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Sumário
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 32
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NOSSA HISTÓRIA
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ESTADO E POLÍTICAS SOCIAIS: UMA APROXIMAÇÃO
CONCEITUAL
Desse modo, Estado e Política Social “são, pois tomados como campos cuja
dinâmica e interrelação compõem um pilar analítico de referência.” (Rodrigues,
F.1999:15-16)
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Estudos sobre as políticas sociais, particularmente na periferia capitalista
(Behring e Boschetti, 2006; Sposati, 1988; Vieira, 1983 e 2004;) apontam que elas
são estruturalmente condicionadas pelas características políticas e econômicas do
Estado e de um modo geral, “as teorias explicativas sobre a política social não
dissociam em sua análise a forma como se constitui a sociedade capitalista e os
conflitos e contradições que decorrem do processo de acumulação, nem as formas
pelas quais as sociedades organizaram respostas para enfrentar as questões geradas
pelas desigualdades sociais, econômicas, culturais e políticas.”
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Relação assimétrica e desigual que interfere tanto na viabilização da
acumulação, como na reprodução social das classes subalternas.
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material e moral... dessa forma, vincula-se necessariamente ao aparecimento
e desenvolvimento da classe operária e seu ingresso no mundo da política.”
(Pastorini: 2004:110)
social,
econômico,
cultural,
político,
ambiental entre outros.
Nos anos recentes, de acordo com Silva, (2004) o Estado de Bem Estar Social
vem sendo objeto de muitos estudos, sob diferentes aspectos como seus
condicionantes históricos, seus fundamentos, suas características, sua capacidade
de enfrentar a questão da desigualdade, constitutiva do capitalismo e suas
contradições.
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Um aspecto de consenso entre analistas diversos é a ligação entre as Políticas
de Bem Estar Social e a necessidade de gestão das contradições resultantes do
próprio modo de desenvolvimento da sociedade capitalista.
Essas mudanças vem sendo implementadas por meio de uma reversão política
conservadora, assentada no ideário neoliberal que erodiu as bases dos sistemas de
proteção social e redirecionou as intervenções do Estado no âmbito da produção e
distribuição da riqueza social.
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ações e conformações não só das relações de trabalho, mas também da maneira
mesma como se estabelecem as unidades produtivas.
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estabelecimento dessa cadeia de condicionantes que vêm moldar o sistema de
emprego.
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Robert Castel (2000) vai afirmar que é a partir desse reconhecimento, que se
constitui a moderna Seguridade Social, obviamente, em longo processo, que vai do
predomínio do pensamento liberal e da consolidação da sociedade salarial (meados
do século XIX, até a 3ª década do século XX) às perspectivas keynesianas e social
democratas que propõem um Estado intervencionista no campo social e econômico.
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Desse modo, as políticas sociais públicas só podem ser pensadas
politicamente, sempre referidas a relações sociais concretas e como parte das
respostas que o Estado oferece às expressões da “questão social”, situando-se no
confronto de interesses de grupos e classes sociais.
Questão social foi o termo usado para designar, no Brasil, durante as quatro
primeiras décadas do século XX, os problemas colocados, no cenário social e político,
pela classe operária. A problemática era, de fato, não apenas social.
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papel das elites rurais na construção da nação, fortalecia-se a tese da necessidade
da ação estatal na promoção do desenvolvimento econômico.
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Referente aos aspectos teórico-metodológicos em análise, políticas públicas,
busca, na medida do possível, aproximar em três partes. A primeira procura resgatar
os diferentes aportes oferecidos pela bibliografia da literatura econômica
especializada para o tratamento do tema.
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POLÍTICAS PÚBLICAS E A INCESSANTE BUSCA
PELOS DIREITOS SOCIAIS
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Começando com a questão das escolhas coletivas no quadro paradigmático da
escolha racional. Desenvolvido de forma elegante e sistemática por Arrows (1970),
essa abordagem repousa sobre um conjunto de hipótese bastante restritivo.
Porém, esse
conjunto de hipótese
que forma o núcleo
duro do modelo da
escolha racional gera
uma série de
problemas e questões
analíticas.
A mais conhecida foi desenvolvida pelo próprio Arrows e determina que não existe
uma escolha social capaz de refletir perfeitamente as preferências individuais – trata-
se do famoso teorema da impossibilidade.
Além disso, o modelo pressupõe que o Estado age de forma benevolente, não
levando em conta o fato de que a administração pública, por exemplo, pode agir de
forma a maximizar sua utilidade em detrimento do interesse social.
De modo geral, ainda que de forma simplificada, pode-se dizer que para a
teoria da Escolha Pública as políticas públicas resultam da confrontação de interesses
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divergentes nos diversos mercados políticos que estruturam o sistema político como
um todo.
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por outro lado,
tendem a privilegiar
políticas (setoriais,
econômicas ou sociais)
que trazem recursos para
seus eleitores potenciais.
Em função das diversas
preferências, os poderes
Executivo e Legislativo
procuram estabelecer relações que sejam benéficas a ambos.
Assim, o foco do titular do governo está nas políticas macro (fiscal e monetária)
e para alcançá-las pode utilizar políticas setoriais como moeda de troca no intuito de
garantir votos no legislativo.
O jogo político pode ser interpretado como um jogo sequencial em que cada
ator tem certo poder de veto. No início, dependendo do sucesso das políticas
estratégicas, o Presidente decidirá quais políticas residuais serão perseguidas.
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DIFERENTES DIMENSÕES NA ANÁLISE DE POLÍTICAS PÚBLICAS
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apropriação de recursos escassos representa uma dimensão central da vida política,
de tal modo que determinados interesses são privilegiados em detrimento de outros.
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Um outro aspecto importante dessa interpretação reside no tratamento da
dimensão temporal e histórica da formulação e implementação das políticas
públicas.
Por outro lado, as dificuldades encontradas para implementar uma reforma efetiva
podem ser associadas às perdas econômicas e políticas resultantes das novas
orientações, resistência associada, sobretudo, às organizações agrícolas
francesas que eram, e ainda são, os principais beneficiários da política agrícola
comum.
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QUESTÃO SOCIA E PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL
[...] a questão social torna-se visível no Brasil desde o final do século XIX, mas
ainda camuflada pelo processo de industrialização, bem controlado e articulado pelos
importadores e exportadores vinculados ao capital internacional. Permaneceu por
várias décadas na ilegalidade e por tal razão foi pensada como desordem,
incriminando o sujeito e sendo enfrentada via aparelhos repressivos do Estado.
Somente no pós 1930, em meio a forças sociais pró- conservação e pró-mudança, a
questão social deixa a ilegalidade, passando a ser reconhecida sob explicações e/ou
democratas como questão política ou de política. (ALMEIDA ET Al, 2006, s/p)
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Afirma, ainda, que o consenso absoluto em torno de pensamento e prática
hegemônica é ilusório tendo em vista o caráter antagônico da estrutura social e
econômica.
Permaneceu por várias décadas na ilegalidade e por razão foi pensada como
desordem, incriminando o sujeito e sendo enfrentada via aparelhos repressivos do
Estado.
CONH (2000) explica que embora em 1930 a “questão social” passe a ser
reconhecida no cenário político visando a garanta de bem-estar mínimo, ela está
associada estritamente ao trabalho e às necessidades do trabalhador.
Este meio exclui durante décadas, grupos da sociedade que não participavam
do mercado de trabalho formal, assim quando o trabalho se torna precarizado, no
estágio monopolista do capitalismo e a maioria da população, sem acesso ao
trabalho, fica descoberta do sistema de proteção social contributiva.
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Em 1988 é promulgada a Constituição Federal que continua garantindo a
previdência como proteção contributiva, mas inclui a saúde e a assistência social
como proteção social não contributiva.
Neste modelo rompe com noção restrita de cobertura, que antes era destinada
somente aos setores inseridos formalmente no mercado de trabalho.
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social que ainda trava diversos debates e desafios para sua efetivação, embora já
tenha percorrido um processo.
Por fim, o SUAS foi regulamentado pela Lei N. 12.435 de 06 de julho de 2011,
que alterou a LOAS, que dispõe sobre a organização da Assistência Social,
apresentando novos parâmetros e diretrizes para a configuração de tal política, a
partir da implementação do Sistema Único de Assistência Social.
Quanto aos objetivos, foram definidos na LOAS e reformulados pela recente lei
12.435/ 2011, em que no seu artigo 2:
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I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à
prevenção da incidência de riscos, especialmente:
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto
das provisões socioassistenciais. Parágrafo único. Para o enfrentamento da pobreza,
a assistência social realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, garantindo
mínimos sociais e provimento de condições para atender contingências sociais e
promovendo a universalização dos direitos sociais.” (NR) No documento da PNAS/
2004 e na NOB/ SUAS- 2005 é explicitada a finalidade da assistência social de acordo
com o seu primeiro objetivo, ou seja, ocupar-se de prover proteção à vida, reduzir
danos, monitorar populações em risco e prevenir a incidência de agravos à vida em
face das situações de vulnerabilidade.
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desvantagem pessoal resultante de deficiências; exclusão pela pobreza
e, ou, no acesso às demais políticas públicas;
uso de substâncias psicoativas;
diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos e
indivíduos;
inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e
informal;
estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem
representar risco pessoal e social.
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relação à política social, desta forma, a seguridade social brasileira não conseguiu
reforçar a lógica social, ao contrário assumiu a lógica do contrato.
Para (MOTA, 2009) Behering (2009), outra autora que compartilha dessa
crítica, ressalta que a atual privatização e mercantilização dos serviços, faz com que
o sistema de proteção social se destine aos segmentos populacionais que possuem
alguma renda, e para a população mais pauperizada, são ofertados serviços públicos
de baixa qualidade.
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Historicamente o público da assistência social foi considerado o segmento mais
empobrecido da população, sob este enfoque não é este conceito que deve ser
atribuído à Assistência Social, segundo Mota:
[...] não podemos reificar a Assistência Social pelo fato de ela ser uma
política não contributiva, que tem a especificidade de atender segmentos
pauperizados. O nosso tratamento da Assistência não se dá por essa
diferenciação, mas pela concertação que ela encerra no conjunto da
Seguridade Social e das políticas sociais em geral. (MOTA, p. 16, 2009)
Esse grupo de autores ressalta que a política de assistência social não pode
ser considerada o pilar do sistema de proteção social no Brasil. MOTTA (2009) alerta
para o fato de que o sistema não é composto somente por esta política.
Desta forma, a proteção social deve ser entendida como direito, tendo a
compreensão de que pobreza significa, além de ausência de renda, condições
desiguais de vida.
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A atual conjuntura do modo de produção capitalista vem demonstrando cada
vez menos espaços de trabalhos formais, precarização do trabalho, informalidade, o
empobrecimento da classe trabalhadora.
Explica a autora que o lugar da assistência social não está relacionado com a
manutenção e nem com resolutividade das desigualdades sociais, muito menos uma
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política que tem como objetivo e resultado acabar com a pobreza, ela é uma política
com limites, e que há muito para consolidar, romper e construir.
Neste sentido, a proteção social não tem como objetivo enfrentar a pobreza,
mas sim de preservar a vida para que os indivíduos não entrem em situação de
vulnerabilidade.
Cabe ressaltar que a proteção não deve ser analisada a partir de uma situação
comprobatória, ou seja, o sujeito não precisa comprovar através de critérios que
necessita de proteção.
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É necessário compreendermos também que o enfrentamento à pobreza em
que se propõe a Constituição Federal, não se restringe aos benefícios de renda, mas
articula políticas sociais para garantir outros direitos:
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REFERÊNCIAS
ARROWS, K. Social choice and individual values. Yale University Press, 1970
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SABATIER, P., JENKINS, S.H.C. Policy Change and learning: an advocacy
coalition approach. Westwview Press, 1993.
JOLY, P.B. & MARRIS, C. Les américains ont-ils accapetés les OGM´s?
Analyse comparée de la construction des OGM comme problème public en France et
aux Etats Unis, Cahiers d´ Economie et Sociologie Rurale, 11-46; 2003
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