Você está na página 1de 12

1

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO


SERVIÇO SOCIAL

A EXPRESSÃO RELAÇÃO QUESTÃO SOCIAL

CONTAGEM
2015
2

A EXPRESSÃO DA RELAÇÃO QUESTÃO SOCIAL,

Trabalho apresentado ao Curso( serviço social)


da UNOPAR - Disciplina: Sociologia,
fundamentos historicos e metodologicos, filosofia,
ciencia politica). Prof Rosane Malvezzi, Sergio
Goes, Hallyannee Pires.

Contagem
2015
3

SUMÁRIO

1-introdução.....................................................................................................04

2-Desenvolvimento............................................................................................05

3-Conclusão .....................................................................................................11

4-Referências....................................................................................................12
4

INTRODUÇÃO

No Brasil, o debate instaurado em torno da profissão, e sobre a relação


visceral entre Serviço Social e políticas Social, floresceu e aprofundou-se
significativamente ao longo das duas últimas décadas do século 20 e
consolida-se no início do século 21. Isso pode ser explicado pela alteração nos
sistemas de proteção social brasileiros, após o retorno do país ao Estado de
Direito, em 1985. Período de intensa mobilização de segmentos da sociedade
civil, no sentido de ampliar e garantir direitos em setores de ponta, ou seja, o
núcleo duro da política social – saúde, previdência e assistência –, e de forte
investimento nos marcos profissionais, para expandir os saberes sobre a
relação entre questão social e política social.

Estabelece-se um amplo processo de produção de conhecimento em


torno da política social, que tem se constituído em um pilar central na
consolidação do Serviço Social como área de conhecimento no campo das
ciências sociais. Este fato favoreceu tanto a inserção da profissão e de seus
profissionais no embate político da sociedade brasileira como, também, a
discussão sobre a intervenção profissional dos assistentes sociais no terreno
da política social.

Com referência a intervenção profissional, observa-se que a inclusão da


política social no debate da profissão permitiu situar mais concretamente os
seus objetivos na sociedade capitalista.

A partir da Constituição Federal de 1988, foi possível vislumbrar, no


campo da política social, uma confluência virtuosa entre os dispositivos legais
que foram sendo criados para a implementação do projeto da Seguridade
Social brasileiro – Lei Orgânica da Saúde, Lei Orgânica da Assistência Social –
e o movimento da categoria profissional em torno de seu Projeto Ético-político
Profissional.
5

Desenvolvimento

O Capitalismo dos Monopólios é a fase que sucede a fase do capitalismo


concorrencial, nesta fase é necessária uma “exportação dos capitais”. Neste,
ocorre a centralização e concentração ainda maior do capital. Aumentando a
exploração, alienação, o “exército industrial de reserva”, a desigualdade e exclusão
social. Esta época é a de agudizamento de todas as contradições inerentes ao
sistema: contradições entre a relação Capital e o Trabalho, agravando e
agudizando assim as expressões da “questão social”.

As relações condicionantes entre o Estado Moderno e a produção


capitalista foram reiteradamente abordadas pela tradição marxista. Já nas
obras políticas de Marx e Capitalismo – a despeito do ponto no qual
interrompe-se esta última obra – a análise aponta quatro funções básicas que
desempenha o Estado contemporâneo na produção capitalista. Em primeiro
lugar, o Estado desempenha a função de capitalista coletivo ideal, segundo a
qual atua na criação de condições materiais genéricas para a produção (isto é,
a infra- estrutura necessária ao desenvolvimento do capital em seus diferentes
ramos – energia, transporte, comunicações, etc.).

Essa função inicial do Estado pode ser constatada desde o período da


acumulação primitiva do capital e, após a existência de um curto período de
capitalismo concorrencial, ganha ênfase novamente com o surgimento das
condições monopolistas de produção.

As reflexões do Capitalismo Monopolista nas relações sociais são pífias,


levando a sociedade e o mundo à barbárie, como por exemplo: 1ª e 2ª guerra
mundial, a crise econômica, exploração de países periféricos, guerra do
Vietnam, holocausto, nazismo, fascismo etc.

O Estado tem como função na era Imperialista, ser apenas um “comitê


executivo” da burguesia, atendendo e favorecendo sempre a esta. Nas suas
contradições e dinâmicas a classe dominante captura o Estado, esse passa a
ser seu (da burguesia) e busca através do jogo democrático, a falsa
democracia para se legitimar politicamente e ideologicamente. Em suma
6

podemos dizer que nesta sociedade, o Estado opera para dar condições
necessárias à acumulação e à valorização do capital monopolista.

Conforme a ordem monopólica vai invadindo o universo dos


indivíduos e da sociedade como um todo, surgem propostas para redefinições
de características pessoais e como estratégias e terapias de ajustamento,
partindo desse processo, o Serviço Social vai emergindo, e para atender as
demandas daquela conjuntura, tinha uma atividade bastante funcionalista de
“ajustar” o indivíduo ao meio.

A partir da metade desse século, a expressão “questão social”


entra para o vocabulário do pensamento conservador, com o caráter de
urgência para manutenção e a defesa da ordem burguesa, a questão social
perde paulatinamente sua estrutura histórica determinada e é crescentemente
naturalizada, tanto pelo pensamento conservador laico como no do
confessional, no primeiro as manifestações da questão social eram vistas como
características elimináveis de toda e qualquer ordem social e para amenizá-las
e reduzi-las era preciso uma intervenção política limitada, enquanto que para o
segundo, a gravitação da questão social só era possível com uma exacerbação
da vontade divina.

Assim, para ambos, a questão social é objeto de ação


moralizadora, o enfrentamento de suas manifestações deve ser função de um
programa de reformas que preserve a propriedade privada dos meios de
produção. Em contrapartida, com a exploração da revolução de 1848, os ideais
da classe trabalhadora passam de classe em si para classe para si, a questão
social passa a ser vista como atrelada à sociedade burguesa e a supressão
desta conduz a supressão daquela. destaca que foi apenas em 1867 com o
livro “O capital”, de Karl Marx, que se produziu uma compreensão teórica
acerca do processo de produção do capital, relevando a anatomia da questão
social. Para Marx a questão social seria determinada pelo traço próprio e
peculiar da relação capital-trabalho, a exploração, fruto da sociabilidade
erguida sob o comando do capital.

Nas décadas de 1980 e 1990, o país enfrentou uma ampla


agenda de reformas no que se refere à ação social do Estado, que teve como
7

resultante mudanças significativas no perfil do SBPS. De fato, a Constituição


de 1988 lançou as bases para uma expressiva alteração da intervenção social
do Estado, alargando o arco dos direitos sociais e o campo da proteção social
sob responsabilidade estatal, com impactos relevantes no que diz respeito ao
desenho das políticas, à definição dos beneficiários e dos benefícios.

A compreensão histórica do legado das políticas sociais no Brasil,


singularizando ademais o lugar da Assistência Social neste contexto, conduz a
certos desafios; alguns previsíveis devido à amplitude do tema, outros nem
tanto, na medida em que parte destes desafios decorrem de sua localização
particular, ou seja, estão referidos a um olhar e a uma perspectiva de análise
também voltados para a reflexão do Serviço Social, informada aqui
especialmente pela analise histórica destes processos e de suas
interconexões.

A ampliação das situações sociais reconhecidas como objeto de


garantias legais de proteção e submetidas à regulamentação estatal implicaram
significativa expansão da responsabilidade pública em face de vários
problemas cujo enfrentamento se dava, parcial ou integralmente, no espaço
privado.

A intervenção estatal, regulamentada pelas leis complementares que


normatizaram as determinações constitucionais, passou a referir-se a um
terreno mais vasto da vida social, tanto com objetivos de equalizar o acesso a
oportunidades, como de enfrentar condições de destitui- ção de direitos, riscos
sociais e pobreza.

Entre os avanços da Constituição de 1988 na determinação da


responsabilidade estatal em função da necessidade de proteção social dos
cidadãos, pode-se destacar: i) a instituição da Seguridade Social como sistema
básico de proteção social, articulando e integrando as políticas de seguro
social, assistência social e saúde; ii) o reconhecimento da obrigação do Estado
em prestar de forma universal, pública e gratuita, atendimento na área de
saúde em todos os níveis de complexidade; para tanto, o texto constitucional
prevê a instituição do Sistema Único de Saúde (SUS), sob gestão
descentralizada e participativa; iii) o reconhecimento da assistência social como
8

política pública, garantindo direito de acesso a serviços por parte de


populações necessitadas, e direito a uma renda de solidariedade por parte de
idosos e portadores de deficiência em situação de extrema pobreza; iv) o
reconhecimento do direito à aposentadoria não integralmente contributiva (ou
seja, parcialmente ancorada em uma transferência de solidariedade) dos
trabalhadores rurais em regime de economia familiar; e v) o reconhecimento do
seguro-desemprego como direito social do trabalhador a uma provisão
temporária de renda em situação de perda circunstancial de emprego.

A constituição federal foi a primeira das constituições brasileiras e


colocar uma ordem econômica e social no Brasil, com concessão que
possibilitou a operalização de algumas garantias fundamentais à democracia,
como voto oculto, impedimento do trabalho infantil e a implantação da justiça
do trabalho. O período que marca o segundo governo de Vargas, segue a
tendências mundiais, na defesa de estado integral, ou seja uma ditadura
nacionalista e de único partido, neste contexto das crises politicas, econômicas
e sociais surgem com Ação Integralista Brasileira (AIB)

A partir dos anos 80 os movimentos foram ficando cada vez mais fortes,
e a repressão não era suficiente para esconder falta postura do governo para
lidar com a situação. Mas o grande movimento que marcou os anos 80 foi a
luta pelas diretas já. O povo já não aguentava um país governado por militares
e em 1985 ocorreram às eleições presidenciais, mas a crise econômica e a
concentração de renda repercutiam nas classes menos favorecidas,
aumentando a taxa de desemprego nas regiões metropolitanas, e a população
sofria com a falta de investimento na área social. Após vários anos de protesto
e a busca por uma vida mais digna.

A constituição federal foi marcada pelo desejo do povo brasileiro o povo


que não aguentava mais as perseguições, a ditadura militar e as restrições dos
meus direitos, esse movimentos lutavam também por direitos a terra a defesa
da criança e o adolescente, sindical,, os sindicais tiveram papel fundamental
par a definição do conteúdo jurídico dessa constituição, e essa tornou
mundialmente conhecida como a constituição cidadã, esta veio por meio de
organizações e movimentos populares, ,políticos, sindicatos ,brasileiros que
9

desejavam melhores condições de vida, A constituição federal criou condições


pra um novo paradigma e uma nova concepção, o “divisor de águas” na nova
forma de relação entre o estado e a sociedade .

Esta constituição possibilitou no plano legal as legalidades de ampliação


do exercício da cidadania e democracia e em especial quando amplia os
espaços institucionais de participação. Em relação às políticas sociais a
constituição apresentou várias mudanças em seus princípios e deretrizes
sendo este momento um grande passo para a seguridade social, formada pela
previdência social, saúde e assistência social, foi alterada a forma radical e o
sistema brasileiro de proteção social voltado para a proteção de toda a
sociedade. Outro aspecto marcante da constituição foi a descentralização
politico- administrativa, das politicas sociais, assim os poderes dividiam em
competências dos poderes central, estadual e municipal, Este novo sistema de
de gestar as politicas sociais possibilitou o estimulo e as possibilidades de
participação da população aa partir das demandas das localidades assim
melhorando as condições para o exercício do controle social.

Mas dentre todas as conquistava os trabalhadores brasileiros que


buscavam melhorias tiveram grandes avanços para melhoria nas condições de
trabalho: O décimo terceiro (ou gratificação natalina) este pode ser pago em
duas parcelas, adicional noturno; remuneração do trabalho superior ao diurno,
o índice pago é 20% sobre o valor da hora normal e incide nos trabalhos
entre 22:00 e as 5:00 horas do dia seguinte, horas extras: são horas pagas por
trabalhos executados quando o trabalhador trabalha horas superior a oitos
diárias. Férias mais o terço constitucional adicional por insalubridade, adicional
de periculosidade, equiparação salarial, fundo de garantia por tempo de serviço
(FGTS) convenções e acordos coletivos de trabalho. A constituição federal
garante a relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem
justa causa, seguro-desemprego involuntário, fundo de garantia por tempo de
serviço, rescisão indireta do contrato de trabalho, ocorre quando quem
descumpre o contrato é o empregador, demissão sem justa causa; quando o
empregado tem seus direitos, não se pode demitir quando ele tiver garantia de
emprego. Só pode demitir por justa causa quando o empregado cometer atos
10

como: improbidade, incontinência de conduta, indisciplina, abandono de


emprego, insubordinação, condenação criminal, desídia.

Outros direitos e garantias constitucionais ao trabalhador: licença


maternidade, sem prejuízo do emprego e do salario com a duração de 120
dias,Licença paternidade nos termos fixados na lei, proteção do mercado de
trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, assistência aos filho e
dependentes desde o nascimento ate cinco anos em creche e pré-escolas.
11

Conclusão

Debater a prática dos assistentes sociais no campo da política social não


se confunde com o debate da prática profissional travado no campo de
conhecimento do Serviço Social. Embora a intervenção do assistente social no
campo da política social seja determinada pelo ethos profissional, ela se
recobre de características que vão exigir não somente um alinhamento a
determinado projeto profissional. Traz, também, a exigência de como colocar
este projeto em movimento, num espaço onde não se tem a direção do
processo e onde a autonomia é relativa. O trabalho no campo da política social,
sob a os auspícios do projeto crítico estratégico, nos termos de Netto (1996),
requer a explicitação das mediações necessárias para que o profissional possa
decidir sobre a sua prática.

Os assistentes sociais defrontam-se, cotidianamente, com as mais


variadas expressões da questão social, do sexo feminino, que se graduaram no
Rio Grande do Sul e trabalham em Porto Alegre, nas mais diversas áreas, tais
como saúde, habitação, previdência, assistência social e judiciário. A
apreensão dessas situações como expressões do conflito entre capital e
trabalho demarca a especificidade do Serviço Social no espaço sócio-
ocupacional. Por isso, os profissionais de outras áreas que trabalham na
instituição nem sempre possuem o mesmo entendimento acerca das
demandas institucionais. Os assistentes sociais buscam o conhecimento de
como os processos decorrentes da estrutura econômica da sociedade como a
violência, a pobreza, o desemprego, a falta de acesso à saúde, à educação, ao
trabalho, à habitação, etc. Esses profissionais intervêm em situações em que
os idosos sofrem a violação de direitos previstos constitucionalmente, as
crianças e adolescentes estão envolvidos com o narcotráfico, as mulheres são
vítimas de violência, enfim, essas são algumas das expressões da questão
social evidenciadas nos processos de trabalho, nos quais os assistentes
sociais se inserem.
12

REFERÊNCIAS

http://ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/Cap_5-10.pdf

http://www.ipea.gov.br/bd/pdf/Livro_BD_vol3.pdf

http://www.scielo.br/pdf/rk/v16nspe/05.pdf

http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v1n2_aspectos.htm

http://www.scielo.br/pdf/rk/v16nspe/05.pdf

https://periodicos.ufsc.br/index.php/katalysis/article/viewFile/6250/5828

Batistute,, Jossan; Wagner Roberto Marquesi; Martinez Vinicius C; Bofill. Daniel


Vanoni; Ricardo,José Caetano Costa, Direito e legislação social, Pearson
2009.

Você também pode gostar