Você está na página 1de 158

Gestão do Sistema Único de

Assistência Social - SUAS


Autor: Rafael Aroni

Tema 01
Principais Fundamentos e Conceitos
da Política Nacional de Assistência
Social
Tema 01
Principais Fundamentos e Conceitos da
Política Nacional de Assistência Social

Como citar este material:


seções
ARONI, Rafael. Gestão do Sistema Único
de Assistência Social - SUAS: Principais
Fundamentos e Conceitos da Política Nacional
de Assistência Social. Caderno de Atividades.
Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.
S e ç õ e s
Tema 01
Principais Fundamentos e Conceitos da
Política Nacional de Assistência Social
Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: “O Sistema Único de Assistência
Social no Brasil: uma realidade em movimento”, organizado pelas autoras Berenice Rojas
Couto, Maria Carmelita Yazbek, Maria Ozanira da Silva e Silva e Raquel Raichelis, 3º ed,
Editora Cortez, 2012, Livro-Texto 511.

Roteiro de Estudo:
Gestão do Sistema Único
de Assistência Social - Rafael Aroni
SUAS

CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará:

• Ao longo do século XX, o Estado Republicano brasileiro atuou de forma seletiva sobre
a seguridade social, ora priorizando a previdência ora a saúde, incapaz de interferir no
plano a assistência social e reverter à desigualdade e pobreza.

• No Brasil, as políticas sociais historicamente estiveram subordinadas aos interesses


econômicos dominantes, com baixa efetividade social.

• Por décadas a Assistência Social esteve relegada ao plano do clientelismo,


apadrinhamento e mandonismo político, estrutura que caracteriza uma cultura não
política, que não permite a participação e luta pela emancipação das populações em
situação de risco ou vulnerabilidade.
5
CONTEÚDOSEHABILIDADES
• A Política Pública de Assistência Social deve articular-se a outras políticas setoriais
para o enfrentamento das desigualdades socioterritoriais brasileiras.

Habilidades
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quais os princípios e fundamentos da seguridade social no Brasil?

• Qual o processo histórico de criação do Sistema Único de Assistência Social?

• Quais as principais características da Lei Orgânica de Assistência Social?

• Quais as principais características da Política Nacional de Assistência Social?

LEITURAOBRIGATÓRIA
Principais Fundamentos e Conceitos da Política Nacional
de Assistência Social
Ao iniciar o tema faz-se necessário esclarecer que a Assistência Social é uma das três
dimensões que compõe a Seguridade Social. É fundamental entender que a Seguridade
Social tem por princípio ser uma política pública social que amplie o acesso a direitos sociais
e a responsabilidade do Estado no enfrentamento, redução e prevenção de situações de
vulnerabilidade e risco social. No contexto brasileiro, as autoras apresentam um processo
histórico dialético de avanços e retrocessos. Esse é o movimento contraditório entre a
elaboração de dispositivos institucionais legais e todas as formas de atrasos na efetivação
material. Frente às políticas neoliberais desestruturastes (PEREIRA, 2012, 18), constitui
uma das ideias centrais do Livro-Texto.

Assim, as autoras apontam que pesquisas sobre políticas sociais indicam que,
historicamente, elas estiveram subordinadas aos interesses econômicos dominantes, com
baixa efetividade social. Portanto, a assistência social, por décadas, foi um espaço da não

6
LEITURAOBRIGATÓRIA
política, caracterizado pelo apadrinhamento do mandonismo e coronelismo e cristalizou
uma forma arcaica de fisiologismo próprio da política brasileira.

Desta forma, é importante salientar que a Política Nacional de Assistência Social é fruto
de um processo recente. Assim, o contexto dela remete a luta, na década de 1980, dos
movimentos sociais pela terra, pela moradia e dos sindicatos frente à carestia de alimentos
e à inflação (BELIK, et al., 2001), os quais articularam forças sociais que influenciaram na
elaboração do Capítulo II – Da Seguridade Social (art. 194 a 204) da Constituição Federal
de 1988. A inovação nesse dispositivo de lei foi estabelecer o caráter não contributivo para
aqueles que precisem acessar serviços de seguridade social.

Somente após cinco anos da promulgação do texto constitucional, foi aprovada a Lei Orgânica
de Assistência Social (n. 8.742/1993), legislação que regulamentou a política de assistência
social com caráter não contributivo, posição central do Estado enquanto promotor de acesso
e direitos a serviços sociais, além da participação e controle pela sociedade na formulação,
gestão e execução de políticas assistenciais. (COUTO et al., 2012, p. 56).

Contudo, o contexto político econômico brasileiro do início da década de 1990 aponta para
conjuntura paradoxal na qual os avanços nesses dispositivos que buscam a integração
social são contrapostos à pressões externas por reformas estruturais econômicas do ideário
neoliberal, que colocam em marcha o processo de desmantelamento de direitos sociais.

No plano da conjuntura internacional observa-se a transformação do modelo Welfare State,


ou, como as autoras denominaram, a “ruptura do pacto keynesiano” (COUTO et al.,
2012, p. 57) na qual há diminuição da intervenção do Estado na economia para enfrentar
o desemprego. O modelo surge no pós Segunda Guerra Mundial e perdura até meados da
década de 1970. Após a moratória da dívida externa do México, em 1982, e o endividamento
crescente dos países da América Latina, ocorre, em 1989, a reunião conhecida como
Consenso de Washington, na qual economias institucionais internacionais pressionam esses
países pela abertura de mercados e ajustes fiscal e social para o enfrentamento da crise.

Nesse contexto adverso é que se inicia o processo de construção da Seguridade Social


no Brasil. Após dez anos de criação do dispositivo constitucional de Seguridade Social, foi
aprovada a primeira Política Nacional de Assistência Social, em 1998. Paralelo à maneira
a confrontar os princípios do LOAS e da primeira Política Nacional de Assistência Social,
é instituída a Medida Provisória n. 813, em 1 de janeiro de 1995, que cria o Programa
Comunidade Solidária. A política com verniz neoliberal focaliza-se em ações pontuais

7
LEITURAOBRIGATÓRIA
dispersas e busca aliviar a situação de penúria social nos bolsões de pobreza. “Esta
pulverização mantém a Assistência Social sem clara definição como política pública
e é funcional ao caráter focalista que o neoliberalismo impõe às políticas sociais na
contemporaneidade” (COUTO et al., 2012, p.58).

Em suma, a década de 1990 é marcada pelas pressões internacionais em forjar uma nova
relação entre Estado, sociedade e mercado, o que coloca em questão a possibilidade ou
não de se garantir direitos por meio de políticas sociais públicas. Processo esse que estava
em construção.

É nesse processo tenso de avanços e retrocessos que a Política Nacional de Assistência


Social (PNAS) foi aprovada, em 15 de outubro de 2004, após amplo debate e articulação
dos fóruns de assistência social, com intuito de redesenhar a política em cursos com vistas
à implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). (PNAS, 2004, p.10).

As principais diretrizes, ou eixos estruturantes da PNAS -2004, segundo as autoras do


Livro-Texto são:

efetivação da Assistência Social como direito de cidadania e responsabilidade


do Estado, apoiada em um modelo de gestão compartilhada pautada no pacto
federativo, no qual são detalhadas as atribuições e competências dos três níveis
de governo na provisão de atenções socioassistenciais, em consonância com
o preconizado na LOAS e nas Normas Operacionais (NOBs) editadas a partir
das Comissões de Gestão Compartilhada (Comissões Intergestores Tripartite
e Bipartite – COT e COBs). (COUTO, 2012, p. 60).

Portanto, destaca-se o papel central do Estado enquanto garantidor e cumpridor de direitos,


responsável pela formulação e execução de políticas públicas que abarquem os permanentes
conflitos entre forças externas e internas a ele. Em decorrência desse processo é aprovado,
em julho de 2005, a normatização do Sistema Único de Assistência Social (NOB-SUAS) n.
130, que busca

[...] articulação em todo o território nacional das responsabilidades, vínculos e


hierarquia, do sistema de serviços, benefícios e ações de assistência social de
caráter permanente ou eventual, executados e providos por pessoas jurídicas
de direito público sob critério de universalidade e de aça em rede hierarquizada
e em articulação com iniciativas da sociedade civil. (COUTO, 2012, p. 60).

Sendo assim, a NOB-SUAS 2005, articulado a PNAS -2004, tem promovido em todo o
território brasileiro a disputa na direção e execução das políticas de assistência social por
sujeitos políticos orientados pela justiça social e promoção de direitos, que, com escopo
técnico, tem enfrentado as resistências das formas arcaicas de assistencialismo.
8
LEITURAOBRIGATÓRIA
Nesse sentido, as autoras apresentam cinco eixos estruturantes do PNAS para articulação
das políticas públicas para o enfrentamento das questões sociais: 1) Intersetorialidade:
integração entre programas e serviços frente a fragmentação de políticas focalizadas, com
objetivo de agregar políticas em redes municipais; 2) Usuários da Política: perspectiva de se
superar a ideia de segmentos por faixa etária ou situação de exclusão social para se fortalecer
a categoria de cidadãos ou grupos que e encontrem em situações de vulnerabilidade ou
risco social. 3) Matricialidade Sócio Familiar: deslocar o foco do indivíduo para o grupo
familiar, os arranjos e rearranjos que permeiam essa instituição. 4) Financiamento: criação
do cofinanciamento para realização da política de proteção, com critérios da proteção social
básica ou especial. 5) Estruturação da proteção social CRAS e CREAS: são dois os níveis
de atuação para proteção social.

A Proteção Social Básica executada diretamente pelos Centros de Referência da Assistência


Social Básica tem o caráter preventivo e de redução de situação de risco e vulnerabilidade
social, tem mais eficiência enquanto indutor da inclusão social. A Proteção Social Especial
tem, nos Centros de Referências das Assistências Sociais Especial, o foco a grupos ou
pessoas em situações sociais de abandono, violência ou exploração sexual, violações nas
condições de moradia, alimentação e trabalho, entre outros.

9
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?
Então:
Sites
Acesse o site: Planalto Nacional.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.
htm>. Acesso em: 02 jan. 2014.
Consulte os artigos 194 ao 204 da Constituição Federal, de 1988. Presidência da República.
Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988.

Acesse a Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742.htm>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Acesse a Política Nacional de Assistência Social.


Disponível em: <http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de-
assistencia-social-snas/cadernos/politica-nacional-de-assistencia-social-2013-pnas-2004-
e-norma-operacional-basica-de-servico-social-2013-nobsuas>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Acesse: Norma Operacional Básica do SUAS.


Disponível em: <http://www.mds.gov.br/cnas/politica-e-nobs/nob-suas.pdf/view>. Acesso
em: 02 jan. 2014.

Vídeos Importantes
Sistema Único de Assistência Social (SUAS) completa sete anos.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=E-Mb6WUUPVo&feature=BFa&list=PL9
BAB2EB5CFC7EDEF>. Acesso em: 02 jan. 2014.

10
LINKSIMPORTANTES
A diretora de Gestão do SUAS, da Secretaria Nacional de Assistência Social/MDS, Simone
Albuquerque, apresenta de forma breve quais são os objetivos do Sistema Único de
Assistência Social, bem como balanço do sete anos de sua existência.

AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1: cia Social é pautada nas necessidades das


famílias, seus membros e dos indivíduos
A matricialidade sociofamiliar passa a ter
(BRASIL, 2005, p.41).
papel de destaque no âmbito da Política
Nacional de Assistência Social (PNAS). A partir da leitura dessa definição sobre
Esta ênfase está ancorada na premissa de matricialidade, e com base em seus conhe-
que a centralidade da família e a superação cimentos e experiências, apresente o seu
da focalização, no âmbito da política de As- entendimento do que é família ou a institui-
sistência Social, repousam no pressuposto ção familiar.
de que para a família prevenir, proteger,
promover e incluir seus membros é neces- Questão 2:
sário, em primeiro lugar, garantir condições
de sustentabilidade para tal. Nesse senti- Assinale a alternativa que indica inova-
do, a formulação da política de Assistên- ções da Lei Orgânica de Assistência Social
(LOAS Lei n. 8.742, de 1993).
11
AGORAÉASUAVEZ
a) Afirmar seu caráter de direito contribu- dezembro de 2003 e se coloca na
tivo e propor o controle da sociedade na perspectiva da materialização das
formulação, gestão e execução das políti- diretrizes da LOAS.
cas assistenciais.
III. A implantação da PNAS e do SUAS
b) Afirmar seu caráter de direito não tem liberado, em torno do território
contributivo e apontar a necessidade nacional, forças políticas que, não sem
de descentralização do Estado para a resistências, disputam a direção social
garantia de direitos e acesso a serviços da assistência social na perspectiva
sociais. da justiça e dos direitos que ela deve
consagrar.
c) Apontar a necessária integração entre
o econômico e o social e afirmar seu São corretas as alternativas:
caráter de direito contributivo.
a) I e II.
d) Apontar a necessária descentralização
b) I e III.
do Estado para a garantia de direitos e
acesso a serviços sociais e apresentar c) II e III.
novo desenho institucional.
d) I, II e III.
e) Apresentar novo desenho institucional
para a assistência social e afirmar seu e) Nenhuma das alternativas.
caráter de direito não contributivo.
Questão 3: Questão 4:
Considere as seguintes afirmações: A Política Nacional de Assistência Social
atribuiu relevância a alguns pontos espe-
I. A Política de Assistência Social é cíficos, a fim de desenvolver estratégias e
concebida como Política Pública no promover mudanças. A abordagem territo-
Brasil a partir da Constituição Federal rial é considerada um desses aspectos e
de 1988, compondo, com a Política sobre ela, é possível afirmar:
de Saúde e a Previdência Social, a
Seguridade Social brasileira. a) Supõe a implementação de programas
e serviços integrados e a superação da
II. A Política Nacional de Assistência fragmentação da atenção pública às
Social expressa as deliberações da IV necessidades sociais da população.
Conferência Nacional de Assistência
Social, realizada em Brasília em
12
AGORAÉASUAVEZ
b) Consiste em uma ruptura com a b) Proteção Social Básica (de pequena
lógica convenial e a instalação do e média complexidade); Proteção Social
cofinanciamento pautado em pisos de Alta.
proteção social e em repasses fundo a
c) Proteção Social Inicial; Proteção
fundo, a partir de planos de ação.
Social Especial (de baixa, média e alta
c) Implica no tratamento da cidade e de complexidade).
seus territórios como base de organização
d) Proteção Social Básica; Proteção So-
do sistema de proteção social, próximo
cial Especial (de alta e média complexi-
ao cidadão.
dade).
d) Supõe a abordagem em territórios de
e) Proteção Social Inicial; Proteção Social
incidência de risco, bem como a oferta
Alta.
de uma rede de serviços e de locais de
permanência de indivíduos e famílias sob
curta, média ou longa duração. Questão 6:
e) Aponta para a necessidade de Historicamente, como se caracterizavam
estruturação de um sistema de as políticas da Assistência Social no Brasil
monitoramento, avaliação e informação antes da Constituição Federal de 1988 e da
da política pública de assistência social. Lei Orgânica da Assistência Social (1993),
de acordo com as autoras do Livro-Texto?

Questão 5:
A PNAS situa a Assistência Social como Questão 7:
Proteção Social e aponta para a realização A Constituição Federal Brasileira de 1988 e
de ações direcionadas para proteger os ci- a Lei Orgânica da Assistência Social (1993)
dadãos contra os riscos sociais inerentes trouxeram a questão da Assistência Social
aos ciclos de vida e para o atendimento de no país para um novo campo: o campo da
necessidades individuais ou sociais. A es- Seguridade Social e da Proteção Social.
truturação da Proteção Social a ser ofertada Nesse sentido, como se conceitua “Seguri-
pela Assistência Social é apresentada em dade Social” e “Proteção Social”?
dois níveis de atenção: ________________
e _________________.
Questão 8:
a) Proteção Social Básica; Proteção A Medida Provisória n. 813 instituiu o Pro-
Social Intermediária. grama Comunidade Solidária, que se ca-
13
AGORAÉASUAVEZ
racterizava por seu grande apelo simbólico
e contribui para fragilizar a Assistência So-
cial no país. Explique de que maneira isso
ocorreu.

Questão 9:
A Política Nacional de Assistência Social
(PNAS) de 2004 vai explicitar e tornar cla-
ras as diretrizes para efetivação da Assis-
tência Social no Brasil. Dessa forma, apon-
te três objetivos dessa política.

Questão 10:
Os Serviços de Proteção Social devem pro-
ver um conjunto de seguranças que redu-
zam ou previnam riscos e vulnerabilidades
sociais. Entre as seguranças a serem ga-
rantidas, existe a Segurança de Convívio.
Em termos ideais, explique como ocorrem
essas garantias legais para o funcionamen-
to da Segurança de Convívio.

14
FINALIZANDO
Neste tema, você estudou que, ao longo do século XX, o Estado Republicano brasileiro
atuou de forma seletiva sobre a seguridade social, ora priorizando a previdência ora a saúde,
incapaz de interferir no plano a assistência social e reverter à desigualdade e pobreza. No
Brasil, as políticas sociais historicamente estiveram subordinadas aos interesses econômicos
dominantes, com baixa efetividade social. No contexto das políticas neoliberais da década
de 1990 foi um revés para o processo de normatização dos dispositivos constitucional
de seguridade social. Somente após 5 anos da promulgação da Constituição Federal foi
aprovada a Lei Orgânica de Assistência Social (n. 8.742/1993), legislação que regulamentou
a política de assistência social. E, após dez anos, foi aprovada a primeira Política Nacional
de Assistência Social, em 1998. Portanto, por décadas a Assistência Social esteve relegada
ao plano do clientelismo, apadrinhamento e mandonismo político, estrutura que caracteriza
uma cultura não política, que não permite a participação e luta pela emancipação das
populações em situação de risco ou vulnerabilidade. O avanço para Política de Seguridade
Social ocorre com aprovação, em 2004, da Política Nacional de Assistência Social que busca
normatizar a implementação do Sistema Único de Assistência Social. Em julho de 2005,
foi aprovada a NOB-SUAS n. 130 que prevê a articulação a outras políticas setoriais para
o enfrentamento das desigualdades socioterritoriais brasileiras, destacando-se conceitos
como intersetorialidade, matricialidade sócio familiar e novos perfis para os sujeitos de
direitos dessas políticas sociais.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

15
REFERÊNCIAS
BELIK, WALTER; SILVA, JOSÉ GRAZIANO DA; TAKAGI, MAYA. Políticas de combate
à fome no Brasil. São Paulo Perspec. São Paulo, v. 15, n. 4, Dec. 2001. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392001000400013&lng=
en&nrm=iso>. Acesso em: 02 jan. 2014.

BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PAQUINO, G. Dicionário de política. Tradução Carmen C.


Varriale et al., Brasília, DF, Editora Universidade de Brasília, 1º ed., 1998.

GLOSSÁRIO
Workfare: segundo a Assistente Social Potyara Amazoneida P. Pereira (2012), trata-se
da inversão da lógica do Estado de Bem-Estar Social, no qual os direitos sociais eram de
responsabilidade do Estado, garantidos a todos, mesmo aqueles que não estavam inseridos
na sociedade assalariada. Assim, o direito de bem-estar é garantido em troca do trabalho
ou da busca por ele.

Welfare State: “(...) Estado que garante “tipos mínimos de renda, alimentação, saúde,
habitação, educação, assegurados a todo o cidadão, não como caridade, mas como direito
político.” (WILENSKY apud BOBBIO, 1998, p.416).

Modelo Keynesiano: tem por princípio a intervenção estatal na economia pela busca do
pleno emprego, cobranças de impostos, investimento do lucro na produção e política de
empréstimos para circular mercadorias.

16
GLOSSÁRIO
Consenso de Washington: reunião ocorrida em 1989, em que representantes das
instituições, como Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Banco Interamericano
de Desenvolvimento, impõem aos presidentes dos países da América Latina medidas como
austeridade fiscal, e abertura de mercados.

Moratória da dívida externa: ação de um Estado nacional em declarar suspenso, de forma


unilateral, o pagamento dos serviços de dívida.

GABARITO
Questão 1

Resposta: As novas estruturações familiares estão relacionadas às transformações da


sociedade contemporânea, ou seja, transformações nos hábitos, costumes, na economia,
na ciência, na tecnologia, entre outros. Nesse sentido, atualmente, pode-se dizer que uma
família é um conjunto de pessoas que estão unidas por laços afetivos, de solidariedade ou
consanguíneos.

Espera-se que o aluno elabore a sua resposta sem apresentar uma visão nuclear de família,
dotando de um entendimento sobre o conceito de maneira a colocá-lo enquanto fenômeno
social plural.

Questão 2

Resposta: Alternativa E.

Justificativa: as inovações da LOAS são as seguintes: apresentar novo desenho instrucional


para a assistência social, afirmar seu caráter de direito não contributivo, apontar a necessária
integração entre o econômico e o social e a centralidade do Estado na universalização e
garantia de direitos e de acessos a serviços sociais e com a participação da população.

17
GABARITO
Questão 3

Resposta: Alternativa D.

Justificativa: todas as alternativas estão corretas, visto que a Política de Assistência Social
compõe junto com a Previdência Social e a Política de Saúde o tripé da Seguridade Social
brasileira. Também a PNAS expressa as deliberações da IV Conferência Nacional de
Assistência Social, que foi realizada em 2003, e junto com o SUAS tem liberado forças
políticas que disputam a direção social da assistência social na perspectiva da justiça e dos
direitos que conseguem consagrar.

Questão 4

Resposta: Alternativa C.

Justificativa: a alternativa A se refere a “intersetorialidade”, a alternativa B se refere ao eixo


do “financiamento”, a D é a definição do que seria “segurança de acolhida” e a alternativa E
se refere à questão da “Informação”.

Questão 5

Resposta: Alternativa D.

Justificativa: os dois níveis de atenção da Proteção Social são Proteção Social Básica e
Proteção Social Especial (de alta e média complexidade).

Questão 6

Resposta: A assistência social no Brasil se caracterizava como “não política”. Era renegada
como secundária e marginal no conjunto das políticas públicas e apoiada por décadas na
matriz do favor, do clientelismo, do apadrinhamento e do mando. Possuía, dessa forma,
pouca efetividade social.

Questão 7

Resposta: Seguridade Social pode ser definida como um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos
à saúde, à previdência e à assistência social; Proteção Social pode ser definida como um
conjunto de iniciativas públicas ou estatalmente reguladas para a provisão de serviços e
benefícios sociais visando a enfrentar situações de risco social ou de privações sociais.

18
GABARITO
Questão 8

Resposta: O Programa Comunidade Solidária foi apresentado pelo governo como principal
estratégia para enfrentar a pobreza no país, reforçando a tradição dessa área: a da
fragmentação e de superposição de ações. A Medida Provisória repartiu e obscureceu em
vários Ministérios as atribuições constitucionais previstas para a Assistência Social e, dessa
forma, a Assistência Social ficou fragilizada e continuou sem uma clara definição enquanto
política pública.

Questão 9

Resposta:

1. Prover Serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e ou especial


para famílias, indivíduos e grupos que dela necessitem.

2. Contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o


acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais, em áreas urbana e
rural.

3. Assegurar que as ações no âmbito da Assistência Social tenham centralidade na família


e que garantam a convivência familiar e comunitária.

Questão 10

Resposta: A segurança de convívio ocorre por meio da oferta pública de serviços continuados
e de trabalhos socioeducativos que garantam a construção, restauração e fortalecimento de
laços de pertencimento e vínculos sociais de natureza geracional, intergeracional, familiar,
de vizinhança e societários.

19
Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS
Autor: Rafael Aroni

Tema 02
Os Sujeitos de Direitos na Política
Nacional de Assistência Social
Tema 02
Os Sujeitos de Direitos na Política Nacional de
Assistência Social

Como citar este material:


seções
ARONI, Rafael. Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS: Os Sujeitos de Direitos
na Política Nacional de Assistência Social.
Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera
Educacional, 2014.
S e ç õ e s
Tema 02
Os Sujeitos de Direitos na Política Nacional de
Assistência Social
Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: “O Sistema Único de Assistência
Social no Brasil: uma realidade em movimento”, organizado pelas autoras Berenice Rojas
Couto, Maria Carmelita Yazbek, Maria Ozanira da Silva e Silva e Raquel Raichelis, 3º ed,
Editora Cortez, 2012, Livro-Texto 511.

Roteiro de Estudo:
Gestão do Sistema Único
de Assistência Social - Rafael Aroni
SUAS

CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará:

• Os usuários ou demandatários da Política Nacional de Assistência Social.

• O usuário enquanto cidadão ou grupos que estão excluídos dos serviços de proteção
pública, como: trabalho, serviços sociais e redes sociorrelacionais, portanto, em situações
de vulnerabilidade ou risco social.

• O princípio estruturante de cidadania, enquanto eixo fundamental para políticas sociais


na construção do Estado de Bem-Estar moderno.

5
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quem são os sujeitos de direitos na Política Nacional de Assistência Social?

• Em qual conjuntura o desemprego estrutural está relacionado a novas formas precárias


de emprego e novos sujeitos demandatários de assistência social atualmente?

• Por que a cidadania é o conceito fundamental para estruturação de políticas sociais?

LEITURAOBRIGATÓRIA
Os Sujeitos de Direitos na Política Nacional de
Assistência Social
A Lei Orgânica de Assistência Social, ao regulamentar os dispositivos constitucionais
de Assistência Social, estabelece que os sujeitos ou grupos que demandam o serviço de
proteção são todos aqueles cidadãos que dela necessitarem. Assim, busca-se romper
com a dependência ou transformação do serviço com caráter de caridade para tornar-se
direito consubstanciado na política social, que, ao delimitar situações de vulnerabilidade
e risco social, como carência econômica, desemprego, idade, gênero e raça/etnia,
busca forjar condições para o protagonismo dos sujeitos desses direitos. (YASBEK, 1995;
SANT’ANA, 2009).

É importante que você analise o contexto da conjuntura em que esses dispositivos passam a
ser regulamentados e normatizados. O desemprego estrutural, tanto pela clássica situação
da substituição da força de trabalho humana pelo avanço tecnológico, quanto por expressão
da política do neoliberalismo, marcaram a década 1990, como a atual. Conjugado a esse
contexto, observa-se o aumento da situação de atividades laborais com nenhuma proteção
social, como a informalidade, o que aponta para novas formas em se articular trabalho, pobreza
e desigualdade social, para famílias e trabalhadores precarizados. (COUTO, 2012, p. 69).

6
LEITURAOBRIGATÓRIA
Por outro lado, tornam-se objeto de estudos ou, mesmo, perceptível o senso comum, os
efeitos que os programas de transferência de renda como Bolsa Família ou aposentadoria
rural têm sobre dinâmicas de pequenos municípios nos quais a economia local, geralmente
fundamentada na agricultura para subsistência, depende dos recursos desses programas.

Assim, para as autoras do Livro-Texto o processo de redefinição do perfil dos usuários da


assistência social deve ser observado pela análise ampla das transformações estruturais
do capitalismo contemporâneo. A dinâmica, entre outras formas de trabalho e condições de
reprodução social da força de trabalho, pressionou o Estado a incorporar novos contingentes
populacionais demandatários dos serviços públicos de assistência social, como expressado
na PNAS de 2004. Para além das populações historicamente excluídas pela pobreza, ou inapta
para o trabalho, devem ser acrescidos contingentes de desempregados, subempregados
e precarizados, portanto, toda a “classe que vive do trabalho” (ANTUNES, 1995), o que
repercute em novas políticas sociais que abrangem novas formas de vulnerabilidade e risco
social desses outros grupos.

Diante desse contexto, as autoras do Livro-Texto pontuam a necessidade de aprofundar e


problematizar os aspectos históricos do sistema de proteção social. O conceito de cidadania
surge no marco do Welfare State, em que sua oposição é o trabalho do tipo fordista. Assim,
conforme apresenta Marshall (apud, COUTO, 2012, p. 69 e 70): “o estigma associado à
assistência aos pobres exprimia os sentimentos profundos de um povo que entendia que
aqueles que aceitavam a assistência deviam cruzar a estrada que separava a comunidade
de cidadãos da companhia dos indigentes”.

A crítica das autoras do Livro-Texto está em associar as origens da assistência social ao


caráter liberal ou neoliberal ao desconsiderar a assistência como serviço público destinado
aos pobres, excluídos da sociedade assalariada em que o trabalho é única dimensão de
sociabilidade integradora a ela. Assim, o imperativo moral é de todos os sujeitos, ricos ou
pobres, que estão em condições naturais para disputar posições nesta sociedade. Não
caberia ao Estado mediar essa situação e, desta forma, se responsabilizaria os próprios
sujeitos pela situação de pobreza ou insucesso profissional e econômico.

Ao retomar o momento atual do desemprego estrutural, trabalho precarizado e subemprego,


as autoras interrogam sobre “o papel que cabe à assistência social na atual conjuntura, a
partir da sua definição como política não contributiva de seguridade social”. (COUTO, 2012,
p.70). Também é feita a crítica do caráter propagandeado de que tais políticas sociais teriam
a capacidade de enfrentar e combater as desigualdades sociais. Nesse ponto, é importante

7
LEITURAOBRIGATÓRIA
remeter à perspectiva de Vicente Faleiros (1991) sobre política pública de assistência social
na constituição de diversas instituições de um Complexo Socioassistencial, no qual: “as
políticas sociais se desenvolvem em articulação com a inclusão, a reprodução e exclusão da
mão de obra no processo produtivo e com as lutas sociais (p. 36)”. Portanto, é fundamental
refletir sobre as implicações em se delimitar uma política não contributiva de seguridade social
ao perfil dos usuários ou dos sujeitos demandatários desses direitos na conjuntura atual.

Para se traçar esse perfil dos usuários é central questionar:

1) Pela herança de um caráter conservador nos atributos de identidade dos usuários


de políticas sociais no Brasil. Geralmente esses atributos tendem a subalternização,
desvalorização ou interiorização no tratamento dos usuários, que são subsumidos a peias
de dominação e dependência ao invés de serem considerados sujeitos de direitos que
lutam pela transformação de suas trajetórias.

2) A ausência da categoria de análise de classe social na abordagem da política de


assistência social. A origem de classe deve ser investigada para o entendimento da posição
social do demandatário da política e possíveis lutas sociais pela dignidade no trabalho e na
proteção da família enquanto espaço de reprodução social. As autoras apontam que essa
realidade apresenta a complexidade atual de se conjugar formas precárias de trabalho aos
demandatários de assistência social.

A Assistência Social não mais se constitui no lugar de proteção em contraponto


ao trabalho formal. Cada vez mais trabalhadores assalariados necessitam da
proteção social das políticas sociais, devido à perda da qualidade do emprego
e do rebaixamento dos níveis salariais. (COUTO et al., 2012, p. 71).

3) O assistente social deve pautar o entendimento de que os usuários não são


desorganizados, despolitizados ou mera massa de manobra eleitoral. O SUAS deve
proporcionar condições objetivas para que os sujeitos portadores de direitos possam se
organizar coletivamente enquanto movimento de classes que lutam objetivamente pela
efetivação desses direitos.

4) Por último, conceitos de vulnerabilidade e risco social não são estáticos, principalmente
em uma sociedade capitalista, estruturada pela desigualdade social. Portanto, a política
social devem ir além da mera realização de direitos sociais, já que seria a mera reprodução
institucionalizada da desigualdade social, “trata-se de reconhecer essa desigualdade, de
identificar que há um campo de atuação importante que atende a necessidades sociais da

8
LEITURAOBRIGATÓRIA
população e que trabalhá-las como direitos da cidadania rompe com lógica de responsabilizar
o sujeito pelas vicissitudes e mazelas que o capitalismo produz.” (COUTO et al., 2012, p. 72).

Outras duas dimensões são abordadas para a Política Nacional de Assistência Social,
as quais configuram importantes mudanças no entendimento da ação dessa política. A
territorialidade, que será tratada no próximo tema, busca superar a fragmentação, por
meio do planejamento e monitoramento de redes de serviços, com objetivo de um alcance
universal da cobertura do sistema, entende que: “A compreensão que incorpora a dimensão
territorial das políticas públicas reconhece os condicionamentos de múltiplos fatores sociais,
econômicos, políticos, culturais, nos diversos territórios, que levam segmentos sociais e
famílias a situação de vulnerabilidade e risco social.” (COUTO et al, 2012, p.73).

Por último, a dimensão da matricialidade sociofamiliar, estabelecido pela PNAS (2004) que
a família é o foco de proteção social e princípio ordenador das ações a serem realizadas
pelo SUAS. Contudo, há que se fazer a reflexão sobre o caráter historicamente construído
sobre essa instituição. A crítica à políticas assistenciais pautadas na disciplina e caráter
moralizador de famílias pobres deve ser questionada pelos desafios em se conhecer a
realidade de novos arranjos e rearranjos familiares e contrapostos a padrões burgueses do
funcionamento desta instituição e, portanto, o reconhecimento de suas particularidades ao
pertencimento a uma classe social.

9
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?
Então:
Sites
Leia o texto Assistência Social.
Disponível em: <http://www.mds.gov.br/assistenciasocial>. Acesso em: 02 jan. 2014.

RAICHELIS, Raquel. Intervenção profissional do assistente social e as condições de trabalho


no SUAS.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-66282010000400010&script=sci_
arttext>. Acesso em: 02 jan. 2014.
O artigo apresenta perspectivas na atuação do profissional assistente social frente ao
desafio de implantação do SUAS.

PAIVA, Beatriz; ROCHA, Mirella; CARRARO, Dilceane. Participação popular e assistência


social: contraditória dimensão de um especial direito.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-49802010000200012&script=sci_
arttext>. Acesso em: 02 jan. 2014.
Artigo aponta reflexões sobre desafios da política social enquanto potencial emancipatório
para sujeitos e grupos excluídos.

Vídeos Importantes
Milton Friedman em Entrevista Clássica – parte 1 de 3.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=-k6PBWi3OlM>. Acesso em: 02 jan. 2014.
Um dos principais economistas teóricos do neoliberalismo apresenta argumentos contrários
ao Estado de Bem-Estar Social.

10
AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1: Questão 2:
A existência dos CRAS e dos CREAS como A PNAS de 2004 ampliou o conceito de
unidades públicas estatais cria oportunida- usuário da Assistência Social. Assinale a
de inédita de qualificação e articulação dos alternativa que indica um dos grupos de
serviços, programas, projetos e benefícios usuários incorporados para além dos sujei-
voltados para o atendimento das necessi- tos históricos tradicionais:
dades sociais e direitos da população nos
seus territórios de abrangência. É a pre- a) Desempregados, subempregados e
sença do Estado nos territórios de mora- precarizados nos seus vínculos laborais.
dia da população com direito de acesso a
b) Idosos.
serviços e programas sociais públicos e de
qualidade (RAICHELIS, 2010, p. 768). c) Pessoas com Deficiência.
Sendo assim, com base em seus conheci- d) Crianças e Adolescentes.
mentos e experiências, elabore um peque-
no texto com o seu entendimento a respei- e) Indígenas.
to de como atuam o CRAS e o CREAS.

11
AGORAÉASUAVEZ
Questão 3: dem a não circular ou interagir em áreas
comuns.
Sobre o papel que é atribuído a Assistência
Social nos dias de hoje, é correto afirmar Ela expressa um novo padrão de organiza-
que: ção das diferenças no espaço urbano que
redefine os processos de interação social e
a) É uma solução para combater a pobreza de sociabilidade coletiva.
e nela imprimir o selo do enfrentamento
Essa nova cartografia promove a convivên-
moral da desigualdade.
cia entre grupos e classes heterogêneos,
b) Deve focalizar os bolsões de pobreza, assim como os mais diversos usos e “con-
direcionando seus esforços apenas para trausos” da cidade.
os mais pobres entre os pobres.
a) I apenas.
c) Não deve incluir entre os seus assistidos
os trabalhadores assalariados, pois estes b) I, II, III.
não precisam de proteção social.
c) I, II.
d) Se constitui no lugar de proteção em
d) III apenas.
contraponto ao trabalho formal.
e) Nenhuma das afirmações.
e) Deve criar mecanismos para garantir
que a população usuária da Assistência
Social rompa com o estigma de Questão 5:
desorganizada, despolitizada e disponível A respeito da noção de vulnerabilidade e
para manobras eleitorais. risco social, é possível concluir que:

Questão 4: a) A vulnerabilidade é necessariamente


fruto da chamada “sociedade de risco”.
Sobre a nova cartografia social das cida-
des, é possível afirmar que estão corretas b) Muitas situações de risco social e de
as afirmações: vulnerabilidade são determinadas pelos
processos de produção e reprodução
As transformações recentes nos territórios social.
das cidades estão gerando espaços nos
quais os diferentes grupos sociais estão c) Os riscos devem ser enfrentados de
muitas vezes próximos, mas separados por forma individual.
muros e tecnologias de segurança e ten-

12
AGORAÉASUAVEZ
d) A vulnerabilidade deve ser pensada Questão 9:
somente em casos de grupos específico,
Nos últimos anos, o debate sobre a família
como idosos, mulheres grávidas e
vem adquirindo centralidade no contexto
crianças.
das Políticas Públicas, visto que cada vez
e) A vulnerabilidade e os riscos não mais a família é colocada no centro das po-
devem ser enfrentados como produtos líticas de garantia dos direitos. Segundo o
da desigualdade advinda do sistema Livro-Texto, como essas iniciativas estão
capitalista. sendo desenvolvidas?

Questão 6: Questão 10:


No Brasil está ocorrendo um processo com- De acordo com a NOB-SUAS, “não existe
plexo de definição do perfil dos usuários família enquanto modelo idealizado e sim
da assistência social. Explique brevemen- famílias resultantes de uma pluralidade de
te porque esse processo está ocorrendo e arranjos pelos integrantes dessas famílias”.
porque esses novos usuários foram inseri- Essa lógica sempre ocorreu nos trabalhos
dos entre os usuários da assistência social. de atendimento as famílias? Qual é o mo-
delo de família que era constantemente
buscado?
Questão 7:
A partir da leitura do Livro-Texto, explique
por que historicamente a assistência social
aos pobres não foi reconhecida como direi-
to de cidadania.

Questão 8:
A perspectiva territorial, incorporada pelo
SUAS, é uma grande mudança na Política
de Assistência Social. Qual é o avanço ge-
rado pela incorporação dessa abordagem
na Política de Assistência Social? Explique
como ela funciona e no que essa aborda-
gem se fundamenta.

13
FINALIZANDO
Neste tema você estudou que há necessidade de romper com a percepção estigma
ao usuário de política social, enquanto subalterno ou dependente, e, assim, romper com a
ideia da Assistência Social como caridade. A Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS n.
8.742) delimita a situação dos demandatários da política aos critérios de vulnerabilidade
e risco social, os quais devem ser atualizados ao contexto da conjuntura do capitalismo
contemporâneo. Assim, desempregados, subempregados e precarizados articulam-se a
essa política como novas formas de reprodução da desigualdade social e pobreza. Assim,
as autoras do Livro-Texto apontam para o processo de redefinição do perfil dos usuários da
assistência social, os quais devem ser observados pela análise ampla das transformações
estruturais do capitalismo contemporâneo. A dinâmica entre outras formas de trabalho e
condições de reprodução social da força de trabalho pressionaram o Estado a incorporar
novos contingentes populacionais demandatários dos serviços públicos de assistência
social, como expressado na PNAS de 2004. Para se traçar esse perfil dos usuários é central
questionar: 1) pela herança de um caráter conservador nos atributos de identidade dos
usuários de políticas sociais no Brasil; 2) a ausência da categoria de análise de classe
social na abordagem da política de assistência social e 3) o assistente social deve pautar o
entendimento de que os usuários não são desorganizados, despolitizados ou mera massa
de manobra eleitoral. Além de se considerar conceitos como territorialidade e matricialidade
sociofamiliar.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

14
REFERÊNCIAS
ANTUNES, R. Adeus ao trabalho: ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do tra-
balho no mundo contemporâneo. São Paulo: Cortez, 1995.

FALEIROS, V. P. O que é política social. São Paulo: Brasiliense, 1991. 5° ed.

SANT’ANA, R. S. Trabalhar é preciso, viver não é preciso: A desumanização do trabalho


no corte da cana-de-açúcar e o Serviço Social. UNESP/Franca. 2009. 230 f. Tese (Livre –
Docência) – Faculdade de Historia, Direito e Serviço Social, Universidade Estadual Paulis-
ta “Júlio de Mesquita Filho”, Franca, 2009.

YAZBEK, M. C. A política social brasileira dos anos 90: a refilantropização da Questão


Social. Cadernos Abong Políticas de Assistência Social, São Paulo: Abong, 1995.

GLOSSÁRIO
Vulnerabilidade e risco social: as políticas sociais visam ações que cubram, reduzam e
previnam situações decorrentes da pobreza, como ausência de renda, renda precária ou
não acesso a serviços públicos, além das situações de fragilidade nos vínculos afetivos ou
relacionados ao pertencimento social como discriminação étnica, por idade, de gênero ou
deficiências.

Desemprego Estrutural: causado principalmente pelas inovações tecnológicas, as quais


eliminam postos de trabalho ao substituir o trabalho humano por máquinas. Portanto, é o
processo de mecanização ou automação das estruturas produtivas.

15
GLOSSÁRIO
Desemprego Conjuntural: fator que influência é um situação temporária de crise econômica,
por exemplo, queda na produção industrial, ou queda nas vendas, diminuição da prestação
de serviços.

Fordismo: o modelo fordista de produção foi criado por Henry Ford (1863-1947) para
produção em massa de automóveis. O sistema previa a atividade repetitiva nas operações
laborais bem como um dos primeiros sistemas de crédito para os operários poderem
adquirem os bens produzidos.

Complexo Sócio Assistencial: o assistente social Vicente Faleiros (1995, p.46)


define como: “[...] conjunto de organismos públicos privados que prestam auxílio aos
desempregados, excluídos da produção, aos que não têm rendimento fixo, às crianças, aos
velhos abandonados e aos deficientes incapazes de trabalhar”.

GABARITO
Questão 1

Resposta: O CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) é responsável pela


organização e oferta de serviços da Proteção Social Básica nas áreas de vulnerabilidade e
risco social. O principal serviço ofertado pelo CRAS é o de Proteção e Atendimento Integral
à Família (PAIF), que visa fortalecer a função protetiva das famílias, prevenindo a ruptura
de vínculos e promovendo o acesso e usufruto dos direitos.

O CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) oferece serviços


especializados a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos. O
CREAS tem como o foco a família e a situação vivenciada e deve buscar a construção de
um espaço de acolhida e escuta qualificada, fortalecendo vínculos familiares e comunitários
a fim de superar a situação apresentada. O principal serviço ofertado pelo CREAS é o
PAEFI (Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos).

A resposta do aluno deverá se referir a, pelo menos, algum dos pontos das definições de
CRAS E CREAS citadas acima.
16
GABARITO
Questão 2

Resposta: A PNAS de 2004 alargou o conceito de usuário da assistência social, incorporando


grupos crescentes de desempregados, subempregados e precarizados em seus vínculos
laborais que, embora “aptos para o trabalho”, são expulsos pelo cada vez mais reduzido
e competitivo mercado formal de trabalho. As demais alternativas contam com sujeitos
históricos tradicionais, com exceção dos indígenas.

Questão 3

Resposta: Alternativa E.

Justificativa: todas as alternativas, com exceção da alternativa E, estão equivocadas: o


papel atual da Assistência Social não é o de combater a pobreza e imprimir nela o selo do
enfrentamento moral da desigualdade, não está direcionando seus esforços apenas para
os pobres entre os pobres, inclui, também, entre seus usuários, trabalhadores assalariados
e, por isso, não se constitui no lugar de proteção em contraponto ao trabalho formal. Um
dos seus objetivos atuais é criar mecanismos para garantir que a população usuária da
Assistência Social rompa com o estigma de desorganizada, despolitizada ou disponível
para manobras eleitorais.

Questão 4

Resposta: Alternativa C.

Justificativa: surgem territórios nas cidades onde, apesar de próximos territorialmente,


os grupos sociais distintos estão cada vez mais separados por muros e tecnologias de
segurança e não interagem em áreas comuns. Esse é um novo padrão de organização das
diferenças no espaço urbano. Dessa forma as afirmações I e II estão corretas, visto que a
III é contrária a afirmação I.

Questão 5

Resposta: Alternativa B.

Justificativa: todas as alternativas, com exceção da B, estão incorretas. As autoras do Livro-


Texto deixam claro que a vulnerabilidade utilizada no livro não está relacionada com as teses
da Sociedade de Risco, por isso, a alternativa A está incorreta. Também não estão corretas
as alternativas C e E, visto que os riscos são societários e, por conta disso, não devem ser

17
GABARITO
enfrentados de forma individual, assim como eles são produtos da desigualdade advinda do
sistema capitalista. Por fim, a D está incorreta pois a noção de risco e vulnerabilidade deve
abarcar toda a população, não apenas grupos específicos. A alternativa B possui a única
resposta correta, pois, de acordo com o Livro-Texto, muitas situações de risco social e de
vulnerabilidade são determinadas pelos processos de produção e reprodução social.

Questão 6

Resposta: Diante do desemprego estrutural e da redução das proteções sociais decorrentes


do trabalho, a tendência é a ampliação dos que demandam o acesso a serviços e benefícios
de assistência social. Os novos usuários são trabalhadores e suas famílias que, mesmo
exercendo atividades laborativas, têm suas relações de trabalho marcadas pela informalidade
e baixa renda.

Questão 7

Resposta: Desde a Poor Law (1834), a Assistência Social não era reconhecida como
direito de cidadania, mas, sim, como uma alternativa à condição de cidadão que, para
acessar alguma modalidade de proteção social pública, tinha que renunciar ao estatuto da
cidadania. Era bastante clara a dualidade existente entre o “pobre”, aquele que dependia da
assistência social, e o “trabalhador”, que trabalhava e não precisava da assistência social.

Questão 8

Resposta: A compreensão que incorpora a dimensão territorial das políticas públicas


reconhece os condicionamentos de múltiplos fatores sociais, econômicos, políticos,
culturais nos diversos territórios, que levam segmentos sociais e famílias a situações de
vulnerabilidade e risco sociais. Possui como base o princípio da territorialização a partir da
lógica de proximidade do cidadão, e fundamenta-se na necessidade de sua oferta capilar
nos territórios vulneráveis a serem priorizados. É um avanço potencialmente inovador,
ainda mais porque incorpora uma noção ampliada de território, para além da dimensão
geográfica, concebendo-o como “espaço habitado”, fruto da interação entre os homens,
síntese das relações sociais.

Questão 9

Resposta: Essas iniciativas se desenvolveram tendo em vista o fortalecimento e apoio as


famílias para o enfrentamento das necessidades sociais e tanto podem se constituir em

18
GABARITO
ações protetivas que favoreçam a melhoria de suas condições sociais como em ações que
acabem por sobrecarregar e pressionar ainda mais essas famílias, exigindo que assumam
novas responsabilidades diante do Estado e da Sociedade.

Questão 10

Resposta: Arranjos familiares diversos sempre foram características das famílias pobres.
No entanto, essas características foram tratadas ao longo dos tempos como distorções que
deveriam ser corrigidas pelos trabalhadores sociais nos atendimentos às famílias. Nesse
sentido, tem-se construído modelos de intervenção no âmbito da família que dialogam com
esses arranjos como se eles fossem indevidos, buscando preferencialmente os padrões e
expectativas da família burguesa quanto ao seu funcionamento e desempenho de papéis
paternos e maternos.

19
Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS
Autor: Rafael Aroni

Tema 03
A Territorialização das Questões
Sociais, o Papel dos Municípios no
Sistema Único da Assistência Social
Tema 03
A Territorialização das Questões Sociais, o
Papel dos Municípios no Sistema Único da

seções
Assistência Social

Como citar este material:


ARONI, Rafael. Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS: A Territorialização
das Questões Sociais, o Papel dos Municípios
no Sistema Único da Assistência Social.
Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera
Educacional, 2014.
S e ç õ e s
Tema 03
A Territorialização das Questões Sociais, o
Papel dos Municípios no Sistema Único da
Assistência Social
Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: “O Sistema Único de Assistência
Social no Brasil: uma realidade em movimento”, organizado pelas autoras Berenice Rojas
Couto, Maria Carmelita Yazbek, Maria Ozanira da Silva e Silva e Raquel Raichelis, 3º ed,
Editora Cortez, 2012, Livro-Texto 511.

Roteiro de Estudo:
Gestão do Sistema Único
de Assistência Social - Rafael Aroni
SUAS

CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará:

• A concepção de territorialidade para Política Nacional de Assistência Social.

• As diretrizes do LOAS com vistas à descentralização político-administrativa da


Assistência Social.

• Algumas questões críticas a abordagem territorial da Política de Assistência Social

5
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Qual o significado da abordagem territorial para Política Nacional de Assistência


Social?

• Como a abordagem territorial impacta para o enfrentamento da desigualdade social?

• Quais são os limites da abordagem territorial?

LEITURAOBRIGATÓRIA
A Territorialização das Questões Sociais, o Papel dos
Municípios no Sistema Único da Assistência Social
De maneira introdutória, para você compreender a importância da abordagem territorial
na política de assistência social, deve-se remeter a Lei Orgânica de Assistência Social, que
em sua diretriz de implantação e implementação prevê a descentralização da política de
assistência, como estabelece a lei:

Art. 6o A gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob a
forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de
Assistência Social (SUAS), com os seguintes objetivos: § 1o  As ações ofertadas
no âmbito do SUAS têm por objetivo a proteção à família, à maternidade, à
infância, à adolescência e à velhice e, como base de organização, o território.
(BRASIL, LOAS n.º 8.742, 1993)

De forma complementar, a Política Nacional de Assistência Social (2004) entende como


objetivo da abordagem do território a capacidade de ruptura com medidas fragmentadas
e descontínuas, além de se buscar o caráter universalista na cobertura da Assistência
Social. Contudo, tendo uma postura em “agregar ao conhecimento da realidade a dinâmica
demográfica associada à dinâmica socioterritorial em curso” (BRASIL, PNAS, 2004).
Assim, devem-se ponderar fatores demográficos para a contextualização da questão
social a ser enfrentada.

6
LEITURAOBRIGATÓRIA
As autoras do Livro-Texto apresentam o entendimento de território de duas formas
complementares, “onde se concretizam as manifestações da questão social e se criam os
tensionamentos e as possibilidades para seu enfrentamento” (COUTO et al., 2012, p. 73) e
outra abordagem é a que pressupõe a “lógica de proximidade ao cidadão”, ou seja, a lógica
de territorialização “para além da dimensão geográfica, concebendo-o como “espaço
habitado”, fruto da interação entre os homens, síntese das relações sociais” (COUTO et
al., 2012, p. 73). Portanto, são espaços de disputa pelo reconhecimento da cidadania nas
relações sociais.

As autoras problematizam quatro dimensões para a abordagem de territorialização. Primeira


questão há que se romper com a percepção homogeneizadora da pobreza. Devem-se
identificar marcadores sociais negativos como a sociedade representa, geralmente, as
populações em situação de vulnerabilidade e risco social.

As diferenças nas formas de produção e reprodução da desigualdade social da realidade


brasileira apresentam situações heterogêneas próprias das dinâmicas territoriais regionais. O
pensamento social busca investigar essas transformações em novas formas de segregação
social. Estudos de Caldeira (2000) apontam para padrões de sociabilidade em que grupos,
nos contextos urbanos brasileiros, estão próximos, mas separados, não mais interagindo
em áreas públicas comuns. O recorte de classe, gênero e raça/etnia tem acirrado a forma
como os territórios urbanos brasileiros se configuram. Portanto, cabe ao assistente social
atentar que essa forma de sociabilidade tende “a levar a despolitização e isolamento dos
indivíduos e grupos sociais, distantes da inserção crítica e ativa que devem ter na esfera
pública da cidade e nas relações societárias mais amplas.” (COUTO et al., 2012, p. 74).

A segunda questão diz respeito a compreender que as realidades locais de vulnerabilidades


sociais são expressões de processos estruturais macros, são políticas econômicas que
priorizam o mercado e processos de diminuição de políticas sociais pelo Estado. Há que
se pensar a permanente articulação entre as microrrealidades enquanto expressões de
políticas desestruturantes em nível macro.

A terceira questão refere-se à conceituação de risco social diferenciada das concepções


sociológicas de interpretações pós-modernas “da sociedade do risco”, que o concebem
como incertezas quanto à incapacidade de que a estrutura social capitalista possa perdurar
frente às alterações ambientais e sua própria contradição interna. Por risco social, as autoras
do Livro-Texto remetem-se a discussão de Castel (2005, p. 61) “um risco no sentido próprio
da palavra é um acontecimento previsível, cujas chances de que ele possa acontecer e o
custo dos prejuízos que trará, podem ser previamente avaliados”.
7
LEITURAOBRIGATÓRIA
Assim, competem à política de assistência social identificar territórios com esses perfis a
partir do exame das situações de grupos, classes sociais, indivíduos e famílias que, por
uma série de fatores, se encontram em situações sociais de risco que podem ser evitadas
ou minoradas.

A última questão remete a autocrítica de que o processo de territorialização pode acarretar uma
inclusão excludente das populações ou indivíduos em situação de risco e vulnerabilidade ao
se reforçar estigmas e marcadores sociais negativos. Portanto, é um processo em disputa pelo
reconhecimento das necessidades sociais das populações com perspectiva de emancipação
e ruptura a peias de dominação na produção e reprodução da exclusão social.

LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?
Então:
Sites
Leia o artigo: PEREIRA, T. D. Política Nacional de Assistência Social e território: enigmas
do caminho.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rk/v13n2/06.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.
A autora aborda uma reflexão crítica aos possíveis desafios e limites da territorialização
para enfrentar a desigualdade social.

Leia o artigo: PEREIRA, Viviane Souza. Particularidades e desafios de gestão no processo


de implementação do Sistema Único de Assistência Social (Suas) no Brasil.
Disponível em: <http://www.machadosobrinho.com.br/revista_online/publicacao/artigos/
Artigo04REMS1.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.
O artigo contribui com as reflexões dos desafios na gestão da Política Nacional de Assistência
Social na implantação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no contexto de sua
implementação.

8
LINKSIMPORTANTES
Vídeos Importantes:
Assista ao documentário: Vidas no lixo.
Disponível em: <http://portacurtas.org.br/filme/?name=vidas_no_lixo>. Acesso em: 02 jan. 2014.
O documentário aborda a questão de crianças e adolescentes que sobrevivem da coleta
de produtos recicláveis e restos de alimentos de lixos, nas ruas do Rio de Janeiro. Aborda
diferentes dimensões desta questão social.

AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1: b) Depois da leitura do trecho do documen-


to acima, escreva com as suas palavras,
“O princípio da territorialização significa o
qual é a compreensão de território?
reconhecimento da presença de múltiplos
fatores sociais e econômicos, que levam o
indivíduo e a família a uma situação de vul- Questão 2:
nerabilidade, risco pessoal e social” (BRA-
Sobre a incorporação da abordagem ter-
SIL. NOB, 2005: p.91). Leia novamente o
ritorial na Política de Assistência Social, é
texto e responda: possível afirmar que:
a) Qual era a sua concepção de território?
a) Implica no tratamento da cidade e de
seus territórios como base de organização

9
AGORAÉASUAVEZ
do sistema de proteção social básica ou d) Espaços; território.
especial próximo ao cidadão.
e) Municípios; espaços.
b) Implica no tratamento da cidade e de
seus territórios como base de organização
Questão 4:
apenas do sistema de proteção social
básica. Grande parte das vulnerabilidades sociais
dos usuários da política de assistência so-
c) Implica no tratamento da cidade e de
cial não têm origem na dinâmica local, mas
seus territórios como base de organização
em processos estruturais. A partir dessa
apenas do sistema de proteção social
afirmação, assinale a alternativa em que
especial.
não constam esses processos.
d) Ocorre apenas considerando o território
a) Precarização e insegurança no
como espaço usado/utilizado.
trabalho.
e) Ocorre apenas considerando o espaço
b) Enfraquecimento das instituições de
como o local onde se evidenciam as
proteção social.
carências e necessidades sociais.
c) Retraimento do Estado e das Políticas
Questão 3: Públicas.

A dimensão territorial da política de assis- d) Incerteza e insuficiência do orçamento


tência social precisa considerar, portanto, para a proteção social.
as diferentes escalas territoriais que podem
e) A política econômica e a sua vinculação
estar referidas tantos aos ____________
a política social.
quanto ao____________ nacional, pas-
sando pelas diferentes configurações terri-
toriais regionais. Questão 5:

a) Municípios; território. Uma das características importantes das


cidades atuais é:
b) Microterritórios; macroterritório.
a) Igualdade social.
c) Macroterritórios; microterritório.
b) Segregação Social e Espacial.

c) Vida social agitada.

10
AGORAÉASUAVEZ
d) Segregação Social. Questão 10:
e) Tráfico de drogas. O processo de implementação do SUAS
tem alertado para questões que se colo-
cam no centro do debate em relação a
Questão 6:
territorialização. Uma das questões apre-
A dimensão territorial é vislumbrada como sentadas é em relação a um possível pro-
um avanço potencialmente inovador na Po- cesso de estigmatização aos quais esta-
lítica de Assistência Social. Por que adotar riam sujeitos os beneficiários do processo
essa dimensão é considerado um avanço? de territorialização. Explique o porquê este
estigma pode ocorrer.

Questão 7:
Em que se apoiam as regras que organi-
zam o espaço urbano? O que indicam es-
sas regras?

Questão 8:
Sobre a “Nova Cartografia Social das Cida-
des”. Escreva com as suas palavras o que
representa essa nova cartografia.

Questão 9:
A perspectiva adotada pelo SUAS tem
como base o princípio da territorialização.
Nesse sentido, explique o que você enten-
deu por “princípio da territorialização”. Por
que ele é considerado pelas autoras do
Livro-Texto um elemento-chave para a Po-
lítica de Assistência Social?

11
FINALIZANDO
Nesse tema, você aprendeu que a abordagem territorial é eixo estruturante da Política
Nacional de Assistência Social como objetivo da abordagem do território, a capacidade de
ruptura com medidas fragmentadas e descontínuas, além de se buscar o caráter universalista
na cobertura da Assistência Social. As autoras do Livro-Texto apresentam o entendimento
de território de duas formas complementares, enquanto lócus de manifestações das
questões sociais e para além da concepção do espaço geográfico, enquanto interações
sociais desiguais. Portanto, há que se romper com a percepção homogeneizadora da
pobreza. As diferenças nas formas de produção e reprodução da desigualdade social da
realidade brasileira apresentam situações heterogêneas próprias das dinâmicas territoriais
regionais. É necessário compreender que as realidades locais de vulnerabilidades sociais
são expressões de processos estruturais macros.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

REFERÊNCIAS
BRASIL, Presidência da República. Lei Orgânica da Assistência Social. Lei n. 8.742, de
7 de dezembro de 1993, publicado no DOU de 8 de dezembro de 1993. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742.htm>. Acesso em: 02 jan. 2014.

______, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional


Básica do Suas – NOB/Suas. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/cnas/
politica-e-nobs/nob-suas.pdf/view>. Acesso em: 02 jan. 2014.

PREFEITURA MUNICIPAL. Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social. Dicionário


de termos técnicos da Assistência Social. Belo Horizonte, ASCOM, 2007.

12
REFERÊNCIAS
CALDEIRA, T. P. R. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo, São
Paulo: Editora 34, 2000.

CASTEL, R. A insegurança social: o que é ser protegido? Rio de Janeiro, Editora Vozes,
2005.

COUTO, B. R.; YAZBEK, M. C.; SILVA e SILVA, M. O.; RAICHELIS, R. O Sistema Único
de Assistência Social no Brasil: uma realidade em movimento, 3 ed. Rev. e Atual., São
Paulo, Editora Cortez, 2012

MENDES, E.V.; TEIXEIRA, C.F.; ARAÚJO, E.C.; CARDOSO, M.R.L; Território: conceitos
chave. In: Distrito sanitário: o processo social de mudança de práticas sanitárias do siste-
ma único de saúde. São Paulo: Hucitec; 1993. p. 166-9.

GLOSSÁRIO
Territorialização: princípio de orienta a estrutura de Gestão do SUAS. Estabelece que são
diversos os fatores sociais, econômicos, políticos e culturais que acarretam na situação de
vulnerabilidade e risco social para indivíduos ou famílias. Portanto, orienta o trabalho de
localizar territórios com situações de risco social para ações de superação dessa realidade,
de forma ampla e abrangente. “O princípio da territorialização significa o reconhecimento
da presença de múltiplos fatores sociais e econômicos, que levam o indivíduo e a família a
uma situação de vulnerabilidade, risco pessoal e social” (BRASIL. NOB, 2005: p.91).

Território: “Espaço em permanente construção, produto de uma dinâmica social onde


se tencionam sujeitos sociais postos na arena política. Uma vez que essas tensões são
permanentes, o território nunca está acabado, mas, ao contrário, em constante construção
e reconstrução” (MENDES et al., 1993, p. 166).

Situação de Risco Social: “Refere-se à probabilidade de ocorrência de um evento de


origem natural, ou produzido pelo ser humano, que concretiza a passagem da situação de
vulnerável a vulnerabilizado, afetando a qualidade de vida das pessoas e ameaçando sua
subsistência” (BELO HORIZONTE, 2007, p. 98).

13
GLOSSÁRIO
Rede Socioassistencial: “é um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da
sociedade, que ofertam e operam benefícios, serviços, programas e projetos, o que supõe
a articulação entre todas estas unidades de provisão de proteção social sob a hierarquia
de básica e especial e ainda por níveis de complexidade (BRASIL. NOB, 2005, p. 94). Está
referenciada num território e torna-se peça fundamental para estruturação da PNAS.

Descentralização: “descentralizar significa dotar de competências e recursos organismos


intermediários para que possam desenvolver suas administrações com mais eficiência
de uma maneira mais próxima do cidadão e dos grupos sociais” (JACOBI apud BELO
HORIZONTE, 2007, p. 32).

GABARITO
Questão 1

Resposta:

a. O estudante deve responder o que considera por território, não existindo dessa forma,
certo ou errado.

b. Espera-se que o estudante compreenda o conceito de território para além da dimensão


geográfica, entendendo-o como um “espaço habitado”, fruto da interação entre os
homens e síntese das relações sociais. O território é o terreno onde se concretizam as
manifestações da questão social e se criam os tensionamentos e as possibilidades para
seu enfrentamento.

Questão 2

Resposta: Alternativa A.

Justificativa: apenas a alternativa “a” é a correta, visto que a incorporação da abordagem


territorial se refere tanto ao sistema de proteção social básica, como o especial. Assim
como entende o território tanto como “espaço usado”, como o local onde se evidenciam as
carências e necessidades sociais.
14
GABARITO
Questão 3

Resposta: Alternativa B.

Justificativa: a questão se refere a diferentes escalas de territórios, nesse sentido, a


alternativa correta é a “b”, visto que a resposta esperada é construída em ordem crescente,
começando pela menor escala, “microterritório”, e chegando a maior, “macroterritório”.

Questão 4

Resposta: Alternativa E.

Justificativa: a única alternativa incorreta é a “e”, visto que um dos processos estruturais
a partir do qual se originam as vulnerabilidades sociais é “a política econômica e a sua
desvinculação a política social” e não a sua vinculação. Todas as alternativas restantes
podem originar vulnerabilidades sociais de acordo com o Livro-Texto.

Questão 5

Resposta: Alternativa B.

Todas as alternativas podem ser características importantes das cidades. No entanto, a


segregação, tanto social, quanto espacial, é uma característica importante das cidades e
que deve ser considerada para análise.

Questão 6

Resposta: A dimensão territorial é considerada um avanço, pois além de incorporar uma


noção ampliada de território, reconhece os condicionamentos de múltiplos fatores (sociais,
econômicos, políticos, culturais) nos diversos territórios e que levam segmentos sociais e
famílias a situações de vulnerabilidade e risco social.

Questão 7

Resposta: As regras que organizam o espaço urbano são apoiadas basicamente em


padrões de diferenciação social e de separação. Trata-se de regras que variam cultural e
historicamente, revelam os princípios que estruturam a vida pública em cada sociedade e
indicam como os grupos sociais se inter-relacionam no espaço da cidade.

15
GABARITO
Questão 8

Resposta: As transformações recentes nos territórios da cidade estão gerando espaços


nos quais os diferentes grupos sociais estão muitas vezes próximos, no entanto, estão
separados fisicamente por muros e tecnologias de segurança, e tendem a não circular e ou
interagir em áreas comuns. Essa nova cartografia social da cidade expressa a emergência
de um novo padrão de organização das diferenças no espaço urbano.

Questão 9

Resposta: O princípio de territorialização parte da lógica da proximidade do cidadão e


se fundamenta na necessidade de sua oferta capilar nos territórios vulneráveis a serem
priorizados. Ele é um elemento-chave para que os serviços sejam ofertados próximos à
população, visto que, assim, o território pode ser provido de recursos que melhorem as
condições de vida da população e, principalmente, passe a pertencer a cidade.

Questão 10

Resposta: Uma das questões que devem ser debatidas é em relação a necessidade de
se considerar que o processo de territorialização pode reforçar o estigma dos territórios
“vulneráveis” e cercar e cercear a mobilidade dos sujeitos na cidade. No entanto, é necessário
pensar que a territorialização é muito importante por fazer com que aquele território pertença
à cidade e que seus sujeitos ganhem a dimensão de citadinos.

16
Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS
Autor: Rafael Aroni

Tema 04
As Realidades do Sistema Único da
Assistência Social nos Municípios
Tema 04
As Realidades do Sistema Único da
Assistência Social nos Municípios

Como citar este material:


seções
ARONI, Rafael. Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS: As Realidades
do Sistema Único da Assistência Social nos
Municípios. Caderno de Atividades. Valinhos:
Anhanguera Educacional, 2014.
S e ç õ e s
Tema 04
As Realidades do Sistema Único da
Assistência Social nos Municípios
Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: “O Sistema Único de Assistência
Social no Brasil: uma realidade em movimento”, organizado pelas autoras Berenice Rojas
Couto, Maria Carmelita Yazbek, Maria Ozanira da Silva e Silva e Raquel Raichelis, 3º ed,
Editora Cortez, 2012, Livro-Texto 511.

Roteiro de Estudo:
Gestão do Sistema Único
de Assistência Social - Rafael Aroni
SUAS

CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará:

• Apresentação dos resultados das pesquisas realizadas em 208 municípios da realidade


em movimento da implantação e implementação do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS).

• Contradições e incompletudes no processo de implantação e implementação do SUAS


nos CRAS e CREAS.

• Desafios para se encontrar respostas as contradições apresentadas.

5
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Qual a realidade do SUAS nos municípios brasileiros?

• Quais são os principais desafios para sua implantação e implementação?

• Como articular uma Política Nacional de Assistência Social que rompa com o paradigma
do assistencialismo e filantropia?

LEITURAOBRIGATÓRIA
As Realidades do Sistema Único da Assistência Social
nos Municípios
As autoras do Livro-Texto buscaram apresentar a realidade em movimento na
construção do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). A pesquisa é realizada em
todas as regiões brasileiras, com o critério de abranger em cada uma dessas regiões dois
estados, um com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e outro com o menor,
perfazendo o total de 625 municípios, além do Distrito Federal, os quais foram sorteados
de forma aleatória e para os quais foram remetidos questionários pela internet para
diagnosticar a realidade do SUAS (COUTO, 2012, p. 49). A amostra conseguiu resultado de
208 questionários respondidos, dos quais foram apresentados a análise e problematizados
por temas. Os principais serão apresentados a seguir. É importante destacar que esse
diagnóstico é fundamental para se conhecer a realidade da implantação e implementação
do SUAS. O ano de pesquisa da pesquisa foi de 2006.

1. Quanto a implantação do SUAS nos municípios

Em 69,2% dos casos a Política Nacional de Assistência Social é administrada pela Secretaria
Municipal de Assistência Social. Em 30,7% dos municípios a política é designada por
departamentos ou setores de governo. Quanto ao nível da gestão, em 57% dos municípios
a gestão é básica; 30% gestão inicial e 12% gestão plena. Como apontado pelas autoras

6
LEITURAOBRIGATÓRIA
(COUTO et al., 2012, p. 91), as políticas de caráter básica tem na prevenção das situações
de risco seu objetivo. O avanço, ainda que pequeno, pela gestão plena do município para
politicas básicas e especiais, com diferentes níveis de complexidade, é o indicativo positivo,
frente às dificuldades de estruturação do sistema.

2. Condicionantes para implementação do PNAS nos municípios

a. Estrutura, Funcionamento e Gestão do SUAS: em 82,7% dos municípios a coordenação


pelo SUAS era a Secretaria Municipal de Assistência Social. Referente à presença do
CRAS ou CREAS, nos 208 municípios pesquisados, obteve-se o resultado: 55% dos
municípios só possuíam CRAS, 30% não possuíam CRAS ou CREAS, 14% possuíam
as duas unidades e 1% somente o CREAS. “Esses dados demonstram, por um lado,
percentual significativo de municípios que ainda não contavam com CRAS e, ao mesmo
tempo, revelam a heterogeneidade da realidade da Política de Assistência Social nos
municípios brasileiros” (COUTO et al., 2012, p. 94). Quanto à presença do CREAS a
realidade é mais marcante, com 85,1% dos municípios sem esse aparelho público.
Quanto à gestão do CRAS ou CREAS, 58,6% era de responsabilidade municipal, gestão
do Estado ou convênios era de 11,5%. Em 29,8% não havia CRAS ou CREAS no
município.

b. Estrutura física do CRAS e CREAS: nenhum possuía todas as salas de dependências


necessárias. As autoras inferem que em muitos casos, por serem imóveis locados,
as adaptações realizadas apontam ao histórico de improvisação nas ações de
implementação do PNAS. Quanto ao mobiliário, todos dispunham de cadeiras, mesas e
armários. Entretanto, em relação a equipamentos, 95,1% possuíam computadores nos
CRAS e 90,3% nos CREAS. Desses somente 49,5% possuíam acesso à internet.

A inexistência da internet em percentual significativo de CRAS e CREAS


revelou um aspecto limitante para o desenvolvimento dos trabalhos pertinentes,
considerando que as atividades que integram a dinâmica do CRAS e CREAS,
como cadastramento dos usuários, gestão e troca de informações entre as
diferentes instâncias de governo e a rede de serviços, exige, necessariamente, a
utilização com elevada frequência da internet (COUTO et al. 2012, p. 98).

c. Estrutura Pessoal do CRAS e CREAS: em 57,2% o quadro de pessoal era formado


por funcionários próprios dos órgãos municipais de Assistência Social. Em relação à
formação profissional, as autoras destacam que 22,3% eram assistentes sociais, 11%
psicólogos, 5,2% pedagogos e 11% com ensino superior em outras áreas. A jornada de
trabalho no CRAS ou CREAS era de 40 horas semanais, para 69,2% dos profissionais.

7
LEITURAOBRIGATÓRIA
d. Dos recursos financeiros em 2006: em 91,3% da fonte de recursos era o do município.
O âmbito estadual apresentou como 58,7% da fonte de recursos e recursos federais
responderam por 88,9%.

no que se refere aos recursos financeiros diretamente alocados para custear


programas, projetos e ações destinadas à população, a realidade que
acompanhamos tem evidenciado uma prevalência, em termos do montante
dos recursos aplicados, do financiamento pelos governos municipais, seguida
do nível federal e em menor proporção do estadual (COUTO et al., 2012, p.
101).

A fonte dos recursos em 71% dos municípios é de origem do Fundo Municipal de Assistência
Social (FMAS). E em 23% dos municípios, a alocação dos recursos não era do FMAS,
contrariando o estabelecido pela PNAS (2004).

3. Características da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial

Para Proteção Social Básica (PSB) o resultado da pesquisa indicou que 42% dos municípios
apresentaram o programa Bolsa Família, Programa Agente Jovem - 31,4%, Benefício de
Prestação Continuada – 30%, Apoio à Pessoa Idosa – 25,8%, Programa de Apoio e
Integração a Família (PAIF) – 24,4%, Renda Cidadã – 17,4% e Benefícios Eventuais -
11,8% (COUTO et al., 2012, p. 102 e 103). As autoras questionam os dados, como por
exemplo, programa Bolsa Família não estar presente nem na metade dos municípios
pesquisados. Destacam-se também ações de capacitação para geração de renda em 69,9%
dos municípios. As autoras apontam para diminuição na distribuição de cestas básicas.
Entretanto, os resultados apresentam incompletudes e contradições. Por último, salientam
a baixa participação dos demandatários da política em espaços de participação.

Em relação à Proteção Social Especial (PSE) as ações destinadas a famílias ou


indivíduos com vínculos familiares e comunitários rompidos apresentou o seguinte
resultado: Programa de Combate ao Abuso e Exploração Sexual – 77,4% dos municípios,
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) - 35,4%, Prestação de Serviços
à Comunidade – Liberdade Assistida (PSC/LA) destinada a adolescentes -32,2%, Abrigo
– 25,8%, Combate a Violência ao Idoso – 19,3%, Abrigo a adolescentes em alto risco –
16,1,%, Plantão Social – 13%, casa lar – 13%, asilamento 9,6%. Novamente as autoras
apontam para participação política dos demandatários da política social em sua elaboração
e execução.

8
LEITURAOBRIGATÓRIA
4. O controle social e monitoramento da PNAS nos municípios

As autoras apontam a baixa eficiência de atuação dos Conselhos Municipais de Assistência


Social pela dificuldade própria em compor esses conselhos, que tem uma atuação em se
articular a política com atuação técnica.

Sabemos que o controle social, o monitoramento e a avaliação são mecanismos


fundamentais para fazer a PNAS transpor nos municípios a perspectiva do favor
e do clientelismo que ainda marca fortemente a cultura política dos municípios
brasileiros, principalmente os de pequeno porte, que representam a maioria
deles (COUTO et al., 2012, p. 108 e 109).

5. Aspectos que desafiam a implantação e implementação da PNAS

As autoras indicam que os reduzidos percentuais captados para a existência de: equipes
técnicas estruturadas – 19,7% - Municípios, parcerias – 18,3%, Conselhos ativos – 11,5%,
articulação e integração entre as redes socioassistenciais – 7,7%, CRAS estruturado –
6,5%, Recursos alocados do FMAS – 6,3%, entre outros fatores, caracterizam um processo
fragmentado e focalizado da construção do PNAS (COUTO et al., 2012, p. 109).

Portanto, o profundo diagnóstico realizado pelo estudo apresentado no Livro-Texto, embora


apresente uma realidade em construção com dificuldades para se estruturar, permite
afirmar que o “SUAS vem conferindo uma expansão dos serviços ofertados pela PNAS,
com maior visibilidade da Política no âmbito dos municípios”, assim, a Política Nacional de
Assistência Social projeta-se como política social institucionalizada. Dentre os desafios as
autoras apontam que

quanto ao financiamento dos municípios em geral, destina-se, sobretudo, à


manutenção da estrutura de funcionamento da gestão, ficando o financiamento
das ações específicas da Política quase que exclusivamente dependente dos
recursos federais (COUTO et al., 2012, p.112).

Outro desafio nessa dinâmica em movimento é romper com a trajetória do assistencialismo


e filantropia, presentes na forma de tratar a política social nos municípios brasileiros.

9
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?
Então:
Sites
Acesse o texto: Bolsa Família.
Disponível em: <http://www.mds.gov.br/bolsafamilia>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Acesse o texto: Serviço de Proteção e Atendimento Integração à Família (PAIF).


Disponível em: <http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/assistencia-social/psb-
protecao-especial-basica/servico-de-protecao-e-atendimento-integral-a-familia-2013-paif/
servico-de-protecao-e-atendimento-integral-a-familia-2013-paif>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Acesse o texto: Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).


Disponível em: <http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/peti>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Acesse o texto: Proteção Social Básica.


Disponível em: <http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/protecaobasica>. Acesso em: 02
jan. 2014.

Vídeos Importantes:
Implantação do SUAS - Desafios e oportunidades.
Disponível em: <http://www.promenino.org.br/Ferramentas/DireitosdasCriancaseAdolescentes/
tabid/77/ConteudoId/e50d993b-91a9-4b6c-b9c4-5adba3a11504/Default.aspx#video3>.
Acesso em: 02 jan. 2014.

10
AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1: escreva o que você conhece a seu respeito


e qual é o seu posicionamento sobre essa
O Programa Bolsa Família (PBF) é um pro-
política de transferência de renda.
grama de transferência direta de renda que
beneficia famílias em situação de pobreza
e de extrema pobreza em todo o país. O Questão 2:
Bolsa Família integra o Plano Brasil Sem
A respeito dos dados obtidos com o ques-
Miséria (BSM), que tem como foco de atua-
tionário realizado sobre a implantação e
ção os 16 milhões de brasileiros com renda
implementação do Sistema Único de As-
per capita inferior a R$70 mensais e está
sistência Social, é possível afirmar:
fundamentado na garantia de renda, in-
clusão produtiva e no acesso aos serviços I. 69,2% dos municípios pesquisados
públicos. (BRASIL, Ministério do Desenvol- possuíam uma Secretaria Municipal de
vimento Social e Combate à Fome, Progra- Assistência Social ou correlata.
ma Bolsa Família, disponível em: <http://
www.mds.gov.br/bolsafamilia>). II. O órgão responsável pela coordenação
ou que respondia pela PNAS nos
Pensando o Programa Bolsa Família como municípios era a Secretaria de
um Programa da Proteção Social Básica, Assistência Social ou correlata.
11
AGORAÉASUAVEZ
III. Entre os municípios pesquisados, 40% Questão 4:
só tinham um Cras e 45% não tinham
De acordo com os dados obtidos a respeito
Cras.
da Proteção Social Especial desenvolvida
São corretas as alternativas: nos municípios, é possível concluir que, em
relação às ações e serviços, a ação com
a) I apenas.
maior percentual nos municípios foi:
b) I e II.
a) Acolhimento (alta complexidade).
c) I e III.
b) Plantão social.
d) I, II e III
c) Abrigamento de adolescentes em
e) III apenas. situação de risco (alta complexidade).

d) Combate a violência a idosos (alta


Questão 3: complexidade).
Em relação aos principais serviços de Pro- e) Encaminhamento ao BPC e à
teção Social Básica (PSB) ofertados nos previdência social.
municípios, é possível citar:

a) Programa Bolsa Família e Programa Questão 5:


Agente Jovem.
Entre os fatores que são considerados en-
b) Programa Bolsa Família, Programa tre os mais facilitadores do processo de
de Combate ao Abuso e Programa de implementação da PNAS nos municípios,
Combate ao Abuso e Exploração Sexual. é possível citar:

c) Programa de Erradicação do Trabalho a) Controle social efetivo desenvolvido


Infantil e Prestação de Serviço à por Diretorias ativas.
Comunidade (Liberdade Assistida).
b) Profissionais efetivos na gestão
d) Prestação de Serviço à Comunidade política.
(Liberdade Assistida) e Programa Bolsa
Família. c) Equipe Multidisciplinar.

e) Programa Agente Jovem e Programa d) Existência de equipe técnica


de Erradicação do Trabalho Infantil. estruturada.

e) Falta de implantação de Cras e Creas.


12
AGORAÉASUAVEZ
Questão 6: ros tinham de 2 a 5 Creas em funcionamen-
to”. Frente a esses dados, o que se pode
Referente ao questionário realizado sobre
concluir sobre a Proteção Social Especial
a implantação e implementação do Siste-
no Brasil?
ma Único de Assistência Social, apresente
ao menos 3 aspectos que estruturaram a
sua elaboração. Questão 10:
Explique por que a pesquisa a respeito da
Questão 7: Implantação e Implementação do SUAS
apontou que o Cras e o Creas apresentam,
“A pesquisa expressou que, embora re-
no Brasil, capacidade limitada de atendi-
gistrados avanços relevantes, sobretudo
mento?
em relação à instituição dos mecanismos
necessários à estruturação da Política, al-
guns desafios precisam ser enfrentados”.
Do que se tratam esses desafios?

Questão 8:
Explique o que significa nível de gestão do
SUAS, como podem ser classificados os
níveis de gestão de um município e em que
nível se encontra a maioria dos municípios
brasileiros.

Questão 9:
O que é possível concluir a partir do trecho
a seguir: “Quando é considerado o número
de Creas existentes nos municípios brasi-
leiros, a realidade é ainda mais marcante,
sendo indicado que 85,1% dos municípios
não constavam com Creas, somente 13%
tinham um Creas, seguindo-se a indicação
de que apenas 2% dos municípios brasilei-

13
FINALIZANDO
Nesse tema, você aprendeu sobre a heterogeneidade da realidade do Sistema
Único de Assistência Social no Brasil contemporâneo. Os dados apresentados para 208
municípios apontam que em 69,2% dos municípios a Política Nacional de Assistência
Social é administrada pela Secretaria Municipal de Assistência Social. Os condicionantes
para implementação do PNAS indicam que um percentual significativo de municípios
que ainda não possuem CRAS ou CREAS. Quanto às dependências físicas, todos
apresentam dependências insuficientes, remetendo ao processo histórico de improvisação
para a execução de políticas sociais. O quadro de pessoal apresenta-se em formação,
com participação principalmente de profissionais como assistentes sociais, psicólogos e
pedagogos. Quanto aos recursos, há uma predominância dos recursos municipais em
detrimento das instâncias estaduais e federais, originários do Fundo Municipal de Assistência
Social (FMAS). Portanto, o profundo diagnóstico realizado pelo estudo apresentado no
Livro-Texto, embora apresente uma realidade em construção com dificuldades para se
estruturar, permite afirmar maior visibilidade dessa política social, que busca romper com o
assistencialismo e filantropia.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

14
REFERÊNCIAS
BRASIL, Presidência da República. Lei Orgânica da Assistência Social. Lei n. 8.742, de
7 de dezembro de 1993, publicado no DOU de 8 de dezembro de 1993. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742.htm>. Acesso em: 02 jan. 2014.

______, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional


Básica do Suas – NOB/Suas. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/cnas/
politica-e-nobs/nob-suas.pdf/view>. Acesso em: 02 jan. 2014.

PREFEITURA MUNICIPAL. Secretaria Municipal Adjunta de Assistência Social. Dicionário


de termos técnicos da Assistência Social. Belo Horizonte, ASCOM, 2007.

ESPÍRITO SANTO. Glossário Assistência Social. Coordenação de Estudos Sociais do


Instituto Jones dos Santos Neves. outubro, 2009.

COUTO, B. R.; YAZBEK, M. C.; SILVA e SILVA, M. O.; RAICHELIS, R. O Sistema Único
de Assistência Social no Brasil: uma realidade em movimento, 3 ed. Rev. e Atual., São
Paulo, Editora Cortez, 2012

GLOSSÁRIO
Índice de Desenvolvimento Humano: indicador que busca mensurar níveis de
desenvolvimento humano ao correlacionar indicadores de educação (ano médio de estudo,
ano esperado de escolaridade e alfabetizados), longevidade (expectativa de vida ao nascer)
e renda (Produto Interno Bruto per capita). A escala três gradações, indicadores de 0 a
0, 499 são considerados baixo, de 0,500 a 0,799 são médios e acima de 0,800 são altos
índices de desenvolvimento humano.

15
GLOSSÁRIO
Proteção Social Básica: “tem como objetivos prevenir situações de risco por meio do
desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares
e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social
decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos
serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos – relacionais e de
pertencimentos social (discriminação etária, étnicas, de gênero ou por deficiência, dentre
outras)” (BRASIL. NOB, 2005, p. 33).

Política Social Especial: “é a modalidade de atendimento destinada a famílias e indivíduos


que se encontram em situação de risco pessoal e social por ocorrência de abandono, maus
tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento
de medidas sócio-educativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras”
(BRASIL. NOB, 2005, p.37). Estão divididas em duas, Proteção Social Especial de alta
complexidade, para indivíduos cujos direitos foram violados ou vínculo familiar rompido e
a Proteção Social Especial de media complexidade, na qual também ocorreu violação de
direitos, contudo, não houve o rompimento do vínculo familiar ou comunitário.

Programa de Apoio e Integração à Família (PAIF): “é o principal programa de Proteção


Social Básica do Sistema único de Assistência Social/SUAS. Desenvolve ações e serviços
básicos continuados para famílias em situação de vulnerabilidade social na unidade do
CRAS. O PAIF tem por perspectivas o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários,
o direito à Proteção Social Básica e a ampliação da capacidade de proteção social e de
prevenção de situações de risco no território da abrangência do CRAS” (PREFEITURA
MUNICIPAL, 2007, p. 85).

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI): “programa de transferência direta


de renda do governo federal para famílias com crianças e adolescentes envolvidos no
trabalho precoce, com acompanhamento por meio de ações socioeducativas” (ESPÍRITO
SANTO, 2009, p. 65).

16
GABARITO
Questão 1

Resposta: O Programa Bolsa Família é um programa de transferência direta de renda


que beneficia famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza no Brasil. Integra
o Plano Brasil Sem Miséria (BSM), que tem como foco de atuação os 16 milhões de
brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 70 mensais. O Bolsa Família possui
três eixos principais focados na: transferência de renda, condicionalidades e ações e
programas complementares. A transferência de renda promove o alívio imediato da
pobreza. As condicionalidades reforçam o acesso a direitos sociais básicos nas áreas de
educação, saúde e assistência social. Já as ações e programas complementares objetivam
o desenvolvimento das famílias, de modo que os beneficiários consigam superar a situação
de vulnerabilidade. Em relação a posição do estudante (favor ou contra), serão aceitados
ambos os posicionamentos.

Questão 2

Resposta: Alternativa B.

Justificativa: as alternativas I e II estão de acordo com os dados apresentados na pesquisa.


A alternativa III, no entanto, está incorreta. Na verdade, com a pesquisa, chegou-se ao
seguinte resultado: 56.7% dos municípios tinham um Cras apenas e 31,3% dos municípios
não possuíam nenhum. Portanto, a alternativa correta é a letra B.

Questão 3

Resposta: Alternativa A.

Justificativa: o Programa de Combate ao Abuso e Exploração Sexual, Programa de Combate


ao Abuso e Exploração Sexual e Prestação de Serviço à Comunidade (Liberdade Assistida)
e Programa de Erradicação do Trabalho Infantil são programas da Proteção Social Especial
e não da Proteção Social Básica. A única alternativa que apresenta serviços de Proteção
Social Básica é a alternativa A.

17
GABARITO
Questão 4

Resposta: Alternativa C.

Justificativa: de acordo com os dados da pesquisa, entre as ações citadas, o “Abrigamento


a adolescentes em situação de risco” (alta complexidade) foi a ação mais encontrada
nos municípios, em seguida, com 16,1%, vem o combate à violência dos idosos (alta
complexidade), o Plantão social com 13% e Acolhimento (alta complexidade) com 13%.
Encaminhamento ao BPC e à previdência social se trata de um serviço da Proteção Social
Básica. Portanto, a alternativa correta é a C.

Questão 5

Resposta: Alternativa D.

Justificativa: a alternativa correta é a D. Todas as outras são fatores que, na pesquisa, foram
considerados dificultadores ou bloqueadores na implementação da PNAS nos municípios.

Questão 6

Resposta: Implantação do SUAS no município, Ações de Proteção Social Básica e Proteção


Social Especial desenvolvidas no município, Controle Social, monitoramento e avaliação
da PNAS no município, condições disponíveis para implementação dos programas, canais
utilizados para divulgação dos Cras/Creas no município, relação entre Cras/Creas com o
Bolsa-Família, entre outros.

Questão 7

Resposta: Tratam de desafios de compreensão do significado social e político da rede


socioassistencial, visto que remete à relação público-privada como estratégia integrante
da dinâmica das políticas sociais no atual contexto, bem como desafios na construção
de mecanismos de participação dos denominados usuários na dinâmica da Política nos
municípios para além do acesso e utilização dos serviços.

Questão 8

Resposta: O nível de gestão do SUAS expressa a capacidade gerencial do município para


implementar a PNAS. Ele pode ser dividido em nível de gestão básica, nível de gestão
inicial e nível de gestão plena. No Brasil, 57% dos municípios pesquisados se encontram

18
GABARITO
no nível de gestão básica, a qual expressa a capacidade parcial de gestão da PNAS pelos
municípios que assumem a responsabilidade de estruturar a modalidade de proteção social
básica mediante o desenvolvimento de ações de caráter preventivo em relação a situações
caracterizadas como situações de risco.

Questão 9

Resposta: Pode-se concluir que o número de Creas no país é bastante pequeno perto
do tamanho da população, resultando no caso em que a proteção social especial, de
responsabilidade do Creas, encontra-se ainda distante das possibilidades de acesso de
grande parte da população que possa dela necessitar.

Questão 10

Resposta: As ações desenvolvidas nessas unidades encontram-se restritas ao atendimento


rotineiro e às demandas espontâneas, revelando a dificuldade de proposição e ampliação do
atendimento. Ressalta-se que a trajetória de assistencialismo e filantropia, ainda arraigadas
nos municípios brasileiros, está constituída num entrave à capacidade de construção de
uma estrutura condizente com a implementação do SUAS.

19
Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS
Autor: Rafael Aroni

Tema 05
Principais características do Sistema
Único de Assistência Social: os
resultados de pesquisas para região
Sudeste, São Paulo e Minas Gerais
Tema 05
Principais características do Sistema Único
de Assistência Social: os resultados de

seções
pesquisas para região Sudeste, São Paulo e
Minas Gerais

Como citar este material:


ARONI, Rafael. Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS: Principais características
do Sistema Único de Assistência Social: os
resultados de pesquisas para região Sudeste, São
Paulo e Minas Gerais. Caderno de Atividades.
Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.
S e ç õ e s
Tema 05
Principais características do Sistema Único
de Assistência Social: os resultados de
pesquisas para região Sudeste, São Paulo e
Minas Gerais
Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: “O Sistema Único de Assistência
Social no Brasil: uma realidade em movimento”, organizado pelas autoras Berenice Rojas
Couto, Maria Carmelita Yazbek, Maria Ozanira da Silva e Silva e Raquel Raichelis, 3º ed,
Editora Cortez, 2012, Livro-Texto 511.

Roteiro de Estudo:
Gestão do Sistema Único
de Assistência Social - Rafael Aroni
SUAS

CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará:

• O Sistema Único de Assistência Social e efeitos de reordenamento pelas PNAS/2004,


a NOB-SUAS/2005 e a NOB-RH/2006.

• A Política Nacional de Assistência Social – PNAS – 2004, que expressa a materialidade


do conteúdo da Assistência Social como um pilar do Sistema de Proteção Social Brasileiro
no âmbito da Seguridade Social.

• O Centro de Referência de Assistência Social enquanto equipamento público prioritário


para assistência social.

• Particularidades da implantação e implementação do CRAS nos municípios estudados


em São Paulo e Minas Gerais.
5
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quais os principais desafios no trabalho de implementação do Centro de Referência


de Assistência Social – CRAS?

• De que modo os resultados da pesquisa nos dois estados apresentados podem ser
analisados?

• Quais são os conceitos da Política Nacional de Assistência Social-PNAS/2004 e do


Sistema Único de Assistência Social – SUAS?

LEITURAOBRIGATÓRIA
Principais características do Sistema Único de
Assistência Social: os resultados de pesquisas para
região Sudeste, São Paulo e Minas Gerais.
A Política Nacional de Assistência Social (2004) é o marco fundamental para
o reordenamento do Sistema de Proteção Social no que se refere à Seguridade Social
enquanto política pública não contributiva, que atentem a todos que dela demandarem.
Como apontado pelas autoras do Livro-Texto, esse reordenamento estatal tem sido
permeado por embates entre velhas e novas formas de conceber a assistência social. O
maior desafio atual é romper, no plano material, com laços de dependência econômica,
política e social historicamente construídos e superar, no plano simbólico e ideológico, as
representações que ainda reproduzem uma ação conservadora frente à implantação do
SUAS. As pesquisas “apontam a permanência de fortes traços a cultura patrimonialista e
paternalista na assistência social.” (COUTO et al, 2012, p.166), como por exemplo, para
vários casos do primeiro-damismo reciclado.

Outras facetas para essa prática política arcaica são expressões de que as “práticas
clientelistas personalizam as relações com os dominados, o que acarreta sua adesão e

6
LEITURAOBRIGATÓRIA
cumplicidade, mesmo quando sua necessidade não é atendida” (YAZBEK apud COUTO et
al, 2012, p. 168). Assim, concluem que:

Questões relativas ao comando único da política, quer pela presença do primeiro-


damismo, quer decorrentes do modo como se opera a descentralização,
tanto vertical, entre as três instâncias de governo, como a horizontal, entre
os governos municipais e as entidades e organizações que integram a
rede socioassistencial, se apresentam como inibidoras da conformação da
política de assistência social como sistema único, ainda que não homogênea
e condicionado à dinâmica dos sujeitos e relações sociais presentes nos
territórios onde se implanta (COUTO, 2012, p. 170).

Frente a essas ponderações críticas, os resultados apresentados para as pesquisas nos


Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e nos Centros de Assistência Social
Especializados (CREAS), de modo geral, apresentam nos discursos dos seus construtores
as noções conceituais como território, família, acolhida e assistência social enquanto direito
social, necessitando de atualizações teórico-metodológico e técnico operativas.

Neste tema serão abordados os principais resultados analisados para a realidade dos CRAS
para municípios dos Estados de São Paulo e Minas Gerais. Por Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS) é entendido enquanto equipamento público “porta de entrada
do sistema e que, sob financiamento federal, estende-se por grande parte do território
brasileiro” (COUTO, 2012, p. 173). Assim, o processo busca consolidar a presença do
Estado, balizada pela NOB-SUAS de 2005, em territórios de risco e vulnerabilidade
social, com vistas a fortalecer direitos à cidadania dos demandatários, referenciado pelo
eixo da matricialidade sociofamiliar, em um contínuo processo de fluxo e contra-fluxo
de informações que diagnostique as situações de vulnerabilidade e risco social. Uma
definição para CRAS é:

O CRAS é a unidade público-estatal de referência do SUAS, que, pela oferta


de serviços benefícios e atividades socioassistenciais, materializa direitos a
proteção social de assistência social, como dever de Estado (COUTO, 2012,
p. 174).

Conforme você poderá verificar, são cinco as dimensões analisadas da realidade em


movimento para o CRAS da região Sudeste. De forma sucinta serão apresentadas as
características dos principais conceitos para operacionalizar a política pública de assistência
social:

7
LEITURAOBRIGATÓRIA
1. Aspectos da infraestrutura e quadro técnico para funcionamento do CRAS: A
realidade do Sudeste apresenta-se heterogênea quanto a infraestrutura física, o que
dificulta uma identidade visual para o demandatário reconhecer o espaço enquanto lugar
de proteção social.

“A ausência de espaços adequados para a oferta de serviços às demandas


coletivas sugere um direcionamento do trabalho somente para a abordagem
individual.” (COUTO, 2012, p.177)

Essa ausência, segundo o autor, é o que afeta a preparação teórico-metodológica para


realização dos trabalhos. Cabe salientar a busca por uma ruptura e conformação de outra
política pública de assistência social. As Orientações Técnicas do CRAS, documento citado
pelas autoras do Livro-Texto,

constituem alguns dos elementos a serem observados para o funcionamento


do CRAS: seu espaço físico, período de funcionamento e sua identificação.
A preocupação com esses itens deve-se ao fato de que o SUAS pretende
superar a prática da assistência social como uma política pobre, destinada aos
mais pobres, por meio de ações pobres, ofertadas em unidades pobres” (MDS,
2009 apud COUTO, 2012, p. 179).

Apontou-se para defasagem nos quadros profissionais específicos para os CRAS.

2. Processo de implementação do CRAS: A descentralização por meio do CRAS permitiu


maior capilaridade e potencial de se intervir na heterogenia realidade social. A realidade
diversificada dos CRAS em São Paulo apontou para dinâmicas de vulnerabilidade e risco
social associadas a processos migratórios de famílias para safra de cana. Para Minas
Gerais, destaca-se situações de Benefícios de Prestação Continuada à populações
portadoras de doenças negligenciadas, como a doença de Chagas.

3. Transversalidade no atendimento: Apontou-se o embate entre situações do Plantão


Social, basicamente com provisão de cestas básicas ou bens materiais que reforçam o
comodismo e contraste com a situação sócio educativa que vise um trabalho social.

4. A dimensão da matricialidade socioeducativa e familiar: O princípio da matricialidade


familiar é previsto e definido pela NOB-SUAS/2005 como: “a família como núcleo social
básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo social”.
O princípio operativo é ultrapassar a interpretação do núcleo familiar como unidade
econômica, e realçar a dimensão de laços de afetividade, afinidade, consanguinidade
e alianças. É fundamental entender esse núcleo inserido em relações contraditórias

8
LEITURAOBRIGATÓRIA
de classe sociais em movimento de dissociação e associação (COUTO, 2012, p.195).
Os resultados de pesquisas apontam que são as mulheres-mães que buscam acolhida
nos serviços sociais públicos. Ressalta-se que essa categoria também abrange as
figuras femininas de tias, avós e irmãs. O desafio é a elaboração de metodologias de
intervenção que tenham nesses sujeitos, figuras ativas e coprotagonistas dos processos
de enfrentamento de fragilidades sociais e efetivação de direitos sociais.

5. As dimensões para intersetorialidade territorial: Nesta última parte, é realizada a


reflexão da importância de se diagnosticar os diferentes fatores e como eles se articulam
e geram as questões sociais de vulnerabilidade e risco social. Por isso, o princípio da
territorialidade enquanto eixo estruturante vinculado à realidade social dos demandatários
requer uma articulação ampla de diferentes programas sociais.

LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?
Então:
Sites
Leia o debate proposto no texto A definição de trabalho social da FITS: Por que revisar?. Serv.
Soc. Soc.,  São Paulo,  n. 108, Dec.  2011.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-
66282011000400009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 02 jan. 2014.

COSTA, Bruno Lazzarotti Diniz; PALOTTI, Pedro Lucas de Moura. Relações


intergovernamentais e descentralização: uma análise da implementação do SUAS em Minas
Gerais. Rev. Sociol. Polit.,  Curitiba,  v. 19,  n. 39. 2011.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
44782011000200015&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 02 jan. 2014.

9
LINKSIMPORTANTES
Leia o Código de Ética do Assistente Social. Disponível em: <www.cfess.org.br/arquivos/
CEP_1993.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Vídeos Importantes:
Assista ao vídeo Trabalho Social com as Famílias – CRAS, por Marta Silva Campos. A
assistente social apresenta de forma breve as principais características do trabalho social
no CRAS e os principais conceitos para operacionalizar essa prática.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=xSXRoRzXK_g>. Acesso em: 02 jan. 2014.

AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

10
AGORAÉASUAVEZ
Questão 1: sobrevivência, até sua inclusão em redes
sociais de atendimento e de solidariedade.
[...] o novo paradigma para a gestão pú-
blica articula descentralização e interseto- d) As situações de risco demandarão
rialidade, uma vez que o objetivo visado é intervenções em problemas específicos
promover a inclusão social ou melhorar a e, ou, abrangentes.
qualidade de vida, resolvendo os proble-
mas concretos que incidem sobre uma po-
Questão 3:
pulação em determinado território (MENI-
CUCCI, 2002 apud BRASIL, 2004). O Livro-Texto apresenta que um dos re-
sultados para políticas sociais específicas
A partir da leitura dessa definição so-
pelos demandatários ocorre no Vale do Ri-
bre a perspectiva da intersetorialidade, e
beira, no Estado de São Paulo, por abran-
com base em seus conhecimentos sobre
ger populações em territórios tradicionais
a Política Nacional de Assistência Social
(ribeirinhos ou quilombolas). Nesse senti-
(PNAS/2004) apresente o seu entendimen-
do, o Centro de Referência de Assistência
to sobre esse conceito.
Social articula a política social estruturada
pela PNAS-2004 e NOB-SUAS/2005 a qual
Questão 2: outra política voltada para essas popula-
ções:
Segundo a Política Nacional de Assistência
Social - 2004 assinale a alternativa correta a) Lei nº 10.639/2003.
sobre o Centro de Referência de Assistên-
cia Social: b) Decreto nº 6.040/2007.

a) O CRAS atua com famílias e indivíduos c) Decreto nº 6.214/2007.


em seu contexto comunitário, visando a d) Lei nº 12.240/2011.
orientação e o convívio sociofamiliar e
comunitário.
Questão 4:
b) As situações de risco demandarão
intervenções em problemas específicos O novo cenário tem remetido à discussão
e, ou, abrangentes. do que seja a família, uma vez que as três
dimensões clássicas de sua definição (se-
c) As famílias em situação de risco xualidade, procriação e convivência) já não
devem abranger desde o provimento têm o mesmo grau de imbricamento que
de seu acesso a serviços de apoio e se acreditava outrora. Nesta perspectiva, é

11
AGORAÉASUAVEZ
possível dizer que se está diante de uma e) Previdência social, meio ambiente e
família quando encontra-se um conjunto de desporto.
pessoas que se acham unidas por laços
consanguíneos, afetivos e, ou, de solida-
Questão 6:
riedade. Como resultado das modificações
acima mencionadas, superou-se a referên- O texto aponta para a permanência de ve-
cia de tempo e de lugar para a compreen- lhas práticas assistencialistas, presentes
são do conceito de família (BRASIL, 2004). nos Estados de São Paulo e Minas Gerais,
com destaque para a presença do primei-
O trecho acima refere-se a:
ro-damismo reciclado. Com base na leitura
a) Abordagem territorial. do texto, como se caracteriza o fenômeno
do primeiro-damismo reciclado?
b) Perspectiva intersetorial.

c) Matricialidade Sociofamiliar. Questão 7:


d) Dimensão da unidade familiar na O reordenamento de marcos regulatórios
acepção de núcleo econômico. para política de assistência social está
sendo fundamental na construção de no-
vas práticas de operacionalizar e estrutu-
Questão 5: rar o Sistema Único de Assistência Social.
A Constituição Federal promulgada em Quais são as legislações que compõe esse
1988 introduziu o conceito de seguridade marco?
social, o qual é formado por tripé de Segu-
ridade Social, formado por políticas sociais
de:
Questão 8:
Segundo o documento Orientações Téc-
a) Educação, lazer e esporte. nicas do CRAS (Ministério do Desenvolvi-
b) Assistência social, educação e saúde. mento Social, 2009), quais são os direitos
dos usuários a serem garantidos pelos ser-
c) Previdência social, assistência social e viços e ações do Centro de Referência de
saúde. Assistência Social?

d) Previdência social, cultura e


saneamento.

12
AGORAÉASUAVEZ
Questão 9: Questão 10:
Com base nos resultados da pesquisa rea- Sobre o princípio da matricialidade socio-
lizada nos CRAS do Sudeste (São Paulo e familiar presente na PNAS/2004, destaque
Minas Gerais), quais foram os apontamen- qual o desafio necessário a ser superado
tos do texto quanto à construção da identi- no entendimento do conceito de família.
dade pública desse Serviço Social e qual o
perfil do demandatário identificado?

FINALIZANDO
Nesse tema, você aprendeu que a Política Nacional de Assistência Social (2004) é
o marco fundamental para o reordenamento do Sistema de Proteção Social no que se
refere à Seguridade Social enquanto política pública não contributiva, que atentem a todos
que dela demandarem. O maior desafio atual é romper, no plano material, com laços de
dependência econômica, política e social historicamente construídos e superar, no plano
simbólico e ideológico, as representações que ainda reproduzem uma ação conservadora
frente à implantação do SUAS. Há que se lutar cotidianamente para romper com práticas
clientelistas, paternalistas e patrimonialistas que reforçam a dependência dos mais pobres.
Assim, o processo busca consolidar a presença do Estado, balizada pela NOB-SUAS de
2005, em territórios de risco e vulnerabilidade social, com vistas a fortalecer direitos à
cidadania dos demandatários, referenciado pelo eixo da matricialidade sociofamiliar, em
um contínuo processo de fluxo e contra-fluxo de informações que diagnostique as situações
de vulnerabilidade e risco social. Foram apresentadas cinco dimensões analisadas da
realidade em movimento para o CRAS da região Sudeste: 1. Aspectos da infraestrutura e
quadro técnico para funcionamento do CRAS; 2. Processo de implementação do CRAS; 3.
Transversalidade no atendimento; 4. A dimensão da matricialidade socioeducativa e familiar
e 5. As dimensões para intersetorialidade territorial.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

13
REFERÊNCIAS
BELO HORIZONTE, Prefeitura Municipal, Secretaria Municipal Adjunta de Assistência So-
cial, Dicionário de termos técnicos da Assistência Social, Belo Horizonte, ASCOM, 2007.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional


Básica do SUAS – NOB/SUAS. Brasília, 2004. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/
cnas/politica-e-nobs/nob-suas.pdf/view>. Acessado em: 02 jan. 2014.

COUTO, B. R.; YAZBEK, M. C.; SILVA e SILVA, M. O.; RAICHELIS, R. O Sistema Úni-
co de Assistência Social no Brasil: uma realidade em movimento, 3 ed. rev. e atual., São
Paulo, Editora Cortez, 2012

FITS — Federação Internacional de Trabalho Social. Definição de trabalho social. 2000.


(portuguese version). Disponível em: <http://www.ifsw.org/p38000411.html>. Acesso em
02 jan. 2014.

IAMAMOTO, Marilda Villela. As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no Ser-


viço Social contemporâneo. Trajetória e desafios. Conferência Inaugural do XVIII Seminá-
rio Latinoamericano de Escuelas de

Trabajo Social. San José, Costa Rica, 2004. Disponível em: <http://www.ts.ucr.ac.cr/bina-
rios/congresos/reg/slets/slets-018-001.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

SPOSATI. Aldaiza de Oliveira. et al. A assistência social na trajetória das políticas so-
ciais: uma questão em análise. São Paulo: Cortez, 1985.

14
GLOSSÁRIO
Primeiro-damismo: “O ‘primeiro-damismo’ é a institucionalização do assistencialismo na
figura da mulher do governante [...]” (SPOSATI, 1985).

CRAS: “Unidades públicas, estatais e de base territorial, localizadas em áreas de


vulnerabilidade social. Executam serviços de proteção básica, organizam e coordenam
a rede de serviços socioassistenciais locais da política de assistência social” (BELO
HORIZONTE, 2007, p.23).

Trabalhador(a) social: Na atualidade há um embate entre o Conselho Federal de Serviço


Social Brasileiro que pressiona pela revisão do termo da Federação Internacional dos
Trabalhadores Sociais, para que se abranjam as particularidades latino-americanas. A
definição proposta pela entidade é:

“O(a) trabalhador social ou assistente social atua no âmbito das relações


entre os sujeitos sociais e, entre eles, o Estado. Desenvolve um conjunto de
ações de caráter socioeducativo que incidem na reprodução material e social
da vida, com indivíduos, grupos, famílias, comunidades e movimentos sociais
numa perspectiva de transformação social. Essas ações visam: fortalecer a
autonomia, a participação e o exercício da cidadania; capacitar, mobilizar e
organizar os sujeitos, individual e coletivamente, garantindo o acesso a bens e
serviços sociais; a defesa dos direitos humanos; a salvaguarda das condições
socioambientais de existência; e a efetivação dos ideais da democracia e o
respeito à diversidade humana. Os princípios de defesa dos direitos humanos
e da justiça social são elementos fundamentais para o trabalho social, para
que esse trabalho se realize com vistas a combater a desigualdade social e as
situações de violência, de opressão, de pobreza, de fome e de desemprego.”
(CFESS, 2011)

Questão Social: “Na atualidade, a questão social diz respeito ao conjunto multifacetado
das expressões das desigualdades sociais engendradas na sociedade capitalista madura,
impensáveis sem a intermediação do Estado. A questão social expressa desigualdades
econômicas, políticas e culturais das classes sociais, mediadas por disparidades nas
relações de gênero, características étnico-raciais e formações regionais. Coloca em causa
amplos segmentos da sociedade civil no acesso aos bens da civilização. Dispondo de uma

15
GLOSSÁRIO
dimensão estrutural, ela atinge visceralmente a vida dos sujeitos numa luta aberta e surda
pela cidadania. (IANNI, 1992), no embate pelo respeito aos direitos civis, sociais e políticos
e aos direitos humanos. Esse processo é denso de conformismos e rebeldias, expressando
a consciência e a luta pelo reconhecimento dos direitos de cada um e de todos os indivíduos
sociais” (IAMAMOTO, 2004, p. 18).

Intersetoralidade: Princípio de gestão das Políticas Sociais que privilegia a integração


das políticas em sua elaboração, execução, monitoramento e avaliação. Busca superar
a fragmentação das políticas, respeitando as especificidades de cada área. (BELO
HORIZONTE, 2007, p.25)

GABARITO
Questão 1

Resposta: O conceito de intersetorialidade é uma perspectiva nova de se identificar os


problemas concretos, as potencialidades e as soluções, a partir de recortes territoriais que
identifiquem conjuntos populacionais em situações similares, e intervir por meio das políticas
públicas, com o objetivo de alcançar resultados integrados e promover impacto positivo nas
condições de vida. Portanto, essa perspectiva está diretamente relacionada à abordagem
territorial proposta pela política social.

Questão 2

Resposta: Alternativa A.

Essa alternativa apresenta situação de vulnerabilidade ou risco social preventiva. A alternativa


B, C e D apresentam características do CREAS, situações específicas e complexas que
demanda operações diferenciadas para proteção social.

16
GABARITO
Questão 3

Resposta: Alternativa B.

Pois ela institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e


Comunidades Tradicionais.

A alternativa A estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no


currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-
Brasileira”.

A alternativa C regulamenta o benefício de prestação continuada da assistência social


devido à pessoa com deficiência e ao idoso

A alternativa D apresenta nova redação que altera regras do benefício de prestação


continuada da pessoa com deficiência.

Questão 4

Resposta: Alternativa C.

Pois a perspectiva da matricialidade sociofamiliar busca superar a percepção do núcleo


familiar apenas como unidade econômica.

A alternativa A refere-se ao conceito de territorialização das questões sociais. A alternativa


B remete a articulação entre deferentes fatores para operar a politica de assistência social
de forma universalista e abrangente. A altenativa D remete a concepção de PNAS – 2004
busca superar no entendimento do conceito de família.

Questão 5

Resposta: Alternativa C.

O tripé é formado por políticas sociais de previdência, assistência e saúde. As alternativas


A, B e D apresenta dimensões de direitos fundamentais que não estão abrangidos pela
Seguridade Social prevista pela Constituição Federal de 1988.

Questão 6

Resposta: O primeiro-damismo caracteriza-se para prática de política assistencialista que


personifica na figura da primeira dama laços de pessoalidade, dependência e solidarismo
17
GABARITO
caritativo, o que afronta os princípios buscados na atualidade em situar a política pública
social, balizado pela impessoalidade, pelo protagonismo emancipador dos sujeitos
demandatários das políticas sociais.

Questão 7

Resposta: Aprovação da PNAS/2004, a NOB-SUAS/2005 e NOB-RH/2006.

Questão 8

Resposta: Conhecer o nome e credencial de quem o atende. Direito à escuta, à informação, à


defesa, à provisão direta e indireta de suas demandas de proteção social. Receber explicações
sobre os serviços, atendimento claro, simples e compreensível. Ter encaminhamentos por
escrito, identificados o nome e registro no Conselho ou Ordem Profissional. Ter protegida
sua privacidade.

Questão 9

Resposta: As autoras apontaram que a identidade pública do CRAS, nos estados


pesquisados, tendem a uma “estética feminina” o que favorece aproximação de
demandatárias mulheres-mães.

Questão 10

Resposta: A dimensão da matricialidade socioeducativa e familiar – O princípio da


matricialidade familiar é previsto e definido pela NOB-SUAS/2005 como: “a família como
núcleo social básico de acolhida, convívio, autonomia, sustentabilidade e protagonismo
social”. O princípio operativo é ultrapassar a interpretação do núcleo familiar como unidade
econômica, e realçar a dimensão de laços de afetividade, afinidade, consanguinidade e
alianças. E fundamental entender esse núcleo inserido em relações contraditórias de classe
sociais em movimento de dissociação e associação.

18
Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS
Autor: Rafael Aroni

Tema 06
Principais características do Sistema
Único de Assistência Social: os
resultados de pesquisas para região
Sul, Paraná e Rio Grande do Sul
Tema 06
Principais características do Sistema Único
de Assistência Social: os resultados de

seções
pesquisas para região Sul, Paraná e Rio
Grande do Sul

Como citar este material:


ARONI, Rafael. Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS: Principais características
do Sistema Único de Assistência Social: os
resultados de pesquisas para região Sul, Paraná
e Rio Grande do Sul. Caderno de Atividades.
Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.
S e ç õ e s
Tema 06
Principais características do Sistema Único
de Assistência Social: os resultados de
pesquisas para região Sul, Paraná e Rio
Grande do Sul
Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: “O Sistema Único de Assistência
Social no Brasil: uma realidade em movimento”, organizado pelas autoras Berenice Rojas
Couto, Maria Carmelita Yazbek, Maria Ozanira da Silva e Silva e Raquel Raichelis, 3º ed,
Editora Cortez, 2012, Livro-Texto 511.

Roteiro de Estudo:
Gestão do Sistema Único
de Assistência Social - Rafael Aroni
SUAS

CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará:

• As principais legislações para construção do Sistema Único de Assistência Social,


Constituição Federal de 1988, PNAS/2004, a NOB-SUAS/2005 e a NOB-RH/2006

• As principais características da implementação da Política de Assistência Social para


a região Sul, municípios dos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul.

• Os desafios da realidade em movimento para os CRAS da Região Sul.

5
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quais são as principais legislações que operam enquanto dispositivos para construção
do Sistema Único de Assistência Social – SUAS?

• Quais os principais desafios no trabalho de implementação do Centro de Referência


de Assistência Social – CRAS, na região Sul do país?

• De que modo os resultados da pesquisa nos dois estados apresentados podem ser
analisados?

LEITURAOBRIGATÓRIA
Principais características do Sistema Único de
Assistência Social: os resultados de pesquisas para
região Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.
Inicialmente, nesse tema você irá revisar as principais legislações para compreender
o processo de implantação e implementação do Sistema Único de Assistência Social. Como
já estudado, a Política Nacional de Assistência Social remete ao processo de lutas de
movimentos sociais da década 1980, os quais articularam forças sociais, e influenciaram a
elaboração do Capítulo II – Da Seguridade Social (art. 194 a 204) da Constituição Federal
de 1988. A inovação nesse dispositivo de lei foi estabelecer o caráter não contributivo para
aqueles que precisam acessar serviços de seguridade social. O artigo 194 estabelece o
tripé no qual se sustenta a seguridade social, com políticas sociais a garantir direitos
de saúde, previdência e assistência social. Cabe a ressalva que a assistência social na
república brasileira surge com a criação da Legião Brasileira de Assistência em 1947.
Para o contexto contemporâneo, a aprovação da Lei Orgânica de Assistência Social (nº
8.742/1993), regulamentou a política de assistência social: com caráter não contributivo,
posição central do Estado enquanto promotor de acesso e direitos a serviços sociais, além
da participação e controle pela sociedade na formulação, gestão e execução de políticas

6
LEITURAOBRIGATÓRIA
assistenciais, com caráter não contributivo e caráter universalista aos demandatários. Em
15 de outubro de 2004, foi aprovada a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), após
amplo debate e articulação dos fóruns de assistência social, com intuito de redesenhar a
política em cursos com vistas à implementação do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS). Em 2005 foi aprovada a Norma Operacional da Assistência Social NOB/Sua, pela
resolução nº 130, de 15 de junho de 2005, que busca operacionalizar procedimentos básicos
para implementação do SUAS. Frente a esse contexto, serão apresentados resultados
da análise do processo de implementação do SUAS na Região Sul, para municípios dos
Estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Novamente, serão destacadas nesse tema as
particularidades para os Centros de Referências de Assistência Social (CRAS). Destaca-se
como resultado geral que:

[...] condições diferenciadas que dependem não só da apropriação e poder


político de gestores e da estrutura local disponibilizada pelo Estado para a
execução da política, mas do histórico de cada localidade, marcada por maiores
ou menores experiências da sociedade em processos participativos. (COUTO
et al, 2012, p. 230).

O maior desafio para estruturação do Sistema Único de Assistência Social, com


aprofundamento das políticas públicas sociais, é lidar cotidianamente com a cultura política
tradicional do patrimonialismo, assistencialismo e clientelismo, também observado nos
Estados pesquisados. Isso requer dos agentes e gestores a permanente fiscalização e
monitoramento dos processos de implementação da política de Assistência Social para não
reproduzir velhas formas conservadoras de políticas privatistas enraizadas no cotidiano.
Por isso, esse é o desafio maior da formação ético-política dos gestores e funcionários
comprometidos na luta pela construção desse processo.

Um modelo de proteção social não contributiva para o Brasil resulta não só da


implantação de novos programas de governo, mas de mudança mais incisiva que
exige do gestor público assumir um novo papel baseado na noção de cidadão
usuário (e não de carente assistido) e seus direitos, e na responsabilidade do
Estado em se comprometer com a capacidade de as famílias educarem seus
filhos tratando-as como núcleos básicos de proteção social. (SPOSATI, 2009
apud COUTO et al., 2012, p. 234).

De forma breve, será apresentado os principais resultados e discussões realizados na


pesquisa (COUTO et al., 2012), para realidade em movimento do CRAS, na região Sul.
Assim, tem-se que:

1. Quanto das condições de financiamento e funcionamento: destaca-se a dificuldade


de dotações orçamentárias para construção de CRAS nos municípios de pequeno
porte no Paraná. Outra particularidade é a terceirização de quadros, que em muitos
7
LEITURAOBRIGATÓRIA
casos são contratados por instituições filantrópicas, comandadas por primeiras damas,
que disponibilizam (“emprestam”) esses recursos humanos para o referido órgão de
Assistência Social. Portanto, o primeiro-damismo exerce um controle orçamentário e de
quadros para implementação da política social. Em paralelo, a pesquisa apontou para
ausência da instância estadual no processo de implantação do CRAS, o que prejudica,
principalmente, os pequenos municípios. Uma das razões seria a disputa política com
o governo federal, pela vinculação de governos a promoção dos direitos sociais. Ainda
para o funcionamento das políticas sociais operadas pelo CRAS, destaca-se a orientação
pela intersetorialidade, na composição das equipes, isso porque, como apontado em
relatos de gestores do Rio Grande do Sul, há o desafio de promover o serviço de direito
social não enquanto ajuda caritativa, como em alguns casos constatados, mas envolver
de forma ativa e participativa os sujeitos desse processo. E por outro lado, há também
a situação da formulação de critérios contra prestativos aos direitos sociais, como por
exemplo, exigir o merecimento por parte dos usuários, o que fere o princípio universalista
e de irrestrito acesso aqueles que demandarem o serviço de proteção social básica ou
especial.

Para que isso seja possível, os dados da pesquisa indicam que é necessário
insistir no debate da política enquanto direito e reafirmar o lugar do usuário
na condição de cidadão, pois os preconceitos fazem parte do cotidiano da
atenção prestada pela Assistência Social (COUTO, 2012, p. 242).

2. Ações desenvolvidas: É fundamental para planejar e executar ações socioassistenciais


que se faça uma leitura diagnóstica da paisagem territorial. Assim, o princípio da
territorialização enquanto eixo estruturante do SUAS requer a aproximação do “território
vivido” (COUTO, 2012, p. 245), para monitoramento, prevenção e promoção dos direitos
sociais. Portanto, compreender a lógica do capitalismo contemporâneo globalizado em
se produzir de forma antagônica e complementar de cidades mercadorias e cidades
vulneráveis/desurbanizadas (COUTO, 2012, p.246).

3. Relações estabelecidas para os usuários: A Norma Operacional Básica de Recursos


Humanos (Resolução nº 269 do CNAS) constitui a diretriz de capacitação para atuação
dos profissionais envolvidos com a construção do SUAS. Assim, segundo as autoras do
livro texto “[...] o desafio está em intensificar o papel emancipatório que os profissionais
têm e são responsáveis para com a política e seus usuários”. (COUTO, 2012, p. 253).
Para tanto é necessário um atendimento qualificado que favorece espaços de participação
efetiva. Outra dimensão foi a definição dos papéis e atribuições na composição, ainda

8
LEITURAOBRIGATÓRIA
que com muita dificuldade, de quadros interdisciplinares de funcionários. Contudo, a
situação prática vivenciada nos municípios pesquisados, como anteriormente dito, é
pela terceirização, ou contratação por tempo determinado.

Nota-se que, ao tempo que a efetivação da NOB-RH/SUAS representa


a possibilidade da superação das práticas e concepções que associam
a assistência social ao campo do improviso, do voluntariado e da
desprofissionalização, aponta-se também os desafios por seu conteúdo
contrapor-se a lógica político-econômica da flexibilização e precarização dos
vínculos empregatícios. (COUTO, 2012, p. 258).

Dentre os procedimentos adotados destaca-se o relato de um técnico do CRAS do


Rio Grande do Sul (COUTO, 2012, p. 261) o qual aponta para atividades como cursos
profissionalizantes, algumas voltados para economia popular solidária, como produção de
alimento e ou artesanato, e oficinas pontuais, como as realizadas no dia da mulher, com
prestação voluntária de corte de cabelo, pintura de unhas, limpeza de pele e buço, ações
que priorizam trabalhar a autoestima das demandatárias.

4. Dinâmica estabelecida na rede socioassistencial: As autoras apontam para falta “de


um sistema efetivo de controle, avaliação e monitoramento da rede socioassistencial”
(COUTO, 2012, p. 266). Entende-se que essa dimensão está atrelada ao princípio das
ações intersetoriais que articulem as diferentes esferas de governo, os diferentes setores
de atendimento SUAS e SUS (Sistema Único de Saúde) além da necessidade de se
controlar o financiamento de entidades privadas (terceiro setor), para não dependerem
exclusivamente de recursos públicos. Enfim, há necessidade de se construir espaços
democráticos de controle representados por usuários, técnicos, governo e instituições
que se inscrevam na centralidade do Estado enquanto promotor desse processo.

9
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?
Então:
Sites
Leia o Código de Ética do Profissional Assistente Social do Conselho Federal de Serviço
Social. Texto aprovado em 13/03/1993, com as alterações introduzidas pelas Resoluções
CFESS nº 290/94, 293/94, 333/96 e 594/11.
Disponível em: <http://www.cfess.org.br/arquivos/L8662.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Acesse o site do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Norma


Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS.
Disponível em: <http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de-
assistencia-social-snas/cadernos/norma-operacional-basica-de-recursos-humanos-do-
SUAS-nob-rh-SUAS/norma-operacional-basica-de-recursos-humanos-do-SUAS-2013-
nob-rh-SUAS>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Leia o artigo Notas Acerca das Redes de Políticas Sociais de Mariana Pfeifer.
Disponível em: <http://www.observatoriodaeducacaosuperior.ufpr.br/artigos_1/ARTIGO-08.
pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Leia o texto Os Desafios ao Processo do Sistema Único da Assistência Social, de Maria


Regina de Ávila Moreira.
Disponível em: <http://periodicos.unitau.br/ojs-2.2/index.php/humanas/article/ view/457/416>.
Acesso em: 02 jan. 2014.

10
LINKSIMPORTANTES
Vídeos Importantes:
Assista ao vídeo Mensagem de Laura Acotto no Dia Mundial do Serviço Social de 2011. O
vídeo contém uma mensagem da representante da América Latina e Caribe na Federação
Internacional de Trabalhadores Sociais (FITS).
Disponível em: <http://www.youtube.com/embed/-KRCDkMoA_s>. Acesso em: 02 jan. 2014.

AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1: (PNAS/2004) apresente o seu entendi-


mento sobre esse conceito.
A ação da rede socioassistencial de pro-
teção básica e especial é realizada direta-
mente por organizações governamentais Questão 2:
ou mediante convênios, ajustes ou parce-
Qual das alternativas a seguir refere-se a
rias com organizações e entidades de As-
Legião Brasileira de Assistência.
sistência Social. (BRASIL, 2005).

A partir da leitura dessa definição sobre a) Permanece ativa desenvolvendo


a perspectiva da rede socioassistencial, e atividades de assistência para famílias,
com base em seus conhecimentos sobre principalmente no entorno de Brasília,
a Política Nacional de Assistência Social uma vez que o programa inicial previa o

11
AGORAÉASUAVEZ
atendimento aos trabalhadores da capital III. Hierarquização da rede pela
federal. complexidade dos serviços e
abrangência territorial de sua
b) Possuía um quadro técnico extenso
capacidade em face da demanda.
distribuído pelas principais capitais
brasileiras. IV. Porta de entrada unificada dos serviços
para a rede de proteção social básica, por
c) Criada em 1942, frente ao engajamento
intermédio de unidades de referência e
do Brasil com tropas na Segunda Guerra
para a rede de proteção social especial
Mundial, buscou dar assistências às
por centrais de acolhimento e controle
famílias dos que foram convocados.
de vagas.
d) Sua estrutura foi criada para suplantar Qual dos itens está corretos:
o modelo do primeiro-damismo vigente
no país, na década de 1950. a) I e II.

b) III e IV.
Questão 3:
c) I, III e IV.
A rede socioassistencial se organizará a
partir dos seguintes parâmetros: d) Todos os itens.

I. Oferta, de maneira integrada, de


Questão 4:
serviços, programas, projetos e
benefícios de proteção social para “Mas como todo município tinha problemas
cobertura de riscos, vulnerabilidades, de lei de responsabilidade fiscal, nós mu-
danos, vitimizações, agressões ao damos a forma de conveniamento com as
ciclo de vida, à dignidade humana e à entidades [...] A (entidade) [...] é uma ONG
fragilidade das famílias. ‘chapa branca’, que o prefeito nomeia o pre-
sidente [...]. A (entidade) passou a ser uma
II. Caráter público de corresponsabilidade grande parceira, do ponto de vista de trazer
e complementaridade entre as ações a (entidade) para a execução da política lo-
governamentais e não governamentais cal junto conosco. E com isso foi facilitado,
de Assistência Social evitando por exemplo, a ampliação de contratação,
paralelismo, fragmentação e dispersão de recursos etc.” (Técnico – RS) (COUTO
de recursos. et al., 2012, p. 237).

12
AGORAÉASUAVEZ
Com base no relato acima, é possível infe- d) Das Normas Operacionais Básicas.
rir que:
e) Das Leis de Diretrizes e Bases da
a) O processo de ruptura a práticas po- Educação, de Diretrizes da Saúde, da
líticas privatistas, como as Organizações Previdência Social e do Sistema Único de
Não Governamentais. Assistência Social.

b) A permanência do fisiologismo
político que reverbera em práticas Questão 6:
assistencialistas e patrimonialistas. Mesmo dispondo de técnicos capacitados
para a função, o comando da LBA sem-
c) A lei de responsabilidade Fiscal
pre esteve entregue às Primeiras Damas,
permitiu a transparência na contratação
caracterizando o aspecto filantrópico de
de Entidades prestadora de serviços
ações clientelistas, conforme os interesses
sociais.
dos governos vigentes. (Disponível em:
d) As Organizações Não Governamentais <http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/
são prioritárias nas contratações e tesesabertas/0510670_07_cap_03.pdf>.
parcerias para políticas públicas de Acesso em: 02 jan. 2014)
Assistência Social.
Em qual contexto foi criado a LBA, qual o
público ela atendia, e como foi sua extinção?
Questão 5:
A regulamentação da Seguridade Social, Questão 7:
prevista pelo dispositivo da Constitucional
[...] a gente trabalha aqui com índice de vul-
de 1988 para consolidação de direitos so-
nerabilidade social das famílias, todas as
ciais a diversos segmentos da sociedade
famílias são georreferenciadas num territó-
brasileira, se deu pelo dispositivo legal, in-
rio. A hora que muda a delimitação, essa
fraconstitucional:
família muda para outro território, então ela
a) Das Leis Orgânicas do Idoso e dos passa a compor nosso trabalho, de moni-
Portadores de Necessidades Especiais. toramento daquele território então muda,
até nossa série histórica. (Técnico – PR)
b) Dos Estatutos da Previdência Social, (COUTO et al., 2012, p. 245). Esse relato
da Saúde e da Assistência Social. refere-se a qual abordagem da Assistência
Social e é previsto em qual normativa?
c) Das Leis Orgânicas da Previdência
Social, da Saúde e da Assistência Social.

13
AGORAÉASUAVEZ
Questão 8: A qual conceito presente na Política Nacio-
nal de Assistência Social o trecho remete e
“[...] é possível afirmar que o território apre-
quais suas principais características?
senta-se enquanto uma categoria da rea-
lidade concreta, que guarda em si muitas
potencialidades no sentido da mudança de Questão 10:
compreensão da realidade por porta dos
“[...] a construção do novo ordenamento
agentes públicos, bem como para o apro-
político-institucional da Assistência Social
fundamento da democratização do acesso
na perspectiva do SUAS, necessita aproxi-
ao conjunto dos serviços e políticas públi-
mar-se do ‘cotidiano’ dos indivíduos e famí-
cas à população usuária. Nesse sentido,
lias, considerando que é através deles que
depoimentos revelam as muitas descober-
as condições e modo de vida da população
tas realizadas pelos trabalhadores da As-
se expressam concretamente. Nesta dire-
sistência Social a partir da aproximação
ção, o território é concebido como território
com o território vivido. [...] Passamos a
usado.” (COUTO et al, 2012, p. 249)
pensar como integrar este ser humano no
seu território para que ele consiga se rela- A partir do autor citado nesse trecho do li-
cionar lá na sua comunidade nessa cons- vro, apresente seu entendimento para essa
trução de vínculos.” (COUTO et al, 2012, abordagem.
p. 245). A partir do relato acima, apresente
seu entendimento para a abordagem de
território vivido.

Questão 9:
“Entender as particularidades e singulari-
dades de cada família, embora muito im-
portante, não pode mascarar os condicio-
nantes conjunturais e estruturais, portanto
devem ser privilegiados os espaços cole-
tivos de atendimento que fortalecem pro-
cessos sociais emancipatórios, fugindo da
lógica da “psicologização” das sequelas
da questão social” (COUTO et al, 2012, p.
252).

14
FINALIZANDO
Nesse tema, você aprendeu que para se compreender o processo de implantação e
implementação do Sistema Único de Assistência Social é preciso conhecer as legislações
que o estruturam. A Política Nacional de Assistência Social remete ao processo de lutas de
movimentos sociais da década 1980, os quais articularam forças sociais e influenciaram a
elaboração do Capítulo II – Da Seguridade Social (art. 194 a 204) da Constituição Federal
de 1988. A aprovação da Lei Orgânica de Assistência Social (nº 8.742/1993) regulamentou
a política de assistência social: com caráter não contributivo, posição central do Estado
enquanto promotor de acesso e direitos a serviços sociais. Em 15 de outubro de 2004, foi
aprovada a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), após amplo debate e articulação
dos fóruns de assistência social, com intuito de redesenhar a política em cursos com vistas
à implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Em 2005, aprovada a
Norma Operacional da Assistência Social NOB/SUAS, pela resolução nº 130, de 15 de
junho de 2005, que busca operacionalizar procedimentos básicos para implementação do
SUAS. O maior desafio para estruturação do Sistema Único de Assistência Social, com
aprofundamento das políticas públicas sociais e lidar cotidianamente com a cultura política
tradicional do patrimonialismo, assistencialismo e clientelismo, também observado nos
Estados pesquisados. O que por outro lado requer dos agentes e gestores a permanente
fiscalização e monitoramento dos processos de implementação da política de Assistência
Social, para não reproduzir velhas formas conservadoras de políticas privatistas enraizadas
em nosso cotidiano. Foi apresentado de forma breve os principais resultados e discussões
realizados na pesquisa das autoras do livro texto, para realidade em movimento do CRAS,
na região Sul, referentes a: 1. Quanto das condições de financiamento e funcionamento; 2.
Ações desenvolvidas; 3. Relações estabelecidas para os usuários e 4. Dinâmica estabelecida
na rede socioassistencial.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

15
REFERÊNCIAS
BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal Adjunta de Assistência So-
cial. Dicionário de termos técnicos da Assistência Social, Belo Horizonte, ASCOM, 2007.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional


Básica do SUAS – NOB/SUAS. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/
cnas/politica-e-nobs/nob-SUAS.pdf/view>. Acesso em: 02 jan. 2014.

_____. Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde. 2012. Disponível em: <http://portal.
saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=24627>. Acesso em: 02 jan. 2014.

COUTO, B. R.; YAZBEK, M. C.; SILVA e SILVA, M. O.; RAICHELIS, R. O Sistema Úni-
co de Assistência Social no Brasil: uma realidade em movimento, 3 ed. rev. e atual., São
Paulo, Editora Cortez, 2012

FITS — Federação Internacional de Trabalho Social. Definição de trabalho social, 2000.


(portuguese version). Disponível em: <http://www.ifsw.org/p38000411.html>. Acesso em:
02 jan. 2014.

IAMAMOTO, Marilda Villela. As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no Ser-


viço Social contemporâneo. Trajetória e desafios. Conferência inaugural do XVIII Seminá-
rio Latinoamericano de Escuelas de

Trabajo Social, 2004. Disponível em: <http://www.ts.ucr.ac.cr/binarios/congresos/reg/slets/


slets-018-001.pdf>. Acessado em: 02 jan. 2014.

SPOSATI, Aldaiza de Oliveira. et al. A assistência social na trajetória das políticas sociais:
uma questão em análise. São Paulo: Cortez, 1985.

16
GLOSSÁRIO
Legião Brasileira de Assistência: criada durante o Estado Novo na Era Vargas, em
1942, frente ao engajamento do Brasil com tropas na Segunda Guerra Mundial, buscou dar
assistências às famílias dos que foram convocados. Foi moldada ao assistencialismo das
primeiras damas e perdurou até 1995, quando decretada sua extinção sobre acusações de
corrupção.

Ação Socioassistencial: Compreende-se como ação, os programas, projetos, serviços e


concessão de benefícios da assistência social (BRASIL, 2003).

Sistema Único de Saúde: O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Constituição
Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis nº 8.080/1990 e nº 8.142/1990, Leis Orgânicas
da Saúde, com a finalidade de alterar a situação de desigualdade na assistência à Saúde da
população, tornando obrigatório o atendimento público a qualquer cidadão, sendo proibidas
cobranças de dinheiro sob qualquer pretexto (BRASIL, 2012).

Políticas Sociais Básicas: políticas que compõem o Sistema de Proteção Social Brasileiro:
educação, saúde, trabalho, assistência social, previdência social, justiça, agricultura,
saneamento, habitação popular e meio ambiente. (BELO HORIZONTE, 2001, p. 84).

Rede Socioassistencial: conjunto integrado de ações, da iniciativa pública e da sociedade,


que ofertam e operam benefícios, serviços, programas e projetos, o que supõe a articulação
entre todas essas unidades de provisão de proteção social, sob a hierarquia de básica e
especial, e ainda por níveis de complexidade. (BRASIL, 2005, p. 19).

17
GABARITO
Questão 1

Resposta: O aluno poderá dissertar sobre as implicações em se estabelecer convênios


de parcerias entre instituições privadas e o CRAS e implicações para a configuração da
rede socioassistencial. Os desafios de políticas públicas sociais que articulem diferentes
instituições com atuações em educação, saúde e previdência social, por exemplo, para que
se atinja maior capilaridade na proteção social.

Questão 2

Resposta: Alternativa C.

Instituição criada para da assistência a famílias dos militares combatentes da Segunda


Guerra Mundial.

Alternativa A – Errada, pois foi extinta no primeiro mandado de Fernando Henrique


Cardoso, sobre acusação de corrupção. Alternativa B – Errada, não havia quadro técnico,
essencialmente formado pelas primeiras-damas. Alternativa D – o modelo reforçou o
assistencialismo do primeiro-damismo.

Questão 3

Resposta: Alternativa D.

Todos os itens referem-se os critérios para estruturação da rede socioassistencial previstos


no NOB-SUAS/2005.

Questão 4

Resposta: Alternativa B.

O principal desafio para Política Nacional de Assistência Social é romper com a política que
torna privado os serviços públicos.

18
GABARITO
Alternativa A – Errada. Uma vez que o relato aponta a permanência de políticas privatistas.
Alternativa C – Errada. A lei de responsabilidade fiscal, no caso analisado, imposto a
terceirização de serviços que devem ser prestados pelo Estado. Alternativa D – Errada. O
PNAS prioriza a estruturação de uma rede socioassistencial de entidades públicas.

Questão 5

Resposta: Alternativa C.

As leis infraconstitucionais que regulamentam a Saúde, Previdência Social e Assistência


Social.

As alternativas A, B e D apresentam de forma incompleta as leis para as três áreas de


seguridade social: saúde, previdência e assistência social.

Questão 6

Resposta: Criada em 1942, com o engajamento do País na Segunda Guerra Mundial. Seu
objetivo era o de prover as necessidades das famílias, cujos chefes haviam sido mobilizados
para a guerra. Tal conjuntura favorece sua criação, uma vez que ocorreu significativa
queda do poder aquisitivo do proletariado e da pequena burguesia urbana. Tinha caráter
assistencialista moldado ao primeiro-damismo. Perdurou até 1995, quando decretada sua
extinção sobre acusações de corrupção.

Questão 7

Resposta: Territorialização, previsto na PNAS/2004 e NOB-SUAS/2005.

Questão 8

Resposta: Por território vivido o relato do Técnico do CRAS do Paraná aponta para
operacionalização do conceito de territorialização, ou seja, conhecer de perto da realidade
dos usuários e famílias ao ponto de intervir na criação de elos que integrem esses seres
humanos em suas respectivas comunidades.

Questão 9

Resposta: Remete ao princípio da matricialidade sociofamiliar, o qual pressupõem entender


a unidade familiar para além de unidade econômica, como unidade socioafetiva, situada
historicamente no contexto de lutas sociais de trabalhadores por dignidade nas condições
de vida.

19
GABARITO
Questão 10

Resposta: O Livro-Texto remete a concepção do geógrafo Milton Santo, que concebeu o


entendimento para concretização de um território de plena cidadania, quando a fusão da
identidade dos sujeitos ao espaço em que vivem, a o reconhecimento de que aquele “chão”
pertence aos sujeitos por propiciar uma rede de relações sociais concretas que reforçam o
pertencimento a comunidade.

20
Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS
Autor: Rafael Aroni

Tema 07
A Proteção Social Especial (PSE) nos
Centros de Referência Especializado
de Assistência Social, nas regiões
Sudeste e Sul, no Brasil
Tema 07
A Proteção Social Especial (PSE) nos Centros
de Referência Especializado de Assistência

seções
Social, nas regiões Sudeste e Sul, no Brasil

Como citar este material:


ARONI, Rafael. Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS: A Proteção Social
Especial (PSE) nos Centros de Referência
Especializado de Assistência Social, nas regiões
Sudeste e Sul, no Brasil. Caderno de Atividades.
Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.
S e ç õ e s
Tema 07
A Proteção Social Especial (PSE) nos Centros
de Referência Especializado de Assistência
Social, nas regiões Sudeste e Sul, no Brasil
Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: “O Sistema Único de Assistência
Social no Brasil: uma realidade em movimento”, organizado pelas autoras Berenice Rojas
Couto, Maria Carmelita Yazbek, Maria Ozanira da Silva e Silva e Raquel Raichelis, 3º ed,
Editora Cortez, 2012, Livro-Texto 511.

Roteiro de Estudo:
Gestão do Sistema Único
de Assistência Social - Rafael Aroni
SUAS

CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará:

• Os principais dispositivos legais que normatizam e regulamentam os Serviços de


Proteção Social Especializada.

• As principais atribuições do Centro de Referência Especializado de Assistência Social.

• A Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais.

• As principais características da implementação da Política de Assistência Social para


os Serviços de Proteção Social Especializada.

• Os desafios da realidade em movimento para os CREAS, para as Regiões Sudeste e


Sul.
5
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quais as principais legislações e normativas que regulam os Centros de Proteção


Social Especializada?

• Quais as atribuições e serviços do CREAS?

• Quais são as padronização nacional dos serviços socioassistenciais?

• De que modo os resultados da pesquisa nos dois estados apresentados podem ser
analisados?

LEITURAOBRIGATÓRIA
A Proteção Social Especial (PSE) nos Centros de
Referência Especializado de Assistência Social, nas
regiões Sudeste e Sul, no Brasil.
Neste tema você irá aprofundar os estudos sobre a Proteção Social Especial nos
Centros de Referência Especializado de Assistência Social. Embora não tenha sido o
objeto da pesquisa do estudo apresentado no livro utilizado no curso, de forma pontual foram
apresentadas reflexões para as realidades estudadas. Essa apresentação será dividida
em duas etapas, na primeira você estudará o processo histórico de aperfeiçoamento de
dispositivos e normas operacionais para os CREAS, na segunda parte, será apresentado
de forma pontual os resultados observados, nas realidades pesquisadas. O dispositivo que
define os Centros de Referência Especializado de Assistência Social passou por recente
alteração com a publicação da Lei nº 12.435, de 2011 (conhecida como Lei do SUAS), que
alterou o texto da LEI nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 (LOAS).

Art. 6o-C. § 2o O CREAS é a unidade pública de abrangência e gestão municipal,


estadual ou regional, destinada à prestação de serviços a indivíduos e famílias

6
LEITURAOBRIGATÓRIA
que se encontram em situação de risco pessoal ou social, por violação de
direitos ou contingência, que demandam intervenções especializadas da
proteção social especial. (BRASIL, 2011)

Essa alteração foi uma maneira de se oficializar o que já estava previsto pela PNAS/2004.
Vale lembrar que são dois os níveis de Proteção Social Especial previstos pela NOB-
SUAS/2005 que partem da complexidade das situações de risco e vulnerabilidade social. A
de Média Complexidade é defina como:

São considerados serviços de média complexidade aqueles que oferecem


atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas
cujos vínculos familiares e comunitários não foram rompidos. Nesse sentido
requerem maior estruturação técnico operacional e atenção especializada e
mais individualizada, e, ou, de acompanhamento sistemático e monitorado,
tais como: Serviço de orientação sociofamiliar, Plantão social, Abordagem de
Rua (BRASIL, 2004, p. 38).

Alta Complexidade:

Os serviços de proteção social especial de alta complexidade são aqueles que


garantem proteção integral – moradia, alimentação, higienização e trabalho
protegido para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e, ou,
em situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo familiar
e, ou, comunitário. Tais como: Casa Lar, Atendimento Integral Institucional,
Albergue, Família Substituta. (BRASIL, 2004, p. 38).

Como apresentado por Couto et al. (2012), o CREAS encontra-se em processo de implantação
pois sua realidade é mais complexa e desafiadora. Essa realidade em movimento exigiu
a padronização dos serviços socioassistenciais para o CREAS e CRAS, por meio da
Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009. Nesse sentido, é fundamental conhecer
esse documento intitulado de Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais.

Art. 1º. Aprovar a Tipificação nacional de Serviços Socioassistenciais, conforme


anexos, organizados por níveis de complexidade do SUAS: Proteção Social
Básica e Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade, de acordo
com a disposição abaixo:

I - Serviços de Proteção Social Básica:

a) Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF;

b) Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos;

c) Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência


e idosas.

7
LEITURAOBRIGATÓRIA
II - Serviços de Proteção Social Especial de Média Complexidade:

a) Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos -


PAEFI;

b) Serviço Especializado em Abordagem Social;

c) Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida


Socioeducativa de Liberdade Assistida - LA, e de Prestação de Serviços à
Comunidade - PSC;

d) Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência,


Idosos(as) e suas Famílias;

e) Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua.

III - Serviços de Proteção Social Especial de Alta Complexidade:

a) Serviço de Acolhimento Institucional, nas seguintes modalidades:

- abrigo institucional;

- Casa-Lar;

- Casa de Passagem;

- Residência Inclusiva.

b) Serviço de Acolhimento em República;

c) Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora;

d) Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de


Emergências. (BRASIL, Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009).

Outra importante dimensão desse documento são os eixos estruturantes para a


implementação da política de Proteção Social Especializada, com destaque para a atenção
especializada e qualificada do atendimento, território e localização, acesso a direitos
socioassistenciais, centralidade na família, mobilização e participação social e trabalho em
rede (BRASIL, 2009, p.26).

De maneira pontual, Couto et al. (2012) apresentam resultados e reflexões para a realidade
de implantação dos CREAS nos estados do Rio Grande Do Sul, Paraná, São Paulo e
Minas Gerais. A realidade do CREAS dos municípios da Região Sudeste é apresentada
em estágio de implantação, o que demanda maior articulação pelo reordenamento
institucional, ou seja, a articulação entre as unidades descentralizadas e capilarizadas, com
o contexto macrorregional, principalmente por Políticas Sociais Especializadas de Média

8
LEITURAOBRIGATÓRIA
Complexidade. “Em Belo Horizonte (MG) estavam instalados todos os serviços da proteção
social. Em Hortolândia (SP), a mesma situação foi encontrada” (COUTO et al., 2012, p. 208).
Outro desafio é a articulação e estruturação de uma rede socioassistencial para proteção
especializada.

Nesse processo, a construção de fluxos e conexões é apontada como


requisito e como tarefa a ser desenvolvida com prioridade, de forma a
construir competências e mobilidade dos usuários no sistema, sem promover
encaminhamentos e esforços desnecessários, de baixa resolutividade com
grande desgaste para os mesmos. (COUTO et al., 2012, p. 209).

A realidade do CREAS para região Sudeste aponta para o processo de se considerar


o território, não somente inscrito no município, mas se considerar a regionalização das
questões sociais merecedoras de Proteção Social Especializada, como o caso do Estado
de São Paulo, o CREAS de Santo André, no qual, “os usuários que requerem serviços
especializados se encontram mais dispersos nos territórios – geralmente identificados por
situações de violência” (COUTO et al., 2012, p. 212).

Para os CREAS, dos municípios da região Sul, foram apresentados resultados de ações
de Proteção Social Especial voltada para a erradicação do trabalho infantil, no Paraná, e
ações de proteção a idosos. Em suma, há a necessidade de estruturação e maturação do
processo de implantação da política de proteção social especial.

9
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?
Então:
Sites
Leia a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais pela Resolução Nº 109, de 11
de Novembro de 2009.
Disponível em: <http://www.mds.gov.br/acesso-a-informacao/legislacao/assistenciasocial/
resolucoes/2009/Resolucao%20CNAS%20no%20109-%20de%2011%20de%20
novembro%20de%202009.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Leia o documento Orientações Técnicas sobre o Serviço de Convivência e Fortalecimento


de Vínculos para Crianças e Adolescentes de 6 a 15 anos.
Disponível em: <http://www.promenino.org.br/Portals/0/download2.pdf>. Acesso em: 02
jan. 2014.

Leia o documento Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência


Social - CREAS.
Disponível em: <http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de-assistencia-
social-snas/cadernos/orientacoes-tecnicas-centro-de-referencia-especializado-de-
assistencia-social-creas-1/orientacoes-tecnicas-centro-de-referencia-especializado-de-
assistencia-social-creas>. Acesso em: 02 jan. 2014.

Leia a atualização da Lei Orgânica de Assistência Social pela Lei do SUAS, nº 12.435.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.
htm>. Acessado em 02 jan. 2014.

10
LINKSIMPORTANTES
Vídeos Importantes:
Assista ao vídeo Teleconferência sobre Proteção Social Básica - parte 1. Realizado pelo Ministério
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o vídeo apresenta oficialmente o Plano
Brasil sem miséria pela Secretária Adjunta da Secretaria Nacional de Assistência Social,
Valéria Gonelli. É apresentado também a expansão de serviços socioassistenciais com
equipes volantes nos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de municípios
com áreas extensas, isoladas, rurais e de difícil acesso.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=4FIGUbCPj6A>. Acessado em: 02 jan. 2014.

AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1: alimentação, esporte, lazer, cultura e pro-


fissionalização, bem como a convivência
O PETI atende mais de 820 mil crianças
familiar e comunitária [...] (Programa de
afastadas do trabalho em mais de 3,5 mil
Erradicação do Trabalho Infantil, Ministério
municípios. O programa reconhece a crian-
do Desenvolvimento Social e Combate à
ça e o adolescente como sujeito de direito,
Fome, Brasília, 2012).
protege-as contras as formas de explora-
ção do trabalho e contribui para o desen- Pensando no Programa de Erradicação do
volvimento integral. Com isso, o PETI opor- Trabalho Infantil,como um Programa da
tuniza o acesso à escola formal, saúde, Proteção Social Especial, escreva o que

11
AGORAÉASUAVEZ
você conhece a seu respeito, e qual é o I. Atendimento Integral Institucional,
seu posicionamento sobre essa política de Casa Lar, República.
transferência de renda?
II. Casa de Passagem, Albergue, Família
Substituta, Família Acolhedora.
Questão 2:
III. Medidas socioeducativas restritivas e
Sobre o Serviço de Proteção Social de Mé- privativas de liberdade (semiliberdade,
dia Complexidade, são eles: internação provisória e sentenciada) e
Trabalho protegido.
I. Serviço de orientação e apoio
sociofamiliar, Plantão Social, a) I, II.
Abordagem de Rua, Cuidado no
b) I, II e III.
Domicílio.
c) I, III.
II. Serviço de Habilitação e Reabilitação
na comunidade as pessoas com d) Somente III.
deficiência.

III. Medidas socioeducativas em meio- Questão 4:


aberto (Prestação de Serviços à
Dentre os Serviços de Proteção Social de
Comunidade – PSC e Liberdade
Alta Complexidade tem-se o PAEFI que
Assistida – LA).
oferta apoio, orientação e acompanhamen-
IV. Integral Institucional, Previdência to especializado à famílias e indivíduos em
Social e Orientação Sociofamiliar. situação de ameaça e violação de direitos,
cujo significado é:
a) I, II e IV
a) Programa Especial de Proteção a
b) II, III e IV
Família e Indivíduo.
c) I, II e III
b) Serviço de Proteção e Atendimento
d) I, III e IV Especializado a Famílias e Indivíduos.

c) Serviço de Proteção e Atendimento


Questão 3: Familiar e Individual.

Sobre o Serviço de Proteção Social de Alta d) Programa de Atendimento


Complexidade, são eles: Especializado a Família e Indivíduo.

12
AGORAÉASUAVEZ
Questão 5: Questão 9:
Quais setores participam nos projetos de “O CREAS deve atender indivíduos, gru-
enfrentamento, redução e prevenção de si- pos e famílias, para que eles sejam “res-
tuações de vulnerabilidade e risco social, sarcidos” no direito à vida” (COUTO et al,
previsto pela LOAS/1993: 2012, p. 210). A partir dessa afirmativa e
com base na leitura dos relatos do livro tex-
a) Diferentes áreas do governo e to sobre a Proteção Social Especializada,
sociedade civil. discorra sobre as principais atribuições e
características identificadas para os CRE-
b) Exclusivamente dos usuários.
AS da Região Sudeste.
c) Usuários e Assistentes Sociais.

d) Articulação de diferentes setores do Questão 10:


governo, instituições não governamentais
O antigo programa Sentinela previa ações
e sociedade civil.
de assistência social especializada a qual
situação de risco social? Esse programa foi
Questão 6: incorporado a qual política pública de as-
sistência social?
Qual a importância da padronização dos
serviços socioassistenciais para o CREAS
e CRAS, por meio da Resolução nº 109, de
11 de novembro de 2009?

Questão 7:
Quais são as diferenças entre medida de
Média e Alta Complexidade nos Serviços
de Proteção Social Especializado?

Questão 8:
Qual a importância da alteração realizada
pela publicação da Lei nº 12.435, de 2011
(conhecida como Lei do SUAS)?

13
FINALIZANDO
Neste tema você estudou que o processo histórico de aperfeiçoamento de dispositivos e
normas operacionais para os CREAS, apresenta normativas atualizadas, como o dispositivo
que define os Centros de Referência Especializado de Assistência Social, passou por recente
alteração com a publicação da Lei nº 12.435, de 2011 (conhecida como Lei do SUAS), que
alterou o texto da LEI nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 (LOAS). E a padronização dos
serviços socioassistenciais para o CREAS e CRAS, por meio da Resolução nº 109, de 11
de novembro de 2009. Nesse sentido é fundamental conhecer esse documento intitulado de
Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. As autoras do Livro-Texto de maneira
pontual apresentaram resultados e reflexões para a realidade implantação dos CREAS,
nos estados do Rio Grande Do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. A realidade do
CREAS dos municípios da Região Sudeste é apresentada em estágio de implantação, o que
demanda maior articulação pelo reordenamento institucional, ou seja, a articulação entre as
unidades descentralizadas e capilarizadas com o contexto macrorregional, principalmente
por Políticas Sociais Especializadas de Média Complexidade. Para os CREAS dos municípios
da região Sul foram apresentados resultados de ações de Proteção Social Especial voltada
para a erradicação do trabalho infantil, no Paraná, e ações de proteção a idosos. Em suma,
há necessidade de estruturação e maturação do processo de implantação da política de
proteção social especial.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

14
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Previdência e Assistência Social., Secretaria de Estado de Assis-
tência Social. Diretrizes Gerais Programa Sentinela. Programa de Combate ao Abuso e
à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, Brasília, 2001. Disponível em: <http://
www.abmp.org.br/textos/1093.htm>. Acesso em: 02 jan. 2014.

______, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome, Lei Nº 12.435, de 6


de julho de 2011, Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm>. Acesso em 02 jan. 2014.

______. Resolução Nº 109, de 11 de Novembro de 2009, Diário Oficial da União. Repúbli-


ca Federativa do Brasil, Ano CXLVI, nº 225. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/aces-
so-a-informacao/legislacao/assistenciasocial/resolucoes/2009/Resolucao%20CNAS%20
no%20109-%20de%2011%20de%20novembro%20de%202009.pdf> . Acesso em: 02 jan.
2014.

_____. Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, Ministério do Desenvolvimento So-


cial e Combate à Fome. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/assisten-
ciasocial/peti>. Acesso em: 02 jan. 2014.

____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional Bá-


sica do SUAS – NOB/Suas. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/cnas/
politica-e-nobs/nob-suas.pdf/view>. Acesso em: 02 jan. 2014.

COUTO, B. R.; YAZBEK, M. C.; SILVA e SILVA, M. O.; RAICHELIS, R. O Sistema Úni-
co de Assistência Social no Brasil: uma realidade em movimento, 3 ed. rev. e atual., São
Paulo, Editora Cortez, 2012.

15
GLOSSÁRIO
Centro de Referência Especializado de Assistência Social: Art. 6o-C. § 2o O CREAS
é a unidade pública de abrangência e gestão municipal, estadual ou regional, destinada
à prestação de serviços a indivíduos e famílias que se encontram em situação de risco
pessoal ou social, por violação de direitos ou contingência, que demandam intervenções
especializadas da proteção social especial. (BRASIL, 2011)

Proteção Social Especial: Conjunto de ações, cuidados, atenções, benefícios e auxílios


ofertados pelo SUAS a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal
e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual,
uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua,
situação de trabalho infantil, entre outras. (NOB/SUAS, 2005)

Programa Sentinela: Pioneiro programa de proteção social especializado, que conjugava


serviços Centro de Referência e Família Acolhedora para o enfrentamento e combate ao
Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Foi incorporada a Proteção
Social Especial. (BRASIL, 2001)

Sistema de Garantia de Direitos: conjunto de instituições que atuam no campo de defesa


e promoção dos direitos da criança e adolescentes (Vara da infância e da Juventude).
(NOGUEIRA NETO, 2005 apud COUTO, 2012, p. 207)

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI): articula um conjunto de ações


visando à retirada de crianças e adolescentes de até 16 anos das práticas de trabalho
infantil, exceto na condição de aprendiz a partir de 14 anos. (BRASIL, 2012)

16
GABARITO
Questão 1

Resposta: Articula um conjunto de ações visando à retirada de crianças e adolescentes de


até 16 anos das práticas de trabalho infantil, exceto na condição de aprendiz a partir de 14
anos.

Questão 2

Resposta: Alternativa C.

Todos os serviços descritos compõem medidas de Proteção Social Especializada de


Média Complexidade. O item IV apresenta serviços como Previdência Social que não é de
competência da Assistência Social.

Questão 3

Resposta: Alternativa B.

Todos os itens apresentam Serviços de Proteção Social de Alta Complexidade.

Questão 4

Resposta: Alternativa B.

Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos. As alternativas


A, C e D não corresponde ao serviço especializado de proteção social.

Questão 5

Resposta: Alternativa D.

Articulação entre diferentes estâncias do governo com instituições não governamentais


e participação da sociedade civil. A alternativa A falta a participação de instituições não

17
GABARITO
governamentais. Alternativa B exclui a participar estatal e sociedade civil. Alternativa C
exclui participação da sociedade civil e instituições não governamentais.

Questão 6

Resposta: A padronização vislumbra tornar mais eficientes a prestação de informações


para o preenchimento do Cadastro Único, por isso, para profissionais Assistentes Sociais,
a Tipificação é um parâmetro para facilitar administrativamente os encaminhamentos dos
processos para realização dos serviços sociais.

Questão 7

Resposta: São considerados serviços de média complexidade aqueles que oferecem


atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos
familiares e comunitários não foram rompidos.

Os serviços de proteção social especial de alta complexidade são aqueles que garantem
proteção integral – moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e
indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em situação de ameaça, necessitando
ser retirados de seu núcleo familiar e, ou, comunitário.

Questão 8

Resposta: Esse dispositivo legal deu nova redação e institucionalizou Serviços de Proteção
Social Básico e Especializado, a partir das contribuições do PNAS/2004 e NOB-SUAS/2005.

Questão 9

Resposta: Os principais resultados da pesquisa nos CREAS da região Sudeste, apontaram


pelos relatos a necessidade de se consolidar a implantação desse órgão balizado pelo
reordenamento institucional, articulação em rede, capacitação técnica, processos de
territorialização e regionalização das demandas de média e alta complexidade.

Questão 10

Resposta: Pioneiro programa de proteção social especializado, que conjugava serviços


Centro de Referência e Família Acolhedora para o enfrentamento e combate ao Abuso e à
Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Foi incorporado a Proteção Social Especial
de Alta Complexidade.

18
Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS
Autor: Rafael Aroni

Tema 08
O Sistema Único de Assistência Social
e os Desafios para Consolidação da
Assistência Social
Tema 08
O Sistema Único de Assistência Social e os
Desafios para Consolidação da Assistência

seções
Social

Como citar este material:


ARONI, Rafael. Gestão do Sistema Único de
Assistência Social - SUAS: O Sistema Único de
Assistência Social e os Desafios para Consolidação
da Assistência Social. Caderno de Atividades.
Valinhos: Anhanguera Educacional, 2014.
S e ç õ e s
Tema 08
O Sistema Único de Assistência Social e os
Desafios para Consolidação da Assistência
Social
Introdução ao Estudo da Disciplina

Caro(a) aluno(a).

Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro: “O Sistema Único de Assistência
Social no Brasil: uma realidade em movimento”, organizado pelas autoras Berenice Rojas
Couto, Maria Carmelita Yazbek, Maria Ozanira da Silva e Silva e Raquel Raichelis, 3º ed,
Editora Cortez, 2012, Livro-Texto 511.

Roteiro de Estudo:
Gestão do Sistema Único
de Assistência Social - Rafael Aroni
SUAS

CONTEÚDOSEHABILIDADES
Conteúdo
Nessa aula você estudará:

• As principais conclusões para realidade de implantação e implementação da Política


Nacional de Assistência Social.

• As contradições internas do Sistema Único de Assistência Social.

• Os desafios para a consolidação da política social pública de Seguridade Social.

5
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Habilidades
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:

• Quais os principais resultados da pesquisa nos CRAS e CREAS?

• Em que medida a Política Nacional de Assistência Social apresenta um novo paradigma


para Seguridade Social?

• Quais os principais desafios para consolidação do marco institucional de política


pública social?

LEITURAOBRIGATÓRIA
O Sistema Único de Assistência Social e os Desafios
para Consolidação da Assistência Social
A principal conclusão dessa trajetória de estudos, fundamentado no Livro-Texto para
a Política de Proteção Social na implantação e implementação do Sistema Único de
Assistência Social é o seu caráter de transição. Esse movimento é heterogêneo e expressa
a diversidade da realidade nas dinâmicas de desigualdades econômicas, políticas e sociais
da realidade brasileira do início deste século XXI. A explícita dicotomia da realidade em
que a arcaica política patrimonialista, clientelista e assistencialista, diverge dos ideias
que permeiam as legislações, normativas e resoluções que buscam impulsionar uma
outra concepção de política de Estado, pautada no fortalecimento e institucionalização da
Assistência Social enquanto política pública social. O desafio está em engendrar novos
padrões estruturantes de sociabilidades, pautado nos valores de dignidade humana e
cidadania para todas e todos, na busca de um outro patamar civilizacional. Entretanto,
como apontado no Livro-Texto, a dinâmica contraditória da realidade de implementação
do SUAS aponta fissuras potenciais para a emancipação, contudo, fortes forças sociais
conservadoras resignificam e atualizam suas posições de privilégio e dominação,
principalmente da reatualização de ações com base filantrópica e caritativa.

6
LEITURAOBRIGATÓRIA
Os achados da pesquisa indicam que o SUAS é uma realidade e vem
sendo implantado em todo o Brasil, e que o ideário que move a maioria dos
entrevistados é que sua consolidação deve ser efetivada impondo um novo
paradigma nessa área, e que essa tarefa exige vigilância, pois o terreno no
qual se move está eivado de contradições quanto sua materialização. (COUTO
et al., 2012, p. 284).

Esse novo paradigma é impulsionado pelo ativismo e engajamento de diferentes profissionais


que buscam a construção de uma nova institucionalidade com maior unidade e uniformidade.
Por outro lado, o desafio cotidiano é lidar com uma política enraizada historicamente na
formação social brasileira de se criar peias de dominação pessoal através da política
estatal. Por isso da importância do CRAS e CREAS como espaços, mesmo que em fase de
implantação, com precariedade física e funcional, com precarização dos quadros técnicos
na construção da institucionalização da Proteção Social, ou seja, que ela seja efetivada,
tal como prevista pela Constituição Federal de 1988 na concreta e contínua promoção da
cidadania.

[...] se esse engajamento se expressa pelo discurso, é preciso criar mediações e


condições objetivas para sua efetivação, entre elas uma política de capacitação
que permita fazer o trânsito entre o já conhecido e as novas aquisições que o
sistema está a exigir. (COUTO et al., 2012, p. 286).

Como apontado pelas autoras é preciso permanente estado de autoanálise reflexiva das
ações desenvolvidas para não se reproduzir formas conservadoras de atuação:

[...] o exercício laboral dos técnicos, em geral, não difere das formas tradicionais
historicamente desenvolvidas nesse campo particular, ou seja, atendem aos
que chegam através de processo de demanda espontânea, privilegiam as
abordagens individuais, quando muito realizam reuniões grupais onde abordam
temas variados em forma de palestras. (COUTO et al., 2012, p. 286)

Frente essa realidade, os princípios estruturantes da PNAS/2004 e NOB-SUAS/2005 como


a matricialidade sociofamiliar, ao considerar os laços de afetividade da unidade familiar e
pertencimento a comunidade, ou territorialização, são estabelecidos outros parâmetros para
ações monitoradas continuamente e com planos de longo prazo. Novamente a contradição
deparada na realidade dos CRAS e CREAS e a falta de quadros profissionais capacitados
para articulação intersetorial demandada refletem a política de baixa capacitação conjugada
a precarização e subaltenização dos profissionais demandados.

[...] mesmo com concurso público realizado recentemente em alguns


municípios, a alta rotatividade entre os profissionais em função dos baixos
salários traz como consequência a presença de um quadro profissional jovem,

7
LEITURAOBRIGATÓRIA
sem trajetória de atuação política de assistência social e com conhecimento
ainda iniciais da sua construção recente [...] (COUTO et al., 2012, p. 287).

Essa realidade se agrava quando da análise da baixa participação do nível Estadual tanto
na Comissão Intergestores Bipartide quanto Comissão Intergestores Tripartite. Em
contrapartida, os resultados da rede socioassistencial apontam para a significativa presença
de instituições privadas do terceiro setor na contraditória relação entre o público e o privado
na implantação e implementação da política social pública.

Esse processo põe em risco a própria existência do SUAS, pois a base de


sua estruturação e funcionamento são as conexões e fluxos entre serviços
em rede, apoiados em pactos federativos intergestores para a constituição de
uma gestão federativa da política de assistência social. (COUTO et al., 2012,
p. 289).

Outra dimensão desse processo que merece destaque é o primeiro-damismo revisado ou


reatualizado, no qual essa arcaica instituição da cultura política brasileira continua a exercer
influência nas políticas sociais assistencialistas, e aponta sua reatualização com a busca de
formação universitária das postulantes do cargo.

A conclusão desse processo de aprendizagem remete à preocupação de se vivenciar


as potencialidades e ao mesmo tempo os riscos de ser reatualizado a modernização
conservadora brasileira.

Na dialética contraditória de um processo em movimento, os achados da


pesquisa nos alertam para um movimento criativo em direção à constituição do
sistema único, mas advertem ao mesmo tempo para o risco de “modernização
conservadora”, na perspectiva de uma gestão eficiente, mas despolitizada da
assistência social, sem colocar em questão o significado e a direção social das
mudanças empreendidas. (COUTO et al., 2012).

8
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto?
Então:
Sites
Leia o texto Controle Social no Sistema Único de Assistência Social: propostas, concepções
e desafios, de Vini Rabassa da Silva et al.
Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/fass/ojs/index.php/fass/article/
view/4825/3630>. Acesso em: 02 jan. 2014.

BRASIL, Lei nº 8.662, de 7 de Junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social
e dá outras providências. Brasília, 1993.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm>. Acesso em: 02
jan. 2014.

Vídeos Importantes:
Assista ao vídeo Capitalismo, Desenvolvimentismo e Barbárie - José Paulo Netto. Palestra com
um dos principais marxistas do Serviço Social, na qual é feita um amplo debate sobre
as metamorfoses do capitalismo contemporâneo e suas reverberações para as questões
sociais.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Fe4W1D0Qk8g>. Acesso em: 02
jan. 2014.

9
AGORAÉASUAVEZ
Instruções:
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.

Questão 1: Social é o caráter de transição, o qual pode


ser expresso na seguinte afirmativa:
Por fim, e não menos importante, é pre-
ciso enfatizar a questão emblemática do a) Aponta para harmônica implantação e
“primeiro-damismo”, presente em todas as implementação da Política Nacional de
regiões, ainda que com as idiossincrasias Assistência Social, que está consolidan-
de cada lugar. (COUTO et al., 2012) do uma prática institucionalizada de polí-
Pensando no instituto da primeiro-damismo tica social pública, exemplo a outros paí-
reatualizado, escreva o que você conhece ses o mundo.
e qual o impacto para a estruturação do
b) Processo de transição remete ao atual
Sistema Único de Assistência Social?
governo que impulsionou o Plano Brasil
Sem Miséria, o qual prevê erradicar todas
Questão 2: as formas de pobreza e miséria em no
Brasil.
A principal conclusão que o Livro-Texto
apresenta sobre o estudo da Política de c) A transição explicita uma tendência
Proteção Social na implantação e imple- ao fortalecimento e reconhecimento do
mentação do Sistema Único de Assistência trabalho dos Assistentes Sociais mediante

10
AGORAÉASUAVEZ
planos de carreira, nas instituições com IV. Ocupar cargos e funções de direção
CRAS e CREAS. e fiscalização da gestão financeira em
órgãos e entidades representativas da
d) Explicita dicotomia da realidade, em
categoria profissional.
que a arcaica política patrimonialista,
clientelista e assistencialista diverge dos Estão corretas:
ideias que permeiam as legislações,
a) I e IV.
normativas e resoluções que buscam
impulsionar outra concepção de política b) I, II e IV.
de Estado, pautada no fortalecimento e
institucionalização da Assistência Social c) I, II e III.
enquanto política pública social.
d) Somente a IV.

Questão 3: Questão 4:
Segundo o artigo 4º da Lei 8.662 de 7 de Art. 98 - As medidas de proteção à crian-
junho de 1993, dentre as competências do ça e ao adolescente são aplicáveis sempre
Assistente Social, destaca-se: que os direitos reconhecidos nesta Lei fo-
rem ameaçados ou violados:
I. Elaborar, implementar, executar e
avaliar políticas sociais junto a órgãos I. Por ação ou omissão da sociedade ou
da administração pública, direta do Estado;
ou indireta, empresas, entidades e
II. Por falta, omissão ou abuso dos pais
organizações populares.
ou responsável;
II. Elaborar, coordenar, executar e avaliar
III. Em razão de sua conduta. (BRASIL,
planos, programas e projetos que sejam
Estatuto da Criança e do Adolescente.,
do âmbito de atuação do Serviço Social
1990).
com participação da sociedade civil.
São atribuições de ouvir queixa e reclama-
III. Orientar indivíduos e grupos de ções de situações que ameacem ou violem
diferentes segmentos sociais no os direitos das crianças e adolescentes,
sentido de identificar recursos e de bem como aplicar medidas de proteção:
fazer uso dos mesmos no atendimento
a) Conselho Tutelar.
e na defesa de seus direitos.
b) Conselho dos Direitos das Crianças e
Adolescentes.
11
AGORAÉASUAVEZ
c) Conselho da Infância e Juventude. Questão 6:
d) Conselho de Proteção a Infância. Apresente as principais diferenças entre
conselhos de direitos e conselho tutelar.

Questão 5:
Segundo o artigo 5º da Lei 8.662 de 7 de
Questão 7:
junho de 1993, dentre as atribuições priva- Quais são as diferenças de atribuições
tivas do Assistente Social, destaca-se: para a Comissão Intergestores Bipartide e
Comissão Intergestores Tripartite?
I. Realizar estudos sócio-econômicos
com os usuários para fins de benefícios
e serviços sociais junto a órgãos da Questão 8:
administração pública direta e indireta,
“Na dialética contraditória de um processo
empresas privadas e outras entidades.
em movimento, os achados da pesquisa
II. Coordenar, elaborar, executar, nos alertam para um movimento criativo
supervisionar e avaliar estudos, em direção à constituição do sistema úni-
pesquisas, planos, programas e co, mas advertem ao mesmo tempo para o
projetos na área de Serviço Social. risco de “modernização conservadora”, na
perspectiva de uma gestão eficiente, mas
III. Planejar, organizar e administrar despolitizada da assistência social, sem
programas e projetos em Unidade de colocar em questão o significado e a dire-
Serviço Social. ção social das mudanças empreendidas”.
(COUTO et al., 2012, p. 291). Com base no
IV. Fiscalizar o exercício profissional
trecho acima discorra sobre os efeitos da
através dos Conselhos Federal e
modernização conservadora para Política
Regionais.
Nacional de Assistência Social.
a) I e IV.

b) II, III e IV. Questão 9:


c) I, II e III. “[...] embora a PNAS e a NOB/SUAS indi-
que novos parâmetros e referências para
d) Somente a I. a organização e distribuição dos serviços
e o enfoque na matricialidade familiar [...]”
(COUTO et al., 2012, p. 287), referente ao

12
AGORAÉASUAVEZ
princípio da Matricialidade Sociofamiliar, rede sociassistencial e de sua efetivação,
qual a principal conclusão apresentada considerando as complexas e intricadas
pelo texto? relações público-privadas como estratégia
integrante da dinâmica das políticas sociais
no atual contexto.” (COUTO et al., 2012, p.
Questão 10: 288 e 289), referente a Rede Socioassis-
“É importante destacar nessas reflexões tencial, qual o principal desafio para sua
finais que permanece o desafio de com- interpretação?
preensão do significado social e político da

FINALIZANDO
Neste tema você aprendeu que a principal conclusão que o Livro-Texto apresenta do
estudo da Política de Proteção Social é seu caráter de transição. Uma dicotomia da realidade
desse processo, em que a arcaica política patrimonialista, clientelista e assistencialista,
diverge dos ideais que permeiam as legislações, normativas e resoluções que buscam
impulsionar uma outra concepção de política de Estado, pautada no fortalecimento e
institucionalização da Assistência Social enquanto política pública social. O desafio está em
engendrar novos padrões estruturantes de sociabilidades, pautado nos valores de dignidade
humana e cidadania para todos na busca de um outro patamar civilizacional. Entretanto, com
apontado no Livro-Texto, a dinâmica contraditória da realidade de implementação do SUAS,
aponta fissuras potenciais para a emancipação, contudo fortes forças sociais conservadoras
resignificam e atualizam suas posições de privilégio e dominação, principalmente da
reatualização de ações com base filantrópica e caritativa.

Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!

13
REFERÊNCIAS
____. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional Bá-
sica do Suas – NOB/Suas. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/cnas/
politica-e-nobs/nob-suas.pdf/view>. Acesso em: 02 jan. 2014.

COUTO, B. R.; YAZBEK, M. C.; SILVA e SILVA, M. O.; RAICHELIS, R. O Sistema Úni-
co de Assistência Social no Brasil: uma realidade em movimento, 3 ed. rev. e atual., São
Paulo, Editora Cortez, 2012.

GLOSSÁRIO
Implementação: é a otimização daquilo que já estava em funcionamento na estruturação
do SUAS.

Implantação: colocar em operacionalidade aquilo que se estabeleceu em leis e normas.

Modernização Conservadora: expressa a concepção do pacto político entre a burguesia


industrial e a oligarquia rural para imporem um projeto capitalista, que no pós-golpe militar
de 1964, se expressou na Revolução Verde ou Agrícola que impulsionou e impulsiona o
desenvolvimento econômico conjugado ao atraso social.

Comissão Intergestores Bipartide: instâncias estaduais destinadas à interlocução de


gestores, constituídas por representantes do Estado e dos municípios, que representam os
interesses e as necessidades da região, referentes à assistência social.

Comissão Intergestores Tripartite: de articulação e expressão das demandas dos


gestores federais, estaduais e municipais. (BRASIL, 2012)
14
GABARITO
Questão 1

Resposta: O primeiro-damismo reatualizado ou revisado consiste no instituto em que


as primeiras-damas dos municípios ou estado assumem a pasta de Assistência Social e
reproduzem uma política caritativa, com contornos patrimonialistas, e mais recentemente
recebem uma nova roupagem pela procura dessas primeiras-damas pela formação
universitária, para legitimarem sua atuação. Portanto, um conflito entre a institucionalização
com a Política Nacional de Assistência Social frente à reatualização de práticas arcaicas.

Questão 2

Resposta: Alternativa D.

A transição explicita a dicotomia em se romper com a política patrimonialista e assistencialista


e criar uma política pública que institucionalize a proteção social. A alternativa A está
errada, pois o processo de implantação e implementação está permeado de conflitos e
contradições. Alternativa C – errada Como apontado no estudo, o maior desafio e lutar
contra a precarização e terceirização nas contratações dos Assistentes Sociais.

Questão 3

Resposta: Alternativa C.

As alternativas A, B e D estão erradas, pois o item IV apresenta atribuição privativa do


profissional Assistente Social.

Questão 4

Resposta: Alternativa A.

As alternativas B, C e D apresentam designações que não correspondem com a política de


proteção a crianças e adolescentes.

15
GABARITO
Questão 5

Resposta: Alternativa B.

As alternativas A, C e D estão erradas, pois o item I apresenta competências do profissional


Assistente Social.

Questão 6

Resposta: Comissão Intergestores Bipartide: instâncias estaduais destinadas à


interlocução de gestores, constituídas por representantes do Estado e dos municípios,
que representam os interesses e as necessidades da região, referentes à assistência
social. Comissão Intergestores Tripartite: de articulação e expressão das demandas dos
gestores federais, estaduais e municipais.

Questão 7

Resposta: No Conselho de Direitos os representantes são indicados pela população para


controle de políticas para crianças e adolescentes. No Conselho Tutelar, a população escolhe
cinco pessoas que terão atribuições de fiscalizar casos individuais de violação dos direitos
das crianças e adolescentes. Os cargos no Conselho de Direito não são remunerados,
diferente dos cargos do Conselho Tutelar.

Questão 8

Resposta: A perspectiva da modernização conservadora, enquanto projeto contraditório


de implantação de um capitalismo agrícola de criar uma grande parcela da população de
expulsos do campo, aponta para possível tecnificação da profissão do Assistente Social,
atuando de forma despolitizada, sem fazer as críticas das origens das questões sociais.

Questão 9

Resposta: A conclusão do Livro-Texto aponta que há uma dificuldade de se incorporar


esse princípio pelos Assistentes Sociais, por falta de capacitação e compartilhamento
de experiências, uma vez que, em muitos casos, a situação precarizada dos quadros de
funcionários, torna-se impossível a consolidação das diretrizes de acompanhamento e
trabalho social.

16
GABARITO
Questão 10

Resposta: A rede socioassistencial apresenta uma contraditória e imbricada relação


entre o público e o privado. Prevista como um elemento aglutinador de ações sociais para
estruturação da Política Nacional de Assistência Social, atualmente apresenta em sua base
ampla oferta de serviços privados, realizados pelo terceiro setor, o que descaracteriza a
política social como forma de institucionalizar na esfera pública a seguridade social.

17

Você também pode gostar