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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA


CURSO

ELAINE CRISTINA DA SILVA RA 29260180

DIREITO À ALIMENTAÇÃO. REFLEXÃO SOBRE A


PROTEÇÃO SOCIAL E O PAPEL DO ESTADO

Rio Claro/SP
2022
ELAINE CRISTINADA SILVA RA 29260180

DIREITO À ALIMENTAÇÃO. REFLEXÃO SOBRE A


PROTEÇÃO SOCIAL E O PAPEL DO ESTADO

Trabalho apresentado à Universidade ANHANGUERA,


como requisito parcial para a obtenção de média
semestral nas disciplinas norteadoras do semestre letivo.

Tutor (a): Juliana Caetano Silveira

Rio Claro/SP
2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
2.1 FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO
SERVIÇO SOCIAL........................................................................................................4
2.2 SOCIOLOGIA CRÍTICA.........................................................................................6
2.3 CIÊNCIA POLÍTICA...............................................................................................7
2.4 ANTROPOLOGIA..................................................................................................8
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................8
REFERÊNCIAS...........................................................................................................10
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1 INTRODUÇÃO

A estrutura social do Brasil é extremamente desigual e, portanto,


exige um longo caminho rumo à justiça social orientada para a democracia no que
diz respeito à acessibilidade e efetividade dos gastos públicos na esfera social - com
foco no avanço que emergiu na Constituição Federal da Cidadania de 1988. A
Constituição, com o desenvolvimento da social-democracia, passou a dar atenção a
questões como a equidade na aplicação dos direitos. Desigualdade inerente ao
processo de produção. Já na reprodução capitalista, os termos vulnerabilidade e
risco social aparecem como expressões relacionadas à pobreza, com múltiplos
significados e interpretações, inclusive envolvendo o próprio contexto social e
político da própria individualidade. Considerando esses aspectos relacionados à
pobreza e à fome, é importante abordar a questão do direito à alimentação e o papel
do Estado na garantia desse direito por meio de discussões relacionadas às políticas
de assistência social, políticas públicas e implementação de serviços sociais.
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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 FUNDAMENTOS HISTÓRICOS, TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DO


SERVIÇO SOCIAL

Os índices de desigualdade social e pobreza aumentaram em


meados da década de 1970, à medida que surgiram novas práticas do liberalismo
mundial. Assim, uma série de problemas econômicos e sociais têm sido identificados
através do aumento de juros e taxas, grave instabilidade econômica,
ausência/minimização de políticas estatais e sociais, geração de relações de
trabalho precárias e redução de direitos sociais (FALEIROS, 2003).
De acordo com Faleiros (2003), as categorias de vulnerabilidade e
risco social só podem ser compreendidas em termos de sua adequação a
determinadas situações sociais e históricas, exceto para os diferentes campos de
estudo que envolvem esses termos. Dessa forma, a análise da vulnerabilidade vai
além da pobreza para abranger questões como território, cultura, acesso a serviços,
educação, cidadania, entre outros. O sistema de defesa decorre de sua necessidade
de adaptação para mitigar o impacto na sociedade dos riscos iminentes enfrentados
pelo atual sistema capitalista. Assim, a proteção social assume a ascensão do
capitalismo e as consequências da desigualdade social (MAGALHÃES, 2009).
No contexto da implantação do sistema previdenciário, vale destacar
que o serviço social tem uma importante relação histórica com o desenvolvimento
desse sistema. Isso porque, desde meados do século XX, os serviços sociais têm
desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento das políticas sociais
nacionais, principalmente nas emergências causadas pela industrialização
(SPOSATI, 2013).

É nessa perspectiva econômico-social que o Serviço Social,


enquanto profissão, apresenta-se como veículo de intervenção nas múltiplas
expressões dos problemas sociais, pois é a matéria-prima para a atuação
profissional em Serviço Social (SPOSATI, 2013).Assim, ao longo da história, o
trabalho social esteve associado à luta por novas políticas públicas de combate à
pobreza, levando ao desenvolvimento de programas sociais que promovam o
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desenvolvimento social por meio de serviços assistenciais, que vêm sendo


implementados por profissionais do serviço. A desigualdade generalizada persiste
no Brasil até hoje.
A Constituição Federal de 1988 atesta essa relação entre serviço
social e proteção social, sendo a assistência social um marco importante. Além das
políticas de saúde e de seguridade social, a assistência social é cada vez mais
reconhecida como uma política pública integrante da seguridade social.
A Magna Carta representou uma extensão do privilégio. Regular as
políticas previdenciárias e garantir direitos relacionados à saúde, previdência e
assistência social. A proteção social é reconhecida, tornando o que antes era uma
cultura caritativa um direito dos cidadãos e uma obrigação do Estado (SPOSATI,
2013).
Além disso, deve-se notar que as mudanças políticas ocorridas na
sociedade brasileira no final do século XX tiveram muitos efeitos sobre a atuação
dos assistentes sociais. Inúmeros movimentos sociais provocados pela conjuntura
sociopolítica da época estavam intrinsecamente ligados ao serviço social: as lutas
sociais contribuíram para a reconceituação do serviço social, que por sua vez
participou e contribuiu para os movimentos sociais, especialmente aqueles
relacionados ao esporte, alimentação (Abramed; Durigueto, 2014).
Nesse sentido, o governo brasileiro também tem lidado com as
greves, mas não da mesma forma que os serviços sociais. Para ilustrar isso,
destaca-se o Movimento Contra a Carestia, no qual, na década de 1970, as
mulheres brasileiras lutaram por um custo de vida mais baixo, em grande parte
devido à ditadura militar.
Durante a década de 1970, a situação política e econômica
melhorou, o que levou a maiores lutas sociais para melhorar as condições,
especialmente aquelas de natureza socioeconômica, como o acesso à alimentação.
Esses movimentos influenciaram o desenvolvimento das políticas de proteção social
no período da redemocratização, como o Programa Fome Zero e o Programa Bolsa
Família nas políticas de assistência social.
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2.2 SOCIOLOGIA CRÍTICA

A sociologia crítica propõe uma abordagem sociológica que


considera as dimensões econômica, cultural, política e social. A sociologia crítica
possui teorias epistemológicas, ou seja, a prática interdisciplinar de métodos críticos,
visando alcançar horizontes que vão além das realidades sociais existentes.
Assim, a sociologia crítica é entendida como a análise da dinâmica
intrínseca e eterna da sociologia, a partir da análise dos produtos sociológicos e
suas decisões. É considerado crítico, pois busca compreender a evolução do
conhecimento sociológico por meio de uma crítica à sociedade capitalista, guiada
pelas ideias socialistas de Karl Marx sobre a visão da sociedade e sua estrutura.
É assim que Guareschi (2008) articula a sociologia crítica: É uma
sociologia pensada, principalmente, para quem quer mudar, para quem quer
transformar a realidade. A maioria dos trabalhos sociológicos, que possuímos, têm
implícita ou explicitamente, intenção d explicar apenas as coisas, compreender
como funcionam. Nossa intenção é explicar e compreender como as coisas
funcionam e mais um pouco: ver como é possível mudá-las. Mesmo porque só
compreende, perfeitamente, uma coisa quem é capaz de mudá-la (GUARESCHI,
2008, p. 12)

Desse modo, é uma sociologia que possui como objetivo trazer à luz
assuntos que foram escondidos durante a produção de saberes científicos,
procurando evidenciar a sociologia popular, sendo digira a ação questionadora,
discutindo os temas mais complexos da sociedade, estando ligada aos temas do dia
a dia.
Essa perspectiva sociológica contribui para uma compreensão mais
profunda dos eventos de pobreza. Por essa lente, pode-se entender que a
desigualdade, a pobreza e a fome nas sociedades capitalistas têm dimensões
distintas, que decorrem da propriedade dos meios de produção e das partes
associadas do trabalho. Portanto, a pobreza ocorre através da reprodução do capital
e da exploração da classe trabalhadora.
As raízes da pobreza no país são profundas, trazendo consigo um
legado de colonialismo, autoritarismo, escravidão e desrespeito aos direitos da
classe trabalhadora. Nesse contexto, a sociologia crítica nos permite observar que
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falar de pobreza significa compreender as relações existentes nas sociedades


capitalistas que colocam os detentores dos meios de produção e os pobres em
diferentes espaços, excluídos de direitos, oportunidades e expectativas.

2.3 CIÊNCIA POLÍTICA

A política social é a estratégia fundamental para lidar com os


problemas sociais da sociedade capitalista contemporânea. São o resultado de
conflitos e lutas de classes decorrentes dos processos de produção e reprodução
capitalistas, levando a relações conflitantes entre o Estado e a sociedade civil.
A partir da necessidade de minimizar o impacto dessa desigualdade
de classe, comece a pensar em pequenas formas de defesa e foco na população
trabalhadora, não como forma de protegê-la, mas como uma forma possível de
esfriar o conflito entre as manifestações. A classe trabalhadora sob o capitalismo
(Rodriguez, 2004).
A primeira experiência de proteção social do Brasil ocorreu na
década de 1930, por meio da implementação de um modelo de proteção baseado
em privilégios e garantias de benefícios, relacionados à luta dos trabalhadores
assalariados e à longa luta pelo fortalecimento de sua cidadania.Com o fim da
ditadura militar e a entrada do país na década de 1980, a pobreza, a desigualdade
social e o desemprego aumentaram, além de uma vigorosa mobilização dos
movimentos sociais para obrigar o Estado a atender às suas necessidades.
Nesse contexto, a proteção social é a obrigação do Estado de
garantir que as necessidades sociais sejam atendidas. Tais garantias podem ser
alcançadas por meio de políticas sociais e, além de garantir os direitos fundamentais
das pessoas, como os direitos à vida, à moradia e à educação (RODRIGUES, 2004),
o Estado também deve se esforçar para minimizar as desigualdades criadas pela
sistema. Contribuir.
Desta forma, um Estado Democrático de Direito é essencial para
salvaguardar os direitos do povo, pois pressupõe a proteção da dignidade humana e
dos direitos humanos. Ou seja, a Constituição Federal apenas prevê a defesa
desses direitos, pois a democracia serve como garantia dos direitos fundamentais
(RODRIGUES, 2004).
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2.4 ANTROPOLOGIA

Nas circunstâncias contemporâneas, a sociedade capitalista tem


passado por mudanças globais no ambiente de produção devido à reorganização da
produção, o que tem ocasionado algumas mudanças nas relações sociais,
principalmente na força de trabalho. Essa força de trabalho é caracterizada pela
instabilidade do emprego e desemprego em massa, o que tem implicações para a
classe trabalhadora.
Diante dessa complexa realidade que envolve a sociedade
capitalista brasileira contemporânea, que afeta e transforma a pobreza dos
indivíduos, e as desigualdades sociais que são exacerbadas pela falta de
socialização da riqueza gerada, o Estado tem respondido a essas questões
(AGUIAR; Padro, 2022).
Com o avanço do sistema capitalista, as condições de
empobrecimento aumentaram, pois a forma como se desenvolve e a forma como é
produzida, aumenta a riqueza gerada pela sociedade, porém essa acumulação se
concentra em uma pequena parcela da população. A pobreza é, portanto, uma
consequência inerente ao sistema capitalista.
Nessa perspectiva, Aguiar e Padrão (2022) argumentam que a
pobreza no contexto da acumulação capitalista resulta da exploração da classe
trabalhadora, da extração de mais-valia por quem tem recursos produtivos e da
desigualdade de propriedade. Assim, a adversidade no trabalho tem um efeito
diferente sobre a classe, pois as pessoas com menor poder aquisitivo estão presas
em muitas desigualdades sociais.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido aos fatos acima, a produção deste trabalho é de grande
importância para a formação de uma assistente social, pois ao ler a performance de
Pesquisa sobre o Desenvolvimento da Produção, ela também foi exposta a uma
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visão historicamente crítica da formação social. Trabalhar. O tempo é uma ocupação


importante para o desenvolvimento social no Brasil, principalmente relacionada ao
combate à fome.
Questões destacadas ao longo do desenvolvimento permitem
compreender que o âmbito profissional do assistente social está relacionado com os
determinantes históricos, políticos, sociais que existem na sociedade e, desta forma,
compreender que a profissão não está isolada deste contexto, mas é influenciada
pelo impacto das restrições. Portanto, observou-se que o desenvolvimento dessa
profissão visa focar na manifestação de problemas sociais, exacerbados pela
expansão do capitalismo, mas com uma peculiaridade que torna o país único,
levando ao aprofundamento da pobreza e da fome, que ainda marca a sociedade
brasileira.
Dada a importância das políticas públicas no Brasil para a
erradicação da fome, as pesquisas sobre o tema se destacam por preencher as
lacunas do tema e agregar novas perspectivas e explicações ao tema alimentar em
discussão.
Portanto, espera-se que este resultado contribua para a
compreensão da formação profissional do assistente social e estimule novas
pesquisas para lançar luz sobre reflexões sobre o contexto histórico da fome e os
desafios a ela associados. Considerar o acesso à alimentação, pois esse debate
interessa não apenas aos profissionais do serviço social, mas à sociedade como um
todo.
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REFERÊNCIAS

AGUIAR, Adélia Barbosa, e PADRÃO Susana Moreira. Direito humano à


alimentação adequada: fome, desigualdade e pobreza como obstáculos para
garantir direitos sociais. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/sssoc/a/7GNQn7tYqWL6wYZncbLRnSN/?format=pdf&lang=pt

Acesso em:02 Setembro 2022

ALMEIDA, Rodrigo Estramanho de; CHICARINO, Tathiana Senne; DIÉGUEZ, Carla


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Acesso em:03 Setembro 2022

CASTRO, Josué. “A fome”. Disponível


em:<Https://www.pjf.mg.gov.br/conselhos/comsea/publicacoes/artigos/arquivos/
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em:https://www.scielo.br/j/rk/a/c3GHp8JjbZ9hqfc3q3YY8GP/? lang=pt Acesso em:04
Setembro 2022

NAÇÕES UNIDAS. Fome cresce no mundo e atinge 9,8% da população global


Disponível em:https://news.un.org/pt/ Acesso em :06 Setembro 2022

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Disponível em: https://www.scielo.br/j/sssoc/a/t4FygcBr9cBR7Zj5NjN7brs/?lang=pt
Acesso em:04 Setembro 2022.

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Setembro 2022
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RODRIGUES, Alberto Tosi. Democracia: teoria e prática. Rev. Sociol. Polit. (22).
Jun2004.Disponívelem:https://www.scielo.br/j/rsocp/a/rsFpWcv3jqC4tgR9G4DXGwM
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SILVEIRA, Daniel. “Fome no Brasil: número de brasileiros sem ter o que comer
quase dobra em 2 anos de pandemia”. In G1 [online]. Disponível
em:https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/06/08/fomenobrasilnumerodebrasileir
os-sem-ter-o-que-comer-quase-dobra-em-2-anos-de-pandemia.ghtml Acesso em:11
Setembro 2022.

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