Derivadas: 1.1. Algumas Fun C Oes

1.
Derivadas
Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 1. Derivadas k1
1.1. Algumas funções

◮ f (x) = ax + b −→ reta de declive a que passa no ponto (0, b).
◮ f (x) = ax 2 + bx + c, a 6= 0 −→ parábola
◮ f (x) = ax 3 + bx 2 + cx + d, a 6= 0 :

1.1. Algumas funções: potências (n ∈ N)
◮ f (x) = x n :
◮ f (x) = x −n (x 6= 0):
1
◮ f (x) = x n (x ≥ 0 se n par):
1.1. Algumas funções: funções trignométricas
0√ √π/6 √π/4 π/3

√ π/2
√
1
cos(x) 1 (= √4/2) 3/2
√ √2/2 2 (=
√ 1/2) 0 (= √0/2)
1
sen(x) 0 (= 0/2) 2 (= 1/2) 2/2 3/2 1 (= 4/2)
sen(x)
◮ tg(x) = cos(x)

1.1. Algumas funções: exponencial e logaritmo
◮ f (x) = ax (a > 0):
◮ f (x) = loga x (a > 0 e a 6= 1):
◮ y = ax ⇔ x = loga y loga (ax ) = x

◮ ◮ aloga x = x
◮ loga (x) = ln x
ln a
◮ ln(e x ) = x ◮ e ln x = x
◮ x y
a a =a x+y x y
◮ (a ) = a xy ◮ loga (x r ) = r loga x

◮ loga (xy ) = loga x + loga y ◮ loga x = loga x − loga y
y
1.2. Derivadas
a) Algumas derivadas conhecidas (a e c constantes com a > 0):
◮ c′ = 0 ◮ (x c )′ = cx c−1 ◮ (e x )′ = e x
1 1
◮ (ax )′ = ax ln a ◮ (ln x)′ = x
◮ (loga x)′ = x ln a
1
◮ (cos x)′ = − sen x ◮ (sen x)′ = cos x ◮ (tg x)′ = cos2 x
√ 1 1
Exemplo: ( x)′ = (x 2 )′ = 12 x − 2 = 1
√
2 x
.
b) Regras algébricas: Se f e g são deriváveis e c ∈ R, então:

◮ f + g é derivável e (f + g )′ = f ′ + g ′ .
◮ cf é derivável e (cf )′ = cf ′ .
◮ fg é derivável e (fg )′ = f ′ g + fg ′ .
′
◮ f f f ′ g −fg ′
gé derivável nos pontos em que está definida e g = g2
.
! x ′
Exemplo: (loga x)′ = ln ln a = ln1a (ln x)′ = x ln
1
a.
1.2. Derivadas: regra da cadeia
◮ Regra da cadeia: (f (g (x))′ = f ′ (g (x))g ′ (x) .
Exemplos:
1) (cos(x 2 + x))′ = − sen(x 2 + x) (x 2 + x)′ = −(2x + 1) sen(x 2 + x) .
2) (e sen x )′ = e sen x (sen x)′ = cos x e sen x .
3) (ax )′ = ((e ln a )x )′ = (e x ln a )′ = e x ln a (x ln a)′ = ax ln a .
1.3. Regra da L’Hôpital: a ∈ R

Regra de L’Hôpital
Se f e g são funções deriváveis com g ′ (x) 6= 0 para x ∈]a − ǫ, a + ǫ[\{a}
f (x)
(ǫ > 0) tais que lim é uma indeterminação do tipo 00 ou ∞ ∞ . Se
x→a g (x)
′
f (x) f (x)
lim ′ existir ou for igual a ±∞, então lim existe e é igual a
x→a g (x) x→a g (x)
f ′ (x)
lim ′ .
x→a g (x)
sen x (sen x)′ cos x

= 1 00 porque lim
!
Exemplos: 1) lim = lim = 1.
x→0 x x→0 x ′ x→0 1
ex − x − 1 1 !0
2) lim = porque
x→0 x2 2 0
(e x − x − 1)′ ex − 1 (e x − 1)′ ex

1 0 1
lim 2
= lim = ⇐ lim = lim = .
x→0 (x ) ′ x→0 2x 2 0 x→0 (2x) ′ x→0 2 2
1.3. Regra da L’Hôpital: a− , a+ e ±∞
Regra de L’Hôpital
A regra de L’Hôpital também é válida para limites laterais (x → a− e
x → a+ ) e limites no infinito (x → −∞ e x → +∞) nas mesmas
condições enunciadas no resultado da página anterior.
ln x !
3) lim =0 ∞ ∞ porque
x→+∞ x
(ln x)′ 1/x 1

lim = lim = lim = 0.
x→+∞ x ′ x→+∞ 1 x→+∞ x
ln x !
4) lim+ x ln x = lim+ =0 ∞ porque
x→0 x→0 1/x ∞
(ln x)′ 1/x

lim+ = lim+ = lim+ −x = 0 .
x→0 (1/x) ′ x→0 −1/x 2 x→0
1.4. Funções trigonométricas inversas

◮ o domı́nio Dom f de uma função f é o conjunto onde f está definida.
◮ a sua imagem Im f é o conjunto Im f = {f (x) : x ∈ Dom f } .
Dada uma função f : A → B,

◮ f é injetiva se, para cada y ∈ Im f , existir um único x ∈ Dom f = A
tal que f (x) = y
◮ f é sobrejetiva se Im f = B.
◮ bijetiva = injetiva + sobrejetiva
Se f é injetiva, a sua função inversa é a função f −1 : Im f → Dom f

definida por
f −1 (y ) = x ⇔ f (x) = y .
A função f −1 satisfaz f −1 ◦ f (x) = x e f ◦ f −1 (y ) = y .
Nota: f tem que ser injetiva para ter função inversa.

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 1. Derivadas k 10
1.4. Funções trigonométricas inversas: arccos e arcsen
◮ arcocosseno: arccos = Cos−1 onde Cos : [0, π] → [−1, 1] .
x 7→ cos x
◮ arcosseno: arcsen = Sen−1 onde Sen : [−π/2, π/2] → [−1, 1] .
x 7→ sen x
◮ arccos(0) = π/2, arccos(1) = 0, arccos(−1) = π.

◮ arcsen(0) = 0, arcsen(1) = π/2, arccos(−1) = −π/2.
1.4. Funções trigonométricas inversas: arccos e arcsen

arccos : [−1, 1] → [0, π] arcsen : [−1, 1] → [−π/2, π/2]
.
x 7→ arccos x x 7→ arcsen x
Propriedades do arccos x e do arcsen x:

◮ cos(arccos x) = x e sen(arcsen x) = x para qualquer x.
◮ arccos(cos x) = x se e só se x ∈ [0, π].
◮ arcsen(sen x) = x se e só se x ∈ [−π/2, π/2].
Exemplos: ◮ cos(arccos(0, 3)) = 0, 3 e arcsen(sen(π/5)) = π/5 .

◮ arccos(cos(−π/7)) = arccos(cos(π/7)) = π/7 .
◮ arcsen(sen(5π)) = arcsen 0 = 0 .
p √
◮ sen(arccos(x)) = 1 − (cos(arccos x))2 = 1 − x 2 porque
q
sen θ = ± 1 − cos2 (θ) e arccos x ∈ [0, π] .

1.4. Funções trigonométricas inversas: arctg
◮ arcotangente: arctg = Tg−1 onde Tg : ] − π/2, π/2[ → R .
x 7→ tg x
arctg : R → ] − π/2, π/2[

.
x 7→ arctg x
1.4. Funções trigonométricas inversas: derivadas
Como cos(arccos(x)) = x , então
(cos(arccos(x)))′ = x ′ ⇔ − sen(arccos(x)) arccos′ (x) = 1

1 1
⇔ arccos′ (x) = − sen(arccos(x)) = − √1−x 2
.
Derivadas das funções trigonométricas inversas

1
◮ arccos′ (x) = − √1−x 2
;
◮ arcsen′ (x) = √ 1 ;
1−x 2
1
◮ arctg′ (x) = 1+x 2
.

2. Primitivas
Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 2. Primitivas k 15
2.1. Definição de primitiva

Uma primitiva de f (x) é uma função F (x) tal que F ′ (x) = f (x). Se F (x)
existir, então dizemos que f (x) é primitivável.
Proposição:
Se F (x) é uma primitiva de f (x), então F (x) + c também é primitiva de
f (x) para qualquer c ∈ R. Além disso, qualquer outra primitiva de f (x) é
da forma F (x) + c com c ∈ R.
Prova: ◮ F (x) + c também é primitiva de f (x) pois

(F (x) + c)′ = F ′ (x) = f (x).
◮ Se G (x) é outra primitiva de f (x), então
(G (x) − F (x))′ = G ′ (x) − F ′ (x) = f (x) − f (x) = 0 ,
ou seja, G (x) − F (x) = c para algum c ∈ R e G (x) = F (x) + c.

2.2. Primitivas base: fórmulas
R
Vamos usar a notação f (x) dx para designar todas as primitivas de f (x).
Assim, se F (x) é uma primitiva de f (x), então
Z
f (x) dx = F (x) + c , com c ∈ R .
e x dx = e x + c
R R
◮ r dx = rx + c (∀r ∈ R) ◮
x r +1
R 1
x r dx =
R R −1
◮
r +1 + c se r 6= −1 ◮
x dx = x dx = ln(|x|) + c
R R
◮ sen x dx = − cos(x) + c ◮ cos x dx = sen(x) + c
√ 1
R R 1
◮
1−x 2
dx = arcsen(x) + c ◮
1+x 2
dx = arctg(x) + c
8
Exemplos: ◮ x 7 dx = x8 + c .
R
R√ 3/2 √
x dx = x 1/2 dx = x3/2 + c = 23 x 3 + c .
R
◮
R 1 −1
x dx = x−1 + c = − x1 + c .
R −2
◮
x 2 dx =
2.2. Primitivas base: regras algébricas
Se f (x) e g (x) são primitiváveis, então

R R R
◮ (f (x) + g (x)) dx = f (x) dx + g (x) dx .
R R
◮ rf (x) dx = r f (x) dx para qualquer r ∈ R.
6 x6
2x 5 dx = 2 x 5 dx = 2 x6 + c =
R R
Exemplos: ◮
3 +c.
2x 2 + 5 dx = 2 x 2 dx + 5 dx = 23 x 3 + 5x + c .
R !R !R
◮
cos(x) + e x dx = e x dx = sen(x) + e x + c .
R R R
◮ cos(x) dx +
Nota: Não há fórmulas para as primitivas de um produto e de um

quociente (um dos erros mais comuns que os alunos fazem é tentar
“inventar” regras para as primitivas de produtos e quocientes de funções).

2.3. Primitivas simples: inversão da regra da cadeia
R
Se F (x) é uma primitiva de f (x), então f (g (x)) g ′ (x) dx = F (g (x)) + c .
R
(F (g (x)))′ = F ′ (g (x))g ′ (x) = f (g (x))g ′ (x) ⇒ f (g (x))g ′ (x) dx = F (g (x))+c.
Caso especial: g (x) = ax + b, um polinómio de grau 1

R
◮ a f (ax + b) dx = F (ax + b) + c, ou então,
f (ax + b) dx = F (ax+b)
R
◮
a +c.
Exemplos:
3x 2 cos(x 3 ) dx = sen(x 3 ) + c pois cos(x) dx = sen(x) + c e (x 3 )′ = 3x 2 .
R R
◮
2e 2x+3 dx = e 2x+3 + c pois e x dx = e x + c .

R R
◮
e 2x+3
e 2x+3 dx = pois e x dx = e x + c .
R R
◮
2 +c
2.3. Primitivas simples: completamento da derivada
R
f (g (x))g ′ (x) dx = F (g (x)) + c .
4 4 4
x 3 e x dx = 1
4x 3 e x dx = 41 e x + c pois e x dx = e x + c e (x 4 )′ = 4x 3 .
R R R
◮
4
1 1
x
x(x 2 + 1)−1 dx = 2x(x 2 + 1)−1 dx = ln |x 2 + 1| + c =
R R R
◮
x 2 +1 dx = 2 2
1
ln(x 2 + 1) + c
R
= 2 pois x −1 dx = ln |x| + c .
2
1
√x x 2 (x 3 + 5)−1/2 dx = 3x 2 (x 3 + 5)−1/2 dx =
R R R
◮
x 3 +5
dx = 3
1 (x 3 +5)1/2 2
√ R x 1/2
= 3 · 1/2 +c = 3 x3 + 5 + c pois x −1/2 dx = 1/2 .

2.3. Primitivas simples: “fórmulas”
Alguns casos tipo da inversão da regra da cadeia:

(g (x))r +1
(g (x))r g ′ (x) dx =
R
◮
r +1 +c (r 6= −1).
R g ′ (x) R 1
◮
g (x) dx = ln(|g (x)|) + c ( x dx = ln(|x|) + c).
e g (x) g ′ (x) dx = e g (x) + c .

R
◮
R
◮ cos(g (x)) g ′ (x) dx = sen(g (x)) + c .
(x 3 +1)5
3x 2 (x 3 + 1)4 dx =
R
Exemplos: ◮
5 +c.
3x 2 +1
dx = ln(|x 3 + x|) + c pois (x 3 + x)′ = 3x 2 + 1 .
R
◮
x 3 +x
2.3. Primitivas simples: “fórmulas”
Mais alguns casos tipo da inversão da regra da cadeia:

√ 1 1 1
R !x R !x
◮
a2 −x 2
dx = arcsen a +c ◮
a2 +x 2
dx = a arctg a +c
ax
ax dx =
R
◮
ln a +c (a > 0)
√ 1 1 1 1
!x
√ √
R R R
a2 −x 2
dx = dx = a dx = arcsen a +c
a2 (1−(x/a)2 ) 1−(x/a)2
! x ′
√ 1 1
R
pois 1−x 2
= arcsen(x) + c e a = a .

√ 1 √x
R
Exemplos: ◮
3−x 2
dx = arcsen 3
+c.
R 1 arctg(x/2)
◮
4+x 2
dx = 2 +c.
2x
2x dx =
R
◮
ln 2 +c.

2.4. Primitivação por substituição
derivação primitivação
regra da cadeia −→ método de substituição
R
◮ Se tivermos f (g (x)) g ′ (x) dx e fizermos u = g (x) ,
◮ então u ′ = g ′ (x), ou seja, noutra notação: du = g ′ (x) dx

R R
◮ e f (g (x)) g ′ (x) dx = f (u) du .
sen4 x cos x dx :
R
Exemplo:
Se fizermos u = sen x, então du = cos x dx e
u5 sen5 x
Z Z
sen x cos x dx = u 4 du =
4
+c = +c.
5 5
2.4. Primitivação por substituição: exemplos

R √
( x+5)3 √ 1
◮ √
x
dx : se fizermos u = x + 5, então du = √
2 x
dxe
√ √
( x + 5)3 √ 3 1 2u 4 ( x + 5)4
Z Z Z
3
√ dx = ( x+5) √ dx = u 2 du = +c = +c.
x x 4 2
1
se fizermos u = ln x, então du = x1 dx e
R
◮
x ln x dx :
1 1 1 1
Z Z Z
dx = dx = du = ln(|u|) + c = ln(| ln(x)|) + c.
x ln x ln x x u
tg x dx = sen x
R R
cos x dx:se u = cos(x) então du = − sen(x) dx e
◮
1
Z Z
tg x dx = − du = − ln(|u|) + c = − ln(| cos x|) + c .
u

2.4. Primitivação por substituição: uma técnica especial
1√
R
Vamos resolver 1+ x
dx usando uma técnica especial:
√
◮ Fazendo u =1+ x obtemos x = (u − 1)2 .
◮ Assim dx = 2(u − 1) du e
R 1√
R 2(u−1) R! 1

◮
1+ x
dx = u du = 2 1− u du
√ √
= 2(u − ln(|u|)) + c = 2(1 + x − ln(1 + x)) + c .
Nota: nesta técnica especial, os papéis do x e do u são invertidos para que

se possa substituir dx por du.
2.5. Primitivação de senn x cosm x
Vamos agora ver a técnica para calcular senn x cosm x dx . Ela varia
R
consoante o n e o m são números pares ou ı́mpares.
Estão aqui incluı́dos também os casos senn x dx e cosm x dx .

R R
Se m ı́mpar, usamos cos2 x = 1 − sen2 x e a substituição u = sen x:
sen2 x cos5 x dx = sen2 x (cos2 x)2 cos x dx = sen2 x(1 − sen2 x)2 cos x dx
R R R
◮
◮ Considerando agora u = sen x , obtemos du = cos x dx e
sen2 x cos5 x dx = u 2 (1 − u 2 )2 du = u 6 − 2u 4 + u 2 du
R R R
◮
u7 2u 5 u3 sen7 x 2 sen5 x sen3 x

= 7 − 5 + 3 +c = 7 − 5 + 3 +c

Se n for ı́mpar, usamos sen2 x = 1 − cos2 x e a substituição u = cos x:
sen3 x dx = (1 − cos2 (x)) sen x dx .

R R
◮
◮ Fazendo u = cos x , obtemos du = − sen x dx e

3 3
sen3 x dx = −(1 − u 2 ) du = u3 − u + c = cos3 x − cos x + c .
R R
◮
Se ambos n e m forem ı́mpares, podemos aplicar qualquer um dos dois

casos anteriores. No entanto:
◮ aconselha-se a aplicar o caso correspondente ao menor dos números n
e m pois é aquele que torna as contas mais simples e rápidas;
os resultados podem, aparentemente, parecer diferentes consoante o
◮
caso que se aplica.
No slide seguinte resolvemos sen3 x cos5 x dx pelos dois processos para

R
que possam verificar as afirmações anteriores.

Resolução relativa ao n: considerando u = cos x,
sen3 x cos5 x dx = (1 − cos2 x) cos5 x sen x dx = −(1 − u 2 )u 5 du

R R R
◮
8 6 8 6
= u 7 − u 5 du = u8 − u6 + c = cos8 x − cos6 x + c .
R
Resolução relativa ao m: considerando u = sen x,
sen3 x cos5 x dx = sen3 x(1 − sen2 x)2 cos x dx = u 3 (1 − u 2 )2 du

R R R
◮
4 6 8 4 6 8
= u 3 − 2u 5 + u 7 du = u4 − u3 + u8 + c = sen4 x − sen3 x + sen8 x + c .
R

Se n e m forem pares, teremos de usar ambas as fórmulas
1 + cos(2x) 1 − cos(2x)
cos2 x = e sen2 x = :
2 2
R 1−cos(2x) 1+cos(2x)
sen2 x cos2 x dx = dx = 14 1 − cos2 (2x) dx
R R
2 2
= 14 1 − 1+cos(4x) dx = 14 12 − cos(4x)
R R
2 2 dx

= 14 12 x − sen(4x)
8 + c = 18 x − sen(4x)
32 +c
Nota: Quando ambos os expoentes são pares, temos que usar as duas
fórmulas acima. Normalmente, neste caso, continuamos a ter que aplicar
as regras anteriores a potências de cossenos. Quando pelo menos um deles
é ı́mpar, usamos somente uma das fórmulas cos2 x = 1 − sen2 x ou
sen2 x = 1 − cos2 x, e depois o integral resolve-se por uma substituição
simples.
2.6. Primitivação por partes
derivação primitivação
derivada do produto −→ primitivação por partes
Dadas duas funções f e g ,

◮ (fg )′ = f ′ g + fg ′ ⇒ fg ′ = (fg )′ − f ′ g ; logo
R ′ R R R R
◮ fg = ((fg )′ − f ′ g ) = (fg )′ − f ′ g = fg − f ′ g .
Fórmula da primitivação por partes

Z Z
′
fg = fg − f ′g

2.6. Primitivação por partes: exemplos

R f (x) = x f ′ (x) = 1
◮ x cos(2x) dx: ⇒ .
g ′ (x) = cos(2x) g (x) = sen(2x)
2
x sen(2x) sen(2x) x sen(2x) cos(2x)

Z Z
x cos(2x) dx = − dx = + +c.
2 2 2 4
f (x) = x 2

f ′ (x) = 2x
x 2e x
R
◮ dx: ⇒ .
g ′ (x) = e x g (x) = e x
Z Z
x 2 e x dx = x 2 e x − 2xe x dx

f (x) = 2x f ′ (x) = 2
Fazendo agora ⇒ , obtemos
g ′ (x) = e x g (x) = e x
x 2 e x dx = · · · = x 2 e x − (2xe x − 2e x dx)
R R
= x 2 e x − 2xe x + 2e x + c = (x 2 − 2x + 2)e x + c .
2.6. Primitivação por partes: alguns casos gerais
A primitivação por partes permite-nos calcular as seguintes primitivas:
◮ p(x) e ax+b dx
R R R
◮ p(x) cos(ax + b) dx ◮ p(x) sen(ax + b) dx
(aplicamos tantas primitivações por partes quantas o grau do polinómio

p(x) até que este é eliminado).
1
( (
R f (x) = ln x f ′ (x) = x
Outro exemplo: ln(x) dx. Fazendo ⇒ ,
g ′ (x) = 1 g (x) = x
obtemos
1
Z Z Z
ln x dx = x ln x − x dx = x ln x − 1 dx = x ln x − x + c
x
R
As primitivas p(x) ln(ax + b) dx resolvem-se por partes fazendo
f (x) = ln(ax + b) e g ′ (x) = p(x).

2.6. Primitivação por partes: um caso especial

f (x) = sen x f ′ (x) = cos x
e x sen x dx:
R
◮ ⇒ .
g ′ (x) = e x g (x) = e x
Z Z
e x sen x dx = e x sen x − e x cos x dx

f (x) = cos x f ′ (x) = − sen x
Fazendo agora ⇒ , obtemos
g ′ (x) = e x g (x) = e x
e x sen x dx = · · · = e x sen x − (e x cos x − −e x sen x dx)

R R
= e x (sen x − cos x) − e x sen x dx ,

R
e x sen x dx, então

R
ou seja, se I =
ex
I = e x (sen x − cos x) − I ⇔ 2I = e x (sen x − cos x) ⇔ I = (sen x − cos x)
2
ex
e x sen x dx =
R
Concluı́mos assim que 2 (sen x − cos x)
2.7. Primitivas de funções racionais: decomposição

x 3 +x−2
Uma função racional é o quociente de dois polinómios: x+1 .
p(x)
Qualquer função racional q(x) com gr (p(x)) < gr (q(x)) pode-se exprimir
A
como soma de frações da forma (ax+b) r ou (ax 2Ax+B
+bx+c)s
onde
2
ax + bx + c não tem raı́zes. Mais concretamente, q(x) decompõem-se
como produto de fatores da forma (ax + b)r e (ax 2 + bx + c)s ; cada fator
(ax + b)r contribui com
A1 A2 Ar
+ 2
+ ··· +
(ax + b) (ax + b) (ax + b)r
p(x)
para a decomposição de q(x) , enquanto que cada fator (ax 2 + bx + c)s
contribui com
A1 x + B1 A2 x + B2 Ar x + Br
2
+ 2 2
+ ··· + .
(ax + bx + c) (ax + bx + c) (ax 2 + bx + c)s

2.7. Primitivas de funções racionais: decomposição
x 2 +1 A1 A2 A3 A4
Exemplos: ◮
(x+1)3 (2x−3)
= x+1 + (x+1)2
+ (x+1)3
+ 2x−3 .
x 2 +1 A1 A2 A3 x+B3 A4 x+B4
◮
(2x+1)2 (x 2 +3)2
= 2x+1 + (2x+1)2
+ x 2 +3
+ (x 2 +3)2
.
x 2 +1 A1 A2 A3 x+B3
◮
x 2 (x 2 +x+5)
= x + x2
+ x 2 +x+5
.
Nota: é preciso depois resolver estas equações para encontrar os valores

dos Ai e Bi (só vamos considerar casos relativamente simples).
Exemplo:
1−x A B A(x − 3) + B(2 − x) (A − B)x − 3A + 2B
= + = =
(2 − x)(x − 3) 2−x x −3 (2 − x)(x − 3) (2 − x)(x − 3)

A − B = −1 A=1 1−x 1 2
e portanto ⇔ . Logo (2−x)(x−3) = 2−x + x−3 .
−3A + 2B = 1 B =2
R p(x)
2.7. Primitivas de f. rac.: algoritmo para calcular q(x) dx
◮ Se gr (p(x)) ≥ gr (q(x)), determina-se q ′ (x) e r (x) tal que

p(x) r (x)
= q1 (x) + com gr (r (x)) < gr (q(x)) .
q(x) q(x)
r (x)
◮ Decompõe-se p(x)
q(x) or q(x) (consoante gr (p(x)) < gr (q(x)) ou não)
como soma de parcelas da forma
A Ax + B
e/ou .
(ax + b)r (ax 2 + bx + c)s
◮ Primitiva-se cada uma destas parcelas e eventualmente q1 (x).
Exemplos:
R 1−x
R 1 2

◮
(2−x)(x−3) dx = 2−x + x−3 dx = − ln(|2 − x|) + 2 ln(|x − 3|) + c.
2
R x R x+2−2 R
x+2 dx = x+2 dx = 1 − x+2 dx = x − 2 ln(|x + 2|) + c .
◮

Derivadas: 1.1. Algumas Fun C Oes

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Derivadas: 1.1. Algumas Fun C Oes

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

1.

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 1. Derivadas k1

1.1. Algumas funções

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 1. Derivadas k2

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 1. Derivadas k3

1.1. Algumas funções: funções trignométricas

0√ √π/6 √π/4 π/3

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 1. Derivadas k4

◮ f (x) = ax (a > 0):

◮ f (x) = loga x (a > 0 e a 6= 1):

◮ y = ax ⇔ x = loga y loga (ax ) = x

b) Regras algébricas: Se f e g são deriváveis e c ∈ R, então:

◮ Regra da cadeia: (f (g (x))′ = f ′ (g (x))g ′ (x) .

1) (cos(x 2 + x))′ = − sen(x 2 + x) (x 2 + x)′ = −(2x + 1) sen(x 2 + x) .

2) (e sen x )′ = e sen x (sen x)′ = cos x e sen x .

3) (ax )′ = ((e ln a )x )′ = (e x ln a )′ = e x ln a (x ln a)′ = ax ln a .

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 1. Derivadas k7

1.3. Regra da L’Hôpital: a ∈ R

sen x (sen x)′ cos x

(ln x)′ 1/x 1

(ln x)′ 1/x

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 1. Derivadas k9

1.4. Funções trigonométricas inversas

Dada uma função f : A → B,

Se f é injetiva, a sua função inversa é a função f −1 : Im f → Dom f

Nota: f tem que ser injetiva para ter função inversa.

◮ arccos(0) = π/2, arccos(1) = 0, arccos(−1) = π.

1.4. Funções trigonométricas inversas: arccos e arcsen

Propriedades do arccos x e do arcsen x:

Exemplos: ◮ cos(arccos(0, 3)) = 0, 3 e arcsen(sen(π/5)) = π/5 .

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 1. Derivadas k 12

arctg : R → ] − π/2, π/2[

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 1. Derivadas k 13

1.4. Funções trigonométricas inversas: derivadas

Como cos(arccos(x)) = x , então

(cos(arccos(x)))′ = x ′ ⇔ − sen(arccos(x)) arccos′ (x) = 1

Derivadas das funções trigonométricas inversas

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 1. Derivadas k 14

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 2. Primitivas k 15

2.1. Definição de primitiva

Prova: ◮ F (x) + c também é primitiva de f (x) pois

◮ Se G (x) é outra primitiva de f (x), então

(G (x) − F (x))′ = G ′ (x) − F ′ (x) = f (x) − f (x) = 0 ,

ou seja, G (x) − F (x) = c para algum c ∈ R e G (x) = F (x) + c.

2.2. Primitivas base: regras algébricas

Se f (x) e g (x) são primitiváveis, então

Nota: Não há fórmulas para as primitivas de um produto e de um

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 2. Primitivas k 18

Caso especial: g (x) = ax + b, um polinómio de grau 1

2e 2x+3 dx = e 2x+3 + c pois e x dx = e x + c .

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 2. Primitivas k 19

2.3. Primitivas simples: completamento da derivada

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 2. Primitivas k 20

Alguns casos tipo da inversão da regra da cadeia:

e g (x) g ′ (x) dx = e g (x) + c .

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 2. Primitivas k 21

2.3. Primitivas simples: “fórmulas”

Mais alguns casos tipo da inversão da regra da cadeia:

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 2. Primitivas k 22

◮ então u ′ = g ′ (x), ou seja, noutra notação: du = g ′ (x) dx

2.4. Primitivação por substituição: exemplos

Matemática I (M1014) - 2021/2022 Cálculo 2. Primitivas k 24

Nota: nesta técnica especial, os papéis do x e do u são invertidos para que