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ASSISTENCIA SOCIAL
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Sumário
NOSSA HISTÓRIA..................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3
SOCIAL .................................................................................................................... 14
SUAS, CADÚNICO E PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA ................................. 25
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NOSSA HISTÓRIA
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INTRODUÇÃO
3
considerando o contexto histórico da Assistência Social brasileira. Apresentar-se-á
como historicamente a Assistência Social constituiu se na sociedade brasileira, sua
institucionalização como política pública pela Constituição de 1988, da
promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) em 1993, da
aprovação da Política Nacional de Assistência Social, da instituição do SUAS e da
sua normatização por meio da Norma Operacional Básica em 2004 e 2005 (NOB-
SUAS.
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A POLÍTICA DE ASSISTENCIA SOCIAL- ABORDAGEM
HISTÓRICA
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legislação social sistemática, o Estado passa a reconhecer a questão social, mas no
sentido de reprodução da classe operária e como forma de integração das massas
em apoio ao governo. A institucionalização das políticas sociais no Brasil, portanto,
se dá vinculada a uma estrutura corporativista, enquanto sistema de dominação, que
tem como objetivo a cooptação do operariado, a legitimação do sistema, a reprodução
da força de trabalho e a garantia do processo de acumulação. Ao fim do Estado Novo
acontece um processo de democratização do processo político, com a elaboração de
leis sociais pelo Congresso Nacional, porém os trabalhadores não conseguem
interferir na elaboração da legislação social e o Estado privilegia o crescimento
econômico, estabelecendo políticas sociais que atendem apenas a questões
emergenciais, não alterando em sua essência a questão social.
Quando nos anos 1960, a sociedade passa por um processo de rearticulação, com
reivindicação por parte da população de melhores condições de vida e de trabalho,
um golpe de Estado determina uma nova correlação de forças no quadro político. Os
militares assumem o poder e as leis sociais passam a ser elaboradas por tecnocratas
e orientadas por organismos vinculados à Presidência da República e subordinadas
aos preceitos da segurança nacional. As políticas sociais passam a ser usadas como
forma de neutralizar a oposição, conseguir apoio ao regime, despolitizar a organização
dos trabalhadores e reguladora do conflito social.
Em 1988 foi promulgada a nova constituição brasileira, que contou com forte apoio
popular, que permitiu introduzir significativos avanços na área social. A Assistência
Social passa a ser tratada como política pública, integrante da Seguridade Social,
junto às políticas de Saúde e Previdência Social. O fato de alçar a Assistência Social
à condição de política pública, direito do cidadão e dever do Estado implica na
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mudança de concepção da Assistência Social, retirando-a do campo da
benemerência, do dever moral e do assistencialismo para o dos direitos sociais.
A Assistência Social passa a ser direito do cidadão e dever do Estado, política não
contratual, que deve prover os mínimos sociais por meio de um conjunto articulado
de ações de iniciativa pública e da sociedade para garantir o atendimento às
necessidades básicas. Os objetivos da LOAS estão ligados à proteção da família, da
infância, da adolescência, da velhice, da habilitação e reabilitação profissional e a
garantia de um salário mínimo mensal a idosos e pessoas deficiente, que comprovem
não possuir meios de prover a própria subsistência ou tê-la provida por sua família.
No enfrentamento da pobreza, na garantia dos mínimos sociais, no provimento de
condições para atender a contingência e a universalização dos direitos sociais
pressupõe como fundamental a integração das políticas setoriais.
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clientelista, mediada pelo favor. A afirmação da Assistência Social é garantida
legalmente pela descentralização político-administrativa, comando único das ações
em cada esfera de governo, a participação da população na formulação e controle
das ações e primazia da responsabilidade do Estado na condução desta política. As
políticas para a área passam a ser fixadas pela União, Estados e Municípios e
aprovadas pelos Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipal de
Assistência Social, instâncias deliberativas do sistema descentralizado e participativo
de Assistência Social de composição paritária entre o governo e a sociedade civil, no
sentido de garantia da afirmação e legitimidade da política.
A LOAS, ao respaldar a Assistência Social tanto nos seus aspectos legais como
políticos, dá um significado e um caráter novo que a afasta do assistencialismo,
clientelismo, alçando-a a condição de política de seguridade dirigida à universalização
da cidadania social, garantindo direitos e serviços sociais de qualidade sob a
responsabilidade do Estado e com a participação da população no controle das suas
ações. Apesar de inegáveis avanços na construção da política, a tradição histórica da
Assistência Social no Brasil tem-se constituído em dificuldade significativa para
afirmação, consolidação da política de Assistência Social, pois contraditoriamente ao
previsto na LOAS ainda encontram-se práticas de caráter assistencialista, a partir de
relações mediadas pelo favor.
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estratégia de gestão, de efetivar a política de Assistência Social na perspectiva da
proteção social pelo Estado, considerando as suas relações com o mercado e as
consequências na definição e execução as políticas sociais.
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necessitam e pela sua complexidade. Pressupõe ainda, gestão compartilhada, co-
financiamento da política pelas três esferas de governo e definição clara das
competências técnico-políticas da União, Estados, Distrito Federal e municípios, com
a participação e mobilização da sociedade civil, e estes têm o papel efetivo de sua
implantação e implementação. (PNAS, 2004, p.39).
matricialidade sócio-familiar;
descentralização político-administrativa e territorialização;
novas bases para a relação Estado e Sociedade Civil;
financiamento;
controle social;
o desafio da participação popular, cidadão-usuário;
a política de recursos humanos, a informação, o monitoramento e avaliação.
Entretanto, sobre a proposta de uma efetiva relação com a sociedade civil no que se
refere à participação popular e ao controle da gestão político-administrativa, financeira
e técnico-operativa, garantindo o seu caráter democrático e descentralizado. Tendo
atualmente um contexto que desde o final do século XX, se diz marcado por uma
―crise fiscal, ao mesmo tempo que sua estratégia de intervenção no econômico e no
social é colocada em questão‖ (PEREIRA, 1999, p.67). Apontam-se como soluções a
estas questões a necessidade de reformar o Estado e aumentar interferência do
mercado no processo de coordenação da economia. A previsão é que o Estado do
século vinte será um social e Estado Social-Liberal:
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―social porque continuará a proteger os direitos sociais e promover o
desenvolvimento econômico; liberal, porque o fará usando mais os
controles de mercado e menos os controles administrativos, porque
realizará seus serviços sociais e científicos principalmente por
intermédio de organizações públicas não-estatais competitivas, porque
tornará os mercados de trabalho mais flexíveis, porque promoverá a
capacitação dos seus recursos humanos e de sua empresas para a
inovação e a competição internacional ,‖(PEREIRA, 1998, p.40).
Será preciso neste processo refletir sobre a Sociedade Civil e sua relação com o
Estado e o Mercado na perspectiva atual, que é a defesa da sociedade civil enquanto
organização política da sociedade e o Estado e o Mercado como instituições. A
participação da sociedade civil não é desconsiderada, mas a sua relação com as
instituições deve acontecer na medida em que consiga uma interação com o Estado
para conseguir uma distribuição melhor de renda e de poder. Marcando o conceito de
Sociedade Civil no processo de reforma e a sua constituição e abrangência, ou seja,
abrange todas as classes sociais [...] É constituída por cidadãos individualmente, por
empresa, organizações do terceiro setor, ponderados pelo poder que derivam do seu
capital, de sua capacidade de representação e de seu conhecimento técnico e
organizacional (PEREIRA, 1999, p.102).
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social efetivo, por outro. Portanto, a Política de Assistência Social ao ter como
referência um Estado capaz de garantir a proteção social, passa a ter de enfrentar
grandes desafios que vão desde romper com a cultura do assistencialismo, baseado
no favor até a necessidade de contribuir na construção de uma sociedade civil capaz
de resistir e constituir-se enquanto possibilidade de, na correlação de forças entre
Estado, Mercado e Sociedade Civil (aqui referida a população excluída de usufruir
dos bens e serviços produzidos coletivamente), realizar o controle social necessário
a garantia e efetivação de direitos.
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focais, emergenciais e compensatórias. ―A política de recursos humanos pela
qualificação de recursos humanos e maior capacidade de gestão dos operadores da
política, a reforma do Estado apresenta no caso dos serviços sociais e científicos é,
que serão publicizados em vez de terceirizados, seus funcionários serão
integralmente celetistas” (PEREIRA, 1999, p.269), o que compromete
significativamente a proposta do SUAS e da Política de Assistência Social.
Portanto, é preciso refletir sobre esta realidade que não altera de forma substancial
as propostas e as ações da reforma do Estado iniciada no governo Fernando
Henrique Cardoso, colocando importantes desafios para a consolidação das políticas
sociais e em especial a Política de Assistência Social, que historicamente foi tratada
numa perspectiva de ações assistencialistas e não como política afirmativa de
direitos. A sociedade brasileira historicamente tratou a Assistência Social a partir de
relações de favor, de dependência, determinando ações clientelistas, distanciadas
das reais necessidades da população. Predominou uma ética patrimonialista de
apropriação do público para atender a interesses privados em detrimento de uma ética
cidadã, construída a partir da noção do direito e não das compensações.
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regulamentam a gestão e as ações, possibilitando aproximar os textos legais de novas
práticas voltadas para a garantia e efetivação de direitos.
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No período de 2004 a 2011, o financiamento federal da assistência social saltou de
0,71% do produto interno bruto (PIB) para 1,10% (Brasil, 2012d). Além do PBF e da
crescente ampliação do acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), estes
resultados se devem também à implantação do Suas no país, a partir de 2005, e aos
investimentos em serviços, programas, projetos socioasssistenciais e no
aprimoramento da gestão, particularmente incrementados a partir de 2010, em razão
das agendas prioritárias nacionais que passam a incorporar o sistema e suas ofertas
(Brasil, 2012d).
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Demandando assim, uma mudança de paradigma em relação ao padrão histórico
predominante na área até então, caracterizado por ações assistencialistas,
fragmentadas, sem planejamento, de caráter paternalista e atendimento pontual,
emergencial e descontínuo. Com a mudança, o usuário passa a ser concebido como
sujeito de direitos socioassistenciais, cuja situação vivenciada deve ser compreendida
à luz do contexto sócio-histórico, cultural, político e econômico e do próprio processo
de organização da sociedade e do Estado brasileiro.
Em 2005, a integração do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) com o PBF foi
um marco nesse processo, possibilitando um resultado bastante significativo sob duas
perspectivas: concentrar a transferência de renda no PBF e clarificar as especificidades e
competências do Suas, fortalecendo, no que diz respeito ao enfrentamento do trabalho infantil,
sua função de identificação destas situações, seguida de encaminhamentos necessários para
inserção no CadÚnico, oferta do acompanhamento familiar e inclusão das
crianças/adolescentes no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV).
Em2008 dando sequencia, foi extinto o Programa Agente Jovem e a Bolsa Agente
Jovem, operacionalizada pelo FNAS, e efetivada a criação do Projovem Adolescente
e do Benefício Variável Jovem (BVJ) no PBF. O gráfico 1 mostra, por um lado, a
evolução dos recursos executados pelo FNAS, permitindo visualizar o impacto da
integração da transferência de renda do Peti com o PBF e da extinção da Bolsa do
Programa Agente Jovem na operacionalização de ações de transferência direta de
renda pelo FNAS. Por outro lado, denota a tendência crescente de execução, pelo
FNAS, de recursos destinados à rede socioassistencial (serviços e programas) e à
gestão do Suas. Considerando os avanços são elucidativos do processo de
implantação e consolidação tanto do PBF quanto do Suas no Brasil.
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Fonte: Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – Siafi. Elaboração:
Coordenação-Geral de Planejamento e Avaliação, da Secretaria de Planejamento e
Orçamento do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – SPO/MDS.
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famílias para inclusão no CadÚnico, que além do monitoramento, tem subsidiado o
planejamento, inclusive de medidas voltadas ao fortalecimento da gestão integrada.
Em 2009, a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) aprovou o Protocolo de Gestão
Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência de Renda, que reuniu diretrizes
importantes para o aprimoramento da gestão integrada de acesso à renda e instrução
às famílias, evidenciando o reconhecimento da relação de interdependência entre o
Suas, o CadÚnico e o PBF.
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O processo de implantação e amadurecimento do Suas no Brasil conjugou avanços
na definição e concepção dos Serviços, com conquistas no campo do financiamento
e da gestão, igualmente estruturantes para se materializar a integração entre Suas,
CadÚnico e PBF, alguns destes avanços são destacados a seguir.
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descentralizada do PBF (IGD-Bolsa) e do índice de gestão descentralizada do
Suas – IGD-Suas, o MDS passou a destinar recursos para aprimorar a gestão
descentralizada, aspecto fundamental para o fortalecimento tanto do sistema
quanto do PBF. Os investimentos na gestão se mostram condição sine qua
non para viabilizar a capacidade de identificar e inserir as famílias no CadÚnico
e nos serviços socioassistenciais e ainda para produzir, analisar e gerar
informações com diagnósticos territorializados que subsidiem, em âmbito local,
o planejamento e implementação da gestão integrada.
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planejamento local para cumprimento do Pacto de Aprimoramento da Gestão e das
Metas e Prioridades Nacionais.
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Assim a respeito à ampliação da rede socioassistencial, além do PAIF e Paefi, outros
avanços alcançados no Suas foram importantes para a implementação da gestão
integrada e merecem ser destacados.
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socioassistenciais. Além das equipes volantes, a disponibilização no
CadÚnico de campos específicos que permitem a caracterização das
peculiaridades destas famílias e a ampliação do PBF têm contribuído para a
viabilização do acesso destas famílias à transferência de renda, benefícios e
serviços socioassistenciais e das demais políticas sociais.
Serviços socioassistenciais para a população em situação de rua: com
a previsão de ampliação destes serviços nas agendas prioritárias nacionais,
o MDS realizou uma expansão significativa do financiamento federal com
estas finalidades. Em 2010, iniciou o cofinanciamento federal do Serviço
Especializado para Pessoas em Situação de Rua, ofertado pelos Centros
POP e, a partir de 2012, a expansão do Serviço de Acolhimento para pessoas
em situação de rua e do Serviço Especializado em Abordagem Social. Além
da expansão da cobertura de atendimento, com a ampliação do
cofinanciamento federal associada às orientações técnicas sobre os serviços
e à instrução conjunta da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) e
da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (SENARC), tem se buscado
a qualificação do atendimento a este público na rede socioassistencial, por
meio da busca ativa, inclusão no CadÚnico e vinculação a serviços
socioassistenciais. A identificação deste público e sua inclusão no CadÚnico
constitui, inclusive, meta para o aprimoramento da gestão municipal no
período de 2014 a 2017.
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Acolhimento em Residências Inclusivas. Estes serviços têm como
público prioritário pessoas com deficiência, em situação de
dependência, beneficiários do BPC e inseridos no CadÚnico. Além
destes serviços, o Programa BPC na Escola e o Programa BPC
Trabalho, instituídos, respectivamente, em 2007 e 2012, também têm
contribuído para que a atenção à pessoa com deficiência articule o
acesso à renda com o efetivo acompanhamento e inclusão social. Em
junho de 2013, o MDS já apoiava a oferta de serviços em dezenove
centros-dia, quarenta residências inclusivas e mais de 3 mil municípios
já haviam aderido ao Programa BPC na Escola. Além da ampliação da
oferta de serviços socioassistenciais e da instituição de programas de
natureza intersetorial, outra conquista para a gestão integrada foi o
reconhecimento da inclusão dos beneficiários do BPC no CadÚnico e
de seu respectivo acompanhamento familiar como prioridade para o
aprimoramento da gestão municipal do Suas no período de 2014 a 2017.
Programa Assessuas Trabalho: em 2012, por meio do Plano Brasil
Sem Miséria, o MDS iniciou o apoio à implantação do Programa
Assessuas Trabalho, com o objetivo de viabilizar a articulação
intersetorial, a identificação e mobilização de usuários da política de
assistência social para acesso a cursos do PRONATEC e a
oportunidades de inclusão no mundo do trabalho. Vale destacar que as
famílias beneficiárias do PBF e BPC são público prioritário do
Assessuas, o que representa mais uma iniciativa importante para a
integração entre serviços, transferência de renda e benefícios. Em 2012
o MDS apoiou o programa em 292 municípios. Em 2013, um total de
739 municípios deverá ser apoiado.
Redesenho do Peti e Reordenamento do Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos: em 2012, os dados do CadÚnico foram
basilares para a pactuação pela CIT da proposta de redesenho do Peti
e de reordenamento do SCFV (Serviço de Convivência e Fortalecimento
de Vínculos). A proposta de redesenho do Peti foi estruturada
considerando, ainda, o Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do
Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador e a Carta de
Constituição de Estratégias em Defesa da Proteção Integral dos Direitos
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da Criança e do Adolescente. As ações estratégicas do Peti visam
assegurar maior aderência do programa ao cenário do trabalho infantil
identificado pelo Censo do IBGE (2010), intensificam do o apoio aos
municípios com maior incidência destas situações e fortalecendo a
intersetorialidade. Quanto ao Serviço de Convivência e Fortalecimento
de Vínculos (SCFV), a proposta de reordenamento visa à equalização
entre demanda, oferta e cofinanciamento e à qualificação do
atendimento, na perspectiva de ofertar atividades intergeracionais,
visando à melhoria da qualidade de vida por meio da socialização e do
fortalecimento de vínculos familiares. Assegura autonomia aos
municípios para organização do serviço, considerando as situações de
vulnerabilidade mais presentes em seu território e os públicos
prioritários para inclusão no atento.
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O modelo de proteção social adotado no Brasil tem buscado, ao longo da última década,
integrar acesso à transferência de renda e benefícios com a inclusão em serviços. O acesso à
renda é reconhecido como um direito socioassistencial destinado a afiançar condições básicas
de sobrevivência, indissociável do trabalho social voltado ao atendimento das vulnerabilidades
e riscos sociais. Para além da renda, este modelo tem buscado identificar e atuar na
integralidade das demandas das famílias beneficiárias do PBF e de benefícios
socioassistenciais como uma estratégia para a superação da situação de pobreza e melhoria
de suas condições de vida. Evidencia, portanto, a adoção de uma concepção que considera o
risco pobreza no campo da Seguridade Social, em relação à qual o Estado deve prover a
proteção social e considerar a integralidade das demandas e necessidades das famílias,
disponibilizando uma rede de atendimento com o objetivo de fortalecer seus vínculos e relações
familiares e comunitárias e ampliar o acesso a serviços, direitos e oportunidades.
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Assim, devido as informações, por intermédio da vigilância socioassistencial, é possível realizar
diagnósticos que subsidiem a territorialização do SUAS, o aprimoramento da relação entre
demandas e ofertas e a equalização do financiamento. Ou seja, tem orientado desde a
expansão do cofinanciamento federal, considerando as demandas identificadas e a análise
quanto às ofertas existentes, até a disponibilização de informações sobre as famílias que
devem ser priorizadas na busca ativa e na inclusão em serviços e programas do SUAS. O
cadastro permite, inclusive, a identificação de famílias com perfis específicos, como famílias
em situação de pobreza e extrema pobreza, com crianças e adolescentes retirados do trabalho
infantil, de comunidades tradicionais, com beneficiários do BPC, e pessoas em situação de rua.
A inclusão destas famílias no CadÚnico, com a marcação de campo próprio, tem sido
importante tanto para que acessem direitos, serviços e benefícios quanto para que a
Assistência Social planeje e dimensione as ofertas para este público, considerando
suas particularidades e onde vivem. Frente a esta perspectiva, no contexto mais
recente, para a integração entre acesso à transferência de renda, benefícios e
serviços, tem se fortalecido ações essenciais ao cumprimento de funções do Suas:
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Enquanto as equipes volantes destinam-se à identificação das famílias em situação
de vulnerabilidade social que vivem em contextos mais isolados, de mais difícil
acesso, com dispersão populacional e de grande extensão territorial, as equipes de
abordagem social buscam identificar, nos espaços públicos, pessoas e famílias em
situações de risco pessoal e social.
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O acompanhamento familiar representa um pilar fundamental de sustentação do
modelo de proteção social brasileiro, contribuindo para a consolidação da perspectiva
de enfrentamento à pobreza em sua multidimensionalidade, por meio da proteção
social afiançada, para além da segurança de renda, com o acesso a serviços, bens e
direitos.
1.894.417 novas famílias. Outra informação importante que pode ser observada no
gráfico 4, e que se relaciona com a busca ativa e a gestão integrada, diz respeito ao
quantitativo de famílias em situação de extrema pobreza inseridas no
acompanhamento familiar no PAIF em 2012.
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Os gráficos 3 e 4 apresentam o perfil das novas famílias inseridas em acompanhamento familiar
no PAIF e Paefi em 2012. Destacando que uma mesma família pode apresentar mais de uma
das situações apresentadas nos gráficos. Assim, a razão total das famílias que entraram em
acompanhamento familiar em 2012 não corresponde ao somatório de situações apresentadas
no gráfico. O gráfico
4, por sua vez, demonstra que, em 2012, um total de 271.306 novas famílias foram inseridas
no acompanhamento familiar no Paefi e a média mensal de acompanhamento familiar no
Paefi por unidade Creas foi de 88,8 famílias.
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Finalmente, no gráfico 5, é possível verificar que foram realizados pelos Cras, em
2012, mais de 14 milhões de atendimentos individualizados e, ainda, que, entre os
encaminhamentos realizados a partir destes atendimentos, predominou a atualização
cadastral no CadÚnico.
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Nesta trajetória considerando ao da última década, o CadÚnico e o PBF contribuíram
para a estruturação do Suas e a execução das funções da política de Assistência
Social. Por seu turno, a gestão descentralizada e a capilaridade que o sistema atingiu
no período também favoreceram a materialização e evolução do PBF e do CadÚnico.
Como resultado, a evolução do Suas, do Bolsa Família, do CadÚnico e da gestão
integrada têm contribuído para consolidar no país um modelo de proteção social
capaz de identificar e levar às famílias em situação de pobreza, vulnerabilidade e
riscos pessoal e/ou social atenção que articula segurança de renda monetária com
trabalho social, considerando a integralidade de suas demandas.
O modelo tal tem se voltado não apenas à sobrevivência a riscos circunstanciais, mas
também à construção de possibilidades de superação das situações vivenciadas, com
rompimento de ciclos intergeracionais de pobreza e ampliação de acessos, do
protagonismo, de oportunidades e da inclusão social. Esses resultados se tornaram
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possíveis graças à intencionalidade política e aos avanços no campo da gestão
integrada, com utilização de instrumentos e estratégias que permitiram construir a
convergência entre demandas da população brasileira e investimentos públicos para
assegurar ofertas com serviços de qualidade. Mais do que a racionalização e a
otimização de recursos públicos, a experiência brasileira tem assegurado às
populações mais vulneráveis a proteção social como direito.
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monetários e ampla rede de serviços, especialmente devido ao desenvolvimento de múltiplas
dimensões de capacidades institucionais e normativas.
Ajustes “para cima” das exigências contributivas, tais como o aumento do tempo
mínimo de contribuição, que passaria dos atuais quinze para 25 anos, e a extinção do
regime especial de aposentadoria rural sinalizam uma significativa transferência dos
mais pobres para os dispositivos assistenciais, seja o bpc, seja o pbf.
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de políticas sociais, incluindo no radar da proteção social o compromisso da equidade
e o resgate de populações historicamente invisíveis para o poder público, o contexto
atual sinaliza em direção a uma perspectiva restritiva e residual da proteção social.
Assim, saem de cena a perspectiva de integração entre políticas sociais, a busca ativa de
grupos urbanos e rurais ainda distantes dos benefícios e sinaliza-se com o reforço da
necessidade de comprovação de meios, além de reforçarem argumentos meritocráticos e
perspectivas morais em torno da pobreza e da desigualdade.
Propostas como a “premiação‖ de gestores municipais pela saída de beneficiários
do programa e o suposto estímulo à inserção de beneficiários no mercado de trabalho
ignoram tanto os indicadores recentes que apontam aumento da pobreza e da
desigualdade no Brasil, bem como a deterioração das condições do mercado de
trabalho. Saem do radar considerações sobre a volatilidade de renda dos mais pobres
e sobre os perfis de inserção profissional dos atuais beneficiários.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PEREIRA, A.P. Potyara. A Assistência Social na perspectiva dos direitos: crítica aos
padrões dominantes de proteção aos pobres no Brasil. Brasília: Thesurus, 1996.
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Reforma do Estado para a cidadania: a reforma
gerencial brasileira na perspectiva internacional. Ed. 34. São Paulo: Brasília; ENAP,
1998.
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_______. ______. Lei Orgânica da Assistência Social (Loas). Brasília: MDS, 2012c.
______. Financiamento da assistência social no Brasil – nota técnica de
monitoramento. Brasília: MDS, 2012d.
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