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Matemática II – Para Pedagogia (FFP06-09762)

Professor Fabio Menezes

Objetivos e Pressupostos

Dentro do processo de desenvolvimento profissional docente, o objetivo desta disciplina é


discutir a compreensão do processo de produção dos conhecimentos matemáticos, usualmente,
associados aos números racionais, na perspectiva da formação de professores e professoras que
ensinam matemática na escola de Educação Básica. Enfatizamos um processo articulado entre
conteúdos e métodos a partir da assunção de alguns pressupostos fundamentais, apresentados de
forma panorâmica a seguir.

“A Matemática, como campo de conhecimentos e como componente curricular, é entendida de


uma perspectiva problematizada, nos sentidos epistêmico, político e pedagógico (Giraldo, 2018; 2019).
Nessa perspectiva, problemas não são vistos platonicamente como estados de deficiência provisória a
serem sanados pela obtenção de soluções. Ao contrário, problemas ocupam um lugar de categoria
estruturante central da produção e mobilização de saberes e práticas situados em contextos sociais e
históricos plurais, desconstruindo uma concepção convencional da matemática estabelecida como
resultado de um processo de desenvolvimento histórico linear e universal. Portanto, em espaços e
tempos educacionais, o erro e o não entendimento não são vistos como marcas de incapacidade inerente
aos sujeitos – e sim como potências de produção coletiva de entendimentos outros.
A docência na Educação Básica é entendida como uma profissão, com uma epistemologia própria
e não subordinada a outras atividades profissionais ou a outros campos de conhecimentos. A formação
docente é, portanto, concebida como uma formação profissional – ou, nas palavras de Nóvoa (2009),
uma formação de professores construída dentro da profissão. Em particular, como afirmam Davis e
Renert (2009), a matemática do ensino não é vista como uma versão diluída da matemática acadêmica.
A concepção da formação de professoras e professores que ensinam matemática como uma
formação profissional demanda articulações com práticas profissionais situadas na educação básica.
Essas articulações são entendidas no sentido de que a concepção de formação: dialoga com a matemática
acadêmica, mas não é subordinada a seus padrões de rigor; dialoga com a matemática escolar, mas não
é ditada por seus currículos convencionais; não pretende simplificar a matemática acadêmica para
aproximá-la dos currículos convencionais da matemática escolar; não pretende legitimar a matemática
escolar pela chancela dos padrões de rigor da matemática acadêmica. Sobretudo, a formação de
professoras e professores que ensinam matemática pretende problematizar tanto os currículos
convencionais da matemática escolar quanto os padrões de rigor da matemática acadêmica.” (Palavras
do professor da UFRJ, Victor GIRALDO, no contexto do seu pertencimento ao Laboratório de Práticas
Matemáticas do Ensino – LaPraME – do qual sou membro nuclear de discussões)
Estrutura programática
Temas em Leituras de Referência (prévias) e complementares
discussão
TEMA 1: Apresentação da disciplina e combinados acerca da avaliação profissional:
Pressupostos, expectativas e perspectivas.
Perspectivas históricas e sociais sobre a profissão docente: a MATEMÁTICA
PROBLEMATIZADA
- Debate guiado:

LINS, R. C. Matemática, monstros, significados e educação matemática. In: BICUDO,


Maria A. V.; BORBA, Marcelo de C. (Orgs.). Educação Matemática: pesquisa em movimento.
São Paulo: Cortez, 2004. p. 92 – 120.

GIRALDO, V. Que matemática para a formação de professores? Por uma matemática


problematizada. XIII Encontro Nacional de Educação Matemática ISSN 2178-034X –
Cuiabá/MT, 2019.

Complementares:
GIRALDO, V. Formação de professores de matemática: para uma abordagem
problematizada. Cienc. Cult. vol.70 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2018 p. 37-42.
GIRALDO, V.; ROQUE, T. Por uma Matemática Problematizada: as Ordens de (Re)Invenção.
Perspectivas da Educação Matemática: INMA/UFMS – v. 14, n. 35 – Ano 2021.
TEMA 2: Significados e interpretações acerca dos números racionais
Exercícios-problema diagnósticos sobre fração do livro aberto: FRAÇÕES no Ensino
Fundamental - Volume 1. IMPA, 2017.
Autores: Cydara Cavedon Ripoll; Fabio Simas; Humberto Bortolossi; Letícia Rangel; Victor
Giraldo; Wanderley Rezende; Wellerson Quintaneiro
TEMA 3: Possibilidades de problematização para a construção de ideias de laboratório afim
de resolver problemas com frações
Exercícios-problema diagnósticos sobre fração do livro aberto: FRAÇÕES no Ensino
Fundamental - Volume 1. IMPA, 2017.
Autores: Cydara Cavedon Ripoll; Fabio Simas; Humberto Bortolossi; Letícia Rangel;
Victor Giraldo; Wanderley Rezende; Wellerson Quintaneiro
TEMA 4: Possibilidades de problematização para a construção de conceitos sobre frações
usando tecnologia digital
- Debate guiado: Processos históricos em diversas civilizações: o que é medir?

ROQUE, T. História da matemática: Uma Visão Crítica, Desfazendo Mitos e Lendas. Rio
de Janeiro: Zahar, 2012.

MÁRQUEZ, R.; ZANDER, A.; MELLO, E. Um enfoque pedagógico da matemática para o


ensino fundamental. Rio de Janeiro: Clube de Autores, 2009.
- Debate guiado: Pensando o ensino de frações analisando livros didáticos
Seleção de livros do FNDE
- Debate guiado: Pensando em problemáticas e problemas para o ensino de frações
LSM e outras práticas
- GEOGEBRA
TEMA 5: A conceituação de frações: diversos significados e suas operações
- Fração como:
(i) Parte de um todo;
(ii) Operador multiplicativo;

MÁRQUEZ, R.; ZANDER, A.; MELLO, E. Um enfoque pedagógico da matemática para o


ensino fundamental. Rio de Janeiro: Clube de Autores, 2009.

Livro aberto: FRAÇÕES no Ensino Fundamental - Volume 1. IMPA, 2017.


Autores: Cydara Cavedon Ripoll; Fabio Simas; Humberto Bortolossi; Letícia Rangel; Victor
Giraldo; Wanderley Rezende; Wellerson Quintaneiro
(iii) Número.
A reta e o sistema de numeração.
MÁRQUEZ, R.; ZANDER, A.; MELLO, E. Um enfoque pedagógico da matemática para o
ensino fundamental. Rio de Janeiro: Clube de Autores, 2009.

Livro aberto: FRAÇÕES no Ensino Fundamental - Volume 1. IMPA, 2017.


Autores: Cydara Cavedon Ripoll; Fabio Simas; Humberto Bortolossi; Letícia Rangel; Victor
Giraldo; Wanderley Rezende; Wellerson Quintaneiro
(iv) Razão;
*(v) Probabilidade.

MÁRQUEZ, R.; ZANDER, A.; MELLO, E. Um enfoque pedagógico da matemática para o


ensino fundamental. Rio de Janeiro: Clube de Autores, 2009.

Livro aberto: FRAÇÕES no Ensino Fundamental - Volume 1. IMPA, 2017.


Autores: Cydara Cavedon Ripoll; Fabio Simas; Humberto Bortolossi; Letícia Rangel; Victor
Giraldo; Wanderley Rezende; Wellerson Quintaneiro
TEMA 6: A relação entre porcentagem e frações: interpretações e usos
Construindo o conceito
Usando e interpretando o conceito
Construção de um plano de aula sobre frações: reflexões, tensões e inflexões sobre a
BNCC – atos de resistência pedagógica.

Seminários 1: Temas a combinar/ Pode ou não ocorrer

Seminários 2: Temas a combinar/ Pode ou não ocorrer

Dinâmica prevista
* Aulas presenciais: As aulas presenciais privilegiarão o debate coletivo e as oficinas práticas, acerca de temas
constantes na ementa da disciplina. Todas as discussões assíncronas bem como as componentes da avaliação
também serão realizadas por meio de uma sala no classroom ou pelo grupo de Whatsapp:

*Avaliação será composta nas seguintes dimensões do desenvolvimento profissional:

1. Compromisso público com as avaliações e planejamento: presença e participação;

2. Coletividade: Seminários e práticas colaborativos (quando for possível);

3. Sentidos de pertencimento (a uma classe) e identificação: Confecção de um portfólio.

Com a média aritmética das AV’s:


AV1. Presença e participação: Essa nota é proporcional à quantidade de aulas dadas e nas quais o licenciando
participa. Sabe-se que menos de 75% de presença o sistema entende como reprovado. Logo, ao atingir o mínimo
de 75% de presença esta nota será, minimamente, 7,0. Os outros 3,0 serão incorporados a esta nota a partir de
proporcionalidade de presença na disciplina. (Máx = 10 x 0,3 = 3,0)

AV2. Provas, Resenhas e Oficinas práticas. Dependendo do número de inscritos, cada licenciando(a) ou grupo
conduzirá um encontro acerca de temas trabalhados. O(a) estudante ficará responsável por pesquisar e selecionar
suas referências e organizar a dinâmica do encontro. As referências selecionadas poderão tanto ter um papel de
sistematização das discussões já realizadas, como acrescentar outros aspectos relacionados que não tenham sido
discutidos diretamente. Todos os arquivos serão analisados por softwares anti-plágio, em caso de plágio, a nota
será zerada. (Máx = 4,0)

AV3. Portfólio: Ao final, cada grupo de professoras e professores em formação inicial (ou individualmente) deverá
construir um relato de reflexões a partir de suas participações na disciplina, discutindo e problematizando, por
exemplo, suas futuras práticas profissionais docentes, os processos de aprendizagem e o currículo de formação
profissional docente, os currículos e estruturas da educação básica brasileira (considerando sua vida enquanto
alunx), os saberes profissionais docentes para a inclusão, ideias entendidas de outras perspectivas, dificuldades
observadas, abordagens ou recursos didáticos idealizados ou aplicados, impressões ou vivências pessoais,
escolares, acadêmicas ou profissionais, bem como quaisquer outros aspectos que considere relevantes. Os relatos
poderão abordar tanto reflexões e experiências mais internas à disciplina, isto é, relacionadas mais diretamente
às discussões e atividades realizadas; como mais externas, isto é, provocadas pela participação na disciplina,
porém relacionadas a outros contextos pessoais, acadêmicas ou profissionais.
A organização dos relatos é livre, podendo ser, por exemplo, cronológica, temática, ou de qualquer forma
considerada adequada para expressar as reflexões e experiências. Os relatos poderão (e deverão) incluir formas
de mídia não textuais (tais como imagens, áudios, músicas, vídeos, etc.). Junte todo o material que puder durante
o semestre letivo.
A rubrica de avaliação deste portfólio será construída durante o semestre letivo. (Máx = 3,0)

Casos omissos serão resolvidos individualmente.

Obs.: Vídeo explicativo sobre como fazer um resumo crítico disponível em


https://www.youtube.com/watch?v=BSsO1Ur_dko

AVR. Prova de Recuperação: Avaliação escrita cujas questões remetem ao ensino-aprendizagem dos temas
trabalhados a partir da ementa da disciplina e substitui a menor nota entre AV2 e AV3.

Obs.: Na opção de não realizar o portfólio, a AV2 terá peso 7.

Referências (principais e complementares)

BNCC. MATEMÁTICA. Brasília- Brasil. DF: MEC 2017.

DAVIS, B.; RENERT, M. Mathematics for teaching as shared, dynamic. For the Learning of Mathematics,
n. 29, v. 3, p. 37-43, 2009.

FRAÇÕES no Ensino Fundamental - Volume 1. IMPA, 2017. Autores: Cydara Cavedon Ripoll; Fabio
Simas; Humberto Bortolossi; Letícia Rangel; Victor Giraldo; Wanderley Rezende; Wellerson
Quintaneiro.

GIRALDO, V. Que matemática para a formação de professores? Por uma matemática problematizada.
XIII Encontro Nacional de Educação Matemática. ISSN 2178-034X – Cuiabá/MT, 2019.

GIRALDO, V. Formação de professores de matemática: para uma abordagem problematizada. Cienc.


Cult. vol.70 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2018 p. 37-42.

GIRALDO, V.; ROQUE, T. Por uma Matemática Problematizada: as Ordens de (Re)Invenção. Perspectivas
da Educação Matemática: INMA/UFMS – v. 14, n. 35 – Ano 2021.

LINS, R. C. Matemática, monstros, significados e educação matemática. In: BICUDO, Maria A. V.; BORBA,
Marcelo de C. (Orgs.). Educação Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2004. p. 92
– 120.

MÁRQUEZ, R.; ZANDER, A.; MELLO, E. Um enfoque pedagógico da matemática para o ensino
fundamental. Rio de Janeiro: Clube de Autores, 2009.

NÓVOA, A. Professores: Imagens do Futuro Presente. Lisboa: Educa, 2009.

ROQUE, T. História da matemática: Uma Visão Crítica, Desfazendo Mitos e Lendas. Rio de Janeiro:
Zahar, 2012.

SITES:
www.professoresdematematica.com.br
https://www.laboratoriosustentaveldematematica.com/

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