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1

Sumário

iii Prefácio

Capı́tulo 1
1 Introdução

1.1 Primitivas da Principais Funções 1


1.2 Propriedades das Integrais 2
1.3 Integrais Definidas 4
1.4 Exercı́cios de Fixação 5

Capı́tulo 2
6 Integração Por Substituição

2.1 Introdução 6
2.1.1 Exemplos 6

Capı́tulo 3
9 Integração Por Substituição Trigonométrica

3.1 Introdução 9
3.2 Exrpressões do tipo a2 − x2 9
3.3 Exrpressões do tipo a2 + x2 11
3.4 Exrpressões do tipo x2 − a2 12
3.5 Exercı́cios 13
Capı́tulo 4
14 Integrais Por Partes

4.1 Introdução 14
4.2 Técnicas em Integração Por Partes 15
4.3 Exercı́cios 15
Capı́tulo 5
16 Integração Por Frações Parciais

5.1 Introdução 16 ˆ
p(x)
5.2 Integrais da forma dx 16
(x − a1 )(x − a2 )...(x − an )

i
ii Sumário

ˆ
p(x)
5.3 Integrais da Forma dx 18
(x − a)n (x − b)
5.4 Exercı́cios 19
Capı́tulo 6
20 Integrais Impróprias

6.1 Integrais Sobre Intervalos Infinitos 20


6.2 Integrais de Funções Com Assı́ntotas Verticais 21
6.3 Exercı́cios 22
Capı́tulo 7
23 Teorema Fundamental do Cálculo
7.1 Introdução 23
7.2 Exercı́cios 25
Capı́tulo 8
26 Integrais Duplas

8.1 Introdução 26
8.2 Regiões de Integração 27
8.2.1 Região do tipo I 27
8.2.2 Região do tipo II 27
8.3 Cálculo de Integrais Duplas 28
8.4 Inversão da Ordem de integração 34
8.5 Mudança de Variáveis Em Integrais Duplas 36
8.5.1 Coordenadas Polares 36
8.6 Exercı́cios 41
Capı́tulo 9
42 Aplicações a Economia

9.1 Função Marginal e Função Total 42


9.2 Valor Presente de um Fluxo de Dinheiro 44
Capı́tulo 10
46 Exercı́cios Propostos

Apêndice A
47 Apêndice

A.1 Propriedades das Funções Exponenciais 47


A.2 Propriedades dos Logaritmos 47
A.3 Principais Identidades Trigonométricas 48
Prefácio

É com muita satisfação que eu apresento meu primeiro livro Notas de Integrais.
Este é fruto de muitos anos de experiência em aulas particulares no ensino
supeior e de pesquisa de materiais do mesmo ensino.

iii
Capı́tulo

1
Introdução
1.1 Primitivas da Principais Funções 1
1.2 Propriedades das Integrais 2
1.3 Integrais Definidas 4
1.4 Exercı́cios de Fixação 5

O Cálculo Integral é muito útil em diversas áreas da ciência, tecnologia, eco-


nomia, e muitas outras.

1.1 Primitivas da Principais Funções

Nesta seção apresentaremos as primtivas das principais funções elementares e a


propriedade de linearidade das integrais, o que vai permitir calculas as integrais
de algumas funções.
A seguir vamos apresentar as integrais de algumas das principais funções ele-
mentares e após a seção Porpriedades, vamos usar estas fórmulas juntamente
com as propriedades da integral para calcular algumas integrais elementares.

Primeiramente vejamos a regra da integral de uma potência de x (x 6= −1):


ˆ
xn+1
xn dx = +C (1.1)
n+1

Exemplo 1:
ˆ
x3
x2 dx = +C
3

Agora as integrais de algumas funções trigonométricas:


ˆ
sen(x) dx = −cos(x) + C

ˆ
cos(x) dx = sen(x) + C

ˆ
sec2 (x) dx = tg(x) + C

Integral de x−1
ˆ
1
dx = ln|x| + C
x

1
2 Capı́tulo 1. Introdução

Integral da função exponencial:


ˆ
ex dx = ex + C

1
Integral da função :
1 + x2
ˆ
1
dx = arctg(x) + C
1 + x2

1.2 Propriedades das Integrais

As integrais gozam de algumas propriedades. Vejamos.

Linearidade

Sendo f (x) e g(x) funções e a e b ∈ R, então:


ˆ ˆ ˆ
(af (x) + bg(x))dx = a f (x)dx + b g(x)dx

Decomposição do Intervalo de Integração

Sejam a, b e c ∈ R com a ≤ c ≤ b, então: Sejam a, b e c ∈ R, então:


ˆ b ˆ c ˆ b
f (x)dx = f (x)dx + f (x)dx
a a c

Translação no Eixo OX

Sejam a, b e c ∈ R, então:
ˆ b ˆ b+c
f (x)dx = a f (x)dx
a a+c

Função Par e Ímpar

Se f é uma função par, então:


ˆ a ˆ a
f (x)dx = 2 f (x)dx
−a 0

Se f é uma função ı́mpar, então:


ˆ a
f (x)dx = 0
−a
1.2. Propriedades das Integrais 3

Vamos calcular algumas integrais elemntares.

Exemplo 2:
ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ
(2x4 −3x2 +3x+1)dx, usando a linearidade ⇒ 2 x4 dx −3 x2 dx +3 xdx + dx

Então chegamos ao resultado


ˆ
2x5 3x2
(2x4 − 3x2 + 3x + 1)dx = − x3 + +x+C
5 2
ˆ
Obs.: Note que neste exemplo calculamos a integral dx, esta é um exem-
ˆ
plo particular da integral xn dx com n = 0.

Exemplo 3:
ˆ
(2cos(x) − 5sen(x)dx
ˆ ˆ
2 cos(x)dx − 5 sen(x)dx = 2sen(x) − (−5cos(x)) + C
ˆ
(2cos(x) − 5sen(x)dx = 2sen(x) + 5cos(x) + C

Exemplo 4:
ˆ  
3
2ex −
dx
x
ˆ ˆ
x 1
2 e dx − 3 dx
x
ˆ  
3
2ex − + dx = 2ex − 3ln|x| + C
x

Exemplo 4:
ˆ  
5
2+ dx
2 + 2x2
Decompondo a integral em duas e aplicando a linearidade temos:
ˆ ˆ
5 1
= 2 dx + dx
2 1 + x2
ˆ  
5 5
2+ 2
dx = 2x + arctg(x) + C
2 + 2x 2
4 Capı́tulo 1. Introdução

1.3 Integrais Definidas

Uma integral definida é a integral de uma função num intervalo de integração.


Sendo f (x) afunção a ser intgerada,e F (x) n sua primitiva, seu cálculo é
dado por:
ˆ b
f (x)dx = F (b) − F (a)
a

Exemplo 5: Calule a integral


ˆ 1
(3x2 − 5x + 6)dx
0
Novamente, decompondo a integral em duas e aplicando a linearidade temos:
 3 1
x 5x2
3 − + 6x
3 2 0
2
5.02
   
3 5.1 3
1 − + 6.1 − 0 − + 6.0
2 2
Portanto ˆ 1
9
(3x2 − 5x + 6)dx = .
0 2

Exemplo 6: Calule a integral


ˆ 2
(2x − 3ex )dx
0
Novamente, decompondo a integral em duas e aplicando a linearidade temos:
 2 2
x
= 2. − 3ex
2 0

= (x2 − 3ex )|20 = (22 − 3e2 ) − (02 − 3e0 )


= 4 − 3e2 + 3 = 7 − 3e2 .

Exemplo 7: Calule a integral


ˆ π 
3
+ 4sen(x) dx
1 x
(3ln(x) − 4cos(x))π0= (3lnπ − 4cos(π)) − (3ln1 − 4cos(1))
ˆ π 
3
+ 4sen(x) dx = 3lnπ + 4 + 4cos(1).
1 x
1.4. Exercı́cios de Fixação 5

1.4 Exercı́cios de Fixação


Capı́tulo

2
Integração Por Substituição
2.1 Introdução 6
2.1.1 Exemplos 6

2.1 Introdução

Neste método vamos enxergar o integrando como a sendo a derivada de uma


função composta,ou seja, queremos resolver a integral
ˆ
f 0 (g(x))g 0 (x) dx

que é o mesmo que resolver


ˆ
[f (g(x))]0 dx

que fica ˆ
[f (g(x))]0 dx = f (g(x)) + C

A técnica de solução será chamar de u a função cuja derivada (ou seu múltiplo)
esteja multiplicando dx.

2.1.1 Exemplos
ˆ
2
Exemplo 1: Calule a integral 2xex dx
Façamos a substituição u = x2 → du/dx = 2x → du = 2xdx

Então passamos a resolver a integral na variável u (note que no integrando


podemos ”arrumá-lo”na forma
ˆ
2
ex 2x d

para aparecer o fator 2xdx e assim cham a-lo de du, que fica:
ˆ
eu du = eu + C

Voltemos para a variável x usando o fato de que u = x2 , então:


ˆ
2 2
2xex dx = ex + C

6
2.1. Introdução 7

ˆ

Exemplo 2: Calule a integral 3x + 1dx
du
Façamos a substituição u = 3x → = 3 → du = 3dx
dx
1
Note que no integrando temos dx e não 3dx, então fazemos dx = du daı́
3
a integral fica:

ˆ ˆ 3
√ 1 1 1 1 u2
u du = u 2 du = +C
3 3 3 32
2
= (3x + 1) + C.
9
ˆ
3x2
Exemplo 3: Calule a integral dx
2x3 + 7
du du
FaÃğamos a substituição u = 2x3 + 7 ⇒ = 6x2 ⇒ = x2
dx 6

EntÃčo a integral fica


ˆ ˆ
13 1 1 1
du = du = ln|u| + C
u6 2 u 2
Voltando para a variável x, temos:
ˆ
3x2 1
3
dx = ln|2x3 + 7| + C.
2x + 7 2

ˆ
4x − 2
Exemplo 4: Calule a integral dx
x2
−x+5
du
Façamos a substituição u = x2 − x + 5 ⇒ = 2x − 1 ⇒ du = (2x − 1)dx
dx
Mas note que: 4x − 2 = 2(2x − 1) (e precisamos que apareça (2x − 1)dx
para fazer a substituição), então vamos escrever a integral num formato mais
amigável: ˆ
2
(2x − 1)dx
x2 − x + 5
ˆ
2
=⇒ du = 2ln|u| + C
u
Voltando para a variável x , finalmente temos:
ˆ
4x − 2
dx = 2ln|x2 − x + 5| + C
x2 − x + 5
8 Capı́tulo 2. Integração Por Substituição

ˆ
Exemplo 5: Calule a integral esen(x) cos(x)dx
du
Fazendo a substituição u = sen(x) ⇒ = cos(x) ⇒ du = cos(x)dx, temos:
dx
ˆ
eu du = eu + C

Portanto, ˆ
esen(x) cos(x)dx = esen (x) + C.
ˆ
1
Exemplo 6: Calule a integral dx
xlnx
du 1 1
Façamos a substituição u = lnx ⇒ = → du = du e, lembrando que
dx x x
podemos escrever a integral acima na forma
ˆ
1 1
dx
lnx x
Então a integral fica:
ˆ
1
du = ln|u| + C = ln|ln|x|| + C.
u
ˆ
3x
Exemplo 7: Calule a integral dx
1 + x4
du du
Fazendo a substituição u = x2 ⇒ = 2x ⇒ = xdx, temos:
dx 2
ˆ ˆ
1 1 du
3 xdx = 3
1 + (x2 )2 1 + u2 2
ˆ
3 1 3
= 2
du = arctg(u) + C
2 1+u 2
Portanto, ˆ
3x 3
4
dx = arctg(x2 ) + C
1+x 2
ˆ
x
Exemplo 7: Calule a integral ex+e dx

Antes de fazer a substituição adequada devemos reescrever o integrando de


forma que a substituição
ˆ ˆ fique ”visı́vel”. Sabemos que:
x x
ex+e dx = ex .ee dx então agora é mais fácil de perceber que
ˆ
du
u = ex ⇒ = ex ⇒ du = ex dx, daı́ temos: 3 eu du = eu +C, e, desfazendo
dx
a substiuição, finalmente temos::
ˆ
x x
ex+e dx = ee + C
Capı́tulo

3
Integração Por Substituição
Trigonométrica
3.1 Introdução 9
3.2 Exrpressões do tipo a2 − x2 9
3.3 Exrpressões do tipo a2 + x2 11
3.4 Exrpressões do tipo x2 − a2 12
3.5 Exercı́cios 13

3.1 Introdução

Integrais com alguns tipos de expressões algébricas se tornam possı́veis de re-


solver através do uso de um tipo de mudança de variável susbstituindo x por
alguma razão trigonométrica. São três os casos:

• Expressões do Tipo (a2 − x2 )

• Expressões do Tipo (a2 + x2 )

• Expressões do Tipo (x2 − a2 )

3.2 Exrpressões do tipo a2 − x2

Neste caso fazemos a substituição x = asenϑ e, portanto, dx = acosϑdϑ.


ˆ √
9 − x2
Exemplo 1: Calule a integral dx.
x2

Façamos a substituiçao x = 3senϑ (note que a2 = 9 → a = 3) , e dx = 3cosϑdϑ.


Portanto, fazendo as substituiçôes, a integral se torna
ˆ p ˆ √
9 − (3senϑ)2 9 − 9sen2 ϑ
2
3cosϑdϑ = 3cosϑdϑ
(3senϑ) (3senϑ)2
ˆ p ˆ √
9(1 − sen2 ϑ) 9cos2 ϑ
3cosϑdϑ = 3cosϑdϑ
(3senϑ)2 9sen2 ϑ
ˆ ˆ ˆ ˆ
3cosϑ 9cos2 ϑ cos2 ϑ
3cosϑdϑ = dϑ = dϑ = cot2 ϑdϑ
9sen2 ϑ 9sen2 ϑ sen2 ϑ

9
10 Capı́tulo 3. Integração Por Substituição Trigonométrica

ˆ
Lembrando que para fazer a cot2 ϑdϑ devemos usar a identidade cossec2 ϑ =
1 + cot2 ϑ ˆ
(cossec2 ϑ − 1)dϑ = −cotϑ − ϑ + C

Agora temos que voltar para a variável x. Sabemos que x = 3senϑ , por-
x
tanto = senϑ e pela definição de função trigonométrica inversa temos que
3
x
ϑ = arcsen( )
3
cosϑ
Devemos calcular a cotϑ. Sabemos que cotϑ = , mas senϑ nos ja te-
senϑ
mos,
p devemos portanto calcular cosϑ. Para isso vamos usar a relação cosϑ =
1 − sen2 ϑ r
x
entao cosϑ = 1 − ( )2 , e após desenvolver a expressão dentro da radical te-
√ 3
9 − x2
mos: cosϑ = e agora finalmente podemos calcuar cotϑ , que fica:
√3 √
9−x2
cosϑ 3 9 − x2
cotϑ = = x = ,portanto
senϑ 3 x

ˆ √ √
9 − x2 9 − x2 x
2
dx = − − arcsen( ) + C
x x 3

Exemplo 2: Deduza a fórmula


ˆ
1
√ dx = arcsen(x) + C
1 − x2

Facamos a substituição x = senϑ (note que neste caso a2 = 1 → a = 1) , e


dx = cosϑdϑ. Portanto, fazendo a substituição o integrando se torna:
ˆ
1
√ cosϑdϑ
1 − sen2 ϑ

(lembrando que 1 − sen2 ϑ = cos2 ϑ) temos:


ˆ ˆ
1
cosϑdϑ = dϑ = ϑ + C
cosϑ

Mas, x = senϑ , então ϑ = arcsen(x) , e , finalmente:


ˆ
1
√ dx = arcsen(x) + C
1 − x2
3.3. Exrpressões do tipo a2 + x2 11

3.3 Exrpressões do tipo a2 + x2

Neste caso fazemos a substituição x = atgϑ e, portanto, dx = asec2 ϑdϑ.


ˆ
dx
Exemplo 3: Calule a integral √ .
x2 x2 + 4

Façamos a substituição x = 2tgϑ (neste caso a2 = 4 → a = 2) , e dx =


2sec2 ϑdϑ.
Então a integral fica:
ˆ ˆ
2sec2 ϑ 2sec2 ϑ
p dϑ = p dϑ
(2tgϑ)2 (2tgϑ)2 + 4 4tg ϑ 4tg2 ϑ + 4
2

ˆ
sec2 ϑ
p dϑ
2tg2 ϑ 4(tg2 ϑ + 1)
e usando a identidade 1 + tg2 ϑ = sec2 ϑ temos:
ˆ ˆ
sec2 ϑ 1 secϑ
√ dϑ = dϑ
2tg2 ϑ 4sec2 ϑ 4 tg2 ϑ

Para calcular esta integral vamos colocar o integrando em função de senϑ e


1 2
secϑ cosϑ = 1 . cos = cosϑ , ou seja, queremos
cosϑ que fica: = sen2 ϑ
tg2 ϑ cos2 ϑ cosϑ sen2 ϑ sen2 ϑ
resolver a integral ˆ
1 cosϑ

4 sen2 ϑ
para isto faremos a substituição w = senϑ e dw = cosϑdϑ , entÃčo temos:
ˆ
1 1 1 1 1
dw = (− ) + C = − +C
4 w2 4 w 4senϑ
1
= − cossecϑ + C
4
x 2
Como fizemos a substituição x = 2tgϑ , então = tgϑ −→ cotϑ =
2 x

Para calcular cossecϑ vamos levar em conta que 1√ + cot2 ϑ = cossec2 ϑ, logo
x2 + 4
após uma manipulação algébrica temos: cossecϑ = , então:
x

ˆ √
dx x2 + 4
√ =− +c
2 2
x x +4 4x
12 Capı́tulo 3. Integração Por Substituição Trigonométrica

ˆ
1 1 x
Exemplo 4: Deduza a fómula dx = arctg( ) + C.
a2 +x 2 a a

Facamos a substituição x = atgϑ e dx = asec2 ϑdϑ. Portanto, fazendo a


substituição o integrando se torna:
ˆ ˆ
1 2 1
asec ϑdϑ = asec2 ϑdϑ
a2 + (atgϑ)2 a2 (1 + tg2 ϑ)

Levando em conta a identidade 1 + tg2 ϑ = sec2 ϑ , a integral fica:


ˆ ˆ
asec2 ϑdϑ 1 1
= dϑ = ϑ + C
a2 sec2 ϑ a a
x
Lmebrando que x = atgϑ → = tgϑ logo, usando funções trigonométricas
a
inversas temos:
x
ϑ = arctg( ),
a
logo após fazer a substituição para voltarmos para a variável temos:
ˆ
1 1 x
2 2
dx = arctg( ) + C
a +x a a

3.4 Exrpressões do tipo x2 − a2

Neste caso fazemos a substituição x = asecϑ e dx = secϑtgϑdϑ.


vejamos um exemplo
ˆ
dx
Exemplo 5: Calcule a integral √ .
x2− a2

Fazendo a substituição citada temos:


ˆ ˆ
asecϑtgϑdϑ asecϑtgϑdϑ
√ = p
2
asec ϑ − a2 a2 (sec2 ϑ − 1)

Da relação 1 + tg2 ϑ = sec2 ϑ temos que tg2 ϑ = sec2 ϑ − 1 , então a integral se


torna ˆ
asecϑtgϑdϑ
p
a2 tg2 ϑ
que é igual a
ˆ ˆ
asecϑtgϑdϑ
= secϑdϑ = ln|secϑ + tgϑ| + C
atgϑ
3.5. Exercı́cios de Fixação 13

x
Para voltar para a variável x levamos em conta que x = asecϑ → secϑ =
p a
e que tgϑ = sec2 ϑ − 1 então:
r
x x
ln|secϑ + tgϑ| + C se torna ln| + ( )2 − 1| + C então:
a a
ˆ √
dx x x2 − a 2
√ = ln| + |+C
x2 − a 2 a a

A qual ainda podemos simplificar , vejamos


√ √
x x2 − a 2 x+ x2 − a2 p
ln| + | + C = ln| | + C = ln|x + x2 − a2 | − lna + C
a a a
Mas −lna + C é uma outra constante , logo:
ˆ
dx p
√ = ln|x + x2 − a2 | + C1
2
x −a 2

3.5 Exercı́cios de Fixação

1. Resolva as integrais abaixo usando o método da substituição:


ˆ ˆ
2 3 9 ex
a) x (x + 5) dx e) dx
1 + e2x
ˆ 0 ˆ π
b) y(2y 2 − 3)5 dy f) cos2 x.senxdx
−1 0
ˆ ˆ
2t 2 √
3
c) dt g) 2x + 1dx
1 + 4t3
ˆ 1 ˆ 2
4x2 +3 4
d) xe dx h) dx
0 1 2 + 3x

2. Resolva as integrais abaixo usando o método da substituição trigonométrica:


ˆ ˆ √
x3 2 3
x3
a) √ dx d) √ dx
x2 + 9 0 16 − x2
ˆ ˆ 2
p 1
b) x3 4 − 9x2 dx e) √

dt
2 t3
t2 − 1
ˆ ˆ 2 p
1
c) √ dx f) x3 x2 + 4dx
x2 x2 − 9 0
Capı́tulo

4
Integrais Por Partes
4.1 Introdução 14
4.2 Técnicas em Integração Por Partes 15
4.3 Exercı́cios 15

4.1 Introdução

Neste método de integração vamos enxergar o integrando como sendo o produto


de
ˆ uma função pela diferencial de uma outra , ou seja, uma integral na forma
u dv e então usar a fórmula

ˆ ˆ
udv = uv − vdu

Vejamos um exemplo:
ˆ
Exemplo 1: Calcule a integral xex dx.

Nesta integral vamos fazer u = x e dv = ex dx , mas por que esta escolha? Mais
a frente veremos um critério de ordem decrescente de preferência das funções
que serão u e dv.
Como u = x , temos
ˆ que du = dx e como
ˆ dv = ex dx , temos que v = ex (basta
observar que v = dv ou seja, v = ex dx = ex ),

EntÃčo fazendo as substituições em u , dv ,du e v temos:


ˆ ˆ
xex dx = xex − ex dx, que é igual a xex − ex + C

Portanto: ˆ
xex dx = xex − ex + C

ˆ
Exemplo 2: Calcule a integral x2 ex dx.

Nesta integral vamos fazer u = x2 e dv = ex dx ,então du = 2xdx e v = ex


Então fazendo as substituições em u , dv ,du e v temos:
ˆ ˆ ˆ
x e dx = x e − 2xe dx = x e − 2 xex dx
2 x 2 x x 2 x

14
4.2. Técnicas em Integração Por Partes 15

ˆ
Mas para calcular xex dx podemos usar o o resultado do intem anterior, que
nos fornece
ˆ
x2 ex dx = x2 − 2(xex − ex + C 0 ) + C = x2 − 2xex − 2ex + 2C 0 + C

mas 2C 0 + C também é constante, daı́:


ˆ
x2 ex dx = x2 − 2xex − 2ex + C

4.2 Técnicas em Integração Por Partes

As integrais que devemos tentar resolver primeiramente por integração por


partes são as integrais que possuem as seguintes expressões:

xn ekx xn lnx xn senkx xn cosx xn arctgkx

Quando temos uma integral a ser resolvida por partes, como escolher qual
função será u e qual o termo que seráo dv? Existe uma regra chamada

LIPTE

Onde temos o seguintes significados: L=logarı́tmica I=inversa trigonométrica


P=polinomial T=trigonométrica e E=exponencial
Note que este critério justifica a escolha de x e x2 como u nos exemplos 1
e 2 respectivamente e de ex dx como du nos dois exemplos.
ˆ
Exemplo 3: Calcule a integral lnxdx.
1
Note que nesta integral vamos fazer u = lnx e dv = dx, então du = dx e
ˆ x
1
v = x, então fazendo as substituições a integral fica x · lnx − x x dx, então

ˆ
lnxdx = x · lnx − x + C

4.3 Exercı́cios de Fixação

1. Resolva as integrais abaixo usando o método da integração por partes:


ˆ ˆ
a) xcos(x)dx c) (t3 + t)e2t dt
ˆ e ˆ 1
b) x3 lnxdy d) arctg(t)dt
1 0
Capı́tulo

5
Integração Por Frações Parciais
5.1 Introdução 16
5.2 Integrais
ˆ da forma
p(x)
dx 16
(x − a1 )(x − a2 )...(x
ˆ − an )
p(x)
5.3 Integrais da Forma dx 18
(x − a)n (x − b)
5.4 Exercı́cios 19

5.1 Introdução

Para começar a nos familiarizar com o assunto vamos primeiramente ver um


exemplo raciocı́nio para frações. Note que:
1 1 2 1
= = −
15 3×5 5 3
1 2 1
A essa decomposição de na diferença de duas frações − chamamos
15 5 3
de decomposição em frações parciais. O que faremos nesta seção é usar este
raciocı́nio para funções racionais

ˆ
p(x)
5.2 Integrais da forma dx
(x − a1 )(x − a2 )...(x − an )
Assim como temos o MMC entre números, també temos para polinômios,
porém neste método para fazer a decomposição, vamos usar o raciocı́nio in-
verso.
x−4
Exemplo 1: Calcule a integral da função racional .
x2 − 5x + 6

Primeiramente note que x2 − 5x + 6 = (x − 2)(x − 3) então


x−4 x−4
=
x2 − 5x + 6 (x − 2)(x − 3)
x−4
Pretendemos encontrar constantes A e B de modo que a fração
x2 − 5x + 6
A B
possa ser escritas na forma + Então, fazendo a redução ao mesmo
x−2 x−3
denominador na expressão anterior temos:
A(x − 3) + B(x − 2) Ax − 3A + Bx − 2B (A + B)x + (−3A − 2B)
= =
x2 − 5x + 6 x2 − 5x + 6 x2 − 5x + 6

16
ˆ
p(x)
5.2. Integrais da forma dx 17
(x − a1 )(x − a2 )...(x − an )
Logo,
x−4 (A + B)x + (−3A − 2B)
=
x2 − 5x + 6 x2 − 5x + 6
Para que esta igualdade aconteça, é óbvio que A + B = 1 e −3A − 2B = −4,
o que nos dá o seguinte sistema
A+B =1
−3A − 2B = −4
Cuja solução é A = 2 e B = −1, portanto,
x−4 2 1
= −
x2 − 5x + 6 x−2 x−3
Sendo assim, para resolvermos a integral
ˆ
x−4
2
dx
x − 5x + 6
Podemos escrevê-la na forma
ˆ
x−4 2 1
2
= − dx
x − 5x + 6 x−2 x−3
Cujo Resultado é
2ln|x − 2| − ln|x − 3| + C 0
Usando a propriedade dos logaritmos e o fato de que a constante C 0 ´o
logaritmo de uma constante C, ou seja, C 0 = lnC, então:
ˆ
(x − 2)2

x−4
dx = ln C
x2 − 5x + 6 x−3
Vejamos mais um exemplo:

ˆ
3x
Exemplo 2: Calcule a integral de uma função racional dx.
x2 − 2x − 2

Vamos escrever o passo a passo do cálculo desta integral.

1o Passo: Decompor em frações parciais

3x A B
= +
x2 − 2x − 2 x+1 x−2

2o Passo: Reduzir as frações ao mesmo denominador

A(x − 2) + B(x + 1) (A + B)x + (−2A + B)



(x + 1)(x − 2) x2 − 2x − 2
18 Capı́tulo 5. Integração Por Frações Parciais

3o Passo: Encontrar A e B Resolvendo o sistema


(
A+B =3
−2A + B = 0 (pois não temos termos com x no numerador)

Donde temos a solução A = 1 e B = 2, então,


ˆ ˆ  
3x 1 2
dx = + dx
x2 − 2x − 2 x+1 x−2

= ln|x + 1| + 2ln|x − 2| + C 0 , portanto,


ˆ
3x C(x + 1)(x − 2)2

dx = ln
x2 − 2x − 2

ˆ
p(x)
5.3 Integrais da Forma dx
(x − a)n (x − b)
ˆ
p(x)
Vejamos um exemplo da forma dx
(x − a)2 (x − b)
Neste caso a fração do integrando acima terá a seguinte decomposição:

p(x) A B c
= + +
(x − a)2 (x − b) x − a (x − a)2 x−b

ˆ
x+7
Exemplo 3: Calcule a integral dx.
x2 (x + 2)

Solução:

Sabemos que a decomposição será da forma

A B C
+ 2+ (a = 0 , b = −2 e p(x) = x + 7)
x x x+2
Reduzindo as frações ao mesmo denominador temos:

Ax(x + 2) + B(x + 2) + Cx2


x2 (x + 2)

Rearrumando os termos no numerador temos a seguinte igualdade:

x+7 (A + C)x2 + (2A + B)x + 2B


=
x2 (x
+ 2) x2 (x + 2)
5.4. Exercı́cios de Fixação 19

Igualando os numeradores temos as seguintes equações:

A + C = 0 , 2A + B = 1 e 2B = 7

Que nos fornece


5 7 5
A=− , B= eC= .
4 2 4
Portanto a integral se torna:
ˆ  5 7 5
−4

2 4
+ + dx
x2 x x+2

Usando a linearidade da integral


ˆ ˆ ˆ
5 1 7 1 5 1
− dx + dx + dx =
4 x2 2 x 4 x+2
ˆ
5 5 x−1 5
A primeira integral pode ser escrita como − x−2 dx = − · = .
4 4 −1 4x

Na última integral, fazemos a substituição u = x + 2, du = 2xdx, daı́ temos


ˆ ˆ
1 1
du = ln|u|, onde, desfazendo a substituição, temos: dx = ln|x+2|,
u x+2

portanto finalmente chegamos ao resultado


ˆ
x+7 5 7 5
2
dx = + ln|x| + ln|x + 2| + C
x (x + 2) 4x 2 4

5.4 Exercı́cios de Fixação

1. Resolva as integrais abaixo usando o método das frações parciais:


ˆ ˆ
2x + 5 −2x2 − x + 3
a) dx c) dx
x2 − x − 2 x3 + 4x2 + 5x + 2
ˆ 1 ˆ 1
x−2 3x + 5
b) 2 + 6x + 8
dx d) 2 + 6x + 8
dt
0 x 0 x
Capı́tulo

6
Integrais Impróprias
6.1 Integrais Sobre Intervalos Infinitos 20
6.2 Integrais de Funções Com Assı́ntotas Verticais 21
6.3 Exercı́cios 22

Nesta seção vamos analisar dois tipos de inegrais impróprias, as integrais sobre
intervalos ifinitos e as integrais de funções com assı́ntotas verticais.
Quando o valor da integral é um número real dizemos que a integral converge
e quando a integral dá infinito, dizemos que a integral diverge.

6.1 Integrais Sobre Intervalos Infinitos

Existem três tipos de integrais sobre intervalos infinitos, a saber


ˆ b ˆ ∞ ˆ ∞
f (x)dx, f (x)dx e f (x)dx
−∞ a −∞

Para fixar as idéias vejamos um exemplo:

Exemplo 1: Calcule a Integral


ˆ ∞
1
dx
1 x2

Solução:

Devemos escrever a integral acima em forma de limite, na forma


ˆ t
1
lim dx
x→∞ 1 x2

[ 1 1
lim [− x]t1 = lim [(− − (−1)] = lim [1 − ] = 1
x→∞ 1 x→∞ t x→∞ t

Portanto a integral converge.

20
6.2. Integrais de Funções Com Assı́ntotas Verticais 21

ˆ ∞
ln(x)
Exemplo 2: Calcule a Integral dx
1 x3

Solução:

1 1 1
Fazendo dv = 3
e u = ln(x) temos que v = − 2 e du = dx de forma que
x 2x x
ˆ t ˆ t
ln(x) ln(x) t 1
lim dx = lim [− | − − 3 dx
x→∞ 1 x3 x→∞ 2x2 1 1 2x
ln(x) 1 ln(t) 1 ln(1) 1 1
= lim [− − 2 ]t1 = lim [− 2 − 2 − (− − )] =
x→∞ 2x2 4x x→∞ 2t 4t 2 4 4

Portanto a integral converge.

6.2 Integrais de Funções Com Assı́ntotas Verticais

Este ipo de integral imprópria trata-se da intgral das funções que tendem a
infinito quando a variável x tende para um determinado número, portanto as
integrais dessas funções podem tender a infinito. Vejamos um exemplo.

Exemplo 3:
ˆ +∞
1
dx
0 x − 2
   
1 1
Note que o lim− = −∞ e lim+ = +∞ . Assim sendo,
x→2 x−2 x→2 x−2
como fica o cálculo da integral com a função tendo esta discontinuidade? Para
isso devemos decompor a integral numa soma de integrais onde um dos limites
de integração seja o ponto de descontinuidade. Veja como fica a integral deste
exemplo:
ˆ +∞ ˆ 2 ˆ +∞
1 1 1
dx = dx + dx
0 x − 2 0 x − 2 2 x − 2
Como em x = 2 a função explode, entã transformemos as integrais no segundo
membro da equação ascima em limites pela esquerda e pela direita respectiva-
mente:
ˆ ∗∞ ˆ 2−ε ˆ N
1 1 1
dx = lim dx + lim lim dx
0 x−2 ε→0 0 x−2 N →+∞ ε→0 2+ε x − 2

Fazebndo a integração temos:

lim ln|x − 2|2−ε


0 + lim lim ln|x − 2|N
2+ε
ε→0 N →+∞ ε→0
22 Capı́tulo 6. Integrais Impróprias

⇒ lim [ln(ε)−ln(2)]+ lim [lim (ln|N −2|−lnε)] = lim ln(ε)−ln(2)+ lim (ln|N −2|)−lim lnε
ε→0 N →+∞ ε→0 ε→0 N →+∞ ε→0

⇒ lim (−ln(2) + ln|N − 2|) = +∞


N →+∞

Ou seja, a integral diverge.

6.3 Exercı́cios de Fixação

1. Resolva as integrais impróprias com limites no ininito abaixo.


ˆ +∞ ˆ 2
1 1
a) dx d) dt
1 x4 1 xlnx
ˆ +∞ ˆ 2
1 1
b) √ dx e) dx
0 x 0 x2 − 4x + 3
ˆ +∞ ˆ 1
1
c) e−ax dx f) dx
0 −1 1 − ex

2. Resolva as integrais impróprias de funções com assı́nttas verticais abaixo.


ˆ 1 ˆ +∞
1 2
a) dx e) x3 e−x dx
0 x 0
ˆ 2
1
b) dx ˆ +∞
0 (x − 1)3 2
ˆ 2 f) xe−x dx
1 0
c) dx
−2 x
ˆ +∞ ˆ +∞
lnx 1
d) dt g) dx
2 x 1 1 + x2
Capı́tulo

7
Teorema Fundamental do Cálculo
7.1 Introdução 23
7.2 Exercı́cios 25

7.1 Introdução

Algumas funções são definidas a partir de integrais, por exemplo, a função área
sob a curva de f (x) , entre as retas s = a e s = x
ˆ x
A(x) = f (s)ds.
a

Outro exemplo é a funçã erro, erf (x), a qual é definida por:


ˆ x
2 2
erf (x) = √ e−t dt.
π 0

Daı́ perguntamos: como ficaria a derivada de uma função escrita como uma
integral? A reposta é dada pelo

Teorema Fundamental do Cálculo

Seja
ˆ x
dF
F (x) = f (t)dt, então = f (x)
a dx

Vejamos alguns exemplos:


ˆ x
2
Exemplo 1: Calcule a derivada de F (x) = e−t dt
0

Solução:
dF (x) 2
= e−x
dx

Obs.: Informalmente podemos dizer que a derivada ”cancela” a integral, aliás o


operador derivada é o operador inverso do operador integral, então, existe uma
lógica para pensarmos assim, após este cancelamento, substituı́mos a variável
t por x.

23
24 Capı́tulo 7. Teorema Fundamental do Cálculo

ˆ x
Exemplo 2: Calcule a derivada de F (x) = tcos(t3 + 1)dt
1

Solução:

dF (x)
= xcos(x3 + 1)
dx

Vejamos agora o caso em que os limites de integração são funções de x.


ˆ h(x)
dF (x)
F (x) = f (t)dt, ⇒ = f [h(x)] · h0 (x) − f [g(x)] · g 0 (x)
g(x) dx

Obs.: Esta fórmula é uma espécie de regra da cadeia para a derivada de F (x).
Após ”cancelar” a integral, substituı́mos h(x) e g(x) no lugar de t e
multiplicamos por suas derivadas.
ˆ cosx  
t−a
Exemplo 3: Calcule a derivada de F (x) = dt
x2 t−b

Solução:
   2 
dF (x) cosx − a x −a
= (−sen(x) − 2x
dx cosx − b x2 − b
   2 
dF (x) −cosx + a x −a
= sen(x) − 2x
dx cosx − b x2 − b

ˆ 2x
3
Exemplo 4: Calcule a derivada de F (x) = x ln(x2 + 1)dt
1

Solução:

Note que neste caso vamos aplicar também a regra do produto (u = x2 e v =


ˆ 2x
ln(x2 + 1)dt) daı́ podemos fazer (u · v)0 = u0 v + uv 0 .
1
Portanto,
ˆ 2x ˆ 2x 
dF (x) 2 2 3 d 2
= 3x ln(x + 1)dt + x · ln(x + 1)dt
dx 1 dx 1
ˆ 2x
dF (x) 2
ln(x2 + 1)dt + x3 · ln((2x)2 + 1) · 2 − ln(12 + 1) · 0

= 3x
dx 1
ˆ 2x
dF (x)
= 3x2 ln(x2 + 1)dt + 2x3 · ln(4x2 + 1)
dx 1
7.2. Exercı́cios de Fixação 25

7.2 Exercı́cios de Fixação

1. Use o teorema fundamental do cálculo e calcule a derivada das funões


definidas por integrais abaixo.
ˆ x ˆ x
t−1 2
a) F (x) = dt c) F (x) = e−t dt
1 t + 1 0
ˆ x ˆ x
2 1
b) F (x) = sen(t + 1)dt d) F (x) = 2x dt
π 1 tlnt

2. Use o teorema fundamental do cálculo e calcule a derivada das funões


definidas por integrais abaixo.
ˆ 3x ˆ x2
√ √
a) F (x) = 2 + sds c) F (x) = cos wdw
1 π
2
ˆ x2 ˆ tgx
1
b) F (x) = (3t4 − 2t2 − 5)7 dt d) F (x) = dt
2 2x 1 + t2
ˆ ln(x2 +3)
1
3. Sendo F (x) = dt, calcule f 0 (2).
lnx 3 + et
4. Calcule os limites abaixo:
ˆ
1 2+h p
a) lim 1 + x2 dx
h→0 h 2
ˆ
1 ln(e +3u) p
2

b) lim 1 + 2t + 5t2
u→0 u 2
Capı́tulo

8
Integrais Duplas
8.1 Introdução 26
8.2 Regiões de Integração 27
8.2.1 Região do tipo I 27
8.2.2 Região do tipo II 27
8.3 Cálculo de Integrais Duplas 28
8.4 Inversão da Ordem de integração 34
8.5 Mudança de Variáveis Em Integrais Duplas 36
8.5.1 Coordenadas Polares 36
8.6 Exercı́cios 41

8.1 Introdução

Na engenharia deparamos com problemas do cálculo de massa de objetos a


partir de sua densidade. Considere o cálculo da massa de uma chapa fina de
alumı́nio com densidade d g/m2 e área A m2 , sua massa M será dada pelo
produto da sua densidade pela sua área, ou seja, M = d.A g. Note que nesse
caso está implı́cito que a sua densidade é uniforme, ou seja, sua densidade não
varia ao longo da chapa.
Considere agora que esta chapa encontra-se sob o plano xy e a sua densidade
varie ao longo dela, então o cálculo de sua massa não é simplesmente fazer o
produto densidadde×área, pois para cada ponto (x, y) na chapa, a densidade
é diferente, então como fazemos para calcular a massa?
Este é um caso tı́pico do uso das integrais duplas, e supondo que a densidade
da chapa varia segundo uma função d(x, y), sua massa será dada por:
¨
M= d(x, y)dxdy
D

Onde D é a região no plano xy ocupada pela chapa. Neste capı́tulo vamos


aprender técnicas para calcular estas integrais e esboças as regiões de integração
que serão úteis no cáculo dessas integrais.

26
8.2. Regiões de Integração 27

8.2 Regiões de Integração

No R2 podemos classificar as regiões de integração em duas maneiras, e isso


dependerá da variável que será integrada primeiro. As formas como podemos
classificar são chamadas de região do tipo I e região do tipo II

8.2.1 Região do tipo I


Interpretamos os limites de integração como sendo

g(x) ≤ y ≤ h(x)

a≤x≤b

conforme na figura abaixo.

8.2.2 Região do tipo II


Interpretamos os limites de integração como sendo

g(y) ≤ x ≤ h(y)

a≤y≤b

conforme na figura abaixo.


28 Capı́tulo 8. Integrais Duplas

8.3 Cálculo de Integrais Duplas

Nesta seção vamos calcular algumas integrais duplas escolhendo adequada-


mente o tipo de região de integração.
¨
Exemplo 1: Calcule x dy dx onde R = {(x, y) ∈ R2 | 0 ≤ y ≤ x2 e 0 ≤
R
x ≤ 2}.

Solução: Fazemos um esboç da região R abaixo. Note que se trata de uma

Figura 8.1: Legenda

região do tipo I, cujos limites de integração já estão representados na descrição


da região R, portanto temos:
ˆ 2 ˆ x2
xdydx
0 0

ˆ 2

x2
# ˆ 2  
2
= xdy dx = xy|x0 dy
0 0 0
ˆ 2 ˆ 2
= (x.x2 − x.0)dx = x3 dx =
0 0
4 4 4
x 2 2 0
| = − = 4.
4 0 4 4
8.3. Cálculo de Integrais Duplas 29

Exemplo 2: Calcule a área da região R = {(x, y) ∈ R2 | x2 ≤ y ≤ x + 2}.

Fato que ajuda:

A área da região entre os gráficos das funções f (x) e g(x) limitadas


pelas retas verticias x = a e x = b é dada por:
ˆ b ˆ g(x)
dydx
a f (x)

ou seja, o integrando é igual a 1. Assim sendo, de acordo com o esboço da


região de integração na figura abaixo temos que a área desejada está compre-
endida entre as curvas y = x2 e y = x + 2, portanto ela é dada por:
ˆ 2 ˆ x+2
dydx
−1 x2

onde os limites de integração para a variável x são encontrados atravè da


interseção entre as curvas, ou seja, resolvendo a equação

x2 = x + 2 ⇒ x = −1 ou x = 2

Resolvendo a integral iterada temos:

ˆ 2 ˆ x+2  ˆ 2
y|x+2
 
dy dx = x2 dy dx
−1 x2 −1
ˆ 2 ˆ 2
= [(x + 2) − x2 ]dx = (x + 2 − x2 )dx =
−1 −1

x2 x3 22 23 (−1)2 (−1)3
( + 2x − )2−1 = ( + 2.2 − ) − ( + 2.(−1) − )=
2 3 2 3 2 3
    
8 1 1 8 1 1 9
2+4− − −2− − =6− − +2− = .
3 2 3 3 2 3 2
30 Capı́tulo 8. Integrais Duplas

¨
Exemplo 3: Calcule (x − y) dy dx, se D é a região do R2 limitada
D
pelas curvas y = 4 − x2 e y = x − 2..

Solução: Atravédo esboç da região D mostrado abaixo percebemos que ela


é do tipo I, e que x − 2 ≤ y ≤ 4 − x2 . Já os limites de x serão as coordenadas
x dos pontos de interseção dos gráficos das duas funções e serão encontrados
resolvendo a equação

4 − x2 = x − 2, cujas soluções são xI = −3 e xII = 2

Logo a integral desejada se escreve


ˆ 2 ˆ 4−x2
(x − y)dydx
−3 x−2

Resolvendo

ˆ 2

4−x2
# ˆ 2 4−x2
y2

(x − y)dy dx = xy − dx =
−3 x−2 −3 2 x−2

ˆ 2
(4 − x2 )2 (x − 2)2
   
2
x(4 − x ) − − x(x − 2) − dx =
−3 2 2
ˆ 2 
16 − 8x2 + x4 x2 − 4x + 4
  
3 2
4x − x − − x − 2x − dx =
−3 2 2
Que após efetarmos algumas operações e fazer algumas manipulações algébricas
chegamos a:
ˆ 2
1 2
 5
4 3 2 1 x x4 x3 x2
(−x − 2x + 7x + 8x − 12)dx = − − 2 + 7 + 8 − 12x
2 −3 2 5 4 3 2 −3
 5
24 23 22 (−3)5 (−3)4 (−3)3 (−3)2
  
1 2
= − − 2 + 7 + 8 − 12.2 − − −2 +7 +8 − 12.(−3)
2 5 4 3 2 5 4 3 2
125
=− .
12
8.3. Cálculo de Integrais Duplas 31

Exemplo 4: Calcule Calcule a área da região do R2 limitada pelas curvas


y = x − 1 e y 2 = 2x + 6.

Figura 8.2: Legenda

Neste exemplo percebemos que não podemos expressar a variável y como


função de x (basta analisar o gráfico e traçar retas vertcais sobre a parábola),
portanto vamos interoretar x como função de y e interpretar a região de
integração como uma regiã do tipo II. Para isso vamos escrever equação da
y2 − 6
parábola na forma x = . Devemos também reescrever a equação da
2
reta y = x − 1 na forma x = y + 1. Assim sendo, a á area dessa região será
representada da seguinte forma:
ˆ b ˆ g(y)
y2 − 6
dydx, onde f (y) = e g(y) = y + 1
a f (y) 2

Para encontrar os limites de y, devemos encontrar as coordenadas y dos


pontos de interseção entre os gráficos de duas funções, resolvendo a equação

y2 − 6
= y + 1 ⇒ y 2 − 2y − 8 = 0, cujas raı́zes são: yI = −2 e yII = 4
2
Logo a área pedida é:
ˆ 4 ˆ y+1
dxdy
y 2 −6
−2 2
ˆ 4 ˆ 4
y2 − 6
 
x|y+1
y 2 −6
dy = y+1− dy
−2 2 −2 2
ˆ 4  3 4
1 2 1 y y2
= (−y + 2y + 8)dy = − + 2 + 8y
2 −2 2 3 2 −2
32 Capı́tulo 8. Integrais Duplas

43 (−2)3
       
1 1 64 8
= − + 42 + 8.4 − − + (−2)2 + 8.(−2) = − + 48 − + 12
2 3 3 2 3 3

 
1 64 8 72
= − + 48 − − 12 = − + 36 = −24 + 36 = 12.
2 3 3 3
¨
Exemplo 5: Calcule a integral (x−y) dy dx, onde D = {(x, y) ∈ R2 |0 ≤
D
x ≤ lny , 1 ≤ y ≤ ln8}. Solução:

Figura 8.3: Legenda

A própria descrição da região de integração dada no enunciado do problema


nos sugere uma região do tipo II , portanto a integral pedida fica:

ˆ ln8 ˆ lny
(x − y)dxdy
1 0

ˆ ln8 2 ˆ ln8  ˆ ˆ ln8


(lny)2 1 ln8

x
( −xy)ln
0
y
dy = − ylny dy = (lny)2
dy− ylnydy (∗)
1 2 1 2 2 1 1

Estas intgrais com logaritmos se resolvem por partes. Vamos resolvê-las sepa-
radamente. ˆ
lny
Na integral (lny)2 dy fazemos u = (lny)2 ⇒ du = 2 dy e dv = dy ⇒
y
v = y, então, usando a fórmula de integral por partes, temos:
ˆ ˆ ˆ
2 2 lny
(lny) dy = y · (lny) − y · 2 dy == y · (lny)2 − 2 lnydy
y
8.3. Cálculo de Integrais Duplas 33

ˆ
A integral lnydy també éresolvida por partes, onde fazemos u = lny ⇒
1
du = dy e dv = dy ⇒ v = y, portanto:
y
ˆ ˆ
1
lnydy = y · lny − y · dy = y · lny − y
y
portanto,
ˆ
(lny)2 dy = y · (lny)2 − 2 (y · lny − y) = y · (lny)2 − 2y · lny + 2y

ˆ ln8
1
E na integral ylnydy fazemos u = lny ⇒ du = dy e dv = y ⇒ v =
1 y
ˆ ln8 ˆ 2
y2 y2 y 1 y2 y2
, então ylnydy = · lny − · dy = · lny −
2 1 2 2 y 2 4

Substituindo estas integralis na expressão (*) temos:


ˆ ln8 ˆ ln8  2
y2

1 2 1 2
 y
(lny) dy− ylnydy = y · (lny) − 2y · lny + 2y − · lny −
2 1 1 2 2 4
ln8
y · (lny)2 y2 y2

= − · lny − y · lny + +y
2 2 4 1
2 2 2
ln1)2 12 12
   
ln8 · (ln8) (ln8) (ln8)
= − · ln(ln8) − (ln8) · ln(ln8) + + (ln8) − 1 · − · ln1 − 1 · ln1 + +1
2 2 4 2 2 4
(ln8)2
     
1 5
= · ln8 − ln(ln8) + + ln8 · (1 − ln(ln8)) −
2 2 4
34 Capı́tulo 8. Integrais Duplas

8.4 Inversão da Ordem de integração

Considere o problema de calcular a seguinte integral sobre a região mostrada


na figura abaixo. ˆ 1ˆ 2

ydydx
0 x
Podemos inverter a ordem de integração para a integral pedida. Ao fazer esta

Figura 8.4: Legenda

inversão vamos interpretar a região de integração como uma região do tipo II,
portanto vamos erxpressar os limites de integração na seguinte forma:
g(y) ≤ x ≤ h(y), a < y < b
Vamos olhar a região de integração na direcao horizontal da esquerda para a
~
direita (sentido do eixo OX). Note que ao fazermos isto, a primeira função

~
que aparece é x = 0 (OY ) e a segunda função é y = x, mas que vamos ter
que representar na forma x = y 2 . Também do gráfico obtemos que os limites
para y s ao 0 < y < 2, portanto, alterando os limites de integração, podemos
escrever a integral acima na seguinte forma:
ˆ 2 ˆ y2
ydxdy.
0 0

Exemplo: Um exemplo interessante é o cálculo da integral


ˆ 1 ˆ 1
2
e−y dydx
0 x

cuja a região de integração está mostrada na figura abaixo.


Ao comecarmos a resolver esta integral
ˆ 1 ˆ 1 
2
= e−y dy dx
0 x
2
notamos que na primeira integral (em relação a dy), a função e−y não possui
primitiva, ou seja, não temos uma fórmula para
ˆ
2
e−y dy
8.4. Inversão da Ordem de integração 35

Figura 8.5: Legenda

portanto não é possı́vel calcular a integral entre os colchetes.


Vamos, porém, tentar inverter a ordem de integração, afim de tornar possı́vel
o cálculo dessa integral. De acordo com o gráfico da região de integração,
podemos considerar esta região como uma região do tipo II. Analsiando o
gráfico da região de integracao, obtemos os limites de x olhando a regiao
horizontal da esquerda para a direita (seta roxa), como foi explicado no exemplo
anterior, e é fácil de perceber que os limites de y são 0 e 1. Assim, temos os
seguintes limites de integração:

0≤x≤y e0≤y≤1

Então temos as seguintes integrais iteradas:


ˆ 1 ˆ y ˆ 1 ˆ y 
2 2
e−y dxdy = e−y dx dy =
0 0 0 0

ˆ 1   ˆ 1
2 2
= e−y x|y0 dy = ye−y dy
0 0

du
que resolvemos usando asubstituição u = −y 2 ⇒ du = −2ydy ⇒ ydy = −
2
ˆ 1 ˆ   ˆ
2 du 1
ye−y dy = eu · − = − eu du =
0 2 2

1
= − eu desfazendo a substituição (voltando para a variável x), temos:
2
2
!1 2 2
!
e−y e−1 e−0
= − = − − −
2 2 2
0

1 − e−1
= .
2
36 Capı́tulo 8. Integrais Duplas

8.5 Mudança de Variáveis Em Integrais Duplas

Nesta seção vamos estudar um dos tipos de mudançe. variáveis em integrais


duplas, a saber, o sistema de coordenadas polares.

8.5.1 Coordenadas Polares


A todo ponto (x, y) ∈ R2 estão associadas duas coordenadas, r e θ as
quais estão representadas na figura abaixo.

Figura 8.6: Coordenadas polares associadas a um ponto (x, y)

De acordo coma figura vemos que esas coordenadas estão em função de x


e y, e estão relacionadas da seguinte forma:

y
r 2 = x2 + y 2 e θ = arctg
x

E as coordenadas retangulares estão em função das coordenadas r e θ por

x = rcosθ e y == rsenθ.

Para o cálculo de integrais duplas, vamos usar a relação

dxdy = rdrdθ.

Obs.: Pode-se demonstrar a relação acima mas isto foge aos objetivos desta

nota de aula.
Vamos usar estas relações tanto para expressar regiões no plano XY como
para calcular algumas integrais duplas.
8.5. Mudança de Variáveis Em Integrais Duplas 37

Regiões Em Coordenadas Polares


Vamos nesta seção, aprender a expressar uma região do plano XY em função
das coordenadas polares.
Considere o seotr circular centrado na origem com raios variando de r0 até
r1 e com o ângulo variando de θ0 até θ1 , conforme representado na figura
abaixo.

Figura 8.7: Setor circular com r0 ≤ r ≤ r1 e θ0 ≤ θ ≤ θ1

Note que para descrever tal região, devemos tomar todos os pontos cuja coor-
denada r perentece ao inter valo [r0 , r1 ] e girá-los desde a posição angular
θ0 atéa posição angular θ1 , assim vamos descrever o setor.

Um exemplo fundamental é a descrição do disco de raio a, cuja equação car-


tesiana (coordenadas retangulares) é x2 + y 2 = a2 . Note que se tomarmos o
ponto (a, 0) e girarmos ele de 2π rad a partir dos pontos pertencentes ao eixo
~ com coordenada x ∈ [0, a], vamos ter várias circunfrências de raios r ≤ a
OX
uma após a outra, e a união (conexa e não enumerável) destas circunferências
formam p disco. Tentamos ilustrar processo de construção na figura abaixo
coom apenas alguns raios, mas se imaginarmos todos os raios entre 0 e a,
conseguiremos ”enxergar” o disco cheio.

Figura 8.8: Legenda


38 Capı́tulo 8. Integrais Duplas

Antes de resolvermos um exemplo de uma prova da ANPEC, vamos ex-


pressar a seguinte região do R2 .

Exemplo 1: Escreva a região D = {(x, y) ∈ R2 |x2 + y 2 ≤ R2 }


Note que esta região é o quarto de disco de raio R, o qual está representado
na figura abaixo.

Figura 8.9: Legenda

π
Note que para descrever essa região devemos girar de rad todos os raios
2
percentes ao intervalo [0, R], portanto, os intervalos para as variáveis r e θ
são:
π
0 ≤ r ≤ R, 0 ≤ θ ≤
2

ˆ
Exemplo 2 (ANPEC - 2019): Seja V = f (x, y)dxdy, onde D =
D
100
{(x, y) in R2 : x2 + y 2 ≤ 1 e y ≤ 0} e f (x, y) = 1 − x2 − y 2 . Calcule V.
π
Solução:

De acordo com as relações mostradas no inı́cio desta seção, a mudança para


coordenadas polares se dá por

1 − x2 − y 2 = 1 − (x2 + y 2 ) = 1 − r2 e dxdy = rdrdθ

Portanto a integral porovisoriamente fica:


ˆ
(1 − r2 )rdrdθ
D

Devemos agora, encontrar os limites de integração para as vriáveis r e θ.


Note que a reigão é um semi disco de raio 1, portanto devemos girar todos os
raios entre 0 e 1, desde a posição angular θ = 0 até θ = π, portanto temos
os seguintes limites de integração para r e θ:

0 ≤ r ≤ 1, 0 ≤ θ ≤ π
8.5. Mudança de Variáveis Em Integrais Duplas 39

Agora podemos escrever a integral de forma definitva nas varáveis polares.


Então ˆ πˆ 1
V = (r − r3 )drdθ
0 0

Integrando primeiro em relação a r, temos:


ˆ π 1 ˆ π 1
r2 r4
ˆ  
V = (r − r3 )dr dθ = − dθ
0 0 0 2 4 0

ˆ π ˆ π
12 14 02 04
   
1
V = − − − dθ ⇒ V = dθ
0 2 4 2 4 0 4
θ π π 0 π
V = k = − =
4 0 4 4 4
100 π
100 
Logo o valor de V = = 25.
π π
 4
ˆ b ˆ b ˆ
ˆ d d
Exemplo 1: Use o fato que f (x)g(y)dxdy = f (x)dx g(y)dy
a c ˆ +∞ a √ c
2 π
para mostrar que o valor da Integral de Poisson e−x dx = .
0 2

Obs.: Note que este é um exemplo de integral imprópria. e como vamos fazer
o uso de integrais duplas, será um exemplo de integrais duplas impróprias.

Solução:

Sabemos que
ˆ +∞ ˆ +∞ ˆ +∞ ˆ +∞
2
+y 2 ) 2 2
e−(x dxdy = e−x dx · e−y dx
−∞ −∞ −∞ −∞

ˆ +∞ ˆ +∞
2 2
Mas e−y dx = e−x dx pois a variável de integração é muda neste
−∞ −∞
caso, então
ˆ +∞ ˆ +∞ ˆ +∞ 2
−(x2 +y 2 ) −x2
e dxdy = e dx
−∞ −∞ 0

Note que a integral


ˆ +∞ ˆ +∞ ¨
2
+y 2 ) 2
+y 2 )
e−(x dxdy = e−(x dxdy
−∞ −∞ D

onde D é o disco de raio infinito, pois não há diferença entre um plano infinito
e um disco de raio infinito. Um disco de raio R é descrito em coordenadas
40 Capı́tulo 8. Integrais Duplas

polares por 0 ≤ r ≤ R, 0 ≤ θ ≤ 2π, então calculemos, primeiramente, a


integral do segundo mebro da equação acima, que em coordenadas polares fica
ˆ 2π ˆ R
2
e−r rdrdθ,
0 0

e depois tomamos o limite com R → ∞.


ˆ 2π ˆ R
!
2
e−r rdr dθ
0 0

ˆ R
2 du
Na integral e−r rdr fazemos a mudança de variável u = −r2 ⇒ − =
0 2
rdr, portanto temos:
ˆ R ˆ −R2
−r 2 1
e rdr = − eu du =
0 2 0
 −R2
1 1 2
= − eu = (1 − e−R )
2 0 2
Então: ˆ ˆ ˆ
2π R 2π
2 1 2
e−r rdrdθ = (1 − e−R )dθ =
0 0 0 2
1 2 1 −R2 2
= (1 − e−R ) · θ|2π
0 =2π · (1 − e ) = π(1 − e−R )
2 2
Tomando agora o limite com R → ∞, temos:
2
lim π(1 − e−R ) = π
R→∞

Então, finalmente,
ˆ +∞ 2 ˆ +∞ ˆ +∞ ˆ 2π ˆ R
−x2 2
+y 2 ) 2
e dx = e−(x dxdy = e−r rdrdθ = π
−∞ −∞ −∞ 0 0

Logo, ˆ +∞ √
2
e−x dx = π
−∞
2
Mas a função e−x é uma função par, então,
ˆ +∞ ˆ +∞
−x2 2
e dx = 2 e−x dx
−∞ 0

Então, finalmente, ˆ √
+∞
−x2 π
e dx = .
0 2
8.6. Exercı́cios de Fixação 41

8.6 Exercı́cios de Fixação

1. Esobce a região de integração, escreva-a em forma de região do tipo I ou


região do tipo II para cada uma das integrais duplas abaixo e a seguir
calcule-as:
ˆ 3 ˆ x2
a) (x − y)dxdy
1 x
¨
b) xdxdy, onde D é a região limitada pelas retas y = x,
D
y = 3x e x = 4.
¨
c) xdxdy, onde D é a região limitada pelo eixo OY , pelo eixo
D
OX e pela reta x + y = 1.
¨
d) (y + 1)dxdy, onde D é a região limitada pela parábola y = x2
D
e pela reta x + y = 2.
b) Inverta a ordem de integração em cada uma das integrais duplas abaixo
e a seguir calcule-as:
ˆ 1 ˆ 1 ˆ 1 ˆ 1
seny 2
a) dydx c) ex dxdy.
0 x y 0 y
ˆ 2 ˆy2
b) cos(x3 )dxdy
0 0

c) Calcule as integrais duplas abaixo usando coordenadas polares:


¨ p
a) x2 + y 2 dxdy, onde D é a região do primeiro quadrante limi-
D
tada pelo cı́rculo x2 + y 2 = a2 .
¨
1
b) 2 + y2
dxdy, onde D é a região limitada pela semi-circunferência
1
D p + x
y = 1 − x2 e o eixo OX.
¨ p
c) 1 − x2 − y 2 dxdy, onde D = {(x, y) ∈ R2 1 ≤ x2 + y 2 ≤ 4.
D
¨
d) xdxdy, onde D = {(x, y) ∈ R2 x ≤ y e x2 + y 2 ≤ 1}.
D
Capı́tulo

9
Aplicações a Economia
9.1 Função Marginal e Função Total 42
9.2 Valor Presente de um Fluxo de Dinheiro 44

Neste capı́tulo vamos apresentar alguns conceitos e problemas em economia que


envolvem o uso de integrais. As integrais em uma variável são mais usuais, e
as aplicações das integrais duplas aparecem mais frequentemente nos cáculos
de probabilidades de variáveis aleatórias bidimensionais.
Vejamos alguns exemplos.

9.1 Função Marginal e Função Total

Este tipo de exemplo é o mais básico das aplicações do cálculo integral à eco-
nomia.
Dada uma função marginal (por exemplo, custo marginal, recita marginal), o
processo de integração gera o a função total. A seguir vamos apresentar alguns
exemplos de funções totais a partira de suas funções marginais.

Seja a CM g (x) a função custo marginal de uma firma para se produzir x


unidades de um produto, então a função custo total C(x) é dada por
ˆ
C(x) = CM g (x)dx

Seja a RM g (x) a função receita marginal de uma firma ao vender x unidades


de um produto, então a função receita total C(x) é dada por
ˆ
R(x) = RM g (x)dx

Seja a LM g (x) a função lucro marginal de uma firma para ao vender x


unidades de um produto, então a função lucro total C(x) é dada por
ˆ
L(x) = LM g (x)dx

Vejamos dois exemplos:

42
9.1. Função Marginal e Função Total 43

Exemplo: Determine a função receita total R(x) quando x representa


o número de unidades produzidas de um certo produto, se sua receita marginal
é dada por: √
RM g (x) = 1.3(32 − x + 10)

Solução:
ˆ
Sabemos que R(x) = RM g (x)dx, então
ˆ

R(x) = 1.3(32 − x + 10)dx

Separando em duas integrais temos:


ˆ ˆ

R(x) = 1.3 32dx − 1.3 x + 10dx

Usando o método da substituição na seunda integral temos:


u = x + 10 ⇒ du = dx, poranto após fazer a substituição temos:
ˆ
u3 2
 
1
R(x) = 1.3(32x) − 1.3 u 2 du = 1.3 32x − 3 +C
2

Agora ”voltando para o mundo x” , ou seja, desfazendo a substituição,


 
2 3
R(x) = 1.3 32x − (x + 10) 2 +C
3

Obs.: Note que não obtemos completamente a função receita total pois não
determinamos o valor da constante C. Para determinar esta constante preci-
samos de alguma condição, ou seja , o valor da recita total para uma detrminada
quantidade do produto.

Suponha agora, que a receita total devido a venda de 26 unidades seja conhe-
cida, e igual a R$ 1388. Calcule a constante C.

 
2 3
R(26) = 1.3 32.26 − (26 + 10) 2 + C = 1388
3
 
2 3
1.3 832 − (36) 2 + C = 1388
3
2
1.3(832 − 216) + C = 1388 ⇒ 1.3.760 + C = 1388
3
⇒ 988 + C = 1388 ⇒ C = 400.
44 Capı́tulo 9. Aplicações a Economia

9.2 Valor Presente de um Fluxo de Dinheiro

Sabemos que o valor presente de um único valor futuro V , supondo uma taxa
i de juros, conduz-nos à fórmula de desconto

A = V (1 + i)−t

Portanto se supusermos apenas três receitas futuras, Rt (t = 1, 2, 3), dis-


ponı́veis no fim de cada ano, os valores presntes de Rt serão, respectivamente,

R1 (1 + i)−1 , R2 (1 + i)−2 e R3 (1 + i)−3

Segue-se que o valor presente total será a soma


3
X
Π= Rt (1 + i)−t
t=1

Note que neste exemplo consideramos o tempo discreto.Podemos também usar


um modelo com tempo contı́nuo. A idéia
’e de que a soma para um fluxo contı́nuo de dinheiro.
Considere um fluxo contı́nuo de receitas à taxa R(t) reais por ano. Isto sig-
nifica que no tempo t = t1 a receita será R(t1 ) reais naquele ano, no tempo
t = t2 a receita será R(t2 ) reais naquele ano e assim por diante.
Se considerarmos o tempo contı́nuo, consideramos um intervalo de tempo in-
finitesimal dt, então o montante da recita durante o intervalo de tempo dt
será R(t)dt. Quando descontamos pela taxa nominal r por ano, o seu valor
presente será R(t)e−rt dt. Daı́ o problema de achar o valor presente total do
fluxo de uma receita R(t) durante T anos será:
ˆ T
Π= R(t)e−rt dt
0

Exemplo: Suponha que uma certa compania produz um certo tipo de


máquina, e estima que cada máquina irar gerar uma renda contı́nua cujo fluxo
3 à raão no t-ésimo ano de 15âĹŠ2t milhões de reais por ano. Assumindo
que a vida útil de cazda máquina é de 7 anos, e o capital é investido à taxa
anual de 8%, capitalizado continuamente, Encontre o preço de mercado de cada
máquina.

Solução:

Nesta situação é razoável assumir que o preço de mercado de cada máquina é


o valor presente da renda contı́nua com

S(t) = 15 − 2t, r = 0.08, T = 7.


9.2. Valor Presente de um Fluxo de Dinheiro 45

Usando a fórmula da, o preço será:


ˆ 7
P = (15 − 2t)e−0.08t dt
0
ˆ 7
P = (15e−0.08t − 2te−0.08t )dt
0
ˆ 7 ˆ 7
P = 15 e−0.08t dt − 2 te−0.08t
0 0
A primeira integral é trivial, mas a segunda envolve o uso de intregal por partes
(vide seção xx do capı́tulo yy). Usando então o fato que
ˆ  
−kt −kt 1 t
te dt = e − 2− temos,
k k
7
15e−0.08t 7

−0.08t 1 t
P =− | − 2e − −
0.08 0 0.082 0.08 0
calculando estas expressões concluı́mos que o preço justo de mercado de cada
máquina é R$46.363 milhões.
Capı́tulo

10
Exercı́cios Propostos

46
Apêndice

A
Apêndice

Apêndice A
47 Apêndice

A.1 Propriedades das Funções Exponenciais 47


A.2 Propriedades dos Logaritmos 47
A.3 Principais Identidades Trigonométricas 48

A.1 Propriedades das Funções Exponenciais

• Produto e Divisão de Exponenciais

am · an = am+n (A.1)

am
= am−n (A.2)
an
• Potência de Uma Exponencial

(am )n = am.n (A.3)

• Potência de Frações
 a k ak
= (A.4)
b bk

A.2 Propriedades dos Logaritmos

• Soma e subtração de Logaritmos

logb (a) + logb (c) = logb (a.c) (A.5)

a
logb (a) − logb (c) = logb ( ) (A.6)
c
• Logaritmo de Uma Potência

logb (ak ) = k.logb (a) (A.7)

• Logaritmo Com Potência na Base

47
48 Apêndice A. Apêndice

1
logbk (a) = .logb (a) (A.8)
k

A.3 Principais Identidades Trigonométricas

Relações Fundamentais
• Relação Fundamental da Trigonometria

sen2 α + cos2 α = 1 (A.9)

• Relação II

1 + tg2 α = sec2 α = 1 (A.10)

• Relação III

1 + cotg2 α = cossec2 α (A.11)

Arco Dobro

sen2α = 2senα.cosα (A.12)

cos2α = cos2 α − sen2 α (A.13)

2tgα
tg2α = (A.14)
1 − tg2 α

Soma de Arcos

sen(α + β) = senα.cosβ + senβ.cosα (A.15)

sen(α − β) = senα.cosβ − senβ.cosα (A.16)

cos(α + β) = cosα.cosβ − senα.senβ (A.17)

cos(α − β) = cosα.cosβ + senα.senβ (A.18)

tgα + tgβ
tg(α + β) = (A.19)
1 − tgαtgβ

tgα + tgβ
tg(α − β) = (A.20)
1 + tgαtgβ
A.3. Principais Identidades Trigonométricas 49

Transformação de Soma em Produto

senα + senβ = (A.21)

senα − senβ = (A.22)

cosα + cosβ = (A.23)

cosα − cosβ = (A.24)

Transformação de Produto em Soma

sen(α + β) + sen(α − β)
senαcosβ = (A.25)
2

cos(α − β) + sen(α + β)
cosαcosβ = (A.26)
2

cos(α − β) − sen(α + β)
senαsenβ = (A.27)
2

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