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243 QUESTOES COMENTADAS DE SERVIÇO SOCIAL PELOS PROFESSORES DO QC

Os pressupostos estruturantes do projeto ético-político do serviço social começaram


a ser questionados, no plano do conhecimento, a partir do fortalecimento da razão
instrumental e do pensamento conservador em detrimento das concepções da
teoria marxista e da razão dialética.

CERTA

O projeto ético-político hegemônico do Serviço Social na atualidade é pautado na perspectiva


marxista e na razão dialética, comprometido com a construção de uma nova sociedade, justa e
igualitária, com as lutas dos trabalhadores e sua emancipação. No entanto, isso não significa que
não exista outros projetos em disputas no interior da própria categoria profissional, sobretudo, em
tempos de reacionarismo burguês, de uma forte onda conservadora e neoliberal, que atinge também
os assistentes sociais. Desse modo, o projeto ético-político dos assistentes sociais vem
sendo desafiado, ainda mais numa conjuntura tão adversa, sendo questionado por outros
pressupostos advindos de perspectivas neoliberais, da razão instrumental, do conservadorismo.

No contexto da visita domiciliar, é recomendável o uso da entrevista diretiva para


coletar informações que auxiliem na confirmação de uma realidade particular.

CERTA

O assistente social ao realizar uma visita domiciliar deve ter claro a finalidade da mesma, a qual visa
complementar e conhecer, no próprio ambiente em que vive, os sujeitos sobre os quais está se
elaborando determinado conhecimento. A ida aos domicílios dos sujeitos envolvidos em algum
estudo ou em casos que necessitem de maiores informações e esclarecimentos pode trazer
importantes contribuições acerca das condições de vida, de trabalho, de moradia, de lazer, de
acesso ou não a serviços e direitos, questões essas que perpassam e condicionam a vida dessas
pessoas. Assim, a visita domiciliar não deve ser utilizada com a intenção de identificar
supostas "verdades" ou "mentiras" declaradas pelas pessoas envolvidas, ela não deve ter um caráter
policialesco e muito menos invadir a privacidade dos moradores. Ela envolve o bom senso do
profissional, o sigilo profissional bem como a dimensão ética da profissão. Os instrumentos
utilizados, normalmente a observação e a entrevista quando se trata de visita domiciliar, são
escolhidos pelo profissional e podem variar de acordo com a finalidade que se almeja.

Sobre a relação entre o Estado e a chamada Sociedade Civil na Constituição da


Política Social Brasileira nas últimas décadas, assinale a alternativa correta.
a)
Os chamados movimentos sociais da década de 1980 caracterizam-se pelo seu caráter
meramente sugestivo, sem intenção de efetiva reivindicação.

b)
Somente na década de 1990 que os chamados movimentos sociais passam a deter
caráter reivindicatório, podendo-se destacar o movimento de impeachment do então
Presidente da República.

c)
Na década de 1990, a ideia de participação social passa a ser vista como sendo
“solidária” por meio de trabalho de voluntariado e concepção de responsabilidade
social de indivíduos e empresas.
d)
Com a politização da participação da sociedade civil na década de 1990, focada em
valores morais e conectada com o coletivo, constatam-se um desenvolvimento e
amadurecimento na ocupação de espaços públicos participativos.

e)
Na década de 1980, por opressão do regime da época, há uma clara despolitização do
significado de participação social, havendo uma ênfase à participação individualista,
ligada a valores morais por meio de ações de responsabilidade social de indivíduos,
empresas e movimentos ligados a instituições religiosas

Empresa-cidadã: uma estratégia de hegemonia. A RSE, para a autora, resulta de um


momento de maior organização do empresariado, que busca intervir na sociedade. Indaga-
se se está em curso no país, desde os anos 1990, uma nova “cultura empresarial”, pautada
na concepção de cidadania: Parece haver, princípio, uma “concordância geral”, no meio
empresarial, de que o exercício da cidadania alavanca um processo histórico de mudanças
rumo a uma sociedade com igualdade e justiça social, pois cada cidadão indiferenciado
abandona a postura passiva de “ficar esperando por uma ação do Estado” e toma para si,
por meio da solidariedade e da ajuda mútua, a responsabilidade de zelar pelo bem comum,
semeando um futuro melhor para a coletividade, num presente sem conflitos e lutas de
classe (César, 2005, p. 217-18).
Na década de 1990, apesar da recente promulgação da Constituição Federal de 1988 cunhada por
muitos como "Constituição cidadã" por representar uma marco naquela conjuntura, e que trazia
inclusive aspectos da social-democracia para o Brasil, ocorreu a adoção do país aos preceitos
neoliberais. Deste modo, aspectos da Constituição foram desconsiderados e desconfigurados,
implicando num chamamento a sociedade civil para responder as sequelas da questão social,
desonerando o Estado desta incumbência. Assim, diversos serviços de caráter público, acusados de
sobrecarregarem o Estado conforme os ideais neoliberais, são repassados a sociedade civil e a
inciativa privada, como se estes dois fossem capazes de executá-los melhor. O que ocorre, de fato, é
a abertura para a privatização de diversos serviços e direitos sociais, como saúde e educação, que
deveriam ser prestados unicamente pelo Estado. A questão social volta a ser alvo de ações
filantrópicas, benemerentes, de ajuda alheia e solidariedade, bem como das ações de
responsabilidade social de empresas, que mais que preocupadas com a desigualdade social do país,
visam também melhorar sua imagem, o que lhe traz inclusive mais lucro, além de receber incentivos
e isenções fiscais do Estado por prestar este tipo de serviço. Assim, a ideia de participação social foi
completamente distorcida. Em vez de se pensar esse tipo de participação enquanto um elemento
necessário a democratização do Estado, como inclusão da população nas instâncias de decisão e
poder, caracterizou-se a participação social como ideia de envolvimento da população nas causas
"sociais", despolitizando a questão social e ausentando o Estado de suas responsabilidades.

Acerca do modelo de proteção social não contributivo, assinale a alternativa


correta.
a)
O sentido de não contributivo é estritamente social, não podendo ser confundido com
o conceito econômico de acesso a algo fora das relações de mercado.

b)
A assistência social somente se transferiu para a prática estatal com o advento dos
regimes socialistas na Europa.

c)O sentido de proteção social não contributivo é destinado apenas aos filiados da
previdência social.
d)
O sentido de proteção social não contributivo se distingue de proteção social
contributivo porque está fundada em um modelo pré-pago enquanto que o
contributivo é pós-pago.

e)
A proteção não contributiva não se restringe ao combate à pobreza, sendo o direito à
inclusão social um direito humano inalienável e protegido pela Constituição Federal de
1988.

Conforma Aldaíza Sposati (Modelo brasileiro de proteção social não contributiva: concepções
fundantes. In: Concepção e gestão da proteção social não contributiva no Brasil. MDS, Brasília,
2009), a proteção social não contributiva se refere àquela em que não é necessária uma
contrapartida monetária para o cidadão ter acesso, ou seja, o seu conceito é referente a
universalidade, já que todos possuem direito de acessá-la. Restringir a proteção social não
contributiva a segmentos da população ou ao combate específico da pobreza, por exemplo, significa
reduzir os direitos de toda a população. A partir da promulgação da Constituição Federal (CF) de
1988 e da aprovação da Assistência Social enquanto política pública não contributiva aponta-se que
os usuários são sujeitos de direito, e que essa proteção é destinada à toda a população (ou deveria
ser, mas infelizmente muitas vezes ela é excludente). Busca-se ultrapassar a noção de uma
proteção social voltada ao atendimento dos mais pobres, já que o acesso a ela é "gratuito" e fora
das relações mercantilizadas, implementando uma política de caráter e abrangência universal. Deste
modo, a proteção social não contributiva deve ser compreendida enquanto uma política voltada a
todos os cidadãos buscando sanar suas necessidades, possibilitando a inclusão social no sentido de
garantir o acesso e a participação de todos de forma igualitária na sociedade, consoante com o
postulado pelos direitos humanos - que assegura a inclusão social a todos - e pela própria CF
brasileira que defende tais direitos. Pode-se citar como exemplo, como a própria autora aponta, o
Estatuto da Criança e do Adolescente que assegura e defende a proteção de todas as crianças e
adolescentes, sejam pobres ou ricos. Portanto, o Estatuto de forma universal protege esse grupo
específico, já que violações de direitos podem ocorrer em todos os lugares, por isso faz-se
importante a proteção às pessoas. Assim, se o objetivo é a equidade entre as pessoas, é necessário
romper com a antiga concepção de que somente na pobreza se tem violações de direitos,
vulnerabilidades sociais ou necessidade de intervenções, promovendo uma proteção social, de fato,
universal.

I. A chamada entidade aberta de previdência complementar, segundo a legislação atual,


somente pode ser organizada sob a forma de sociedade civil ou fundação sem finalidade
lucrativa.
II. O plano mais comumente oferecido por uma entidade aberta de previdência complementar é
aquele chamado de “contribuição definida”.
III. A entidade fechada de previdência complementar somente ainda é acessível aos
empregados de uma empresa ou grupo de empresas, sendo, ainda, objeto de estudo a
possibilidade de estender essa possibilidade a servidores de entes governamentais e associados
ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial.
IV. Por um plano de previdência complementar de uma entidade fechada, é assegurado ao
participante: a) possibilidade do benefício proporcional diferido (ou vesting); b)
autopatrocínio; c) portabilidade; d) resgate nos casos de rompimento de vínculo empregatício
com o patrocinador ou associativo com o instituidor, antes mesmo de se tornarem elegívei s
para o recebimento da aposentadoria.
É correto o que se afirma em
a)
I e II, apenas.

b)
I e III, apenas.

c)
II e III, apenas.

d)
II e IV, apenas.

e)
III e IV, apenas.

A Previdência Complementar é opcional ao trabalhador e pode lhe proporcionar um rendimento extra


ao se aposentar. Há dois tipos de Previdência Complementar, a previdência aberta e a previdência
fechada. Conforme a Lei Complementar n. 109/2001, as entidades abertas de previdência
complementar somente podem ser organizadas sob a forma de sociedades anônimas; podem ser
contratadas por qualquer pessoa, individualmente, sem a necessidade de estar vinculada a uma
empresa; também é mais usualmente oferecido os planos de benefícios na modalidade contribuição
definida, entretanto, elas podem oferecer outros planos além desse. No que se refere as entidades
fechadas de previdência, de acordo com a lei citada, esta é acessível tanto para os trabalhadores de
empresa ou grupo de empresas, quanto para os servidores da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios e também para associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter
profissional, classista ou setorial. Nos planos de benefícios oferecidos por estas entidades, estas
podem ofertar somente a modalidade de contribuição definida e fica assegurado ao participante,
segundo dispõe o Art, 14 da lei citada acima: 1) benefício proporcional diferido, caso ocorra
rompimento de vínculo entre o trabalhador e o patrocinador ou associativo com o instituidor; 2)
autopatrocínio, caso ocorra o fim do vínculo empregatício com o patrocinador ou perda parcial da
remuneração, podendo o trabalhador continuar filiado ao plano se mantiver as contribuições que
eram realizadas pelo patrocinador; 3) portabilidade do direito acumulado pelo participante para outro
plano; e 4) resgate das contribuições feitas pelo participante ao plano, em caso de rompimento de
vínculo empregatício com o patrocinador ou associativo.

Um dos modos de compensação da pobreza, assim entendida como elemento da


chamada questão social, surgiu em 1601, no Reino Unido, via Lei dos Pobres (Poor
Law). Assinale a alternativa que apresenta o modo de enfretamento à pobreza
representado por esse modelo.
a)
Beneficência instituída e mantida por aparato religioso.

b)
Previdência Social instituída por um aparato oficial e centrada nas associações
profissionais.

c)
Previdência Social instituída por um aparato oficial e centrada nas paróquias.
d)
Previdência Social instituída por um aparato religioso e centrado na burocracia estatal.

e)
Beneficência instituída por um aparato oficial e centrada nas paróquias.

A Lei dos Pobres ou Poor Law foi instituída no Reino Unido nos anos de 1600 sendo organizada por
instituições filantrópicas constituídas nas igrejas e paróquias e também pelo aparato oficial do
Estado, visto que a crescente pauperização da população no continente preocupava as elites. O
enfrentamento à pauperização massiva da classe trabalhadora era realizado por meio de ações
filantrópicas, benemerentes, de cunho moralizante, higienista, visando a mudança de
comportamento e controle daquela emergente massa de pobres e "vagabundos" (desempregados).
Assim, por meio da arrecadação de impostos da própria classe trabalhadora, eram mantidas ações
assistencialistas para o atendimento dos pobres.

A possibilidade de imprimir uma direção social ao exercício do Serviço Social, mold


ando o seu conteúdo e o modo de operá-
lo, decorre da relativa autonomia de que dispõe o assistente social resguar
dada pela legislação profissional e passível de reclamação judicial. Essa autono
mia é dependente da correlação de forças econômicas, políticas e culturais em nív
el societário e se expressa, de forma particular, em distintos espaços ocupacionais
construídos na relação com sujeitos sociais determinados. Em relação aos espaço
s ocupacionais supracitados, em que os assistentes sociais exercem suas competê
ncias e atribuições profissionais resguardadas pela legislação, marque V para as al
ternativas verdadeiras e F para as falsas.

( )
No Estado (no Poder Executivo e Ministério Público, no Judiciário e no Legislativo).
( ) Nas empresas capitalistas.
( ) Nas organizações político-sindicais.
( ) Nas organizações privadas não lucrativas.
( )
Nas instâncias públicas de controle democrático (Conselhos de Políticas e d
e Direitos, conferências, fóruns e ouvidorias).
A sequência está correta em
a)V, F, F, V, V.
b)F, V, F, V, F.
c)F, V, V, V, F.
d)V, V, V, V, V.
O assistente social pode atuar nos mais distintos espaços ocupacionais, sendo o Estado,
historicamente, o seu principal empregador, isto é, é aquele que mais requisita os profissionais de
Serviço Social para atuarem nos mais distintos campos. As empresas capitalistas também
constituem um espaço de trabalho potencial para os assistentes sociais, os quais são chamados a
atuar nas mais diversificadas áreas como recursos humanos; saúde do trabalhador; qualidade de
vida no trabalho; responsabilidade social e ambiental, dentre outras frentes de trabalho. As
organizações privadas não lucrativas também têm demandado o trabalho do assistente social. Após
a década de 1990, quando o Estado brasileiro passa por uma contrarreforma, fruto da adoção ao
ideário neoliberal, ocorre um crescimento exponencial de organizações privadas no país, visto que o
Estado passa a se desonerar de responder às sequelas da questão social, repassando essa
incumbência à sociedade civil. É neste contexto que as organizações privadas não lucrativas passam
a atuar, em parceria com o próprio Estado, executando e coordenando projetos e programas, como
aqueles relacionados a habitação, infância e juventude, direitos humanos, dentre outros. E assim,
passam a necessitar dos mais distintos profissionais para executarem tais serviços, entre eles o
assistente social. As organizações político-sindicais e as instâncias públicas de controle
democrático também são espaços em que encontramos assistentes sociais atuando. Na Lei n.
8.662/93, que regulamenta a profissão, nos Arts. 4º e 5º, que tratam, respectivamente, das
competências e atribuições privativas do assistente social, é possível encontrarmos além das
competências desse profissional, alguns desses espaços em que ele pode atuar.

Na direção social do Serviço Social brasileiro contemporâneo, a luta pela afirmação do


s direitos de cidadania, que reconheça as efetivas necessidades e interesses dos sujeitos s
ociais, é hoje fundamental como parte do processo de acumulação de forças em direção a
uma forma de desenvolvimento social inclusiva para todos os indivíduos sociais. Consider
ando o contexto anterior, indique a alternativa que descreve de forma INCORRETA um
a das características da feição acadêmico-
profissional e social renovada para qual está voltada o Serviço Social brasileiro contempor
âneo.
a)
Defesa do trabalho e dos trabalhadores.

b)
Defesa do capital e da prioridade do lucro empresarial

c)
Defesa do amplo acesso a terra para a produção de meios de vida.

d)
Compromisso com a afirmação da democracia, da liberdade, da igualdade e da justiça
social no terreno da história.

O Serviço Social brasileiro, após passar pelo processo de renovação e amparar-se na tradição
marxista, passa a estabelecer novos compromissos e deveres, modificando sua formação profissional
e o exercício profissional. Assim, ao romper com o conservadorismo e agregar como suporte a teoria
social crítica, o Serviço Social compreendendo a direção política que permeava a prática profissional,
assume como compromisso e princípios da profissão o fortalecimento e apoio a classe trabalhadora,
seus movimentos e suas lutas, defende intransigentemente os direitos humanos, sociais e políticos, a
radicalização da democracia, a liberdade, a justiça social, a eliminação de todas as formas de
preconceito, o acesso aos meios de subsistência e a emancipação política e humana. Essa categoria
possui seu Projeto ético-político articulado a construção de uma nova sociabilidade, à transformação
social, na qual os indivíduos possam ser livres, não exista exploração de classe e dominação e a
riqueza social seja igualitariamente distribuída. A Lei de regulamentação da profissão (Lei n.
8.662/1993), O Código de Ética, as Diretrizes Curriculares e o projeto profissional, como já
mencionado, estão em consonância e voltados para defesa dos trabalhadores e de suas
necessidades, contra o capital e a exploração humana. Sendo assim, o Serviço Social brasileiro
contemporâneo não possui como dever a defesa do capital e da prioridade do lucro empresarial.
No âmbito da organização e representação profissional, o quadro que se o
bserva no Serviço Social brasileiro é de maturação que expressa, na passage
m dos anos 80 para os anos 90, rupturas com o seu tradicional conservadorismo,
embora não signifique que o conservadorismo (e com ele, o reacionarismo)

foi superado no interior da categoria profissional, pois, a herança conservador


a e antimoderna, constitutiva da gênese da profissão, atualiza-
se e permanece presente nos tempos de hoje. Em relação aos aspectos que
conferiram visibilidade ao processo de maturação supracitado, marque V par
a as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( )
Intervenção dos assistentes sociais na elaboração da Lei Orgânica da Assistência S
ocial – LOAS (dezembro de 1993).
( )
Os profissionais de Serviço Social iniciam o processo de ultrapassagem da
condição de executores de políticas sociais, para assumir posições de planejam
ento e gestão dessas políticas.
( )
Intervenção dos assistentes sociais na elaboração e implementação da Lei de Res
ponsabilidade Fiscal (LC 101 de maio de 2000).
( )
Intervenção dos assistentes sociais na implementação da Lei Orgânica da Assistên
cia Social ? LOAS (dezembro de 1993).

A sequência está correta em


a)
F, V, V, F.

b)
V, V, V, F.

c)
V, V, F, V.

d)
F, V, V, V.

Os assistentes sociais assim como o conjunto CFESS/CRESS (Conselho Federal de Serviço Social e
Conselho Regional de Serviço Social) tiveram importância singular tanto para a elaboração da LOAS
(Lei Orgânica da Assistência Social - Lei n. 8.742/1993) quanto para sua implementação. Foram
realizadas por esses atores várias tentativas, algumas bem sucedidas, de emendas ao projeto de lei
que veio a ser aprovado, no sentido de ampliar suas garantias e direitos a população. Conforme o
documento elaborado pelo CFESS (Subsídios para atuação de assistentes sociais na política de
assistência social, 2011), alguns dos projetos de lei sugeridos na época apresentavam a Assistência
Social como ações bastante limitadas e estes foram duramente questionados e impedidos de serem
aprovados através de organização do conjunto e da categoria; o conjunto também propôs um
projeto de lei de Assistência Social que, obviamente, não foi aprovado por ser amplo e não coincidir
com os interesses de minimização do Estado perante as políticas sociais. E após a aprovação da
LOAS em 1993 a luta da categoria e dos demais movimentos continuou para que, de fato, a
Lei viesse a ser implementada. Assim, foram realizadas diversas manifestações e tentativas junto ao
judiciário para efetivar a implementação da LOAS. Portanto, a atuação dos assistentes sociais e de
seus órgãos representativos foram fundamentais para a existência da LOAS, assim como a atuação
de outras categorias e movimentos sociais do país. Com relação a ultrapassagem da condição de
mero executor de políticas sociais, é no contexto da década de 1980 que os assistentes sociais
comprometidos com a implementação de diversas políticas sociais, passam a possuir como
competência também a gestão e o planejamento dessas políticas. Esses profissionais deixam de
somente executar ações institucionalizadas para participar também da elaboração de políticas
sociais. Assim, abre-se para o Serviço Social um novo mercado de trabalho com diversificadas
demandas para os profissionais durante esse período que possuiu significativos avanços para a
consolidação da profissão no país.
Assim sendo, somente o primeiro, o segundo e o último item são verdadeiros. O terceiro item é
falso, pois não há relação do processo de maturação do Serviço Social que ocorreu nos anos 1980 e
1990 com a lei citada (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Somente com a Constituição de 1988, as políticas de previdência, saúde e assistê


ncia social foram reorganizadas e reestruturadas com novos princípios e dire
trizes e passaram a compor o sistema de seguridade social brasileiro. Apes
ar de ter um caráter inovador e intencionar compor um sistema amplo de proteç
ão social, a seguridade social acabou se caracterizando como um sistema híbrido.
Indique a alternativa que descreve de forma INCORRETA um dos direitos conjug
ados pelo sistema híbrido supracitado.
a)
Direitos seletivos (assistência).

b)
Direitos de caráter universal (saúde).

c)
Direitos de caráter sócio-político (institucional).

d)
Direitos derivados e dependentes do trabalho (previdência).

Com a Constituição Federal de 1988 e a implementação da Seguridade Social brasileira é fato que
obteve-se um avanço no que se refere a proteção social no país, no entanto, a lógica do seguro
social ainda permeia a seguridade. Deste modo, a seguridade social brasileira, apesar de possuir
diretrizes como universalidade na cobertura, uniformidade e equivalência dos benefícios,
irredutibilidade do valor dos benefícios, seletividade e distributividade nos benefícios, equidade no
custeio, diversidade na base de financiamento e caráter democrático e descentralizado da
administração, não as efetiva integralmente e em todas as políticas que compõem a proteção social.
Se tem, dessa forma, um sistema híbrido de seguridade que conjuga universalidade com seletividade
e exclusão. Posto isto, observa-se que a Saúde possui caráter universal, já a Assistência Social é de
quem dela necessitar e, portanto, apresenta caráter seletivo, enquanto na Previdência Social
permanece a lógica do seguro, dependente de prévia contribuição e relacionada e dependente do
trabalho.
Uma das estratégias do Estado burguês para o enfrentamento da “ questão social ”
reside na implantação das políticas sociais.
No Brasil, esta estratégia começa a ser efetivada
a)
como consequência da institucionalização do Serviço Social.

b)
devido à pressão dos sindicatos patronais.

c)
a partir da crise estrutural do capitalismo da década de 1970.

d)
mediante o reconhecimento das necessidades da população pobre.

e)
com a emergência do capitalismo monopolista.

Segundo José P. Netto (Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 5ª edição. São Paulo: Cortez,
2006), no capitalismo monopolista com a formação do operariado urbano-industrial e a consolidação
do movimento operário, visando alcançar legitimação junto às classes operárias e percebendo o
perigo iminente da questão social, o Estado burguês passa a responder às sequelas da questão
social através de políticas sociais, incorporando demandas advindas dos trabalhadores e adquirindo
consenso junto à eles. Tais políticas atendiam diretamente às requisições do capitalismo
monopolista, o qual necessitava de preservar e ao mesmo tempo controlar a força de trabalho. Em
alguns casos o Estado se antecipava nas respostas a algumas demandas para evitar futuros embates
e conflitos de classe, o que gerava, inclusive, certo reconhecimento de representação perante as
classes subalternas. Observa-se, deste modo, o peso de tais políticas para o desenvolvimento e
consolidação do capital monopolista. É fato também que a análise das políticas sociais deve
reconhecer que esta é uma via de mão dupla, ao passo que tais políticas são funcionais e
necessárias para o estabelecimento da ordem no capitalismo e, de certo modo, compatíveis com
esse sistema, mas elas são também fruto das lutas e reivindicações históricas dos trabalhadores.
Portanto, no capitalismo monopolista o Estado deixa de intervir somente coercitiva e
repressivamente nas expressões da questão social, passando a realizar também uma intervenção
sistemática por meio das políticas sociais. Apesar de assumir o caráter público da questão social, o
Estado ao executar aquelas políticas faz de forma fragmentada, atingindo somente suas refrações e
reforçando a natureza privada da questão social.

O serviço social brasileiro, no contexto da ditadura militar, passou a expe rimentar


um processo de renovação que modificou, substantivamente, o chamado serviço
social tradicional.
Sobre quais dimensões essas mudanças incidiram?
a)
Na teoria social elaborada pela profissão

b)
No lugar da profissão na divisão do trabalho

c)No estatuto científico do serviço social


d)
Nas condições de autonomia profissional

e)
Nas práticas e nas concepções profissionais

O Serviço Social brasileiro, durante a autocracia burguesa no Brasil, passa por um processo de
renovação da profissão. A própria autocracia e o quadro social, político e econômico gerado por ela,
propiciaram o questionamento dos profissionais de Serviço Social acerca de sua prática e o resultado
que ela produz. Desse modo, nesse contexto os assistentes sociais passam a repensar e
revisar sua prática e atuação profissional, preocupar-se com o instrumental técnico e sua renovação.
De acordo com José Paulo Netto (Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no Brasil
pós-64. 17ª edição. Cortez, 2015) no processo de renovação emergem três principais concepções
profissionais: 1) perspectiva modernizadora; 2) reatualização do conservadorismo e 3) intenção de
ruptura.

Na década de 1960, no processo de renovação profissional, têm destaque dois documentos


importantes, o Documento de Araxá e o Documento de Teresópolis. Eles são
representativos da chamada perspectiva modernizadora.
Apesar das diferenças entre suas formulações, qual o traço comum entre eles?
a)
A problemática da participação do serviço social no processo de reprodução das
relações sociais capitalistas

b)
A relação do serviço social com a cientificidade e a dialética para a definição de
modelos de atuação profissional

c)
A natureza ideológica e política da profissão com ênfase nas possibilidades da cultura
profissional

d)
O desenvolvimento da consciência reflexiva no processo de ajuda psicossocial aos
usuários

e)
O esforço de conceber o serviço social como suporte e instrumento para as políticas de
desenvolvimento

Segundo nos aponta José Paulo Netto (Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no
Brasil pós-64. 17ª edição, Cortez, 2015) o processo de renovação do Serviço Social brasileiro
resultou em três vertentes: 1) a perspectiva modernizadora; 2) a perspectiva de reatualização do
conservadorismo e 3) a perspectiva de intenção de ruptura. No que concerne a primeira delas, a
modernizadora, foram elaborados dois documentos que sintetizavam discussões e propostas de dois
encontros da categoria profissional na época. São eles o Documento de Araxá e o Documento de
Teresópolis, os quais apesar de apresentarem distintas e peculiares abordagens e características,
possuíam em comum a busca pela adequação do Serviço Social para que o mesmo fosse funcional
as políticas de desenvolvimento da autocracia burguesia, sem em nenhum momento questionar o
ocorrido em abril. Esses documentos, conforme nos informa Netto (2015), estavam diretamente
relacionados com a ideologia disseminada pela autocracia burguesia, como a de desenvolvimento, e
deste modo a profissão era pensada como uma ferramenta que poderia contribuir na viabilização das
políticas de desenvolvimento, isto é, como um suporte para tais políticas.

Na análise crítica do exercício profissional, o assistente social se encontra alienado


de parte das condições imprescindíveis à realização do seu trabalho.
Quem dispõe dos meios de trabalho necessários à efetivação dos programas e dos
projetos de trabalho do assistente social é o(a)
a)
conselho federal

b)
conselho regional

c)
sindicato profissional

d)
entidade empregadora

e)
instituição universitária

O Serviço Social é uma profissão regulamentada como liberal no Brasil, no entanto, o assistente
social não dispõe dos meios materiais e objetivos necessários para a realização de seu trabalho.
Deste modo, esse profissional necessita vender sua força de trabalho em troca de uma remuneração
para garantir sua sobrevivência. Assim, é necessária sua contratação por um empregador (Estado,
empresas, ONGs, etc), sendo que este último é quem irá ofertar ao profissional os meios para
realizar o seu trabalho, delimitando também a sua atuação e o seu trabalho. Então, o assistente
social é subordinado ao seu empregador, no sentido de que ele (empregador) interfere e determina
sua atividade laborativa, dando-lhe as condições para exercê-la, o que trará consequências também
para as suas condições e relações de trabalho e autonomia profissional.

O profissional assistente social vem trabalhando em equipe multiprofissional, onde


desenvolve sua atuação, conjuntamente com outros profissionais, buscando
compreender o indivíduo na sua dimensão de totalidade e, assim, contribuindo
para o enfrentamento das diferentes expressões da questão social, abrangendo os
direitos humanos em sua integralidade, não só a partir da ótica meramente
orgânica, mas a partir de todas as necessidades. De acordo com a Resolução
557/2009, no que diz respeito a emissão de opinião técnica, é correto afirmar o
seguinte:
a)
o entendimento ou opinião técnica do assistente social sobre o objeto da intervenção
conjunta com outra categoria profissional e/ ou equipe multiprofissional, deve destacar
a sua área de conhecimento separadamente, delimitar o âmbito de sua atuação, seu
objeto, instrumentos utilizados, análise social e outros componentes que devem estar
contemplados na opinião técnica.
b)
o assistente social deverá emitir opinião técnica sobre todas as áreas, assinando e
identificando seu número de inscrição
no Conselho Regional de Serviço Social.

c)
o assistente social deve, sempre que possível, integrar equipes multiprofissionais, bem
como incentivar e estimular o trabalho interdisciplinar, contudo prevalece o sigilo e ao
emitir opinião técnica a mesma deve fazê-lo em conjunto, com parecer único, sem
delimitação técnica.

d)
ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social, não necessariamente
deverá garantir a especificidade de sua
área de atuação.

e)
a elaboração, emissão e/ ou subscrição de opinião técnica sobre matéria de serviço
social por meio de pareceres, laudos,
perícias e manifestações não é atribuição privativa do assistente social.

A Resolução 557/2009 emitida pelo CFESS possui como objetivo regulamentar e servir de parâmetro
aos profissionais de Serviço Social que atuam em equipe multidisciplinar, de modo a ressalvar que
mesmo integrando tais equipes, esse profissional possui prerrogativas exclusivas de sua formação.
Deste modo, a Resolução aponta que a emissão de pareceres, laudos, e opiniões técnicas em
matéria de serviço social só pode ser realizada exclusivamente pelo assistente social e mesmo que
este componha uma equipe multidisciplinar em que o objeto é discutido conjuntamente, deve estar
delimitada a área de atuação deste profissional. Assim, o entendimento ou a opinião técnica do
assistente social deve ser destacada e não é admitida a manifestação conjunta com outro
profissional ou equipe de forma que o objeto de intervenção de cada um não esteja identificado e
separado, tendo em vista, inclusive, as atribuições privativas de cada categoria profissional. Como
exemplo: como um psicólogo e um assistente social conjuntamente vão emitir um laudo social
(matéria de Serviço Social) visto ser essa uma atribuição privativa do assistente social? O psicólogo
não possui a devida formação para isso, ele possui outros conhecimentos, os quais o assistente
social, por sua vez, também não detêm e não poderia atuar junto a ele. Assim sendo, essa resolução
busca regulamentar e balizar a atuação do assistente social nas equipes multidisciplinares, as quais
são importantes justamente pelo fato de cada profissional possuir um conhecimento e possibilitar o
atendimento integral dos usuários.

A constituição do campo sociojurídico expressa o movimento histórico da


sociedade. No Brasil, o Serviço Social tem sua inserção no Judiciário desde a sua
gênese, introjetando as concepções teóricas presentes neste campo. Mas as
transformações ocorridas nessa profissão fizeram com que, hoje, s e experimente
uma tensão no exercício profissional no campo sociojurídico, posto que se localiza
entre duas requisições:
a)
organizar a rotina institucional e atender demandas dos usuários;

b)
manter a ordem social e viabilizar direitos;
c)
estabelecer métodos e técnicas de intervenção;

d)
atender a população e obedecer as regras institucionais;

e)
projetar políticas sociais e gerir projetos.

A área sociojurídica, como assim definidos aqueles campos que atuam juntos aos direitos humanos,
aos sistemas de segurança, penitenciário, defensoria pública, judiciário, entre outros, possui como
função a manutenção da ordem e, por conseguinte, é extremamente favorável a sociedade de
classes ao efetivar seus interesses. É importante, então, compreender que ao mesmo tempo em que
a área sociojurídica em determinados momentos visa estabelecer a ordem e resolver conflitos,
possuindo uma direção política que favoreça as classes dominantes, ela pode também estar
comprometida com a outra classe, a dos trabalhadores. Portanto, se constitui uma área complexa,
como todos os outros espaços ocupacionais em que o assistente social atua. Assim, cabendo ao
assistente social nessa área trazer informações ao magistrado acerca da realidade social, suas
determinações e contradições, desmistificando o aparente, ele pode redirecionar os resultados dessa
interferência do Estado nos conflitos como uma ação garantidora de direitos. A tensão profissional
está posta em todos os lugares onde o assistente social se encontra, visto que se vive uma onda
neoliberal, em que não há investimentos em políticas sociais e a punição e o encarceramento
destacam-se por serem as formas mais viáveis que o Estado encontrou de "eliminar" aqueles que
não serão incorporados pelo mercado de trabalho e que podem vir a ser uma ameaça à sociedade
burguesa. Dessa forma, o enfrentamento às sequelas da questão social também tem sido realizado
por meio do judiciário, observando que muitos direitos estão sendo negligenciados além do
desmonte das políticas sociais, levando os indivíduos a questionarem tais deveres estatais no âmbito
jurídico. Diante disso, torna-se bastante difícil colocar em prática o projeto ético-político da categoria
que é antagônico aos preceitos neoliberais e da sociedade burguesa, no entanto isso não é
impossível. O assistente social é dotado de relativa autonomia profissional e competências,
possuindo a capacidade de desenvolver formas de intervenção de modo que venha a contribuir para
assegurar direitos favorecendo os trabalhadores. Assim sendo, na área sociojurídica a tensão
colocada aos assistentes sociais se refere, basicamente, a duas requisições que lhes são feitas:
manter a ordem social, a coesão social e a "harmonia" - função para a qual as elites demandaram a
existência do jurídico - e possibilitar a garantia de direitos, considerando que o seu compromisso é
com a classe trabalhadora.

Dentre as concepções teórico-metodológicas presentes no Serviço Social que se


espraiam para o campo sociojurídico, iluminando seus instrumentos e técnicas,
aquela orientada pela perspectiva positivista/funcionalista encontra respaldo nas
atuais políticas neoliberais, posto que concebe a desigualdade social apresentada
pelos usuários demandantes dos serviços dos assistentes sociais como:
a)
fato natural;

b)
contradição entre capital e trabalho;

c)
resultado da indolência dos pobres;
d)
fenômeno que demanda políticas universais;

e)
inaceitável.

As expressões da questão social que se mostram na realidade de distintas formas, como a


desigualdade social, a fome, a miséria, o desemprego, são originadas da contraditória relação entre
capital e trabalho. Essa contradição, analisada a partir da perspectiva crítica, entre capital/trabalho,
divide a sociedade em classes, onde de um lado tem-se os donos dos meios de produção, que
apropriam privadamente a riqueza produzida socialmente, e de outro, a classe que possui somente
sua força de trabalho para vender, a trabalhadora. No entanto, as perspectivas
positivista/funcionalista e as ideias neoliberais, sendo que estas últimas na atualidade têm ganhado
força e sido incorporada pelos Estados nacionais, apresentam a desigualdade social e outras
refrações da questão social como fatos naturais, aceitáveis, em determinada medida, e presentes
em toda sociedade, sendo impossível extingui-las. Além de naturalizar essas expressões também
buscam fragmentá-las de modo que não seja possível compreender que todas elas possuem a
mesma gênese. Ocorre também a partir dessas perspectivas a criminalização dos trabalhadores e
seus movimentos, que ao reivindicarem e se mobilizarem por condições de vida e trabalho melhores,
são tratados pela mídia como marginais, criminosos e preguiçosos que não querem trabalhar. Como
forma de mistificar a realidade, as refrações da questão social são tratadas autonomamente, por
políticas sociais fragmentadas, basicamente de combate à pobreza extrema. Assim, elas são
encaradas como fatos sociais, desconectadas do sistema econômico, político e social capitalista, o
qual as produz e reproduz incessantemente.

TEXTO 1 - A partir dos anos 1970, com a primeira grande crise do capitalismo
após os “30 anos gloriosos”, as proposições neoliberais ganham fôlego no mundo.
Nas palavras de Netto (1996: 99): “Também o Estado burguês, mantendo o seu
caráter de classe, experimenta um redimensionamento considerável. A mudança
mais imediata é a diminuição de sua ação reguladora, especialmente o
encolhimento de suas ‘funções legitimadoras’ (O’Connor, 1977): quando o grande
capital rompe o ‘pacto’ que suportava o Welfare State , começa a ocorrer a retirada
das coberturas sociais públicas e tem-se o corte nos direitos sociais (...).”
Depreende-se, portanto, que as repercussões desta crise impactam diretamente os
trabalhadores e amplificam a “questão social”.

Considerando a temática discutida no texto 1, para os defensores do


neoliberalismo, a fórmula para sair da crise deveria incluir:
a)
a ampliação da proteção social; a financeirização; e a taxação das grandes fortunas;

b)
a valorização da cidadania; o combate às ditaduras políticas; e a universalização das
políticas sociais;

c)
o desmonte dos direitos sociais; o rompimento do poder dos sindicatos; e a
restauração da taxa natural de desemprego;
d)
o aumento dos gastos estatais na área social; o pleno emprego; e a privatização;

e)
o Estado mínimo; a moratória da dívida externa; e a reforma tributária.

Na década de 1970, mais uma crise do capitalismo assolava o mundo. Desse modo, a saída para o
capital retornar a sua acumulação e taxas de superlucros era: no âmbito da produção e do
trabalho uma reestruturação aliada no campo ideo-político ao paradigma neoliberal. O neoliberalismo
irá conduzir políticas de privatização, de desregulamentação e até eliminação dos direitos do
trabalho e sociais conquistados historicamente pela classe trabalhadora. Esse novo período será
marcado por uma ofensiva generalizada do capital e do Estado contra a classe trabalhadora,
precarizando suas condições de vida e de trabalho, visto que ocorrerá um desmonte das coberturas
sociais, como no caso dos países centrais que possuíram o Welfare State. Também são constantes
desse novo contexto a fragilização dos organismos sindicais e de representação da classe
trabalhadora e o desemprego estrutural, já que as inovações tecnológicas e o maior investimento em
trabalho morto acarretarão a dispensa do trabalho vivo e desvalorização do trabalhador. Além disso,
a flexibilização dos vínculos empregatícios e as diversas formas de contratação dificultam a
associação e compreensão de classe para si, comprometendo a união dos trabalhadores e facilitando
para o capital a implementação desse processo. Para os defensores do neoliberalismo, este novo
contexto de desmonte dos direitos sociais; rompimento do poder dos sindicatos e a restauração da
taxa "natural" de desemprego, é apontado como a única solução para a saída da crise. Os
neoliberais também justificam a adoção dessas medidas indicando que a vigência do fordismo e das
políticas keynesianas, em que havia um sistema de proteção social e políticas de pleno emprego, foi
o impulsionador dessa crise. Contudo, sabe-se que essa não foi nem será a única e última crise do
capital, e que esta possui um significado mais profundo e estrutural.

Maria, separada do marido há 10 meses, tendo com este um filho de três anos
que, conforme regulamentação judicial de visita, fica com o pai durante fins de
semana alternados, além de um dia na semana, no qual ele pega o filho na creche
e o devolve à casa da mãe no dia seguinte, recorre à justiça pleiteando que o
regime de visitação seja alterado para visitas sem pernoite, em local público,
durante 4 horas, em um dos dias do final de semana. Alega que só agora
descobriu que o ex-marido é homossexual e que desde a separação vive com um
companheiro na mesma casa em que o filho frequenta durante as visitas. Informa
ainda que foi instada a investigar a situação em razão das constantes referências
que o filho fazia ao “amigo do papai”. Em sua contestação, o pai confirma a nova
condição sexual, bem como o fato de estar morando com o companheiro, embora
assegure que jamais permitiu que o filho presenciasse qualquer situação
constrangedora tanto dentro de casa quanto na rua. Acrescenta ainda que, antes
de saber da situação, a ex-mulher sempre comentava que o menino adorava
visitá-lo e que falava com alegria dos passeios e brincadeiras que faziam nos dias
de visita.

A assistente social a quem coube a realização da perícia determinada pelo juiz da


Vara de Família, atestou a veracidade dos fatos relatados pelas partes, e, tendo
ouvido a criança, observou que a relação entre ela e o pai é de confiança e
bastante afetiva, assim como com seu parceiro, a quem se refere sem denotar
qualquer estranhamento. Maria, entretanto, durante as entrevistas, manifestou
repulsa pela situação, dizendo-se disposta a tudo para impedir que o filho conviva
num ambiente que qualifica de imoral, promíscuo e perturbador do
desenvolvimento psíquico e emocional, bem como comprometedor da formação do
caráter e de princípios que norteiem as escolhas éticas e morais de qualquer
criança.
Frente à natureza do conflito, a assistente social elabora laudo pericial no qual
oferece ao juiz a seguinte sugestão:
a)
atender parcialmente a demanda da requerente, estabelecendo, por um período de 6
meses, encontros entre pai e filho nas dependências da Vara, os quais serão
acompanhados por um psicólogo que fará relatório conclusivo ao final do prazo,
objetivando avaliar a dinâmica da relação e possíveis prejuízos ao desenvolvimento
psíquico e emocional da criança;

b)
negar o pedido da requerente, mantendo os termos da regulamentação de visitas
anteriormente definidos pelo juiz, uma vez que, não havendo nos autos razões
objetivas que justifiquem a limitação do pleno exercício da paternidade, bem como do
direito da criança de conviver com o pai, fica configurada a prática de alienação
parental por parte da mãe;

c)
suspender temporariamente as visitas como forma de evitar a espiral do conflito e
encaminhar os pais para Terapia Familiar, na medida em que litígios dessa natureza
são melhor equacionados através de formas alternativas de resolução de conflitos;

d)
encaminhar as partes ao Centro de Mediação, já que, por se tratar de conflito
polarizado por valores e visões antagônicas da situação, o atendimento à demanda de
uma das partes ou a tentativa de composição dos interesses sem a participação dos
interessados pode levar à escalada do conflito e resultar em sérios prejuízos ao bem-
estar da criança;

e)
deferir o pedido da requerente, em consideração ao interesse superior da criança,
tendo em vista o fato incontestável de que o pai não oferece ambiente familiar
adequado ao pleno desenvolvimento emocional do filho.

A atuação do assistente social quando comprometida com os princípios que norteiam o Projeto ético-
político profissional do Serviço Social deve romper com práticas criminalizadoras, preconceituosas e
que não respeitam as diferenças e as diversidades e levam a restrição aos direitos dos sujeitos.
Conforme Eunice Terezinha Fávero (O Serviço Social no Judiciário: construções e desafios com base
na realidade paulista. Revista Serviço Social e Sociedade, n. 115, 508-526, 2013), o profissional que
trabalha em consonância com a defesa e a garantia dos direitos, avança nessa direção. No caso
descrito acima, o assistente social, munido de suas competências teórico-metodológica, ético-
política e técnico-operativa, após realizar a investigação da realidade social e elaborar a perícia, esta
não como ação policialesca e/ou disciplinadora, deve articular com a rede, encaminhando, portanto,
as partes para setores internos ou externos aptos a dar respostas aos problemas identificados. A
mediação, neste caso, apresenta-se como a melhor opção para dar resolutividade a questão,
considerando que não acarreta custos financeiros e desgaste emocional, como ocorreria no caso de
um processo judicial. Tem sido comumente utilizada em situações de conflitos familiares e
comunitários, buscando sempre promover o entendimento entre as partes, dar respostas mais
rápidas e eficazes dentro das normas legais.

A orientação neoliberal assumida pelos Governos no Brasil nos últimos 25 anos


repercutiu sobre as políticas sociais (notadamente aquelas vinculadas à Seguridade
Social) e também sobre o exercício profissional do assistente social no âmbito
dessas políticas. A partir da análise deste contexto, muitos autores vinculados à
teoria crítica avaliam que há uma tendência à redefinição no próprio trabalho
profissional do assistente social, que passa a ser requisitado para:
a)
gerir a pobreza através de critérios de elegibilidade para benefícios seletivos;

b)
combater a desigualdade social por meio de políticas universais;

c)
elaborar projetos de intervenção que visem a emancipação das populações carentes;

d)
atuar junto aos movimentos sociais a fim de capacitá-los para o exercício da cidadania
plena;

e)
mobilizar entidades classistas para análise da conjuntura e reivindicação de direitos
coletivos.

As transformações societárias rebatem sobre todas as categorias profissionais, entre elas a dos
assistentes sociais, que possuem nas políticas sociais umlócus privilegiado de atuação. A partir da
adoção ao neoliberalismo pelo Brasil na década de 1990, constata-se um retraimento do Estado em
suas funções sociais, implicando na redução dos investimentos em políticas sociais universais e no
retrocesso dos direitos sociais. O neoliberalismo propõe políticas sociais seletivas, focalizadas e
pontuais, de "alívio" a pobreza extrema, pois não se tem a pretensão de erradicar a pobreza, apenas
minimizá-la. Fato é que os assistentes sociais são demandados pela esfera estatal para atuar junto
à essas políticas, realizando atividades de administração de recursos e implementação de
serviços. Tais políticas possuem critérios rígidos de elegibilidade, já que a tônica neoliberal está em
concordância com a exclusão e não com a inclusão. Desse modo, os assistentes sociais têm sido
requisitados para administrar a pobreza por meio de políticas excludentes, paliativas e emergenciais.
Portanto, a letra A está correta, pois é a única alternativa que aponta as requisições feitas pelas
políticas neoliberais ao assistente social. As demais alternativas (B, C, D, E) indicam estratégias de
atuação que os assistentes sociais podem tecer diante desse contexto.

Cada vez mais o assistente social tem sido chamado a atuar em processos de
planejamento, avaliação e gestão em âmbito federal, estadual e municipal. No
entanto, não se deve confundir planejamento com plano, que se caracteriza por:
a)
compor um sistema integrado de benefícios, direitos, políticas e serviços destinados à
cobertura das necessidades das populações;

b)
ser um documento que indica um conjunto de projetos, cujos resultados permitem
alcançar o objetivo maior de uma política pública;

c)
empreender ações interventivas cotidianas, no sentido de promover a cidadania em
populações mais carentes, a fim de proporcionar seu empoderamento;

d)
conter estudos, análises situacionais ou diagnósticos necessários à identificação de
pontos a serem contemplados, bem como objetivos, estratégias e metas;

e)
constituir em instrumento de execução de empreendimentos específicos, destinados
para as mais variadas atividades e pesquisa no espaço público e privado.

O processo de Planejamento possui distintas etapas, e entre elas tem-se a da planificação, conforme
nos aponta Myrian Veras Baptista (Planejamento Social: intencionalidade e instrumentalidade, 2ª
edição, editora: Veras, São Paulo, 2007). Esta etapa, da planificação, ocorre após a tomada das
decisões, definidas considerando o contexto sócio-histórico e da instituição em que se atua. Assim,
tem-se início a organização das atividades e das ações fundamentais que possibilitem atingir os
resultados previstos. Nesse momento, as decisões são sistematizadas e expostas minuciosamente
em documentos, que conforme a autora, encontram-se em níveis decrescentes de decisão, sendo
eles: planos, programas e projetos. O plano, que é o documento mais importante no momento para
respondermos à questão, diz respeito a toda a estrutura organizacional, isto é, ele possui um âmbito
de abrangência maior com relação aos demais documentos (programas e projetos). É no plano que
são organizados os objetivos e as metas, bem como observado a viabilidade e a compatibilidade dos
mesmos. As estratégias também devem estar contidas nos planos, e para Baptista (2007), elas
devem ser bem explicitadas, justificadas e operacionais, para que de fato possibilitem a
exequibilidade do plano e o consentimento dos grupos e órgãos envolvidos. O plano também
apresenta os estudos, análises situacionais ou diagnósticos, nos quais devem ser explicitados os
principais pontos inerentes ao problema, além do conhecimento e dados acerca do mesmo,
identificando os pontos a serem contemplados. Portanto, a alternativa correta é a letra D. Também é
possível encontrar, na íntegra, o disposto na alternativa correta no texto de Joaquina Barata Teixeira
(Formulação, administração e execução de políticas públicas. In: Serviço Social: Direitos Sociais e
Competências Profissionais, Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009). É importante salientar, segundo Teixeira
(2009), que o Plano, o Programa e o Projeto, nada mais são do que meios através dos quais o
Planejamento se expressa.

Um casal está inscrito no Cadastro Nacional de Adoção há 11 meses, quando


recebe a indicação de uma criança, segundo o perfil escolhido, para, em caso de
aceitação, dar início aos procedimentos da adoção. Ocorre que durante esse
período o casal se separou, e a requerente, ao dar conhecimento da situação à
assistente social da Vara da Infância e Juventude, informa que seu desejo pela
adoção está mantido e que, embora o ex-marido tenha desistido do projeto, tem
plenas condições de assumir sozinha os deveres da maternidade. Acrescenta que a
separação em nada afetou seu desejo de ser mãe e que, tendo conhecido a
criança indicada, já o sente como filho, razão pela qual solicita que seja iniciado o
processo de adoção.
Mediante os novos fatos, a assistente social responsável pelo caso adota as
seguintes providências:
a)
informa ao juiz os fatos que configuram a presente situação da requerente, através de
relatório circunstanciado no qual sugere sua inclusão no próximo curso preparatório
para adoção, conforme dispõe a Lei Nacional de Adoção (Lei nº 12.010/09) nos casos
em que seja interesse da pessoa manter-se no Cadastro de Adotantes;

b)
emite relatório circunstanciado ao juiz sobre a presente situação da adotante,
informando que, tendo em vista as substanciais mudanças na vida familiar do casal
cadastrado, providenciará sua exclusão do Cadastro de Adotantes, bem como a
indicação do adotando ao próximo casal ou pessoa constante do referido cadastro;

c)
informa ao Ministério Público a situação em presença, sugerindo a manutenção da
requerente no Cadastro de Adotantes e a consequente abertura do processo de adoção
da criança indicada, tendo em vista que a separação de casais não compromete o
exercício da maternidade;

d)
informa ao juiz a nova situação da adotante, através de relatório no qual sugere que o
caso seja remetido à Equipe Técnica do Juízo para atualização dos estudos técnicos,
com vistas a verificar se a separação do casal comprometeu de algum modo os
requisitos que atestem a compatibilidade da postulante à adoção com a natureza da
medida;

e)
suspende os procedimentos relativos à entrega da criança e orienta a adotante a
procurar a Defensoria Pública, já que a Lei Nacional de Adoção (Lei nº 12.010/09) é
omissa quanto a mudanças na configuração familiar que foi objeto das avaliações
realizadas durante o processo de habilitação para adoção.
A separação de um casal que deu início ao processo de adoção, por si só, não constitui medida para
que um deles ou mesmo o casal, não continuem o processo. Na lei 12.010, em seu Art. 42, § 4º,
está esclarecido que os casais divorciados e separados podem, inclusive, adotar conjuntamente caso
o estágio de convivência já tenha sido iniciado antes da separação; haja consenso entre o casal
sobre a guarda e o regime de visitas, e que seja comprovada que há ligação afetiva e de afinidade
entre aquele não detentor da guarda e o adotando, visto ser essa medida excepcional e a adoção
irrevogável. Na situação descrita na questão, considerando que a adotante manifestou vontade de
continuar com o processo, cabe ao assistente social informar ao juiz a nova situação em que se
encontra a adotante para que seus dados sejam atualizados e verificar junto à equipe técnica e
também a adotante se essa nova situação realmente não interfere no interesse de prosseguir com a
adoção. Deve-se compreender que a adoção é medida irrevogável e o interesse superior será
sempre o da criança e adolescente envolvido no processo. Destarte, qualquer
informação referente aos interessados na adoção deve ser considerado e analisado, de modo a
verificar se isto pode ou não implicar negativamente na vida do adotando, se permanece o interesse
em adotar, prevalecendo sempre os interesses e direitos do adotando.
TEXTO 2 - Existe, atualmente, uma ampla e variada literatura sobre análise e
avaliação de políticas, programas e projetos sociais.
No Serviço Social, esse debate tem início nos anos 1980, com a incorporação da
Teoria Social Crítica pela profissão, e adensa-se após a promulgação da
Constituição Federal de 1988, que aporta uma nova lógica para a elaboração e
implementação de políticas sociais públicas.
Nessa perspectiva, as políticas sociais “(...) devem ser entendidas e avaliadas
como um conjunto de programas, projetos e ações que devem universalizar
direitos” (Boschetti, 2009: 577).

A partir do texto 2, a avaliação de políticas, programas ou projetos sociais deve


priorizar:
a)
os instrumentos e técnicas utilizados para instituir metas e objetivos a serem
alcançados;

b)
a identificação da concepção de Estado e de política social que determina seu
resultado;

c)
a política econômica que determina a relação custo-benefício para cada programa;

d)
os elementos constitutivos e determinantes de sua real necessidade;

e)
o estabelecimento de metas e a formação de equipes para monitorá-las.

Para Ivanete Boschetti (Avaliação de políticas, programas e projetos sociais. In: Serviço Social:
Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009), no que concerne à
avaliação de políticas sociais (e programas e projetos), esta não deve enfatizar o conjunto de
técnicas e métodos de avaliação que serão utilizados, nem a relação custo-benefício, que objetiva
atender o maior número de pessoas com menor gasto de recursos possível, visto que isto não condiz
com os objetivos da política social. Esse tipo de avaliação visa somente medir a intervenção do
Estado, sem de fato buscar conhecer o que é o mais fundamental, de que forma tais políticas,
programas ou projetos têm realmente impactado na realidade da população, se estão cumprindo
com o seus objetivos de ampliar e universalizar direitos, minimizar a desigualdade social e possibilitar
a equidade. Além disso, este tipo de avaliação tecnicista resulta na falta de análise crítica da função
e concepção de Estado e da política social e o cumprimento de sua real finalidade. Portanto,
conforme a autora, a avaliação de políticas, programas e projetos sociais deve priorizar a
compreensão do papel do Estado e da política social em cada momento histórico e político, visando
uma análise crítica e uma avaliação qualitativa destes, e não meramente pautar-se na verificação da
efetividade, eficácia e eficiência e de visões unilaterais acerca da constituição dessas políticas.

Ao propor um projeto de trabalho profissional, o assistente social deve possuir os seguintes


conhecimentos:
I – as políticas sociais transversais que incidem sobre o seu trabalho;
II – que demandas lhe são colocadas pelos usuários;
III – como se conforma a instituição na qual trabalha.

Está correto o que se afirma em:


a)
somente I;

b)
somente III;

c)
somente I e III;

d)
somente II e III;

e)
I, II e III.

O projeto de trabalho do assistente social deve considerar diversos elementos, entre eles a análise
institucional, compreendendo como se configuram as relações de poder e força dentro da instituição
em que atua; que tipo de instituição é essa (pública, privada, com interferência de segmentos
religiosos, confessionais, etc); quais os recursos financeiros, materiais e humanos disponíveis; de
onde são obtidos os recursos financeiros, dentre outros fatores que devem ser conhecidos para que
seja elaborado um projeto de trabalho viável naquele espaço. Outra consideração importante que o
profissional deve buscar apreender e agregar ao seu projeto é qual o público alvo daquela
instituição, suas demandas e suas necessidades bem como seus espaços de organização, visando
corroborar para a luta da classe trabalhadora e construir um projeto direcionado para o atendimento
das reais necessidades da população usuária do serviço. Ademais, é imprescindível ao profissional ao
elaborar seu projeto o conhecimento acerca das políticas sociais e de outros profissionais que de
modo positivo ou negativo interferem no seu trabalho. Identificando as políticas sociais que
atravessam seu trabalho e podem contribuir no atendimento das demandas de seus usuários bem
como o projeto de outros profissionais que atuam no mesmo espaço que o assistente social, este
último pode vir a agregar forças com outros projetos profissionais que possuam a mesma direção
que o seu ou reconhecer quais serão seus entraves na execução de seu projeto, quando os outros
profissionais apresentarem propostas antagônicas às suas.

No final dos anos 1930, a primeira iniciativa no âmbito público de formação técnica
especializada na assistência no Rio de Janeiro, que demandará a formação de
assistentes sociais, virá:
a)
do Centro de Estudos e Ação Social;

b)
dos Centros Operários;

c)
da Fundação Leão XIII;
d)
do Juízo de Menores;

e)
das indústrias do Distrito Federal.

No âmbito público, o Juízo de Menores do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério da Justiça federal,
é o primeiro setor que demanda a formação de profissionais especializados em "assistência", ainda
na década de 1930. Como o próprio nome já sugere, esse setor requisitava assistentes sociais para
atuar juntamente aos "menores" "carentes" e "delinquentes", buscando minimizar esse "problema"
que se multiplicava pela cidade do Rio de Janeiro, a então capital da República. Desse modo,
profissionais ligados ao Juízo de Menores passam a se unir e em 1936 é realizado um curso de curta
duração em Serviço Social, com foco na "infância abandonada", e em 1938 é fundada a Escola
Técnica de Serviço Social no Rio de Janeiro (IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações Sociais e
Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 41 ed. São Paulo:
Cortez, 2014).

Uma das características da assessoria em Serviço Social é:


a)
emitir opinião técnica sobre determinado tema para o assessorado, que a acatará ou
não;

b)
decidir sobre a situação analisada e informar ao assessorado a decisão tomada;

c)
fiscalizar as ações e intervenções do sujeito que está sendo assessorado;

d)
emitir opinião em concordância com os interesses expressos do assessorado;

e)
analisar as situações do ponto de vista psicossocial e emitir opinião técnica ao
assessorado.

Na assessoria, cabe ao assessor indicar aos assessorados caminhos e alternativas, devendo estas
últimas serem concebidas em conjunto entre assessor e equipe técnica a qual assessora. A opinião
emitida pelo assessor não é imposta, ela pode e deve ser discutida com os assessorados, que podem
ou não concordar com as proposições e ideias apontadas pelo mesmo. Portanto, o papel do assessor
é de contribuir na elaboração do projeto de prática de uma equipe ou profissional, os quais, por sua
vez, tem a autonomia de seguir ou não o que lhes foi indicado.

Tomando por base a análise realizada por Iamamoto (2009), pode-se compreender
que as alterações verificadas nos espaços sócio-ocupacionais do assistente social
estão relacionadas:
a)
a processos sociais historicamente datados, expressando a dinâmica da acumulação, a
composição do poder político e a correlação de forças em seu âmbito, refratando ainda
as particulares condições e relações de trabalho prevalecentes na sociedade brasileira
b)
a processos macrossociais que incidiram sobre o universo do trabalho na sociedade
pós-industrial, sendo agudizados a partir do regime de acumulação flexível

c)
a processos ético-políticos gestados pelo movimento de renovação do Serviço Social
no Brasil que possibilitaram novas bases para a construção do projeto ético-político
crítico

d)
a processos sociais historicamente datados, expressando a dinâmica da acumulação, a
composição do poder político e a correlação de forças em seu âmbito, referindo-se a
condições sociais globais inscritas no âmbito do capital fetiche

e)
à autonomia e ao pleno desenvolvimento da profissão que permite que, no momento
presente, o Serviço Social tenha prestígio e reconhecimento pela classe trabalhadora

O mercado de trabalho assim como os espaços em que os assistente sociais atuam sofre alterações
devido às transformações ocorridas no âmbito da produção e na esfera do Estado. Assim, na
dinâmica atual do capitalismo em que se tem uma flexibilização do processo produtivo e da gestão
da força de trabalho e a instauração dos processos de contrarreforma do Estado, visando a
minimização e extinção de direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores,
teremos então impactos em todos os espaços ocupacionais bem como em todas as categorias
profissionais. Deste modo, a flexibilização das relações de trabalho, a implementação de novos meios
que intensificam a exploração do trabalhador, a regulação da terceirização, dos part-time, o
rebaixamento dos salários, o desemprego estrutural, afetam em igual medida os assistentes sociais,
precarizando suas condições e relações de trabalho. Além de que, a radicalização das expressões da
questão social diante desse novo contexto trará ainda mais e novas demandas ao assistente social,
que possui a questão social como seu objeto de trabalho. Outro fator importante que deve ser
considerado é o desfinanciamento das políticas sociais, lócus de trabalho privilegiado desse
profissional, resultando tanto na precarização desses espaços quanto no fechamento de postos de
trabalho para essa categoria e para outras que também atuam junto a política social, como
psicólogos, pedagogos, advogados, etc. Em resumo, os processo sociais e as mutações no interior
do capitalismo que buscam recuperar suas taxas de super lucros incidem diretamente sobre os
espaços ocupacionais de toda a classe trabalhadora, dentro da qual encontram-se os assistentes
sociais, posto que são também trabalhadores assalariados. Assim sendo, o avanço da agenda
neoliberal no Brasil acarretou consequências catastróficas para os trabalhadores, observando que
sempre tivemos formas precárias de trabalho que nunca foram superadas e que a partir desse
momento passam a ser acentuadas.

Ao abordar o tema dos estudos socioeconômicos no âmbito do Serviço Social,


Mioto (2009) afirma que estes estudos, na trajetória do Serviço Social, tiveram um
grande desenvolvimento técnico no período de consolidação da profissão, por meio
da apropriação de um dado marco conceitual, o qual se refere:
a)
ao Serviço Social americano e, particularmente, o Método do Serviço Social de Casos

b)
ao Serviço Social estrutural-funcionalista e, particularmente, o Método do Serviço
Social de Grupo
c)
ao Serviço Social pautado na realidade brasileira, advindo do processo de renovação
latino-americano e, particularmente, o Método do Desenvolvimento de Comunidad

d)
ao Serviço Social Crítico e, particularmente, o Método BH

e)
ao Serviço Social conservador e, particularmente, o Método sociológico que requeria a
perspectiva da neutralidade

Os estudos socioeconômicos estão presentes como ação dos assistentes sociais desde os primórdios
da profissão, quando a mesma era ainda conservadora, pautada em perspectivas positivistas. O
Serviço Social constituído nos Estados Unidos e, especificamente, o método cunhado de Serviço
Social de Casos, propunha a realização de estudos socioeconômicos como uma das etapas desse
método. Esse método visava integrar o indivíduo na sociedade, minimizar os desajustamentos
sociais, através da realização de um estudo social de caso e, após, o diagnóstico e o tratamento. A
profissão ainda conservadora nesse período entendia a questão social como fatos sociais e natural
de toda sociedade, buscando promover o ajustamento dos indivíduos com desvios de caráter,
personalidade, etc. Atualmente os estudos socioeconômicos constituem competência profissional do
assistente social, conforme disposto na Lei de Regulamentação da Profissão (Lei n. 8.662/1993), em
seu Art. 4º, inciso XI. Porém, destacamos que a direção impressa ao se realizar esse estudo na
atualidade é completamente distinta daquela que possuía a profissão em sua gênese no país.

Na elaboração do estudo social é fundamental que o assistente social estabeleça


as mediações com a totalidade social e a realidade social na qual o sujeito esta
inserido. Logo, se constituem chaves do conhecimento para a construção do
estudo social os eixos de:
a)
trabalho, cidade, políticas sociais e família ar t iculadas às pecul iar idades sociais,
econômicas e culturais relacionando com as questões estruturais nacionais e mundiais.

b)
família, gênero, poder judiciário e poder público, articulados aos processos sociais
contemporâneos que modificam gradativamente, na sua totalidade, suas estruturas

c)
questão social, políticas sociais, movimentos sociais e relações de gênero veiculados às
modificações societárias que potencializam a essência destes conceitos.

d)
políticas sociais, territorialidade, educação e ética, atrelados aos impactos que
produzem na vida do usuário quando modificados na sua estrutura socialmente
construída.

De acordo com Eunice T. Fávero (O estudo social - fundamentos e particularidades de sua


construção na Área Judiciária. In: O estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos: debates
atuais no judiciário, no penitenciário e na previdência social. Org.: CFESS, 11ª edição - São Paulo:
Cortez, 2014), na elaboração do estudo social, no qual o assistente social dotado de suas
competências profissionais vai examinar determinada situação e/ou expressão da questão social, é
fundamental que este profissional, por meio de referencial crítico, analise a realidade social em sua
totalidade, realizando as conexões com as particularidades que atingem o sujeito em questão. Deste
modo, para a autora há elementos chaves ou categorias fundamentais que contribuem para a
elaboração do estudo social, permitindo uma abordagem bastante próxima da realidade dos sujeitos,
sendo elas: trabalho, cidade/território, políticas sociais, família e cultura. Conforme a autora, a
consideração desses elementos amplificam as possibilidades de construir um saber verdadeiro,
total e crítico acerca da realidade social, realizando as necessárias ligações com a totalidade, o que
pressupõe que devem ser consideradas as especificidades regionais e o contexto nacional e mundial,
bem como os aspectos políticos, econômicos e sociais.

A utilização do termo “sociojurídico” é recente no Serviço Social. Nesse sentido, o


campo (ou sistema) sociojurídico pode ser definido como:
a)
uma área específica de intervenção do Serviço Social constituída exclusivamente por
instituições carcerárias e pelos sistemas de proteção e acolhimento de crianças e
adolescentes em conflito com a lei;

b)
instituições governamentais, não governamentais e paragovernamentais que se
dedicam a examinar atos de infrações leves e moderadas contra o direito à
propriedade dos cidadãos;

c)
um espaço de competência exclusiva do assistente social, que deve atuar
profissionalmente na investigação e avaliação de delitos relacionados a indivíduos tidos
como incapazes perante a lei;

d)
aquele que diz respeito ao conjunto de áreas em que a ação do Serviço Social articula-
se a ações de natureza jurídica, como o sistema penitenciário, o sistema de segurança,
e os sistemas de proteção e acolhimento;

e)
necessário para dotar o trabalho do assistente social de legitimidade e legalidade no
que diz respeito ao atendimento e à garantia de direitos a indivíduos em comprovada
ou suposta vulnerabilidade social.

A expressão "sociojurídico" é bem recente no Serviço Social, apesar da inserção deste profissional
neste espaço ter ocorrido no início da profissão no Brasil, segundo apontam Marilda Iamamoto e
Raul de Carvalho (Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-
metodológica. 19ª edição. São Paulo: Cortez, 2006). Na atualidade ela tem sido utilizada para se
referir ao trabalho do assistente social na esfera do Judiciário, nas Penitenciárias, no Ministério
Público, nas Defensorias Públicas, nas instituições de defesa de direitos humanos, nos serviços de
acolhimento institucional e familiar, no sistema de segurança e na execução de medidas
socioeducativas. O termo "sociojurídico" está diretamente relacionado ao trabalho do assistente
social que atua com o campo jurídico.

Em um processo judicial de adoção de uma criança, deve sempre o assistente


social, a partir do processo de intervenção com quem requer a adoção, dentre
outras ações:
a)
identificar se é casal e avaliar sua capacidade em prover as condições materiais e
emocionais para o bom desenvolvimento biopsicossocial da criança;

b)
refletir e construir com a família as possibilidades de acesso a serviços e a seus
direitos, com vistas a potencializar a proteção da criança a ser adotada;

c)
emitir parecer social para o juiz, indicando se será bom pai ou boa mãe do ponto de
vista da garantia dos direitos da criança;

d)
realizar estudo social para averiguar se é casal e se estão aptos socialmente para o
exercício da maternidade e da paternidade;

e)
elaborar parecer social e encaminhar ao juiz sobre as condições psicossociais da família
em assumir a responsabilidade pela proteção da criança.

Não somente na área sociojurídica, da qual se trata a questão acima, mas em todos os espaços
ocupacionais em que os assistentes sociais atuam, é muito comum que as demandas institucionais
para esses profissionais se resumam em práticas permeadas por conservadorismo. Com base no
CFESS (Atuação de assistentes sociais no Sociojurídico: subsídios para reflexão. Brasília/DF, 2014) há
ainda demandas a esse profissional para que o mesmo, com uma atitude policialesca, por exemplo,
vá ao domicílio dos indivíduos com vistas a verificar e analisar o seu comportamento, se são
inadequados ou não. E a partir disso construir o parecer ou estudo social, atestando se serão bons
pais ou não, se são "adequados" ou não, se serão competentes ou não para cuidar de uma
criança/adolescente. Esse tipo de prática, voltada para a análise do enquadramento das pessoas
e ajustamento na sociedade, de como estas deveriam ser ou agir, que realiza
julgamentos fundamentados em práticas moralizantes, não condizem com o verdadeiro trabalho do
assistente social na contemporaneidade. O assistente social ao realizar um estudo social ou parecer,
agindo como um disciplinador ou "policial", reproduz práticas existentes nos primórdios da profissão,
que já foram e são negadas pela categoria profissional. Assim sendo, no processo de adoção não
cabe ao assistente social averiguar se os pretendentes à adoção são mesmo um casal ou se
observando o comportamento deles é possível afirmar ou não que serão bons pais. Ao assistente
social, com base no seu Código de Ética e Projeto ético-político, bem como nas suas atribuições e
competências, cabe garantir o acesso dessa família aos seus direitos, indicar os serviços disponíveis
para seu atendimento e também da criança/adolescente que será adotada, informar sobre os
benefícios disponíveis em determinados casos, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
Deste modo, o assistente social tem o dever de assegurar e lutar pela expansão dos direitos,
possibilitando o acesso aos serviços, políticas sociais e benefícios, dispensando julgamentos que
cerceiem os direitos das pessoas, que sejam preconceituosos e intolerantes, devendo sempre
respeitar as diferenças, os novos arranjos familiares e as opções realizadas por cada pessoa.

A introdução de políticas neoliberais em todos os quadrantes do globo terr estre


implicou uma ampliação do desemprego e a exponenciação da questão social. Uma
das formas de o Estado neoliberal enfrentar a questão social na
contemporaneidade tem sido a:

a)
instituição de novos direitos trabalhistas;
b)
contratação de interventores sociais;

c)
centralização das políticas estatais;

d)
universalização das políticas sociais públicas;

e)
criminalização dos pobres.

A reestruturação da produção aliada às políticas de cunho neoliberal na atualidade têm rebatido


fortemente sobre a classe trabalhadora, implicando no desemprego estrutural, no retraimento do
Estado no que se refere às políticas sociais públicas, na eliminação de direitos historicamente
conquistados pelas massas trabalhadoras, no aviltamento das condições de vida e de trabalho e
também na degradação do meio ambiente. Deste modo, constata-se a acentuação das sequelas da
questão social, como a fome, a miséria absoluta, o retorno de formas retrógradas de trabalho
(escravo e infantil), o agravamento da saúde dos trabalhadores devido a intensificação da
exploração, o aumento da violência, dentre outras expressões que podem ser citadas. O Estado,
seguindo as orientações neoliberais, vem respondendo a tais expressões quando não de forma
pontual e focalizada, através de políticas seletivas, basicamente de transferência de renda e de
combate à fome e à pobreza, também por meio da intervenção policial, classificando as classes
subalternas bem como suas lutas, como caso de polícia. Não é raro episódios em que os movimento
sociais, por exemplo, são caracterizados na mídia como atos de vandalismo e de desordem,
criminalizando a pobreza e os pobres por tentarem buscar formas de sobrevivência diante desse
contexto. A classe trabalhadora é vista como uma classe "perigosa", sendo utilizada pelo Estado no
enfrentamento das necessidades dessa classe a política focalizada e a repressão/violência neste
contexto de avanço das política neoliberais.

A intervenção profissional em consonância com os parâmetros emanad os pelo


Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) pressupõe enfrentar e superar duas
grandes tendências presentes hoje no âmbito dos Centros de Referência da
Assistência Social (CRAS). São elas, respectivamente:
a)
rever os critérios para inclusão/exclusão de famílias nos benefícios socioassistenciais,
notadamente aqueles vinculados ao Programa Bolsa Família (PBF); e captar recursos
financeiros através de projetos autônomos, visando o aumento de indivíduos e famílias
que possam ser auxiliados a partir de iniciativas deste tipo;

b)
restringir a atuação profissional aos atendimentos emergenciais a indivíduos, grupos
ou famílias; e estabelecer uma relação entre o público e o privado, em que o poder
público transforma-se em mero repassador de recursos a organizações não
governamentais, que assumem a execução direta dos serviços socioassistenciais;

c)
expandir a participação popular através da eleição de líderes comunitários com o
objetivo de implementar miniconselhos locais; e limitar o atendimento em equipe
multiprofissional ao âmbito da competência de cada profissional, evitando assim
superposição de encaminhamentos;

d)
diversificar a oferta de políticas sociais cujo financiamento é privado, ou seja, cujos
recursos emanam de empresas que se localizam no entorno do CRAS; e aumentar o
escopo da população beneficiada por essas políticas, ainda que não totalmente
públicas;

e)
buscar parcerias com a iniciativa privada, com o objetivo de estabelecer programas de
transferência de renda próprios para as famílias não beneficiadas pelos programas
oficiais; e privilegiar o atendimento grupal em detrimento do atendimento individual.

Segundo os Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social (Org.
CFESS. Brasília/DF, 2011) a intervenção profissional nos Centros de Referência de Assistência Social
(CRAS), na atualidade, possui dois grandes desafios a enfrentar e superar. O primeiro é a tendência
da intervenção do assistente social no âmbito dos CRAS se tornar meramente emergencial,
designando a essas instituições e à própria atuação profissional o papel de "plantão de
emergências", tornando a intervenção pontual e pragmática, além de passar para os usuários uma
imagem de que o CRAS possui somente a função de mapear e fiscalizar o acesso aos benefícios de
transferência de renda. A segunda tendência diz respeito ao repasse de recursos do Estado (público)
para as instituições e organizações privadas, o que tem sido uma constante após a contrarreforma
do aparelho estatal. Assim, tais instituições e organizações passam a executar diretamente os
serviços socioassistenciais, implicando no trabalho do assistente social, que muitas vezes é chamado
somente para fiscalizar os serviços prestados por aquelas instituições/organizações, esquecendo-se
de suas demais competências, como de planejar, organizar e coordenar no âmbito da política de
Assistência Social. É importante ressaltar que, tendo em vista que a questão social é o objeto de
intervenção do assistente social, a intervenção deste profissional deve ser totalizante, no sentido não
somente de responder às demandas mais emergenciais, mas também buscar fortalecer os sujeitos
sociais e suas organizações e espaços de lutas; propor em conjunto com os sujeitos alternativas
políticas para enfrentamento e modificação da realidade; garantir e ampliar os direitos sociais e o
acesso aos serviços públicos, dentre outras competências deste profissional que podem e devem
fazer parte do seu exercício profissional na Política de Assistência Social. Em resumo, os CRAS
podem ser bem mais do que meros repassadores de benefícios, assim como o trabalho do assistente
social, pautado no seu Projeto Ético-Político e no Código de Ética da categoria, pode viabilizar a
construção de novas formas de enfrentamento da sociabilidade burguesa e fortalecimento dos
sujeitos sociais.

A reconfiguração dos direitos sociais no Brasil, a partir dos anos 1990, tem
implicado o apelo ao Terceiro Setor e ao empresariado como substitutivos das
políticas públicas. Essa inflexão é denominada:
a)
refilantropização das políticas sociais;

b)
universalização das políticas sociais;

c)
descentralização das políticas sociais;

d)
hierarquização das políticas sociais;

e)
centralização das políticas sociais.

Na década de 1990, com a adoção da agenda neoliberal no país e com o processo de contrarreforma
do Estado, visando a minimização e eliminação de coberturas e direitos sociais; a maximização do
Estado no que concerne o mercado e o capital; a desconsideração e caracterização da recém
promulgada Constituição Federal de 1988 como retrógrada, paternalista e causadora de gastos
excessivos pela máquina estatal por prever direitos à população, o Estado passa a se
desresponsabilizar de responder às sequelas da questão social. Sendo assim, era disseminada uma
ideologia de solidariedade, na qual a sociedade civil deveria se responsabilizar pelos problemas
sociais, evocando o passado quando a questão social era alvo de ações filantrópicas, benemerentes
e assistencialistas. É da década de 1990 em diante que o chamado Terceiro Setor - aquele distinto
do primeiro setor que é o Estado, e do segundo setor, onde se localiza o mercado - multiplica-se
pelo país, executando políticas públicas por meio das organizações não governamentais, instituições
sociais, entidades sem fins lucrativos, as quais muitas vezes atuam em parceria com o próprio
Estado que disponibiliza a elas parcos recursos. Assim, ocorre o que muitos autores denominam de
refilantropização da questão social, visto que esta última volta a ser alvo de ações pontuais e
filantrópicas. Além disso, é pontuado que há novas formas de refilantropização da questão social,
como a responsabilidade social desenvolvida pelas empresas capitalistas. Observa-se que esse tipo
de atividade contribui positivamente para a imagem das empresas, o que pode inclusive refletir em
seus lucros, além de que o Estado oferece vantagens e incentivos fiscais para aqueles que
fornecem esse tipo de serviço, sendo vantajoso para as empresas. É necessário salientar também
que quando serviços de caráter público e políticas sociais são oferecidos por instituições privadas,
organizações, entidades, o alcance da universalidade do atendimento fica cada vez mais distante.
Tais prestadores desses serviços e políticas podem eleger os critérios e regras que julgarem
melhores e necessários, tornando-os inacessíveis para alguns grupos da população.

Nos primeiros anos do século XX, a questão social já está definitivamente colocada
para a sociedade brasileira. Nesse contexto surgem as primeiras instituições
assistenciais subvencionadas pelo Estado. É a partir delas que se criam as bases
materiais (organizacionais e humanas) para o surgimento das primeiras escolas de
Serviço Social, marcadas por forte influência:
a)
fenomenológica;

b)
marxista;

c)
progressista;

d)
positivista;

e)
dialética.

A primeira escola de Serviço Social no Brasil surge em São Paulo na década de 1930 sob forte
influência do Serviço Social europeu, marcado pela presença contundente da Igreja Católica e sua
Doutrina Social. Após, na década de 1940, ocorre no Brasil uma interferência também do Serviço
Social norte-americano, cujos referenciais orientadores baseavam-se no pensamento conservador da
teoria social positivista. O positivismo compreende a sociedade como ahistórica, não sendo passível
de transformação e, assim sendo, os sujeitos é que deveriam adaptar-se à ela. Ou seja, este tipo de
pensamento era completamente funcional as necessidades do Estado e da burguesia naquele
momento, observando que ambos impulsionaram o desenvolvimento da profissão no país, afinal,
esse profissional era de extrema importância à eles. Assim, pode-se afirmar que o positivismo esteve
presente influenciando as primeiras escolas de Serviço Social no Brasil e a prática dos assistentes
sociais naquele período, sendo na atualidade recusado pela profissão, a qual tem se orientado pela
teoria social marxista.

De acordo com a Lei 8.662, de 7 de junho de 1993, que dispõe no seu artigo 5.º
sobre as atribuições privativas do Assistente Social, estas constituem em: realizar
vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a
matéria de Serviço Social. Acerca de alguns dos procedimentos e instrumentos
utilizados pelo profissional do Serviço Social, numere a coluna da direita de acordo
com sua correspondência com a coluna da esquerda.

1. Perícia Social

2. Estudo Social

3. Parecer Social

4. Laudo Social

( ) É um processo metodológico específicodoServiçoSocial, que tem por finalidade


co nhecer com profundidade, e de forma crítica, uma deter minada situação ou
expres são da questão social, objeto daintervençãoprofissional.

( ) Pode ser considerada como um processo através do qual um especialista, no


caso o Assistente Social, realiza um exame das situações sociais com a finalidade
de emitir um parecer sobre elas.

( ) Documento resultante da Perícia Social, apresenta in formações mais significati


vas e relevantes do estudo e da análise realizada.

( ) É uma opinião fundamenta da que o Assistente Social emite sobre a situação


estu dada.

Assinale a alternativa que apresenta, de cima para baixo, a sequência numérica


correta:
a)
2–3–1–4
b)
2–1–4–3

c)
4–1–2–3

d)
3–1–4–2

e)
1–2–3–4

Com base em Eunice T. Fávero (O estudo social - fundamentos e particularidades de sua construção
na Área Jurídica. In: O estudo social em perícia, laudos e pareceres técnicos: debates atuais no
judiciário, no penitenciário e na previdência social. Orgs: CFESS. 11ª edição. São
Paulo: Cortez, 2014), o estudo social se caracteriza por ser um processo metodológico no qual o
Serviço Social por meio de seus conhecimentos específicos irá conhecer determinada realidade social
e econômica e, provavelmente, uma expressão da questão social, a qual é o objeto de intervenção
dessa profissão. Assim, através da compreensão detalhada e investigação aprofundada de uma
situação específica, a partir de uma perspectiva crítica, o assistente social poderá contribuir com o
juiz de modo a muni-lo de informações para subsidiar sua decisão.
O estudo social possibilita a realização da perícia social, através da qual é possível emitir o parecer
social e o laudo social. Normalmente, a perícia social é solicitada ao assistente social para auxiliar o
juiz numa determinada decisão. O assistente social, dotado de suas competências teórico-
metodológicas, ético-políticas e técnico-operativas, realiza a perícia, podendo ser utilizados vários
instrumentos e técnicas, como entrevistas, visitas domiciliares e institucionais, pesquisas
bibliográficas e documentais, dentre outros que ele julgar necessário para aprofundar seu
conhecimento acerca da situação estudada.
O laudo social, conforme apontado, é elaborado a partir da perícia social e vai apresentar ao juiz as
informações mais importantes acerca do estudo realizado, como se fosse uma síntese composta
pelas constatações mais relevantes da situação examinada.
O parecer social é uma opinião fundamentada e conclusiva acerca daquilo que foi estudado, daquela
realidade social. O parecer pode vir na estrutura do laudo social, como a sua conclusão ou vir a
parte, quando é solicitado ao assistente social, que já acompanha determinado caso, resposta
técnica a respeito de alguma questão. Nessa perspectiva, o parecer não visa definir qual a medida
legal ou a decisão a ser tomada, cabendo o mérito da decisão ao magistrado, mas indicar qual a
posição do profissional diante da situação analisada.
Em suma: o estudo social é o mais amplo, profundo. A perícia realiza um exame, verifica. Por meio
da perícia tem-se o laudo social, que possui as informações mais pertinentes e relevantes; e o
parecer social, que é conclusivo e possui uma opinião e manifestação do profissional a respeito da
situação analisada.

A orientação neoliberal assumida pelos Governos no Brasil nos últimos 25 anos


repercutiu sobre as políticas sociais (notadamente aquelas vinculadas à Seguridade
Social) e também sobre o exercício profissional do assistente social no âmbito
dessas políticas. A partir da análise deste contexto, muitos autores vinculados à
teoria crítica avaliam que há uma tendência à redefinição no próprio trabalho
profissional do assistente social, que passa a ser requisitado para:
a)
gerir a pobreza através de critérios de elegibilidade para benefícios seletivos;

b)
combater a desigualdade social por meio de políticas universais;

c)
elaborar projetos de intervenção que visem a emancipação das populações carentes;

d)
atuar junto aos movimentos sociais a fim de capacitá-los para o exercício da cidadania
plena;

e)
mobilizar entidades classistas para análise da conjuntura e reivindicação de direitos
coletivos.

A orientação neoliberal assumida pelos Governos no Brasil nos últimos 25 anos


repercutiu sobre as políticas sociais (notadamente aquelas vinculadas à Seguridade
Social) e também sobre o exercício profissional do assistente social no âmbito
dessas políticas. A partir da análise deste contexto, muitos autores vinculados à
teoria crítica avaliam que há uma tendência à redefinição no próprio trabalho
profissional do assistente social, que passa a ser requisitado para:
a)
gerir a pobreza através de critérios de elegibilidade para benefícios seletivos;

b)
combater a desigualdade social por meio de políticas universais;

c)
elaborar projetos de intervenção que visem a emancipação das populações carentes;

d)
atuar junto aos movimentos sociais a fim de capacitá-los para o exercício da cidadania
plena;

e)
mobilizar entidades classistas para análise da conjuntura e reivindicação de direitos
coletivos.

As transformações societárias rebatem sobre todas as categorias profissionais, entre elas a dos
assistentes sociais, que possuem nas políticas sociais umlócus privilegiado de atuação. A partir da
adoção ao neoliberalismo pelo Brasil na década de 1990, constata-se um retraimento do Estado em
suas funções sociais, implicando na redução dos investimentos em políticas sociais universais e no
retrocesso dos direitos sociais. O neoliberalismo propõe políticas sociais seletivas, focalizadas e
pontuais, de "alívio" a pobreza extrema, pois não se tem a pretensão de erradicar a pobreza, apenas
minimizá-la. Fato é que os assistentes sociais são demandados pela esfera estatal para atuar junto
à essas políticas, realizando atividades de administração de recursos e implementação de
serviços. Tais políticas possuem critérios rígidos de elegibilidade, já que a tônica neoliberal está em
concordância com a exclusão e não com a inclusão. Desse modo, os assistentes sociais têm sido
requisitados para administrar a pobreza por meio de políticas excludentes, paliativas e emergenciais.
Portanto, a letra A está correta, pois é a única alternativa que aponta as requisições feitas pelas
políticas neoliberais ao assistente social. As demais alternativas (B, C, D, E) indicam estratégias de
atuação que os assistentes sociais podem tecer diante desse contexto.

Cada vez mais o assistente social tem sido chamado a atuar em processos de
planejamento, avaliação e gestão em âmbito federal, estadual e municipal. No
entanto, não se deve confundir planejamento com plano, que se caracteriza por:
a)
compor um sistema integrado de benefícios, direitos, políticas e serviços destinados à
cobertura das necessidades das populações;

b)
ser um documento que indica um conjunto de projetos, cujos resultados permitem
alcançar o objetivo maior de uma política pública;

c)
empreender ações interventivas cotidianas, no sentido de promover a cidadania em
populações mais carentes, a fim de proporcionar seu empoderamento;

d)
conter estudos, análises situacionais ou diagnósticos necessários à identificação de
pontos a serem contemplados, bem como objetivos, estratégias e metas;

e)
constituir em instrumento de execução de empreendimentos específicos, destinados
para as mais variadas atividades e pesquisa no espaço público e privado.

O processo de Planejamento possui distintas etapas, e entre elas tem-se a da planificação, conforme
nos aponta Myrian Veras Baptista (Planejamento Social: intencionalidade e instrumentalidade, 2ª
edição, editora: Veras, São Paulo, 2007). Esta etapa, da planificação, ocorre após a tomada das
decisões, definidas considerando o contexto sócio-histórico e da instituição em que se atua. Assim,
tem-se início a organização das atividades e das ações fundamentais que possibilitem atingir os
resultados previstos. Nesse momento, as decisões são sistematizadas e expostas minuciosamente
em documentos, que conforme a autora, encontram-se em níveis decrescentes de decisão, sendo
eles: planos, programas e projetos. O plano, que é o documento mais importante no momento para
respondermos à questão, diz respeito a toda a estrutura organizacional, isto é, ele possui um âmbito
de abrangência maior com relação aos demais documentos (programas e projetos). É no plano que
são organizados os objetivos e as metas, bem como observado a viabilidade e a compatibilidade dos
mesmos. As estratégias também devem estar contidas nos planos, e para Baptista (2007), elas
devem ser bem explicitadas, justificadas e operacionais, para que de fato possibilitem a
exequibilidade do plano e o consentimento dos grupos e órgãos envolvidos. O plano também
apresenta os estudos, análises situacionais ou diagnósticos, nos quais devem ser explicitados os
principais pontos inerentes ao problema, além do conhecimento e dados acerca do mesmo,
identificando os pontos a serem contemplados. Portanto, a alternativa correta é a letra D. Também é
possível encontrar, na íntegra, o disposto na alternativa correta no texto de Joaquina Barata Teixeira
(Formulação, administração e execução de políticas públicas. In: Serviço Social: Direitos Sociais e
Competências Profissionais, Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009). É importante salientar, segundo Teixeira
(2009), que o Plano, o Programa e o Projeto, nada mais são do que meios através dos quais o
Planejamento se expressa.

Um casal está inscrito no Cadastro Nacional de Adoção há 11 meses, quando


recebe a indicação de uma criança, segundo o perfil escolhido, para, em caso de
aceitação, dar início aos procedimentos da adoção. Ocorre que durante esse
período o casal se separou, e a requerente, ao dar conhecimento da situação à
assistente social da Vara da Infância e Juventude, informa que seu desejo pela
adoção está mantido e que, embora o ex-marido tenha desistido do projeto, tem
plenas condições de assumir sozinha os deveres da maternidade. Acrescenta que a
separação em nada afetou seu desejo de ser mãe e que, tendo conhecido a
criança indicada, já o sente como filho, razão pela qual solicita que seja iniciado o
processo de adoção.
Mediante os novos fatos, a assistente social responsável pelo caso adota as
seguintes providências:
a)
informa ao juiz os fatos que configuram a presente situação da requerente, através de
relatório circunstanciado no qual sugere sua inclusão no próximo curso preparatório
para adoção, conforme dispõe a Lei Nacional de Adoção (Lei nº 12.010/09) nos casos
em que seja interesse da pessoa manter-se no Cadastro de Adotantes;

b)
emite relatório circunstanciado ao juiz sobre a presente situação da adotante,
informando que, tendo em vista as substanciais mudanças na vida familiar do casal
cadastrado, providenciará sua exclusão do Cadastro de Adotantes, bem como a
indicação do adotando ao próximo casal ou pessoa constante do referido cadastro;

c)
informa ao Ministério Público a situação em presença, sugerindo a manutenção da
requerente no Cadastro de Adotantes e a consequente abertura do processo de adoção
da criança indicada, tendo em vista que a separação de casais não compromete o
exercício da maternidade;

d)
informa ao juiz a nova situação da adotante, através de relatório no qual sugere que o
caso seja remetido à Equipe Técnica do Juízo para atualização dos estudos técnicos,
com vistas a verificar se a separação do casal comprometeu de algum modo os
requisitos que atestem a compatibilidade da postulante à adoção com a natureza da
medida;

e)
suspende os procedimentos relativos à entrega da criança e orienta a adotante a
procurar a Defensoria Pública, já que a Lei Nacional de Adoção (Lei nº 12.010/09) é
omissa quanto a mudanças na configuração familiar que foi objeto das avaliações
realizadas durante o processo de habilitação para adoção.
A separação de um casal que deu início ao processo de adoção, por si só, não constitui medida para
que um deles ou mesmo o casal, não continuem o processo. Na lei 12.010, em seu Art. 42, § 4º,
está esclarecido que os casais divorciados e separados podem, inclusive, adotar conjuntamente caso
o estágio de convivência já tenha sido iniciado antes da separação; haja consenso entre o casal
sobre a guarda e o regime de visitas, e que seja comprovada que há ligação afetiva e de afinidade
entre aquele não detentor da guarda e o adotando, visto ser essa medida excepcional e a adoção
irrevogável. Na situação descrita na questão, considerando que a adotante manifestou vontade de
continuar com o processo, cabe ao assistente social informar ao juiz a nova situação em que se
encontra a adotante para que seus dados sejam atualizados e verificar junto à equipe técnica e
também a adotante se essa nova situação realmente não interfere no interesse de prosseguir com a
adoção. Deve-se compreender que a adoção é medida irrevogável e o interesse superior será
sempre o da criança e adolescente envolvido no processo. Destarte, qualquer
informação referente aos interessados na adoção deve ser considerado e analisado, de modo a
verificar se isto pode ou não implicar negativamente na vida do adotando, se permanece o interesse
em adotar, prevalecendo sempre os interesses e direitos do adotando.

TEXTO 2 - Existe, atualmente, uma ampla e variada literatura sobre análise e


avaliação de políticas, programas e projetos sociais.
No Serviço Social, esse debate tem início nos anos 1980, com a incorporação da
Teoria Social Crítica pela profissão, e adensa-se após a promulgação da
Constituição Federal de 1988, que aporta uma nova lógica para a elaboração e
implementação de políticas sociais públicas.
Nessa perspectiva, as políticas sociais “(...) devem ser entendidas e avaliadas
como um conjunto de programas, projetos e ações que devem universalizar
direitos” (Boschetti, 2009: 577).

A partir do texto 2, a avaliação de políticas, programas ou projetos sociais deve


priorizar:
a)
os instrumentos e técnicas utilizados para instituir metas e objetivos a serem
alcançados;

b)
a identificação da concepção de Estado e de política social que determina seu
resultado;

c)
a política econômica que determina a relação custo-benefício para cada programa;

d)
os elementos constitutivos e determinantes de sua real necessidade;

e)
o estabelecimento de metas e a formação de equipes para monitorá-las.
Para Ivanete Boschetti (Avaliação de políticas, programas e projetos sociais. In: Serviço Social:
Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009), no que concerne à
avaliação de políticas sociais (e programas e projetos), esta não deve enfatizar o conjunto de
técnicas e métodos de avaliação que serão utilizados, nem a relação custo-benefício, que objetiva
atender o maior número de pessoas com menor gasto de recursos possível, visto que isto não condiz
com os objetivos da política social. Esse tipo de avaliação visa somente medir a intervenção do
Estado, sem de fato buscar conhecer o que é o mais fundamental, de que forma tais políticas,
programas ou projetos têm realmente impactado na realidade da população, se estão cumprindo
com o seus objetivos de ampliar e universalizar direitos, minimizar a desigualdade social e possibilitar
a equidade. Além disso, este tipo de avaliação tecnicista resulta na falta de análise crítica da função
e concepção de Estado e da política social e o cumprimento de sua real finalidade. Portanto,
conforme a autora, a avaliação de políticas, programas e projetos sociais deve priorizar a
compreensão do papel do Estado e da política social em cada momento histórico e político, visando
uma análise crítica e uma avaliação qualitativa destes, e não meramente pautar-se na verificação da
efetividade, eficácia e eficiência e de visões unilaterais acerca da constituição dessas políticas.

Ao propor um projeto de trabalho profissional, o assistente social deve possui r os


seguintes conhecimentos:

I – as políticas sociais transversais que incidem sobre o seu trabalho;


II – que demandas lhe são colocadas pelos usuários;
III – como se conforma a instituição na qual trabalha.

Está correto o que se afirma em:

a)
somente I;

b)
somente III;

c)
somente I e III;

d)
somente II e III;

e)
I, II e III.

O projeto de trabalho do assistente social deve considerar diversos elementos, entre eles a análise
institucional, compreendendo como se configuram as relações de poder e força dentro da instituição
em que atua; que tipo de instituição é essa (pública, privada, com interferência de segmentos
religiosos, confessionais, etc); quais os recursos financeiros, materiais e humanos disponíveis; de
onde são obtidos os recursos financeiros, dentre outros fatores que devem ser conhecidos para que
seja elaborado um projeto de trabalho viável naquele espaço. Outra consideração importante que o
profissional deve buscar apreender e agregar ao seu projeto é qual o público alvo daquela
instituição, suas demandas e suas necessidades bem como seus espaços de organização, visando
corroborar para a luta da classe trabalhadora e construir um projeto direcionado para o atendimento
das reais necessidades da população usuária do serviço. Ademais, é imprescindível ao profissional ao
elaborar seu projeto o conhecimento acerca das políticas sociais e de outros profissionais que de
modo positivo ou negativo interferem no seu trabalho. Identificando as políticas sociais que
atravessam seu trabalho e podem contribuir no atendimento das demandas de seus usuários bem
como o projeto de outros profissionais que atuam no mesmo espaço que o assistente social, este
último pode vir a agregar forças com outros projetos profissionais que possuam a mesma direção
que o seu ou reconhecer quais serão seus entraves na execução de seu projeto, quando os outros
profissionais apresentarem propostas antagônicas às suas.

No final dos anos 1930, a primeira iniciativa no âmbito público de formação técnica
especializada na assistência no Rio de Janeiro, que demandará a formação de
assistentes sociais, virá:
a)
do Centro de Estudos e Ação Social;

b)
dos Centros Operários;

c)
da Fundação Leão XIII;

d)
do Juízo de Menores;

e)
das indústrias do Distrito Federal.

No âmbito público, o Juízo de Menores do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério da Justiça federal,
é o primeiro setor que demanda a formação de profissionais especializados em "assistência", ainda
na década de 1930. Como o próprio nome já sugere, esse setor requisitava assistentes sociais para
atuar juntamente aos "menores" "carentes" e "delinquentes", buscando minimizar esse "problema"
que se multiplicava pela cidade do Rio de Janeiro, a então capital da República. Desse modo,
profissionais ligados ao Juízo de Menores passam a se unir e em 1936 é realizado um curso de curta
duração em Serviço Social, com foco na "infância abandonada", e em 1938 é fundada a Escola
Técnica de Serviço Social no Rio de Janeiro (IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. Relações Sociais e
Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-metodológica. 41 ed. São Paulo:
Cortez, 2014).

Uma das características da assessoria em Serviço Social é:


a)
emitir opinião técnica sobre determinado tema para o assessorado, que a acatará ou
não;

b)decidir sobre a situação analisada e informar ao assessorado a decisão tomada;


c)fiscalizar as ações e intervenções do sujeito que está sendo assessorado;
d)
emitir opinião em concordância com os interesses expressos do assessorado;
e)analisar as situações do ponto de vista psicossocial e emitir opinião técnica ao
assessorado.
Na assessoria, cabe ao assessor indicar aos assessorados caminhos e alternativas, devendo estas
últimas serem concebidas em conjunto entre assessor e equipe técnica a qual assessora. A opinião
emitida pelo assessor não é imposta, ela pode e deve ser discutida com os assessorados, que podem
ou não concordar com as proposições e ideias apontadas pelo mesmo. Portanto, o papel do assessor
é de contribuir na elaboração do projeto de prática de uma equipe ou profissional, os quais, por sua
vez, tem a autonomia de seguir ou não o que lhes foi indicado.

Tomando por base a análise realizada por Iamamoto (2009), pode-se compreender
que as alterações verificadas nos espaços sócio-ocupacionais do assistente social
estão relacionadas:
a)
a processos sociais historicamente datados, expressando a dinâmica da acumulação, a
composição do poder político e a correlação de forças em seu âmbito, refratando ainda
as particulares condições e relações de trabalho prevalecentes na sociedade brasileira

b)
a processos macrossociais que incidiram sobre o universo do trabalho na sociedade
pós-industrial, sendo agudizados a partir do regime de acumulação flexível

c)
a processos ético-políticos gestados pelo movimento de renovação do Serviço Social
no Brasil que possibilitaram novas bases para a construção do projeto ético-político
crítico

d)
a processos sociais historicamente datados, expressando a dinâmica da acumulação, a
composição do poder político e a correlação de forças em seu âmbito, referindo-se a
condições sociais globais inscritas no âmbito do capital fetiche

e)
à autonomia e ao pleno desenvolvimento da profissão que permite que, no momento
presente, o Serviço Social tenha prestígio e reconhecimento pela classe trabalhadora

O mercado de trabalho assim como os espaços em que os assistente sociais atuam sofre alterações
devido às transformações ocorridas no âmbito da produção e na esfera do Estado. Assim, na
dinâmica atual do capitalismo em que se tem uma flexibilização do processo produtivo e da gestão
da força de trabalho e a instauração dos processos de contrarreforma do Estado, visando a
minimização e extinção de direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores,
teremos então impactos em todos os espaços ocupacionais bem como em todas as categorias
profissionais. Deste modo, a flexibilização das relações de trabalho, a implementação de novos meios
que intensificam a exploração do trabalhador, a regulação da terceirização, dos part-time, o
rebaixamento dos salários, o desemprego estrutural, afetam em igual medida os assistentes sociais,
precarizando suas condições e relações de trabalho. Além de que, a radicalização das expressões da
questão social diante desse novo contexto trará ainda mais e novas demandas ao assistente social,
que possui a questão social como seu objeto de trabalho. Outro fator importante que deve ser
considerado é o desfinanciamento das políticas sociais, lócus de trabalho privilegiado desse
profissional, resultando tanto na precarização desses espaços quanto no fechamento de postos de
trabalho para essa categoria e para outras que também atuam junto a política social, como
psicólogos, pedagogos, advogados, etc. Em resumo, os processo sociais e as mutações no interior
do capitalismo que buscam recuperar suas taxas de super lucros incidem diretamente sobre os
espaços ocupacionais de toda a classe trabalhadora, dentro da qual encontram-se os assistentes
sociais, posto que são também trabalhadores assalariados. Assim sendo, o avanço da agenda
neoliberal no Brasil acarretou consequências catastróficas para os trabalhadores, observando que
sempre tivemos formas precárias de trabalho que nunca foram superadas e que a partir desse
momento passam a ser acentuadas.

Ao abordar o tema dos estudos socioeconômicos no âmbito do Serviço Social,


Mioto (2009) afirma que estes estudos, na trajetória do Serviço Social, tiveram um
grande desenvolvimento técnico no período de consolidação da profissão, por meio
da apropriação de um dado marco conceitual, o qual se refere:
a)
ao Serviço Social americano e, particularmente, o Método do Serviço Social de Casos

b)
ao Serviço Social estrutural-funcionalista e, particularmente, o Método do Serviço
Social de Grupo

c)
ao Serviço Social pautado na realidade brasileira, advindo do processo de renovação
latino-americano e, particularmente, o Método do Desenvolvimento de Comunidad

d)
ao Serviço Social Crítico e, particularmente, o Método BH

e)
ao Serviço Social conservador e, particularmente, o Método sociológico que requeria a
perspectiva da neutralidade

Os estudos socioeconômicos estão presentes como ação dos assistentes sociais desde os primórdios
da profissão, quando a mesma era ainda conservadora, pautada em perspectivas positivistas. O
Serviço Social constituído nos Estados Unidos e, especificamente, o método cunhado de Serviço
Social de Casos, propunha a realização de estudos socioeconômicos como uma das etapas desse
método. Esse método visava integrar o indivíduo na sociedade, minimizar os desajustamentos
sociais, através da realização de um estudo social de caso e, após, o diagnóstico e o tratamento. A
profissão ainda conservadora nesse período entendia a questão social como fatos sociais e natural
de toda sociedade, buscando promover o ajustamento dos indivíduos com desvios de caráter,
personalidade, etc. Atualmente os estudos socioeconômicos constituem competência profissional do
assistente social, conforme disposto na Lei de Regulamentação da Profissão (Lei n. 8.662/1993), em
seu Art. 4º, inciso XI. Porém, destacamos que a direção impressa ao se realizar esse estudo na
atualidade é completamente distinta daquela que possuía a profissão em sua gênese no país.

Na elaboração do estudo social é fundamental que o assistente social estabeleça


as mediações com a totalidade social e a realidade social na qual o sujeito esta
inserido. Logo, se constituem chaves do conhecimento para a construção do
estudo social os eixos de:
a)trabalho, cidade, políticas sociais e família ar t iculadas às pecul iar idades
sociais, econômicas e culturais relacionando com as questões estruturais nacionais e
mundiais.
b)família, gênero, poder judiciário e poder público, articulados aos processos
sociais contemporâneos que modificam gradativamente, na sua totalidade, suas
estruturas
c)questão social, políticas sociais, movimentos sociais e relações de gênero
veiculados às modificações societárias que potencializam a essência destes conceitos.
d)políticas sociais, territorialidade, educação e ética, atrelados aos impactos que
produzem na vida do usuário quando modificados na sua estrutura socialmente
construída.

De acordo com Eunice T. Fávero (O estudo social - fundamentos e particularidades de sua


construção na Área Judiciária. In: O estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos: debates
atuais no judiciário, no penitenciário e na previdência social. Org.: CFESS, 11ª edição - São Paulo:
Cortez, 2014), na elaboração do estudo social, no qual o assistente social dotado de suas
competências profissionais vai examinar determinada situação e/ou expressão da questão social, é
fundamental que este profissional, por meio de referencial crítico, analise a realidade social em sua
totalidade, realizando as conexões com as particularidades que atingem o sujeito em questão. Deste
modo, para a autora há elementos chaves ou categorias fundamentais que contribuem para a
elaboração do estudo social, permitindo uma abordagem bastante próxima da realidade dos sujeitos,
sendo elas: trabalho, cidade/território, políticas sociais, família e cultura. Conforme a autora, a
consideração desses elementos amplificam as possibilidades de construir um saber verdadeiro,
total e crítico acerca da realidade social, realizando as necessárias ligações com a totalidade, o que
pressupõe que devem ser consideradas as especificidades regionais e o contexto nacional e mundial,
bem como os aspectos políticos, econômicos e sociais.

A utilização do termo “sociojurídico” é recente no Serviço Social. Nesse sentido, o


campo (ou sistema) sociojurídico pode ser definido como:
a)
uma área específica de intervenção do Serviço Social constituída exclusivamente por
instituições carcerárias e pelos sistemas de proteção e acolhimento de crianças e
adolescentes em conflito com a lei;

b)
instituições governamentais, não governamentais e paragovernamentais que se
dedicam a examinar atos de infrações leves e moderadas contra o direito à
propriedade dos cidadãos;

c)
um espaço de competência exclusiva do assistente social, que deve atuar
profissionalmente na investigação e avaliação de delitos relacionados a indivíduos tidos
como incapazes perante a lei;
d)
aquele que diz respeito ao conjunto de áreas em que a ação do Serviço Social articula-
se a ações de natureza jurídica, como o sistema penitenciário, o sistema de segurança,
e os sistemas de proteção e acolhimento;

e)
necessário para dotar o trabalho do assistente social de legitimidade e legalidade no
que diz respeito ao atendimento e à garantia de direitos a indivíduos em comprovada
ou suposta vulnerabilidade social.

A expressão "sociojurídico" é bem recente no Serviço Social, apesar da inserção deste profissional
neste espaço ter ocorrido no início da profissão no Brasil, segundo apontam Marilda Iamamoto e
Raul de Carvalho (Relações Sociais e Serviço Social no Brasil: esboço de uma interpretação histórico-
metodológica. 19ª edição. São Paulo: Cortez, 2006). Na atualidade ela tem sido utilizada para se
referir ao trabalho do assistente social na esfera do Judiciário, nas Penitenciárias, no Ministério
Público, nas Defensorias Públicas, nas instituições de defesa de direitos humanos, nos serviços de
acolhimento institucional e familiar, no sistema de segurança e na execução de medidas
socioeducativas. O termo "sociojurídico" está diretamente relacionado ao trabalho do assistente
social que atua com o campo jurídico.

Em um processo judicial de adoção de uma criança, deve sempre o assistente


social, a partir do processo de intervenção com quem requer a adoção, dentre
outras ações:
a)
identificar se é casal e avaliar sua capacidade em prover as condições materiais e
emocionais para o bom desenvolvimento biopsicossocial da criança;

b)
refletir e construir com a família as possibilidades de acesso a serviços e a seus
direitos, com vistas a potencializar a proteção da criança a ser adotada;

c)
emitir parecer social para o juiz, indicando se será bom pai ou boa mãe do ponto de
vista da garantia dos direitos da criança;

d)
realizar estudo social para averiguar se é casal e se estão aptos socialmente para o
exercício da maternidade e da paternidade;

e)
elaborar parecer social e encaminhar ao juiz sobre as condições psicossociais da família
em assumir a responsabilidade pela proteção da criança.

Não somente na área sociojurídica, da qual se trata a questão acima, mas em todos os espaços
ocupacionais em que os assistentes sociais atuam, é muito comum que as demandas institucionais
para esses profissionais se resumam em práticas permeadas por conservadorismo. Com base no
CFESS (Atuação de assistentes sociais no Sociojurídico: subsídios para reflexão. Brasília/DF, 2014) há
ainda demandas a esse profissional para que o mesmo, com uma atitude policialesca, por exemplo,
vá ao domicílio dos indivíduos com vistas a verificar e analisar o seu comportamento, se são
inadequados ou não. E a partir disso construir o parecer ou estudo social, atestando se serão bons
pais ou não, se são "adequados" ou não, se serão competentes ou não para cuidar de uma
criança/adolescente. Esse tipo de prática, voltada para a análise do enquadramento das pessoas
e ajustamento na sociedade, de como estas deveriam ser ou agir, que realiza
julgamentos fundamentados em práticas moralizantes, não condizem com o verdadeiro trabalho do
assistente social na contemporaneidade. O assistente social ao realizar um estudo social ou parecer,
agindo como um disciplinador ou "policial", reproduz práticas existentes nos primórdios da profissão,
que já foram e são negadas pela categoria profissional. Assim sendo, no processo de adoção não
cabe ao assistente social averiguar se os pretendentes à adoção são mesmo um casal ou se
observando o comportamento deles é possível afirmar ou não que serão bons pais. Ao assistente
social, com base no seu Código de Ética e Projeto ético-político, bem como nas suas atribuições e
competências, cabe garantir o acesso dessa família aos seus direitos, indicar os serviços disponíveis
para seu atendimento e também da criança/adolescente que será adotada, informar sobre os
benefícios disponíveis em determinados casos, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
Deste modo, o assistente social tem o dever de assegurar e lutar pela expansão dos direitos,
possibilitando o acesso aos serviços, políticas sociais e benefícios, dispensando julgamentos que
cerceiem os direitos das pessoas, que sejam preconceituosos e intolerantes, devendo sempre
respeitar as diferenças, os novos arranjos familiares e as opções realizadas por cada pessoa.

A introdução de políticas neoliberais em todos os quadrantes do globo terr estre


implicou uma ampliação do desemprego e a exponenciação da questão social. Uma
das formas de o Estado neoliberal enfrentar a questão social na
contemporaneidade tem sido a:

a)
instituição de novos direitos trabalhistas;

b)
contratação de interventores sociais;

c)
centralização das políticas estatais;

d)
universalização das políticas sociais públicas;

e)
criminalização dos pobres.

A reestruturação da produção aliada às políticas de cunho neoliberal na atualidade têm rebatido


fortemente sobre a classe trabalhadora, implicando no desemprego estrutural, no retraimento do
Estado no que se refere às políticas sociais públicas, na eliminação de direitos historicamente
conquistados pelas massas trabalhadoras, no aviltamento das condições de vida e de trabalho e
também na degradação do meio ambiente. Deste modo, constata-se a acentuação das sequelas da
questão social, como a fome, a miséria absoluta, o retorno de formas retrógradas de trabalho
(escravo e infantil), o agravamento da saúde dos trabalhadores devido a intensificação da
exploração, o aumento da violência, dentre outras expressões que podem ser citadas. O Estado,
seguindo as orientações neoliberais, vem respondendo a tais expressões quando não de forma
pontual e focalizada, através de políticas seletivas, basicamente de transferência de renda e de
combate à fome e à pobreza, também por meio da intervenção policial, classificando as classes
subalternas bem como suas lutas, como caso de polícia. Não é raro episódios em que os movimento
sociais, por exemplo, são caracterizados na mídia como atos de vandalismo e de desordem,
criminalizando a pobreza e os pobres por tentarem buscar formas de sobrevivência diante desse
contexto. A classe trabalhadora é vista como uma classe "perigosa", sendo utilizada pelo Estado no
enfrentamento das necessidades dessa classe a política focalizada e a repressão/violência neste
contexto de avanço das política neoliberais.
A intervenção profissional em consonância com os parâmetros emanado s pelo
Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) pressupõe enfrentar e superar duas
grandes tendências presentes hoje no âmbito dos Centros de Referência da
Assistência Social (CRAS). São elas, respectivamente:
a)
rever os critérios para inclusão/exclusão de famílias nos benefícios socioassistenciais,
notadamente aqueles vinculados ao Programa Bolsa Família (PBF); e captar recursos
financeiros através de projetos autônomos, visando o aumento de indivíduos e famílias
que possam ser auxiliados a partir de iniciativas deste tipo;

b)
restringir a atuação profissional aos atendimentos emergenciais a indivíduos, grupos
ou famílias; e estabelecer uma relação entre o público e o privado, em que o poder
público transforma-se em mero repassador de recursos a organizações não
governamentais, que assumem a execução direta dos serviços socioassistenciais;

c)
expandir a participação popular através da eleição de líderes comunitários com o
objetivo de implementar miniconselhos locais; e limitar o atendimento em equipe
multiprofissional ao âmbito da competência de cada profissional, evitando assim
superposição de encaminhamentos;

d)
diversificar a oferta de políticas sociais cujo financiamento é privado, ou seja, cujos
recursos emanam de empresas que se localizam no entorno do CRAS; e aumentar o
escopo da população beneficiada por essas políticas, ainda que não totalmente
públicas;

e)
buscar parcerias com a iniciativa privada, com o objetivo de estabelecer programas de
transferência de renda próprios para as famílias não beneficiadas pelos programas
oficiais; e privilegiar o atendimento grupal em detrimento do atendimento individual.

Segundo os Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social (Org.
CFESS. Brasília/DF, 2011) a intervenção profissional nos Centros de Referência de Assistência Social
(CRAS), na atualidade, possui dois grandes desafios a enfrentar e superar. O primeiro é a tendência
da intervenção do assistente social no âmbito dos CRAS se tornar meramente emergencial,
designando a essas instituições e à própria atuação profissional o papel de "plantão de
emergências", tornando a intervenção pontual e pragmática, além de passar para os usuários uma
imagem de que o CRAS possui somente a função de mapear e fiscalizar o acesso aos benefícios de
transferência de renda. A segunda tendência diz respeito ao repasse de recursos do Estado (público)
para as instituições e organizações privadas, o que tem sido uma constante após a contrarreforma
do aparelho estatal. Assim, tais instituições e organizações passam a executar diretamente os
serviços socioassistenciais, implicando no trabalho do assistente social, que muitas vezes é chamado
somente para fiscalizar os serviços prestados por aquelas instituições/organizações, esquecendo-se
de suas demais competências, como de planejar, organizar e coordenar no âmbito da política de
Assistência Social. É importante ressaltar que, tendo em vista que a questão social é o objeto de
intervenção do assistente social, a intervenção deste profissional deve ser totalizante, no sentido não
somente de responder às demandas mais emergenciais, mas também buscar fortalecer os sujeitos
sociais e suas organizações e espaços de lutas; propor em conjunto com os sujeitos alternativas
políticas para enfrentamento e modificação da realidade; garantir e ampliar os direitos sociais e o
acesso aos serviços públicos, dentre outras competências deste profissional que podem e devem
fazer parte do seu exercício profissional na Política de Assistência Social. Em resumo, os CRAS
podem ser bem mais do que meros repassadores de benefícios, assim como o trabalho do assistente
social, pautado no seu Projeto Ético-Político e no Código de Ética da categoria, pode viabilizar a
construção de novas formas de enfrentamento da sociabilidade burguesa e fortalecimento dos
sujeitos sociais.

A reconfiguração dos direitos sociais no Brasil, a partir dos anos 1990, tem
implicado o apelo ao Terceiro Setor e ao empresariado como substitutivos das
políticas públicas. Essa inflexão é denominada:
a)
refilantropização das políticas sociais;

b)
universalização das políticas sociais;

c)
descentralização das políticas sociais;

d)
hierarquização das políticas sociais;

e)
centralização das políticas sociais.

Na década de 1990, com a adoção da agenda neoliberal no país e com o processo de contrarreforma
do Estado, visando a minimização e eliminação de coberturas e direitos sociais; a maximização do
Estado no que concerne o mercado e o capital; a desconsideração e caracterização da recém
promulgada Constituição Federal de 1988 como retrógrada, paternalista e causadora de gastos
excessivos pela máquina estatal por prever direitos à população, o Estado passa a se
desresponsabilizar de responder às sequelas da questão social. Sendo assim, era disseminada uma
ideologia de solidariedade, na qual a sociedade civil deveria se responsabilizar pelos problemas
sociais, evocando o passado quando a questão social era alvo de ações filantrópicas, benemerentes
e assistencialistas. É da década de 1990 em diante que o chamado Terceiro Setor - aquele distinto
do primeiro setor que é o Estado, e do segundo setor, onde se localiza o mercado - multiplica-se
pelo país, executando políticas públicas por meio das organizações não governamentais, instituições
sociais, entidades sem fins lucrativos, as quais muitas vezes atuam em parceria com o próprio
Estado que disponibiliza a elas parcos recursos. Assim, ocorre o que muitos autores denominam de
refilantropização da questão social, visto que esta última volta a ser alvo de ações pontuais e
filantrópicas. Além disso, é pontuado que há novas formas de refilantropização da questão social,
como a responsabilidade social desenvolvida pelas empresas capitalistas. Observa-se que esse tipo
de atividade contribui positivamente para a imagem das empresas, o que pode inclusive refletir em
seus lucros, além de que o Estado oferece vantagens e incentivos fiscais para aqueles que
fornecem esse tipo de serviço, sendo vantajoso para as empresas. É necessário salientar também
que quando serviços de caráter público e políticas sociais são oferecidos por instituições privadas,
organizações, entidades, o alcance da universalidade do atendimento fica cada vez mais distante.
Tais prestadores desses serviços e políticas podem eleger os critérios e regras que julgarem
melhores e necessários, tornando-os inacessíveis para alguns grupos da população.

Nos primeiros anos do século XX, a questão social já está definitivamente colocada
para a sociedade brasileira. Nesse contexto surgem as primeiras instituições
assistenciais subvencionadas pelo Estado. É a partir delas que se criam as bases
materiais (organizacionais e humanas) para o surgimento das primeiras escolas de
Serviço Social, marcadas por forte influência:
a)
fenomenológica;

b)
marxista;

c)
progressista;

d)
positivista;

e)
dialética.

A primeira escola de Serviço Social no Brasil surge em São Paulo na década de 1930 sob forte
influência do Serviço Social europeu, marcado pela presença contundente da Igreja Católica e sua
Doutrina Social. Após, na década de 1940, ocorre no Brasil uma interferência também do Serviço
Social norte-americano, cujos referenciais orientadores baseavam-se no pensamento conservador da
teoria social positivista. O positivismo compreende a sociedade como ahistórica, não sendo passível
de transformação e, assim sendo, os sujeitos é que deveriam adaptar-se à ela. Ou seja, este tipo de
pensamento era completamente funcional as necessidades do Estado e da burguesia naquele
momento, observando que ambos impulsionaram o desenvolvimento da profissão no país, afinal,
esse profissional era de extrema importância à eles. Assim, pode-se afirmar que o positivismo esteve
presente influenciando as primeiras escolas de Serviço Social no Brasil e a prática dos assistentes
sociais naquele período, sendo na atualidade recusado pela profissão, a qual tem se orientado pela
teoria social marxista.

De acordo com a Lei 8.662, de 7 de junho de 1993, que dispõe no seu artigo 5.º
sobre as atribuições privativas do Assistente Social, estas constituem em: realizar
vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a
matéria de Serviço Social. Acerca de alguns dos procedimentos e instrumentos
utilizados pelo profissional do Serviço Social, numere a coluna da direita de acordo
com sua correspondência com a coluna da esquerda.

1. Perícia Social

2. Estudo Social

3. Parecer Social

4. Laudo Social

( ) É um processo metodológico específicodoServiçoSocial, que tem por finalidade


co nhecer com profundidade, e de forma crítica, uma deter minada situação ou
expres são da questão social, objeto daintervençãoprofissional.

( ) Pode ser considerada como um processo através do qual um especialista, no


caso o Assistente Social, realiza um exame das situações sociais com a finalidade
de emitir um parecer sobre elas.

( ) Documento resultante da Perícia Social, apresenta in formações mais significati


vas e relevantes do estudo e da análise realizada.

( ) É uma opinião fundamenta da que o Assistente Social emite sobre a situação


estu dada.

Assinale a alternativa que apresenta, de cima para baixo, a sequência numérica


correta:
a)
2–3–1–4

b)
2–1–4–3

c)
4–1–2–3

d)
3–1–4–2

e)
1–2–3–4

Com base em Eunice T. Fávero (O estudo social - fundamentos e particularidades de sua construção
na Área Jurídica. In: O estudo social em perícia, laudos e pareceres técnicos: debates atuais no
judiciário, no penitenciário e na previdência social. Orgs: CFESS. 11ª edição. São
Paulo: Cortez, 2014), o estudo social se caracteriza por ser um processo metodológico no qual o
Serviço Social por meio de seus conhecimentos específicos irá conhecer determinada realidade social
e econômica e, provavelmente, uma expressão da questão social, a qual é o objeto de intervenção
dessa profissão. Assim, através da compreensão detalhada e investigação aprofundada de uma
situação específica, a partir de uma perspectiva crítica, o assistente social poderá contribuir com o
juiz de modo a muni-lo de informações para subsidiar sua decisão.
O estudo social possibilita a realização da perícia social, através da qual é possível emitir o parecer
social e o laudo social. Normalmente, a perícia social é solicitada ao assistente social para auxiliar o
juiz numa determinada decisão. O assistente social, dotado de suas competências teórico-
metodológicas, ético-políticas e técnico-operativas, realiza a perícia, podendo ser utilizados vários
instrumentos e técnicas, como entrevistas, visitas domiciliares e institucionais, pesquisas
bibliográficas e documentais, dentre outros que ele julgar necessário para aprofundar seu
conhecimento acerca da situação estudada.
O laudo social, conforme apontado, é elaborado a partir da perícia social e vai apresentar ao juiz as
informações mais importantes acerca do estudo realizado, como se fosse uma síntese composta
pelas constatações mais relevantes da situação examinada.
O parecer social é uma opinião fundamentada e conclusiva acerca daquilo que foi estudado, daquela
realidade social. O parecer pode vir na estrutura do laudo social, como a sua conclusão ou vir a
parte, quando é solicitado ao assistente social, que já acompanha determinado caso, resposta
técnica a respeito de alguma questão. Nessa perspectiva, o parecer não visa definir qual a medida
legal ou a decisão a ser tomada, cabendo o mérito da decisão ao magistrado, mas indicar qual a
posição do profissional diante da situação analisada.
Em suma: o estudo social é o mais amplo, profundo. A perícia realiza um exame, verifica. Por meio
da perícia tem-se o laudo social, que possui as informações mais pertinentes e relevantes; e o
parecer social, que é conclusivo e possui uma opinião e manifestação do profissional a respeito da
situação analisada.

A orientação e o acompanhamento são ações presentes no cotidiano do trabalho


do Assistente Social. O desenvolvimento destas ações está ligado a três processos
de articulação das ações profissionais. São eles:
a)
psicossociais, pedagógicos e administrativos.

b)
político-organizativos, de planejamento e gestão e socioassistenciais.

c)
teórico-metodológicos, ético-políticos e práticos.

d)
sociais, políticos e técnicos.

e)
filosóficos, políticos e históricos.

Conforme Mioto e Lima (A dimensão técnico-operativa do Serviço Social em foco: sistematização de


um processo investigativo. Rev. textos e contextos, Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 22-48, jan/jun, 2009),
as ações profissionais, presentes no cotidiano dos assistentes sociais, condensam e expressam toda
a formulação teórica, ética e técnica da profissão. Nessa perspectiva, o desenvolvimento das ações
profissionais se relaciona a três eixos ou três processos, a saber: processos político-organizativos,
processos de planejamento e gestão e processos socioassistenciais. Os processos político-
organizativos buscam incrementar discussões e encaminhá-las para a esfera pública, o seu objetivo é
dinamizar e instrumentalizar a participação dos sujeitos, tendo em vista o respeito ao potencial
político e ao tempo dos envolvidos. Os processos de planejamento e gestão são ações
desempenhadas em cargos gerenciais e administrativos. Este eixo contribui para a qualidade e a
efetivação dos serviços, podendo influenciar no processo decisório e interferir nas formas de realizar
a ação profissional. Já os processos socioassistenciais englobam as ações de natureza
socioterapêutica, socioeducativa, socioemergencial e pericial. Assim, caracterizam-se como um
conjunto de ações profissionais desenvolvidas diretamente com usuários, nos diferentes campos de
intervenção, a partir de demandas singulares. O foco desse eixo é atender o usuário como sujeito,
atendendo às suas necessidades e contribuindo para a construção de sua autonomia nas relações
institucionais e sociais, o que remete a sua participação política em diferentes espaços da sociedade.

Sobre os princípios norteadores do Sistema Nacional de Atendimento


Socioeducativo (SINASE), analise as afirmativas a seguir.

I. Administração e gestão colegiada, a partir da participação proativa das famílias


dos adolescentes socioeducandos.

II. Exigência de pessoal qualificado para a elaboração da metodologia e do


conteúdo a ser administrado pelos educadores.

III. Prevalência do conteúdo educativo sobre os sancionários e meramente de


contenção, no atendimento socioeducativo.

Assinale:
a)
se somente a afirmativa I estiver correta.

b)
se somente a afirmativa II estiver correta.

c)
se somente a afirmativa III estiver correta.

d)
se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

e)
se todas as afirmativas estiverem corretas.

O Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE - Resolução do CONANDA n. 119/2006


e Lei Federal 12.594/2012) é constituído pelos programas referentes à execução de medidas
socioeducativas destinadas a adolescentes autores de atos infracionais e foi o responsável
pela unificação dessas medidas indicando de que forma deveriam ser realizadas.Também passa a
delegar competências para cada esfera federativa (união, estado e município) e traz novas
orientações no que se refere à essas medidas, reforçando principalmente, o caráter pedagógico
delas. Conforme a Resolução 119 de 11 de dezembro de 2006 do CONANDA (Conselho Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente) os programas que integram o SINASE são orientados
por diversos princípios e diretrizes, e entre eles destacamos:
I- prevalência da ação socioeducativa sobre os aspectos meramente sancionatórios.
Observando que o SINASE possui como objetivo unificar a execução das medidas socioeducativas
aplicadas aos adolescentes, indicando como todas as instituições e profissionais da área devem agir,
ele é também baseado nos princípios dispostos no Estatuto da Criança e do Adolescente. Assim
sendo, também ratifica que deve haver prioridade no desenvolvimento de ações socioeducativas com
base nos direitos humanos, visando à formação para o exercício da cidadania, e não somente nos
aspectos sancionatórios, os quais já estão presentes devido a responsabilização do adolescente pelo
ato cometido.
Portanto, somente o indicado no item III da questão acima encontra-se em acordo com o
descrito na resolução citada.

Nas situações que envolvem crianças ou adolescentes e sua família, a mediação é


a)
imprescindível.

b)
compulsória.

c)
opcional.
d)
excepcional.

e)
circunstancial.

A mediação de conflitos é um mecanismo extrajudicial que pode ser utilizado para a resolução de
conflitos em diversas áreas, evitando a judicialização de algumas situações e, inclusive, pode ser
utilizado naqueles que se relacionam a crianças e adolescentes bem como suas famílias. Nas leis que
versam acerca dos direitos da criança e do adolescente, como o ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente - Lei n. 8.069/1990), a opção pela mediação em determinados conflitos, que claro, vai
depender de cada caso, não aparece explicitamente no texto. No Art. 100, da respectiva lei, algumas
alterações foram realizada e nelas podemos notar a opção por outras formas de resolutividade de
conflitos, como pode ser subentendido no disposto no inciso VII deste artigo que propõe uma
intervenção mínima do poder público nas questões familiares. No SINASE (Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo - Lei n. 12.594/2012), que versa mais especificamente sobre o
atendimento a adolescentes autores de atos infracionais, a opção pela não intervenção judicial é
mais visível, como visto no Art. 35 da respectiva Lei, em seu inciso II, que aponta: II-
excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de medidas, favorecendo-se meios de
autocomposição de conflitos.
Destarte, a mediação de conflitos é uma opção que pode ser utilizada nas situações que envolvam
crianças e adolescente e suas famílias, sendo assim, ela não é expressamente apontada como
compulsória ou excepcional nas legislações referentes a esse público. É um mecanismo extrajudicial
indicado, a depender de cada caso e observando o interesse superior da criança e do adolescente,
como expresso no ECA. Estes (criança e adolescente) também poderão participar do processo, visto
que também o ECA aponta a oitiva obrigatória dos envolvidos, considerando as crianças e
adolescentes como sujeitos de direitos e que devem ter suas opiniões respeitadas. Portanto, a
mediação é opcional e, dependendo do caso, a melhor forma de dar resolutividade aos conflitos,
sem o desgaste que um processo judicial, por exemplo, traria aos envolvidos.

Assinale a opção que indica as partes constitutivas do estudo social.


a)
Convocação, visita domiciliar e estudo socioeconômico.

b)
Observação, entrevista, pesquisa documental e pesquisa bibliográfica.

c)
Anamnese, perfil social, perfil econômico e histórico familiar

d)
Tese, antítese e síntese.

e)
Pesquisa bibliográfica, estudo, diagnóstico e tratament

Conforme Eunice T. Fávero (Instruções sociais de processos, sentenças e decisões. Disponível on


line) o estudo social enquanto atribuição privativa do assistente social pode ser construído através de
maneiras distintas, sendo o profissional quem decidirá por quais meios julga ser necessários para a
elaboração do documento. Deste modo, podem fazer parte do estudo social entrevistas com pessoas
que o profissional presume serem importantes; observação, visitas domiciliares e institucionais
quando o profissional entender que são necessárias; pesquisa documental e bibliográfica a materiais
que possam embasar e trazer informações importantes, dentre outros instrumentos e técnicas que o
profissional desejar utilizar.
Segundo a Lei 8.662/1993 e atualizações, assumir, no magistério de Serviço Social
tanto em nível de graduação como de pós-graduação, disciplinas e funções que
exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular
constitui:
a)
uma competência do (a) assistente social

b)
uma matéria em Serviço Social

c)
um direito do (a) assistente social

d)
uma atribuição privativa do (a) assistente social

e)
um dever do assistente social

A Lei de Regulamentação da Profissão de Assistente Social (Lei n. 8.662/1993) trata em seus Arts.
4º e 5º das competências e atribuições privativas desse profissional, respectivamente. No que se
refere às competências, estas não se constituem em atividades privativas do assistente social, ou
seja, existe neste artigo um rol de atividades para quais o assistente social é preparado na sua
formação e possui competência para desenvolvê-las, no entanto, outros profissionais também
podem realizá-las. Com relação às atribuições privativas, constantes no Art. 5º da respectiva lei,
estas são prerrogativas exclusivas daqueles detentores do diploma de graduação em Serviço Social,
isto é, dos Assistentes Sociais legalmente reconhecidos e inscritos no conselho de classe. Por isto, as
atividades lá descritas não podem, em hipótese nenhuma, serem realizadas por outros profissionais,
devido ao fato de ser necessário para desenvolvê-las conhecimentos específicos, próprios e que são
obtidos no curso de graduação de Serviço Social. Portanto, é uma atribuição privativa do assistente
social, conforme descrito no Art. 5º, em seu inciso V, assumir, no magistério de Serviço Social tanto
em nível de graduação como de pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos
próprios e adquiridos em curso de formação regular.

Assinale a alternativa que apresenta uma afirmação correta sobre a ética


profissional do Assistente Social.
a)
A reflexão ética possibilita a crítica da vida cotidiana.

b)
A teorização ética fundamenta-se na experiência profissional do Assistente Social.

c)
A legitimidade social da profissão ocorre, fundamentalmente, pelo seu código de ética.

d)
A consciência ética não significa pertencimento a um projeto profissional.

e)As escolhas éticas têm como referência somente a formação profissional.


O assistente social ao agir eticamente pautado nos valores compartilhados por esta categoria
profissional e que balizam a sua atuação está refletindo criticamente sobre a vida cotidiana, sobre a
realidade. Os valores, a moral e as normas impostos pela classe dominante são questionados e
repensados pelos assistentes sociais, visto que esta profissão não compartilha dos mesmos princípios
disseminados pela sociedade burguesa, e por isso, além de recusá-la busca também criar
alternativas para superá-la, defendendo intransigentemente a liberdade, a democracia, os direitos
humanos e a emancipação dos trabalhadores.

No que se refere à elaboração de propostas de intervenção na área social e ao


trabalho com famílias, julgue o item seguinte.

O trabalho social com famílias deve embasar-se na concepção de família


estruturada e compreendida como uma unidade doméstica cuja função primordial
consista em assegurar as condições materiais para o desenvolvimento de seus
integrantes.
ERRADA
O trabalho com famílias na atualidade não deve pautar-se na concepção de família estruturada, visto
ser este um conceito conservador e ultrapassado, observando que a família brasileira passou (e
passa) por distintas transformações aos longos dos anos. Um exemplo claro disso está na Política
Nacional de Assistência Social (2004) que nos informa que o número de famílias chefiadas por
mulheres cresceu substantivamente nos últimos anos, o que desconstrói aquela ideia de ser o
homem o provedor da família. Também é incontestável a presença dos avós nos núcleos familiares,
os quais em muitos casos são a referência e o mantenedor da casa. A família continua sendo o
primeiro responsável ou apoio para seus integrantes, contudo, deve-se ter em mente que esse
ambiente não se constitui somente por vínculos harmoniosos e que muitas vezes distintas violações
ocorrem no próprio núcleo familiar. Portanto, o trabalho com famílias necessita considerar os
distintos arranjos familiares existentes na atualidade e que apesar de ter suas responsabilidades e
funções básicas para com seus integrantes, muitas vezes tais famílias não conseguirão cumprir o seu
papel devido a distintas questões, como: desemprego, pobreza, não acesso a informação, dentre
outras.

O planejamento estratégico fixa-se em respostas no curto prazo e busca a eficiência com


base na ênfase à técnica e aos instrumentos
ERRADA
O planejamento diz respeito á capacidade humana de pensar e arquitetar antes de executar
determinada ação. Já a estratégia está relacionada à habilidade de escolher os melhores meios,
técnicas, instrumentos, etc, para alcançar determinado alvo e/ou objetivo. Assim, o planejamento
estratégico se refere à capacidade de projetar e elencar os melhores meios para se alcançar os
objetivos de longo prazo desejados. Dessa forma, o planejamento estratégico é a busca de
determinada instituição, normalmente utilizado pelos setores hierárquicos mais altos, através de
meios previamente definidos, para atingir respostas em longo prazo.

No planejamento estratégico de uma organização, deve-se priorizar o estabelecimento de


objetivos concretos e discutir, a cada cinco anos, as questões relacionadas ao futuro e ao
desenvolvimento organizacional.
ERRADA
O planejamento é um processo contínuo e dinâmico; planejar faz parte do nosso cotidiano. O
planejamento estratégico é um processo racional que pode possibilitar aos atores envolvidos a
compreensão e a organização das ações, promovendo a construção de um projeto comum para
subsidiar a tomada de decisão. Essa atividade estabelece a técnica e a metodologia para determinar
os objetivos a serem alcançados e os meios para tal. O planejamento estratégico é voltado para a
operacionalização de estratégias, envolvendo os movimentos de reflexão, decisão e ação. Durante
esse processo, há um acompanhamento das ações e das metas estratégicas, podendo ocorrer
eventuais ajustes e encaminhamentos das ações planejadas. Vale destacar que são utilizadas
diferenciadas ferramentas e metodologias,que visam alcançar os objetivos propostos, ou seja, que
buscam a promoção das transformações desejadas, seja na realidade da organização ou da
sociedade.

Diferentemente do projeto, o programa não é, a princípio, definido no tempo,


tendo, de certa forma, caráter permanente, embora não deva ser considerado
eterno.
CERTA
O projeto consiste na menor parte do processo de planificação, sendo esta última umas das etapas
do planejamento. O projeto se caracteriza por ser o documento que se refere a um âmbito menor,
bem específico, contudo é o que está mais próximo da realidade, e assim sendo, é o que traz de
modo mais detalhado as ações que serão realizadas. Este documento também deve se preocupar
com a definição de tempo, já que possui um caráter temporário, bem como com a quantidade
de recursos financeiros e humanos que possui disponível, para que assim possa alcançar os objetivos
propostos. Já o programa possui uma amplitude maior do que o projeto e menor do que a de
um plano. O programa pode se referir ao detalhamento de um determinado plano, por exemplo, e
conter vários projetos que viabilizem a ação e o alcance dos objetivos. Além disso, diferentemente
do projeto, o programa pode ser contínuo, não ter um tempo determinado para existir, possuindo
um caráter permanente e estável. Porém, isto não o torna eterno, já que também este pode vir a ser
extinto a qualquer tempo.

A qualidade das informações e a produção de impacto significativo junto ao


público-alvo são reconhecidas como vantagens da realização de processos
avaliativos em programas pontuais.
ERRADA
Para Ivanete Boschetti (Avaliação de políticas, programas e projetos sociais. In: Serviço Social,
Direitos Sociais e Competências Profissionais, 2009) qualquer avaliação de políticas sociais ou de
programas e projetos deve se sobrepor a simples composição de técnicas e
instrumentos. A avaliação de uma política social requer inseri-la na totalidade, considerando a
dinâmica da realidade social. O processo avaliativo pressupõe a utilização de técnicas, métodos e
instrumentos capazes de investigar a situação, os problemas e, ainda, os aspectos gerais de um
programa. Tem como objetivo, portanto, levantar informações úteis e qualificadas desses processos,
visando aprimorar as sua ações para expandir direitos, contribuindo, desta forma, para a melhoria
das condições sociais da população.
Análises sobre as mudanças nos processos de produção e as exigências feitas ao serviço
social nas empresas apontam para a urgente necessidade de estas abrirem mão da formação
generalista e se apropriarem do conhecimento e habilidades específicas apoiadas em
correntes teóricas de outras áreas de conhecimento para melhor responderem às novas
requisições.
ERRADA
As transformações no âmbito da produção e as novas formas de gestão da força de trabalho trazem
novas demandas para os assistentes sociais. Contudo, mesmo com uma formação generalista e as
novas exigências de determinados espaços de trabalho, o assistente social é competente para se
apropriar dessas demandas e direcioná-las de modo a fortalecer o pólo da classe trabalhadora e
contribuir com suas lutas, efetivando e expandindo seus direitos. Ou seja, devido a dinamicidade do
capital e da realidade, é fato que novas requisições serão trazidas à esse profissional, porém não é
necessário abrir mão da formação generalista, visto que ela permite e capacita o profissional para
atuar nas mais distintas áreas. Nas empresas, por exemplo, novas formas de intensificação
da exploração sempre serão adicionadas ao processo produtivo, e cabe ao assistente social
compreender e desmistificar essa nova realidade, o seu cotidiano, e buscar forjar novas estratégias e
alternativas para não sucumbir às exigências do capital. O assistente social a partir de suas
competências teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa, pautado em seu Código de
Ética e Projeto ético-político, é capaz de construir junto aos trabalhadores e seus movimentos novas
formas de enfrentamento ao capital.

A submissão às normas é secundária no trabalho em equipe, de modo a impedir


interferência na autonomia de seus integrantes.
ERRADA
O trabalho em equipe quando realizado de forma interdisciplinar compreende o indivíduo em sua
totalidade, global e integralmente, propondo além da troca de saberes entre os profissionais, a
colaboração de todos na elaboração de respostas as demandas dos sujeitos. A equipe
multiprofissional é bastante rica em saberes e conhecimentos, e assim sendo, cada especialista é
capaz de contribuir, apresentando pontos de vistas diferentes sobre a mesma questão. Para que
essa equipe e especialistas realmente enxerguem o indivíduo sem fragmentá-lo, faz-se necessária a
interação entre esses profissionais. Assim, o fato de existir uma equipe multidisciplinar não
necessariamente significa que há relação entre os profissionais, que há interdisciplinaridade . Além
disso, certamente esta equipe está submetida a uma instituição ou organização, as quais por sua
vez, possuem normas e regras a serem seguidas. Deste modo, apesar da equipe interdisciplinar
propor um nivelamento entre as especialidades, a hierarquia das instituições e organizações pode
acabar, de algum modo, afetando a equipe e a autonomia dos profissionais. Porém, é fato também
que em conjunto estas diferentes especialidades, ao compreender a importância da
interdisciplinaridade, podem coletivamente propor novas alternativas e normas a instituição para
melhor exercerem suas atividades e atenderem às necessidades dos indivíduos, além de terem sua
autonomia enquanto profissionais preservada.

Na previdência social pública, os assistentes sociais devem orientar suas ações


profissionais priorizando as diretrizes previstas nos documentos institucionais.
ERRADA
O projeto profissional dos assistentes sociais é comprometido com os interesses da classe
trabalhadora e seu fortalecimento. Na previdência social pública, as ações destes profissionais devem
se direcionar à garantia e à efetivação dos direitos sociais. Nesse sentido, o assistente social não é
um simples executor de exigências institucionais e burocráticas, a sua ação deve se voltar à
perspetiva do direito, com vistas a socializar as informações sobre os direitos trabalhistas e
assegurar o acesso aos serviços e benefícios previdenciários.

Novas demandas profissionais e dos espaços ocupacionais são determinadas pelo


movimento de reconceituação, o qual é responsável pelo fortalecimento do serviço social
tradicional.
ERRADA
Segundo José Paulo Netto (Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social pós-64. 17ª
edição. São Paulo: Cortez, 2015), o movimento de reconceituação, que emerge na América Latina
em meados dos anos de 1960, pode ser caracterizado como um amplo movimento de contestação e
crítica da própria profissão e da prática de Serviço Social, fomentado pelo contexto histórico, político
e social e pelas lutas sociais contra o imperialismo, a subordinação e a primazia do capital nos países
latino americanos. Desse modo, o movimento de reconceituação expressava a recusa dos assistentes
sociais ao Serviço Social tradicional e ao conservadorismo. Além disso, foi foco do debate qual era o
verdadeiro papel desses profissionais frente às refrações da questão social que se manifestavam
profundamente nesses países e à ineficácia do exercício profissional tradicional. Contudo, as
ditaduras civis-militares que insurgem nesse período, primeiramente para os brasileiros e após nos
demais países do continente, neutralizaram, de certo modo, esse movimento.

Novas possibilidades e demandas de atuação profissional estão diretamente relacionadas à


tomada de posição expressa nos textos do Seminário de Araxá, que marca o processo de
renovação do serviço social.
ERRADA
O processo de renovação do Serviço Social que tem início por volta da década de 1960, foi um
processo de questionamento no interior da própria profissão, e desencadeará na conformação de
três perspectivas: 1) perspectiva modernizadora; 2) perspectiva de reatualização do
conservadorismo e 3) perspectiva de intenção de ruptura. As duas primeiras perspectivas, apesar
das peculiaridades de cada uma, eram funcionais à autocracia burguesa e não fomentavam
nenhuma crítica à ditadura vigente no país, reafirmando o projeto hegemônico burguês. A última
perspectiva, como o próprio nome sugere, é a única que realizou de fato uma crítica ao Serviço
Social tradicional e buscou romper com esse cariz conservador da profissão.
O Seminário de Araxá, indicado na questão, esteve contido na primeira perspectiva, a
modernizadora, e não apresentou nenhum tipo de "tomada de posição" da categoria profissional.
Conforme nos aponta José P. Netto (Ditadura e Serviço Social: uma análise do Serviço Social no
Brasil pós-64. 17ª edição. São Paulo: Cortez, 2015), nesse seminário e no documento lá
elaborado ficou expresso que almejava-se uma modernização do tradicional de modo a contribuir
para a modernização em curso no país, e que os assistentes sociais lidavam com pessoas
desajustadas, as quais deveriam se adequar à sociedade, o que expressa um caráter ainda
conservador no interior da profissão.
A centralidade da questão social como matéria do serviço social permite que se considere a
inserção profissional do assistente social nos Poderes Legislativo e Judiciário, haja vista
essas esferas não possuírem função executiva das políticas sociais públicas.
CERTA
Apesar dos Poderes Legislativo e Judiciário e demais campos da área sociojurídica não possuírem a
função de executar diretamente políticas sociais públicas, a questão social perpassa o cotidiano dos
sujeitos que são ali atendidos. Posto isto, sabendo que a questão social é o objeto de intervenção do
Serviço Social, pode-se afirmar que a presença desses profissionais naquelas áreas se faz pertinente
e necessária. Exemplificando a questão, podemos apontar casos em que os pais perdem o poder
familiar devido ao uso e abuso de drogas; a entrega de crianças para adoção pois os pais não
possuem condições financeiras de ficar com os mesmos, dentre outras situações em que é possível
visualizar as expressões da questão social e que justificam a intervenção do assistente social.

A mundialização do capital possibilitou a ampliação de empregos e impôs maior


intervenção do Estado no atendimento às necessidades sociais.
ERRADA
A mundialização do capital, associada a seus processos de reestruturação da produção e de
contrarreforma do Estado iniciados a partir da década de 1970, acarreta diversas consequências
devastadoras, sobretudo, para a classe trabalhadora. O avanço da ciência e da
tecnologia incorporado ao processo produtivo juntamente com a flexibilização das legislações
trabalhistas e da gestão da força de trabalho ocasionam a redução do emprego de força de trabalho
viva, a precarização das condições de trabalho, o achatamento dos salários, além de impactar nas
organizações tradicionais dos trabalhadores, fragmentando-os e atingindo sua consciência de classe
para si. Além disso, a adoção no campo ideo-político da agenda regressiva neoliberal impacta
diretamente nas políticas sociais, que passam a ser delegadas para a sociedade civil. Assim, o Estado
busca minimizar sua atuação na área social, apoiando os processo de flexibilização, combatendo a
questão social por meio de políticas pontuais e retirando a cobertura social. Esse período é marcado
por altos índices de desemprego, concentração de renda, redução e eliminação de direitos
historicamente conquistados pelos trabalhadores e novas formas flexibilizadas de contratação de
mão de obra que reduzem acesso à direitos e rebaixam o salário. Então, é justamente neste
contexto de radicalização das expressões da questão social que nota-se o retraimento do Estado no
que se refere as políticas sociais para atendimento das necessidades dos trabalhadores.
A reestruturação produtiva diz respeito ao processo de mudança no modo de produção
capitalista com vistas a sua dinamização.
ERRADA
A reestruturação produtiva foi necessária na década de 1970 para possibilitar a retomada de
expansão e acumulação de superlucros pelo capital que encontrava-se em grave crise. Desse modo,
foi necessária uma reorganização no interior do capitalismo, através da reestruturação do trabalho e
da produção, e de seu sistema político e ideológico, os quais passarão a disseminar o ideário
neoliberal. Sendo assim, passa a ser adicionado ao universo empresarial as diversas inovações
científicas, tecnológicas e da robótica, substituindo em larga escala o trabalho vivo pelo trabalho
morto. Esse novo período também será marcado pela flexibilização das relações trabalhistas,
fomentando vínculos instáveis e precários de trabalho, promovendo a retirada das coberturas sociais
historicamente conquistadas pelos trabalhadores bem como diminuindo e eliminando diversos
direitos sociais.

O processo histórico de ruptura no serviço social brasileiro foi influenciado fortemente


pelo movimento progressista latino-americano, então sob a liderança da Escola de
Trabalho Social de Costa Rica.
ERRADA
Conforme José Paulo Netto (Ditadura e Serviço Social: uma análise do serviço social no Brasil pós-
64. 17ª edição. São Paulo: Cortez, 2015) a perspectiva de intenção de ruptura com o Serviço Social
tradicional no Brasil, uma das vertentes do processo de renovação do Serviço Social brasileiro, teve
importante influência do movimento de reconceituação latino-americano. Essa perspectiva de
ruptura emergiu na Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais, e segundo
Netto, o grupo de jovens assistentes sociais responsável por tal projeto, atentos ao que ocorria com
o Serviço Social no exterior, receberam influências da Escola de Serviço Social da Universidade
Católica do Chile. Esse encontro dos assistentes sociais brasileiros com os profissionais
estrangeiros ocorreu devido ao Congresso de Caracas (1969).

Os debates e reflexões acerca da ética ocorridos na década de 80 do século passado


promoveram a ruptura com concepções filosóficas conservadoras, fundadas no
neotomismo, que tinham por fundamento a lógica da harmonia e da neutralidade.
CERTA
Na década de 1980, a reformulação do Código de Ética (1986) dos assistentes sociais indicou, pela
primeira vez, a recusa da categoria às visões conservadoras que nortearam a profissão. Todos os
Códigos anteriores a 1986 foram construídos com base em perspectivas neotomistas e positivistas,
afirmando valores conservadores e a imparcialidade do assistente social frente a sociedade burguesa
e as instituições. Assim, o Código de 1986 representa um marco para a profissão, visto que de fato
ocorre um rompimento com o conservadorismo além da compreensão da dimensão política que
a profissão possui. Com isso, o Serviço Social passa a afirmar o seu compromisso com a classe
trabalhadora e sua emancipação. Contudo, é somente em 1993 com a revisão daquele Código
(1986) que ocorre a introdução da teoria social marxista como suporte a ética e aos valores
contidos no documento.

A efetivação dos investimentos interdisciplinares orientados pelo projeto ético -


político profissional do Serviço Social requer
a)
partilha de saber com outros segmentos profissionais e com os movimentos sociais.

b)
abertura ao ecletismo e ao debate plural com os especialistas de outras áreas.

c)
valorização das linguagens particulares no trabalho em equipe multiprofissional.

d)
junção de diversos conhecimentos especializados nas parcerias interprofissionais.

e)
sobreposição de vários conteúdos técnicos na abordagem com a população usuária

A intervenção interdisciplinar pressupõe a troca de saberes entre os profissionais, o que não significa
que cada profissional não possui mais sua especialidade, mas sim que os diferentes saberes que
cada um possui, atuando em consonância, podem contribuir para a não fragmentação do sujeito e
de sua realidade. Deste modo, a intervenção conjunta de profissionais que possuem distintos
conhecimentos é positiva e vantajosa no atendimento das necessidades da população, considerando
que uma mesma questão será vista por meio de um prisma, podendo ter enfoques distintos, o que
sem a troca de saber não ocorreria. É importante destacar que a justaposição de disciplinas, as quais
não se relacionam entre si, não é ainda o conceito que propõe a interdisciplinaridade. Esta última,
estabelece que deve haver uma relação de troca mútua entre os diferentes especialistas, uma
partilha de conhecimento entre eles e também entre os movimentos sociais, buscando contribuir
para o seu fortalecimento.

A respeito das características da Política de Saúde no Brasil a


partir dos anos de 1990, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.

( ) Os avanços preconizados pela Constituição Federal para a saúde, por meio dos
dispositivos legais, são implementados sem resistências.
( ) O projeto de reforma sanitária adquire vulto no contexto da reforma gerencial do Es
tado brasileiro e da reordenação institucional das Políticas de Saúde.
( ) A saúde se torna mercadoria e passa a predominar o modelo assistencial privatista n
o conjunto do Sistema Único de Saúde.

As afirmativas são, respectivamente,


a)
F, V e F.

b)
F, V e V.

c)
V, F e F.

d)
V, V e F.

e)
F, F e V.

A instituição do Sistema Único de Saúde (Lei Orgânica da Saúde - LOS: Lei n. 8.080/90 e
8.142/90) no Brasil não foi um processo realizado sem resistências e lutas. Ele é fruto da luta do
movimento sanitarista e movimentos sociais que realizaram desde a década de 1970 uma intensa
mobilização em torno da efetivação da saúde como uma política pública, preconizando um sistema
de saúde público, gratuito e universal. Ademais, realizou críticas ao modelo hospitalocêntrico,
pautado em práticas curativas, individualistas, que ainda estava vigente no país. Com a promulgação
da Constituição Federal de 1988, com forte apelo popular e dos movimentos citados, a saúde passa
a integrar a seguridade social brasileira como uma política pública, de direito de todos e dever do
Estado, constituindo um dos maiores sistemas de saúde do mundo. É claro que essa vitória dos
movimentos sociais e sanitarista não se deu sem resistência por parte da classe dominante, visto
que esta última está mais em consonância com o modelo de saúde privatista, extremamente
lucrativo, e propõe o desfinanciamento do Estado no que se refere às políticas públicas. O projeto de
reforma sanitária, uma das expressões pela luta por uma saúde pública e universal, presente no
cenário político desde a ditadura militar, adquire peso justamente com a redemocratização do país
na década de 1980. Entretanto, logo após a conquista da elaboração da Constituição Federal que
incorporou preceitos daquele movimento e outros direitos para a classe trabalhadora, o país nos
anos de 1990 inicia a adoção ao Consenso de Washington e a agenda neoliberal, os quais
preconizavam uma contrarreforma do Estado, baseada em conceitos advindos da administração
pública gerencial. Destarte, o Estado passa a desfinanciar diversas políticas públicas e sociais,
acusadas de sobrecarregarem a máquina estatal. Além disso, diversos serviços passam a ser
amplamente mercantilizados como a saúde e a educação. Assim, apesar do sucateamento da saúde
e o crescimento substancial da inciativa privada nesse campo, o SUS ainda resiste como um sistema
público e universal, atendendo grande parte da população brasileira.

Com relação à definição dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS),


assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.

( ) A perspectiva da descentralização considera que os serviços devem ser distr


ibuídos nos locais de moradia.
( ) A perspectiva da integralidade pressupõe que os recursos devem ser ofe
recidos com base nas necessidades.
( ) A perspectiva de regionalização indica a existência de áreas prioritárias
no território nacional.

As afirmativas são, respectivamente,


a)
F, V e F.

b)
V, F e V.
c)
V, F e F.

d)
V, V e F.

e)
F, F e V.

Com relação aos princípios do SUS (Sistema Único de Saúde), o relativo a descentralização político-
administrativa indica que os serviços serão descentralizados para as três esferas de governo (união,
estado e município), o que possibilita também maior participação da população no controle e
fiscalização dessa política. Desse modo, os serviços passam a estar também mais próximos da
população, tendo em vista que a municipalização possibilita essa proximidade. Assim, cada esfera do
governo passa a ter suas responsabilidades e autonomia para executar essa política, de acordo com
seus princípios e diretrizes gerais. As esferas governamentais devem também trabalhar de forma
articulada e oferecendo aquilo que é necessário para a sua região, de acordo com suas
particularidades.
O princípio da integralidade de assistência, outro princípio do SUS, compreende o ser humano de
forma total (integral) e não fragmentado. A integralidade no atendimento ao cidadão pressupõe
atendê-lo em todas as suas necessidades e, para tanto, necessita da articulação e da continuidade
das ações e serviços, com foco na prevenção e promoção da saúde e se for necessário, nos
serviços curativos, observando as peculiaridades de cada caso.
O princípio da regionalização aponta que é necessário o conhecimento de cada região para a
verificação de serviços já existentes e disponíveis de forma que estes possam ser utilizados,
propondo uma articulação e parceria entre os distintos serviços e regiões.
Todos os princípios do SUS estão dispostos na Lei 8.080/1990, em seu Art. 7º.
Portanto, a única afirmativa verdadeira é a primeira, as demais são falsas.

De acordo com os aparatos legais da profissão de Serviço Social, é permitido ao(à)


assistente social
a)
assinar trabalhos de terceiros, desde que executados sob sua orientação.

b)
substituir profissional exonerado(a), independentemente do motivo.

c)
exercer sua autoridade em qualquer situação.

d)
contribuir para a criação de mecanismos que visem à desburocratização.

e)
obter vantagens para terceiros, mas não pessoais.

Segundo o Código de Ética do assistente social, em seu Art. 5º, alínea g, é dever desse profissional
na sua relação com os usuários:
g- contribuir para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a relação com os/as
usuários/as, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados. Portanto, é dever do
profissional criar alternativas e meios que tornem mais acessível para os usuários os serviços
prestados pela instituição.
A letra "a" está incorreta e contrária ao expresso no Art. 4º, alínea j, visto que é vedado ao
assistente social assinar ou publicar em seu nome trabalhos de terceiros, mesmo que tenham sido
realizados sob sua supervisão. A letra "b" está errada, observando que o Art. 4º, alínea g, informa
que é vedado ao assistente social substituir profissional exonerado por defender os princípios da
ética profissional. A letra "c" está incorreta, considerando que o Art. 6º, alínea a, orienta que é
vedado ao assistente social exercer sua autoridade de modo que venha a limitar e prejudicar o
direito do usuário de participar e decidir livremente sobre seus interesses. A letra "e" está errada,
pois segundo o Art. 6º, alínea b, é proibido ao assistente social obter vantagens pessoais ou para
terceiros, aproveitando-se de situações resultantes da relação entre profissional e usuário.

A formação profissional dos(as) assistentes sociais no contexto brasileiro remete -


se à dinâmica de constituição da profissão. Com base nessa afirmação, assinale a
alternativa correta.
a)
O momento inicial de surgimento da profissão foi fortemente marcado pela busca do
avanço técnico da profissão.

b)
O momento inicial da profissão, ou seja, em meados da década de 1930, foi
eminentemente doutrinário e religioso, com fundamentação técnica advinda da
sociologia positivista.

c)
O momento inicial da profissão foi fundamentado pela filosofia tomista, expresso pelos
princípios científicos ligados à sociologia.

d)
Inicialmente, o Serviço Social foi marcado pela sociologia positivista para posterior
formação profissional fundamentada na filosofia tomista.

e)
O processo de formação profissional dos(as) assistentes sociais foi constituído por um
momento de aliança do Serviço Social ainda tecnicista e asséptico, com o
desenvolvimento marcado, essencialmente, pela ideologia do crescimento econômico e
da falsa participação popular.

A literatura profissional acerca das protoformas do Serviço Social no Brasil revela que a gênese da
profissão encontra-se na emergente sociedade urbano-industrial dos anos de 1930, numa conjuntura
marcada por conflitos de classe, pelo aumento da classe operária urbana e pelas lutas em prol dos
direitos sociais e de cidadania. A emergência do Serviço Social no país se inscreve no momento em
que a questão social é colocada no centro das contradições que permeiam a sociedade. A formação
técnica especializada para a prática da assistência vincula-se às especificidades daquela conjuntura,
marcadas por transformações políticas e sociais e pela necessidade da classe burguesa intervir
diretamente junto ao proletariado com vistas a integrá-lo e ajustá-lo ao seu projeto de dominação.
Portanto, a formação profissional dos assistentes sociais no Brasil foi influenciada pela Doutrina
Social da Igreja, orientada pelo ideário franco-belga, centrada numa perspectiva conservadora, na
qual a ação profissional deveria incidir sobre os valores e o comportamento de seus clientes visando
a integração desses nas relações sociais vigentes. As ações profissionais dos assistentes sociais se
justificavam caso respondessem aos problemas de atraso do país, portanto, a formação desses
profissionais era comprometida com as transformações estruturais ditadas pela ordem burguesa,
buscando integrar os trabalhadores aos projetos de desenvolvimento capitalista.

Aproximadamente entre 1936 e 1945, a formação profissional do(a) assistente social


brasileiro(a) adotou o eixo de formação
a)
moral, por meio de disciplinas como sociologia e psicologia.

b)
técnica, tendo por base a doutrina religiosa, e não doutrinária.

c)
técnica, científica e moral doutrinária.

d)
técnica e científica, exclusivamente.

e)
moral, ética e doutrinária, exclusivamente.

De acordo com Maria C. Yazbek (O significado sócio-histórico da profissão. In: Serviço Social:
Direitos sociais e competência profissionais) em 1936 é inaugurada a primeira Escola de Serviço
Social no Brasil, na PUC/SP (Pontífica Universidade Católica de São Paulo) e inicialmente tem-se uma
forte influência do Serviço Social oriundo da Europa, marcado por forte presença da Igreja Católica
e do pensamento conservador e moralizante no trato da questão social, vista como um problema
individual e sujeita a intervenções psicologizantes. A profissão nesse período também era norteada
pela Doutrina Social da Igreja e pelos referenciais tomista e neotomista. A partir da década de 1940,
o Serviço Social brasileiro passa também a incorporar referências da profissão advindas do
continente norte-americano, acarretando um "mix" no Serviço Social (serviço social europeu+serviço
social norte-americano). Com isso, a profissão no Brasil passa a ser tecnificada, passando a adicionar
o pensamento positivista na orientação da sua formação e prática. Assim, a adoção no campo
técnico-científico da teoria social positivista juntamente com a Doutrina da Igreja vai conformar o
que foi designado por M. V. Iamamoto de (Renovação e Conservadorismo no Serviço Social. Ensaios
críticos. São Paulo: Cortez, 1992) "arranjo teórico-doutrinário". Portanto, entre a década de 1930 e
1940 o Serviço Social brasileiro possuía o eixo de formação técnica, científica e moral doutrinária.

De acordo com a história do Serviço Social, assinale a alternativa correta.


a)
O Serviço Social é uma profissão que nasceu de forma articulada com o projeto
hegemônico da classe trabalhadora.

b)
Nos primórdios da formação da profissão, o Serviço Social era visto como uma prática
humanitária sancionada pela igreja e rebatida pelo Estado.

c)
Não é verdade a afirmação de que o surgimento do Serviço Social foi marcado como
uma criação típica do capitalismo.

d)
A afirmação de que o Serviço Social se constituiu como uma importante estratégia de
controle social está correta.

e)
O Serviço Social surge como uma estratégia da burguesia de luta contra a consolidação
do sistema capitalista.

O surgimento do Serviço Social está diretamente relacionado à necessidade da burguesia e do


Estado de controle e enquadramento das classes subalternas, de forma que estas últimas não se
tornem um entrave ao desenvolvimento do capitalismo. A profissão emerge como uma demanda da
burguesia, associada a Igreja Católica (principalmente na Europa) e também a alguns setores do
protestantismo, por um profissional que interviesse na questão social, de forma a controlá-la e sob o
interesse de que a presença desse agente no seio do operariado pudesse possibilitar a
desorganização dessa classe. Desse modo, pode-se afirmar que o Serviço Social nasce devido
a exigência da burguesia por esse profissional, o qual tem na questão social a base de sustentação e
legitimação da profissão, portanto, tem no capitalismo a possibilidade de expansão do seu espaço de
trabalho.

No que se refere à forma de intervenção ideológica fundamentada no


assistencialismo, assinale a alternativa correta.
a)
Método de B.H.

b)
Conservadorismo profissional.

c)
Assistência social.

d)
Assistência educativa.

e)
Novo associatismo estatal e religioso.

As ações de cunho assistencialista têm suas bases pautadas na noção de ajuda ao próximo,
benemerência, filantropia, apoiando-se muitas vezes, em práticas de voluntariado e de ajuda mútua,
sem o reconhecimento da perspectiva de direito ou de política pública. Este tipo de ação, focalizada
e pontual, acaba por reafirmar o individualismo, como se o próprio sujeito fosse o responsável pela
sua situação, além de contribuir para desonerar o Estado e o capital de responder às sequelas da
questão social transferindo para a sociedade civil essa incumbência. Nos primórdios do Serviço Social
no Brasil, a profissão era fundamentada no conservadorismo, predominando a intervenção
assistencialista, focada em atividades moralistas, de formação doméstica, integração do trabalhador
a empresa e a sociedade.

O benefício de prestação continuada é um benefício vitalício garantido a idosos com mais


de sessenta anos de idade e a pessoas com deficiência, desde que eles sejam considerados
incapazes de prover a sua própria manutenção ou de tê-la provida por suas famílias.
ERRADA
O BPC (benefício de prestação continuada) é garantido a idosos com mais de 65 anos e a pessoas
com deficiência que comprovem não ter condições de suprir suas necessidades nem da sua família
poder ajudá-los. Esse benefício garante um salário mínimo mensal e um dos critérios para sua
concessão é a renda familiar mensal ser igual ou inferior a 1/4 do salário mínimo. Este benefício não
é vitalício e conforme a LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social - Lei n. 8.742/19930), em seu Art.
21, ele deve ser revisto a cada dois (2) anos para comprovar se ainda permanecem as condições que
lhe deram origem.

Conforme a LOAS, é responsabilidade do Estado conduzir a política de assistência social


em cada esfera de governo, cabendo ao Estado assegurar as condições financeiras ,
institucionais e políticas necessárias à materialização dessa política.
CERTA
A Assistência Social é uma política pública de direito do cidadão e dever e responsabilidade do
Estado. Ela compõe a seguridade social - juntamente com a saúde e a previdência social -, é política
não contributiva, isto é, não é necessária prévia contribuição para poder acessá-la e visa atender as
necessidades e prover os mínimos sociais à população. Conforme a LOAS (Lei Orgânica da
Assistência Social - Lei n. 8.742/1993), em seu Art. 5º, inciso III, a Assistência Social deve ter o
Estado como seu principal condutor, tendo em cada esfera de governo comando único. Por isso, o
Estado deve garantir alocação de recursos para essa política, condições institucionais e
políticas, possibilitando a sua existência, desenvolvimento e materialização.

De acordo com a LOAS, os projetos de enfrentamento da pobreza devem apoiar -se


em mecanismos de articulação e de participação das diferentes áreas
governamentais bem como em sistemas de cooperação entre organismos
governamentais, não governamentais e da sociedade civil.
CERTA
Segundo encontramos disposto na LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social - Lei n. 8.742/1993), na
Seção V, Art. 26, pode ocorrer incentivo aos projetos de enfrentamento da pobreza com vistas a
articular atores sociais e a participação de distintas áreas governamentais, a cooperação entre
organismos governamentais e não governamentais, isto é, promover uma associação entre Estado e
sociedade civil. Deste modo, a assertiva acima está de acordo com a LOAS e por isso é verdadeira.
Consideram-se entidades de atendimento de assistência social aquelas que, de forma
continuada, permanente e planejada, prestem serviços e concedam benefícios de proteção
social básica ou especial aos indivíduos e às famílias em situações de vulnerabilidade ou
risco social e pessoal.
CERTA
De acordo com a LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social - Lei n. 8.742/1993), em seu Art. 3º, as
entidades e organizações de assistência social não podem ter fins lucrativos e atendem e/ou
assessoram pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade social e movimentos sociais
e organizações que dizem respeito aos usuários desta Lei. No que se refere as entidades de
atendimento, no §1º fica esclarecido que são entidades de atendimento de assistência social
exatamente o disposto na assertiva acima: entidades que prestem serviços, executem programas e
projetos e concedam benefícios de prestação social básica ou especial, de modo continuado
e sistemático, à pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade social.

A crítica à centralização que marca o Estado brasileiro ao longo da sua história e a


crença de que o modelo descentralizado produziria impactos mais efetivos das
políticas públicas remodelaram o pacto federativo no país. No que diz respeito às
políticas sociais, as relações intergovernamentais em vigor
a)
enfatizaram a gestão local dos serviços sociais e a responsabilização do ente municipal
pela oferta desses serviços.

b)
retiraram da União a capacidade de investimento em face da descentralização
financeira e fiscal.

c)
reforçaram o poder do nível estadual de governo e a refilantropização da questão
social.

d)
permitiram maior autonomia na implementação das políticas sociais, transferindo ao
poder local a função de regulação.

e)
contribuíram para a aprovação da lei de responsabilidade fiscal, visando incrementar o
gasto social dos governos.

A descentralização político-administrativa, repasse de tarefas da esfera federal para as


municipais, era vista como uma proposta eficiente, que propiciaria o controle e participação da
população local sobre os serviços sociais e políticas públicas, bem como possibilitaria respostas às
demandas da população de forma mais efetiva e rápida, já que a esfera local teria uma maior
autonomia. Contudo, a descentralização dos serviços não foi acompanhada na mesma medida dos
recursos, o que implicou na precarização e sucateamento dos serviços prestados por esses entes. A
proposta de enfatizar a gestão local dos serviços sociais, transferindo responsabilidades da esfera
federal para as municipais, ocorreu sob a ótica neoliberal de cortes orçamentários nas políticas
sociais, enxugamento das funções estatais e minimização da atuação do Estado na área social.

Tem sido recorrente a busca do poder judiciário para garantir direitos sociais,
principalmente aqueles relacionados ao direito à saúde, e também outros bens e
serviços garantidos em lei, mas não acessíveis efetivamente aos cidadãos. Esse
processo é conhecido como judicialização dos direitos sociais, em que está em
jogo
a)
a dificuldade do poder executivo em garantir a estrutura de provisão de serviços
sociais, tornando-se refém dos interesses dominantes.

b)
o privilegiamento dos setores mais abastados e informados da sociedade no acesso a
bens sociais por terem mais facilidade de acesso à Justiça.

c)
a ampliação da esfera pública de representação de interesses no âmbito do Estado,
ainda que de forma não condizente com o estado de direito.

d)
os entraves postos pela contrarreforma do Estado que mantêm à margem do
desenvolvimento as camadas médias da população.

e)
a regulação da vida social por meio de mecanismos de negociação e pactuação por via
judicial, o que eleva o gasto público.

A judicialização dos direitos sociais, como tem sido reconhecida a busca através do poder
judiciário pela efetivação de direitos previstos e garantidos em lei mas que não são de alguma
maneira disponibilizados ou acessíveis à população pelo Estado, tem sido recorrente por uma parte
da população brasileira na atualidade. Este processo, que também é desencadeado pela minimização
do Estado na área social, se por um lado passa a garantir os direitos daqueles que não conseguiram
acesso ao que necessitavam, acaba também por privilegiá-los de certa maneira, pelo fato de que
detêm informações e possibilidade de acesso a justiça, enquanto as camadas mais pobres da
população que não possuem acesso a informações e ao judiciário, acaba por continuar com esses
direitos negligenciados. Portanto, a transferência do acesso à direitos sociais a necessidade de
reivindicá-los na justiça exclui grande parte da população que não se beneficiará de tais direitos,
serviços e bens sociais, pelo fato de que nem todos possuem as mesmas possibilidades para acionar
a justiça e até as mesmas informações sobre quais são seus direitos.

O conceito de seguridade social definido nos marcos legais como princípio orientador da
política social brasileira tem como eixo
a)
a inclusão de todos os que contribuem com os fundos públicos.
b)
a superação da perspectiva neoliberal ao incluir os trabalhadores formalizados.

c)
o estabelecimento dos mínimos sociais como meta do investimento público.

d)
a extensão da proteção social a todos os membros da sociedade.

e)
a noção de seguro social centrado na relação benefício /contribuição.

Segundo Aldaíza Sposati (Modelo brasileiro de proteção social não contributiva: concepções
fundantes. In: Concepção e gestão da proteção social não contributiva no Brasil. MDS, Brasília:
2009) o conceito de seguridade social exposto na Constituição Federal de 1988 (CF), certamente, foi
um avanço, visto que a partir daquele momento a proteção social brasileira estava desvinculada da
ideia de emprego formal. Anteriormente à CF, tinham acesso à previdência social somente os
trabalhadores formais urbanos, excluindo os rurais; a saúde era majoritariamente prestada por
instituições da iniciativa privada; e a assistência social era caracterizada por ações assistencialistas. A
partir da CF e da ampliação da proteção social, a Seguridade Social passou a assegurar à todos os
cidadãos o acesso à saúde, à previdência social e à assistência social, sendo estas caracterizadas
como políticas públicas de competência do Estado.

Um trabalho multidisciplinar é aquele em que uma equipe de profissionais de


diferentes áreas
a)
discute permanentemente suas práticas em busca de soluções para problemas
complexos.

b)
mantém espaços de diálogo permanente que permitam a recomposição de trabalhos
parcelares.

c)
elabora projetos conjuntos de ação para enfrentamento de situações, ainda que atuem
individualmente

d)
reúne-se com periodicidade sistemática para discutir casos e processos institucionais.

e)
estabelece uma ação coletiva no planejamento e na execução de suas intervenções.

A equipe multidisciplinar e a interdisciplinar pressupõem o trabalho de distintos profissionais que


intervirão de acordo com a sua área de saber. Contudo, a equipe multidisciplinar não
necessariamente significa que haverá permanentemente troca de saberes entre os profissionais,
apesar de ser possível manter um espaço de discussão entre eles nessa equipe. Na equipe
multidisciplinar há uma justaposição dos saberes, dos conhecimentos, do trabalho, ou seja, o
trabalho é parcelado, fragmentado, e cada um atua em sua respectiva área, não ocorrendo muita
interação entre os profissionais. Já na interdisciplinaridade há entre os profissionais uma busca de
complementariedade e troca de conhecimentos e saberes permanentemente, buscando atender na
integralidade o usuário.

Compreende-se que a renovação do Serviço Social iniciada nos anos 1960 produziu um
conjunto diversificado de propostas teórico-metodológicas para a profissão. Esse
movimento foi possível graças
a)
à realização do Congresso da Virada e sua repercussão para a profissão.

b)
ao esforço do CBCISS e sua articulação com o Serviço Social internacional.

c)
à laicização do Serviço Social e sua incursão no circuito acadêmico.

d)à regulamentação profissional e sua absorção nos aparatos institucionais do


Estado.
e)
ao recrutamento das primeiras damas e sua participação na formulação de políticas
sociais.

Foi nos anos 1960 e 1970, em meio a autocracia burguesa, que o mercado de trabalho nacional para
os assistentes sociais se expandiu, tanto no âmbito estatal, com a reorganização do Estado, tanto na
esfera privada, nas empresas. O contexto econômico, político e social deflagrado pela ditadura abriu
espaço para a inserção desse profissional em outras áreas, além de demandar também novas
caraterísticas e um novo perfil profissional mais racional e técnico e condizente com a modernização
conservadora em curso no país. Assim, buscou-se um afastamento das bases originárias do Serviço
Social no país, rompendo com influência da Igreja Católica e inserindo o Serviço Social no âmbito
universitário. Deste modo, a autocracia burguesa ao intervir na política educacional e na prática
profissional dos assistentes sociais com vista a tornar esse profissional mais um agente que atue a
favor da ordem, acabou por propiciar as condições de renovação da profissão. Foi justamente no
período ditatorial brasileiro e das condições por ele postas (laicização da profissão e inserção na
universidade) que o Serviço Social acumulou forças para direcionar sua prática e formação para
outra direção distinta da imposta pela autocracia. O processo de renovação do Serviço Social é
tratado por José Paulo Netto (Ditadura e Serviço Social no Brasil: uma análise do Serviço Social pós-
64. 17ª edição. São Paulo: Cortez, 2015) e implicou em três direções: 1) perspectiva modernizadora;
2) reatualização do conservadorismo e 3) intenção de ruptura.

A questão refere-se ao documento “Subsídios para atuação de Assistentes Sociais


na Política de Educação”.
Quanto à atuação do assistente social na Política de Educação, assinale ( V) para
as afirmativas verdadeiras e (F) para as falsas.

( ) A compreensão de uma educação emancipadora possibilita aos indivíduos


sociais o desenvolvimento de suas potencialidades e capacidades como gênero
humano.

( ) O assistente social, no campo educacional, deve priorizar o segmento


estudantil, as abordagens individuais e as ações prioritárias junto às famílias.

( ) O assistente social deve trabalhar termos conceituais e ideológicos, tais como


educação inclusiva e democratização da educação, contribuindo para a construção
da cidadania dos estudantes.

( ) O assistente social deve atender às demandas institucionais, por meio de


procedimentos técnico-instrumentais, articulando-os com as lutas sociais, para que
seja assegurada a permanência dos estudantes nas instituições de ensino.

A sequência correta encontrada é


a)
F, V, V, F.

b)
V, F, V F.

c)
V, F, F, V.

d)
V, F, V, V

e)
F, V, F, F

O campo da educação apesar de não ser novo enquanto espaço para atuação de assistentes
sociais apresenta ainda números tímidos desses profissionais. Conforme o documento "Subsidios
para a atuação de Assistentes Sociais na Política Educacional" (CFESS/Brasília: 2013) o trabalho do
assistente social junto a Política de Educação deve ser pautado na perspectiva de educação
enquanto uma possibilidade de desenvolvimento dos indivíduos em todos os sentidos, seja física,
afetiva e mentalmente. Ou seja, deve-se pensar na educação para além das exigências do mundo do
trabalho, que requer somente que os indivíduos se qualifiquem minimamente. Assim, apesar do
assistente social ser demandado na educação para atuar através de políticas e
programas institucionalizados, esse profissional é competente para forjar estratégias que fortaleçam
os estudantes e a classe trabalhadora. Afinal, a luta pelo acesso e permanência na educação é
também uma luta histórica da classe trabalhadora. Ademais, o trabalho do assistente social na
educação não é focado somente nos estudantes, ele abrange todos os envolvidos no processo
educacional, desde a família dos estudantes até os funcionários da instituição de ensino. Portanto, é
importante o profissional, a partir de uma análise crítica da Política Educacional, compreender a
ideologia que envolve termos como "educação inclusiva" e "democratização da educação", muitos
deles inerentes aos discursos da classe dominante. Afinal, nota-se uma expansão da educação na
atualidade, sobretudo no ensino privado e a distância, sem se preocupar com a qualidade dessa
formação bem como das condições de permanência dos estudantes nas instituições. Também tem-se
preterido uma educação que permita capacidade crítica e emancipação dos sujeitos a um ensino
ligeiro e técnico, de formação básica para o mercado de trabalho.

NÃO representa um direito do(a) assistente social


a)
garantir o sigilo profissional.

b)
implementar programas sociais.

c)
participar do gerenciamento de políticas sociais.

d)
aprimorar-se profissionalmente de forma continuada.

e)
desempenhar suas atividades profissionais com eficiência

De acordo com o Código de Ética do/a Assistente Social (Lei n. 8.663/1993), no Título II Dos direitos
e das responsabilidades gerais do/a assistente social, em seu Art. 3º, que dispões acerca
dos deveres deste profissional, na alínea A, encontra-se: A- desempenhar suas atividades
profissionais, com eficiência e responsabilidade, observando a legislação em vigor.
Deste modo, a letra E, por não se constituir um direito mas sim um dever do assistente social é a
resposta correta.
Todas as demais letras constituem direitos do/a assistente social, conforme o Código de Ética.

As redes primárias são constituídas por organizações governamentais que,


considerando os princípios da igualdade e da eficiência, atuam na prevenção de
situações de risco.

ERRADA

*As redes primárias são constituídas por laços de família, parentescos, vizinhança e trabalho, em
seu conjunto, formam uma trama de relações de confere ao sujeito identidade e sentido de pertencer.

*As redes secundárias são constituídas por laços que se estabelecem entre as instituições,
organizações de mercado e do terceiro setor, existem também as redes secundárias constituídas por
pessoas que visam a resposta a uma necessidade imediata.
As redes primárias são aquelas construídas entre a família, a comunidade, por relações
afetivas, consanguíneas e de solidariedade (como entre vizinhos), e que fazem parte do cotidiano
dos indivíduos. Provavelmente, esta rede será o primeiro apoio do indivíduo na sociedade,
entretanto, deve-se lembrar que elas não se constituem um ambiente harmonioso e livre de
conflitos. Deste modo, as redes primárias são basicamente construídas espontaneamente pelos
indivíduos a partir de laço afetivos, familiares e de ajuda mútua. Já as redes secundárias são
constituídas por organização não governamentais, instituições do terceiro setor, do Estado e também
do mercado e visam responder a determinadas necessidades da sociedade e dos indivíduos.
JUSTIFICATIVA do CESPE– As redes primárias ou de proteção espontânea são aquelas que
se organizam na perspectiva do apoio mútuo e da solidariedade, como nas relações
afetivas, de parentesco, de proximidade com amigos, vizinhos e nas relações entre os
indivíduos de uma mesma comunidade. Essas formas de rede são tecidas no cotidiano,
estimuladas pelas demandas de apoio na convivência e, frequentemente,
passam despercebidas pelos sujeitos que nela se inserem e se relacionam.
A proteção social básica objetiva especificamente amparar a população que vive em
situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, da privação e(ou) que apresenta
fragilização de vínculos afetivo-relacionais e de pertencimento social.
ERRADA
A proteção social da Assistência social possui 2 níveis de atenção distintos, sendo eles:

1) Proteção Social Básica (PSB): está possui como objetivo a prevenção das violações, dos riscos
sociais, ou seja, atua antes que ocorra a o rompimento de vínculos, buscando fortalecê-los tanto
com a família quanto com a comunidade, por meio de diversos serviços, programas e projetos.
Assim, possui como porta de entrada os CRAS (Centros de Referência de Assistência Social), onde
são desenvolvidas as ações sócio-assistenciais que compõem a PSB. Assim, a PSB é voltada para
pessoas e famílias em situação de pobreza, que não possuam renda ou emprego, sem acesso a
serviços públicos, e que apresentem vínculos afetivos e sociais debilitados. No entanto, atente-se
para o fato de que a PSB não ampara ou protege, ela pauta-se na prevenção.

2) Proteção Social Especial (PSE): está possui caráter protetivo e atua junto a famílias e pessoas que
estejam em situação de risco, com seus direitos ameaçados e/ou violados. A PSE possui 2 níveis de
complexidade: 2.1) a Proteção Social Especial de Média Complexidade, que visa o atendimento de
pessoas e famílias que, embora, tenham tido seus direitos violados, ainda possuem minimamente o
vínculo com a família e a comunidade, ou seja, ainda não ocorreu o rompimento efetivo desses
vínculos. 2.2) A Proteção Social Especial de Alta Complexidade é voltada para o atendimento de
pessoas que já possuem seus vínculos familiares e sociais rompidos e não se encontram mais no seio
familiar, necessitando, inclusive, de acolhimento momentâneo.
JUSTIFICATIVA do CESPE– A proteção social básica tem como objetivos prevenir situações
de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento
de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação
de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou
nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos –
relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por
deficiências, dentre outras). (Política Nacional de Assistência Social – PNAS.
Brasília, novembro, 2005, p. 33).

A história das políticas sociais brasileiras apresenta importante marco a partir da


década de 1980, com base nos ditames da Constituição Federal em vigor,
envolvendo o protagonismo da esfera pública estatal. Com relação a esse tema
pode-se afirmar que
a)
a ampliação das garantias de proteção social trazidas para o escopo da
responsabilidade do Estado brasileiro, numa perspectiva de ampliação de acesso a
direitos e enfrentamento de riscos sociais e da pobreza foi, num primeiro momento,
reconhecida no campo legal por leis intraconstitucionais.

b)
a aplicação do seguro desemprego foi um tema com dificuldade de avanço porque a
classe empresarial não compreendia esse benefício como provisão temporária de renda
em situação circunstancial de desemprego.

c)
a instituição da Seguridade Social como sistema básico de proteção social, integrava as
políticas de previdência social, assistência social, saúde, educação e emprego e renda,
tornando, assim, ampliação dos direitos sociais de acesso universal a todos aqueles
que dele necessitassem.

d)
o direito de acesso universal e gratuito à saúde ficou instituído a partir da
responsabilidade bipartite entre Estado e sociedade civil, entendendo que, no âmbito
do SUS, a obrigatoriedade de oferta da esfera governamental é a atenção básica,
ficando os demais níveis de complexidade para as iniciativas não governamentais.

e)
com o objetivo de garantir o direito constitucional à seguridade social definiu-se, no
mesmo texto da carta Magna, a partilha do fundo público de responsabilidade dos três
entes federados que obrigam disponibilizar, no mínimo, 35% da arrecadação para a
implementação das políticas sociais públicas que compõem seu campo.

A promulgação da Constituição Federal de 1988 (CF) e o reconhecimento em seu texto de garantias


de proteção social que devam ser prestadas pela esfera estatal, certamente, foi um grande avanço
daquele período e uma vitória dos movimentos democráticos e populares, possibilitando a
construção de um efetivo sistema de proteção no país. A Carta "cidadã", como ficou conhecida por
assegurar direitos sociais e políticas sociais, como a seguridade social - compreendida pela saúde,
assistência social e previdência -,e o direito a educação, dentre outros, foi caracterizada
posteriormente pelos conservadores como paternalista e retrógrada. No entanto, já na década de
1990 o país adota a agenda neoliberal e a CF passa a ser desconsiderada no sentido da não
implementação do que estava ali instituído. A própria LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social - Lei.
n. 8.742/1993) sofreu resistências por parte do Governo Collor para ser sancionada conforme
previsto na CF, o que vem a ocorrer somente após a saída daquele presidente e quase 4 anos após a
sua previsão no texto constitucional.

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