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1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
8 DOCENTE UNIVERSITÁRIO.................................................................... 40
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10.1 Perspectivas Futuras: ferramentas cognitivas e pensamento
computacional integrados ao processo de ensino e aprendizagem ...................... 49
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 INTRODUÇÃO AO USO DAS TICS NO AMBIENTE EDUCACIONAL
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educacional.cpb.com.br
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individuais e impõe uma nova atitude dos agentes envolvidos: instituições de ensino,
professores e alunos.
A inserção das TICs na educação pode ser uma importante ferramenta para a
melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Essas tecnologias podem gerar
resultados positivos ou negativos, dependendo de como elas sejam utilizadas.
Entretanto, toda a técnica nova só é utilizada com desenvoltura e naturalidade no fim
de um longo processo de apropriação. No caso das TICs, esse processo envolve
claramente duas facetas que seria um erro confundir: a tecnológica e a pedagógica
(PONTE, 2000 apud LEITE; RIBEIRO, 2012, p. 1).
Para a inclusão dessas tecnologias na educação, de forma positiva, os autores
supracitados acima afirma ser necessária a união de multifatores, dentre os quais,
pode-se destacar como mais importantes: o domínio do professor sobre as
tecnologias existentes e sua utilização na prática, e isso passa, necessariamente, por
uma boa formação acadêmica; que a escola seja dotada de uma boa estrutura física
e material, que possibilite a utilização dessas tecnologias durante as aulas; que os
governos invistam em capacitação, para que o professor possa atualizar-se frente às
mudanças e aos avanços tecnológicos; que o professor se mantenha motivado para
aprender e inovar em sua prática pedagógica; que os currículos escolares possam
integrar a utilização das novas tecnologias aos blocos de conteúdo das diversas
disciplinas; dentre outros (LEITE; RIBEIRO, 2012).
Conforme abordado, descantam-se alguns dos pontos considerados positivos
e negativos da inserção das TICs na educação.
Pontos positivos
Pontos negativos
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prejudicando o seu desenvolvimento intelectual (CRUZ, 2010 apud GÓIS,
2018).
Falta de preparo dos usuários para a utilização das TIC associada à
precariedade de estrutura para a utilização de tais recursos acaba tornando os
equipamentos mal utilizados ou até inúteis (SOLTOSKI, SOUZA, 2011 apud
GÓIS, 2018).
Este novo homem precisa ser capaz de resolver problemas, precisa dominar
as novas TIC e estar em constante busca pelo conhecimento para não ser
deixado para trás (BUENO, VARELLA, 2010 apud GÓIS, 2018).
Educar nessa nova sociedade, além de treinar as pessoas para o uso das
novas TICs, significa investir na criação de cidadãos capazes de tomar decisões
fundamentais, operar com fluência os meios e ferramentas em seu trabalho e ensinar
os indivíduos para ‘aprender a aprender', de modo que estes não sejam “atropelados”
pela contínua e acelerada transformação da tecnologia (TAKAHASHI, 2000 apud
GÓIS, 2018).
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o avanço da tecnologia frente as práticas educacionais. Dentro desse debate, o autor
salienta que “o aluno contemporâneo é um dos aspectos que exige do professor novas
competências que precisam ser contempladas em seu processo de formação inicial e
continuada”. Tendo em vista, o contexto ao qual o aluno está inserido, diante de
informações complexas, que exige assim, uma responsabilidade maior de um
profissional que contribui de forma significativa para a construção do conhecimento
intelectual (Teles et al. 2018 apud SANTOS, 2020).
Aceitando essa premissa, afirma-se que o professor nesse cenário de
mudanças, como agente ativo no processo de ensino-aprendizagem deve estar em
constante busca das capacidades que a tecnologia dispõe para bem orientar os
educandos de forma que corresponda aos seus anseios, visto que a expansão
tecnológica tem levado aos centros de ensino uma nova forma de pensar o ensino e
aprendizagem (SANTOS (2021).
Sendo assim, a que se refere a esses aspectos de formação do professor
universitário, esta não ocorre apenas em cursos preparatórios, mas também no
exercício profissional durante sua formação contínua, pois, o uso das TIC nas IES tem
suma importância no que diz respeito à formação de um cidadão preparado para
enfrentar a nova sociedade da informação e comunicação que exige um profissional
competente, antenado com o mundo à sua volta e comprometido com o advento das
novas tecnologias (ALVES, 2012).
A EAD, por ser uma modalidade de ensino relativamente nova, requer recursos
tecnológicos que sejam adequados para um processo de ensino e aprendizagem de
qualidade. As ferramentas interativas surgem para facilitar o processo de ensino-
aprendizagem e estimular a colaboração e interação entre os participantes de um
curso baseado na web e se fazem necessárias na Educação a Distância, em virtude
da mesma ser uma modalidade que possibilita a comunicação e abordagens
educacionais, baseando-se tanto na noção de distância física entre o aluno e o
professor como na flexibilidade do tempo e na localização do aluno em qualquer
espaço (ALMEIDA, 2003).
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Para Moreira (2020), essa modalidade de ensino objetiva levar uma educação
para todos de modo a oportunizar, inclusive, a realização de atividades práticas por
meio de dispositivos tecnológicos.
Os investimentos em sistemas e tecnologias de informação e comunicação
pelas instituições de ensino superior buscam melhorar o desempenho dos alunos e
professores e o entendimento sobre a adoção de ferramentas de apoio,
proporcionados pelas tecnologias, faz-se necessário ao desenvolvimento contínuo do
processo inovador no ensino superior, tanto na modalidade a distância quanto
presencial (CALIARI et. al 2017).
Nesse contexto, destaca-se o uso do “moodle” – Modular Object-Oriented
Dynamic Learning Environment (ambiente modular de aprendizagem dinâmica
orientada a objetos) – que é uma plataforma de aprendizagem a distância baseada
em software livre (ARAGÃO, 2004) (SANTOS, 2009). Tais sistemas de educação via
Internet podem ser chamados também de Sistemas de Gerenciamento de
Aprendizagem (SGA) ou Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) (FILHO, 2004).
Para Seixas et al. (2012), a principal função do AVA é a de servir de repositório
de conteúdos e meio de interação/comunicação entre os atores envolvidos no
processo de ensino-aprendizagem. Estes ambientes possuem diferentes formas de
apresentação de suas ferramentas, com funções específicas e maneiras de distintas
de interação com os usuários. Este conjunto de ferramentas pode ser subdividido em
ferramentas síncronas e assíncronas.
As ferramentas assíncronas permitem acesso sem que haja necessidade de
que todos os sujeitos estejam conectados simultaneamente (Seixas et al. 2012).
Exemplifica-se:
E-mail, considerada uma ferramenta importante da Internet e que permite a
troca de mensagens e compartilhamento de informações; podendo ser acessado
através de computadores, notebooks, tablets e smartphones.
Fórum ou Lista de discussão através de site que reúne recursos que permite
interação entre usuários, por meio de debates ou simples perguntas e respostas entre
os participantes, em torno de temas específicos.
Webblogs ou Blogs que é um veículo de publicação digital de postagens em
ordem cronológica como um diário virtual.
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Aplicativos de mensagens: Whatsapp, skype, que permite a interação entre
grupos de pessoas instantaneamente, onde é possível disponibilizar materiais e
conteúdo dos mais variados formatos digitais, promover discussões, aprofundar
assuntos dados em aula, além de estimular a autoria dos alunos.
As ferramentas síncronas necessitam de conexão simultânea de todos os
envolvidos na execução das atividades. Ocorrem em tempo real (online) (Seixas et al.
2012). Exemplifica-se:
Chat (Sala de bate-papo) permite a comunicação síncrona, entre distintas
pessoas conectadas em determinado momento;
Webconferências, comunicação, de duas ou mais pessoas, através de envio
e áudio e vídeo em tempo real;
Audioconferências, sistema de transmissão de áudio, recebido
simultaneamente por um ou mais usuários. Tanto as webconferências e
audioconferências acontece através das plataformas digitais, como Google Meet e
Zoom;
Teleconferência, todo tipo de conferência a distância, envolvendo
transmissão e recepção de tipos de mídia, com sons e imagens, em tempo real.
No atual cenário da educação, os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA),
destacam-se como uma importante ferramenta alternativa na articulação do processo
de ensino e aprendizagem. A sala de aula virtual (ou classroom) tornou-se alternativa
segura para a continuidade das atividades educacionais. Nesse ambiente virtual de
aprendizagem (AVA), as tele aulas vêm sendo utilizadas talvez “assertivamente”,
como um importante meio pedagógico para impedir que as atividades educacionais
parem totalmente (LIMA, 2020).
Para Paula (2009, p. 15):
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Nessa dinâmica intersubjetiva, necessidades e desafios vêm sendo postos à
prova com todas as atividades inseridas em meios virtuais através do uso das
tecnologias digitais de informação e comunicação (TDICs) no contexto educacional.
Para Moreira (2019), novas práticas e concepções surgiram e tudo se
transformou em um curto espaço de tempo. Esse novo modo de ver o mundo pode
ser denominado como era da informação digital ou era da comunicação virtual. Sabe-
se que o uso da tecnologia na atualidade é de grande valia na educação, pois essa
otimiza o processo de ensino-aprendizagem.
Com a implantação da tecnologia no ambiente escolar, atualmente surgiu outra
modalidade de aprendizado e acesso a conteúdos, chamado “mobile learning”, uma
otimização do e-learning, a diferença é que ocorre por meio do uso de aparelhos
móveis (como celulares (smartphones), tablets e notebooks). Ou seja, esta forma
inovadora de aprender, consiste em utilizar estes recursos como um novo ambiente
de troca de conhecimentos, fácil, rápido e acessível. Pode-se usar o “mobile learning”
em qualquer hora e lugar, acessar programas educacionais, assistir vídeos
educacionais e etc. (STYLIANOUDAKIS; BÔAVENTURA, 2017, p. 3).
Em consonância com os autores, ressalta-se que o uso de smartphones,
especialmente, pode auxiliar o aluno na organização da sua vida acadêmica, bem
como no momento das pesquisas, para desenvolver trabalhos, visto que esse é uma
ferramenta rápida e completa de comunicação, repasse de informações
instantaneamente, através de aplicativos (STYLIANOUDAKIS; BÔAVENTURA,
2017).
Assim, diante dessa cosmovisão transformadora que estamos vivenciando,
hoje temos acesso à informação vinda de todos os lugares, é imprescindível o uso
desta no contexto educacional. Dessa forma, no atual cenário educacional de aulas
remotas, destaca-se o uso de aplicativos, como por exemplo, os grupos de
WhatsApp, que possibilitam o repasse de informações em tempo real a inúmeras
pessoas ou compartilhar através das redes sociais informações que alcançam
milhares de usuários em poucas horas.
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3.2 QR Codes como ferramenta interativa e facilitadora do processo de ensino
e aprendizagem
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expressa o conceito de desenvolvimento para o código, cujo foco foi colocado na
leitura de alta velocidade (Ribas et al. 2017).
No dizer de Boaventura (2017), por permitir armazenar uma informação de
modo a torná-la pública, o docente através da inserção do QR code em prática diária,
tem a possibilidade atualizar-se, promovendo ao aluno um ensino mais dinâmico e
interativo. Na atualidade, existem programas para decodificar um código QR code
para a grande maioria dos celulares com câmeras. Nestes aparelhos basta abrir o
programa e apontar a câmera para o código que será decodificado imediatamente. O
uso de códigos QR, baseado no conceito do Mobile Learning, poderão dar um novo
enfoque aos processos de ensino e aprendizagem, introduzindo uma nova dinâmica
que trará motivação para os alunos estudarem. Além disso, o seu uso poderá quebrar
as barreiras físicas associadas à escola e extrapolar a aquisição de conhecimentos
para ambientes não formais.
Nesse contexto, afirma-se que a inserção de dispositivos móveis na prática
docente em instituições de ensino fará com que o aluno compreenda que o celular
pode vir a ser mais que um telefone móvel, e que pode ser usado para adquirir e
distribuir conhecimento (PEREIRA et al., 2012).
Ressalta-se que há diversas possibilidades de aliar a tecnologia à educação,
mas é necessário que o professor possua o conhecimento e o domínio do meio
utilizado, além de criatividade para desenvolver atividades e entretenimentos para os
alunos. Incorporar as tecnologias móveis no plano de aula pode estimular o interesse
no conteúdo abordado, fazendo com que o processo de ensino-aprendizagem seja
algo agradável para o aluno, bem como para o educador. Compreende-se que os
recursos tecnológicos quando inseridos na prática de ensino despertam o interesse e
proporcionam o conhecimento (PEREIRA et al., 2012).
Dessa forma, a possibilidade que o educando possui de estar integrado a
internet torna-o um ser promíscuo, que segundo Pivato e Oliveira (2014), o docente
tem o dever de orientá-lo, para que no seu dia a dia o estudante tenha a oportunidade
de desenvolver capacidades pertinentes ao entendimento social, mediante a
comunidade digital, fazendo uso dos recursos tecnológicos no campo educacional de
forma consciente e responsável.
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Porém, sabe-se que a aceitação digital ainda não é vista com bons olhos pelos
próprios profissionais da educação, sobre esse assunto afirmam Pivato e Oliveira
(2014, p. 326-327):
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[...] Art. 28 A utilização qualificada das tecnologias e conteúdos das mídias
como recurso aliado ao desenvolvimento do currículo contribui para o
importante papel que tem a escola como ambiente de inclusão digital e de
utilização crítica das tecnologias da informação e comunicação, requerendo
o aporte dos sistemas de ensino no que se refere à: I – provisão de recursos
midiáticos atualizados e em número suficiente para o atendimento aos
alunos; II – adequada formação do professor e demais profissionais da
escola. (BRASIL, 2013, p.136)
Com base nessas premissas, Bonilla (2015 apud Soares 2016), afirma-se ser
fundamental aos professores compreender as características e potencialidades das
tecnologias, tendo claro que compreender significa mais do que ser capaz de fazer
funcionar, significa inseri-las no contexto contemporâneo, penetrar nessa nova
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linguagem, nessa nova lógica, nesse novo modo de ser, pensar e agir. E que é só
fazendo essa imersão que os professores terão condições de entender um pouco mais
seus jovens alunos.
Porém, Belizário (2013), afirma que segundo alguns educadores, o uso deste
dispositivo em sala-de-aula tem representado uma grande ameaça, pois, quando não
solicitado, o smartphone se torna um grande inimigo e vilão no que tange ao trabalho
pedagógico. Então, o grande desafio tem sido incorporar esse dispositivo, que cabe
na palma da mão, como uma ferramenta extra nesse processo de ensino-
aprendizagem, combatendo os excessos e, ao mesmo tempo, permitindo aos
professores, aqueles que não têm o mesmo domínio da maioria de seus alunos
nascidos na era digital, que se reciclem. É importante que o professor não nascido na
era digital aprenda a apropriar-se dessa ferramenta, entendendo seu uso, seus
mecanismos de funcionamento e de interação. É necessário também que o aluno
perceba que utilizar os smartphones dentro e fora da sala de aula pode ser igualmente
proveitoso. Cavalcante et al. (2021)
A autora supracita, enfatiza que:
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4. AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (NTIC)
www.lantec.fe.unicamp.br
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tablete, internet entre outros. A inovação está intrinsicamente relacionada à um
conjunto de modificações sociais e econômicas.
Corroborando com o autor, Ferrão (2013) afirma, que a utilização das novas
tecnologias na Educação é um fato de extremo impacto no contexto educacional do
país, uma vez que se torna impossível à uma sociedade não se adaptar as novas
tecnologias e processos. Para Leite (2013) nenhuma sociedade pode excluir por muito
tempo em suas instituições de formação os importantes componentes de sua cultura
cotidiana. Ou seja, uma vez que a tecnologia avança e passa a participar diariamente
na vida da população torna-se essencial que o processo educacional seja reavaliado
e reestruturado, para que assim, haja uma integração entre a cultura cotidiana da
sociedade e o processo de aprendizagem nas instituições de ensino.
Segundo Lima (2015) apud Júnior e Melo (2021), a era da informação teve sua
origem na busca da automatização pelo homem das tarefas repetitivas. O ábaco,
instrumento para cálculos usado por volta de 1000 anos a.C. pelos chineses pode ser
considerado como o parente mais distante do computador. No ambiente educacional
ao desenvolver projetos cooperativos intensifica-se o uso recursos das novas
tecnologias o que possibilita também a execução de diferentes projetos através da
rede.
Para tanto, a utilização das novas tecnologias na Educação é um fato de
extremo impacto no contexto educacional do país, uma vez que se torna impossível à
uma sociedade não se adaptar as novas tecnologias e processos. Nessa perspectiva,
Dore; Luscher (2015) denomina o fenômeno como sendo um processo de
aprendizagem cooperativa e ressalta “os professores aprendem ao mesmo que os
estudantes e atualizam continuamente tanto os seus saberes “disciplinares” como
suas competências pedagógicas”
Martins (2018), enfatiza que a educação contemporânea tem sido marcada pela
utilização de recursos tecnológicos em sala de aula, que tem contribuído no
aprendizado e no interesse dos alunos pela escola, no entanto tem exigido melhor
formação de professores para o uso das mídias, com uma prática pedagógica reflexiva
e transformadora.
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no processo de ensino e aprendizagem, bem como as concepções dos alunos acercas
dessas práticas (MARTINS, 2018).
Assim, em um ambiente educacional no qual as novas tecnologias moldam
constantemente o aprendizado, a atuação do professor não pode ser apresentada
como um ditador de conteúdo. É fundamental que a disseminação do conteúdo seja
realizada de maneira eficaz através dos diversos meios, o que evidencia a
necessidade de que a atuação e a competência do educador devem deslocar-se
constantemente para que seja possível promover a aprendizagem e o estímulo do
pensamento no aluno (FAGUNDES; LUCE; ESPINAR, 2014 apud JÚNIOR E MELO,
2021).
Os autores Júnior e Melo (2021), ressalta que o trabalho pedagógico do
professor sofre uma drástica alteração, antes era visto como especialista e detentor
do conhecimento cuja função era somente instruir, agora é apresentado como um
profissional da aprendizagem capaz de incentivar, orientar e motivar. Isso ocorre
devido a busca e exploração dos novos ambientes profissionais e virtuais de
aprendizagem.
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aperfeiçoado. Era preciso “aprender a elaborar e a intervir no processo
comunicacional que se dá entre professores e alunos com essas mídias, para ajudar
na realização da cidadania contemporânea”. (Rezende e Fusari 1995, p. 68 apud
Martins, 2018)
O avanço tecnológico se colocou presentes em todos os setores da vida social,
e na educação não poderia ser diferente, pois o impacto desse avanço se efetiva como
processo social atingindo todas as instituições, invadindo a vida do homem no interior
de sua casa, na rua onde mora, nas salas de aulas com os alunos, etc. Desta forma,
os aparelhos tecnológicos dirigem suas atividades e condicionam seu pensar, seu
agir, seu sentir, seu raciocínio e sua relação com as pessoas. (DORIGONI; SILVA,
2008, p. 3)
Assim, segundo Fantim (2011), faz-se necessário refletir sobre o papel que as
mídias têm desempenhado na sociedade contemporânea e na formação dos sujeitos.
Verifica-se que a demanda da sociedade nem sempre é a mesma da escola. Por mais
que se fale que as atuais gerações de crianças e jovens cresceram com a TV, com o
vídeo, com o controle remoto, e mais recentemente com computador e Internet, o
entendimento a respeito das mudanças propiciadas pelas tecnologias de informação
e comunicação (TIC), pelas mídias digitais e pelas redes sociais está longe de ser
suficientemente problematizado na escola.
As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) oferecem recursos para
favorecer e enriquecer as aplicações e os processos, principalmente na área de
educação. A adoção dos recursos das TICs para a aprendizagem abre novas
possibilidades para complementar a educação formal. (CARITÁ, PANDOVAN,
SANCHES, 2011, p.2).
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5 A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS
www.itforum365.com.br
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Diante dessa nova realidade, Reis e Leal (2021), afirmam ser grandes os
impactos na vida de todos. Para retardar a proliferação do novo coronavírus, foi
necessário o fechamento de todos os estabelecimentos que concentram grandes
números de pessoas, estando as instituições educacionais inclusas em todos os
decretos governamentais, sendo desafiadas a reestruturar seus projetos e modelos
de ensino, passando a utilizar-se de ferramentas digitais, para garantia do processo
de ensino-aprendizagem.
Nesse sentido, Cordeiro (2020), destaca que:
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acesso e sem burocracia, já que podem ser acessados por dispositivos móveis como
o tablet e o smartphone.
Nesse cenário, surge uma revolução educacional sobre o quanto a tecnologia
tem se mostrado eficiente e o quanto as pessoas precisam estar aptas a esse avanço
tecnológico (Cordeiro, 2020). Não se trata aqui de utilizar as tecnologias a qualquer
custo, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de
civilização que questiona profundamente as formas institucionais, as mentalidades e
a cultura dos sistemas educacionais tradicionais e, sobretudo, os papéis de professor
e de aluno (LÉVY, 2005, p. 172 apud Cordeiro, 2020).
Das múltiplas funções que a tecnologia tem e seu potencial transformador no
desenvolvimento social, político e econômico, entende-se que na educação esta
ferramenta tornou-se revolucionaria por dentro do contexto de familiarização do
ensino na relação docente-discente e os recursos digitais. Neste sentido, a avaliação
sobre as garantias das possibilidades do ensino nas instituições de educação superior
e da educação básica que são de modalidades presenciais tiveram que se adaptarem
a modalidade remota de ensino e aprendizagem, por vezes apresentará no futuro
resultados e pontos de vistas com outras perspectivas no período pós-pandemia
ressignificando também as funções do papel docente e dos estudantes. (CORDEIRO,
2020).
Corroborando com o exposto, Cordeiro (2020, p.1) ressalta que:
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única e simples das ferramentas disponibilizadas, ela é elemento que constitui o
percurso da ciência moderna, “é uma fusão das atividades intelectuais com a
experimentação, viabilizada pelo domínio das técnicas e práticas artesanais” e o meio
escolar é ambiente propício para a referida junção.
conservacaodefloraefauna.blogspot.com/
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um potencial imenso de liberdade, cujo nenhum sistema de dominação pode conter
ou calar.
Na visão de Coletto; Battini e Monteiro (2018), as tecnologias digitais
proporcionam um novo rumo ao que diz respeito ao ensino educacional atual, pois
mobilizam os educandos a possuírem uma melhor aquisição de conhecimento durante
sua formação tanto pessoal como profissional onde ele estiver inserido. Cabe, pois,
aos professores mediarem as questões surgidas através dos questionamentos, bem
como reflexões sobre acertos e erros. Com a utilização destes métodos, podemos
inverter a forma de ensino, buscando identificar o que e como o aluno pode aprender.
Isso o permite construir a autonomia do discente, já que:
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Contudo, Moura (2015) relata que não dá para negar as novas tecnologias, pois
foram mudanças e transformações que ocorreram nas últimas décadas na sociedade
e que está refletindo na escola, fazendo com que os professores tenham que
reconstruir o método de aula.
Porém, Silva (2016 apud Novaes et al. 2021), conceitua q professor e
aprendizes experimentam a exploração navegando na Internet, mas o ambiente de
aprendizagem não estimula fazer do hipertexto e da interatividade próprios da mídia
on-line uma valiosa atitude de inclusão cidadã na cibercultura. Assim, mesmo com a
Internet na escola, a educação pode continuar a ser o que ela sempre foi distribuição
de conteúdo empacotados para assimilação e repetição (SILVA, 2016).
7 TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO
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sociais, todas funcionam através do princípio simples de que as pessoas, grupos,
sistemas, nós, podem ser conectados para criar um todo integrado”. (SIEMENS, 2004,
p. 5).
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O uso de tecnologias, faz-se importante para a democratização do
conhecimento e inclusão social, uma vez que possibilita fazer esse conhecimento
chegar às localidades mais remotas do país. Para isso, tanto professor quanto aluno
devem desenvolver competências que favoreçam a utilização dos meios tecnológicos.
Nesse sentido, vê-se no uso das tecnologias a possibilidade de proporcionar
formas de trabalho mais significativas com a educação patrimonial, oportunizando que
alunos que não moram em cidades históricas, conheçam esse patrimônio a partir das
TIC, por exemplo. Dessa forma, poderiam ser utilizados vídeos, podcasts, blogs e
jogos através das redes sociais. Assim, torna-se conhecida a diversidade cultural
nacional, chamando a atenção para a sua preservação.
Essa diversidade cultural é contemplada a partir dos PCN’s, devendo, portanto,
ser abordada transversalmente nas práticas pedagógicas da educação básica. Porém,
a realidade mostra que em muitos contextos educacionais do Brasil não há essa
preocupação desde o planejamento das aulas. Às vezes, os próprios professores
desconhecem aspectos referentes ao patrimônio, o que dificulta o trabalho com essa
temática.
Além disso, a realidade do ensino público, hoje, obsta o emprego de
tecnologias, posto que para sua utilização faz-se necessário uma infraestrutura
mínima como, por exemplo, ter disponível uma internet banda larga, wifi, tablets,
computadores, datashow. Este fato não é observado em muitas escolas públicas
nacionais. No caso das escolas privadas, onde se detém um maior poder econômico,
apesar de se observar uma infraestrutura mínima, em muitos casos, a conexão da
internet não é de qualidade ou os professores não se encontram devidamente
preparados para o trabalho com as TICs.
No contexto que ultrapassa a sala de aula, constata-se que os alunos estão
acessando a internet, em sua maioria, dos smartphones e também de dispositivos
digitais. Há, inclusive, pesquisas que apontam que os jovens têm aumentado o seu
acesso à internet e o tempo em que utilizam seus dispositivos digitais e celulares fora
da escola. Tais pesquisas serviram para constatar a importância de se estar
conectado e a facilidade com que a população tem tido acesso às mais diversas
informações.
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7.1 Estratégias de Ensino: Experiência na disciplina Metodologia do Ensino
Superior com TIC.
O papel das tecnologias nesse sentido é fazer uma ponte entre o que é
ensinado e o que é aprendido. Neste sentido Lima (2008, p. 23), afirma que "o
conhecimento resulta da "organização" das informações em redes de significados.
Mas não uma organização qualquer, sim, por novos atos de conhecimento, por outras
informações em função de atividades específicas à apropriação do conhecimento.
Assim, pode-se compreender que informação é um conjunto de dados que pode ser
transmitido, apreendido e memorizado.
Para Masetto (1998), o docente do ensino superior, como cidadão, deve estar
atento as mudanças sociais, em formação constante, para conhecer o potencial
pedagógico que as TICs oferecem quando usadas adequadamente. Serra e Silva
(2008, p. 251-253) esclarecem que o meio educacional, tendo em vista o potencial de
viabilização do conhecimento que as TDIC proporcionam, de forma rápida e interativa,
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cria possibilidades de ensino para além do ambiente da sala de aula presencial.
Mercado (2014, p. 65) afirma que “os métodos ativos são inovadores por contribuírem
para formar nos alunos o pensamento criador; oferecem um conjunto de situações
problemas que precisam de solução; permitem que o docente, ao orientar o
pensamento do aluno, não precise abordar todo conteúdo em sala de aula;
possibilitando relacionar os novos conhecimentos com os conteúdos de outras
disciplinas”.
É pensando em tornar a aula significativa e dinâmica que a integração das TDIC
ao currículo é fundamental, assim como o desenvolvimento de estratégias didáticas,
que segundo Mercado (2016) torne o curso “[...] mais dinâmico, desafiador, criativo e
renovado.” Para Rios e Santos, (2011, p.8), as "TDIC contribuem para o
desenvolvimento das habilidades e competências dos docentes e estudantes numa
perspectiva crítica e colaborativa. A inovação no fazer pedagógico contribui
significativamente na formação crítica, participativa e autônoma do indivíduo". De
acordo com Pozo (1996, p.195) boas estratégias concederão, certamente um melhor
processo de aprendizagem. Mercado (2014, p. 70) afirma que “as estratégias de
ensino designam os procedimentos e recursos didáticos utilizados para atingir os
objetivos desejados e previstos". Berbel (2011, p. 29), afirma que as “metodologias
ativas se baseiam em formas de desenvolver o processo de aprender, utilizando
experiências reais ou simuladas, visando às condições de solucionar, com sucesso,
desafios advindos das atividades essenciais da prática social”. As estratégias
inovadoras contribuem assim, para criar novas metodologias que favorece a
construção de conhecimento e aprendizagem entre docentes e estudantes, sendo
assim, o fazer pedagógico dinâmico oportunizado pelas TDIC contribuem diretamente
na capacidade de aprendizagem do estudante.
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notícias.universia.com.ar
8 DOCENTE UNIVERSITÁRIO
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Masetto (1998) afirma que, para o docente universitário adquirir a conotação de
profissionalismo e realizar atividades de sua competência como à pesquisa, o
processo de ensino-aprendizagem e a gestão pedagógica e administrativa, se exige
deste profissional também o desenvolvimento de competências próprias para sua
práxis educativas.
Assim, o docente universitário está em volto em inúmeras atuações e funções
dentro e fora da IES. Zabalza (2004) e Masetto (1998) revelam que, atualmente,
podem ser atribuídas como competências gerenciais ao docente do ensino superior
“divulgação cientifica, produção científica, gestão acadêmica universitária, orientação
e supervisão, participação de bancas e comissões julgadoras, avaliação institucional,
extensão, docência e pesquisa”. Além destas competências, na era digital, segundo
Perez Gomes (2015), o docente universitário enfrenta novos desafios. Novas
possiblidades de conhecimentos são produzidas com as TDIC, através das redes
sociais, internet e plataformas digitais.
Neste novo cenário, o docente adquire outras habilidades em suas práticas
pedagógicas integradas o uso das TDIC. Mercado (2015) afirma que o desafio
consiste em adaptar-se ao novo modelo de ensino com TIC, propiciar vivências e
experiências com tecnologias na prática educativa multiletradas com saberes
coletivos que exigem participação, iniciativas, cooperação na solução de problemas,
letramento digital, sonoro e informacional; aprender e desenvolver atividades
dinâmicas que envolva as TDIC na perspectiva da Pedagogia da Autoria com
competências para lidar com estudantes multitarefas. Com o desenvolvimento
tecnológico, ampliam-se as competências gerencias do docente do ensino superior,
Mauri e Onrubia (2010) afirmam que o docente em ambientes virtuais aprende a
dominar e valorizar nova cultura da aprendizagem; domina as TDIC com formações
contínuas e neste processo acontece a interação entre docente-estudante, que passa
a conhecer as diversas ferramentas tecnológicas flexibilizando o ensino através de
atividade interativa institucional a organizar e atribuir significado e sentido as novas
informações, como também desenvolver habilidades e capacidade de gestão do
aprendizado, do conhecimento e da informação. Isto porque as TDIC proporcionam,
segundo Bernabé (2012), novas oportunidades para educação e formação, facilitando
a colaboração, a inovação e a criatividade, tanto dos estudantes, como dos docentes
e IES. Diante do atual cenário do ensino superior, ser docente universitário se revela
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como atividade complicada, devido as várias funções que desempenha. No entender
de Zabalza (2004, p. 111), “[...] ensinar é uma tarefa complexa na medida em que
exige conhecimento consistente acerca da disciplina ou das suas atividades”. Por isso,
segundo Masetto (1998) o docente, além de conhecer os conteúdos deve ter
desenvolvimento na área do conhecimento; desenvolvimento no aspecto afetivo
emocional; desenvolvimento de habilidades e desenvolvimento de atitudes e valores,
o que significa que a identidade e habilidades do docente do ensino superior
acontecem pela prática pedagógica, pela formação profissional, pelo processo
evolutivo e singular das experiências dinâmicas e culturais. (RAMOS, 2010).
A formação da identidade do docente universitário é evolutiva e singular,
acontece pela dissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, de forma individual
e institucional. A formação profissional acontece simultânea com a formação
acadêmica que fornece competências para uma determinada área, domínio na área
pedagógica no exercício de dimensão política. Os saberes teóricos e práticos
construtores da identidade docente acontece pela formação contínua e permanente,
regida pelo art. 66 da Lei de Diretrizes e Bases - IDBEN Lei nº 9.394/96 (BRASIL,
196), prioritariamente determina formação em mestrado e doutorando.
A construção da identidade docente é processual e dinâmica dentro de uma
conjuntura para desconstruir visões como “quem sabe, automaticamente, sabe
ensinar” ou “só quem sabe investigar, pode realmente ensinar” (RAMOS, 2010, p. 33).
Segundo Fávero e Tauchen (2013), a gestão profissionalizante do docente se
desenvolve pela produção do “pesquisador docente, que desenvolve prática de
produção científica e aulas acessórias e docente pesquisador, que tem como foco
principal o ensino como pesquisa, desenvolve ações de extensão, mas, não possui
produção de pesquisa”. A construção da identidade do docente universitário
inicialmente atende o desejo do próprio docente, em buscar caminhos para docência
voltada para o ensino, para uma docência baseada na aprendizagem (FÁVERO;
TAUCHEN, 2013). A expansão das atividades do docente do ensino superior ocorrida
nas últimas décadas, tem redesenhado o perfil e a identidade dos mesmos. A prática
docente, por sua vez, não fica limitada em mostrar o que está feito ou acumulado
historicamente, pois necessita de ações que englobam conhecimentos tanto
cognitivos, quanto não cognitivos, com propostas de conteúdos e tarefas que
envolvam atividade construtiva individual e coletiva. Os usos das TDIC no processo
42
de aprendizagem interligam as novas tecnologias as metodologias de trabalho que
podem melhorar as habilidades dos docentes em criar novas maneiras para enfrentar
as tarefas que, por sua vez mudam a natureza da atividade universitária.
43
(ABREU e MASETTO, 1990) afirmam que “O conhecimento e o domínio das
estratégias é uma ferramenta que o docente maneja de acordo com sua
criatividade, sua reflexão e sua experiência, para alcançar os objetivos da
aprendizagem”. (Apud GOMES G. S. 2018)
www.ebay.com.au
45
10 O DESAFIO DE INTEGRAR TIC À FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE
Em acordo com o autor, Esteve (1999, p. 101 apud Pessoa 2020) defende que
“o professor enfrenta a necessidade de integrar no seu trabalho o potencial informativo
destas novas fontes, modificando o seu papel tradicional. E,” Coelho (2003, p. 55 apud
47
Pessoa, 2020) reitera a necessidade de constante adaptação da função docente,
colocando que
48
apresentadas no curso de formação e as necessidades do educador diante de sua
prática em sala de aula.
www.bing.com
Diante deste contexto tecnológico, Prensky (2001 apud Boucinha et al. 2017),
observou que por influência da tecnologia em seu cotidiano, os jovens teriam um novo
perfil de aprendiz, à medida que estão acostumados a receber informações muito
rápido, a trabalhar em mais de uma tarefa de forma paralela, gostam de estar
conectados em rede e prosperam com base em gratificações instantâneas e
recompensas frequentes.
Segundo Dorling, Selby e Woollard (2015 apud André, 2018), o pensamento
computacional deve servir à formação de pessoas para que possam participar e
usufruir das oportunidades, das responsabilidades e dos desafios inerentes a uma
sociedade na qual a influência da computação se faz cada vez mais presente. É
preciso, portanto, que os cidadãos sejam capazes de criar artefatos a partir de
análises bem fundamentadas, participar das decisões que afetem suas vidas,
organizando um conjunto de valores mediado na consciência da importância de seu
próprio aperfeiçoamento e no aprimoramento das relações sociais. A formação de
cidadãos com esse perfil pressupõe o desenvolvimento de algumas competências,
entre as quais destaca-se:
a) expressar-se e comunicar-se utilizando diferentes linguagens para expor
seus julgamentos de valor;
b) construir representações sobre fenômenos do cotidiano;
c) utilizar os conhecimentos escolares para se posicionar e participar das
transformações socioculturais;
50
d) estabelecer relações e conexões que sustentem decisões baseadas em
princípios e conceitos;
e) analisar e se posicionar em relação a fatos científicos e tecnológicos.
Nesse sentido, Wing (2011 apud André, 2018), afirma que favorecer o
pensamento computacional, tem por principal função a formação de pessoas capazes
de não apenas identificar as informações, mas principalmente produzir artefatos a
partir da compreensão de conceitos e utilizá-los para enfrentar desafios e refletir sobre
seu cotidiano.
Assim, para Brackmann et al. (2019), o Pensamento Computacional (PC) surge
como um novo eixo educacional a nível global. Nas escolas Brasileiras, ele é
considerado um conjunto de habilidades e conhecimentos para auxiliar os alunos na
solução de problemas. No entanto, não há consenso sobre a metodologia de ensino
e a disponibilidade de material que atenda às expectativas dos professores.
Porém, de acordo com Silva et al. (2017), há barreiras e desafios a serem
superados para pôr em prática o ensino de tal habilidade computacional na educação
básica no Brasil. Entre estes desafios, pode-se destacar a infraestrutura inadequada
das escolas, em que na grande maioria não disponibilizam de um laboratório de
informática adequado para a prática e falta de planejamento para execução de cursos
da área de computação e a formação de professores, sendo este fundamental para a
boa prática de ensino de PC nas escolas.
Neste âmbito, Wing (2006 apud Silva et al. 2017), o Pensamento
Computacional possibilita a interdisciplinaridade entre as mais diversas áreas do
conhecimento, abordando conceitos como algoritmos, modelagem, automação, coleta
de dados, paralelismo, simulação, abstração, análise de dados, representação de
dados e decomposição de problemas. A inserção do PC na educação básica não visa
tão somente empregabilidade, competitividade e ascensão econômica; mas
principalmente a construção de competências e habilidades fundamentais aos seres
humanos para o exercício da cidadania no atual século (BLIKSTEIN, 2008 apud SILVA
et al. 2017). Com isso, existe a real necessidade de levar para a sala de aula práticas
que envolvam o uso da computação como ciência integradora.
Diante do exposto, Grover, (2013 apud Brackmann et al. 2019), ressalta que,
sem o devido acompanhamento, o PC nas escolas não terá probabilidade de seguir o
caminho de sucesso em nenhum currículo, ou seja, além da necessidade de se avaliar
51
a eficiência de qualquer abordagem curricular ao integrar o Pensamento
Computacional, necessita-se definir critérios que permitam aos educadores avaliar o
que os estudantes aprenderam.
Para Silva et al. (2017)
Dessa forma, Nunes (2011 apud Silva et al. 2017), enfatiza que a computação
quando aplicada como ciência, possibilita que o aluno construa o seu próprio
conhecimento e desenvolva sua capacidade de resolver problemas do cotidiano. O
ensino de conceitos básicos de computação nas escolas é fundamental para manter
o raciocínio computacional das crianças, pelo seu caráter transversal às demais
ciências, possibilitando a formação de cidadãos capazes de viver em um mundo cada
vez mais globalizado.
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