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CERTA
CERTA
O assistente social ao realizar uma visita domiciliar deve ter claro a finalidade da mesma, a qual visa
complementar e conhecer, no próprio ambiente em que vive, os sujeitos sobre os quais está se
elaborando determinado conhecimento. A ida aos domicílios dos sujeitos envolvidos em algum
estudo ou em casos que necessitem de maiores informações e esclarecimentos pode trazer
importantes contribuições acerca das condições de vida, de trabalho, de moradia, de lazer, de
acesso ou não a serviços e direitos, questões essas que perpassam e condicionam a vida dessas
pessoas. Assim, a visita domiciliar não deve ser utilizada com a intenção de identificar
supostas "verdades" ou "mentiras" declaradas pelas pessoas envolvidas, ela não deve ter um caráter
policialesco e muito menos invadir a privacidade dos moradores. Ela envolve o bom senso do
profissional, o sigilo profissional bem como a dimensão ética da profissão. Os instrumentos
utilizados, normalmente a observação e a entrevista quando se trata de visita domiciliar, são
escolhidos pelo profissional e podem variar de acordo com a finalidade que se almeja.
b)
Somente na década de 1990 que os chamados movimentos sociais passam a deter
caráter reivindicatório, podendo-se destacar o movimento de impeachment do então
Presidente da República.
c)
Na década de 1990, a ideia de participação social passa a ser vista como sendo
“solidária” por meio de trabalho de voluntariado e concepção de responsabilidade
social de indivíduos e empresas.
d)
Com a politização da participação da sociedade civil na década de 1990, focada em
valores morais e conectada com o coletivo, constatam-se um desenvolvimento e
amadurecimento na ocupação de espaços públicos participativos.
e)
Na década de 1980, por opressão do regime da época, há uma clara despolitização do
significado de participação social, havendo uma ênfase à participação individualista,
ligada a valores morais por meio de ações de responsabilidade social de indivíduos,
empresas e movimentos ligados a instituições religiosas
b)
A assistência social somente se transferiu para a prática estatal com o advento dos
regimes socialistas na Europa.
c)O sentido de proteção social não contributivo é destinado apenas aos filiados da
previdência social.
d)
O sentido de proteção social não contributivo se distingue de proteção social
contributivo porque está fundada em um modelo pré-pago enquanto que o
contributivo é pós-pago.
e)
A proteção não contributiva não se restringe ao combate à pobreza, sendo o direito à
inclusão social um direito humano inalienável e protegido pela Constituição Federal de
1988.
Conforma Aldaíza Sposati (Modelo brasileiro de proteção social não contributiva: concepções
fundantes. In: Concepção e gestão da proteção social não contributiva no Brasil. MDS, Brasília,
2009), a proteção social não contributiva se refere àquela em que não é necessária uma
contrapartida monetária para o cidadão ter acesso, ou seja, o seu conceito é referente a
universalidade, já que todos possuem direito de acessá-la. Restringir a proteção social não
contributiva a segmentos da população ou ao combate específico da pobreza, por exemplo, significa
reduzir os direitos de toda a população. A partir da promulgação da Constituição Federal (CF) de
1988 e da aprovação da Assistência Social enquanto política pública não contributiva aponta-se que
os usuários são sujeitos de direito, e que essa proteção é destinada à toda a população (ou deveria
ser, mas infelizmente muitas vezes ela é excludente). Busca-se ultrapassar a noção de uma
proteção social voltada ao atendimento dos mais pobres, já que o acesso a ela é "gratuito" e fora
das relações mercantilizadas, implementando uma política de caráter e abrangência universal. Deste
modo, a proteção social não contributiva deve ser compreendida enquanto uma política voltada a
todos os cidadãos buscando sanar suas necessidades, possibilitando a inclusão social no sentido de
garantir o acesso e a participação de todos de forma igualitária na sociedade, consoante com o
postulado pelos direitos humanos - que assegura a inclusão social a todos - e pela própria CF
brasileira que defende tais direitos. Pode-se citar como exemplo, como a própria autora aponta, o
Estatuto da Criança e do Adolescente que assegura e defende a proteção de todas as crianças e
adolescentes, sejam pobres ou ricos. Portanto, o Estatuto de forma universal protege esse grupo
específico, já que violações de direitos podem ocorrer em todos os lugares, por isso faz-se
importante a proteção às pessoas. Assim, se o objetivo é a equidade entre as pessoas, é necessário
romper com a antiga concepção de que somente na pobreza se tem violações de direitos,
vulnerabilidades sociais ou necessidade de intervenções, promovendo uma proteção social, de fato,
universal.
b)
I e III, apenas.
c)
II e III, apenas.
d)
II e IV, apenas.
e)
III e IV, apenas.
b)
Previdência Social instituída por um aparato oficial e centrada nas associações
profissionais.
c)
Previdência Social instituída por um aparato oficial e centrada nas paróquias.
d)
Previdência Social instituída por um aparato religioso e centrado na burocracia estatal.
e)
Beneficência instituída por um aparato oficial e centrada nas paróquias.
A Lei dos Pobres ou Poor Law foi instituída no Reino Unido nos anos de 1600 sendo organizada por
instituições filantrópicas constituídas nas igrejas e paróquias e também pelo aparato oficial do
Estado, visto que a crescente pauperização da população no continente preocupava as elites. O
enfrentamento à pauperização massiva da classe trabalhadora era realizado por meio de ações
filantrópicas, benemerentes, de cunho moralizante, higienista, visando a mudança de
comportamento e controle daquela emergente massa de pobres e "vagabundos" (desempregados).
Assim, por meio da arrecadação de impostos da própria classe trabalhadora, eram mantidas ações
assistencialistas para o atendimento dos pobres.
( )
No Estado (no Poder Executivo e Ministério Público, no Judiciário e no Legislativo).
( ) Nas empresas capitalistas.
( ) Nas organizações político-sindicais.
( ) Nas organizações privadas não lucrativas.
( )
Nas instâncias públicas de controle democrático (Conselhos de Políticas e d
e Direitos, conferências, fóruns e ouvidorias).
A sequência está correta em
a)V, F, F, V, V.
b)F, V, F, V, F.
c)F, V, V, V, F.
d)V, V, V, V, V.
O assistente social pode atuar nos mais distintos espaços ocupacionais, sendo o Estado,
historicamente, o seu principal empregador, isto é, é aquele que mais requisita os profissionais de
Serviço Social para atuarem nos mais distintos campos. As empresas capitalistas também
constituem um espaço de trabalho potencial para os assistentes sociais, os quais são chamados a
atuar nas mais diversificadas áreas como recursos humanos; saúde do trabalhador; qualidade de
vida no trabalho; responsabilidade social e ambiental, dentre outras frentes de trabalho. As
organizações privadas não lucrativas também têm demandado o trabalho do assistente social. Após
a década de 1990, quando o Estado brasileiro passa por uma contrarreforma, fruto da adoção ao
ideário neoliberal, ocorre um crescimento exponencial de organizações privadas no país, visto que o
Estado passa a se desonerar de responder às sequelas da questão social, repassando essa
incumbência à sociedade civil. É neste contexto que as organizações privadas não lucrativas passam
a atuar, em parceria com o próprio Estado, executando e coordenando projetos e programas, como
aqueles relacionados a habitação, infância e juventude, direitos humanos, dentre outros. E assim,
passam a necessitar dos mais distintos profissionais para executarem tais serviços, entre eles o
assistente social. As organizações político-sindicais e as instâncias públicas de controle
democrático também são espaços em que encontramos assistentes sociais atuando. Na Lei n.
8.662/93, que regulamenta a profissão, nos Arts. 4º e 5º, que tratam, respectivamente, das
competências e atribuições privativas do assistente social, é possível encontrarmos além das
competências desse profissional, alguns desses espaços em que ele pode atuar.
b)
Defesa do capital e da prioridade do lucro empresarial
c)
Defesa do amplo acesso a terra para a produção de meios de vida.
d)
Compromisso com a afirmação da democracia, da liberdade, da igualdade e da justiça
social no terreno da história.
O Serviço Social brasileiro, após passar pelo processo de renovação e amparar-se na tradição
marxista, passa a estabelecer novos compromissos e deveres, modificando sua formação profissional
e o exercício profissional. Assim, ao romper com o conservadorismo e agregar como suporte a teoria
social crítica, o Serviço Social compreendendo a direção política que permeava a prática profissional,
assume como compromisso e princípios da profissão o fortalecimento e apoio a classe trabalhadora,
seus movimentos e suas lutas, defende intransigentemente os direitos humanos, sociais e políticos, a
radicalização da democracia, a liberdade, a justiça social, a eliminação de todas as formas de
preconceito, o acesso aos meios de subsistência e a emancipação política e humana. Essa categoria
possui seu Projeto ético-político articulado a construção de uma nova sociabilidade, à transformação
social, na qual os indivíduos possam ser livres, não exista exploração de classe e dominação e a
riqueza social seja igualitariamente distribuída. A Lei de regulamentação da profissão (Lei n.
8.662/1993), O Código de Ética, as Diretrizes Curriculares e o projeto profissional, como já
mencionado, estão em consonância e voltados para defesa dos trabalhadores e de suas
necessidades, contra o capital e a exploração humana. Sendo assim, o Serviço Social brasileiro
contemporâneo não possui como dever a defesa do capital e da prioridade do lucro empresarial.
No âmbito da organização e representação profissional, o quadro que se o
bserva no Serviço Social brasileiro é de maturação que expressa, na passage
m dos anos 80 para os anos 90, rupturas com o seu tradicional conservadorismo,
embora não signifique que o conservadorismo (e com ele, o reacionarismo)
( )
Intervenção dos assistentes sociais na elaboração da Lei Orgânica da Assistência S
ocial – LOAS (dezembro de 1993).
( )
Os profissionais de Serviço Social iniciam o processo de ultrapassagem da
condição de executores de políticas sociais, para assumir posições de planejam
ento e gestão dessas políticas.
( )
Intervenção dos assistentes sociais na elaboração e implementação da Lei de Res
ponsabilidade Fiscal (LC 101 de maio de 2000).
( )
Intervenção dos assistentes sociais na implementação da Lei Orgânica da Assistên
cia Social ? LOAS (dezembro de 1993).
b)
V, V, V, F.
c)
V, V, F, V.
d)
F, V, V, V.
Os assistentes sociais assim como o conjunto CFESS/CRESS (Conselho Federal de Serviço Social e
Conselho Regional de Serviço Social) tiveram importância singular tanto para a elaboração da LOAS
(Lei Orgânica da Assistência Social - Lei n. 8.742/1993) quanto para sua implementação. Foram
realizadas por esses atores várias tentativas, algumas bem sucedidas, de emendas ao projeto de lei
que veio a ser aprovado, no sentido de ampliar suas garantias e direitos a população. Conforme o
documento elaborado pelo CFESS (Subsídios para atuação de assistentes sociais na política de
assistência social, 2011), alguns dos projetos de lei sugeridos na época apresentavam a Assistência
Social como ações bastante limitadas e estes foram duramente questionados e impedidos de serem
aprovados através de organização do conjunto e da categoria; o conjunto também propôs um
projeto de lei de Assistência Social que, obviamente, não foi aprovado por ser amplo e não coincidir
com os interesses de minimização do Estado perante as políticas sociais. E após a aprovação da
LOAS em 1993 a luta da categoria e dos demais movimentos continuou para que, de fato, a
Lei viesse a ser implementada. Assim, foram realizadas diversas manifestações e tentativas junto ao
judiciário para efetivar a implementação da LOAS. Portanto, a atuação dos assistentes sociais e de
seus órgãos representativos foram fundamentais para a existência da LOAS, assim como a atuação
de outras categorias e movimentos sociais do país. Com relação a ultrapassagem da condição de
mero executor de políticas sociais, é no contexto da década de 1980 que os assistentes sociais
comprometidos com a implementação de diversas políticas sociais, passam a possuir como
competência também a gestão e o planejamento dessas políticas. Esses profissionais deixam de
somente executar ações institucionalizadas para participar também da elaboração de políticas
sociais. Assim, abre-se para o Serviço Social um novo mercado de trabalho com diversificadas
demandas para os profissionais durante esse período que possuiu significativos avanços para a
consolidação da profissão no país.
Assim sendo, somente o primeiro, o segundo e o último item são verdadeiros. O terceiro item é
falso, pois não há relação do processo de maturação do Serviço Social que ocorreu nos anos 1980 e
1990 com a lei citada (Lei de Responsabilidade Fiscal).
b)
Direitos de caráter universal (saúde).
c)
Direitos de caráter sócio-político (institucional).
d)
Direitos derivados e dependentes do trabalho (previdência).
Com a Constituição Federal de 1988 e a implementação da Seguridade Social brasileira é fato que
obteve-se um avanço no que se refere a proteção social no país, no entanto, a lógica do seguro
social ainda permeia a seguridade. Deste modo, a seguridade social brasileira, apesar de possuir
diretrizes como universalidade na cobertura, uniformidade e equivalência dos benefícios,
irredutibilidade do valor dos benefícios, seletividade e distributividade nos benefícios, equidade no
custeio, diversidade na base de financiamento e caráter democrático e descentralizado da
administração, não as efetiva integralmente e em todas as políticas que compõem a proteção social.
Se tem, dessa forma, um sistema híbrido de seguridade que conjuga universalidade com seletividade
e exclusão. Posto isto, observa-se que a Saúde possui caráter universal, já a Assistência Social é de
quem dela necessitar e, portanto, apresenta caráter seletivo, enquanto na Previdência Social
permanece a lógica do seguro, dependente de prévia contribuição e relacionada e dependente do
trabalho.
Uma das estratégias do Estado burguês para o enfrentamento da “ questão social ”
reside na implantação das políticas sociais.
No Brasil, esta estratégia começa a ser efetivada
a)
como consequência da institucionalização do Serviço Social.
b)
devido à pressão dos sindicatos patronais.
c)
a partir da crise estrutural do capitalismo da década de 1970.
d)
mediante o reconhecimento das necessidades da população pobre.
e)
com a emergência do capitalismo monopolista.
Segundo José P. Netto (Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 5ª edição. São Paulo: Cortez,
2006), no capitalismo monopolista com a formação do operariado urbano-industrial e a consolidação
do movimento operário, visando alcançar legitimação junto às classes operárias e percebendo o
perigo iminente da questão social, o Estado burguês passa a responder às sequelas da questão
social através de políticas sociais, incorporando demandas advindas dos trabalhadores e adquirindo
consenso junto à eles. Tais políticas atendiam diretamente às requisições do capitalismo
monopolista, o qual necessitava de preservar e ao mesmo tempo controlar a força de trabalho. Em
alguns casos o Estado se antecipava nas respostas a algumas demandas para evitar futuros embates
e conflitos de classe, o que gerava, inclusive, certo reconhecimento de representação perante as
classes subalternas. Observa-se, deste modo, o peso de tais políticas para o desenvolvimento e
consolidação do capital monopolista. É fato também que a análise das políticas sociais deve
reconhecer que esta é uma via de mão dupla, ao passo que tais políticas são funcionais e
necessárias para o estabelecimento da ordem no capitalismo e, de certo modo, compatíveis com
esse sistema, mas elas são também fruto das lutas e reivindicações históricas dos trabalhadores.
Portanto, no capitalismo monopolista o Estado deixa de intervir somente coercitiva e
repressivamente nas expressões da questão social, passando a realizar também uma intervenção
sistemática por meio das políticas sociais. Apesar de assumir o caráter público da questão social, o
Estado ao executar aquelas políticas faz de forma fragmentada, atingindo somente suas refrações e
reforçando a natureza privada da questão social.
b)
No lugar da profissão na divisão do trabalho
e)
Nas práticas e nas concepções profissionais
O Serviço Social brasileiro, durante a autocracia burguesa no Brasil, passa por um processo de
renovação da profissão. A própria autocracia e o quadro social, político e econômico gerado por ela,
propiciaram o questionamento dos profissionais de Serviço Social acerca de sua prática e o resultado
que ela produz. Desse modo, nesse contexto os assistentes sociais passam a repensar e
revisar sua prática e atuação profissional, preocupar-se com o instrumental técnico e sua renovação.
De acordo com José Paulo Netto (Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no Brasil
pós-64. 17ª edição. Cortez, 2015) no processo de renovação emergem três principais concepções
profissionais: 1) perspectiva modernizadora; 2) reatualização do conservadorismo e 3) intenção de
ruptura.
b)
A relação do serviço social com a cientificidade e a dialética para a definição de
modelos de atuação profissional
c)
A natureza ideológica e política da profissão com ênfase nas possibilidades da cultura
profissional
d)
O desenvolvimento da consciência reflexiva no processo de ajuda psicossocial aos
usuários
e)
O esforço de conceber o serviço social como suporte e instrumento para as políticas de
desenvolvimento
Segundo nos aponta José Paulo Netto (Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no
Brasil pós-64. 17ª edição, Cortez, 2015) o processo de renovação do Serviço Social brasileiro
resultou em três vertentes: 1) a perspectiva modernizadora; 2) a perspectiva de reatualização do
conservadorismo e 3) a perspectiva de intenção de ruptura. No que concerne a primeira delas, a
modernizadora, foram elaborados dois documentos que sintetizavam discussões e propostas de dois
encontros da categoria profissional na época. São eles o Documento de Araxá e o Documento de
Teresópolis, os quais apesar de apresentarem distintas e peculiares abordagens e características,
possuíam em comum a busca pela adequação do Serviço Social para que o mesmo fosse funcional
as políticas de desenvolvimento da autocracia burguesia, sem em nenhum momento questionar o
ocorrido em abril. Esses documentos, conforme nos informa Netto (2015), estavam diretamente
relacionados com a ideologia disseminada pela autocracia burguesia, como a de desenvolvimento, e
deste modo a profissão era pensada como uma ferramenta que poderia contribuir na viabilização das
políticas de desenvolvimento, isto é, como um suporte para tais políticas.
b)
conselho regional
c)
sindicato profissional
d)
entidade empregadora
e)
instituição universitária
O Serviço Social é uma profissão regulamentada como liberal no Brasil, no entanto, o assistente
social não dispõe dos meios materiais e objetivos necessários para a realização de seu trabalho.
Deste modo, esse profissional necessita vender sua força de trabalho em troca de uma remuneração
para garantir sua sobrevivência. Assim, é necessária sua contratação por um empregador (Estado,
empresas, ONGs, etc), sendo que este último é quem irá ofertar ao profissional os meios para
realizar o seu trabalho, delimitando também a sua atuação e o seu trabalho. Então, o assistente
social é subordinado ao seu empregador, no sentido de que ele (empregador) interfere e determina
sua atividade laborativa, dando-lhe as condições para exercê-la, o que trará consequências também
para as suas condições e relações de trabalho e autonomia profissional.
c)
o assistente social deve, sempre que possível, integrar equipes multiprofissionais, bem
como incentivar e estimular o trabalho interdisciplinar, contudo prevalece o sigilo e ao
emitir opinião técnica a mesma deve fazê-lo em conjunto, com parecer único, sem
delimitação técnica.
d)
ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social, não necessariamente
deverá garantir a especificidade de sua
área de atuação.
e)
a elaboração, emissão e/ ou subscrição de opinião técnica sobre matéria de serviço
social por meio de pareceres, laudos,
perícias e manifestações não é atribuição privativa do assistente social.
A Resolução 557/2009 emitida pelo CFESS possui como objetivo regulamentar e servir de parâmetro
aos profissionais de Serviço Social que atuam em equipe multidisciplinar, de modo a ressalvar que
mesmo integrando tais equipes, esse profissional possui prerrogativas exclusivas de sua formação.
Deste modo, a Resolução aponta que a emissão de pareceres, laudos, e opiniões técnicas em
matéria de serviço social só pode ser realizada exclusivamente pelo assistente social e mesmo que
este componha uma equipe multidisciplinar em que o objeto é discutido conjuntamente, deve estar
delimitada a área de atuação deste profissional. Assim, o entendimento ou a opinião técnica do
assistente social deve ser destacada e não é admitida a manifestação conjunta com outro
profissional ou equipe de forma que o objeto de intervenção de cada um não esteja identificado e
separado, tendo em vista, inclusive, as atribuições privativas de cada categoria profissional. Como
exemplo: como um psicólogo e um assistente social conjuntamente vão emitir um laudo social
(matéria de Serviço Social) visto ser essa uma atribuição privativa do assistente social? O psicólogo
não possui a devida formação para isso, ele possui outros conhecimentos, os quais o assistente
social, por sua vez, também não detêm e não poderia atuar junto a ele. Assim sendo, essa resolução
busca regulamentar e balizar a atuação do assistente social nas equipes multidisciplinares, as quais
são importantes justamente pelo fato de cada profissional possuir um conhecimento e possibilitar o
atendimento integral dos usuários.
b)
manter a ordem social e viabilizar direitos;
c)
estabelecer métodos e técnicas de intervenção;
d)
atender a população e obedecer as regras institucionais;
e)
projetar políticas sociais e gerir projetos.
A área sociojurídica, como assim definidos aqueles campos que atuam juntos aos direitos humanos,
aos sistemas de segurança, penitenciário, defensoria pública, judiciário, entre outros, possui como
função a manutenção da ordem e, por conseguinte, é extremamente favorável a sociedade de
classes ao efetivar seus interesses. É importante, então, compreender que ao mesmo tempo em que
a área sociojurídica em determinados momentos visa estabelecer a ordem e resolver conflitos,
possuindo uma direção política que favoreça as classes dominantes, ela pode também estar
comprometida com a outra classe, a dos trabalhadores. Portanto, se constitui uma área complexa,
como todos os outros espaços ocupacionais em que o assistente social atua. Assim, cabendo ao
assistente social nessa área trazer informações ao magistrado acerca da realidade social, suas
determinações e contradições, desmistificando o aparente, ele pode redirecionar os resultados dessa
interferência do Estado nos conflitos como uma ação garantidora de direitos. A tensão profissional
está posta em todos os lugares onde o assistente social se encontra, visto que se vive uma onda
neoliberal, em que não há investimentos em políticas sociais e a punição e o encarceramento
destacam-se por serem as formas mais viáveis que o Estado encontrou de "eliminar" aqueles que
não serão incorporados pelo mercado de trabalho e que podem vir a ser uma ameaça à sociedade
burguesa. Dessa forma, o enfrentamento às sequelas da questão social também tem sido realizado
por meio do judiciário, observando que muitos direitos estão sendo negligenciados além do
desmonte das políticas sociais, levando os indivíduos a questionarem tais deveres estatais no âmbito
jurídico. Diante disso, torna-se bastante difícil colocar em prática o projeto ético-político da categoria
que é antagônico aos preceitos neoliberais e da sociedade burguesa, no entanto isso não é
impossível. O assistente social é dotado de relativa autonomia profissional e competências,
possuindo a capacidade de desenvolver formas de intervenção de modo que venha a contribuir para
assegurar direitos favorecendo os trabalhadores. Assim sendo, na área sociojurídica a tensão
colocada aos assistentes sociais se refere, basicamente, a duas requisições que lhes são feitas:
manter a ordem social, a coesão social e a "harmonia" - função para a qual as elites demandaram a
existência do jurídico - e possibilitar a garantia de direitos, considerando que o seu compromisso é
com a classe trabalhadora.
b)
contradição entre capital e trabalho;
c)
resultado da indolência dos pobres;
d)
fenômeno que demanda políticas universais;
e)
inaceitável.
TEXTO 1 - A partir dos anos 1970, com a primeira grande crise do capitalismo
após os “30 anos gloriosos”, as proposições neoliberais ganham fôlego no mundo.
Nas palavras de Netto (1996: 99): “Também o Estado burguês, mantendo o seu
caráter de classe, experimenta um redimensionamento considerável. A mudança
mais imediata é a diminuição de sua ação reguladora, especialmente o
encolhimento de suas ‘funções legitimadoras’ (O’Connor, 1977): quando o grande
capital rompe o ‘pacto’ que suportava o Welfare State , começa a ocorrer a retirada
das coberturas sociais públicas e tem-se o corte nos direitos sociais (...).”
Depreende-se, portanto, que as repercussões desta crise impactam diretamente os
trabalhadores e amplificam a “questão social”.
b)
a valorização da cidadania; o combate às ditaduras políticas; e a universalização das
políticas sociais;
c)
o desmonte dos direitos sociais; o rompimento do poder dos sindicatos; e a
restauração da taxa natural de desemprego;
d)
o aumento dos gastos estatais na área social; o pleno emprego; e a privatização;
e)
o Estado mínimo; a moratória da dívida externa; e a reforma tributária.
Na década de 1970, mais uma crise do capitalismo assolava o mundo. Desse modo, a saída para o
capital retornar a sua acumulação e taxas de superlucros era: no âmbito da produção e do
trabalho uma reestruturação aliada no campo ideo-político ao paradigma neoliberal. O neoliberalismo
irá conduzir políticas de privatização, de desregulamentação e até eliminação dos direitos do
trabalho e sociais conquistados historicamente pela classe trabalhadora. Esse novo período será
marcado por uma ofensiva generalizada do capital e do Estado contra a classe trabalhadora,
precarizando suas condições de vida e de trabalho, visto que ocorrerá um desmonte das coberturas
sociais, como no caso dos países centrais que possuíram o Welfare State. Também são constantes
desse novo contexto a fragilização dos organismos sindicais e de representação da classe
trabalhadora e o desemprego estrutural, já que as inovações tecnológicas e o maior investimento em
trabalho morto acarretarão a dispensa do trabalho vivo e desvalorização do trabalhador. Além disso,
a flexibilização dos vínculos empregatícios e as diversas formas de contratação dificultam a
associação e compreensão de classe para si, comprometendo a união dos trabalhadores e facilitando
para o capital a implementação desse processo. Para os defensores do neoliberalismo, este novo
contexto de desmonte dos direitos sociais; rompimento do poder dos sindicatos e a restauração da
taxa "natural" de desemprego, é apontado como a única solução para a saída da crise. Os
neoliberais também justificam a adoção dessas medidas indicando que a vigência do fordismo e das
políticas keynesianas, em que havia um sistema de proteção social e políticas de pleno emprego, foi
o impulsionador dessa crise. Contudo, sabe-se que essa não foi nem será a única e última crise do
capital, e que esta possui um significado mais profundo e estrutural.
Maria, separada do marido há 10 meses, tendo com este um filho de três anos
que, conforme regulamentação judicial de visita, fica com o pai durante fins de
semana alternados, além de um dia na semana, no qual ele pega o filho na creche
e o devolve à casa da mãe no dia seguinte, recorre à justiça pleiteando que o
regime de visitação seja alterado para visitas sem pernoite, em local público,
durante 4 horas, em um dos dias do final de semana. Alega que só agora
descobriu que o ex-marido é homossexual e que desde a separação vive com um
companheiro na mesma casa em que o filho frequenta durante as visitas. Informa
ainda que foi instada a investigar a situação em razão das constantes referências
que o filho fazia ao “amigo do papai”. Em sua contestação, o pai confirma a nova
condição sexual, bem como o fato de estar morando com o companheiro, embora
assegure que jamais permitiu que o filho presenciasse qualquer situação
constrangedora tanto dentro de casa quanto na rua. Acrescenta ainda que, antes
de saber da situação, a ex-mulher sempre comentava que o menino adorava
visitá-lo e que falava com alegria dos passeios e brincadeiras que faziam nos dias
de visita.
b)
negar o pedido da requerente, mantendo os termos da regulamentação de visitas
anteriormente definidos pelo juiz, uma vez que, não havendo nos autos razões
objetivas que justifiquem a limitação do pleno exercício da paternidade, bem como do
direito da criança de conviver com o pai, fica configurada a prática de alienação
parental por parte da mãe;
c)
suspender temporariamente as visitas como forma de evitar a espiral do conflito e
encaminhar os pais para Terapia Familiar, na medida em que litígios dessa natureza
são melhor equacionados através de formas alternativas de resolução de conflitos;
d)
encaminhar as partes ao Centro de Mediação, já que, por se tratar de conflito
polarizado por valores e visões antagônicas da situação, o atendimento à demanda de
uma das partes ou a tentativa de composição dos interesses sem a participação dos
interessados pode levar à escalada do conflito e resultar em sérios prejuízos ao bem-
estar da criança;
e)
deferir o pedido da requerente, em consideração ao interesse superior da criança,
tendo em vista o fato incontestável de que o pai não oferece ambiente familiar
adequado ao pleno desenvolvimento emocional do filho.
A atuação do assistente social quando comprometida com os princípios que norteiam o Projeto ético-
político profissional do Serviço Social deve romper com práticas criminalizadoras, preconceituosas e
que não respeitam as diferenças e as diversidades e levam a restrição aos direitos dos sujeitos.
Conforme Eunice Terezinha Fávero (O Serviço Social no Judiciário: construções e desafios com base
na realidade paulista. Revista Serviço Social e Sociedade, n. 115, 508-526, 2013), o profissional que
trabalha em consonância com a defesa e a garantia dos direitos, avança nessa direção. No caso
descrito acima, o assistente social, munido de suas competências teórico-metodológica, ético-
política e técnico-operativa, após realizar a investigação da realidade social e elaborar a perícia, esta
não como ação policialesca e/ou disciplinadora, deve articular com a rede, encaminhando, portanto,
as partes para setores internos ou externos aptos a dar respostas aos problemas identificados. A
mediação, neste caso, apresenta-se como a melhor opção para dar resolutividade a questão,
considerando que não acarreta custos financeiros e desgaste emocional, como ocorreria no caso de
um processo judicial. Tem sido comumente utilizada em situações de conflitos familiares e
comunitários, buscando sempre promover o entendimento entre as partes, dar respostas mais
rápidas e eficazes dentro das normas legais.
b)
combater a desigualdade social por meio de políticas universais;
c)
elaborar projetos de intervenção que visem a emancipação das populações carentes;
d)
atuar junto aos movimentos sociais a fim de capacitá-los para o exercício da cidadania
plena;
e)
mobilizar entidades classistas para análise da conjuntura e reivindicação de direitos
coletivos.
As transformações societárias rebatem sobre todas as categorias profissionais, entre elas a dos
assistentes sociais, que possuem nas políticas sociais umlócus privilegiado de atuação. A partir da
adoção ao neoliberalismo pelo Brasil na década de 1990, constata-se um retraimento do Estado em
suas funções sociais, implicando na redução dos investimentos em políticas sociais universais e no
retrocesso dos direitos sociais. O neoliberalismo propõe políticas sociais seletivas, focalizadas e
pontuais, de "alívio" a pobreza extrema, pois não se tem a pretensão de erradicar a pobreza, apenas
minimizá-la. Fato é que os assistentes sociais são demandados pela esfera estatal para atuar junto
à essas políticas, realizando atividades de administração de recursos e implementação de
serviços. Tais políticas possuem critérios rígidos de elegibilidade, já que a tônica neoliberal está em
concordância com a exclusão e não com a inclusão. Desse modo, os assistentes sociais têm sido
requisitados para administrar a pobreza por meio de políticas excludentes, paliativas e emergenciais.
Portanto, a letra A está correta, pois é a única alternativa que aponta as requisições feitas pelas
políticas neoliberais ao assistente social. As demais alternativas (B, C, D, E) indicam estratégias de
atuação que os assistentes sociais podem tecer diante desse contexto.
Cada vez mais o assistente social tem sido chamado a atuar em processos de
planejamento, avaliação e gestão em âmbito federal, estadual e municipal. No
entanto, não se deve confundir planejamento com plano, que se caracteriza por:
a)
compor um sistema integrado de benefícios, direitos, políticas e serviços destinados à
cobertura das necessidades das populações;
b)
ser um documento que indica um conjunto de projetos, cujos resultados permitem
alcançar o objetivo maior de uma política pública;
c)
empreender ações interventivas cotidianas, no sentido de promover a cidadania em
populações mais carentes, a fim de proporcionar seu empoderamento;
d)
conter estudos, análises situacionais ou diagnósticos necessários à identificação de
pontos a serem contemplados, bem como objetivos, estratégias e metas;
e)
constituir em instrumento de execução de empreendimentos específicos, destinados
para as mais variadas atividades e pesquisa no espaço público e privado.
O processo de Planejamento possui distintas etapas, e entre elas tem-se a da planificação, conforme
nos aponta Myrian Veras Baptista (Planejamento Social: intencionalidade e instrumentalidade, 2ª
edição, editora: Veras, São Paulo, 2007). Esta etapa, da planificação, ocorre após a tomada das
decisões, definidas considerando o contexto sócio-histórico e da instituição em que se atua. Assim,
tem-se início a organização das atividades e das ações fundamentais que possibilitem atingir os
resultados previstos. Nesse momento, as decisões são sistematizadas e expostas minuciosamente
em documentos, que conforme a autora, encontram-se em níveis decrescentes de decisão, sendo
eles: planos, programas e projetos. O plano, que é o documento mais importante no momento para
respondermos à questão, diz respeito a toda a estrutura organizacional, isto é, ele possui um âmbito
de abrangência maior com relação aos demais documentos (programas e projetos). É no plano que
são organizados os objetivos e as metas, bem como observado a viabilidade e a compatibilidade dos
mesmos. As estratégias também devem estar contidas nos planos, e para Baptista (2007), elas
devem ser bem explicitadas, justificadas e operacionais, para que de fato possibilitem a
exequibilidade do plano e o consentimento dos grupos e órgãos envolvidos. O plano também
apresenta os estudos, análises situacionais ou diagnósticos, nos quais devem ser explicitados os
principais pontos inerentes ao problema, além do conhecimento e dados acerca do mesmo,
identificando os pontos a serem contemplados. Portanto, a alternativa correta é a letra D. Também é
possível encontrar, na íntegra, o disposto na alternativa correta no texto de Joaquina Barata Teixeira
(Formulação, administração e execução de políticas públicas. In: Serviço Social: Direitos Sociais e
Competências Profissionais, Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009). É importante salientar, segundo Teixeira
(2009), que o Plano, o Programa e o Projeto, nada mais são do que meios através dos quais o
Planejamento se expressa.
b)
emite relatório circunstanciado ao juiz sobre a presente situação da adotante,
informando que, tendo em vista as substanciais mudanças na vida familiar do casal
cadastrado, providenciará sua exclusão do Cadastro de Adotantes, bem como a
indicação do adotando ao próximo casal ou pessoa constante do referido cadastro;
c)
informa ao Ministério Público a situação em presença, sugerindo a manutenção da
requerente no Cadastro de Adotantes e a consequente abertura do processo de adoção
da criança indicada, tendo em vista que a separação de casais não compromete o
exercício da maternidade;
d)
informa ao juiz a nova situação da adotante, através de relatório no qual sugere que o
caso seja remetido à Equipe Técnica do Juízo para atualização dos estudos técnicos,
com vistas a verificar se a separação do casal comprometeu de algum modo os
requisitos que atestem a compatibilidade da postulante à adoção com a natureza da
medida;
e)
suspende os procedimentos relativos à entrega da criança e orienta a adotante a
procurar a Defensoria Pública, já que a Lei Nacional de Adoção (Lei nº 12.010/09) é
omissa quanto a mudanças na configuração familiar que foi objeto das avaliações
realizadas durante o processo de habilitação para adoção.
A separação de um casal que deu início ao processo de adoção, por si só, não constitui medida para
que um deles ou mesmo o casal, não continuem o processo. Na lei 12.010, em seu Art. 42, § 4º,
está esclarecido que os casais divorciados e separados podem, inclusive, adotar conjuntamente caso
o estágio de convivência já tenha sido iniciado antes da separação; haja consenso entre o casal
sobre a guarda e o regime de visitas, e que seja comprovada que há ligação afetiva e de afinidade
entre aquele não detentor da guarda e o adotando, visto ser essa medida excepcional e a adoção
irrevogável. Na situação descrita na questão, considerando que a adotante manifestou vontade de
continuar com o processo, cabe ao assistente social informar ao juiz a nova situação em que se
encontra a adotante para que seus dados sejam atualizados e verificar junto à equipe técnica e
também a adotante se essa nova situação realmente não interfere no interesse de prosseguir com a
adoção. Deve-se compreender que a adoção é medida irrevogável e o interesse superior será
sempre o da criança e adolescente envolvido no processo. Destarte, qualquer
informação referente aos interessados na adoção deve ser considerado e analisado, de modo a
verificar se isto pode ou não implicar negativamente na vida do adotando, se permanece o interesse
em adotar, prevalecendo sempre os interesses e direitos do adotando.
TEXTO 2 - Existe, atualmente, uma ampla e variada literatura sobre análise e
avaliação de políticas, programas e projetos sociais.
No Serviço Social, esse debate tem início nos anos 1980, com a incorporação da
Teoria Social Crítica pela profissão, e adensa-se após a promulgação da
Constituição Federal de 1988, que aporta uma nova lógica para a elaboração e
implementação de políticas sociais públicas.
Nessa perspectiva, as políticas sociais “(...) devem ser entendidas e avaliadas
como um conjunto de programas, projetos e ações que devem universalizar
direitos” (Boschetti, 2009: 577).
b)
a identificação da concepção de Estado e de política social que determina seu
resultado;
c)
a política econômica que determina a relação custo-benefício para cada programa;
d)
os elementos constitutivos e determinantes de sua real necessidade;
e)
o estabelecimento de metas e a formação de equipes para monitorá-las.
Para Ivanete Boschetti (Avaliação de políticas, programas e projetos sociais. In: Serviço Social:
Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009), no que concerne à
avaliação de políticas sociais (e programas e projetos), esta não deve enfatizar o conjunto de
técnicas e métodos de avaliação que serão utilizados, nem a relação custo-benefício, que objetiva
atender o maior número de pessoas com menor gasto de recursos possível, visto que isto não condiz
com os objetivos da política social. Esse tipo de avaliação visa somente medir a intervenção do
Estado, sem de fato buscar conhecer o que é o mais fundamental, de que forma tais políticas,
programas ou projetos têm realmente impactado na realidade da população, se estão cumprindo
com o seus objetivos de ampliar e universalizar direitos, minimizar a desigualdade social e possibilitar
a equidade. Além disso, este tipo de avaliação tecnicista resulta na falta de análise crítica da função
e concepção de Estado e da política social e o cumprimento de sua real finalidade. Portanto,
conforme a autora, a avaliação de políticas, programas e projetos sociais deve priorizar a
compreensão do papel do Estado e da política social em cada momento histórico e político, visando
uma análise crítica e uma avaliação qualitativa destes, e não meramente pautar-se na verificação da
efetividade, eficácia e eficiência e de visões unilaterais acerca da constituição dessas políticas.
b)
somente III;
c)
somente I e III;
d)
somente II e III;
e)
I, II e III.
O projeto de trabalho do assistente social deve considerar diversos elementos, entre eles a análise
institucional, compreendendo como se configuram as relações de poder e força dentro da instituição
em que atua; que tipo de instituição é essa (pública, privada, com interferência de segmentos
religiosos, confessionais, etc); quais os recursos financeiros, materiais e humanos disponíveis; de
onde são obtidos os recursos financeiros, dentre outros fatores que devem ser conhecidos para que
seja elaborado um projeto de trabalho viável naquele espaço. Outra consideração importante que o
profissional deve buscar apreender e agregar ao seu projeto é qual o público alvo daquela
instituição, suas demandas e suas necessidades bem como seus espaços de organização, visando
corroborar para a luta da classe trabalhadora e construir um projeto direcionado para o atendimento
das reais necessidades da população usuária do serviço. Ademais, é imprescindível ao profissional ao
elaborar seu projeto o conhecimento acerca das políticas sociais e de outros profissionais que de
modo positivo ou negativo interferem no seu trabalho. Identificando as políticas sociais que
atravessam seu trabalho e podem contribuir no atendimento das demandas de seus usuários bem
como o projeto de outros profissionais que atuam no mesmo espaço que o assistente social, este
último pode vir a agregar forças com outros projetos profissionais que possuam a mesma direção
que o seu ou reconhecer quais serão seus entraves na execução de seu projeto, quando os outros
profissionais apresentarem propostas antagônicas às suas.
No final dos anos 1930, a primeira iniciativa no âmbito público de formação técnica
especializada na assistência no Rio de Janeiro, que demandará a formação de
assistentes sociais, virá:
a)
do Centro de Estudos e Ação Social;
b)
dos Centros Operários;
c)
da Fundação Leão XIII;
d)
do Juízo de Menores;
e)
das indústrias do Distrito Federal.
No âmbito público, o Juízo de Menores do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério da Justiça federal,
é o primeiro setor que demanda a formação de profissionais especializados em "assistência", ainda
na década de 1930. Como o próprio nome já sugere, esse setor requisitava assistentes sociais para
atuar juntamente aos "menores" "carentes" e "delinquentes", buscando minimizar esse "problema"
que se multiplicava pela cidade do Rio de Janeiro, a então capital da República. Desse modo,
profissionais ligados ao Juízo de Menores passam a se unir e em 1936 é realizado um curso de curta
duração em Serviço Social, com foco na "infância abandonada", e em 1938 é fundada a Escola
Técnica de Serviço Social no Rio de Janeiro (IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações Sociais e
Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 41 ed. São Paulo:
Cortez, 2014).
b)
decidir sobre a situação analisada e informar ao assessorado a decisão tomada;
c)
fiscalizar as ações e intervenções do sujeito que está sendo assessorado;
d)
emitir opinião em concordância com os interesses expressos do assessorado;
e)
analisar as situações do ponto de vista psicossocial e emitir opinião técnica ao
assessorado.
Na assessoria, cabe ao assessor indicar aos assessorados caminhos e alternativas, devendo estas
últimas serem concebidas em conjunto entre assessor e equipe técnica a qual assessora. A opinião
emitida pelo assessor não é imposta, ela pode e deve ser discutida com os assessorados, que podem
ou não concordar com as proposições e ideias apontadas pelo mesmo. Portanto, o papel do assessor
é de contribuir na elaboração do projeto de prática de uma equipe ou profissional, os quais, por sua
vez, tem a autonomia de seguir ou não o que lhes foi indicado.
Tomando por base a análise realizada por Iamamoto (2009), pode-se compreender
que as alterações verificadas nos espaços sócio-ocupacionais do assistente social
estão relacionadas:
a)
a processos sociais historicamente datados, expressando a dinâmica da acumulação, a
composição do poder político e a correlação de forças em seu âmbito, refratando ainda
as particulares condições e relações de trabalho prevalecentes na sociedade brasileira
b)
a processos macrossociais que incidiram sobre o universo do trabalho na sociedade
pós-industrial, sendo agudizados a partir do regime de acumulação flexível
c)
a processos ético-políticos gestados pelo movimento de renovação do Serviço Social
no Brasil que possibilitaram novas bases para a construção do projeto ético-político
crítico
d)
a processos sociais historicamente datados, expressando a dinâmica da acumulação, a
composição do poder político e a correlação de forças em seu âmbito, referindo-se a
condições sociais globais inscritas no âmbito do capital fetiche
e)
à autonomia e ao pleno desenvolvimento da profissão que permite que, no momento
presente, o Serviço Social tenha prestígio e reconhecimento pela classe trabalhadora
O mercado de trabalho assim como os espaços em que os assistente sociais atuam sofre alterações
devido às transformações ocorridas no âmbito da produção e na esfera do Estado. Assim, na
dinâmica atual do capitalismo em que se tem uma flexibilização do processo produtivo e da gestão
da força de trabalho e a instauração dos processos de contrarreforma do Estado, visando a
minimização e extinção de direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores,
teremos então impactos em todos os espaços ocupacionais bem como em todas as categorias
profissionais. Deste modo, a flexibilização das relações de trabalho, a implementação de novos meios
que intensificam a exploração do trabalhador, a regulação da terceirização, dos part-time, o
rebaixamento dos salários, o desemprego estrutural, afetam em igual medida os assistentes sociais,
precarizando suas condições e relações de trabalho. Além de que, a radicalização das expressões da
questão social diante desse novo contexto trará ainda mais e novas demandas ao assistente social,
que possui a questão social como seu objeto de trabalho. Outro fator importante que deve ser
considerado é o desfinanciamento das políticas sociais, lócus de trabalho privilegiado desse
profissional, resultando tanto na precarização desses espaços quanto no fechamento de postos de
trabalho para essa categoria e para outras que também atuam junto a política social, como
psicólogos, pedagogos, advogados, etc. Em resumo, os processo sociais e as mutações no interior
do capitalismo que buscam recuperar suas taxas de super lucros incidem diretamente sobre os
espaços ocupacionais de toda a classe trabalhadora, dentro da qual encontram-se os assistentes
sociais, posto que são também trabalhadores assalariados. Assim sendo, o avanço da agenda
neoliberal no Brasil acarretou consequências catastróficas para os trabalhadores, observando que
sempre tivemos formas precárias de trabalho que nunca foram superadas e que a partir desse
momento passam a ser acentuadas.
b)
ao Serviço Social estrutural-funcionalista e, particularmente, o Método do Serviço
Social de Grupo
c)
ao Serviço Social pautado na realidade brasileira, advindo do processo de renovação
latino-americano e, particularmente, o Método do Desenvolvimento de Comunidad
d)
ao Serviço Social Crítico e, particularmente, o Método BH
e)
ao Serviço Social conservador e, particularmente, o Método sociológico que requeria a
perspectiva da neutralidade
Os estudos socioeconômicos estão presentes como ação dos assistentes sociais desde os primórdios
da profissão, quando a mesma era ainda conservadora, pautada em perspectivas positivistas. O
Serviço Social constituído nos Estados Unidos e, especificamente, o método cunhado de Serviço
Social de Casos, propunha a realização de estudos socioeconômicos como uma das etapas desse
método. Esse método visava integrar o indivíduo na sociedade, minimizar os desajustamentos
sociais, através da realização de um estudo social de caso e, após, o diagnóstico e o tratamento. A
profissão ainda conservadora nesse período entendia a questão social como fatos sociais e natural
de toda sociedade, buscando promover o ajustamento dos indivíduos com desvios de caráter,
personalidade, etc. Atualmente os estudos socioeconômicos constituem competência profissional do
assistente social, conforme disposto na Lei de Regulamentação da Profissão (Lei n. 8.662/1993), em
seu Art. 4º, inciso XI. Porém, destacamos que a direção impressa ao se realizar esse estudo na
atualidade é completamente distinta daquela que possuía a profissão em sua gênese no país.
b)
família, gênero, poder judiciário e poder público, articulados aos processos sociais
contemporâneos que modificam gradativamente, na sua totalidade, suas estruturas
c)
questão social, políticas sociais, movimentos sociais e relações de gênero veiculados às
modificações societárias que potencializam a essência destes conceitos.
d)
políticas sociais, territorialidade, educação e ética, atrelados aos impactos que
produzem na vida do usuário quando modificados na sua estrutura socialmente
construída.
b)
instituições governamentais, não governamentais e paragovernamentais que se
dedicam a examinar atos de infrações leves e moderadas contra o direito à
propriedade dos cidadãos;
c)
um espaço de competência exclusiva do assistente social, que deve atuar
profissionalmente na investigação e avaliação de delitos relacionados a indivíduos tidos
como incapazes perante a lei;
d)
aquele que diz respeito ao conjunto de áreas em que a ação do Serviço Social articula-
se a ações de natureza jurídica, como o sistema penitenciário, o sistema de segurança,
e os sistemas de proteção e acolhimento;
e)
necessário para dotar o trabalho do assistente social de legitimidade e legalidade no
que diz respeito ao atendimento e à garantia de direitos a indivíduos em comprovada
ou suposta vulnerabilidade social.
A expressão "sociojurídico" é bem recente no Serviço Social, apesar da inserção deste profissional
neste espaço ter ocorrido no início da profissão no Brasil, segundo apontam Marilda Iamamoto e
Raul de Carvalho (Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-
metodológica. 19ª edição. São Paulo: Cortez, 2006). Na atualidade ela tem sido utilizada para se
referir ao trabalho do assistente social na esfera do Judiciário, nas Penitenciárias, no Ministério
Público, nas Defensorias Públicas, nas instituições de defesa de direitos humanos, nos serviços de
acolhimento institucional e familiar, no sistema de segurança e na execução de medidas
socioeducativas. O termo "sociojurídico" está diretamente relacionado ao trabalho do assistente
social que atua com o campo jurídico.
b)
refletir e construir com a família as possibilidades de acesso a serviços e a seus
direitos, com vistas a potencializar a proteção da criança a ser adotada;
c)
emitir parecer social para o juiz, indicando se será bom pai ou boa mãe do ponto de
vista da garantia dos direitos da criança;
d)
realizar estudo social para averiguar se é casal e se estão aptos socialmente para o
exercício da maternidade e da paternidade;
e)
elaborar parecer social e encaminhar ao juiz sobre as condições psicossociais da família
em assumir a responsabilidade pela proteção da criança.
Não somente na área sociojurídica, da qual se trata a questão acima, mas em todos os espaços
ocupacionais em que os assistentes sociais atuam, é muito comum que as demandas institucionais
para esses profissionais se resumam em práticas permeadas por conservadorismo. Com base no
CFESS (Atuação de assistentes sociais no Sociojurídico: subsídios para reflexão. Brasília/DF, 2014) há
ainda demandas a esse profissional para que o mesmo, com uma atitude policialesca, por exemplo,
vá ao domicílio dos indivíduos com vistas a verificar e analisar o seu comportamento, se são
inadequados ou não. E a partir disso construir o parecer ou estudo social, atestando se serão bons
pais ou não, se são "adequados" ou não, se serão competentes ou não para cuidar de uma
criança/adolescente. Esse tipo de prática, voltada para a análise do enquadramento das pessoas
e ajustamento na sociedade, de como estas deveriam ser ou agir, que realiza
julgamentos fundamentados em práticas moralizantes, não condizem com o verdadeiro trabalho do
assistente social na contemporaneidade. O assistente social ao realizar um estudo social ou parecer,
agindo como um disciplinador ou "policial", reproduz práticas existentes nos primórdios da profissão,
que já foram e são negadas pela categoria profissional. Assim sendo, no processo de adoção não
cabe ao assistente social averiguar se os pretendentes à adoção são mesmo um casal ou se
observando o comportamento deles é possível afirmar ou não que serão bons pais. Ao assistente
social, com base no seu Código de Ética e Projeto ético-político, bem como nas suas atribuições e
competências, cabe garantir o acesso dessa família aos seus direitos, indicar os serviços disponíveis
para seu atendimento e também da criança/adolescente que será adotada, informar sobre os
benefícios disponíveis em determinados casos, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
Deste modo, o assistente social tem o dever de assegurar e lutar pela expansão dos direitos,
possibilitando o acesso aos serviços, políticas sociais e benefícios, dispensando julgamentos que
cerceiem os direitos das pessoas, que sejam preconceituosos e intolerantes, devendo sempre
respeitar as diferenças, os novos arranjos familiares e as opções realizadas por cada pessoa.
a)
instituição de novos direitos trabalhistas;
b)
contratação de interventores sociais;
c)
centralização das políticas estatais;
d)
universalização das políticas sociais públicas;
e)
criminalização dos pobres.
b)
restringir a atuação profissional aos atendimentos emergenciais a indivíduos, grupos
ou famílias; e estabelecer uma relação entre o público e o privado, em que o poder
público transforma-se em mero repassador de recursos a organizações não
governamentais, que assumem a execução direta dos serviços socioassistenciais;
c)
expandir a participação popular através da eleição de líderes comunitários com o
objetivo de implementar miniconselhos locais; e limitar o atendimento em equipe
multiprofissional ao âmbito da competência de cada profissional, evitando assim
superposição de encaminhamentos;
d)
diversificar a oferta de políticas sociais cujo financiamento é privado, ou seja, cujos
recursos emanam de empresas que se localizam no entorno do CRAS; e aumentar o
escopo da população beneficiada por essas políticas, ainda que não totalmente
públicas;
e)
buscar parcerias com a iniciativa privada, com o objetivo de estabelecer programas de
transferência de renda próprios para as famílias não beneficiadas pelos programas
oficiais; e privilegiar o atendimento grupal em detrimento do atendimento individual.
Segundo os Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social (Org.
CFESS. Brasília/DF, 2011) a intervenção profissional nos Centros de Referência de Assistência Social
(CRAS), na atualidade, possui dois grandes desafios a enfrentar e superar. O primeiro é a tendência
da intervenção do assistente social no âmbito dos CRAS se tornar meramente emergencial,
designando a essas instituições e à própria atuação profissional o papel de "plantão de
emergências", tornando a intervenção pontual e pragmática, além de passar para os usuários uma
imagem de que o CRAS possui somente a função de mapear e fiscalizar o acesso aos benefícios de
transferência de renda. A segunda tendência diz respeito ao repasse de recursos do Estado (público)
para as instituições e organizações privadas, o que tem sido uma constante após a contrarreforma
do aparelho estatal. Assim, tais instituições e organizações passam a executar diretamente os
serviços socioassistenciais, implicando no trabalho do assistente social, que muitas vezes é chamado
somente para fiscalizar os serviços prestados por aquelas instituições/organizações, esquecendo-se
de suas demais competências, como de planejar, organizar e coordenar no âmbito da política de
Assistência Social. É importante ressaltar que, tendo em vista que a questão social é o objeto de
intervenção do assistente social, a intervenção deste profissional deve ser totalizante, no sentido não
somente de responder às demandas mais emergenciais, mas também buscar fortalecer os sujeitos
sociais e suas organizações e espaços de lutas; propor em conjunto com os sujeitos alternativas
políticas para enfrentamento e modificação da realidade; garantir e ampliar os direitos sociais e o
acesso aos serviços públicos, dentre outras competências deste profissional que podem e devem
fazer parte do seu exercício profissional na Política de Assistência Social. Em resumo, os CRAS
podem ser bem mais do que meros repassadores de benefícios, assim como o trabalho do assistente
social, pautado no seu Projeto Ético-Político e no Código de Ética da categoria, pode viabilizar a
construção de novas formas de enfrentamento da sociabilidade burguesa e fortalecimento dos
sujeitos sociais.
A reconfiguração dos direitos sociais no Brasil, a partir dos anos 1990, tem
implicado o apelo ao Terceiro Setor e ao empresariado como substitutivos das
políticas públicas. Essa inflexão é denominada:
a)
refilantropização das políticas sociais;
b)
universalização das políticas sociais;
c)
descentralização das políticas sociais;
d)
hierarquização das políticas sociais;
e)
centralização das políticas sociais.
Na década de 1990, com a adoção da agenda neoliberal no país e com o processo de contrarreforma
do Estado, visando a minimização e eliminação de coberturas e direitos sociais; a maximização do
Estado no que concerne o mercado e o capital; a desconsideração e caracterização da recém
promulgada Constituição Federal de 1988 como retrógrada, paternalista e causadora de gastos
excessivos pela máquina estatal por prever direitos à população, o Estado passa a se
desresponsabilizar de responder às sequelas da questão social. Sendo assim, era disseminada uma
ideologia de solidariedade, na qual a sociedade civil deveria se responsabilizar pelos problemas
sociais, evocando o passado quando a questão social era alvo de ações filantrópicas, benemerentes
e assistencialistas. É da década de 1990 em diante que o chamado Terceiro Setor - aquele distinto
do primeiro setor que é o Estado, e do segundo setor, onde se localiza o mercado - multiplica-se
pelo país, executando políticas públicas por meio das organizações não governamentais, instituições
sociais, entidades sem fins lucrativos, as quais muitas vezes atuam em parceria com o próprio
Estado que disponibiliza a elas parcos recursos. Assim, ocorre o que muitos autores denominam de
refilantropização da questão social, visto que esta última volta a ser alvo de ações pontuais e
filantrópicas. Além disso, é pontuado que há novas formas de refilantropização da questão social,
como a responsabilidade social desenvolvida pelas empresas capitalistas. Observa-se que esse tipo
de atividade contribui positivamente para a imagem das empresas, o que pode inclusive refletir em
seus lucros, além de que o Estado oferece vantagens e incentivos fiscais para aqueles que
fornecem esse tipo de serviço, sendo vantajoso para as empresas. É necessário salientar também
que quando serviços de caráter público e políticas sociais são oferecidos por instituições privadas,
organizações, entidades, o alcance da universalidade do atendimento fica cada vez mais distante.
Tais prestadores desses serviços e políticas podem eleger os critérios e regras que julgarem
melhores e necessários, tornando-os inacessíveis para alguns grupos da população.
Nos primeiros anos do século XX, a questão social já está definitivamente colocada
para a sociedade brasileira. Nesse contexto surgem as primeiras instituições
assistenciais subvencionadas pelo Estado. É a partir delas que se criam as bases
materiais (organizacionais e humanas) para o surgimento das primeiras escolas de
Serviço Social, marcadas por forte influência:
a)
fenomenológica;
b)
marxista;
c)
progressista;
d)
positivista;
e)
dialética.
A primeira escola de Serviço Social no Brasil surge em São Paulo na década de 1930 sob forte
influência do Serviço Social europeu, marcado pela presença contundente da Igreja Católica e sua
Doutrina Social. Após, na década de 1940, ocorre no Brasil uma interferência também do Serviço
Social norte-americano, cujos referenciais orientadores baseavam-se no pensamento conservador da
teoria social positivista. O positivismo compreende a sociedade como ahistórica, não sendo passível
de transformação e, assim sendo, os sujeitos é que deveriam adaptar-se à ela. Ou seja, este tipo de
pensamento era completamente funcional as necessidades do Estado e da burguesia naquele
momento, observando que ambos impulsionaram o desenvolvimento da profissão no país, afinal,
esse profissional era de extrema importância à eles. Assim, pode-se afirmar que o positivismo esteve
presente influenciando as primeiras escolas de Serviço Social no Brasil e a prática dos assistentes
sociais naquele período, sendo na atualidade recusado pela profissão, a qual tem se orientado pela
teoria social marxista.
De acordo com a Lei 8.662, de 7 de junho de 1993, que dispõe no seu artigo 5.º
sobre as atribuições privativas do Assistente Social, estas constituem em: realizar
vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a
matéria de Serviço Social. Acerca de alguns dos procedimentos e instrumentos
utilizados pelo profissional do Serviço Social, numere a coluna da direita de acordo
com sua correspondência com a coluna da esquerda.
1. Perícia Social
2. Estudo Social
3. Parecer Social
4. Laudo Social
c)
4–1–2–3
d)
3–1–4–2
e)
1–2–3–4
Com base em Eunice T. Fávero (O estudo social - fundamentos e particularidades de sua construção
na Área Jurídica. In: O estudo social em perícia, laudos e pareceres técnicos: debates atuais no
judiciário, no penitenciário e na previdência social. Orgs: CFESS. 11ª edição. São
Paulo: Cortez, 2014), o estudo social se caracteriza por ser um processo metodológico no qual o
Serviço Social por meio de seus conhecimentos específicos irá conhecer determinada realidade social
e econômica e, provavelmente, uma expressão da questão social, a qual é o objeto de intervenção
dessa profissão. Assim, através da compreensão detalhada e investigação aprofundada de uma
situação específica, a partir de uma perspectiva crítica, o assistente social poderá contribuir com o
juiz de modo a muni-lo de informações para subsidiar sua decisão.
O estudo social possibilita a realização da perícia social, através da qual é possível emitir o parecer
social e o laudo social. Normalmente, a perícia social é solicitada ao assistente social para auxiliar o
juiz numa determinada decisão. O assistente social, dotado de suas competências teórico-
metodológicas, ético-políticas e técnico-operativas, realiza a perícia, podendo ser utilizados vários
instrumentos e técnicas, como entrevistas, visitas domiciliares e institucionais, pesquisas
bibliográficas e documentais, dentre outros que ele julgar necessário para aprofundar seu
conhecimento acerca da situação estudada.
O laudo social, conforme apontado, é elaborado a partir da perícia social e vai apresentar ao juiz as
informações mais importantes acerca do estudo realizado, como se fosse uma síntese composta
pelas constatações mais relevantes da situação examinada.
O parecer social é uma opinião fundamentada e conclusiva acerca daquilo que foi estudado, daquela
realidade social. O parecer pode vir na estrutura do laudo social, como a sua conclusão ou vir a
parte, quando é solicitado ao assistente social, que já acompanha determinado caso, resposta
técnica a respeito de alguma questão. Nessa perspectiva, o parecer não visa definir qual a medida
legal ou a decisão a ser tomada, cabendo o mérito da decisão ao magistrado, mas indicar qual a
posição do profissional diante da situação analisada.
Em suma: o estudo social é o mais amplo, profundo. A perícia realiza um exame, verifica. Por meio
da perícia tem-se o laudo social, que possui as informações mais pertinentes e relevantes; e o
parecer social, que é conclusivo e possui uma opinião e manifestação do profissional a respeito da
situação analisada.
b)
combater a desigualdade social por meio de políticas universais;
c)
elaborar projetos de intervenção que visem a emancipação das populações carentes;
d)
atuar junto aos movimentos sociais a fim de capacitá-los para o exercício da cidadania
plena;
e)
mobilizar entidades classistas para análise da conjuntura e reivindicação de direitos
coletivos.
b)
combater a desigualdade social por meio de políticas universais;
c)
elaborar projetos de intervenção que visem a emancipação das populações carentes;
d)
atuar junto aos movimentos sociais a fim de capacitá-los para o exercício da cidadania
plena;
e)
mobilizar entidades classistas para análise da conjuntura e reivindicação de direitos
coletivos.
As transformações societárias rebatem sobre todas as categorias profissionais, entre elas a dos
assistentes sociais, que possuem nas políticas sociais umlócus privilegiado de atuação. A partir da
adoção ao neoliberalismo pelo Brasil na década de 1990, constata-se um retraimento do Estado em
suas funções sociais, implicando na redução dos investimentos em políticas sociais universais e no
retrocesso dos direitos sociais. O neoliberalismo propõe políticas sociais seletivas, focalizadas e
pontuais, de "alívio" a pobreza extrema, pois não se tem a pretensão de erradicar a pobreza, apenas
minimizá-la. Fato é que os assistentes sociais são demandados pela esfera estatal para atuar junto
à essas políticas, realizando atividades de administração de recursos e implementação de
serviços. Tais políticas possuem critérios rígidos de elegibilidade, já que a tônica neoliberal está em
concordância com a exclusão e não com a inclusão. Desse modo, os assistentes sociais têm sido
requisitados para administrar a pobreza por meio de políticas excludentes, paliativas e emergenciais.
Portanto, a letra A está correta, pois é a única alternativa que aponta as requisições feitas pelas
políticas neoliberais ao assistente social. As demais alternativas (B, C, D, E) indicam estratégias de
atuação que os assistentes sociais podem tecer diante desse contexto.
Cada vez mais o assistente social tem sido chamado a atuar em processos de
planejamento, avaliação e gestão em âmbito federal, estadual e municipal. No
entanto, não se deve confundir planejamento com plano, que se caracteriza por:
a)
compor um sistema integrado de benefícios, direitos, políticas e serviços destinados à
cobertura das necessidades das populações;
b)
ser um documento que indica um conjunto de projetos, cujos resultados permitem
alcançar o objetivo maior de uma política pública;
c)
empreender ações interventivas cotidianas, no sentido de promover a cidadania em
populações mais carentes, a fim de proporcionar seu empoderamento;
d)
conter estudos, análises situacionais ou diagnósticos necessários à identificação de
pontos a serem contemplados, bem como objetivos, estratégias e metas;
e)
constituir em instrumento de execução de empreendimentos específicos, destinados
para as mais variadas atividades e pesquisa no espaço público e privado.
O processo de Planejamento possui distintas etapas, e entre elas tem-se a da planificação, conforme
nos aponta Myrian Veras Baptista (Planejamento Social: intencionalidade e instrumentalidade, 2ª
edição, editora: Veras, São Paulo, 2007). Esta etapa, da planificação, ocorre após a tomada das
decisões, definidas considerando o contexto sócio-histórico e da instituição em que se atua. Assim,
tem-se início a organização das atividades e das ações fundamentais que possibilitem atingir os
resultados previstos. Nesse momento, as decisões são sistematizadas e expostas minuciosamente
em documentos, que conforme a autora, encontram-se em níveis decrescentes de decisão, sendo
eles: planos, programas e projetos. O plano, que é o documento mais importante no momento para
respondermos à questão, diz respeito a toda a estrutura organizacional, isto é, ele possui um âmbito
de abrangência maior com relação aos demais documentos (programas e projetos). É no plano que
são organizados os objetivos e as metas, bem como observado a viabilidade e a compatibilidade dos
mesmos. As estratégias também devem estar contidas nos planos, e para Baptista (2007), elas
devem ser bem explicitadas, justificadas e operacionais, para que de fato possibilitem a
exequibilidade do plano e o consentimento dos grupos e órgãos envolvidos. O plano também
apresenta os estudos, análises situacionais ou diagnósticos, nos quais devem ser explicitados os
principais pontos inerentes ao problema, além do conhecimento e dados acerca do mesmo,
identificando os pontos a serem contemplados. Portanto, a alternativa correta é a letra D. Também é
possível encontrar, na íntegra, o disposto na alternativa correta no texto de Joaquina Barata Teixeira
(Formulação, administração e execução de políticas públicas. In: Serviço Social: Direitos Sociais e
Competências Profissionais, Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009). É importante salientar, segundo Teixeira
(2009), que o Plano, o Programa e o Projeto, nada mais são do que meios através dos quais o
Planejamento se expressa.
b)
emite relatório circunstanciado ao juiz sobre a presente situação da adotante,
informando que, tendo em vista as substanciais mudanças na vida familiar do casal
cadastrado, providenciará sua exclusão do Cadastro de Adotantes, bem como a
indicação do adotando ao próximo casal ou pessoa constante do referido cadastro;
c)
informa ao Ministério Público a situação em presença, sugerindo a manutenção da
requerente no Cadastro de Adotantes e a consequente abertura do processo de adoção
da criança indicada, tendo em vista que a separação de casais não compromete o
exercício da maternidade;
d)
informa ao juiz a nova situação da adotante, através de relatório no qual sugere que o
caso seja remetido à Equipe Técnica do Juízo para atualização dos estudos técnicos,
com vistas a verificar se a separação do casal comprometeu de algum modo os
requisitos que atestem a compatibilidade da postulante à adoção com a natureza da
medida;
e)
suspende os procedimentos relativos à entrega da criança e orienta a adotante a
procurar a Defensoria Pública, já que a Lei Nacional de Adoção (Lei nº 12.010/09) é
omissa quanto a mudanças na configuração familiar que foi objeto das avaliações
realizadas durante o processo de habilitação para adoção.
A separação de um casal que deu início ao processo de adoção, por si só, não constitui medida para
que um deles ou mesmo o casal, não continuem o processo. Na lei 12.010, em seu Art. 42, § 4º,
está esclarecido que os casais divorciados e separados podem, inclusive, adotar conjuntamente caso
o estágio de convivência já tenha sido iniciado antes da separação; haja consenso entre o casal
sobre a guarda e o regime de visitas, e que seja comprovada que há ligação afetiva e de afinidade
entre aquele não detentor da guarda e o adotando, visto ser essa medida excepcional e a adoção
irrevogável. Na situação descrita na questão, considerando que a adotante manifestou vontade de
continuar com o processo, cabe ao assistente social informar ao juiz a nova situação em que se
encontra a adotante para que seus dados sejam atualizados e verificar junto à equipe técnica e
também a adotante se essa nova situação realmente não interfere no interesse de prosseguir com a
adoção. Deve-se compreender que a adoção é medida irrevogável e o interesse superior será
sempre o da criança e adolescente envolvido no processo. Destarte, qualquer
informação referente aos interessados na adoção deve ser considerado e analisado, de modo a
verificar se isto pode ou não implicar negativamente na vida do adotando, se permanece o interesse
em adotar, prevalecendo sempre os interesses e direitos do adotando.
b)
a identificação da concepção de Estado e de política social que determina seu
resultado;
c)
a política econômica que determina a relação custo-benefício para cada programa;
d)
os elementos constitutivos e determinantes de sua real necessidade;
e)
o estabelecimento de metas e a formação de equipes para monitorá-las.
Para Ivanete Boschetti (Avaliação de políticas, programas e projetos sociais. In: Serviço Social:
Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009), no que concerne à
avaliação de políticas sociais (e programas e projetos), esta não deve enfatizar o conjunto de
técnicas e métodos de avaliação que serão utilizados, nem a relação custo-benefício, que objetiva
atender o maior número de pessoas com menor gasto de recursos possível, visto que isto não condiz
com os objetivos da política social. Esse tipo de avaliação visa somente medir a intervenção do
Estado, sem de fato buscar conhecer o que é o mais fundamental, de que forma tais políticas,
programas ou projetos têm realmente impactado na realidade da população, se estão cumprindo
com o seus objetivos de ampliar e universalizar direitos, minimizar a desigualdade social e possibilitar
a equidade. Além disso, este tipo de avaliação tecnicista resulta na falta de análise crítica da função
e concepção de Estado e da política social e o cumprimento de sua real finalidade. Portanto,
conforme a autora, a avaliação de políticas, programas e projetos sociais deve priorizar a
compreensão do papel do Estado e da política social em cada momento histórico e político, visando
uma análise crítica e uma avaliação qualitativa destes, e não meramente pautar-se na verificação da
efetividade, eficácia e eficiência e de visões unilaterais acerca da constituição dessas políticas.
a)
somente I;
b)
somente III;
c)
somente I e III;
d)
somente II e III;
e)
I, II e III.
O projeto de trabalho do assistente social deve considerar diversos elementos, entre eles a análise
institucional, compreendendo como se configuram as relações de poder e força dentro da instituição
em que atua; que tipo de instituição é essa (pública, privada, com interferência de segmentos
religiosos, confessionais, etc); quais os recursos financeiros, materiais e humanos disponíveis; de
onde são obtidos os recursos financeiros, dentre outros fatores que devem ser conhecidos para que
seja elaborado um projeto de trabalho viável naquele espaço. Outra consideração importante que o
profissional deve buscar apreender e agregar ao seu projeto é qual o público alvo daquela
instituição, suas demandas e suas necessidades bem como seus espaços de organização, visando
corroborar para a luta da classe trabalhadora e construir um projeto direcionado para o atendimento
das reais necessidades da população usuária do serviço. Ademais, é imprescindível ao profissional ao
elaborar seu projeto o conhecimento acerca das políticas sociais e de outros profissionais que de
modo positivo ou negativo interferem no seu trabalho. Identificando as políticas sociais que
atravessam seu trabalho e podem contribuir no atendimento das demandas de seus usuários bem
como o projeto de outros profissionais que atuam no mesmo espaço que o assistente social, este
último pode vir a agregar forças com outros projetos profissionais que possuam a mesma direção
que o seu ou reconhecer quais serão seus entraves na execução de seu projeto, quando os outros
profissionais apresentarem propostas antagônicas às suas.
No final dos anos 1930, a primeira iniciativa no âmbito público de formação técnica
especializada na assistência no Rio de Janeiro, que demandará a formação de
assistentes sociais, virá:
a)
do Centro de Estudos e Ação Social;
b)
dos Centros Operários;
c)
da Fundação Leão XIII;
d)
do Juízo de Menores;
e)
das indústrias do Distrito Federal.
No âmbito público, o Juízo de Menores do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério da Justiça federal,
é o primeiro setor que demanda a formação de profissionais especializados em "assistência", ainda
na década de 1930. Como o próprio nome já sugere, esse setor requisitava assistentes sociais para
atuar juntamente aos "menores" "carentes" e "delinquentes", buscando minimizar esse "problema"
que se multiplicava pela cidade do Rio de Janeiro, a então capital da República. Desse modo,
profissionais ligados ao Juízo de Menores passam a se unir e em 1936 é realizado um curso de curta
duração em Serviço Social, com foco na "infância abandonada", e em 1938 é fundada a Escola
Técnica de Serviço Social no Rio de Janeiro (IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações Sociais e
Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 41 ed. São Paulo:
Cortez, 2014).
Tomando por base a análise realizada por Iamamoto (2009), pode-se compreender
que as alterações verificadas nos espaços sócio-ocupacionais do assistente social
estão relacionadas:
a)
a processos sociais historicamente datados, expressando a dinâmica da acumulação, a
composição do poder político e a correlação de forças em seu âmbito, refratando ainda
as particulares condições e relações de trabalho prevalecentes na sociedade brasileira
b)
a processos macrossociais que incidiram sobre o universo do trabalho na sociedade
pós-industrial, sendo agudizados a partir do regime de acumulação flexível
c)
a processos ético-políticos gestados pelo movimento de renovação do Serviço Social
no Brasil que possibilitaram novas bases para a construção do projeto ético-político
crítico
d)
a processos sociais historicamente datados, expressando a dinâmica da acumulação, a
composição do poder político e a correlação de forças em seu âmbito, referindo-se a
condições sociais globais inscritas no âmbito do capital fetiche
e)
à autonomia e ao pleno desenvolvimento da profissão que permite que, no momento
presente, o Serviço Social tenha prestígio e reconhecimento pela classe trabalhadora
O mercado de trabalho assim como os espaços em que os assistente sociais atuam sofre alterações
devido às transformações ocorridas no âmbito da produção e na esfera do Estado. Assim, na
dinâmica atual do capitalismo em que se tem uma flexibilização do processo produtivo e da gestão
da força de trabalho e a instauração dos processos de contrarreforma do Estado, visando a
minimização e extinção de direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores,
teremos então impactos em todos os espaços ocupacionais bem como em todas as categorias
profissionais. Deste modo, a flexibilização das relações de trabalho, a implementação de novos meios
que intensificam a exploração do trabalhador, a regulação da terceirização, dos part-time, o
rebaixamento dos salários, o desemprego estrutural, afetam em igual medida os assistentes sociais,
precarizando suas condições e relações de trabalho. Além de que, a radicalização das expressões da
questão social diante desse novo contexto trará ainda mais e novas demandas ao assistente social,
que possui a questão social como seu objeto de trabalho. Outro fator importante que deve ser
considerado é o desfinanciamento das políticas sociais, lócus de trabalho privilegiado desse
profissional, resultando tanto na precarização desses espaços quanto no fechamento de postos de
trabalho para essa categoria e para outras que também atuam junto a política social, como
psicólogos, pedagogos, advogados, etc. Em resumo, os processo sociais e as mutações no interior
do capitalismo que buscam recuperar suas taxas de super lucros incidem diretamente sobre os
espaços ocupacionais de toda a classe trabalhadora, dentro da qual encontram-se os assistentes
sociais, posto que são também trabalhadores assalariados. Assim sendo, o avanço da agenda
neoliberal no Brasil acarretou consequências catastróficas para os trabalhadores, observando que
sempre tivemos formas precárias de trabalho que nunca foram superadas e que a partir desse
momento passam a ser acentuadas.
b)
ao Serviço Social estrutural-funcionalista e, particularmente, o Método do Serviço
Social de Grupo
c)
ao Serviço Social pautado na realidade brasileira, advindo do processo de renovação
latino-americano e, particularmente, o Método do Desenvolvimento de Comunidad
d)
ao Serviço Social Crítico e, particularmente, o Método BH
e)
ao Serviço Social conservador e, particularmente, o Método sociológico que requeria a
perspectiva da neutralidade
Os estudos socioeconômicos estão presentes como ação dos assistentes sociais desde os primórdios
da profissão, quando a mesma era ainda conservadora, pautada em perspectivas positivistas. O
Serviço Social constituído nos Estados Unidos e, especificamente, o método cunhado de Serviço
Social de Casos, propunha a realização de estudos socioeconômicos como uma das etapas desse
método. Esse método visava integrar o indivíduo na sociedade, minimizar os desajustamentos
sociais, através da realização de um estudo social de caso e, após, o diagnóstico e o tratamento. A
profissão ainda conservadora nesse período entendia a questão social como fatos sociais e natural
de toda sociedade, buscando promover o ajustamento dos indivíduos com desvios de caráter,
personalidade, etc. Atualmente os estudos socioeconômicos constituem competência profissional do
assistente social, conforme disposto na Lei de Regulamentação da Profissão (Lei n. 8.662/1993), em
seu Art. 4º, inciso XI. Porém, destacamos que a direção impressa ao se realizar esse estudo na
atualidade é completamente distinta daquela que possuía a profissão em sua gênese no país.
b)
instituições governamentais, não governamentais e paragovernamentais que se
dedicam a examinar atos de infrações leves e moderadas contra o direito à
propriedade dos cidadãos;
c)
um espaço de competência exclusiva do assistente social, que deve atuar
profissionalmente na investigação e avaliação de delitos relacionados a indivíduos tidos
como incapazes perante a lei;
d)
aquele que diz respeito ao conjunto de áreas em que a ação do Serviço Social articula-
se a ações de natureza jurídica, como o sistema penitenciário, o sistema de segurança,
e os sistemas de proteção e acolhimento;
e)
necessário para dotar o trabalho do assistente social de legitimidade e legalidade no
que diz respeito ao atendimento e à garantia de direitos a indivíduos em comprovada
ou suposta vulnerabilidade social.
A expressão "sociojurídico" é bem recente no Serviço Social, apesar da inserção deste profissional
neste espaço ter ocorrido no início da profissão no Brasil, segundo apontam Marilda Iamamoto e
Raul de Carvalho (Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-
metodológica. 19ª edição. São Paulo: Cortez, 2006). Na atualidade ela tem sido utilizada para se
referir ao trabalho do assistente social na esfera do Judiciário, nas Penitenciárias, no Ministério
Público, nas Defensorias Públicas, nas instituições de defesa de direitos humanos, nos serviços de
acolhimento institucional e familiar, no sistema de segurança e na execução de medidas
socioeducativas. O termo "sociojurídico" está diretamente relacionado ao trabalho do assistente
social que atua com o campo jurídico.
b)
refletir e construir com a família as possibilidades de acesso a serviços e a seus
direitos, com vistas a potencializar a proteção da criança a ser adotada;
c)
emitir parecer social para o juiz, indicando se será bom pai ou boa mãe do ponto de
vista da garantia dos direitos da criança;
d)
realizar estudo social para averiguar se é casal e se estão aptos socialmente para o
exercício da maternidade e da paternidade;
e)
elaborar parecer social e encaminhar ao juiz sobre as condições psicossociais da família
em assumir a responsabilidade pela proteção da criança.
Não somente na área sociojurídica, da qual se trata a questão acima, mas em todos os espaços
ocupacionais em que os assistentes sociais atuam, é muito comum que as demandas institucionais
para esses profissionais se resumam em práticas permeadas por conservadorismo. Com base no
CFESS (Atuação de assistentes sociais no Sociojurídico: subsídios para reflexão. Brasília/DF, 2014) há
ainda demandas a esse profissional para que o mesmo, com uma atitude policialesca, por exemplo,
vá ao domicílio dos indivíduos com vistas a verificar e analisar o seu comportamento, se são
inadequados ou não. E a partir disso construir o parecer ou estudo social, atestando se serão bons
pais ou não, se são "adequados" ou não, se serão competentes ou não para cuidar de uma
criança/adolescente. Esse tipo de prática, voltada para a análise do enquadramento das pessoas
e ajustamento na sociedade, de como estas deveriam ser ou agir, que realiza
julgamentos fundamentados em práticas moralizantes, não condizem com o verdadeiro trabalho do
assistente social na contemporaneidade. O assistente social ao realizar um estudo social ou parecer,
agindo como um disciplinador ou "policial", reproduz práticas existentes nos primórdios da profissão,
que já foram e são negadas pela categoria profissional. Assim sendo, no processo de adoção não
cabe ao assistente social averiguar se os pretendentes à adoção são mesmo um casal ou se
observando o comportamento deles é possível afirmar ou não que serão bons pais. Ao assistente
social, com base no seu Código de Ética e Projeto ético-político, bem como nas suas atribuições e
competências, cabe garantir o acesso dessa família aos seus direitos, indicar os serviços disponíveis
para seu atendimento e também da criança/adolescente que será adotada, informar sobre os
benefícios disponíveis em determinados casos, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
Deste modo, o assistente social tem o dever de assegurar e lutar pela expansão dos direitos,
possibilitando o acesso aos serviços, políticas sociais e benefícios, dispensando julgamentos que
cerceiem os direitos das pessoas, que sejam preconceituosos e intolerantes, devendo sempre
respeitar as diferenças, os novos arranjos familiares e as opções realizadas por cada pessoa.
a)
instituição de novos direitos trabalhistas;
b)
contratação de interventores sociais;
c)
centralização das políticas estatais;
d)
universalização das políticas sociais públicas;
e)
criminalização dos pobres.
b)
restringir a atuação profissional aos atendimentos emergenciais a indivíduos, grupos
ou famílias; e estabelecer uma relação entre o público e o privado, em que o poder
público transforma-se em mero repassador de recursos a organizações não
governamentais, que assumem a execução direta dos serviços socioassistenciais;
c)
expandir a participação popular através da eleição de líderes comunitários com o
objetivo de implementar miniconselhos locais; e limitar o atendimento em equipe
multiprofissional ao âmbito da competência de cada profissional, evitando assim
superposição de encaminhamentos;
d)
diversificar a oferta de políticas sociais cujo financiamento é privado, ou seja, cujos
recursos emanam de empresas que se localizam no entorno do CRAS; e aumentar o
escopo da população beneficiada por essas políticas, ainda que não totalmente
públicas;
e)
buscar parcerias com a iniciativa privada, com o objetivo de estabelecer programas de
transferência de renda próprios para as famílias não beneficiadas pelos programas
oficiais; e privilegiar o atendimento grupal em detrimento do atendimento individual.
Segundo os Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social (Org.
CFESS. Brasília/DF, 2011) a intervenção profissional nos Centros de Referência de Assistência Social
(CRAS), na atualidade, possui dois grandes desafios a enfrentar e superar. O primeiro é a tendência
da intervenção do assistente social no âmbito dos CRAS se tornar meramente emergencial,
designando a essas instituições e à própria atuação profissional o papel de "plantão de
emergências", tornando a intervenção pontual e pragmática, além de passar para os usuários uma
imagem de que o CRAS possui somente a função de mapear e fiscalizar o acesso aos benefícios de
transferência de renda. A segunda tendência diz respeito ao repasse de recursos do Estado (público)
para as instituições e organizações privadas, o que tem sido uma constante após a contrarreforma
do aparelho estatal. Assim, tais instituições e organizações passam a executar diretamente os
serviços socioassistenciais, implicando no trabalho do assistente social, que muitas vezes é chamado
somente para fiscalizar os serviços prestados por aquelas instituições/organizações, esquecendo-se
de suas demais competências, como de planejar, organizar e coordenar no âmbito da política de
Assistência Social. É importante ressaltar que, tendo em vista que a questão social é o objeto de
intervenção do assistente social, a intervenção deste profissional deve ser totalizante, no sentido não
somente de responder às demandas mais emergenciais, mas também buscar fortalecer os sujeitos
sociais e suas organizações e espaços de lutas; propor em conjunto com os sujeitos alternativas
políticas para enfrentamento e modificação da realidade; garantir e ampliar os direitos sociais e o
acesso aos serviços públicos, dentre outras competências deste profissional que podem e devem
fazer parte do seu exercício profissional na Política de Assistência Social. Em resumo, os CRAS
podem ser bem mais do que meros repassadores de benefícios, assim como o trabalho do assistente
social, pautado no seu Projeto Ético-Político e no Código de Ética da categoria, pode viabilizar a
construção de novas formas de enfrentamento da sociabilidade burguesa e fortalecimento dos
sujeitos sociais.
A reconfiguração dos direitos sociais no Brasil, a partir dos anos 1990, tem
implicado o apelo ao Terceiro Setor e ao empresariado como substitutivos das
políticas públicas. Essa inflexão é denominada:
a)
refilantropização das políticas sociais;
b)
universalização das políticas sociais;
c)
descentralização das políticas sociais;
d)
hierarquização das políticas sociais;
e)
centralização das políticas sociais.
Na década de 1990, com a adoção da agenda neoliberal no país e com o processo de contrarreforma
do Estado, visando a minimização e eliminação de coberturas e direitos sociais; a maximização do
Estado no que concerne o mercado e o capital; a desconsideração e caracterização da recém
promulgada Constituição Federal de 1988 como retrógrada, paternalista e causadora de gastos
excessivos pela máquina estatal por prever direitos à população, o Estado passa a se
desresponsabilizar de responder às sequelas da questão social. Sendo assim, era disseminada uma
ideologia de solidariedade, na qual a sociedade civil deveria se responsabilizar pelos problemas
sociais, evocando o passado quando a questão social era alvo de ações filantrópicas, benemerentes
e assistencialistas. É da década de 1990 em diante que o chamado Terceiro Setor - aquele distinto
do primeiro setor que é o Estado, e do segundo setor, onde se localiza o mercado - multiplica-se
pelo país, executando políticas públicas por meio das organizações não governamentais, instituições
sociais, entidades sem fins lucrativos, as quais muitas vezes atuam em parceria com o próprio
Estado que disponibiliza a elas parcos recursos. Assim, ocorre o que muitos autores denominam de
refilantropização da questão social, visto que esta última volta a ser alvo de ações pontuais e
filantrópicas. Além disso, é pontuado que há novas formas de refilantropização da questão social,
como a responsabilidade social desenvolvida pelas empresas capitalistas. Observa-se que esse tipo
de atividade contribui positivamente para a imagem das empresas, o que pode inclusive refletir em
seus lucros, além de que o Estado oferece vantagens e incentivos fiscais para aqueles que
fornecem esse tipo de serviço, sendo vantajoso para as empresas. É necessário salientar também
que quando serviços de caráter público e políticas sociais são oferecidos por instituições privadas,
organizações, entidades, o alcance da universalidade do atendimento fica cada vez mais distante.
Tais prestadores desses serviços e políticas podem eleger os critérios e regras que julgarem
melhores e necessários, tornando-os inacessíveis para alguns grupos da população.
Nos primeiros anos do século XX, a questão social já está definitivamente colocada
para a sociedade brasileira. Nesse contexto surgem as primeiras instituições
assistenciais subvencionadas pelo Estado. É a partir delas que se criam as bases
materiais (organizacionais e humanas) para o surgimento das primeiras escolas de
Serviço Social, marcadas por forte influência:
a)
fenomenológica;
b)
marxista;
c)
progressista;
d)
positivista;
e)
dialética.
A primeira escola de Serviço Social no Brasil surge em São Paulo na década de 1930 sob forte
influência do Serviço Social europeu, marcado pela presença contundente da Igreja Católica e sua
Doutrina Social. Após, na década de 1940, ocorre no Brasil uma interferência também do Serviço
Social norte-americano, cujos referenciais orientadores baseavam-se no pensamento conservador da
teoria social positivista. O positivismo compreende a sociedade como ahistórica, não sendo passível
de transformação e, assim sendo, os sujeitos é que deveriam adaptar-se à ela. Ou seja, este tipo de
pensamento era completamente funcional as necessidades do Estado e da burguesia naquele
momento, observando que ambos impulsionaram o desenvolvimento da profissão no país, afinal,
esse profissional era de extrema importância à eles. Assim, pode-se afirmar que o positivismo esteve
presente influenciando as primeiras escolas de Serviço Social no Brasil e a prática dos assistentes
sociais naquele período, sendo na atualidade recusado pela profissão, a qual tem se orientado pela
teoria social marxista.
De acordo com a Lei 8.662, de 7 de junho de 1993, que dispõe no seu artigo 5.º
sobre as atribuições privativas do Assistente Social, estas constituem em: realizar
vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a
matéria de Serviço Social. Acerca de alguns dos procedimentos e instrumentos
utilizados pelo profissional do Serviço Social, numere a coluna da direita de acordo
com sua correspondência com a coluna da esquerda.
1. Perícia Social
2. Estudo Social
3. Parecer Social
4. Laudo Social
b)
2–1–4–3
c)
4–1–2–3
d)
3–1–4–2
e)
1–2–3–4
Com base em Eunice T. Fávero (O estudo social - fundamentos e particularidades de sua construção
na Área Jurídica. In: O estudo social em perícia, laudos e pareceres técnicos: debates atuais no
judiciário, no penitenciário e na previdência social. Orgs: CFESS. 11ª edição. São
Paulo: Cortez, 2014), o estudo social se caracteriza por ser um processo metodológico no qual o
Serviço Social por meio de seus conhecimentos específicos irá conhecer determinada realidade social
e econômica e, provavelmente, uma expressão da questão social, a qual é o objeto de intervenção
dessa profissão. Assim, através da compreensão detalhada e investigação aprofundada de uma
situação específica, a partir de uma perspectiva crítica, o assistente social poderá contribuir com o
juiz de modo a muni-lo de informações para subsidiar sua decisão.
O estudo social possibilita a realização da perícia social, através da qual é possível emitir o parecer
social e o laudo social. Normalmente, a perícia social é solicitada ao assistente social para auxiliar o
juiz numa determinada decisão. O assistente social, dotado de suas competências teórico-
metodológicas, ético-políticas e técnico-operativas, realiza a perícia, podendo ser utilizados vários
instrumentos e técnicas, como entrevistas, visitas domiciliares e institucionais, pesquisas
bibliográficas e documentais, dentre outros que ele julgar necessário para aprofundar seu
conhecimento acerca da situação estudada.
O laudo social, conforme apontado, é elaborado a partir da perícia social e vai apresentar ao juiz as
informações mais importantes acerca do estudo realizado, como se fosse uma síntese composta
pelas constatações mais relevantes da situação examinada.
O parecer social é uma opinião fundamentada e conclusiva acerca daquilo que foi estudado, daquela
realidade social. O parecer pode vir na estrutura do laudo social, como a sua conclusão ou vir a
parte, quando é solicitado ao assistente social, que já acompanha determinado caso, resposta
técnica a respeito de alguma questão. Nessa perspectiva, o parecer não visa definir qual a medida
legal ou a decisão a ser tomada, cabendo o mérito da decisão ao magistrado, mas indicar qual a
posição do profissional diante da situação analisada.
Em suma: o estudo social é o mais amplo, profundo. A perícia realiza um exame, verifica. Por meio
da perícia tem-se o laudo social, que possui as informações mais pertinentes e relevantes; e o
parecer social, que é conclusivo e possui uma opinião e manifestação do profissional a respeito da
situação analisada.
b)
político-organizativos, de planejamento e gestão e socioassistenciais.
c)
teórico-metodológicos, ético-políticos e práticos.
d)
sociais, políticos e técnicos.
e)
filosóficos, políticos e históricos.
Assinale:
a)
se somente a afirmativa I estiver correta.
b)
se somente a afirmativa II estiver correta.
c)
se somente a afirmativa III estiver correta.
d)
se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e)
se todas as afirmativas estiverem corretas.
b)
compulsória.
c)
opcional.
d)
excepcional.
e)
circunstancial.
A mediação de conflitos é um mecanismo extrajudicial que pode ser utilizado para a resolução de
conflitos em diversas áreas, evitando a judicialização de algumas situações e, inclusive, pode ser
utilizado naqueles que se relacionam a crianças e adolescentes bem como suas famílias. Nas leis que
versam acerca dos direitos da criança e do adolescente, como o ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente - Lei n. 8.069/1990), a opção pela mediação em determinados conflitos, que claro, vai
depender de cada caso, não aparece explicitamente no texto. No Art. 100, da respectiva lei, algumas
alterações foram realizada e nelas podemos notar a opção por outras formas de resolutividade de
conflitos, como pode ser subentendido no disposto no inciso VII deste artigo que propõe uma
intervenção mínima do poder público nas questões familiares. No SINASE (Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo - Lei n. 12.594/2012), que versa mais especificamente sobre o
atendimento a adolescentes autores de atos infracionais, a opção pela não intervenção judicial é
mais visível, como visto no Art. 35 da respectiva Lei, em seu inciso II, que aponta: II-
excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de medidas, favorecendo-se meios de
autocomposição de conflitos.
Destarte, a mediação de conflitos é uma opção que pode ser utilizada nas situações que envolvam
crianças e adolescente e suas famílias, sendo assim, ela não é expressamente apontada como
compulsória ou excepcional nas legislações referentes a esse público. É um mecanismo extrajudicial
indicado, a depender de cada caso e observando o interesse superior da criança e do adolescente,
como expresso no ECA. Estes (criança e adolescente) também poderão participar do processo, visto
que também o ECA aponta a oitiva obrigatória dos envolvidos, considerando as crianças e
adolescentes como sujeitos de direitos e que devem ter suas opiniões respeitadas. Portanto, a
mediação é opcional e, dependendo do caso, a melhor forma de dar resolutividade aos conflitos,
sem o desgaste que um processo judicial, por exemplo, traria aos envolvidos.
b)
Observação, entrevista, pesquisa documental e pesquisa bibliográfica.
c)
Anamnese, perfil social, perfil econômico e histórico familiar
d)
Tese, antítese e síntese.
e)
Pesquisa bibliográfica, estudo, diagnóstico e tratament
b)
uma matéria em Serviço Social
c)
um direito do (a) assistente social
d)
uma atribuição privativa do (a) assistente social
e)
um dever do assistente social
A Lei de Regulamentação da Profissão de Assistente Social (Lei n. 8.662/1993) trata em seus Arts.
4º e 5º das competências e atribuições privativas desse profissional, respectivamente. No que se
refere às competências, estas não se constituem em atividades privativas do assistente social, ou
seja, existe neste artigo um rol de atividades para quais o assistente social é preparado na sua
formação e possui competência para desenvolvê-las, no entanto, outros profissionais também
podem realizá-las. Com relação às atribuições privativas, constantes no Art. 5º da respectiva lei,
estas são prerrogativas exclusivas daqueles detentores do diploma de graduação em Serviço Social,
isto é, dos Assistentes Sociais legalmente reconhecidos e inscritos no conselho de classe. Por isto, as
atividades lá descritas não podem, em hipótese nenhuma, serem realizadas por outros profissionais,
devido ao fato de ser necessário para desenvolvê-las conhecimentos específicos, próprios e que são
obtidos no curso de graduação de Serviço Social. Portanto, é uma atribuição privativa do assistente
social, conforme descrito no Art. 5º, em seu inciso V, assumir, no magistério de Serviço Social tanto
em nível de graduação como de pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos
próprios e adquiridos em curso de formação regular.
b)
A teorização ética fundamenta-se na experiência profissional do Assistente Social.
c)
A legitimidade social da profissão ocorre, fundamentalmente, pelo seu código de ética.
d)
A consciência ética não significa pertencimento a um projeto profissional.
b)
abertura ao ecletismo e ao debate plural com os especialistas de outras áreas.
c)
valorização das linguagens particulares no trabalho em equipe multiprofissional.
d)
junção de diversos conhecimentos especializados nas parcerias interprofissionais.
e)
sobreposição de vários conteúdos técnicos na abordagem com a população usuária
A intervenção interdisciplinar pressupõe a troca de saberes entre os profissionais, o que não significa
que cada profissional não possui mais sua especialidade, mas sim que os diferentes saberes que
cada um possui, atuando em consonância, podem contribuir para a não fragmentação do sujeito e
de sua realidade. Deste modo, a intervenção conjunta de profissionais que possuem distintos
conhecimentos é positiva e vantajosa no atendimento das necessidades da população, considerando
que uma mesma questão será vista por meio de um prisma, podendo ter enfoques distintos, o que
sem a troca de saber não ocorreria. É importante destacar que a justaposição de disciplinas, as quais
não se relacionam entre si, não é ainda o conceito que propõe a interdisciplinaridade. Esta última,
estabelece que deve haver uma relação de troca mútua entre os diferentes especialistas, uma
partilha de conhecimento entre eles e também entre os movimentos sociais, buscando contribuir
para o seu fortalecimento.
( ) Os avanços preconizados pela Constituição Federal para a saúde, por meio dos
dispositivos legais, são implementados sem resistências.
( ) O projeto de reforma sanitária adquire vulto no contexto da reforma gerencial do Es
tado brasileiro e da reordenação institucional das Políticas de Saúde.
( ) A saúde se torna mercadoria e passa a predominar o modelo assistencial privatista n
o conjunto do Sistema Único de Saúde.
b)
F, V e V.
c)
V, F e F.
d)
V, V e F.
e)
F, F e V.
A instituição do Sistema Único de Saúde (Lei Orgânica da Saúde - LOS: Lei n. 8.080/90 e
8.142/90) no Brasil não foi um processo realizado sem resistências e lutas. Ele é fruto da luta do
movimento sanitarista e movimentos sociais que realizaram desde a década de 1970 uma intensa
mobilização em torno da efetivação da saúde como uma política pública, preconizando um sistema
de saúde público, gratuito e universal. Ademais, realizou críticas ao modelo hospitalocêntrico,
pautado em práticas curativas, individualistas, que ainda estava vigente no país. Com a promulgação
da Constituição Federal de 1988, com forte apelo popular e dos movimentos citados, a saúde passa
a integrar a seguridade social brasileira como uma política pública, de direito de todos e dever do
Estado, constituindo um dos maiores sistemas de saúde do mundo. É claro que essa vitória dos
movimentos sociais e sanitarista não se deu sem resistência por parte da classe dominante, visto
que esta última está mais em consonância com o modelo de saúde privatista, extremamente
lucrativo, e propõe o desfinanciamento do Estado no que se refere às políticas públicas. O projeto de
reforma sanitária, uma das expressões pela luta por uma saúde pública e universal, presente no
cenário político desde a ditadura militar, adquire peso justamente com a redemocratização do país
na década de 1980. Entretanto, logo após a conquista da elaboração da Constituição Federal que
incorporou preceitos daquele movimento e outros direitos para a classe trabalhadora, o país nos
anos de 1990 inicia a adoção ao Consenso de Washington e a agenda neoliberal, os quais
preconizavam uma contrarreforma do Estado, baseada em conceitos advindos da administração
pública gerencial. Destarte, o Estado passa a desfinanciar diversas políticas públicas e sociais,
acusadas de sobrecarregarem a máquina estatal. Além disso, diversos serviços passam a ser
amplamente mercantilizados como a saúde e a educação. Assim, apesar do sucateamento da saúde
e o crescimento substancial da inciativa privada nesse campo, o SUS ainda resiste como um sistema
público e universal, atendendo grande parte da população brasileira.
b)
V, F e V.
c)
V, F e F.
d)
V, V e F.
e)
F, F e V.
Com relação aos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde), o relativo a descentralização político-
administrativa indica que os serviços serão descentralizados para as três esferas de governo (união,
estado e município), o que possibilita também maior participação da população no controle e
fiscalização dessa política. Desse modo, os serviços passam a estar também mais próximos da
população, tendo em vista que a municipalização possibilita essa proximidade. Assim, cada esfera do
governo passa a ter suas responsabilidades e autonomia para executar essa política, de acordo com
seus princípios e diretrizes gerais. As esferas governamentais devem também trabalhar de forma
articulada e oferecendo aquilo que é necessário para a sua região, de acordo com suas
particularidades.
O princípio da integralidade de assistência, outro princípio do SUS, compreende o ser humano de
forma total (integral) e não fragmentado. A integralidade no atendimento ao cidadão pressupõe
atendê-lo em todas as suas necessidades e, para tanto, necessita da articulação e da continuidade
das ações e serviços, com foco na prevenção e promoção da saúde e se for necessário, nos
serviços curativos, observando as peculiaridades de cada caso.
O princípio da regionalização aponta que é necessário o conhecimento de cada região para a
verificação de serviços já existentes e disponíveis de forma que estes possam ser utilizados,
propondo uma articulação e parceria entre os distintos serviços e regiões.
Todos os princípios do SUS estão dispostos na Lei 8.080/1990, em seu Art. 7º.
Portanto, a única afirmativa verdadeira é a primeira, as demais são falsas.
b)
substituir profissional exonerado(a), independentemente do motivo.
c)
exercer sua autoridade em qualquer situação.
d)
contribuir para a criação de mecanismos que visem à desburocratização.
e)
obter vantagens para terceiros, mas não pessoais.
Segundo o Código de Ética do assistente social, em seu Art. 5º, alínea g, é dever desse profissional
na sua relação com os usuários:
g- contribuir para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a relação com os/as
usuários/as, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados. Portanto, é dever do
profissional criar alternativas e meios que tornem mais acessível para os usuários os serviços
prestados pela instituição.
A letra "a" está incorreta e contrária ao expresso no Art. 4º, alínea j, visto que é vedado ao
assistente social assinar ou publicar em seu nome trabalhos de terceiros, mesmo que tenham sido
realizados sob sua supervisão. A letra "b" está errada, observando que o Art. 4º, alínea g, informa
que é vedado ao assistente social substituir profissional exonerado por defender os princípios da
ética profissional. A letra "c" está incorreta, considerando que o Art. 6º, alínea a, orienta que é
vedado ao assistente social exercer sua autoridade de modo que venha a limitar e prejudicar o
direito do usuário de participar e decidir livremente sobre seus interesses. A letra "e" está errada,
pois segundo o Art. 6º, alínea b, é proibido ao assistente social obter vantagens pessoais ou para
terceiros, aproveitando-se de situações resultantes da relação entre profissional e usuário.
b)
O momento inicial da profissão, ou seja, em meados da década de 1930, foi
eminentemente doutrinário e religioso, com fundamentação técnica advinda da
sociologia positivista.
c)
O momento inicial da profissão foi fundamentado pela filosofia tomista, expresso pelos
princípios científicos ligados à sociologia.
d)
Inicialmente, o Serviço Social foi marcado pela sociologia positivista para posterior
formação profissional fundamentada na filosofia tomista.
e)
O processo de formação profissional dos(as) assistentes sociais foi constituído por um
momento de aliança do Serviço Social ainda tecnicista e asséptico, com o
desenvolvimento marcado, essencialmente, pela ideologia do crescimento econômico e
da falsa participação popular.
A literatura profissional acerca das protoformas do Serviço Social no Brasil revela que a gênese da
profissão encontra-se na emergente sociedade urbano-industrial dos anos de 1930, numa conjuntura
marcada por conflitos de classe, pelo aumento da classe operária urbana e pelas lutas em prol dos
direitos sociais e de cidadania. A emergência do Serviço Social no país se inscreve no momento em
que a questão social é colocada no centro das contradições que permeiam a sociedade. A formação
técnica especializada para a prática da assistência vincula-se às especificidades daquela conjuntura,
marcadas por transformações políticas e sociais e pela necessidade da classe burguesa intervir
diretamente junto ao proletariado com vistas a integrá-lo e ajustá-lo ao seu projeto de dominação.
Portanto, a formação profissional dos assistentes sociais no Brasil foi influenciada pela Doutrina
Social da Igreja, orientada pelo ideário franco-belga, centrada numa perspectiva conservadora, na
qual a ação profissional deveria incidir sobre os valores e o comportamento de seus clientes visando
a integração desses nas relações sociais vigentes. As ações profissionais dos assistentes sociais se
justificavam caso respondessem aos problemas de atraso do país, portanto, a formação desses
profissionais era comprometida com as transformações estruturais ditadas pela ordem burguesa,
buscando integrar os trabalhadores aos projetos de desenvolvimento capitalista.
b)
técnica, tendo por base a doutrina religiosa, e não doutrinária.
c)
técnica, científica e moral doutrinária.
d)
técnica e científica, exclusivamente.
e)
moral, ética e doutrinária, exclusivamente.
De acordo com Maria C. Yazbek (O significado sócio-histórico da profissão. In: Serviço Social:
Direitos sociais e competência profissionais) em 1936 é inaugurada a primeira Escola de Serviço
Social no Brasil, na PUC/SP (Pontífica Universidade Católica de São Paulo) e inicialmente tem-se uma
forte influência do Serviço Social oriundo da Europa, marcado por forte presença da Igreja Católica
e do pensamento conservador e moralizante no trato da questão social, vista como um problema
individual e sujeita a intervenções psicologizantes. A profissão nesse período também era norteada
pela Doutrina Social da Igreja e pelos referenciais tomista e neotomista. A partir da década de 1940,
o Serviço Social brasileiro passa também a incorporar referências da profissão advindas do
continente norte-americano, acarretando um "mix" no Serviço Social (serviço social europeu+serviço
social norte-americano). Com isso, a profissão no Brasil passa a ser tecnificada, passando a adicionar
o pensamento positivista na orientação da sua formação e prática. Assim, a adoção no campo
técnico-científico da teoria social positivista juntamente com a Doutrina da Igreja vai conformar o
que foi designado por M. V. Iamamoto de (Renovação e Conservadorismo no Serviço Social. Ensaios
críticos. São Paulo: Cortez, 1992) "arranjo teórico-doutrinário". Portanto, entre a década de 1930 e
1940 o Serviço Social brasileiro possuía o eixo de formação técnica, científica e moral doutrinária.
b)
Nos primórdios da formação da profissão, o Serviço Social era visto como uma prática
humanitária sancionada pela igreja e rebatida pelo Estado.
c)
Não é verdade a afirmação de que o surgimento do Serviço Social foi marcado como
uma criação típica do capitalismo.
d)
A afirmação de que o Serviço Social se constituiu como uma importante estratégia de
controle social está correta.
e)
O Serviço Social surge como uma estratégia da burguesia de luta contra a consolidação
do sistema capitalista.
b)
Conservadorismo profissional.
c)
Assistência social.
d)
Assistência educativa.
e)
Novo associatismo estatal e religioso.
As ações de cunho assistencialista têm suas bases pautadas na noção de ajuda ao próximo,
benemerência, filantropia, apoiando-se muitas vezes, em práticas de voluntariado e de ajuda mútua,
sem o reconhecimento da perspectiva de direito ou de política pública. Este tipo de ação, focalizada
e pontual, acaba por reafirmar o individualismo, como se o próprio sujeito fosse o responsável pela
sua situação, além de contribuir para desonerar o Estado e o capital de responder às sequelas da
questão social transferindo para a sociedade civil essa incumbência. Nos primórdios do Serviço Social
no Brasil, a profissão era fundamentada no conservadorismo, predominando a intervenção
assistencialista, focada em atividades moralistas, de formação doméstica, integração do trabalhador
a empresa e a sociedade.
b)
retiraram da União a capacidade de investimento em face da descentralização
financeira e fiscal.
c)
reforçaram o poder do nível estadual de governo e a refilantropização da questão
social.
d)
permitiram maior autonomia na implementação das políticas sociais, transferindo ao
poder local a função de regulação.
e)
contribuíram para a aprovação da lei de responsabilidade fiscal, visando incrementar o
gasto social dos governos.
Tem sido recorrente a busca do poder judiciário para garantir direitos sociais,
principalmente aqueles relacionados ao direito à saúde, e também outros bens e
serviços garantidos em lei, mas não acessíveis efetivamente aos cidadãos. Esse
processo é conhecido como judicialização dos direitos sociais, em que está em
jogo
a)
a dificuldade do poder executivo em garantir a estrutura de provisão de serviços
sociais, tornando-se refém dos interesses dominantes.
b)
o privilegiamento dos setores mais abastados e informados da sociedade no acesso a
bens sociais por terem mais facilidade de acesso à Justiça.
c)
a ampliação da esfera pública de representação de interesses no âmbito do Estado,
ainda que de forma não condizente com o estado de direito.
d)
os entraves postos pela contrarreforma do Estado que mantêm à margem do
desenvolvimento as camadas médias da população.
e)
a regulação da vida social por meio de mecanismos de negociação e pactuação por via
judicial, o que eleva o gasto público.
A judicialização dos direitos sociais, como tem sido reconhecida a busca através do poder
judiciário pela efetivação de direitos previstos e garantidos em lei mas que não são de alguma
maneira disponibilizados ou acessíveis à população pelo Estado, tem sido recorrente por uma parte
da população brasileira na atualidade. Este processo, que também é desencadeado pela minimização
do Estado na área social, se por um lado passa a garantir os direitos daqueles que não conseguiram
acesso ao que necessitavam, acaba também por privilegiá-los de certa maneira, pelo fato de que
detêm informações e possibilidade de acesso a justiça, enquanto as camadas mais pobres da
população que não possuem acesso a informações e ao judiciário, acaba por continuar com esses
direitos negligenciados. Portanto, a transferência do acesso à direitos sociais a necessidade de
reivindicá-los na justiça exclui grande parte da população que não se beneficiará de tais direitos,
serviços e bens sociais, pelo fato de que nem todos possuem as mesmas possibilidades para acionar
a justiça e até as mesmas informações sobre quais são seus direitos.
O conceito de seguridade social definido nos marcos legais como princípio orientador da
política social brasileira tem como eixo
a)
a inclusão de todos os que contribuem com os fundos públicos.
b)
a superação da perspectiva neoliberal ao incluir os trabalhadores formalizados.
c)
o estabelecimento dos mínimos sociais como meta do investimento público.
d)
a extensão da proteção social a todos os membros da sociedade.
e)
a noção de seguro social centrado na relação benefício /contribuição.
Segundo Aldaíza Sposati (Modelo brasileiro de proteção social não contributiva: concepções
fundantes. In: Concepção e gestão da proteção social não contributiva no Brasil. MDS, Brasília:
2009) o conceito de seguridade social exposto na Constituição Federal de 1988 (CF), certamente, foi
um avanço, visto que a partir daquele momento a proteção social brasileira estava desvinculada da
ideia de emprego formal. Anteriormente à CF, tinham acesso à previdência social somente os
trabalhadores formais urbanos, excluindo os rurais; a saúde era majoritariamente prestada por
instituições da iniciativa privada; e a assistência social era caracterizada por ações assistencialistas. A
partir da CF e da ampliação da proteção social, a Seguridade Social passou a assegurar à todos os
cidadãos o acesso à saúde, à previdência social e à assistência social, sendo estas caracterizadas
como políticas públicas de competência do Estado.
b)
mantém espaços de diálogo permanente que permitam a recomposição de trabalhos
parcelares.
c)
elabora projetos conjuntos de ação para enfrentamento de situações, ainda que atuem
individualmente
d)
reúne-se com periodicidade sistemática para discutir casos e processos institucionais.
e)
estabelece uma ação coletiva no planejamento e na execução de suas intervenções.
Compreende-se que a renovação do Serviço Social iniciada nos anos 1960 produziu um
conjunto diversificado de propostas teórico-metodológicas para a profissão. Esse
movimento foi possível graças
a)
à realização do Congresso da Virada e sua repercussão para a profissão.
b)
ao esforço do CBCISS e sua articulação com o Serviço Social internacional.
c)
à laicização do Serviço Social e sua incursão no circuito acadêmico.
Foi nos anos 1960 e 1970, em meio a autocracia burguesa, que o mercado de trabalho nacional para
os assistentes sociais se expandiu, tanto no âmbito estatal, com a reorganização do Estado, tanto na
esfera privada, nas empresas. O contexto econômico, político e social deflagrado pela ditadura abriu
espaço para a inserção desse profissional em outras áreas, além de demandar também novas
caraterísticas e um novo perfil profissional mais racional e técnico e condizente com a modernização
conservadora em curso no país. Assim, buscou-se um afastamento das bases originárias do Serviço
Social no país, rompendo com influência da Igreja Católica e inserindo o Serviço Social no âmbito
universitário. Deste modo, a autocracia burguesa ao intervir na política educacional e na prática
profissional dos assistentes sociais com vista a tornar esse profissional mais um agente que atue a
favor da ordem, acabou por propiciar as condições de renovação da profissão. Foi justamente no
período ditatorial brasileiro e das condições por ele postas (laicização da profissão e inserção na
universidade) que o Serviço Social acumulou forças para direcionar sua prática e formação para
outra direção distinta da imposta pela autocracia. O processo de renovação do Serviço Social é
tratado por José Paulo Netto (Ditadura e Serviço Social no Brasil: uma análise do Serviço Social pós-
64. 17ª edição. São Paulo: Cortez, 2015) e implicou em três direções: 1) perspectiva modernizadora;
2) reatualização do conservadorismo e 3) intenção de ruptura.
b)
V, F, V F.
c)
V, F, F, V.
d)
V, F, V, V
e)
F, V, F, F
O campo da educação apesar de não ser novo enquanto espaço para atuação de assistentes
sociais apresenta ainda números tímidos desses profissionais. Conforme o documento "Subsidios
para a atuação de Assistentes Sociais na Política Educacional" (CFESS/Brasília: 2013) o trabalho do
assistente social junto a Política de Educação deve ser pautado na perspectiva de educação
enquanto uma possibilidade de desenvolvimento dos indivíduos em todos os sentidos, seja física,
afetiva e mentalmente. Ou seja, deve-se pensar na educação para além das exigências do mundo do
trabalho, que requer somente que os indivíduos se qualifiquem minimamente. Assim, apesar do
assistente social ser demandado na educação para atuar através de políticas e
programas institucionalizados, esse profissional é competente para forjar estratégias que fortaleçam
os estudantes e a classe trabalhadora. Afinal, a luta pelo acesso e permanência na educação é
também uma luta histórica da classe trabalhadora. Ademais, o trabalho do assistente social na
educação não é focado somente nos estudantes, ele abrange todos os envolvidos no processo
educacional, desde a família dos estudantes até os funcionários da instituição de ensino. Portanto, é
importante o profissional, a partir de uma análise crítica da Política Educacional, compreender a
ideologia que envolve termos como "educação inclusiva" e "democratização da educação", muitos
deles inerentes aos discursos da classe dominante. Afinal, nota-se uma expansão da educação na
atualidade, sobretudo no ensino privado e a distância, sem se preocupar com a qualidade dessa
formação bem como das condições de permanência dos estudantes nas instituições. Também tem-se
preterido uma educação que permita capacidade crítica e emancipação dos sujeitos a um ensino
ligeiro e técnico, de formação básica para o mercado de trabalho.
b)
implementar programas sociais.
c)
participar do gerenciamento de políticas sociais.
d)
aprimorar-se profissionalmente de forma continuada.
e)
desempenhar suas atividades profissionais com eficiência
De acordo com o Código de Ética do/a Assistente Social (Lei n. 8.663/1993), no Título II Dos direitos
e das responsabilidades gerais do/a assistente social, em seu Art. 3º, que dispões acerca
dos deveres deste profissional, na alínea A, encontra-se: A- desempenhar suas atividades
profissionais, com eficiência e responsabilidade, observando a legislação em vigor.
Deste modo, a letra E, por não se constituir um direito mas sim um dever do assistente social é a
resposta correta.
Todas as demais letras constituem direitos do/a assistente social, conforme o Código de Ética.
ERRADA
*As redes primárias são constituídas por laços de família, parentescos, vizinhança e trabalho, em
seu conjunto, formam uma trama de relações de confere ao sujeito identidade e sentido de pertencer.
*As redes secundárias são constituídas por laços que se estabelecem entre as instituições,
organizações de mercado e do terceiro setor, existem também as redes secundárias constituídas por
pessoas que visam a resposta a uma necessidade imediata.
As redes primárias são aquelas construídas entre a família, a comunidade, por relações
afetivas, consanguíneas e de solidariedade (como entre vizinhos), e que fazem parte do cotidiano
dos indivíduos. Provavelmente, esta rede será o primeiro apoio do indivíduo na sociedade,
entretanto, deve-se lembrar que elas não se constituem um ambiente harmonioso e livre de
conflitos. Deste modo, as redes primárias são basicamente construídas espontaneamente pelos
indivíduos a partir de laço afetivos, familiares e de ajuda mútua. Já as redes secundárias são
constituídas por organização não governamentais, instituições do terceiro setor, do Estado e também
do mercado e visam responder a determinadas necessidades da sociedade e dos indivíduos.
JUSTIFICATIVA do CESPE– As redes primárias ou de proteção espontânea são aquelas que
se organizam na perspectiva do apoio mútuo e da solidariedade, como nas relações
afetivas, de parentesco, de proximidade com amigos, vizinhos e nas relações entre os
indivíduos de uma mesma comunidade. Essas formas de rede são tecidas no cotidiano,
estimuladas pelas demandas de apoio na convivência e, frequentemente,
passam despercebidas pelos sujeitos que nela se inserem e se relacionam.
A proteção social básica objetiva especificamente amparar a população que vive em
situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, da privação e(ou) que apresenta
fragilização de vínculos afetivo-relacionais e de pertencimento social.
ERRADA
A proteção social da Assistência social possui 2 níveis de atenção distintos, sendo eles:
1) Proteção Social Básica (PSB): está possui como objetivo a prevenção das violações, dos riscos
sociais, ou seja, atua antes que ocorra a o rompimento de vínculos, buscando fortalecê-los tanto
com a família quanto com a comunidade, por meio de diversos serviços, programas e projetos.
Assim, possui como porta de entrada os CRAS (Centros de Referência de Assistência Social), onde
são desenvolvidas as ações sócio-assistenciais que compõem a PSB. Assim, a PSB é voltada para
pessoas e famílias em situação de pobreza, que não possuam renda ou emprego, sem acesso a
serviços públicos, e que apresentem vínculos afetivos e sociais debilitados. No entanto, atente-se
para o fato de que a PSB não ampara ou protege, ela pauta-se na prevenção.
2) Proteção Social Especial (PSE): está possui caráter protetivo e atua junto a famílias e pessoas que
estejam em situação de risco, com seus direitos ameaçados e/ou violados. A PSE possui 2 níveis de
complexidade: 2.1) a Proteção Social Especial de Média Complexidade, que visa o atendimento de
pessoas e famílias que, embora, tenham tido seus direitos violados, ainda possuem minimamente o
vínculo com a família e a comunidade, ou seja, ainda não ocorreu o rompimento efetivo desses
vínculos. 2.2) A Proteção Social Especial de Alta Complexidade é voltada para o atendimento de
pessoas que já possuem seus vínculos familiares e sociais rompidos e não se encontram mais no seio
familiar, necessitando, inclusive, de acolhimento momentâneo.
JUSTIFICATIVA do CESPE– A proteção social básica tem como objetivos prevenir situações
de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento
de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação
de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou
nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos –
relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por
deficiências, dentre outras). (Política Nacional de Assistência Social – PNAS.
Brasília, novembro, 2005, p. 33).
b)
a aplicação do seguro desemprego foi um tema com dificuldade de avanço porque a
classe empresarial não compreendia esse benefício como provisão temporária de renda
em situação circunstancial de desemprego.
c)
a instituição da Seguridade Social como sistema básico de proteção social, integrava as
políticas de previdência social, assistência social, saúde, educação e emprego e renda,
tornando, assim, ampliação dos direitos sociais de acesso universal a todos aqueles
que dele necessitassem.
d)
o direito de acesso universal e gratuito à saúde ficou instituído a partir da
responsabilidade bipartite entre Estado e sociedade civil, entendendo que, no âmbito
do SUS, a obrigatoriedade de oferta da esfera governamental é a atenção básica,
ficando os demais níveis de complexidade para as iniciativas não governamentais.
e)
com o objetivo de garantir o direito constitucional à seguridade social definiu-se, no
mesmo texto da carta Magna, a partilha do fundo público de responsabilidade dos três
entes federados que obrigam disponibilizar, no mínimo, 35% da arrecadação para a
implementação das políticas sociais públicas que compõem seu campo.