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13/06/2023, 18:51 Livro Digital: Educação Inovadora

Livro Digital: Educação Inovadora

Site: Moodle IFSC Impresso por: Leticia Mastrangelo Coelho


Curso: Tecnologias Educacionais e Práticas Pedagógicas Data: Tuesday, 13 Jun 2023, 18:51
Livro: Livro Digital: Educação Inovadora

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13/06/2023, 18:51 Livro Digital: Educação Inovadora

Índice

Introdução

1 Tecnologias na Educação

2 Educação Inovadora
2.1 O que é inovação?
2.2 Tipos de inovação
2.3 Como inovar?

3 Metodologias de Aprendizagem com Potencial para Inovação


3.1 Estratégias de Aprendizagem Ativa

4 Tecnologias para a Inovação


4.1 Tecnologias de Destaque
4.2 O que está por vir?
4.3 Tendências para o Planejamento Tecnológico
4.4 Desdobrando tendências
4.5 Desafios para a Adoção de Tecnologias
4.6 Para ficar antenado(a)

5 Educação inclusiva: democratizar também é inovar

6 Metodologia Design Thinking


6.1 Fases do Design Thinking
6.2 Iniciando o trabalho com design thinking

Considerações finais

Referências

Ficha Técnica

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Introdução

Troque o medo do que você não conhece por curiosidade

Atualmente vivenciamos inúmeras mudanças advindas dos avanços tecnológicos, que se refletem nos diversos setores da sociedade. A
cada instante nos deparamos com novas formas de visualizar, compartilhar e interagir; surpreendemo-nos com a velocidade da
distribuição de informações de forma global.

Voluntariamente ou não, todos nós estamos envolvidos neste novo cenário tecnológico.

O uso em aparelhos menores que acompanham os usuários em seus deslocamentos geográficos, possibilitam a conexão quase que em
tempo integral. Segundo Kensky (2013), a rapidez dos avanços tecnológicos e o crescimento exponencial das novas tecnologias, como
smartphones, tablets e celulares, desbancaram o uso dos computadores pessoais. Em menos de duas décadas, as redes informáticas deram
origem a indefinidos recursos que foram incorporados ao nosso cotidiano. Essa situação já leva os principais desenvolvedores,a rotularem
como a era pós PC (do inglês, Personal Computer, ou Computador Pessoal).

Nessa perspectiva, assista ao vídeo abaixo, que representa, com bom humor, como os dispositivos móveis, as redes sociais e a
conectividade constante vêm alterando nossos comportamentos.

EXCÊNTRICO

É interessante observar o quanto as tecnologias interligam e facilitam a vida das pessoas; por outro lado, é necessário refletir sobre seu
impacto na sociedade (conforme ilustra e exemplifica o vídeo acima).

Neste curso, iremos destacar como as tecnologias estão envolvidas na educação, que, por sua vez, precisa também de atualização e
inovação, como afirma Werlayne Leite (2014) em seu artigo Sociedade moderna e tecnologias na educação:

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 Na atualidade, as Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs vêm causando transformações em todas as


áreas do conhecimento e afetando os ambientes, sociocultural, político, econômico e educacional
contemporâneos. Essas tecnologias passaram a fazer parte efetiva do cotidiano moderno. As relações do
homem moderno com o mundo estão, de modo crescente, sendo mediadas por recursos tecnológicos. As TICs
vêm assumindo, cada vez mais importância, em especial, na educação. Considera-se que a introdução de novos
meios tecnológicos no ensino irá produzir efeitos positivos na aprendizagem, porque esses meios poderão
modificar e melhorar o modo como os professores ensinam e também como os alunos aprendem (LEITE, 2014,
p.2).

Essa contextualização inicial sobre as tecnologias no mundo e as transformações provocadas por seu desenvolvimento na sociedade atual
serve para mostrar a abrangência e a importância da tecnologia na atualidade, sendo esse o ponto de partida do nosso estudo neste
curso. Vamos agora estudar e entender um pouco mais os conceitos e a evolução das tecnologias e depois as perspectivas do que está
por vir.

Bom estudo!

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1 Tecnologias na Educação

No amplo estudo das tecnologias aplicadas ao desenvolvimento educacional, ou simplesmente das tecnologias educacionais, é comum a
utilização de termos como "tecnologia", "tecnologia de informação e comunicação", "mídia", "mídias de massa", "mídias digitais", "novas
mídias", "internet", "web 2.0", entre outros. Muitas vezes os termos são adotados como sinônimos, de modo pouco rigoroso. Como são
termos amplos, difusos e, muitas vezes, convergentes, sua conceituação torna-se difícil e controversa, de modo que dependerá
essencialmente da base de autores utilizadas para esse fim.

Para melhor compreensão, vamos trabalhar um pouco da história da tecnologia na educação,


entendendo primeiramente os marcos do início dessa área. Segundo as colocações dos
autores Altoé e Silva (2005), no ramo da educação, a história da tecnologia surgiu nos Estados
Unidos a partir da década de 1940, momento em que a tecnologia foi utilizada para formar
especialistas militares durante a Segunda Guerra Mundial. Já como matéria no currículo
escolar, a tecnologia educacional surgiu nos estudos de educação, na Universidade de
Indiana, em 1946.

Durante a década de 1950, a psicologia da aprendizagem tornou-se campo de estudo curricular da tecnologia educacional. Já na década
de 60, houve grande avanço no desenvolvimento dos meios de comunicação de massa no âmbito social. A "revolução eletrônica" foi
sustentada em um primeiro momento pelo rádio e pela televisão.

Para fortalecer o impulso da tecnologia na educação, na década de 1970, houve o marco do desenvolvimento da informática, com a
utilização de computadores no ensino assistido por computador – EAC, que ocorreu nos Estados Unidos, momento de realização de
experiências para mostrar que a utilização de computadores no ensino poderia ser eficaz e econômica, já que professores poderiam
propor novas possibilidades de estudo com seu conhecimento de conteúdos.

As tecnologias acompanham o crescimento da humanidade em diferentes descobertas e atingem diversas áreas de atuação. Na educação,
as tecnologias auxiliam e podem promover melhores apresentações de conteúdos e interações, mesmo entre pessoas localizadas em
diferentes locais do globo terrestre. A escola e as tecnologias são eleitas para atender a sociedade e suas demandas, acompanhando o
contexto em que se encontra. “A escola de hoje é fruto da era industrial, foi estruturada para preparar as pessoas para viver e trabalhar na
sociedade e agora está sendo convocada a aprender, devido às novas exigências de formação de indivíduos” (SERAFIM; SOUZA, 2011, p.
20).

Desta forma, podemos dividir em quatro grandes períodos a história das tecnologias educacionais - se é que podemos chamá-las assim,
uma vez que a maior parte das inovações tecnológicas se deu em outros campos, sendo, na maior parte das vezes, apenas adaptada para
o ensino e a aprendizagem. De todo modo, podemos dividir essa história da seguinte maneira:

1400 - 1900 - período da democratização do saber, em especial como o surgimento da imprensa.


1900 - 1970 - período da automatização de processos do qual faz parte a Revolução Industrial.
1970 - 2000 - período da informática na educação e inclusão digital nas escolas - é nesse período que se desenvolve a informática e as
TICs.
2000 - 2019 - período do conhecimento nas mãos do usuário, que é nosso cotidiano pautado pelos smartphones e dispositivos móveis.

Apresentamos, a seguir, uma linha do tempo adaptada do site Porvir que representa a evolução do uso de tecnologias na educação.

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Tecnologias na
Educação
A linha do tempo a seguir apresen
principais Tecnologias utilizadas na E

1500 1600 1700

Reuse Rights of use Embed 


Adaptado do site PorvirAcessado em 21/06/2017.

Caso não consiga acessar a linha do tempo das tecnologias educacionais, faça o download dela clicando aqui.

De fato, desde a invenção do quadro-negro, passando pela chegada do projetor de transparências, da


fotocopiadora e do videocassete, o foco da tecnologia em sala de aula vinha sendo a apresentação da
informação. Mas, no século 21, em razão da disseminação de computadores e de programas interativos, o
desafio agora é outro: como acessar a informação.

A área educacional está se adaptando às caraterísticas da nova sociedade, formada por indivíduos com
perfil já modificado pela convivência com as tecnologias. Hoje as crianças têm contato com as tecnologias
desde os primeiros anos de vida e, assim, já crescem ambientadas às novas formas de interagir, trocar
conhecimentos e realizar estudos. A educação pode ser partilhada pelos estudantes no contexto da comunidade onde vivem e também
através de ferramentas disponibilizadas pelas tecnologias, incluindo as redes sociais, através de computadores e/ou dispositivos móveis.
Enfim, a escola atual precisa se organizar de forma inovadora, empreendedora, para efetivar planos de trabalhos, levando em consideração
as necessidades colocadas pela sociedade tecnológica. Os desafios na aprendizagem e para manter a motivação se tornam ainda maiores,
sendo preciso buscar formas atraentes de ensino dentro e fora de sala de aula.

Nesse cenário, Moran (2013) coloca que as escolas


precisam buscar propostas inovadoras que se apoiem
em um conjunto de eixos, tais como:

Conhecimento integrador e inovador – novas


formas de trabalhar conteúdos;

Desenvolvimento de autoestima - valorização do


aluno;

Formação de estudantes empreendedores –


criativos e com iniciativas;

Construção de alunos cidadãos – com valores


individuais e sociais.

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As TICs favorecem essas práticas, pois contribuem para a ocorrência das interações dentro do processo educacional no qual o objetivo
maior está na aprendizagem motivadora, em que alunos e professores se sentem parte do processo de construção coletiva na formação
de cidadãos atuantes na sociedade onde vivem.

O nível de influência das TICs na educação chega ao ponto de alterar a forma como as aulas são planejadas, pois não basta o professor
preparar uma aula fechada, entre as quatro paredes da sala de aula; ele precisa prever aulas que se conectem com assuntos do dia a dia
do aluno, seja na comunidade, cidade, estado, país ou mundo. Veja Abaixo o video onde o Prof. André Azevedo da Fonseca da UEL fala
sobre como usar as Novas Tecnologias na Educação.

Como usar as Novas Tecnologias na Educação: sala de aul…


aul…

Gradativamente professores e alunos estão visualizando novas formas de trabalhar o processo de ensino e aprendizagem, que passa a
ocorrer de forma mais colaborativa, já que o professor deixa de ser soberano, dono do conhecimento. Os alunos passam a ter um papel
mais ativo, deixam de ser meros expectadores de apresentação de conteúdos e passam a trabalhar em conjunto com o professor na
construção do conhecimento e do processo de ensino e aprendizagem. O comportamento do professor se enriquece quando executa as
funções de mediador, incentivador ou motivador da aprendizagem, apresentando-se como elo entre o aprendiz e sua aprendizagem,
sempre inovando na aplicação de metodologias e tecnologias que estão a sua disposição.

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2 Educação Inovadora

Braz Rodrigues Nogueira ficou conhecido como o educador que inovou na educação utilizando uma marreta. Isso mesmo: uma marreta.
Foi, literalmente, derrubando muros e paredes, que o então diretor de uma escola de Heliópolis, São Paulo, deu início a uma gestão
participativa com a comunidade, promovendo também a colaboração entre alunos e professores. Confira a palestra dele no
TEDxRibeirão, clicando aqui.

"Tiramos várias paredes internas da escola. Tiramos o muro de alvenaria. Mas as paredes que precisamos tirar são outras. São paredes
invisíveis, aquelas que estão nas nossas cabeças e são muito mais difíceis de quebrar" diz Braz Nogueira em sua palestra. Os cenários são
complexos, os problemas envolvem uma série de fatores, e é justamente por isso que precisamos de um olhar inovador para a educação.

Complementando essa ideia, assista, no vídeo que segue, alguns trechos selecionados de uma entrevista realizada pelo programa "Um
Brasil" com três educadores e suas experiências com inovação.

Trechos da entrevista Um Brasil - Práticas Inovadoras Educ…


Educ…

Legenda: Trechos de entrevista


Vídeo completo em: https://www.youtube.com/watch?v=2zlJvC7_054


Você precisa saber
Para José Manuel Moran, pesquisador de Novas Tecnologias, "uma educação inovadora pressupõe desenvolver
um conjunto de propostas com alguns grandes eixos que se integram, se complementam, se combinam. Os eixos
precisam estar focados em uma aprendizagem inovadora, no desenvolvimento da
autoestima/autoconhecimento, na formação do aluno-empreendedor e do aluno-cidadão." Clique no botão que
segue e conheça melhor cada um dos eixos propostos por Moran.

 Artigo: A contribuição das Tecnologias para uma Educação Inovadora

Como conclui Moran, no artigo anterior, "As tecnologias não são a solução mágica, mas permitem pensar em alternativas que otimizem o
melhor do presencial e o melhor do virtual" (MORAN, 2004, p. 355). A aplicação da tecnologia por si só não garante que os problemas
sejam resolvidos, que os alunos aprendam melhor ou que os processos fluam com mais agilidade. É preciso se apropriar da tecnologia e
utilizá-la de forma criativa, colaborativa e aliada com objetivos propostos.

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2.1 O que é inovação?

A inovação acompanha a humanidade desde sempre na busca pela sobrevivência e melhores condições de vida. A escrita, o fogo, o motor
a vapor e a lâmpada, por exemplo, são descobertas e artefatos que foram incorporados pelo ser humano e mudaram a nossa forma de
viver.

Inicialmente, a inovação era movida pelo chamado “gênio inventor” – indivíduo que mergulhava em suas ideias, nos laboratórios
domésticos, geralmente de forma independente, e, a partir de experimentos, criava artefatos que depois seriam absorvidos pela
sociedade. Por exemplo, Thomas Edison, Leonardo Da Vinci, Melitta Bentz e Santos Dumont. Em seguida, com o crescimento das grandes
empresas, surgiram os centros de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), com alto investimento e equipes de especialistas. É o caso da Xerox,
3M, Bell Labs, entre outras. Em contraponto aos grandes centros de P&D, observa-se uma terceira era, a dos inovadores de garagem e das
startups – ideias e soluções ligadas principalmente à tecnologia digital, encabeçada por nomes como Intel, Apple, Google, Facebook,
Linkedin e WhatsApp.

Hoje, vivemos a chamada "era da inovação aberta", da cocriação. Não é que não existam mais gênios inventores ou grandes centros de
P&D, mas entendemos que juntos podemos mais. Nesse sentido, a inovação também passa a ser mais estudada e incentivada para além
das empresas e centros de pesquisa. Falamos cada vez mais em inovação social, inovação em serviços públicos, inovação nas cidades,
inovação política e, claro, inovação na educação.

Mas, e aí... o que se entende por inovação, afinal? Navegue pelos slides que seguem para conhecer alguns conceitos de inovação.


Observe que os conceitos tratam de dois pontos chave da inovação: a novidade e a aplicação/aceitação dessa novidade.

A invenção mais conhecida do Thomas Edison é a lâmpada incandescente. Mas quando criou a lâmpada, Edison sabia que ela não
seria útil sem um sistema de geração e transmissão de energia elétrica. Então, criou esse sistema também. É aí que reside a inovação:
não no artefato em si, mas na visão de como esse artefato poderá ser incorporado pela sociedade.

A partir desse exemplo, é importante diferenciarmos descoberta, invenção e inovação. Veja:

Descoberta é a revelação de coisas ou fenômenos. Quando alguém percebe esse fenômeno pela primeira vez, caracteriza-se
uma descoberta.

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Invenção é algo inédito produzido pelo ser humano, independentemente da sua utilidade, que geralmente pode ser replicado e/ou
patenteado.

Inovação é quando alguma ideia passa a ser incorporada por outras pessoas e é vista como novidade por elas.

Nem toda descoberta leva a uma invenção e nem toda invenção leva a uma inovação. Por outro lado, inovações podem nos levar a novas
descobertas e facilitar que novos inventos surjam. A criação do WhatsApp, por exemplo, foi possível em função de ter partido de uma
série de inovações anteriores. A descoberta de um novo planeta, de uma nova substância, de um novo vírus são todas impulsionadas pelas
inovações anteriores.

Nesse sentido, precisamos considerar que “a inovação existe em determinado lugar, tempo e circunstância, como produto de uma ação
humana sobre o ambiente ou meio social” (CUNHA, 2008, p. 24). Isto é, a inovação tem um tempo: soluções que já foram inovação no
passado, hoje já não são mais novidade. Da mesma forma, a inovação tem um contexto: ideias que podem não ter aplicação ou não serem
novidade para uma determinada realidade, podem ser altamente inovadoras para outras. É o caso das lâmpadas de garrafa PET do
brasileiro Alfredo Moser, que já iluminam casas no mundo inteiro.

No próximo tópico, você verá alguns tipos de inovação e entenderá melhor como desenvolver um comportamento criativo em busca da
inovação.

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2.2 Tipos de inovação

Pare um segundo para fazer uma viagem no tempo. Nós vamos para 1999, 20 anos atrás (nem foi tanto assim, né?). Você se lembra de
onde estava e o que fazia? Como você se comunicava com as pessoas? Como buscava informações? De lá pra cá uma série de inovações
impactaram significativamente a nossa vida. A expansão da internet, a evolução dos computadores e, mais recentemente, a popularização
dos smartphones nos trouxe facilidades antes nem imaginadas. Junto às facilidades, também surgem novas rotinas, novas necessidades e
novos problemas (além dos velhos).

O físico Adam Kahane comenta que hoje lidamos com diversos problemas complexos para os quais não há uma única solução, uma
resposta certeira. Para estes desafios, e a educação é um deles, o nosso olhar deve ser sistêmico e nosso direcionamento inovador.

Mas antes de tratarmos de como inovar, vale compreender que há dois tipos básicos de inovação: a incremental e a radical.

A inovação incremental é aquela que mantém as características básicas de determinada solução, mas adiciona ou altera outros
elementos que potencializam o seu resultado. Por exemplo, a bicicleta sem marchas e a bicicleta com marchas. Outro exemplo, se
olharmos para inovação em serviços, poderíamos mencionar o atendimento de postos de saúde com uma nova organização dos
agendamentos.

A inovação radical (ou para alguns autores, disruptiva) é aquela que modifica substancialmente uma realidade a partir de uma ideia.
Por exemplo: o MP3 em relação ao CD, assim como o e-mail e a internet móvel. Alguns pesquisadores recentes também consideram
o Uber e o Airbnb exemplos de inovações radicais que descentralizam a oferta, feita pela e para a rede, e avaliada pelos próprios
usuários.

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Seja incremental ou radical, o importante é saber que você também pode inovar!

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2.3 Como inovar?

Bom, agora que você já está ciente do que é inovação e porque ela é importante nos dias de hoje, podemos seguir caminho e
compreender o comportamento inovador.

Retomando os conceitos de inovação que vimos anteriormente, você deve lembrar que os dois elementos que caracterizam a inovação
são a novidade e a aplicação/incorporação da novidade pelas pessoas. Nesse caso, é recomendado:

 Conhecer bem o que existe


Manter-se informado, conhecer outras soluções para situações similares, coletar referências positivas e se apropriar do que já existe são
práticas que ajudam a fomentar novas ideias.

 Conhecer bem as pessoas


Se para ser inovação uma ideia deve ser útil para as pessoas, é essencial que se conheça bem as pessoas. Empatia e colaboração, nesse
caso, são práticas essenciais para um comportamento inovador.

Legenda: Pensamento Criativo


Fonte: Brown (2010).

Além disso, inovar exige ao mesmo tempo boas ideias e capacidade de executar essas ideias. Joy Paul Guilford, um psicólogo que estudou
criatividade, colabora nesse sentido dizendo que há dois tipos de pensamento criativo que se complementam: o divergente e o
convergente.

No pensamento divergente nossa mente está aberta. É o momento de criar opções, de colocar pra fora todas as ideias e impressões, por
mais malucas que elas pareçam. Uma ideia pode levar à outra, então, no pensamento divergente não se faz nenhuma análise ou crítica.

Já no pensamento convergente, nosso foco está em considerar o contexto e analisar todas as ideias. Criticar, questionar, relacionar e
fazer escolhas.

De modo geral, alternamos estes modos de pensar durante o dia, dependendo das situações. Mas é comum que não consigamos nos
desconectar da mente analítica, que critica ideias. Por isso, quando nos deparamos com um problema, procuramos logo fazer escolhas
para encontrar uma solução. Nesse caso, partimos das opções disponíveis, que nem sempre resolvem a situação.

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Para chegar em um lugar diferente, é preciso fazer um caminho diferente.

Divergente e convergente – Como ser mais criativo?

 Ainda sobre esse assunto, leia o texto que o professor Luís Lindner escreveu para o site Vem convergir.

Acesse aqui

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3 Metodologias de Aprendizagem com Potencial para Inovação

Se pensarmos bem, é natural que, com um maior envolvimento no nosso próprio processo de aprendizagem, aprendamos mais. É mais
fácil dar um significado ao que estamos aprendendo quando questionamos e experimentamos. A compreensão dos conteúdos tende a ser
mais ampla e profunda.

A vida é um processo de aprendizagem ativa, de enfrentamento de desafios cada vez mais


complexos. José Moran

As metodologias ativas de aprendizagem surgem como uma possibilidade de maior envolvimento dos educadores e dos estudantes no
processo de ensinar e aprender.

Mas o que são Metodologias Ativas?

 Metodologias ativas são estratégias de ensino centradas na participação efetiva dos estudantes na construção
do processo de aprendizagem, de forma flexível, interligada e híbrida. As metodologias ativas, num mundo
conectado e digital, expressam-se por meio de modelos de ensino híbridos, com muitas possíveis combinações.
José Moran

Você precisa saber

 Para compreender a importância das Metodologias Ativas e como elas estão impactando na educação, leia o
artigo do professor José Manuel Moran.

 Artigo: Mudando a educação com metodologias ativas

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3.1 Estratégias de Aprendizagem Ativa

Nesta seção vamos compartilhar algumas estratégias de Aprendizagem Ativa, que são um conjunto de práticas que põe o estudante no
papel de protagonista do seu processo de aprendizado, retirando-o do papel passivo de receptor do conhecimento.

 Avaliação pelos pares de erros deliberados (PETTY, 2004)

 Aula estruturada no formato de perguntas (GUDWIN'S, 2018)

 Perícia (PETTY, 2002)

 Análise e Explicação de Modelos (CARROL, 1994 apud PETTY, 2002)

 Piloto e Navegador (PETTY, 2004)

 Métodos de movimento completo (PETTY, 2004)

 Instrução entre Pares (Peer Instruction-PI) (CROUCH; MAZUR, 2001)

 Aprendizagem Baseada em Problemas (MEZZARI, 2011)

 Arco de Maguerez (COLOMBO; BERBEL, 2007)

Este texto foi cedido pelo Prof. Bartholomeo Barcelos (2018) como contribuição com a unidade curricular e complementado pelas professoras Rafaela Lunardi Comarella
(2019) e Caroline Lengert (2020)

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4 Tecnologias para a Inovação

Os especialistas que participaram da elaboração do relatório NMC Horizon Report (2017), que apresenta as tendências para a educação
nos próximos anos, concordam que as tecnologias são relevantes para o planejamento e para as decisões na área da educação. Os
critérios para a escolha das tecnologias apresentadas abaixo consideraram o respectivo potencial e relevância para o ensino, a
aprendizagem e o desenvolvimento da criatividade nos processos educacionais e estão organizadas em sete categorias descritas a seguir.

As tecnologias de consumo
São ferramentas criadas para fins recreativos e profissionais que não foram concebidos, pelo menos inicialmente, para uso
educacional, embora possam servir bem como uma ajuda para o aprendizado e são adaptáveis ​para uso em instituições
educacionais. Essas tecnologias podem ser aplicadas em instituições porque as pessoas já as utilizam em casa ou em outros
ambientes.

Drones
Ferramentas de comunicação em tempo real
Robótica
Tecnologias úteis no dia a dia, como planilhas, editor de texto.

Estratégias digitais
Não são tecnologias, mas são formas de usar dispositivos e softwares para enriquecer o ensino e o aprendizado, seja dentro ou fora
da sala de aula. Estratégias digitais eficazes podem ser usadas na aprendizagem formal e informal; o que os torna interessantes é que
eles transcendem as ideias convencionais para criar algo novo, significativo e inovador.

Recursos para localização, como os mapas


Espaços de criação
Tecnologia de preservação e conservação

Tecnologias da Internet
Incluem técnicas e infraestruturas essenciais que ajudam a tornar as tecnologias com as quais interagimos em rede mais
transparentes e mais fáceis de usar.

Blockchain, ou rede de segurança com blocos encadeados, muito utilizada nas transações com criptomoeda (bitcoin)
Digital Scholarship, traduzido do inglês como bolsa digital, refere-se aos recursos digitais utilizados para fins de pesquisas
acadêmicas.
Internet das Coisas
Syndication Tools ou plataformas de distribuição de conteúdo, como o Slideshare, o Tumblr, o iTunes e o Youtube.

Tecnologias da Internet para educação


Incluem ferramentas e recursos desenvolvidos expressamente para o setor de educação. Contemplam recursos que podem incluir
ferramentas adaptadas a outros propósitos juntamente com estratégias que os tornam úteis para o aprendizado. Estes incluem
tecnologias que estão mudando a paisagem da educação, seja formal ou informal, tornando-a mais acessível e personalizada.

Tecnologias de aprendizagem adaptativa


Tecnologias para microlearning, utilizadas em processos de aprendizagem em ambientes mediados
Aprendizagem móvel
Próxima geração de Ambientes Virtuais de Aprendizagem

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Laboratórios Virtuais e Remotos, que são os laboratórios virtuais para experiências científicas

Tecnologias de redes sociais


Poderia ter sido incluído na categoria de tecnologia de consumo, mas elas se tornaram tão onipresentes e tão amplamente utilizadas,
em todos os cantos da sociedade, que foram elevadas à sua própria categoria. As redes sociais continuam a evoluir em ritmo
acelerado, com novas ideias, ferramentas e desenvolvimentos entrando em operação constantemente.

Crowdsourcing, que é um processo colaborativo, que acontece quando as pessoas se reúnem pelas redes sociais e compartilham
conhecimentos para resolver problemas e desenvolver novas soluções
Identidade Virtual ou identidade on-line, é a identidade social que um usuário utiliza em comunidades virtuais ou sites
Redes Sociais Virtuais
Mundo Virtual, que são os ambientes imersivos que simulam ambientes reais, nos quais os usuários interagem por meio de
avatares.

As tecnologias de visualização
Abrangem desde infográficos simples até formas complexas de análise de dados visuais. O que eles têm em comum é que eles
aproveitam a capacidade inerente do cérebro de processar rapidamente informações visuais, identificar padrões e sentir a ordem em
situações complexas. Essas tecnologias constituem um grupo crescente de ferramentas e processos, para a mineração de grandes
conjuntos de dados, a exploração de processos dinâmicos e, em geral, para simplificar algo complexo.

Impressão 3D
Visualização de Informações, através de linhas do tempo ou infográficos
Realidade Mista
Realidade Virtual

Tecnologias Facilitadoras
São aquelas que têm o potencial para transformar e modificar aquilo que esperamos dos nossos dispositivos e ferramentas. Fazer
uma conexão com a aprendizagem utilizando essas tecnologias pode ser mais difícil, mas é a partir desse grupo de tecnologias que a
verdadeira inovação tecnológica do futuro começa a se desenvolver. São tecnologias que permitirão ampliar o alcance das
ferramentas e, por conseguinte, torná-las mais capazes e úteis e, muitas vezes, mais fáceis de serem utilizadas também.

Computação Afetiva
Inteligência Artificial
Big Data, ou seja, a área que trata, analisa e obtém informações a partir de um conjunto de dados
Eletrovibração, ou TouchScreen - tela sensível ao toque
Tela Flexível ou tela visual eletrônica
Banda larga móvel, através de redes portáteis ou sem fio
Nova geração de baterias, com maior capacidade e mais segurança
Open Hardware, ou circuitos eletrônicos e hardware de computador que podem ser copiados
Speech-to-Speech Translation ou tradução simultânea de fala
Assistentes Virtuais
Redes wireless com maior potência

1) Traduzido do NMC Horizon Report 2017.

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13/06/2023, 18:51 Livro Digital: Educação Inovadora

4.1 Tecnologias de Destaque

Dentre todas estas tecnologias que acabamos de ver, os especialistas destacaram 6 com o potencial para promover mudanças reais na
educação. Particularmente no desenvolvimento de pedagogias e estratégias de aprendizagem ativas, a organização do trabalho dos
professores e a organização e entrega de conteúdo.

Essa previsão foi feita a partir do NMC Horizon Report, publicado em 2017. Podemos ver que algumas de suas previsões já estão se
tornando realidade. O nosso papel agora, como docentes, é nos atualizar sobre essas tecnologias, e buscar lutar contra as barreiras e
desafios que ainda atrapalham o seu uso na educação. Para isso, nosso papel como professores se amplia: seremos desde atores políticos,
exercendo pressão por mais investimento e estrutura; até atores locais, criando e inovando na fase prática da sala de aula. Vamos conhecer
um pouco mais sobre essas tecnologias que o relatório destaca:

Tecnologias de aprendizagem adaptativa


Incluída no movimento de aprendizagem personalizada e
intimamente ligada à análise de aprendizagem, as tecnologias
para aprendizagem adaptativa referem-se aos recursos para
monitorar o progresso do aluno, usando os dados para
modificar o treinamento a qualquer momento. As tecnologias
de aprendizagem adaptativa, de acordo com a EDUCAUSE, "são
ajustadas dinamicamente ao nível ou tipo de conteúdo do curso
com base nas habilidades ou habilidades de um indivíduo, para
acelerar o desempenho do aluno com intervenções educativas
ou automatizadas". Essas tecnologias, possibilitadas pelo
aprendizado da máquina, podem ser adaptadas a um aluno em
tempo real, fornecendo a educadores e alunos dados acionáveis.
O objetivo é levar os alunos com precisão e lógica por meio de
uma trajetória de aprendizagem, promovendo a aprendizagem
ativa, focando nas populações de alunos em risco e avaliando os
fatores que afetam a conclusão dos estudos e o sucesso do
aluno. Os defensores da aprendizagem adaptativa acreditam
que ela pode ser uma solução para o "triângulo de ferro" dos
desafios educacionais: custo, acesso e qualidade.

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Aprendizagem móvel
A onipresença dos dispositivos móveis está mudando a maneira
como as pessoas interagem com o conteúdo e seus arredores. À
medida que o poder de processamento de smartphones,
smartwatches e tablets continuam a aumentar drasticamente, o
aprendizado móvel permite que os alunos acessem materiais em
qualquer lugar, geralmente em vários dispositivos. A
conveniência está impulsionando a demanda por essa
estratégia, com potencial para novos modelos de ofertas móveis
aprimoradas que podem aumentar o acesso à educação. Os
professores estão usando os recursos dos celulares para
incentivar abordagens de aprendizado mais profundas, criando
novas oportunidades para os alunos se conectarem ao conteúdo
do curso. Aplicativos móveis, por exemplo, permitem
comunicação bidirecional em tempo real e ajudam os
educadores a responder de forma eficiente às necessidades dos
alunos. Esse desenvolvimento está causando impacto tanto na
oferta quanto na criação de conteúdo educacional. Pesquisas de
campo revelaram que os educadores ainda precisam de apoio
técnico e pedagógico de suas instituições para integrar os
celulares em seus currículos.

Internet das coisas


A Internet das Coisas (IoT) é um conceito que descreve objetos
dotados do poder de um computador através de processadores
ou sensores embutidos capazes de transmitir informações
através de redes. Essas conexões permitem gerenciamento
remoto, rastreamento de status, localização e alertas. As
instituições educacionais podem aplicar os recursos da IoT,
usando dados para otimizar os processos e promover a
sustentabilidade. Os dispositivos conectados podem gerar
informações sobre o aprendizado dos alunos, informando sobre
a direção da oferta de conteúdo e o planejamento institucional.
À medida que mais dispositivos inteligentes chegam, as
instituições podem examinar as implicações para privacidade e
segurança. Alguns tecnólogos preveem um crescimento
explosivo nesta área, o que influenciará os objetivos do ensino
de engenharia, principalmente. As instituições são parceiras da
indústria para proporcionar aos alunos experiências práticas que
projetam e constroem dispositivos de IoT, equipando-os com as
habilidades necessárias para atender às necessidades do mundo
do trabalho.

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A próxima geração de AVEA


Ambiente virtuais de ensino-aprendizagem ou sistemas de
gerenciamento de aprendizagem (Learning Management
Systems - LMS), se incluem em uma categoria de softwares e
aplicativos da Web que permitem a entrega on-line de materiais
do curso, além de monitorar e relatar a participação dos alunos.
Visto como um local centralizado para o conteúdo e para as
trocas de experiências de aprendizado, o AVEA foi adotado por
instituições educacionais em todo o mundo para administrar
cursos on-line e híbridos. É normal que os alunos tenham acesso
a programas e leituras, possam enviar tarefas, revisar notas e
contatar seus colegas e professores por meio do AVEA de sua
instituição, enquanto os professores supervisionam a
participação e o desempenho dos alunos. No entanto, o atual
AVEA tem uma capacidade limitada, porque eles se concentram
muito na administração da aprendizagem, em vez de
aprenderem por si próprios. A próxima geração de AVEA,
também chamado ambiente digital de aprendizagem de
próxima geração (NGDLE), refere-se ao desenvolvimento de
espaços mais flexíveis para atender a personalização do ensino,
cumprir as normas de desenho universal e desempenhar um
papel mais importante na avaliação formativa da aprendizagem.

Inteligência artificial
No campo da inteligência artificial (IA), os avanços na ciência da
computação estão sendo usados ​para criar máquinas
inteligentes que mais se assemelham aos seres humanos em
suas funções. A engenharia do conhecimento que permite que
os computadores possam simular a percepção humana, a
aprendizagem e a tomada de decisão é baseada no acesso a
categorias, propriedades e relações entre diferentes conjuntos
de informações. O aprendizado de máquina é um subconjunto
da IA, que dá aos computadores a capacidade de aprender sem
serem programados explicitamente. Como outra importante
área de pesquisa, as redes neurais imitam a função biológica do
cérebro humano para interpretar e reagir a estímulos
específicos, como palavras e tom de voz. As redes neurais são
valiosas para interfaces de usuário naturais mais sofisticadas, por
meio de reconhecimento de voz e processamento de linguagem
natural, e permitem que os seres humanos interajam com as
máquinas de maneira semelhante à interação entre elas. À
medida que as tecnologias subjacentes continuam a se
desenvolver, a IA tem o potencial de melhorar o aprendizado
on-line, o software de aprendizado adaptativo e os processos de
pesquisa de uma maneira que responda e se envolva com os
alunos de forma mais intuitiva.

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A interface natural
Uma lista crescente de dispositivos construídos com interfaces
naturais de usuário (NUIs) aceita entradas na forma de pulsação,
arrasto e outras formas de tocar, movimentos da mão e do
braço, movimento do corpo e, cada vez mais, linguagem natural.
Tablets e smartphones foram um dos primeiros dispositivos que
permitiram aos computadores reconhecer e interpretar gestos
físicos como meio de controle. Esses NUIs permitem que os
usuários participem de atividades virtuais com movimentos
semelhantes aos que usariam no mundo real, manipulando o
conteúdo de maneira intuitiva. Há um nível crescente de
fidelidade interativa nos sistemas que englobam gestos,
expressões faciais e suas nuances, bem como a convergência da
tecnologia de detecção de gestos com o reconhecimento de
voz. Embora já existam muitas aplicações de reconhecimento de
voz e gestual, desenvolvimentos em tecnologia háptica,
sensações táteis que transmitem informações ao usuário, estão
criando novas áreas de pesquisa científica e aplicação na
educação.

1) Traduzido do NMC Horizon Report 2017.

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13/06/2023, 18:51 Livro Digital: Educação Inovadora

4.2 O que está por vir?

 "O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas a
aplicação desses conhecimentos e dessa informação para a geração de conhecimentos e de dispositivos de
processamento/comunicação da informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e seu
uso" (CASTELLS, 2003, p. 69).

"Essa nova possibilidade criada pelo uso do conhecimento para realimentar inovações torna exponencial o seu
ritmo, requerendo um constante acompanhamento em suas diversas aplicações. Assim é que se entende a
sociedade pós-industrial como sociedade do conhecimento, trazendo para o centro a educação e o acesso à
informação, com influência direta nas instituições educacionais, em suas diferentes dimensões" (KIPNIS, 2009, p.
209).

Conforme nos explicam Castells (2003) e Kipnis (2009), vivemos em um ciclo que transita de modo constante entre a inovação e seu uso,
em um ritmo rápido, e que requer constante acompanhamento. É o contexto da Sociedade do Conhecimento, que insere a informação
no centro de suas atividades, nos mais diferentes setores, incluindo a educação. Alteram-se as perspectivas para os professores que têm a
responsabilidade de preparar um aluno que, por sua vez, vive em um mundo que rapidamente se transforma a partir de um
desenvolvimento tecnológico acelerado.

Como então utilizar essa realidade para melhorar a educação? Para começar, assista o vídeo a seguir que mostra a visão de um
empreendedor de 19 anos de idade de como a educação será no futuro. O estudante João Gabriel Alkmim é um aluno que, motivado em
responder essa pergunta, criou uma empresa para entregar essas inovações a instituições de ensino em todo o mundo.

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O poder da tecnologia na educação: João Gabriel Alkmim …

No vídeo, o jovem empreendedor imagina uma escola sem papel, totalmente conectada por tecnologia, em rede e de modo colaborativo,
num ambiente seguro e focado, que respeita o ritmo de aprendizagem de cada um. Alkmim destaca que o maior poder que a tecnologia
tem na educação é a possibilidade de humanizá-la a partir de diferentes recursos. Ele relata como a tecnologia pode servir para promover
experiências de ensino e aprendizagem por meio de simulações interativas, realidade virtual e realidade aumentada. E é, de fato, nesse
caminho que os relatórios de tendências educacionais mais reconhecidos no mundo direcionam o olhar daqueles que procuram antever o
que está para acontecer.

 Tentar identificar e organizar ‘tendências’ em qualquer área de atividade humana, para apresentação a outros, é
um esforço ao mesmo tempo presunçoso e de um valor bastante limitado no tempo. Presunçoso porque o
autor está assumindo que detém um controle informacional firme sobre o fluxo de atividades da área; e de valor
limitado no tempo porque as tendências da atualidade não necessariamente continuarão por muito tempo. Ou,
nas palavras do falso ingênuo Yogi Berra, jogador norte-americano de beisebol: Previsão é muito difícil,
especialmente quando for sobre o futuro!” (FREDRIC LITTO, 2009, p. 14).

Em nosso estudo, adotamos como referência para descrever as tendências para a educação nos próximos anos, um relatório
denominado NMC Horizon Report, que é um relatório global de tendências para a Educação que identifica tópicos que muito
provavelmente irão impactar o setor educacional nos próximos anos em todo o mundo.

A relevância das análises desse relatório se explica devido ao seu caráter global (os fatores descritos advêm de especialistas de diversos
países); a sua amplitude (NMC Horizon Report apresenta tendências para educação superior, para o ensino fundamental e médio); à
utilização de uma metodologia refinada para a coleta de dados e, por fim, devido à recorrência com que vêm sendo realizado (15 anos) e
ao grande número de participantes, especialistas renomados e reconhecidos internacionalmente ao longo desses anos. A ultima edição
disponível é a de 2017 e foi elaborada por um grupo de 78 especialistas em educação e tecnologia, de 22 países diferentes.

Nela são apresentados um consenso de tópicos que, segundo o relatório, terão impactos significativos na prática da educação superior ao
redor do mundo nos próximos cinco anos. Os tópicos do relatório estão descritos com mais detalhes a seguir.

1) O relatório completo pode ser encontrado em: <https://www.nmc.org/publication/nmc-horizon-report-2017-higher-education-edition/>. Acesso em: 12 abril 2018.

2) O método Delphi é um instrumento de análise de dados que implica na constituição de um grupo de especialistas em determinada área do conhecimento que são
convidados a responder a uma série de questões. Após responderem, os resultados dessa primeira fase são analisados e a síntese da análise é comunicada aos membros do
grupo que, após tomarem conhecimento, respondem novamente. As interações se sucedem desta maneira até que um consenso entre a maioria dos participantes seja
obtido.

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4.3 Tendências para o Planejamento Tecnológico

Segundo os especialistas envolvidos no NMC Horizon Project, as seis tendências que provavelmente afetarão a tomada de decisões e o
planejamento tecnológico até 2022 são:

Aprendizagem colaborativa
A aprendizagem colaborativa, que se refere ao trabalho
conjunto de estudantes e educadores em atividades, baseia-se
na perspectiva de que a aprendizagem é um construto
social. Essa abordagem inclui atividades normalmente centradas
em quatro princípios gerais: a posição central do aluno, a ênfase
na interação, o trabalho em grupo e o desenvolvimento de
soluções para desafios reais. Além de melhorar o engajamento e
o desempenho dos alunos, um dos principais benefícios da
aprendizagem colaborativa é que ela reforça a abertura à
diversidade, expondo os alunos a pessoas de diferentes
características demográficas. Os educadores também participam
da aprendizagem colaborativa por meio de comunidades de
prática on-line, nas quais ideias e conhecimentos são trocados
regularmente. Embora essa tendência seja baseada na
pedagogia, a tecnologia desempenha um papel importante em
sua implementação; serviços baseados em nuvem, aplicativos e
outras ferramentas digitais promovem conectividade constante
e permitem que alunos e educadores acessem e contribuam
para a criação de espaços de trabalho compartilhados a
qualquer momento. Além disso, por meio de plataformas de
aprendizagem adaptativa e de consultoria aos alunos, as
informações podem ser compartilhadas dentro de uma
instituição para expor o desempenho do aluno a fim de atualizar
o projeto educacional e a orientação dos alunos.

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Projetos híbridos de aprendizado


Nos últimos anos, a percepção da aprendizagem on-line tem
mudado a seu favor, à medida que mais estudantes e
educadores a veem como uma alternativa viável para algumas
formas de aprendizagem presencial. Baseando-se nas melhores
práticas, tanto nos métodos on-line quanto presenciais, o ensino
hibrido está em ascensão nas instituições educacionais, à
medida que o número de plataformas digitais de aprendizado e
as formas de aproveitá-las para fins educacionais continuam a
se expandir. As características das ofertas de ensino hibrido são
agora bem entendidas, e sua flexibilidade, facilidade de acesso e
a integração de tecnologias e multimídia sofisticadas são pontos
altos na lista de recursos. O foco atual dessa tendência mudou
para entender como os aplicativos digitais de ensino estão
impactando os alunos. Muitas descobertas mostram um
aumento no pensamento criativo, no estudo independente e na
capacidade de o aluno adaptar as experiências de aprendizado
para atender às suas necessidades individuais.

Redesenho de espaços de aprendizagem


À medida que as instituições educacionais implementam
estratégias que incorporam elementos digitais e acomodam
uma aprendizagem mais ativa na sala de aula, eles reorganizam
os espaços físicos para promover essas mudanças
pedagógicas. O design de cenários educacionais ajuda cada vez
mais a sustentar as interações baseadas em projetos, com
atenção a uma maior mobilidade, flexibilidade e uso múltiplo de
dispositivos. Para melhorar a comunicação remota, as
instituições estão atualizando a largura de banda sem fio e
instalando telas grandes para permitir a colaboração em
projetos digitais. Além disso, estão estudando se as tecnologias
de realidade mista podem misturar conteúdo hologramas 3D
em espaços físicos para realizar simulações, como experiências
de ir à Marte com veículos rover, ou permitir interação
multifacetada com objetos, como o corpo humano em
laboratórios de anatomia, com imagens detalhadas. Nesse
modelo de escolas, o ensino se afasta da conferência tradicional
baseada na aula expositiva para lidar com atividades mais
práticas, salas de aula começam a se parecer com o mundo real
do trabalho e com ambientes sociais que promovem interações
orgânicas e resolução de problemas interdisciplinares.

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Crescimento de interesse na medição da


aprendizagem
Essa tendência descreve um interesse na avaliação e na ampla
variedade de métodos e ferramentas que os educadores usam
para avaliar, medir e documentar a preparação acadêmica, o
progresso da aprendizagem, a aquisição de habilidades e outras
necessidades educacionais dos alunos. Como os fatores sociais e
econômicos redefinem quais habilidades são necessárias no
mundo do trabalho hoje, as instituições educacionais devem
repensar como definir, medir e demonstrar o domínio de um
tópico e habilidades interpessoais, como criatividade e
colaboração. A proliferação de programas de extração de dados
e a evolução da educação on-line, os sistemas móveis e o
sistemas de gerenciamento de aprendizado estão se unindo aos
ambientes de aprendizado que promovem programas de análise
e visualização para interpretar dados de aprendizado de maneira
multidimensional e portátil. Em cursos on-line e híbridos, os
dados podem revelar como as ações dos alunos contribuem
para seu progresso e avanços específicos no aprendizado.

Abordagens de aprendizagem mais


profundas
O ensino superior enfatiza as abordagens de aprendizagem mais
profundas definidas pela Fundação William e Flora Hewlett
como o domínio de conteúdo que envolve os alunos no
pensamento crítico, na resolução de problemas, na colaboração
e no aprendizado auto dirigido. Para manter sua motivação, os
alunos precisam ser capazes de estabelecer conexões claras
entre seus cursos e o mundo real e entender o impacto de seus
novos conhecimentos e habilidades. Aprendizagem baseada em
projetos, aprendizagem baseada em desafios, aprendizado
baseado em pesquisa e métodos similares estão encorajando
experiências de aprendizado mais ativas. Embora seja
demonstrado que o aprendizado mais profundo reduz o
fracasso escolar, sua implementação no ensino não é tão forte, o
que implica que as instituições educacionais precisam fazer
investimentos maiores em educação de qualidade. À medida
que o papel de facilitador de tecnologias para aprendizado está
se consolidando, os professores usam essas ferramentas para
vincular materiais e tarefas a aplicativos da vida real.

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13/06/2023, 18:51 Livro Digital: Educação Inovadora

O avanço das culturas de inovação.


Como as instituições educacionais tornaram-se focos de
empreendedorismo e descoberta, o ensino tornou-se um
veículo para impulsionar a inovação. O foco dessa tendência
mudou da compreensão do valor de encorajar a exploração de
novas ideias para encontrar maneiras de replicá-las em uma
variedade de instituições de ensino diversificadas e únicas. Para
avançar neste movimento, é importante que as instituições de
ensino alterem seu status quo e reconheçam que o fracasso é
uma parte importante do processo de aprendizagem. A
integração do empreendedorismo ao ensino também reconhece
que toda grande ideia tem que começar em algum lugar, e os
alunos e professores podem estar equipados com as
ferramentas necessárias para fazer progresso real. Para manter o
ritmo, as instituições devem avaliar criticamente seu currículo e
implementar mudanças em seus métodos de avaliação, a fim de
eliminar as barreiras que limitam o desenvolvimento de novas
ideias.

1) Traduzido do NMC Horizon Report 2017.

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4.4 Desdobrando tendências

A computação na nuvem
Cada vez mais os serviços virtuais utilizam a chamada "nuvem".
Entre as vantagens de se trabalhar em nuvem estão a
colaboração, o armazenamento de arquivos e a virtualização. O
número de aplicativos que utilizam tecnologias na nuvem tem
crescido a ponto de ser difícil, hoje, não encontrar alguém que
não utilize algum serviço do tipo.

Para educação:

A utilização de plataformas baseadas na nuvem permite


maior flexibilidade nos serviços e na comunicação,
possibilitando, por exemplo, que profissionais da instituição
de ensino trabalhem online de forma colaborativa na
construção de um projeto. Arquivos na nuvem podem ser
acessados em qualquer lugar, não dependendo de servidores
locais.
O acesso online a documentos, serviços e sistemas
institucionais também oferece maior mobilidade. O aluno
pode consultar materiais de casa, por exemplo. Os pais
podem acompanhar notas por um aplicativo. Professores
podem resgatar um documento importante mesmo estando
fora da instituição.

Realidade Aumentada
A Realidade Aumentada (RA) é uma ferramenta com grande
potencial. Basicamente, faz-se uma sobreposição de
informações virtuais no ambiente tridimensional real. Ao
incentivar o uso de dispositivos móvel, essa nova experiência
gera inúmeras possibilidade de acesso à informação e novas
oportunidades para aprendizagem.

Para educação:

Com a realidade aumentada, estudantes podem, por


exemplo, apontar a câmera do dispositivo para um placa
eletrônica e sobre a imagem passa a ser projetada, em tempo
real, a descrição de cada um dos componentes da placa.
Pode-se integrar a RA com elementos da cidade, por
exemplo uma estátua histórica na praça central. Assim que o
aluno apontar a câmera para a estátua, informações podem
surgir ou ainda, a estátua pode começar a falar com ele. Já
pensou? É possível!
A realidade aumentada também se integra bem com outros
elementos físicos como documentos, fotografias, placas e até
espaços. No mercado já é possível encontrar lojas com
aplicativos que simulam a cor das paredes em tempo real, ou
que simulam como ficariam determinados móveis no
ambiente.

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13/06/2023, 18:51 Livro Digital: Educação Inovadora

Aprendizagem online
De um modo geral, aprendizagem online refere-se a todas as
oportunidades educacionais formais e informais que acontecem
pela web. Aprender online ficou evidente com o crescimento de
cursos oferecidos nessa modalidade, diversificando as
metodologias de ensino. Mas a tendência que não pode ser
ignorada vai além dos cursos formais: as pessoas acessam muito
mais informações e aprendem muito online. Difícil encontrar
hoje alguém que não tenha buscado a solução de algum
problema no Youtube, por exemplo.

Para educação:

Observa-se que instituições de ensino têm buscado integrar


o potencial da aprendizagem online com as estratégias
presenciais. Seja fornecendo conteúdos na web, seja
utilizando recursos disponíveis.
Sem muros, a aprendizagem online vai além. É possível
socializar e aprender com pessoas de qualquer lugar do
mundo, a qualquer momento.
Aprender online também significa não seguir um caminho
padrão. Um link leva à outro e assim por diante. Junto deste
fenômeno, encontramos também as plataformas adaptativas,
por exemplo.

Mídias sociais
Hoje,todos são produtores e consumidores de informação. E
mais: estamos em rede, socializando o tempo todo. Precisamos
olhar para as mídias sociais e analisar quais elementos desses
recursos podem ser aproveitados e integrados na educação.

Para educação:

As mídias sociais possibilitam o contato entre estudantes,


futuros estudantes, professores e a instituição de maneira
mais informal que em outros meios.
Podem ser utilizadas em um projeto integrado, para divulgar
atividades ou socializar em trabalhos em grupo.
Muitas mídias já fornecem a transmissão ao vivo, o que
também é um recurso com grande potencial a ser explorado.
Pode-se buscar publicações por localização ou hashtag,
permitindo que se acompanhe um acontecimento em
determinada cidade, por exemplo.

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

Sala de aula invertida


A sala de aula invertida é um modelo de aprendizagem que
reorganiza o tempo gasto dentro e fora da sala de aula,
transferindo o protagonismo da aprendizagem dos educadores
para os alunos. Este modelo é alicerçado em projetos que
permitem aos alunos trabalharem juntos para resolver desafios
locais ou globais – ou outras aplicações reais – a fim de terem
uma compreensão mais aprofundada sobre o assunto. Em vez
do professor usar o tempo de aula para passar as informações,
esse trabalho é feito por cada estudante antes e depois da aula,
seja assistindo a palestras em vídeo, ouvindo podcasts, lendo e-
books atentamente ou colaborando com seus pares em fóruns
on-line. Assim o tempo em sala é aproveitado para prática,
discussão, colaboração, criação e resolução de problemas.
Sempre resgatando o que foi estudado e explicitando as
necessidades de conhecimento. O que o aluno aprende passa a
se relacionar de forma tangível com situações reais.

Análise da aprendizagem
A partir do momento em que as pessoas utilizam sistemas
digitais, é possível registrar os passos, dados, resultados,
percursos dessas pessoas. Todos esses dados podem ser
analisados, trazendo insights importantes para tomada de
decisão. Surge aí o web analytics, uma ciência comumente
empregada em negócios para verificar as atividades comerciais,
identificar tendências de custos e prever o comportamento dos
consumidores. A educação está embarcando em uma busca
semelhante à da ciência de dados, com o objetivo de traçar o
perfil do aluno e coletar o maior número possível de
informações sobre suas interações individuais em atividades de
aprendizagem online. O objetivo é construir melhores estruturas
pedagógicas, capacitar os alunos a terem um papel ativo em seu
aprendizado, identificar alunos em risco e avaliar fatores que
afetam a conclusão dos estudos e o sucesso do aluno.

Laboratórios virtuais e remotos


Laboratórios virtuais e remotos refletem um movimento entre
instituições de educação que visa tornar os equipamentos e os
elementos de laboratórios físicos acessíveis a alunos de
qualquer lugar por meio da web. Esses laboratórios são
aplicações web que simulam a operação de laboratórios reais e
capacitam os estudantes à prática em um ambiente seguro
antes de usarem componentes reais/físicos. No caso dos
laboratórios remotos, em vez de simular um laboratório real, os
usuários são capazes de manipular o equipamento e assistir aos
desdobramentos das atividades com o auxílio de uma webcam
conectada a um computador ou dispositivo móvel.

As informações apresentadas nesta página foram adaptadas do relatório Panorama Tecnológico NMC 2015 – Universidades Brasileiras,
uma análise regional do Horizon Project. Podemos ver e sentir, enquanto lemos, que demos alguns passos para frente desde que o
relatório foi publicado. Infelizmente, a pandemia do Coronavírus veio para mudar nossas vidas, e teve também algum impacto nessa
questão: as pessoas conseguiram ver que é sim possível aprender em casa, é possível usar a tecnologia cada vez mais em favor da
educação.

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

4.5 Desafios para a Adoção de Tecnologias

Os seis desafios descritos a seguir foram selecionados pelo painel de especialistas do NMC Horizon Report em uma série de ciclos de
discussão, chegando ao consenso de que a adoção de novas tecnologias pode ser prejudicada se estes desafios não forem resolvidos.

Melhoria da alfabetização digital


O uso produtivo e inovador da tecnologia inclui práticas do
século XXI vitais para o sucesso, tanto no local de trabalho como
em outros aspectos. A alfabetização digital transcende a
aquisição de habilidades tecnológicas isoladas, gerando uma
compreensão mais profunda do ambiente digital, permitindo
uma adaptação intuitiva a novos contextos e à co-criação de
conteúdo. As instituições são responsáveis ​pelo
desenvolvimento da cidadania digital dos estudantes,
garantindo o uso responsável e apropriado da tecnologia,
incluindo o rótulo de comunicação on-line e os direitos e
responsabilidades digitais em ambientes de aprendizagem
híbridos e on-line. Esta nova competência está influenciando o
desenho curricular, o desenvolvimento profissional e os serviços
e recursos orientados para os alunos. Dada a multiplicidade de
elementos que compõem a alfabetização digital, os líderes do
ensino superior são forçados a obter apoio de todas as
instituições e a apoiar todos os grupos de interesse no
desenvolvimento dessas habilidades. As estruturas ajudam as
instituições a avaliar a capacidade atual do pessoal, identificar
áreas de crescimento e desenvolver estratégias para
implementar práticas de alfabetização digital.

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

Combinação de aprendizagem formal e


informal
Como a Internet colocou a possibilidade de aprender algo sobre
quase tudo ao nosso alcance, o interesse na aprendizagem
auto-dirigida baseada na curiosidade cresceu. O aprendizado
informal inclui esses tipos de atividades, juntamente com
experiências de vida e outras formas mais fortuitas de
aprendizado, e serve para melhorar a participação dos alunos
incentivando-os a buscar seus interesses. Muitos especialistas
acreditam que a combinação de métodos formais e informais de
aprendizagem pode criar um ambiente que estimule a
experimentação, a curiosidade e a criatividade. Um objetivo
geral é incentivar a continuação da aprendizagem ao longo da
vida tanto nos alunos como nos professores. As instituições
estão começando a experimentar programas flexíveis que
fornecem créditos para aprendizado prévio e habilidades
adquiridas por meio de emprego, atividades militares ou
experiências extracurriculares. No entanto, não há métodos
graduados suficientes para documentar formalmente e avaliar as
habilidades aprendidas fora da sala de aula e modificar
estruturas de preços e modelos de auxílio financeiro para se
adaptar às novas opções de notas.

Diferença de desempenho
A diferença na realização, também conhecida como diferenças
na conclusão dos estudos universitários, reflete uma disparidade
nas matrículas universitárias e no desempenho acadêmico entre
grupos de alunos de acordo com sua condição socioeconômica,
raça, etnia ou gênero. Embora os avanços tecnológicos
emergentes, como os cursos didáticos digitais e os recursos
educacionais abertos (REA) tenham facilitado a interação com os
recursos de aprendizagem, ainda há problemas importantes de
acesso e equidade entre os estudantes de famílias de baixa
renda e minorias, monoparental e outros grupos
desfavorecidos. A abordagem única dos paradigmas tradicionais
no ensino contrasta fortemente com uma população estudantil
global cada vez mais diversificada, onde são necessárias
estratégias de ensino mais flexíveis. O desafio que o ensino
enfrenta é tentar atender às necessidades de todos os alunos,
alinhando o currículo a resultados de aprendizado mais
profundos e à aquisição de habilidades do século XXI facilitadas
por estratégias e sistemas de aprendizado personalizados. Apoio
aos alunos com base em dados que promovam o alcance de
objetivos e emprego remunerado.

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

Avanço da equidade digital


A equidade digital refere-se às desigualdades no acesso à
tecnologia, especialmente à Internet de banda larga. A UNESCO
relata que enquanto 3,2 bilhões de pessoas em todo o mundo
estão usando a Internet, apenas 41% das pessoas que vivem em
países em desenvolvimento o fazem. Além disso, 200 milhões a
menos de mulheres do que homens têm acesso à Internet em
todo o mundo. As Nações Unidas identificaram que o acesso à
Internet é essencial para alcançar seus objetivos de
desenvolvimento sustentável de aliviar a pobreza e a fome e
melhorar a saúde e a educação em todo o mundo até 2030. Essa
questão descontrolada da justiça social não afeta somente os
países em desenvolvimento: mais de 30 milhões de americanos
não têm acesso à Internet de alta velocidade. Esforços para
melhorar estes números são necessários para promover a plena
participação, comunicação e aprendizagem dentro da
sociedade. A tecnologia desempenha um papel importante no
avanço do acesso ao ensino por populações de estudantes sub-
representadas e garante a acessibilidade de materiais da web
para alunos com deficiência. O aprendizado on-line é
possibilitado pelo acesso de alta velocidade à Internet, enquanto
o uso de recursos educacionais abertos pode proporcionar
redução de custos aos alunos.

Gestão de conhecimento obsoleto


Manter-se organizado e atualizado representa um desafio para
os estudantes em um mundo onde as necessidades
educacionais, software e dispositivos estão se movendo em um
ritmo extenuante. Os novos desenvolvimentos tecnológicos têm
um grande potencial para melhorar a qualidade da
aprendizagem e dos procedimentos. No entanto, assim que os
professores e a equipe começarem a dominar uma tecnologia,
parece que uma nova versão está sendo lançada. As instituições
devem lidar com a longevidade de tecnologias e planos de
suporte ao projeto antes de fazer grandes investimentos. Há
também a pressão para garantir que as ferramentas
selecionadas ajudem a intensificar os resultados da
aprendizagem de maneiras que possam ser medidas. Os
processos devem ser estabelecidos tanto para a tecnologia
quanto para a descoberta da pedagogia, para que os
profissionais do ensino superior possam filtrar, interpretar,
organizar e recuperar informações de maneira eficiente e
significativa. Além disso, o fato de a promoção acadêmica
colocar mais ênfase na pesquisa do que no ensino coloca em
risco o progresso no desenho de experiências de aprendizado
de alta qualidade, já que os professores precisam equilibrar
ambas as facetas e desenvolver-se profissionalmente mesmo
com orçamentos inadequados.

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

Repensando o papel do educador


Cada vez mais, os educadores devem empregar uma variedade
de ferramentas baseadas em tecnologia, como recursos de
aprendizado digital e materiais de ensino, e participar de
discussões on-line e criação de material colaborativo. Além
disso, eles precisam usar metodologias ativas de aprendizado e
problemas baseados em projetos. Essa mudança para a
aprendizagem centrada no aluno exige que eles atuem como
guias e facilitadores. Somado a este desafio está a evolução da
aprendizagem por meio da educação baseada em
competências, que também personaliza a experiência acadêmica
de acordo com as necessidades dos alunos. À medida que essas
abordagens tecnológicas se acumulam, muitas instituições em
todo o mundo estão repensando as principais responsabilidades
dos educadores.

1) Traduzido do NMC Horizon Report 2017.

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

4.6 Para ficar antenado(a)

O acaso favorece a mente conectada.


Steven Johnson

As ideias surgem da "colisão" de palpites, de "meias ideias" com outras "meias ideias"; logo, estar informado e socializar com outras
pessoas é essencial. Algumas ideias surgem de analogias, adaptações e inspirações em situações diferentes, mas que com uma
abordagem criativa, conectada a ideias de outros, são elementos que podem ser incorporados à sua ideia. À propósito, você sabia que a
abertura das latas de sardinha foram inspiradas nas cascas de banana? Bom... curiosidades à parte, nesta seção do material, separamos
alguns sites, portais e blogs que trazem boas ideias para quem busca inovar na educação.

Na sequência, vamos estudar sobre o Design Thinking, uma metodologia que pode te ajudar a ter mais e mais ideias inovadoras.

Porvir
O Porvir é uma iniciativa de comunicação e mobilização social que mapeia, produz, difunde e compartilha referências sobre inovações
educacionais para inspirar melhorias na qualidade da educação brasileira e incentivar a mídia e a sociedade a compreender e
demandar inovações educacionais.

Acesse

Janelas de Inovação
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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

Com apresentação da filósofa e escritora Viviane Mosé, o Janelas da Inovação é uma série de vídeos do Canal Futura que apresentam
documentários sobre iniciativas inovadoras na educação brasileira, produzidos e dirigidos por jovens realizadores nas cinco regiões
brasileiras. Inspire-se com exemplos positivos.

Acesse

CIEB
O Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) é uma associação sem fins lucrativos criada para impulsionar uma
transformação sistêmica, por meio da inovação e tecnologia, que promova maior equidade, qualidade e contemporaneidade na
educação pública brasileira.

Acesse

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

5 Educação inclusiva: democratizar também é inovar

Nesse tópico, queremos problematizar com você sobre a educação inclusiva e a democratização da educação. Você já pensou que essas
questões também podem ser uma inovação, especialmente na educação brasileira?

Como sabemos, a educação brasileira tem um histórico de exclusão. Desde a educação dos jesuítas, passando pela vinda da Coroa
Portuguesa para o Brasil, a educação teve um caráter elitista, era feita para poucos. Com o tempo, as ideias de universalização do acesso
ao ensino foram crescendo e chegamos a uma realidade em que o acesso ao ensino público é garantido a quase todos. Mas ainda persiste
uma nova forma de exclusão: essa educação é a mesma para todos? A educação de qualidade chega realmente a todos?

D-26 - Democratização do ensino público

A inclusão pode então ser tratada aqui como um conceito amplo: não apenas referente às PCD (pessoas com deficiência), por exemplo,
mas também de maneira geral, considerando os locais mais pobres, locais sem acesso a internet, onde a estrutura, tanto física quanto
humana, não chega.

O desafio é pensar uma educação igualitária, conjunta; que independa de habilidades ou capacidades específicas ou de uma posição
socioeconômica ou cultural. E é aí que aparece uma tarefa fundamental: não confundir essa igualdade necessária na educação com a
igualdade entre pessoas.

 "Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes
quando a igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de
uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades".
Boaventura de Sousa Santos

No contexto da educação inclusiva e democrática, essa é a inovação necessária: encontrar meios para entender e atender cada grupo e
cada pessoa com suas demandas particulares. Ou seja, encontrar os caminhos para responder eficientemente à diversidade, que estará
presente em qualquer grupo de estudantes.

Nesse sentido, as possibilidades para a educação de um modo geral e para a EaD (Educação a distância) são muitas. O professor precisa
estar conectado com essas possibilidades pedagógicas e tecnológicas, de modo a conciliar as inovações tecnológicas com a necessidade
da inclusão e da democratização da educação no nosso país. Isso também é pensar e fazer uma educação inovadora.

O texto a seguir, de David Rodrigues, traz algumas reflexões sobre a utilização das tecnologias para pensarmos a educação inclusiva.


Leitura sugerida
As tecnologias de informação e comunicação em tempo de educação inclusiva, de David Rodrigues.

Este texto faz parte do livro: GIROTO, Claudia Regina Mosca; POKER, Rosimar Bortolini; OMOTE, Sadão (orgs.). As
tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. São Paulo: Cultura acadêmica, 2012.

Ler o Texto

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

Podemos então, segundo David Rodrigues (2012) delinear três passos para pensar essa inovação inclusiva na educação, respeitando a
diversidade:

 Identificar e remover barreiras.


 Buscar garantir a presença, a participação e o êxito de todos os envolvidos.
 dar ênfase particular em grupos marginalizados e excluídos.

É um fato que a educação de qualidade, no Brasil, está isolada, em ilhas. Alguns poucos locais (normalmente capitais) contam com
estrutura e gestão para construir essa qualidade. Mas, mantendo a analogia com as ilhas, existem grandes oceanos, ao redor delas, onde a
maioria da população encontra uma educação com nível bem abaixo do desejado, ou que nem mesmo tem o acesso ao ensino.

Mas afinal, o que é uma educação de qualidade? O que é essa qualidade? Sem dúvidas, é um conceito dinâmico, que depende do
contexto. HOJE, o que se espera da educação? A primeira resposta que vem à cabeça é que o que se espera é que ela se envolva com o
cotidiano e trate do que seja útil ao estudante. Logo, as tecnologias educacionais são, hoje, esperadas em uma educação de qualidade.

E como a inovação se relaciona com essa qualidade esperada? No sentido de que, sendo a qualidade esperada o despertar de habilidades
e capacidades, junto com a perda de dificuldades, uma metodologia ativa, voltada ao aluno, é uma inovação. O modelo tradicional, do
professor como emissor único de conhecimento, é cada vez mais considerado um modelo desatualizado. Ou seja, ao inovar, no nosso
contexto digital, estaremos criando educação de qualidade. E ao incluir e democratizar, estaremos também inovando.

E como podemos inovar pensando na inclusão com as tecnologias?

Pensar as tecnologias de informação e comunicação (TICs) como inovação, nesse sentido de inclusão, será também um preparo para
novas metodologias, metodologias ativas, que nos ajudarão em alguns desafios. Por exemplo:

 Deixar de pensar as TICs apenas como facilitadoras da prática do professor tradicional (Slides ou videoaulas expositivas), sem
participação dos estudantes.
 Deixar de pensar as TICs apenas como estímulo às possibilidades individuais para pensar mais trabalhos em cooperação, em grupos.
 Compreender e pensar soluções para a chamada 'infoexclusão', a falta de acesso e de familiarização com as TICs por boa parte da
população.

No vídeo a seguir apresentamos a história de Carlos Souza, que junto com sócios criou a plataforma Veduca, pioneira no Brasil na
produção e disponibilização dos chamados MOOCs (em inglês Massive Online Open Course, em português Curso Aberto Online Massivo).
São cursos abertos, nos quais qualquer pessoa pode se inscrever e obter aquele conhecimento. Realizando as atividades de avaliação, é
possível até mesmo obter certificados. Os MOOCs seguem uma ideia bem inovadora e democrática de educação: "afinal, se é possível
atingir mais pessoas com meu conhecimento, por que não?"

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

Democratização da educação no Brasil - Carlos Souza - CE…


CE…

 Conhecendo
Entre na plataforma Veduca e procure cursos de seu interesse. Veja como funcionam os MOOCs. Por muito tempo, os
cursos foram gratuitos. Hoje, infelizmente, possuem um custo, mas são preços acessíveis tendo em vista a qualidade do
conhecimento.

Veduca

Conheça também outras plataformas de cursos abertos, como a Udemy e o Coursera.

A intenção deste tópico é estimular em nós, atuais ou futuros professores, pensar as TICs aliadas à educação inclusiva e democrática.

Os principais valores a serem defendidos são:

- A aprendizagem para todos.

- O respeito às aptidões individuais.

- O estímulo ao trabalho cooperativo.

Quando analisamos, percebemos que a relação entre as TICs e a escola ainda está muito atribulada. Faz parte do nosso trabalho fazer a
ressignificação dessa relação, mostrando possibilidades, pensando e inovando com as tecnologias.

Afinal, como também diz David Rodrigues (2016), as tecnologias não são necessariamente um tsunami, que vai destruir tudo o que
sabemos sobre educação. Podem ser um curso d'água agradável, que ajude a florescer coisas novas e tem um potencial para a urgente
ênfase da educação na questão da diversidade e da inclusão.

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

6 Metodologia Design Thinking

O design thinking é uma metodologia que considera o ser humano como centro do desenvolvimento de um projeto e possibilita sua
participação ativa desde a identificação do problema até a avaliação das possíveis soluções. Isso porque o design thinking entende que as
pessoas que convivem diariamente com um problema têm muito a contribuir para solucioná-lo.

 Design Thinking é uma abordagem para inovação centrada no ser humano, desenvolvida a partir do trabalho
dos designers, integrando as necessidades das pessoas, as possibilidades tecnológicas e os requisitos para o
sucesso do projeto.
Tim Brown, CEO da IDEO

O Design Thinking foi idealizado pela IDEO, uma agência de design, para sistematizar e explicitar alguns métodos, pensamentos e técnicas
utilizados por designers em seus projetos criativos. Como resultado, a metodologia é hoje empregada em diversos setores e contextos,
inclusive na educação, e tem alcançado bons resultados na criação inovadora de produtos, projetos, modelos e serviços.

A IDEO criou um material especial para educadores, que foi trazido para o Brasil pelo Instituto Educadigital. Confira no vídeo que
segue.

Instituto Educadigital - Design Thinking Para Educadores


Educadigital

05:01

Nesta unidade curricular, aproveitaremos as ideias principais do design thinking para identificar, no contexto escolar da educação
profissional, possibilidades de inovação, inserindo as tecnologias e/ou novas metodologias de ensino nos cursos técnicos.

Antes de prosseguirmos para os passos da metodologia, algumas observações importantes:

 Design Thinking é centrado no ser humano: começa com uma profunda empatia e um entendimento das necessidades e motivações
das pessoas – neste caso, estudantes, professores, pais, funcionários e gestores escolares que compõem seu cotidiano.

 Design Thinking é colaborativo: muitas mentes brilhantes são sempre mais fortes que uma só ao resolver um desafio. A metodologia
apresenta vantagens por considerar as múltiplas perspectivas e a criatividade dos demais para reforçar a sua própria criatividade.

 Design Thinking é otimista: a crença fundamental é de que nós todos podemos criar mudanças – não importa quão grande é um
problema, quão pouco tempo temos disponível ou quão restrito seja o orçamento. Não importa que restrições existam à sua volta,
pensar deste modo pode ser um processo divertido.

 Design Thinking é experimental: o processo dá a liberdade de errar e aprender com seus erros porque você tem novas ideias, recebe
feedback de outras pessoas, depois repensa suas ideias.

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

6.1 Fases do Design Thinking

O processo de design thinking é composto por quatro fases: imersão, análise e síntese, ideação e prototipação. Essas fases não ocorrem de
forma linear, mas sim de forma cíclica e iterativa, ou seja, é possível realizar novamente qualquer etapa, à medida que você for refinando
os resultados ou que precisar buscar novos direcionamentos.

Fase 01 - Imersão
A primeira fase do processo de design thinking é chamada imersão. Ainda que as fases não sigam uma lógica linear, a fase de imersão
geralmente é realizada no início de qualquer projeto, pois é nela que se identifica o problema ou oportunidade que vai nos motivar a
encontrar soluções. Mas, assim como todas as fases, a imersão pode ser realizada mais de uma vez.

A imersão é um mergulho no contexto das pessoas para as quais você vai desenvolver ou pensar algo inovador. Essa fase possibilita a
observação das pessoas e de como elas interagem no seu contexto. Permite que você entre no mundo do outro e abra sua mente para
novas possibilidades criativas. Assim, você deixa para trás ideias preconcebidas e formas obsoletas de pensar e, principalmente, mantém
as pessoas para as quais você está projetando no foco do seu trabalho (IDEO, Design Kit, 2015).

Viana et al. (2011) citam dois tipos de imersão. A imersão preliminar visa ao entendimento inicial do problema ou seu reenquadramento e
tem como finalidade definir o escopo do projeto e suas fronteiras, assim como identificar os perfis de usuários e outros atores que
deverão ser abordados. Também possibilita levantar áreas de interesse a serem exploradas na imersão em profundidade, a qual, por sua
vez, busca identificar as necessidades dos atores envolvidos no projeto e prováveis oportunidades que emergem do entendimento de suas
experiências frente ao tema trabalhado.

Fase 02 - Análise e síntese


Nessa fase, realiza-se a análise dos dados coletados durante a imersão e cruzam-se as informações, a fim de identificar padrões e
oportunidades. Em seguida, esses dados são sintetizados visualmente para fornecer insumos para a próxima fase, a ideação (VIANNA et
al., 2011).

Fase 03 - Ideação
Nessa fase, você e sua equipe vão começar estabelecendo relações entre o que coletaram na observação e nas conversas durante a
imersão, buscando dar sentido aos dados coletados, para identificar as oportunidades de inovação. As ideias serão muitas, sendo que
algumas delas já poderão ser descartadas e outras poderão se tornar tangíveis, por meio de protótipos rápidos, e ser compartilhadas com
as pessoas que vão dar o feedback. Você continuará nesse processo de iteração, refinamento e construção até ficar pronto para mostrar a
sua solução final (IDEO, Design Kit, 2015).

Fase 04 - Prototipagem
É durante a fase de prototipagem que ocorre a experimentação no processo de design thinking. O protótipo é a transposição das ideias
que estão na sua cabeça para o mundo físico e pode ser qualquer coisa em forma física - um espaço, um objeto, um plano, uma interface
etc. Nos momentos inciais de exploração de uma ideia, o protótipo deve ser rústico e rápido, para que você possa aprender rapidamente e
investigar várias possibilidades diferentes, evoluindo o protótipo junto com a ideia. O protótipo é mais bem sucedido quando as pessoas
podem interagir com ele, sendo que essas interações ajudam a despertar em você uma empatia profunda e dão forma a soluções de
sucesso.

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

A prototipagem é utilizada por várias razões, como ganhar empatia em fases de pré-solução do seu projeto, explorar e desenvolver
múltiplas soluções, testar e refinar as soluções com os usuários e inspirar as pessoas ao mostrar a sua visão da solução.

Dica de Leitura

Uma leitura interessante para ampliar os conhecimentos sobre o design thinking é o e-book
Inovação Social: Escola de Design Thinking.

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

6.2 Iniciando o trabalho com design thinking

E aí, está gostando do conteúdo sobre design thinking? Nós gostamos muito dessa
metodologia, principalmente por ela ser centrada nas pessoas. Porém, não existe uma
única receita de bolo que funcione, ou seja, a metodologia do design thinking deve ajudar
você a pensar e propor soluções para problemas ou fazer acontecer oportunidades
identificadas no contexto no qual você está inserido.

"Sabemos que existe um grande abismo entre a escala dos problemas que enfrentamos e
a escala das soluções que oferecemos” (Social Innovation Book; Young Foundation, 2016).

Acreditamos que você tenha percebido como o Design Thinking pode contribuir para a solução desses problemas, inclusive no contexto
educacional, especialmente em atividades de ensino/aprendizagem.

Nesta Unidade Curricular nós vamos trabalhar com a metodologia do design thinking para identificar possibilidades de inovar na educação
profissional, através da inserção de novas tecnologias e/ou de metodologias de ensino ativas nos cursos técnicos. Para isso, você poderá
vivenciar as quatro fases do design thinking: imersão, análise, ideação, prototipação.

Na fase da imersão, será o momento de coletar informações no contexto escolar, conversar com as pessoas,
observar, identificar os problemas da comunidade e localizar possíveis conteúdos do curso técnico relacionado a
sua área de formação que podem ser ampliados ou inovados com as tecnologias ou metodologias ativas. Você
poderá aproveitar as informações já coletadas durante o trabalho de Observação da Prática Docente.

Na fase da análise, será o momento de organizar as ideias coletadas em campo e pensar possíveis encaminhamentos e
soluções. Você vai analisar o contexto observado para identificar de que forma a inovação pode ser proposta neste
contexto.

Na fase da ideação, você vai gerar ideias e elaborar propostas para inovar na educação profissional e tecnológica,
seja através da inserção de uma nova tecnologia educacional nas aulas e/ou da aplicação de uma metodologia
ativa de ensino.

Na fase da prototipação, você irá colocar em ação as ideias e elaborar o planejamento de


uma aula (ou sequência didática) para um curso técnico, inserindo, nesta aula, algum elemento inovador. Nesse
momento, não será necessário executar a aula, somente elaborar o plano da aula. Esse plano poderá ser executado
como atividade de Prática Docente.

E então, está empolgado(a) para propor algo inovador para as aulas no ensino técnico?

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

Considerações finais

A cada ano assistimos à chegada de inovações que facilitam o dia a dia e mudam nossa forma de viver. O que era novo há um ou dois
anos atrás já se popularizou ou tornou-se obsoleto. A educação não foge desse panorama: cada vez mais a tecnologia invade a área do
ensino e revoluciona o processo de aprendizagem. Foi esse um dos objetivos com o estudo deste material, que resume-se na frase da
imagem a seguir:

Inovar na educação é questionar, é transformar. Não é mudar por mudar, mas compreender que vivemos em contextos complexos, com
situações e problemas que envolvem inúmeros fatores, e, por isso, precisamos ter um olhar diferente. Um olhar criativo. Precisamos pensar
em conjunto, fundir ideias e principalmente, saber colocá-las em prática.

A inovação depende da criatividade. Ser criativo é estar aberto para o diferente. Ver com outros olhos aquilo que lhe parece rotineiro ou
sem importância. Você viu, neste livro, que a inspiração pode vir de qualquer lugar. Observe ideias análogas às suas, converse com pessoas
diferentes, compartilhe ideias, faça protótipos. Experimente.

Para pensar de modo inovador, será necessário considerar nossa capacidade de relacionar tecnologia, com imaginação e visão. Soma-se a
esta tríade também a necessidade de experimentação, considerando que os erros devem ser tão bem vindos quanto os acertos, uma vez
que ambos são capazes de promover aprendizado tanto para aqueles que ensinam quanto para aqueles que aprendem.

A educação, em especial a Educação Profissional, está repleta de desafios. O mundo do trabalho está repleto de desafios. Há dificuldades,
sim, mas há também uma série de oportunidades. Oportunidades para inovação esperando por pessoas como você.

Por fim, para encerrar, gostaríamos de destacar que a relevância das tecnologias para a educação não está somente nos conhecimentos
sobre esses recursos, mas sim, na capacidade de imaginação, nos olhares abertos para o novo, na experimentação, possibilitando assim a
inovação.

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

Referências

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http://www.sgc.goias.gov.br/upload/links/arq_390_ametodologiadaproblematizacaocomoarcodemaguerez.pdf . Acesso em: 15 fev. 2020.

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VIANNA, M. et al. Design thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV Press, 2012.

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13/06/2023, 18:52 Livro Digital: Educação Inovadora

Ficha Técnica

Título Inovações Educacionais e Tecnológicas para Educação

Autoria Rafaela Lunardi Comarella e Carlos Mello (2018)

Atualização de Conteúdo Caroline Lengert e Bruno Lima (fevereiro 2020)

Crislaine Gruber e Bruno Lima (fevereiro 2021)

Conteúdo remixado de Giovana Schuelter e Sabrina Bleicher. Curso de Formação Inicial e


Continuada em Tecnologias para Educação (2017/2B); Luis Henrique Lindner. Educação Inovadora
(2018); NMC Horizon Report 2017.

Design instrucional Rafaela Lunardi Comarella e Marcia Bortolato

Design gráfico Daniel Mazon da Silva

Revisão textual

Como referenciar este livro COMARELLA, Rafaela Lunardi; MELLO, Carlos Alberto da Silva. Inovações Educacionais e
Tecnológicas para Educação. Florianópolis: publicação do IFSC, 2018. Disponível em:
https://moodle4.ifsc.edu.br/mod/book/view.php?id=1815. Acesso em: 02 jan. 2020. [recurso
digital].

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