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INSTITUTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO - FACULDADE DE EDUCAÇÃO À

DISTÂNCIA
ELIZANGELA DOS SANTOS PEDRO HILDEBRANDO

CONTAGEM
2019
INSTITUTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO - FACULDADE DE EDUCAÇÃO À
DISTÂNCIA
ELIZANGELA DOS SANTOS PEDRO HILDEBRANDO

Artigo Científico encaminhado ao Instituto IPB/FAFIT,


como requisito final para obtenção de novo título como
Pedagoga.

CONTAGEM
2019
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 6
2 NOVAS FORMAS DE INTERAÇÕES VERBAIS E SOCIAIS
QUE VENCEM O TEMPO E O ESPAÇO
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
1
Elizangela dos Santos Pedro Hildebrando

O advento tecnológico deflagrado em nosso século imprimiu muitas


mudanças na sociedade que refletiram em diferentes campos sociais, com
destaque, nesta seara, para o contexto educacional.
No campo educacional elas podem ser percebidas seja por meio dos
tradicionais laboratórios de informática ou do uso de lousa digital, tablets e
smartphones com recursos digitais; o avanço tecnológico tem acarretado
mudanças significativas no espaço escolar e no processo de ensino e
aprendizagem. Esses avanços levam-nos a pensar quais técnicas podem ser
utilizadas a fim de aperfeiçoar o ensino-aprendizagem bem como analisar quais
dessas distanciam ou aproximam o homem de sua essência, uma vez que o
ensino não é algo mecânico e o aluno não é uma máquina de aprender.
Dessa maneira, pretende-se com este trabalho examinar como o uso de
diferentes tecnologias pode influenciar e transformar os métodos de ensino
bem como discutir as mudanças geradas pelo avanço tecnológico da
informação e da comunicação na sociedade contemporânea e a consequente
alteração de conceitos educacionais, propondo ainda uma reflexão que
possibilite perceber a realidade a partir das tecnologias denominadas
inteligentes.
No fito de discutir essas questões, no primeiro capítulo propõe-se uma
análise de como a disseminação de novas formas de comunicação que
integram o cotidiano transforma as práticas de leitura e aquisição de
conhecimento. Dentre elas podemos verificar as novas formas de interações
verbais e sociais que vencem o tempo e o espaço, fazendo surgir novos
fenômenos como o texto eletrônico predominando sobre o texto impresso.
Dessa forma, torna-se cada vez mais necessário pensar sobre como as
tecnologias da informação influenciam o processo educativo e, particularmente,
o ensino de leitura.
2. NOVAS FORMAS DE INTERAÇÕES VERBAIS E SOCIAIS QUE VENCEM
O TEMPO E O ESPAÇO

1
Graduada com Licenciatura Plena em Letras e suas Literaturas e habilitação em Língua
Espanhola pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais em 2010. Pós-graduada em
Educação Inclusiva pelo Instituto Pedagógico Brasileiro em 2017. Graduanda em Pedagogia
pela FAFIT. Licenciada em Educação Especial Inclusiva pela UNISANTA em 2019. E-mail:
elizangelasantos71@yahoo.com.br

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O Estado promoverá e incentivará o
desenvolvimento científico, a pesquisa, a
capacitação científica e tecnológica e a
inovação. (BRASIL, 1988).

O senso comum, geralmente, pensa em tecnologia como algo ligado ao


mundo dos computadores, da informática, entretanto essa é uma ideia um
tanto quanto restritiva partindo da premissa de que o uso da tecnologia é capaz
de:
[...] criar, transformar e modificar materiais, recursos, insumos ou a
natureza como um todo, o entorno social e o próprio homem, em
virtude do engendramento de novas ações, aportes, suportes,
especialmente se resultarem em modificações de todos os envolvidos
(base técnica e relações humanas) pelos novos usos e utilidades.[...]
(MARTINEZ, 2006, p. 2)

Para Martinez (2006) a tecnologia não como um mero conhecimento


técnico que o homem acumula, mas como a capacidade e a arte de estudar,
projetar, produzir ou reutilizar técnicas, equipamentos e objetos.
Congruente com esse conceito e para mais além, Miranda (2007)
defende a ideia do uso de tecnologias educacionais e argumenta que “o termo
não se limita aos recursos técnicos usados no ensino, mas a todos os
processos de concepção, desenvolvimento e avaliação da aprendizagem.”
(MIRANDA, 2007, p. 42).
Segundo a autora, a tecnologia educativa envolve questões de gestão
educacional, de desenvolvimento educacional e também os recursos de
aprendizagem.
Dessa maneira, o uso de diferentes tecnologias aplicáveis à educação
produz o que Menezes (2010) chama de interatividade:

[...] Os sistemas de comunicação evoluem com extrema rapidez e


essa dinâmica é parte da vertiginosa modernidade em que estamos
imersos. Não podemos nos deslumbrar com essas novidades ou ficar
apreensivos pelo perigo de que substituam nossa função de educar.
Mas não devemos ignorar as possibilidades que eles abrem para
aperfeiçoar nosso trabalho, como o acesso a sites de apoio e
atualização pedagógica ou a programas interativos para alunos com
dificuldades de aprendizagem. [...] (MENEZES, 2010, p.122).

Tendo em vista as novas tecnologias educacionais, como por exemplo a


realidade aumentada; o microlearning ; a comunicação por vídeo; os celulares
na sala de aula; e as mais diversas formas de geração de dados e

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personalização do ensino, leva-nos a pensar quais técnicas podem ser
utilizadas a fim de aperfeiçoar o ensino-aprendizagem bem como analisar quais
dessas distanciam ou aproximam o homem de sua essência, uma vez que o
ensino não é algo mecânico e o aluno não é uma máquina de aprender.

3. UM VISLUMBRE DAS NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS APLICÁVEIS


NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

O uso das novas tecnologias na sala de aula é um processo de ensino e


aprendizagem inovador, centrado no aluno e nas suas necessidades, seguindo
uma perspectiva de ensino intuitiva 2. Para atingir esse objetivo, as escolas
devem utilizar metodologias de aprendizagem mais ativas: transfere a
centralidade do processo para o educando, estimula processos investigativos
e, portanto, foca muito mais no desenvolvimento de habilidades e
competências do que na transmissão de informações e conteúdo do professor
para o aluno.
Esta ideia foi defendida por Carl Rogers, psicólogo americano 3 em 1950
e ainda hoje é ratificada pela Base nacional Comum. A BNCC prevê o uso de
tecnologias em sala de aula. Na Base, o uso pedagógico das tecnologias
compreende:

[...] utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação


de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas
sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas
e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
As experiências das crianças em seu contexto familiar, social e
cultural, suas memórias, seu pertencimento a um grupo e sua
interação com as mais diversas tecnologias de informação e
comunicação são fontes que estimulam sua curiosidade e a
formulação de perguntas. O estímulo ao pensamento criativo, lógico e
crítico, por meio da construção e do fortalecimento da capacidade de
fazer perguntas e de avaliar respostas, de argumentar, de interagir
com diversas produções culturais, de fazer uso de tecnologias de
informação e comunicação, possibilita aos alunos ampliar sua

2
O pensar intuitivo é a vivência da própria atividade, não é um patamar onde o ser humano
chega em sua evolução mental e ali se estabelece. Ele não é o ponto de chegada, é o ponto de
partida para uma inédita ampliação da realidade para o homem. O racionalismo é um modo
específico de explorar a razão como meio de abordagem à realidade, no entanto, o pensar
vivenciado é uma atividade além do racionalismo, sem retroceder ao irracional. Não há
prescrição de formas fixas para a manifestação do pensar vivenciado, este permite à
consciência do sujeito a compreensão do seu estado mental e a percepção da gênese de sua
atividade. (VEIGA, 1998, p. 91).
3
os estudos sobre a terapia de adultos e a aprendizagem centrada no aluno promovidos na
década de 1950, influenciaram fortemente a Andragogia e as práticas educativas com ênfase
na autoaprendizagem e na aprendizagem significativa.(BECKER, 2017)

8
compreensão de si mesmos, do mundo natural e social, das relações
dos seres humanos entre si e com a natureza. [...] (BRASIL, 2016)

3.1. A realidade aumentada


Dentre estas novas TICs, a realidade aumentada vem despontando
como uma das mais promissoras tecnologias para uso pedagógico.
Realidade Aumentada é uma tecnologia utilizada para unir o mundo real
com o virtual, através da utilização de um marcador, webcam ou de um
smartphone (IOS ou Android), ou seja, é a inserção de objetos virtuais no
ambiente físico, mostrada ao usuário em tempo real com o apoio de algum
dispositivo tecnológico, usando a interface do ambiente real, adaptada para
visualizar e manipular os objetos reais e virtuais.
Como exemplos dessa tecnologia pode-se citar a

Analisando as publicações levantadas na revisão, buscamos responder


os seguintes questionamentos que nortearam a pesquisa: (a) Quais as práticas
consideradas inovadoras de uso de tecnologias de realidade aumentada estão
sendo aplicadas à educação? (b) Quais as principais barreiras e quais os
impulsionadores para utilização da RA na educação? (c) Em quais áreas do
conhecimento existem mais aplicações? (d) Que tipo de resultados têm sido
observados com a utilização da RA na educação?

O uso das novas tecnologias na sala de aula não garante um processo


de ensino e aprendizagem inovador, centrado no aluno e nas suas
necessidades. O professor tradicional que gosta das aulas centradas em si
mesmo, por exemplo, tenderá a utilizar as novas tecnologias para concentrar
ainda mais o processo, enquanto o professor que reconhece a importância de
mudanças na sala de aula terá mais facilidade para pensar em formas de
utilizar as tecnologias para modificar o processo tradicional e conservador que
ainda prevalece em várias escolas. Essa é a questão-chave para a tecnologia
educativa: desenvolver novas metodologias para sua incorporação no processo
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de ensino e aprendizagem – o qual não envolve apenas o ambiente de sala de
aula presencial, mas está muito além dele – de modo a educar os jovens de
acordo com as exigências complexas da sociedade globalizada. A construção,
organização e processamento do conhecimento precisam ser mais interativas,
flexíveis e amplas. Para Coutinho (2007), o novo cenário mundial exige “uma
abordagem holística do processo educacional que passa pela integração da
tecnologia no currículo com vista a uma expansão do mesmo e a uma
participação mais ativa dos alunos no processo de ensino/aprendizagem”
(COUTINHO, 2007, p. 8). Sobressai a idéia de tecnologia como conhecimento
e possibilitadora de mudanças. Moran (1995) refere-se a um encantamento que
depende de nós, da nossa capacidade de lidar com as tecnologias que nos são
apresentadas, olhar para elas criticamente e, se as considerarmos adequadas,
transformá-las em ferramentas pedagógicas para tornar as aulas centradas nos
aprendizes, e fazer deles pessoas mais autônomas, co-responsáveis pela
construção de seu próprio conhecimento, de seu próprio saber
objetivamos, através deste trabalho, apresentar uma reflexão sobre
como essa “nova revolução” tem influenciado o processo de ensino de leitura
em contextos institucionais, verificando as relações de sentido que são
estabelecidas entre os discursos dos sujeitos alunos e professores
entrevistados e outros já conhecidos. Tomaremos como base teórica os
estudos de autores como Chartier (2002), Coracini (2002), Gregolin (2000) e,
pressupostos teóricos da Análise de Discurso de inspiração francesa,
principalmente, as ideias de Bakhtin (2010).

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REFERENCIAS

DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo, Cortez, 1998

BRASIL. Ministério da Educação. Governo Federal. Base Nacional Curricular


Comum: BNCC-APRESENTAÇÃO. Disponível em: . Acesso em: 07 de Jan.
2016.

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. (org.). O que é interdisciplinaridade? São


Paulo: Cortez, 2008.

MARTINEZ, Vinício Carrilho. Conceito de tecnologia. 2006. Disponível em: 


http://www.gobiernoelectronico.org/node/4652

VEIGA, Marcelo da. Posfácio. In: STEINER, Rudolf. A filosofia da liberdade:


fundamentos para uma filosofia moderna: resultados com base na observação
pensante, segundo método das ciências naturais. São Paulo: Antroposófica,
2000.

MENEZES, Luis Carlos de. Ensinar com a ajuda da tecnologia. In.: Nova
Escola. São Paulo, Ano XXV, Nº 235, set. 2010, p. 122.

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