4 Ciclo 5 Ciclo 6

Claro 1:50 0:47 2:00 0:25 2:00 0:19

Escuro 2:00 2:00 1:35 1:38 2:00 2:00


Além disso, a média dos valores médios de todos os grupos da turma (Tabela 2) dos
ciclos claros foi de 1,20 minutos, com desvio padrão de ± 0,49 minutos, e dos ciclos escuros
de 1,88 minutos, com desvio padrão de ± 0,28 minutos.
Nesse sentido, com o resultado dos testes, foi possível concluir que o desvio padrão é
homogêneo e que os valores coletados estão concentrados em torno da média.

Tabela 2. Médias do tempo dos ciclos claro/escuro realizados pela planária coletadas por
cada grupo da turma de licenciatura.

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6

Claro 0:58 1:13 1:12 1:45 1:23 0:43

Escuro 2:00 1:52 1:52 1:46 2:00 1:48

Logo após, foi feita a observação do comportamento alimentar da planária. Assim que
ela recebeu sinais químicos da presença do alimento na placa de Petri, ela levantou a cabeça e
começou a balançá-la de um lado para o outro para se guiar até o pedaço de fígado, já que elas
não têm capacidade de enxergar com os ocelos. Além disso, quando chegou próximo ao
fígado seu corpo ficou mais achatado.
Em seguida o pedaço de alimento foi afastado da planária com o auxílio de uma pinça
e a placa de Petri foi tampada com o anteparo. Passados alguns segundos, ao destapá-la foi
possível observar que ela projetou a faringe para fora do corpo em direção ao fígado para
comê-lo (Figura 2).

Figura 2. Projeção da faringe da planária para fora do corpo


Ilustração: Maria F S Sacchi
Por fim, o professor André Flávio realizou o corte transversal da planária próximo à
região da faringe, notando-se que a parte onde se localizava a região cefálica continuou indo
em direção ao alimento enquanto a outra parte ficou imóvel. Nas observações posteriores,
ficou evidente que a parte cefálica da planária que foi cortada regenerou-se mais rapidamente
que a parte caudal, pois para desenvolver uma nova região cefálica demanda a produção de
mais células nervosas, por conta da concentração neuronal existente nela.
Não há ilustração do processo de regeneração?

Na segunda aula, foram observados alguns aspectos morfológicos de Trematoda do


gênero Schistosoma sp. A primeira lâmina tinha um casal desses indivíduos, possibilitando a
observação do canal ginecóforo, do testículo, da ventosa ventral e da ventosa oral indicados
na Figura 3.

Figura 3. Casal representando suas estruturas


(A- canal ginecóforo, B- testiculo, C- ventosa ventral, D- ventosa oral)
Ilustração: Maria F S Sacchi

O segundo indivíduo tratava-se de um miracídio, o qual possuía células germinativas,


cílios e terebratorium, observados na Figura 4.
Figura 4. Miracídio
(A- células germinativas, B- cílios, C- terebratorium)
Ilustração: Maria F S Sacchi

Já o último indivíduo desse grupo era uma larva cercária, com corpo e cauda evidentes
(Figura 5).

Figura 5. Cercária
(A- corpo, B- cauda)
Ilustração: Maria F S Sacchi

Além dos Trematoda, outros três indivíduos de Taenia sp. do grupo Cestoda também
foram observados. O primeiro possuía proglótides bem evidentes (Figura 6). O segundo era
um cisticerco, no qual foram identificadas estruturas como vesícula e escólex evaginado,
destacadas na Firgua 7.
Figura 6. Proglótides de Taenia sp.
Ilustração: Maria F S Sacchi

Figura 7. Cisticerco de Taenia sp.


(A- escólex evaginado, B- vesícula)
Ilustração: Maria F S Sacchi

Por último, também foram identificadas proglótides jovens, escólex e o colo (Figura 8)
de um indivíduo desse grupo.
Figura 8. Taenia sp. evidenciando sua estruturas
(A- escólex, B- colo, C- proglótides jovens)
Ilustração: Maria F S Sacchi
Discussão
Durante as análises da morfologia dos Platelmintos em laboratório, foi possível
observar que assim como dito [foi falado?] por Bueno em (2006), eles apresentavam dois
ocelos na região de maior concentração das células nervosas e sensoriais, denominada
cefálica, esta estrutura integra células fotorreceptoras que permitem um aprimoramento da
capacidade de percepção luminosa pelas planárias dulcícolas. Isso demonstra que devido a
presença de mecanismos como os ocelos as planárias podem apresentar comportamentos
durante a exposição ou não exposição à luz.
Desse modo, decorrente da sua preferência, assim como descrito por Brusca e Brusca
no ano de (2018), por ambientes de pouca ou nenhuma luz, no experimento estes organismos
apresentavam, na maioria das vezes, a estádia? no ambiente com baixa luminosidade do que
em relação ao com maior luminosidade, o que comprova o seu comportamento fotonegativo
proporcionado pelos ocelos.
Além disso, é válido ressaltar a presença de estruturas, denominadas aurículas, na
região cefálica do organismosdos organismos, compostas por quimiorreceptores encontrados
em expansões laterais, como citado por Brusca e Brusca em (2018), responsáveis pela
detecção e localização do alimento no ambiente a partir do seu balanço.
As planárias devido ao seu modo de vida comensal [vide conceito de comensalismo],
na presença do alimento, como o fígado utilizado no experimento, projetam uma estrutura,
denominada de faringe, associada aà boca e derivada de uma ectoderme embrionária, o qual
possui a função de sugar as partículas de alimento para o interior da cavidade gastrointestinal,
como mencionado por Brusca e Brusca em (2018). Esste mecanismo se encontra associado a
glândulas faríngeas, responsáveis pela produção de muco que viabilizam o auxílio na
alimentação e deglutição do animal.
É Foi possível observar que regeneração de estruturas danificadas ou perdidas nestes
organismos mantém as proporções e formas do corpo do animal, processo este, como
discutido por Brusca e Brusca em 2018, realizado através da ação de células, denominadas
neoblastos, que permitem a reposição da epiderme em casos de laceração. Nesse sentido, foi
notado um período diferente para a regeneração das partes seccionadas, devido ao processo de
cefalização do indivíduo. A região anterior que possuía as células nervosas e sensoriais exigiu
mais tempo a ser formada do que em relação a região posterior, que não as possuía. Isso é
resultado !
Em relação ao casal de Trematoda observado, foi possível identificar a presença de
uma ventosa oral próxima a uma ventosa ventral, a fêmea instalada no canal ginecóforo do
macho e os testículos, conforme já observado por Silva no ano de (2022). Acerca do
Miracídio, a fase primária de vida livre do Schitosoma, identificou-se a existência de cílios e
células germinativas, assim como descrito por Katz em 2003, além do terebratorium, estrutura
utilizada para se fixar ao substrato, tal como dito??? [comunicação oral?] por Assenço em
2019. Quanto a Cercária, analisou-se sua morfologia corporal, em específico, seu corpo
afunilado e sua cauda de formato bifurcado, em concordância com o que foi mencionado por
Pinto no ano de 2013. Vide arquivo de normas e orientação sobre como fazer citação !
Referente a cestoda (Taenia), observou-se a existência de proglotes, que se tratam dos
segmentos presentes no corpo da Taenia que são eliminados nas fezes de seu hospedeiro,
assim como mencionado por Esteves no ano de 2005. Assim como, o escólex, uma pequena
estrutura globosa envolta por ganchos e que apresenta um rostelo na porção central e anterior,
tal como já dito por Cavalini, em 2009. Por fim, analisou-se o cisticerco, situado no interior
da vesícula, que é uma estrutura arredondada que contém o escólex envaginado, assim como
pontuado por Ferreira no ano de 2013.

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