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Formulário de Cálculo Vetorial

Prof. Marcos Paizante WhatsApp: (21)99294-9496

Integrais de Linha
Int. de linha de função escalar no plano

ˆ ˆ t2
f (x, y)dl = f (r(t))||r0 (r)||dt
C t1

Onde r(t) = (x(t), y(t)) , t1 ≤ t ≤ t2 é uma parametrização da curva C.

Int. de linha de função vetorial no plano

ˆ ˆ t2
F (x, y) · d~l = F (r(t)) · r0 (r)dt
C t1

Onde r(t) = (x(t), y(t)) , t1 ≤ t ≤ t2 é uma parametrização da curva C.

Campos vetoriais conservativos no plano

Seja F (x, y) ⊂ R2 um campo vetorial. Dizemos que o campo vetorial F (x, y) =


(P (x, y), Q(x, y)) é conservativo se

∂Q ∂P
− =0
∂x ∂y

Obs. 1: Se o campo F (x, y) é conservativo então este campo é o gradiente de uma


função f (x, y) que é chamada função potencial deste campo.

F~ = ∇f (x, y)

1
Obs. 2: Se o campo F (x, y) é conservativo, a integral de linha sobre F entre dois
pontos independe do caminho que liga esses pontos, e pode ser calculada através da
função potencial do campo através da fórmula

ˆ P2
F (x, y) · d~l = f (P2 ) − f (P1 )
P1

onde f (x, y) é uma função potencial para o campo F

Função Potencial

ˆ
f (x, y) = P (x, y)dx + A(y)

ˆ
f (x, y) = Q(x, y)dy + B(x)

Teorema de Green

A integral de linha sobre uma curva C fechada, bordo de uma região D ⊂ R2 sobre
um campo vetorial F (x, y) ⊂ R2 é igual a integral dupla do rotacional do campo F
sobre a região D.
˛ ¨  
∂Q ∂P
F~ (x, y) · d~l = − dxdy
C D ∂x ∂y

2
Integrais de Superfı́cie

Int. de sup. de função escalar

¨ ˆ u2 ˆ v2

∂σ ∂σ
f (x, y, z)ds = f (σ(u, v)) × dt
S u1 v1 ∂u ∂v

Onde σ(u, v) , u1 ≤ u ≤ u2 e v1 ≤ v ≤ v2 é uma parametrização da superfı́cie S.

Int. de superfı́cie de função vetorial

¨ ˆ u2 ˆ v2
∂σ ∂σ
F (x, y, z) · n̂ds = F (σ(u, v)) · × dt
S u1 v1 ∂u ∂v

Onde σ(u, v) , u1 ≤ u ≤ u2 e v1 ≤ v ≤ v2 é uma parametrização da superfı́cie S.

Campos Solenoidais

Um campo vetorial F (x, y, z) ⊂ R3 é dito solenoidal se o divergente de F é igual a zero,


ou seja

div(F ) = 0

ou

∇ · F~ = 0

3
Teorema de Gauss ou Teorema da Divergência

Seja F (x, y, z) ⊂ R3 um campo vetorial. O fluxo do campo vetorial F através de


uma superfı́cie fechada S que é bordo de um sólido W é igual a integral tripla do
divergente de F no volume do sólido W , em outras palavras,
‹ ˚
F~ (x, y, z) · n̂dS = ∇ · F~ dV
S W

Teorema de Stokes
A integral de linha de um campo vetorial sobre uma curva fechada C no espaço que é
bordo de uma superfı́cie S é igual ao fluxo do campo rotacional ddo campo F atravé
da superfı́cie S, ou, em outras palavras,

˛ ¨
F (x, y, z) · d~l = rot(F~ )(x, y, z) · n̂dS
C S

4
¨
Exercı́cio: Calcule a integral (x2 + y)z ds, onde S é a superfı́cie da cilindro
S
x2 + y 2 = 4 , 0 ≤ z ≤ 2.

Solução:

• Primeiramente devemos parametrizar a superfı́cie S.


σ(θ, z) = (2 cos θ, 2senθ, z) , 0 ≤ θ ≤ 2π , 0 ≤ z ≤ 2.

∂σ ∂σ
O póximo passo é calcular o vetor normal ~n = × e seu módulo.
∂θ ∂z
• Calcluando as derivadas
∂σ
= (−2senθ, 2cosθ, 0)
∂θ
e
∂σ
= (0, 0, 1)
∂z
∂σ ∂σ
• Cálculo de ~n = × :
∂θ ∂z

i j k
∂σ ∂σ
~n = × = −2senθ 2cosθ 0
∂θ ∂z 0 0 1

~n = 2cosθ i + 2senθ j ou ~n = (2cosθ, 2senθ, 0)



∂σ ∂σ
• Cálculo de
×
∂θ ∂z


∂σ ∂σ p
× = (2cosθ)2 + (2senθ)2 = 4cos2 θ + 4sen2 θ
∂θ ∂z


p ∂σ ∂σ
= 2 2
4(cos θ + sen θ) = 4 ⇒ × = 2
∂θ ∂z

• Cálculo de f (σ(t))
f (σ(t)) = ((2 cos θ)2 + 2senθ)z
f (σ(t)) = (4 cos2 θ + 2senθ)z
• Usar a fórmula
¨ ˆ u2 ˆ v2

∂σ ∂σ
f (x, y, z)ds = f (σ(u, v)) × dt
S u1 v1 ∂u ∂v

5
ˆ 2π ˆ 2
(4 cos2 θ + 2senθ)z × 2 dzdθ
0 0

ˆ 2π  z2 2
 
2
2 4 cos θ + 2senθ dθ
0 2 0
ˆ 2π
222 02
 
2

4 2 cos θ + senθ  − dθ
0 2 2
ˆ 2π ˆ 2π ˆ 2π
2 2

8 2 cos θ + senθ dθ = 16 cos θ dθ + 8 senθ dθ
0 0 0
ˆ 2π ˆ 2π
1 + cos2θ 2π
16 dθ − 8(cosθ)0 = 8 (1 + cos2θ)dθ − 8[(cos2π) − (cos 0)]
0 2 0
 2π
sen2θ
=8 θ+ − 8[1 − 1]
2 0
" ! !#
0 0
sen4π
  sen0
 
=8 2π − − 0− = 8 × 2π = 16π.
2 2

Então para a superfı́cie dada no exercı́cio


¨
(x2 + y)z ds = 16π
S

6

Exercı́cio: Calcule o fluxo integral F~ · n̂ds, onde S é a superfı́cie da esfera x2 +
S
y2 + z2 = 9 .

Solução:

• Primeiramente devemos parametrizar a superfı́cie S.


σ(θ, φ) = (3senφ) cos θ, 3senφsenθ, 3cosφ) , 0 ≤ φ ≤ π , 0 ≤ θ ≤ 2π.

∂σ ∂σ
O póximo passo é calcular o vetor normal ~n = × e seu módulo.
∂θ ∂φ
• Calcluando as derivadas
∂σ
= (−3senφsenθ, 3senφcosθ, 0)
∂θ
e
∂σ
= (3cosφcosθ, −3cosφsenθ, 3senφ)
∂φ
∂σ ∂σ
• Calculando ~n = ×
∂θ ∂z

i j k
∂σ ∂σ
× = −3senφsenθ 3senφcosθ 0

∂θ ∂z


3cosφcosθ −3cosφsenθ 3senφ

= 9sen2 φcosθ i + 9senφcosφsen2 θ k + 9sen2 φcosθ j + 9senφcosφcos2 θ k


= 9sen2 φcosθ i + 9sen2 φcosθ j + +9senφcosφ(sen2 θ + cos2 θ) k
= 9sen2 φcosθ i + 9sen2 φcosθ j + 9senφcosφ k
∂σ ∂σ
× = (9sen2 φcosθ, 9sen2 φcosθ, 9senφcosφ)
∂θ ∂φ

• Cálculo de F (σ(t))
F (σ(t)) = (3senφ cos θ, 3senφsenθ, 3cosφ)

• Usar a fórmula

¨ ˆ u2 ˆ v2
∂σ ∂σ
F~ (x, y, z) · n̂dS = F (σ(u, v)) · × dudv
S u1 v1 ∂u ∂v

7
ˆ 2π ˆ π
(3senφ cos θ, 3senφsenθ, 3cosφ) · (9sen2 φ cos θ, 9sen2 φcosθ, 9senφcosφ) dφdθ
0 0

ˆ 2π ˆ π
[27sen3 φ cos2 θ + 27sen3 φsen2 θ + 27senφcos2 φ] dφdθ
0 0
ˆ 2π ˆ π
27sen3 φ( 2 ( 2 1
θ) + 27senφ cos2 φ dφdθ
((
(cos
((θ(+(sen
0 0
ˆ 2π ˆ π
2 (2 1 (
((
27senφ(
(sen
((φ(+
(cos φ) dφdθ=
0 0
ˆ 2π ˆ π ˆ 2π
27 senφdφdθ = 27 (−cosφ)π0 dθ =
0 0 0
ˆ 2π ˆ 2π ˆ 2π
27 [−cosπ − (−cos 0)]dθ = 27 [−(−1) − (−1)]dθ = 27 2 dθ =
0 0 0
ˆ 2π
54 dθ = 54 θ|2π
0 = 54(2π − 0) = 108π .
0

Agora vamos resolver novamente este problema usando o teorema de Gauss, e ele
pode ser usado pois a superfı́cie através da qual desejamos calcular o fluxo é fechada.
Para isso vamos usar a fórmula abaixo.
‹ ˚
F~ (x, y, z) · n̂dS = ∇ · F~ dV
S W

Calculemos o divergente do campo F~ .

F (x, y, z) = (x, y, z) ⇒ div(F~ ) = 1 + 1 + 1 ⇒ div(F~ ) = 3.


Então, usando a fórmula, temos:
‹ ˚ ˚
~
F (x, y, z) · n̂dS = 3 dV = 3 dV ,
S W W
˝
mas W
dV é o volume do sólido W , que é uma esfera de raio de raio 3, portanto
temos: ˚
4π(3)3
3 dV = 3 × = 4π(27) = 108π .
W 3

8
Exercı́cio: Considere o camo vetorial
 2
x2 yz
  
xy z 3 arctg(1+x4 ) 3 2
F (x, y, z) − +y +e i+ x − j + x2 y 2 k.
5 5 5
Seja C a curva de interseção das superfı́cies z = xy eˆx2 + y 2 = 1 orientada no sentido
anti-horário quando projetada no plano xy. Calcule F · dr.
C

Solução: Note que se fôssemos parametrizar a curva C e substituir a parametrização


no campo vetorial F (x, y, z) (calcular F (r(t))) ficaria muito trabalhoso de calcular a
integral de linha (talvez impossı́vel), então vamos tentar resolver usando o teorema de
Stokes, afim de integrar um campo vetorial mais simples.
Vamos calcular o rotacional do campo F .
 
∂R ∂Q ∂P ∂R ∂Q ∂P
rot(F ) = − , − , −
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
• Calculando as coordenadas de rot(F )
 
∂Q ∂P 2 2
− = 3x − xyz − − xyz − 3y = 3x2 + 3y 2
2 2
∂x ∂y 5 5
2
∂P ∂R xy 4
− = − − xy 2 = −xy 2
∂z ∂x 5 5 2 
∂R ∂Q 4 2 xy
− = x y− − = x2 y
∂y ∂z 5 5
assim
rot(F ) = (x2 y, −xy 2 , 3x2 + 3y 2 )
• Parametrização se S. A superfı́cie S. através da qual vamos calcular o fluxo, é a
superfı́cie z = xy. Uma parametrização para ela é:
σ(x, y) = (x, y, xy), x2 + y 2 ≤ 1
∂σ ∂σ
• Cálculo de × .
∂x ∂y
∂σ
= (1, 0, y)
∂x
∂σ
= (0, 1, x)
∂y
Então
i j K
∂σ ∂σ
× = 1 0 y
∂x ∂y 0 1 x

∂σ ∂σ
× = (−y, −x, 1)
∂x ∂y

9
• Cálculo de rot(F )(σ(x, y)).

Como a parametrização da superfı́cie está em função de x e y temos que que


rot(F )(σ(x, y)) = (x2 y, −xy 2 , 3x2 + 3y 2 ) que é o próprio rot(F )
• Agora vamos aplicar o teorema de Stokes
˛ ¨
F (x, y, z) · d~l = rot(F~ )(x, y, z) · n̂dS
C S

¨ ¨
rot(F~ )(x, y, z) · n̂dS = (x2 y, −xy 2 , 3x2 + 3y 2 ) · (−y, −x, 1)dxdy
S x2 +y 2 ≤1
¨
= [−x2 y 2 + x2 y 2 + 3x2 + 3y 2 ]dxdy
x2 +y 2 ≤1
¨
= (3x2 + 3y 2 )dxdy
x2 +y 2 ≤1

A integral acima é calculada mais facilmente fazendo uso de coordenadas polares,


então, ˆ 2π
3r2 .rdrdθ
0
ˆ 2π ˆ 2π 2π
3r4

3
3r drdθ = dθ
0 0 4 0
ˆ 2π
3 × 14 3 × 04
   
− dθ
0 4 4
ˆ 2π

3 3θ 3 × 2π 3π
dθ = = = ,
0 4 4 ) 4 2
então ˛

F (x, y, z) · d~l = .
C 2

10
Exercı́cio: Verfique se o campo vetorial F (x, y, z) = (6xy 3 + 2z 2 , 9x2 y 2 , 4xz + 10) é
conservativo e, em caso afirmativo:

a) Encontre uma função


ˆ potencial para este campo.
b) Calcule a integral F~ · t dl onde C é o segmento de reta que vai do ponto P1 =
C
(1, 2, 0) ao ponto P2 = (1, 1, 1)

Solução: a) Para saber se o campo F é conservativo devemos verificar se rot(F)=0.

Sabemos que  
∂R ∂Q ∂P ∂R ∂Q ∂P
rot(F ) = − , − , − ,
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
entõ calculemos as derivadas parciais presentes na expressão acima.
∂P ∂P
= 18xy 2 e = 4z
∂y ∂z
∂Q ∂Q
= 18xy 2 e =0
∂x ∂z
∂R ∂R
= 4z e =0 ,
∂x ∂y
assim
rot(F ) = 0 − 0, 4z − 4z, 18xy 2 − 18xy 2 = (0, 0, 0) ,


logo o campo F é conservativo, portanto


~ = ∇f ,
F
ou seja  
~ = (P, Q, R) = ∂f ∂f ∂f
F , ,
∂x ∂y ∂z
assim ˆ
f (x, y, z) = P (x, y, z)dx + A(y, z)
ˆ
f (x, y, z) = (6xy 3 + 2z 2 )dx + A(y, z) ⇒ f (x, y, z) = 3x2 y 3 + 2xz 2 + A(y, z)
ˆ
f (x, y, z) = Q(x, y, z)dx + B(x, z)
ˆ
f (x, y, z) = 9x2 y 2 dy + B(x, z) ⇒ f (x, y, z) = 3x2 y 3 + B(x, z)
ˆ
f (x, y, z) = R(x, y, z)dx + C(x, y)
ˆ
f (x, y, z) = (4xz + 10)dz ⇒ f (x, y, z) = 2xz 2 + 10z + C(x, y)

11
assim
f (x, y, z) = 3x2 y 3 + 2xz 2 + 10z + C .

b) Como o campo F ~ é conservativo, a integral de linha entre dois pontos pode ser
calculada através da função potencial, então
ˆ
F~ · t dl = f (P2 ) − f (P1 )
C

f (1, 1, 1) = 3.12 .13 + 2.1.12 + 10.1 + C ⇒ f (1, 1, 1) = 15 + C


e
f (1, 2, 0) = 3.12 .23 + 2.1.02 + 10.0 + C ⇒ f (1, 2, 0) = 24 + C
então, ˆ
F~ · t dl = f (1, 1, 1) − f (1, 2, 0)
C

= (24 + C) − (15 + C) = 24 + C − 15 − C
ˆ
F~ · t dl = 9.
C

12
¨
(0, 0, 2x3 y + 12x2 y 2 +) · (1, 1, 1)dxdxy
D

13
Notas de Cálculo 3
Marcos Paizante (21) 990142757

Teorema de Green

O teorema de Green é usado para calcular uma integral de linha vetorial sobre uma
curva fechada.
Esse cálculo é feito através da seguinte equivalência

˛ ¨  
∂Q ∂P
F~ (x, y) · d~l = − dxdy
C D ∂x ∂y

A integral de linha sobre uma curva C fechada, bordo de uma região D ⊂ R2 sobre
um campo vetorial F (x, y) ⊂ R2 é igual a integral dupla do rotacional do campo F
sobre a região D. Onde
∂Q ∂P
rot(F~ ) = − .
∂x ∂y

Vamos começar calculando o rotacional do campo F~ , Temos:


F~ = (−y 3 , x3 + exp(y 5 )).
Assim,
∂Q
= 3x2
∂x
lmebre-se que ao derivar Q em relação a x a variável y é constante.
∂P
= −3y 2
∂y
então:
∂Q ∂P
− = 3x2 − (−3y 2 ) = 3x2 + 3y 2 = 3(x2 + y 2 ).
∂x ∂y
Então temos que ˛ ¨
F~ (x, y) · d~l = 3 x2 + y 2 dxdy

C D
Mas note que a região D é um semicı́rculo de raio 1.

14
Como a região D é um cı́rculo. e além disso, nosso integrando é e(x2 + y 2 , isso nos
sugere o uso de coordenadas polares.
Sabemos que a mudança para coordendas polares se faz da seguinte forma:

x = r. cos θ

y = r sin θ

dxdy = rdrdθ ,

assim x2 + y 2 = r2 .
Note também que um semicı́rculo é definido pela região

0≤r≤1 , 0≤θ≤π
Assim a integral dupla fica:
¨ ˆ 2π ˆ 1
2 2
3r2 · rdrdθ

3 x + y dxdy =
D 0 0
ˆ 2π ˆ 1 
3
= 3 r dr dθ
0 0
ˆ 2π 1
r4

= 3 dθ
0 4 0
ˆ 2π 1 ˆ 2π
14 04

= 3 − dθ = 3 dθ
0 4 4 0 0

3 3 3
= · θ|2π
0 = (2π − 0) = · 2π
4 4 4

=
2

Aplicação do Teorema de Green (curvas abertas)

Nesta seção vamos fazer uma adaptação do teorema de Green para o cálculo de uma
integral de linha sobre uma curva aberta.
Seja C uma curva aberta (apenas o arco superior do semicı́rculo). Seja C 0 a base do
semicı́rculo. Assim C ∪ C 0 é uma curva fechada, poratnto nesta curva fechada podemos
usar o teorema de Green, assim:
˛ ¨  
~ ∂Q ∂P
F · tdl = − dxdy (1)
C∪C 0 D ∂x ∂y
Mas ˛ ˆ ˆ
F~ · tdl = F~ · tdl + F~ · tdl
C∪C 0 C C0

15
então
˛ ˆ ˆ ¨  
∂Q ∂P
F~ · tdl = F~ · tdl + F~ · tdl = − dxdy
C∪C 0 C C0 D ∂x ∂y
ˆ ¨   ˆ
∂Q ∂P
F~ · tdx = − dxdy − F~ · tdl
C D ∂x ∂y C0

˛
| {z }

F~ · tdl
C∪C 0
Mas note que o termo sublinhado na equação acima é fácil de calcular, assim precisamos
apenas de calcilar a integral de linha na curva C 0 , e etsa nos vamos resolver ”na mão”,
ou seja parametrizando.
Exercı́cio: Seja F (x, y) = (y 3 + ey + x)j
Solução: Considere a curva fechada C ∪ C 0 . Vamos calcular a integral de linha nesta
curva fechada, usando o teorema de Green.
Pimeiramente vamos calcular rot(F ). Sabemos que
F (x, y) = (y 3 + ey + x)j ⇒ F (x, y) = (0, y 3 + ey + x)
Assim temos P = 0 e Q = F (x, y) = y 3 + ey + x, então:
∂Q ∂P
=1 e = 0,
∂x ∂y
portanto rot(F)=1, assim ˛ ¨
F~ · tdl = 1dxdy
C∪C 0 D
mas a região D deste exercı́cio é a mesma do exercı́cio anterior. Fazendo a mudançdas
variáveis para coordenadas polares, temos:
¨ ˆ πˆ 1
1dxdy = rdrdθ
D 0 0
ˆ π
1 ! ˆ π 2
r2 02

1
= dθ = − dθ
0 2 0 0 2 2
ˆ π
π
1 θ π 0
= dθ = = −
0 2 2 0 2 2
˛ ¨
π
F~ · tdl = 1dxdy = .
C∪C 0 D 2
Mas, conforme explicado na última equação da página anterior, precisamos calcula a
integral de linha na curva C 0 e subtraı́-la da integral de linha ao longo da curva C ∪ C 0
afim de calcular a integral de linha ao longo de C, ou seja:
ˆ ˛ ˆ
~
F · tdl = ~
F · tdl − F~ · tdl
C C∪C 0 C0

16
´
Cálculo de C0
F~ · tdl:

Sabemos que C 0 é o segmento de reta sobre o eixo OX que vai Portanto sua parametrização
é:
α(t) = (t, 0) −1≤t≤1 ,
portanto:
α0 (t) = (1, 0) .
e
F (α(t)) = (0.03 + e0 + t) ⇒ (0, 1 + t).
Logo,
ˆ ˆ t2
F~ · tdl = F (α(t)) · α0 (t)dt
C0 t1
ˆ 1
= (0, 1 + t) · (1, 0)dt
−1
ˆ 1
= 0 × 1 + (1 + t) × 0 = 0dt
−1
ˆ
F~ · tdl = 0.
C0

Então, finalmente,
ˆ ˛ ˆ
F~ · tdl = F~ · tdl − F~ · tdl
C C∪C 0 C0
π
= −0
2
ˆ
π
F~ · tdl = .
C 2

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Caderno de Cálculo 3
Marcos Paizante Cel./WhatsApp: (21) 99294-9496

Nesta nota vamos resolver um exercı́cio onde


˛ vamos verificar o teorema de Green, ou
seja, vamos calcular uma integral do tipo F~ · tdl parametrizando a curva C, e depois
usando o teorema de green, cuja formulação é

˛ ¨  
∂Q ∂P
F · t dl = − dxdy
C D ∂x ∂y

onde C é a curva fechada ao longo da qual desejamos calcular a integral de linha e D


é a região do plano xy da qual a curva C é bordo.

Lembrando que o cálculo de uma integral de linha vetorial também pode ser feito por
ˆ ˆ t2
F · t dl = F (r(t)) · r0 (r)dt
C t1

˛
x2
Exercı́cio: Calcule F · t dl, onde F = (x − y)i+ j e C é bordo da região R que
C 2
é o triângulo de vértices (0, 0), (1, 0) e (1, 1).

Solução: Note que a região R dada neste exercı́cio, tem como borda a curva C que é a
união de três curvas C1 , C2 e C3 como mostrado na figura abaixo.

˛
Então primeiramente vamos calcular F · tdl parametrizando a curva C e depois
C
usando o teorema de Green.

1a Solução: Note que a curva C é composta pela união de três curvas, ou seja
C = C1 ∪ C 2 ∪ C3 ,

18
assim
˛ ˆ ˆ ˆ ˆ
F · t dl = F · t dl = F · t dl + F · t dl + F · t dl
C C1 ∪C2 ∪C3 C1 C2 C3
| {z } | {z } | {z }

(I) (II) (III)

1) Cálculo de (I):

• Parametrização de C1 :
r(t) = (t, 0) , 0 ≤ t ≤ 1.

• Cálculo de r0 (t):
r0 (t) = (1, 0) .
2
• Cálculo de F (r(t)): Vamos reescrever o campo vetorial na forma F = (x − y, x2 ),
assim
t2 t2
F (r(t)) = (t − 0, ) ⇒ F (r(t)) = (t, ).
2 2
então
ˆ ˆ 1
t2
F · t dl = (t, ) · (1, 0)dt
C1 0 2
ˆ 1
t2
= (t · 1 +
· 0)dt
0 2
ˆ 1 1
t2
= tdt =
0 2 0
12 02
= −
2 2
ˆ
1
F · t dl = .
C1 2

2) Cálculo de (II):

• Parametrização de C2 :
r(t) = (1, t) , 0 ≤ t ≤ 1.
• Cálculo de r0 (t):
r0 (t) = (0, 1) .

19
• Cálculo de F (r(t)):
12 1
F (r(t)) = (1 − t, ) ⇒ F (r(t)) = (1 − t, ).
2 2
então
ˆ ˆ 1
1
F · t dl = (1 − t, ) · (0, 1)dt
C1 0 2
ˆ 1
1
= [(1 − t) · 0 + · 1]dt
0 2
ˆ 1
1
1 t
= dt =
0 2 2 0
1 0
=−
2 2
ˆ
1
F · t dl = .
C2 2

3) Cálculo de (III):

• Parametrização de C3 :
r(t) = (1 − t, 1 − t) , 0 ≤ t ≤ 1.

• Cálculo de r0 (t):
r0 (t) = (−1, −1) .
• Cálculo de F (r(t)):
(1 − t)2 t2 − 2t + 1
F (r(t)) = ((1 − t) − (1 − t), ) ⇒ F (r(t)) = (0, ).
2 2

20
então
ˆ ˆ 1
t2 − 2t + 1
F · t dl = (0, ) · (−1, −1)dt
C1 0 2
ˆ 1
t2 − 2t + 1
= (0 · (−1) + ( ) · (−1))dt
0 2
ˆ 1 2
t − 2t + 1
= − dt
0 2
ˆ 1 2 ˆ 1 ˆ 1 
t 1
= − dt − tdt + dt
0 2 0 0 2
" 1 #
1 1
t3 t2 t
= − − +
6 0 2 0 2 0
 
1 1 1
= − − +
6 2 2
ˆ
1
F · t dl = .
C1 6
Agora, somando as três integrais, temos:
˛ ˆ ˆ ˆ
F · t dl = F · t dl + F · t dl + F · t dl
C C1 C2 C3

1 1 1
= + −
2 2 6
˛
5
F · t dl = .
C 6

2a Solução: Agora vamos calcular a integral de linha sobre C usando o teorema de


Green. Primeiramente calculemos o rotacional do campo F .
∂Q ∂P 2x
rot(F ) = − = − (−1) ⇒ rot(F ) = x + 1.
∂x ∂y 2
Note que podemos excrever a região R do problema como uma região de integração do
tipo I, ou seja,
0 ≤ y ≤ x, 0 ≤ x ≤ 1,

21
então
¨   ˆ 1 ˆ x ˆ 1 ˆ x 
∂Q ∂P
− dxdy = (x + 1)dydx = (x + 1)dy dx
R ∂x ∂y 0 0 0 0
ˆ 1  x 

= (xy + y) dx
0 0
ˆ 1
= [(x · x + x) − (x · 0 + 0) ] dx
0
ˆ 1
= (x2 + x)dx
0
1  3
x3 x2 12
  3
0 02  1 1

1
= + = + − − = +
3 2 0 3 2 3
 2 3 2
¨  
∂Q ∂P 5
− dxdy = .
R ∂x ∂y 6
Assim, pelo teorema de Green,
˛ ¨  
∂Q ∂P 5
F · tdl = − dxdy = .
C R ∂x ∂y 6

22
Caderno de Cálculo 3
Marcos Paizante - Wpp (21) 99294-9496

Parametrizações de algumas superfı́cies

1. Cilindro: x2 + y 2 = a2 , com 0 ≤ z ≤ h.
σ(θ, z) = (a cos θ, a sen θ, z) , 0 ≤ θ ≤ 2π , 0 ≤ z ≤ h .
Cálculo do vetor normal:
∂σ ∂σ
~n = ×
∂θ ∂z


i j k

= −a sen θ a cos θ 0

0 0 1
∂σ ∂σ
× = (a cos θ, a sen θ, 0)
∂θ ∂z
Cálculo do módulo do vetor normal:


∂σ ∂σ p
×
∂ϕ ∂θ
= (a cos θ)2 + (a sen θ)2 + 02
√ q
2 2(
(
= a cos θ + a sen θ = a2(
2 2 2 (cos
((θ(+ sen θ)
((( 1


∂σ ∂σ
∂ϕ × ∂θ = a

2. Parabolóide: z = x2 + y 2 , com 0 ≤ z ≤ h.

σ(r, θ) = (r cos θ, r sen θ, r2 ) , 0 ≤ θ ≤ 2π , 0 ≤ r ≤ h.
Cálculo do vetor normal:
∂σ ∂σ
~n = ×
∂r ∂θ


i j k
= cos θ sen θ 2r
−r sen θ r cos θ 0
∂σ ∂σ
× = (−2r2 cos θ, −2r2 sen θ, r)
∂θ ∂z

23
Cálculo do módulo do vetor normal:


∂σ ∂σ p
×
∂ϕ ∂θ
= (−2r2 cos θ)2 + (−2r2 sen θ)2 + r2
√ q
2 2(
(
= 4r cos θ + 4r sen θ + r = 4r4(
4 2 4 2 2 (cos
((θ(+(sen
(( θ)1 + r2
p
= r2 (4r2 + 1)


∂σ ∂σ
2
∂ϕ × ∂θ = r 4r + 1

p
3. Cone: z = x2 + y 2 , com 0 ≤ z ≤ h.

σ(r, θ) = (r cos θ, r sen θ, r) , 0 ≤ θ ≤ 2π , 0 ≤ r ≤ h .

Cálculo do vetor normal:


∂σ ∂σ
~n = ×
∂r ∂θ


i j k

= cos θ sen θ 1
−r sen θ r cos θ 0
∂σ ∂σ
× = (−r cos θ, −r sen θ, r)
∂θ ∂z
Cálculo do módulo do vetor normal:


∂σ ∂σ p
× =
∂ϕ ∂θ (−r cos θ)2 + (−r sen θ)2 + r2
√ q
2 2(
(
= r cos θ + r sen θ + r = r2(
2 2 2 2 2 (cos 1
((θ(+ sen θ) + r
((( 2


= 2r2


∂σ ∂σ
× = r 2
∂ϕ ∂θ

24
4. Esfera: x2 + y 2 + z 2 = a2
σ(ϕ, θ) = (a sen ϕ cos θ, a sen ϕ sen θ, a cos ϕ) , 0 ≤ θ ≤ 2π , 0 ≤ ϕ ≤ π .

Cálculo do vetor normal:


∂σ ∂σ
~n = ×
∂ϕ ∂θ


i j k

= a cos ϕ cos θ a cos ϕ sen θ −a sen ϕ
−a sen ϕ sen θ a sen ϕ cos θ 0

= a2 sen2 ϕ cos θ i + a2 sen2 ϕ sen θ j +


+ (a2 sen ϕ cos ϕ cos2 θ + a2 sen ϕ cos ϕ sen2 θ)k
= a2 sen2 ϕ cos θ i + a2 sen2 ϕ sen θ j +
a2 sen ϕ cos ϕ( 2 2(
θ)1 k
(
+ (cos
((θ(+ (sen
((

∂σ ∂σ
× = (a2 sen2 ϕ cos θ, a2 sen2 ϕ sen θ, a2 sen ϕ cos ϕ)
∂θ ∂z
Cálculo do módulo do vetor normal:

∂σ ∂σ p
∂ϕ × ∂θ =
(a2 sen2 ϕ cos θ)2 + (a2 sen2 ϕ sen θ)2 + (a2 sen ϕ cos ϕ)2
p
= a4 sen4 ϕ cos2 θ + a4 sen4 ϕ sen2 θ + a4 sen2 ϕ cos2 ϕ
q (
2
(
2( 2 1
= a4 sen4 ϕ(
(cos
((θ(+ (sen
(( θ) ) + a4 sen2 ϕ cos2 ϕ
q
2 ((((2( 1
(
= a4 sen2 ϕ(
(sen
((ϕ + cos ϕ)

∂σ ∂σ 2
∂ϕ × ∂θ = a sen ϕ

25

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