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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Curso de Serviço Social

Larissa Rosa de Lima

ESTUDO TEXTO “IDOSO: UM NOVO ATOR SOCIAL”

Belo Horizonte
2021
Larissa Rosa de Lima

ESTUDO TEXTO “IDOSO: UM NOVO ATOR SOCIAL”

Trabalho apresentado à Disciplina Política


Social do Idoso do Curso de Serviço Social da
Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais
Orientadora: Profª Drª Fernanda Flaviana de
Souza Martins

Belo Horizonte
2021
QUESTÃO - O que de fato é preciso ser feito para transformar o idoso em
Novo Ator Social na nossa sociedade? Cite um exemplo e descreva cormo o
Serviço Social pode atuar.

O texto estudado traz algumas ideias voltadas para busca da superação do


preconceito e da violência contra a população idosa, para que esta consiga alcançar
o status de ator social e uma boa qualidade de vida.
Pode-se observar, a partir do texto, que essa violência constitui diretamente
uma expressão da questão social, visto que é reforçada pelo modo de produção
capitalista, que é voltado para a produtividade constante e a velocidade das
atividades econômicas e das atividades sociais em geral. Com isso, o modelo
burguês de sociedade marginaliza e exclui uma grande parcela da população que
não consegue corresponder às suas expectativas: a população idosa. (OLIVEIRA;
SCORTEGAGNA, 2012)
Superar os óbices impostos pela desigualdade social, pobreza, violência e
preconceito é extremamente necessário para garantir qualidade de vida, felicidade e
liberdade aos sujeitos idosos, principalmente quando se trata de idosos que vivem
uma situação de vulnerabilidade social, sem acesso a direitos sociais e a uma renda
justa e suficiente para garantir os meios de subsistência. (OLIVEIRA;
SCORTEGAGNA, 2012)
As autoras apontam, nesse contexto, para um possível instrumento de
superação desse estado de coisas: a educação. Todavia, não se trata de educação
enquanto transmissão unilateral de informações, mas sim de uma forma crítica e
emancipatória de educação, que busca a transformação, a libertação (OLIVEIRA;
SCORTEGAGNA, 2012) e a conscientização política dos sujeitos sociais.
Entende-se, nesse sentido, que as pessoas idosas têm muito a ensinar, mas
também têm muito a aprender, tendo em vista que são também elas sujeitos
pensantes e que merecem ter o direito a uma vida ativa e criativa, na qual suas
atividades possam ser efetivamente significantes e não apenas vistas como formas
de recreação para passar o tempo. (OLIVEIRA; SCORTEGAGNA, 2012)
Com a implementação de práticas de educação e conscientização política
para a terceira idade, surge um “[...] momento em que o idoso é considerado como
um sujeito capaz de desenvolver atividades e desempenhar novos papéis sociais
[...] “ (OLIVEIRA; SCORTEGAGNA, 2012,p.10), o que, por sua vez, altera a
percepção social acerca da velhice, pois o idoso que antes era visto como “incapaz,
inútil e sem utilidade” (OLIVEIRA; SCORTEGAGNA, 2012,p.10) passa a ser visto
como um novo agente social. Assim, gradualmente, “ a visão de idosos como um
subgrupo populacional vulnerável e dependente foi sendo substituída pela de um
segmento populacional ativo e atuante que deve ser incorporado na busca do bem-
estar de toda a sociedade” (CAMARANO, 2004, p. 257-258 apud OLIVEIRA;
SCORTEGAGNA, 2012,p.10).
A partir desse momento de transformação, a população idosa torna-se capaz
de se organizar politica e socialmente, transformando a sua realidade e
transfigurando-se em um novo ator social que luta para conquistar seus direitos e
sua cidadania. (OLIVEIRA; SCORTEGAGNA, 2012, p.11)
Surge então a necessidade de se criar ambientes voltados especificamente
para a participação social efetiva dos idosos nas suas comunidades (BORGES,
2003 apud OLIVEIRA; SCORTEGAGNA, 2012), o que levou à criação de
movimentos voltados para a defesa dos direitos desse segmento populacional,
como os “panteras grisalhas” nos EUA (criado em 1970), a Sociedade Brasileira de
Geriatria e Gerontologia, o “programa de atendimento para a terceira idade” no
SESC-SP, o projeto Centro de Referência do Envelhecimento, a Confederação
Brasileira de Aposentados e Pensionistas, o Movimento dos Idosos Solidários em
São Paulo etc.
Considerando que, como as autoras apontam no texto, faz-se imprescindível
que a educação seja universalizada e expandida para que a população idosa tenha
consciência de seus direitos e saiba a importância da busca pela sua liberdade e
dignidade, o Serviço Social pode atuar no sentido de colaborar com essa luta
política, ajudando a garantir o acesso da população idosa à educação e às
informações necessárias para expansão da conquista de sua da cidadania.
Tal prática de conscientização social e política e de incentivo à educação e à
informação está completamente em conssonância com o código de ética do
assistente social, tendo em vista que é dever deste profssional: “c-
democratizar as informações e o acesso aos programas disponíveis no
espaço institucional, como um dos mecanismos indispensáveis à participação
dos/as usuários/as;” (BRASIL, 2012, p.29 grifos nossos) bem como também “d-
devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos/às
usuários/as, no sentido de que estes possam usá-los para o fortalecimento
dos seus interesses;” (BRASIL, 2012, p.29 grifos nossos)
Ademais, deve-se ressaltar que o assistente social possui também o direito
legal de “[...] apoiar e/ou participar dos movimentos sociais e organizações
populares vinculados à luta pela consolidação e ampliação da democracia e
dos direitos de cidadania.” (BRASIL, 2012, p.34 grifos nossos)
A partir dessa prerrogativa e considerando que o código de ética do
assistente social tem como princípios éticos fundamentais o “Reconhecimento da
liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes -
autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais;” (BRASIL,
2012, p.23 grifos nossos) e o “Empenho na eliminação de todas as formas de
preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos
socialmente discriminados e à discussão das diferenças” (BRASIL, 2012, p.23
grifos nossos), torna-se evidente que o serviço social pode e deve colaborar com
associações e movimentos sociais como os que foram mencionadas no texto,
levando informações importantes e relevantes para a busca dos direitos das
pessoas idosas, bem como também oferendo apoio e suporte nas atividades
promovidas nestes espaços, pois, assim, a luta por uma sociedade mais justa e
acolhedora para com os idosos tomará ainda mais peso e trará mais frutos e
resultados positivos.

REFERÊNCIAS
Brasil.”Código de ética do/a assistente social. Lei 8.662/93 de regulamentação
da profissão”. - 10a. ed. rev. e atual. - [Brasília]: Conselho Federal de Serviço
Social, [2012].
OLIVEIRA, Rita de Cássia da Silva; SCORTEGAGNA, Paola Andressa. “Idoso: um
novo ator social”. IX ANPED SUL - Seminário de Pesquisa em educação da região
sul. 2012.

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