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POLÍTICAS PÚBLICAS E SOCIAIS

NO BRASIL
Professora:
Me. Maria Cristina Gabriel de Oliveira
DIREÇÃO

Reitor Wilson de Matos Silva


Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

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Qualidade Textual Felipe Veiga da Fonseca

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação


a Distância; OLIVEIRA, Maria Cristina Gabriel de.

Políticas Sociais e a Intersetorialidade. Maria Cristina Gabriel


de Oliveira;
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.
23 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
1. Políticas Sociais. 2. Intersetorialidade. 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 361


CIP - NBR 12899 - AACR/2

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obtidas a partir do site shutterstock.com

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sumário
01 06| RESGATE HISTÓRICO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS E SOCIAIS
NO BRASIL

02 12| TIPOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS

03 16| POLÍTICAS PÚBLICAS E A GESTÃO SOCIAL


POLÍTICAS PÚBLICAS E SOCIAIS NO BRASIL

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Possibilitar aos profissionais a reflexão sobre as políticas públicas e sua in-
terface com os sistemas públicos articulados.
• Acessar os diferentes tipos de políticas sociais.
• Discutir a gestão e políticas públicas.

PLANO DE ESTUDO

A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:


• Resgate Histórico das Políticas Públicas e Sociais no Brasil.
• Tipos de Políticas Sociais.
• Políticas Públicas e a Gestão Social.
INTRODUÇÃO

Querido(a) aluno(a), nesta disciplina você poderá retomar conceitos já trabalha-


dos em diferentes momentos de sua formação, no entanto terá a possibilidade
de relacioná-los em si. Pois estamos falando de Políticas Sociais e a intersetoriali-
dade, um tema atual e instigante que exige de nós muita reflexão e elaboração
para que tenhamos condições mínimas para intervenção na realidade posta.
Interver na realidade é uma ação que diferentes categorias profissionais
podem fazer, inclusive, esta ação faz parte de sua formação acadêmica, espera-
-se que ao final de sua formação tal profissional possa pensar propositivamente
a partir das demandas sociais.
Diante desta responsabilidade é mister o aprofundamento em temas per-
tinentes a área das políticas públicas e sociais, que é a nossa proposta no texto
que se apresenta na sequência.
Convido você a me acompanhar ao longo do primeiro capítulo no históri-
co das políticas públicas e sociais no Brasil, retomando seus conceitos e a forma
como essas se organizam a partir dos códigos legais e do referencial teórico
proposto para esta discussão.
No segundo capítulo, nos propomos a refletir sobre a gestão as políticas
sociais no Brasil, a forma como se organizam e seus objetivos dentro do quadro
de atendimento das demandas a partir da defesa e garantia dos direitos dos
cidadãos.
No terceiro capítulo, te convido a refletir sobre a intersetorialidade e a rede
que esta articula no território, com respeito às especificidades locais, bem como
a forma de proposição da gestão neste processo de articulação não somente
com a rede própria de cada política pública, mas sim avançar e articular com
os demais sistemas das políticas públicas.
E no quarto capítulo apresento a você os sistemas das políticas públicas
no Brasil, restando o papel do Sistema Único da Assistência Social, do Sistema
Único da Saúde, o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente
e o Sistema de Educação.
Dessa forma, convido você a caminhar comigo por estas páginas e olhar-
mos juntos as Políticas Sociais no Brasil.
Você aceita vir comigo?

introdução
6 Pós-Universo

Resgate Histórico das

Políticas Públicas e Sociais

no Brasil
Pós-Universo 7

Conceito de Política Pública


Quando falamos em política pública no Brasil, é fundamental nos voltarmos para
a história e observarmos seu processo de desenvolvimento e como este tema foi
tratado nos documentos oficiais desde o Brasil Colônia.
Com a instalação dos primeiros colonos nas áreas litorâneas, ainda no período co-
lonial funda-se em 1543 a primeira Santa Casa de Misericórdia, cujos objetivos eram
abrigar os necessitados no tocante a saúde e a assistência. No entanto, somente séculos
depois este tipo de assistência foi reconhecida oficialmente em uma Constituição
Federativa. Era a constituição de 1824, que em seu artigo 179 tratava da questão dos
socorros públicos, espécie de atendimentos assistencial ao indivíduo. Na constitui-
ção de 1891 temos a primeira manifestação sobre aposentadoria, esta era voltada
para servidores que ficavam inválidos a serviço da Nação.
A partir daí até a constituição de 1967, o país conheceu uma série de movimen-
tação no sentido de assegurar os direitos aos cidadão, no entanto, esta efetivação só
terá um lugar de destaque na constituição de 1988, em vigor. Pois as discussões tra-
tavam de quem tinha direitos assegurados em lei e as formas de custear as ações de
inclusão do cidadão. Sendo que o único indivíduo que figurava para esta dita pro-
teção aos direitos era aquele incluído no mercado de trabalho formal com carteira
assinada e seus dependentes. Os demais cidadãos não podiam contar coma prote-
ção do estado de maneira clara.
Essa discussão, portanto, esteve presente ao longo dos séculos, culminando em
discussão mais profunda somente na estruturação da Carta Constitucional de 1988,
alí foram tratados temas como o direito integral a Proteção em relação à Saúde,
Previdência Social e Assistência Social. Assim, das sete Constituições que o Brasil teve,
somente a última contemplou de fato o tema da seguridade e dos direitos sociais,
sua efetivação cobra um empenho e envolvimento por parte de toda a sociedade.
É necessário que o cidadão compreenda que ao discutirmos direitos sociais
estamos falando da garantia que o indivíduo pode ter por parte do Estado em usufruir
de condições materiais imprescindíveis a sua vida, contando com justiça distributiva,
ou seja, igualdade entre os cidadãos, conforme prescreve a atual Constituição Federal.


Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção
à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição (BRASIL. 1988).
8 Pós-Universo

Os direitos sociais ganham destaque a partir da Revolução Industrial, ocorrida no


século XIX, que passa a substituir o trabalho do homem pelas máquinas gerando um
crescente número de desempregados, ampliando os cinturões de miséria e aumen-
tando a mão de obra excedente. Inicialmente o trabalho humano se desenvolve de
forma desordenada e injusta, gerando grande insatisfação por parte dos operários.
O quadro de desigualdade social gerado fez com que o Estado se visse diante de
questões que precisavam de sua intervenção direta. Contudo, somente no século XX
foi possível avançar nas reflexões sobre este tema. Com esta nova concepção sobre
a divisão do trabalho e do capital, as discussões passaram a se pautar no marxismo
e socialismo.

saiba mais
Marxismo: é um sistema ideológico que critica radicalmente o capitalismo
e proclama a emancipação da humanidade numa sociedade sem classes
e igualitária.
As linhas básicas do marxismo foram traçadas entre 1840 e 1850 pelo fi-
lósofo social alemão Karl Marx e o revolucionário alemão Friedrich Engels,
sendo o sistema mais tarde completado e modificado por eles e por seus
discípulos, entre eles, Trotsky, Lenine e Stalin.
Socialismo: é uma doutrina política e econômica que surgiu no final do
século XVIII e se caracteriza pela ideia de transformação da sociedade por
meio da distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, diminuindo a
distância entre ricos e pobres.
Fonte: Significados ([2017], on-line)1.

Como havia um temor relativo a tais temáticas e suas consequências, podemos en-
tender que a aceitação dos direitos sociais, por parte da sociedade naquele momento,
se deu politicamente como forma de evitar que o socialismo se sobrepusesse ao ca-
pitalismo vigente.
Pós-Universo 9

saiba mais
Capitalismo é um sistema econômico em que os meios de produção e dis-
tribuição são de propriedade privada e com fins lucrativos. Decisões sobre
oferta, demanda, preço, distribuição e investimentos não são feitos pelo
governo e os lucros são distribuídos para os proprietários que investem em
empresas e os salários são pagos aos trabalhadores pelas empresas. O ca-
pitalismo é dominante no mundo ocidental desde o final do feudalismo.
O capitalismo é o sistema socioeconômico baseado no reconhecimento dos
direitos individuais, em que toda propriedade é privada e o governo existe
para banir a iniciação de violência humana. Em uma sociedade capitalista,
o governo tem três órgãos: a polícia, o exército e as cortes de lei.
Fonte: Significados ([2017], on-line)2.

Movimentos de trabalhadores em busca de melhores condições de trabalho estavam


em marcha, alguns são pacíficos outros violentos. Em determinado momento da his-
tória houve a quebradeira de maquinários o que assustou os capitalistas, desse modo,
alguns direitos mínimos foram implantando respeitados. Era fundamental uma le-
gislação trabalhista que reorganizasse o quadro das relações sociais e trabalhistas.
10 Pós-Universo

Desse período na Europa em que os direitos sociais estavam em pauta até os dias atuais
no Brasil, houve muita manifestação, movimentação reivindicatória, alterações na per-
cepção dos cidadãos no sentido de se construir uma relação justa e digna. Este processo
se apresentou ao longo das cartas magnas que foram editadas no Brasil desde 1824,
perpassando o período da ditadura militar no qual nossos direitos civis foram suspen-
sos a partir de 1964, até a elaboração de nossa Constituição Cidadã em 1988.
Na Constituição de 1988 fica explicitado no artigo 6º o que a sociedade brasilei-
ra considera como direitos sociais, que contribuem para a dignidade do ser humano.
Portanto, a conquista dos direitos sociais é um dos importantes passos para a garan-
tia de uma vida digna em sociedade.
Nas décadas de 1980 e 1990, ampliou-se o debate sobre as políticas sociais, no
contexto das lutas pela democratização do Estado e da sociedade civil. A atuação
de movimentos sociais, de novos interlocutores no campo das políticas sociais, for-
taleceu a idéia de constituição de espaços públicos que possibilitasse a participação
de novos sujeitos sociais.
A Constituição de 1988, destacam-se dentre os direitos sociais a assistência
social como um componente da seguridade social, regulamentando-a por meio da
Lei Orgânica de Assistência Social, definindo-a como direito do cidadão e dever do
Estado, sendo que sua movimentação deva acontecer no campo da proteção social,
tendo como função a inserção, a prevenção, a promoção e a proteção, centrando-
-se na cidadania.
É fundamental que a gestão social se paute no modelo de Estado ampliado no
qual a sociedade civil e governo se responsabiliza correlatamente pela formulação
e implementação de ações e decisões que proporcionem respostas adequadas às
demandas sociais. Sendo que, para tal é necessária uma ação conjunta em um pro-
cesso de articulação das forças com o objetivo comum de aproximação dos serviços
à população.
Na efetivação da gestão social, é fundamental a constituição de instâncias e ins-
trumentos que possam assegurar a construção da política de forma democrática e
participativa. Para tanto os conselhos deliberativos, os fundos especiais e os planos
instituídos nas três esferas de governo são importantes mecanismos que integram
a gestão pública.
Pós-Universo 11

Assim sendo, a construção desse novo modelo de gestão baseado nos princípios
democráticos, éticos e eficientes requer mudanças profundas que Nogueira (1997,
p. 16-17) apresenta:


[...] precisamos descartar os restos de patrimonialismo que privatizam a
esfera pública, assim como a dinâmica formalista (...) que torna os gestores
dependentes da norma, de tal modo que se mantenham permanentemen-
te preocupados, às vezes exclusivamente, com o controle dos processos e
não com os resultados. (...) a nova cultura gerencial deve estar capacitada a
desenvolver a gestão cooperativa, a promover a cooperação e a colabora-
ção institucional.

Assim, pensar em política públicas, é pensar em um conjunto de estratégias que o


Estado deve implementar nos três níveis (Federal, Estadual ou Municipal) para atender
questões de interesse do cidadão. Pode ser política social, política econômica, política
fiscal, política de saúde, política habitacional, política de assistência, política educa-
cional entre outras. No entanto o que precisa ficar evidente é que em todas esses
políticas estão contidas correlações de forças existentes na sociedade, travadas entre
grupos diferentes, para a defesa dos seus interesses. Tal fato ocorre, porque a políti-
ca é um terreno fértil para debates e conflitos de interesses, e é neste cenário que os
indivíduos e grupos disputam a direção, as orientações e as opções sobre os temas/
problemas que serão tratados pelas diferentes políticas públicas. Essa disputa ocorre
de diferentes maneiras, podendo ser feita por meio da coerção, da força, da negocia-
ção e da sedução Nogueira Neto (2005).
Podemos caracterizar as políticas como políticas públicas quando estas ações
são comandadas por agentes estatais nas três esferas de governo, que trabalharão
com as relações de forças sociais refletidas nas instituições estatais e que incidem
sobre os diferentes campos institucionais com visitas no interesse público e que
alteram as relações sociais estabelecidas.
12 Pós-Universo

Tipos de Políticas

Públicas
Pós-Universo 13

As políticas públicas podem ser consideradas como ações estratégicas que vão
abordar temas específicos ou gerais dentro da gestão. Mesmo quando estas ações
são construídas a partir das necessidades apontadas pela sociedade civil organizada
não há garantia que esta demanda será atendida, porque no processo de formulação
e implementação das políticas públicas o Estado precisa definir as prioridades para
serem atendidas. Esta escolha deve seguir a lógica de atendimento das situações de
maior vulnerabilidade, no entanto nem sempre há esta sintonia entre sociedade e
Estado no que tange a definição das prioridades.
Em função deste quadro, a organização dos movimentos sociais para reivindi-
car os direitos da sociedade é indispensável, pois deste modo as demandas chegarão
as autoridades cuja competência é atuar no sentido de assegurar o acesso aos direi-
tos sociais mesmo que para tal seja necessária uma intervenção estatal (Abranches
et al, 1987).
Essa postura pode contemplar os diferentes tipos de políticas públicas, tais como
política econômica, política fiscal, política de saúde, política habitacional, política de
assistência, política educacional e ou política social, que será tratada a seguir, entre
outras. Em tais políticas estão contidas correlações de força existentes na sociedade,
travadas entre grupos diferentes, para a defesa dos seus interesses.

Política Social
De acordo com Abranches et al (1987), a política social é uma questão de opção feita
pela Gestão, pois para que sua implantação ocorra de fato, é necessário buscar o equi-
líbrio acerca das demandas da sociedade, para que deste modo seja possível chegar
a soluções que atendam aos problemas sociais de modo coerente e com consistên-
cia, sendo este um desafio para a política social. O autor ainda discute que a política
social deve ultrapassar os encaminhamentos dos problemas sociais, ela requer um
avanço no sentido de assegurar tratar as causas e não apenas lidar com as conse-
quências vivenciadas pela sociedade. Para tal é indispensável a articulação com as
demais políticas públicas como a política econômica, que precisa ser pensada na
perspectiva de elevar o potencial de renda dos cidadãos mais vulneráveis, garan-
tindo deste modo o acesso aos bens e serviços essenciais à vida produzidos pelo
conjunto da sociedade.
14 Pós-Universo

Portanto, a política social como obrigação permanente do Estado pode ser


pensada de forma que assegure ao cidadão o atendimento necessário em momen-
tos críticos nos quais ele se vê impedido de alcançar renda suficiente para atender
suas necessidades básicas para sobrevivência, sendo também papel do Estado, neste
contexto, pensar as demandas coletivas. Assim, a política social pode ser considera-
da como uma ação pública, que assegure a transferência de recursos para atender
as demandas geradas a partir das desigualdades sociais, que exigem do Estado uma
ação interventiva, para que o direito do cidadão e a justiça social, preconizados na
Constituição Federal de 1988, se concretizem.

atenção
Direitos Sociais – são garantias e direitos que a Nação deve oferecer aos
cidadãos, para que possam usufruir de uma vida digna, com respeito e
igualdade.
Fonte: a autora

No processo de desenvolvimento das políticas públicas, podemos classificá-las de


acordo com seus atores, estilos e ou instituições o que nos permite fazer interpreta-
ções e identificar suas variações (SECCHI, 2012).

Quadro 1 - Classificação das Políticas Públicas.

Elas tratam de um conjunto de normas que es-


tabelece padrões de comportamento, serviço ou
produto para os atores social. O Código de trânsito
POLÍTICA REGULATÓRIA:
é um exemplo de política regulatória, pois estabe-
lece normas para que se reduzam os acidentes no
trânsito.
Com esta política o governo pode atender de-
mandas específicas em detrimento de outras, em
função do montante de recursos disponíveis. Um
exemplo é o programa de benefício de presta-
POLÍTICA DISTRIBUTIVA:
ção continuada-BPC que tem critérios de acesso,
pois não é para todos, e que visa assegurar recur-
sos para a subsistência de um determinado grupo
social.
Pós-Universo 15

Com esta política o Estado pretende garantir o


acesso dos atores sociais aos bens e serviços pro-
duzidos. Podemos citar como exemplo o sistema
POLÍTICA REDISTRIBUTIVA:
tributário que possibilita a taxação de grandes for-
tunas com vista na estruturação de ações que
possam beneficiar os mais vulneráveis.
A partir desta política que se estabelece e estrutura
as demais políticas públicas. Aqui estão presentes
as relações políticas estabelecidas pelos poderes
POLÍTICAS CONSTITUTIVAS:
constituídos no país. Um exemplo pode ser a es-
truturação dos regimentos internos de cada um
dos poderes instituídos.
Fonte: adaptado de Secchi (2012).

Como pudemos observar ao longo das discussões tratadas as políticas públicas não
são unânimes, pois elas resultam da disputa entre os diferentes atores sociais. Portanto,
seus objetivos são diversos e, muitas vezes, é possível percebermos a omissão do
governo na elaboração e propositura de ações para atender demandas específicas
que resultam em grandes impactos negativos para a população. Portanto, é funda-
mental que se estruture políticas públicas deem conta das demandas apresentadas
pela sociedade.
16 Pós-Universo

Políticas Públicas e a

Gestão Social
Pós-Universo 17


Jogar o jogo da política democrática, ética, e da justiça social é o desafio que
os gestores de políticas públicas têm de enfrentar para planejar, administrar
e extrair recursos e formatar políticas redistributivas que busquem promo-
ver sociedades mais iguais e mais livres, num contexto mundial de profundas
mudanças econômicas, demográficas e ideológicas (RODRIGUES, 2011, p. 78,
on-line)3.

De acordo com (RODRIGUES, 2011), para haver transformação na sociedade é neces-


sário que todos os atores sociais se envolvam no processo de diagnosticar, refletir e
analisar de maneira democrática a realidade posta, com vistas na implementação de
ações para a superação das necessidades apresentadas. Mas para tal, é indispensável
desenvolver habilidades de gerenciamentos que ultrapassem as ações comuns, per-
mitindo um aprofundamento das análises e acompanhamento das ações em tela.

A autora chama atenção ainda para o fato de que apenas estar preparado do
ponto de vista gerencial não garante a eficácia das ações, pois o cenário tem que ser
considerado para que se estabeleça uma gestão eficiente. Para tanto, não podemos
perder de vista que a efetividade dos direitos perpassa pela implementação de po-
líticas públicas sólidas, a partir de um Estado Democrático que preserva e assegura
os direitos de cidadania.
atividades de estudo

1. Qual a Constituição Brasileira que tratou do tema sobre os socorros públicos ao in-
divíduo? Assinale a alternativa correta:

a) A Constituição de 1937.
b) A Constituição de 1824.
c) A Constituição de 1946.
d) A Constituição de 1988.
e) A Constituição de 1891.

2. Sobre as políticas públicas, analise as assertivas abaixo:

I) Políticas públicas é um conjunto de estratégias do Estado.


II) Nas políticas públicas não há correlações de forças da sociedade.
III) Políticas públicas são comandadas por agentes estatais nos três níveis de governo.
IV) As políticas públicas visam alterar as relações sociais estabelecidas.

Assinale a alternativa correta:


a) I e II.
b) II, III e IV.
c) I, III e IV.
d) III e IV.
e) I, II e IV.

3. Sobre o Centro de Referência da Assistência Social-CRAS, assinale a alternativa correta:

a) Unidade pública que integra a proteção social básica, com serviços estruturados
a partir da territorialização e desenvolve o PAIF.
b) Unidade da rede privada que integra a proteção social básica, com serviços es-
truturados a partir da territorialização e desenvolve o PAIF.
c) Unidade do Terceiro Setor que integra a proteção social básica, com serviços es-
truturados a partir da territorialização e desenvolve o PAIF.
d) Unidade pública que integra a proteção social especial, com serviços estrutura-
dos a partir da territorialização e desenvolve o PAIF.
e) Unidade pública que integra a proteção social básica, com serviços estruturados
a partir da territorialização e desenvolve o PAEFI.
resumo

Caro(a) aluno(a), que bom que você aceitou meu convite para refletirmos conjuntamente sobre
o tema proposto. Chegamos ao fim desta discussão com conhecimentos sobre as políticas pú-
blicas e sociais e seu papel no processo de efetivação dos direitos de cidadania, levantados na
Constituição Federal de 1988, e certamente este é o início de novas construções no sentido de
aprimorar ainda mais nosso conhecimento acerca do tema abordado.

Ali foram plantadas as sementes da democracia brasileira, no entanto temos que desenvolver os
sistemas em cada política pública para que esta democracia saia dos códigos legais e se solidifi-
que no cotidiano dos cidadãos brasileiros.

Em razão deste cenário que o convidei a refletir comigo no primeiro capítulo sobre as políticas
sociais no Brasil, as suas diferentes manifestações e a forma de articulação com a gestão pública,
cuja rede de atendimento assegurará a efetivação da mudança. Observar a organização desta
gestão por meio das redes e sistemas posto é um desafio, pois falamos muito em rede de atendi-
mento, no entanto, há muito que se trabalhar para que as redes se concretizem e as ações fluam
de modo a atender o cidadão com dignidade, equidade e justiça social, que é a proposta expli-
citada na Carta Magna de 1988 e ratificada posteriormente nos códigos legais derivados desta,
como LOAS/93, PNAS/2OO4, LDB/96 e tantos outros códigos que nascem com a missão de nor-
matizar os serviços, programas, projetos e benefícios em todo território Nacional, respeitando as
especificidades de cada território e articulação do sistema próprio da política.

Ao observarmos os Sistemas das políticas de Educação, saúde, direito da Criança e do adolescen-


te e da assistência social, é possível ver que seus equipamentos estão voltados para a efetivação
das políticas públicas e sociais, no entanto também é possível observar que falar em rede e arti-
culação não se restringe apenas a organização interna dos sistemas.

Devemos, como cidadãos conscientes de seus direitos assegurados em lei, nos manifestarmos,
cobrando e construindo juntos uma sociedade, na qual o indivíduo tenha direito a inclusão social
e acesso aos bens e serviços produzidos socialmente. Esta é uma de nossas responsabilidades
como cidadãos e como profissionais.
material complementar

Políticas Públicas - Conceitos, Esquemas de Análise, Casos Práticoso


Autor: Leonardo Secchi (2013)

Sinopse: este é o primeiro livro didático de Políticas Públicas lançadas no


Brasil. Com linguagem simples e direta, traz conceitos fundamentais, ti-
pologias e categorias analíticas já consolidadas na literatura internacional.
A organização do volume coloca em evidência cinco dimensões analí-
ticas para um estudo mais completo de política pública: 1. dimensão de
conteúdo (tipos de política pública); 2. Dimensão temporal (ciclo de políticas públicas); 3. di-
mensão espacial (instituições); 4. dimensão de atores; 5. dimensão comportamental (estilos
de políticas públicas). Cada capítulo contém um minicaso, exercícios de fixação, exemplos
práticos e bibliografia de aprofundamento. [...] O livro também traz um glossário de termos
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referências

ABRANCHES, S.; SANTOS, W. G.; COIMBRA, M. A. Política Social e Combate à Pobreza. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987.

BRASIL. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 5 out. 2017.

NOGUEIRA NETO W. Por um sistema de proteção e garantia dos direitos humanos de crianças e
adolescentes. Revista Serviço Social & Sociedade. São Paulo. v. 26 n. 83; p. 5-2,9, 2005.

NOGUEIRA, Marco Aurélio. A Dimensão Política da Descentralização Participativa. São Paulo:


SEADE, 1997.

SECCHI, Leonardo. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análises, casos práticos. São Paulo:
CENGAGE Learning, 2012.

REFERÊNCIAS ON-LINE
1
Em: <https://www.significados.com.br/marxismo/>. Acesso em: 5 out. 2017.

2
Em: <https://www.significados.com.br/capitalismo/>. Acesso em: 5 out. 2017.

3
Em: <http://www.portalconscienciapolitica.com.br/ci%C3%AAncia-politica/politicas-publicas>.
Acesso em: 5 out. 2017.
resolução de exercícios

1. b) A Constituição de 1824.

2. c) I, III e IV.

3. a) Unidade pública que integra a proteção social básica, com serviços estruturados
a partir da territorialização e desenvolve o PAIF.

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