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INTRODUÇÃO AO SERVIÇO SOCIAL

CAPÍTULO 4 - O SERVIÇO SOCIAL NA


ATUALIDADE
Paula Emely Cabral Torres Santos / Elaine Pizato

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Objetivos do capítulo
Ao final deste capítulo, você será capaz de:
• Discutir sobre os desafios contemporâneos postos ao Serviço Social.

Tópicos de estudo
• Panorama da profissão: atuação e desafios.
• Serviço Social: 80 anos de atuação no Brasil.
• Informatização dos instrumentos e ferramentas de trabalho.
• Desafios dos trabalhos em equipes multidisciplinares.
• Serviço Social: avanços e conquistas.
• A produção teórico-científica e o reconhecimento nível mundial.
• Congressos brasileiros de assistentes sociais.
• Reivindicações atuais da categoria profissional.
• Desafios contemporâneos.
• Serviço Social e Direitos Humanos.
• Articulação das redes de proteção (notificações obrigatórias).
• Trabalho com processos migratórios.
• Residência multidisciplinar em Serviço Social (saúde e assistência social).
• O Serviço Social chega ao novo milênio.
• Transformações Societárias do século XXI.
• Atualizações no processo de formação profissional.
• Exigências de um novo perfil profissional e o mercado de trabalho.

Contextualizando o cenário e pergunta norteadora


A Revolução Industrial (finais do século XVIII e início do século XIX) representou um marco para a sociedade
capitalista, refletindo-se nas relações societárias do mundo do trabalho, no cenário político e econômico, nas
questões ambientais e, consequentemente, nas expressões da questão social. Essas mudanças, advindas da nova
forma de produção e reprodução da sociedade, trouxeram a necessidade de atuações assistenciais junto às classes
trabalhadoras, em particular aquelas em situação de pobreza.

Desse modo, o Serviço Social precisou se adaptar às novas demandas da realidade capitalista. O campo de
atuação, então, que antes era voltado para ações assistencialistas e pontuais, se ampliou, levando os profissionais
de Serviço Social a se inserirem nas diversas políticas sociais.

A atuação dos profissionais de Serviço Social, no entanto, não se limita às grandes mudanças advindas da
Revolução Industrial. Isto porque, além de atender às necessidades mais básicas, o profissional contemporâneo
também deve se atentar aos desafios que surgem na atualidade, como o trabalho com processos migratórios e
com as redes de proteção.

Diante deste cenário, temos a questão: quais são os desafios contemporâneos enfrentados pelo assistente
social? Como ele pode responder às novas demandas da sociedade?

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4.1 Panorama da profissão: atuação e desafios
A profissão de Serviço Social emergiu de dentro da Igreja Católica, visando atender às necessidades dos menos
favorecidos a partir de um viés de caridade. As grandes mudanças políticas e econômicas, no entanto, advindas do
sistema capitalista, provocaram mudanças sociais que levaram o profissional a romper com o estigma do
assistencialismo e a focar nas expressões da questão social. Dessa forma, essas expressões correspondem, no
mundo contemporâneo, ao objeto de estudo e atuação do profissional de Serviço Social.

Assim, a base da fundação do Serviço Social como especialização do trabalho é a questão social, como explica
Iamamoto (2000, p. 26-27):

[...] o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem uma raiz
comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se amplamente social, enquanto
a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade. [...] Essa
contradição fundamental da sociedade capitalista entre o trabalho coletivo e a apropriação privada da
atividade, as condições e frutos do trabalho, está na origem do fato de que o desenvolvimento nesta
sociedade redunda, de um lado, em uma enorme possibilidade de o homem ter acesso à natureza, à
cultura, à ciência, enfim, desenvolver as forças produtivas do trabalho social; porém, de outro lado e
na sua contraface, faz crescer a distância entre a concentração / acumulação de capital e a produção
crescente da miséria, da pauperização que atinge a maioria da população nos vários países [...]

Ou seja, o processo de produção da riqueza e sua distribuição desigual expressa-se por meio de diversos
infortúnios sociais, como: pobreza, desemprego, violência, precariedade nos serviços públicos (educação, saúde,
moradia e mobilidade urbana, por exemplo), entre outros. Uma atuação frente a esses problemas sociais, portanto,
torna-se necessária, cabendo ao profissional de Serviço Social, assim, a tarefa de intervir nessa realidade desigual
em busca da justiça social.

Um dos grandes desafios do trabalho do assistente social, portanto, é ser capaz de dar respostas criativas e
eficientes para as demandas emergentes, com o objetivo de alcançar a justiça social na realidade contemporânea.

Dito isso, e com o intuito de melhor entender essa nova realidade, vamos, nos tópicos a seguir, estudar como se
deu a evolução dessa profissão em seus 80 anos de trajetória, evidenciando suas conquistas e, também,
abordando quais são suas novas demandas e desafios. Acompanhe!

4.1.1 Serviço Social: 80 anos de atuação no Brasil

Falar sobre a trajetória do Serviço Social no Brasil é considerar todos os aspectos da evolução da profissão, em um
contexto social do país que também sofreu alterações no decorrer dessas oito décadas.

Sendo 1936 o ano que marcou o início da profissão de Serviço Social no Brasil com a inauguração da primeira
Escola de Serviço Social no país, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), pode-se dizer que a
profissão completou 80 anos de atuação no país em 2016 (BATTINI, 2016). Navegando na interação você entenderá
mais a respeito da trajetória do Serviço Social no Brasil.

1. Neste primeiro momento (1936), O Serviço Social estava atrelado à perspectiva conservadora, sendo o
Catolicismo a base fundamental para a atuação profissional. O entendimento, então, era de que tudo acontecia
por desígnio de Deus, inclusive a miséria, a falta de habitação, o alcoolismo, a falta de trabalho e as doenças. Desse
modo, os profissionais se voltavam para um projeto de controle das expressões da questão social, atuando de
maneira extremamente conservadora, na tentativa de adequar os “desajustados sociais” (desempregados, pobres,
alcoolistas, moradores de rua, entre outros) às exigências da sociedade capitalista (IAMAMOTO, 2000).

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2. Durante sua trajetória, no entanto, o Serviço Social se modificou a ponto de aderir a outras leituras da realidade
social, o que permitiu uma atuação mais crítica, compreendendo o indivíduo como parte e fruto da sociedade, e
não somente como um ser que deve ser “consertado” para se adequar a ela. Contudo, ainda vivenciamos práticas
conservadoras nos campos de atuação profissional, um pouco porque as raízes são fortíssimas e, também, porque
uma prática profissional impensada (que é o caso do conservadorismo) é muito mais fácil de desempenhar
(IAMAMOTO, 2012).

3. Um importante marco para esse processo de compreensão do indivíduo como fruto da sociedade foi Movimento
de Reconceituação, ocorrido entre os anos de 1965-1975 (BATISTONI, 2017). Através da busca de métodos e
técnicas que trouxessem uma identidade própria à profissão, esse movimento possibilitou que a atuação do
assistente social se adequasse à realidade brasileira, rompendo, assim, com o viés conservador da profissão até o
momento.

É importante ressaltar, ainda, que o processo de construção da profissão no Brasil e, consequentemente, de


evolução do pensamento conservador para o pensamento mais crítico, deu-se em 1979, quando ocorreu o III
Congresso de Assistentes Sociais, também conhecido como Congresso da Virada (CFESS, 2009). Esse evento, que
ocorreu em um cenário de Ditadura militar, contou com um forte e crítico posicionamento da categoria em defesa
de uma prática profissional que visasse uma sociedade livre a partir de um Estado democrático de direito.

CONTEXTO
A Ditadura Militar, no Brasil, teve início em 31 de março de 1964, sob a justificativa de ameaça
comunista no país no Governo de João Goulart. O “mandato” dos militares durou até 15 de
janeiro de 1985, quando Tancredo Neves foi eleito presidente (NETTO, 2010).

Pode-se dizer, então, que o processo de evolução da atuação tradicional para uma atuação mais crítica, está
diretamente relacionado às lutas sociais no país, particularmente, nas últimas quatro décadas (anos de 1980
/1990), marcando a transição para uma sociedade democrática.

Além disso, a consolidação científica da profissão, especialmente a partir da década de 1990, por meio da
produção de materiais teórico-metodológicos, fundamentados, sempre, em pesquisas científicas, foi um dos
elementos fundamentais para o processo de reconhecimento nacional e internacional da profissão, pois uma
maior produção acadêmica significa maior arcabouço teórico para embasar a atuação profissional (IAMAMOTO,
2017).

A trajetória do Serviço Social no Brasil, desde os anos de 1930 até hoje, vem possibilitando a consolidação da
profissão, com um aparato jurídico próprio, além de uma formação específica e preocupada com a produção
acadêmica de qualidade.

Dito isso, observe o quadro a seguir, que ilustra como a profissão de Serviço Social se sustenta atualmente.

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O Serviço Social na divisão social do trabalho na atualidade
Fonte: IAMAMOTO, 2017, p. 19-21 (Adaptado).

O quadro representa uma síntese da profissão nos seus oitenta anos de existência no Brasil, tanto para os
profissionais que estão no campus de atuação, quanto para a produção acadêmica e científica. Observamos que o
período pós-ditadura (1985 em diante) favoreceu o amadurecimento científico para o serviço social, através,
inclusive, da dispersão de ideias e ideais progressistas e democráticos.

Veremos, então, que, marcada pelo uso de tecnologias e pelo processo de informatização, a profissão requer a
adequação de seus processos de trabalho à sociedade contemporânea. A atualização das ferramentas e dos
instrumentos profissionais de Serviço Social são fundamentais para a efetivação do Projeto Ético-Político da
profissão. A seguir, discorreremos a respeito dessa informatização.

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4.1.2 Informatização dos instrumentos e ferramentas de trabalho

Os sistemas de informatização são meios de trabalho que utilizam a tecnologia da informática para agilizar os
processos de compartilhamento de informações. Visam, em sua origem, atender às demandas por um trabalho
mais eficiente e flexível, ou seja, buscam a racionalização e o controle do trabalho, características impostas pelo
sistema capitalista de produção.

DICA
O “Datapedia” é um sistema de informação que disponibiliza 58 diferentes indicadores sobre os
municípios brasileiros, tais como população, renda, saúde, saneamento básico, educação, entre
outros, podendo representar uma ferramenta de informação importante para o assistente social.

É importante destacarmos que a informatização dos instrumentos e ferramentas em ambientes de trabalho,


através de um sistema compartilhado, facilita o acesso às informações que poderiam demorar horas ou dias para
serem partilhados sem o uso dessas tecnologias. Além disso, também podemos citar os aspectos sigilosos: essa
informatização permite que dados sejam criptografados, reduzindo o acesso a alguns usuários, apenas.

Essa informatização no âmbito do Serviço Social pode colaborar, por exemplo, com uma melhor administração das
ações dos assistentes sociais, através de um sistema de gerenciamento.

PAUSA PARA REFLETIR


De que forma os avanços tecnológicos e processos de informatização se relacionam com o
trabalho interdisciplinar do Serviço Social?

A informatização também pode ser utilizada como recurso na divulgação de informações, possibilitando a
participação dos usuários nos diversos processos inerentes às políticas sociais.

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Fonte: © Rawpixel.com / / Shutterstock.

Já existem alguns sistemas de informação e gestão sendo aplicados em algumas políticas sociais. Clique na
interação e fique por dentro.

Software de Gestão de Informações do Sistema Único da Assistência Social (GESUAS,


GESUAS 2019).

SIPIA Sistema para a infância e adolescência (BRASIL, 2019-4).

Esses sistemas visam otimizar as atividades, facilitando a gestão e o monitoramento dos programas desenvolvidos
pelas políticas sociais. Para tanto, ambos são alimentados pelos profissionais inseridos nas equipes técnicas da
assistência social, sendo que o SIPIA também é alimentado pelos conselheiros tutelares. Desta forma, nota-se que
esses sistemas precisam, essencialmente, do trabalho interdisciplinar para funcionar adequadamente.

A informatização, portanto, é um dos meios de facilitar o trabalho em equipes multidisciplinares, característica


essencial à prática do Serviço Social, cuja atuação não se dá individualmente, uma vez que esse fazer requer
contato direto com outras áreas do conhecimento.

Dito isso, abordaremos, a seguir, os desafios dos trabalhos em equipes multidisciplinares.

4.1.3 Desafios dos trabalhos em equipes multidisciplinares

Sendo um profissional inserido na divisão social e técnica do trabalho, o assistente social tem competência para
atuar em diversas políticas sociais, no âmbito público ou privado, desenvolvendo, inclusive, atividades em
conjunto com outros profissionais para atendimentos de uma situação em comum.

Primeiramente, para entendermos esses trabalhos em equipe, vamos compreender os conceitos de


multidisciplinaridade, interdisciplinariedade, pluridisciplinaridade e transdisciplinaridade.

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Quadro de conceitos
Fonte: CAVALCANTE; LIRA; REIS, 2011, p. 4-6 (Adaptado).

Conhecidos esses conceitos, pode-se dizer que o Serviço Social, por si só, é uma profissão interdisciplinar, pois
dialoga com outras áreas de conhecimento das Ciências Sociais (Ciência Política, Economia, Filosofia, Sociologia,
Direito, entre outras) para atender à realidade social e intervir nas expressões da questão social.

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Fonte: © alphaspirit / / Shutterstock.

Além disso, o mais habitual nos espaços sócio-ocupacionais do assistente social é o trabalho interdisciplinar, uma
vez que esse tipo de trabalho possibilita a integração de saberes para um fim comum, diferentemente da atuação
individual, que possui alguns aspectos limitantes. Por exemplo, para realizar os planos de atendimentos
individuais das famílias e/ou indivíduos, as equipes técnicas que compõem a política de Assistência Social
(assistentes sociais, psicólogos/as, pedagogos/as, advogados/as, entre outros profissionais de nível superior,
dependendo do trabalho desenvolvido) são essenciais, uma vez que podem contribuir com uma interpretação
singular a respeito de cada situação.

Muitos dos processos de trabalhos atuais têm exigido esse diálogo entre as diferentes áreas de conhecimento, com
o objetivo de compreender as situações em sua totalidade. O desafio de se trabalhar de forma interdisciplinar,
então, é admitir outras opiniões que possam discordar das visões dos assistentes sociais, exigindo, portanto,
flexibilidade no trabalho em conjunto.

Agora que compreendemos a trajetória do Serviço Social, seus processos de informatização e seus desafios
multidisciplinares, vamos, a seguir, estudar os avanços e as conquistas vivenciadas pela profissão.

4.2 Serviço Social: avanços e conquistas


O Serviço Social alcançou grandes avanços e conquistas desde a sua gênese no Brasil. A partir do Movimento de
Reconceituação (anos de 1965-1975), seguido do Congresso da Virada (1979), do fim da ditadura militar (1985) e da
promulgação da Constituição Federal (1988), a década de 1990 foi marcada por grandes progressos na profissão.

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Fonte: © gerasimov_foto_174 / / Shutterstock.

Nesse contexto pós-ditadura militar, a profissão se aproximou das lutas, das organizações e dos movimentos
sociais em prol da defesa de direitos da classe trabalhadora.

O quadro a seguir apresenta, de forma cronológica, algumas das conquistas importantes a partir da década de
1990. Cabe lembrar que a dimensão da evolução do trabalho do assistente social é bem maior que o exposto.

Conquistas da profissão

Um avanço importante para a profissão foi a produção em âmbito acadêmico. Abordaremos, a seguir, a
importância das produções teórico-científicas e o reconhecimento mundial que a categoria conquistou.

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4.2.1 A produção teórica-científica e o reconhecimento mundial

A área do Serviço Social é reconhecida como campo de pesquisa específico, não sendo entendido como uma
ciência. Este campo está vinculado às Ciências Sociais Aplicadas, conforme a CAPES (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico). Esse reconhecimento como campo de pesquisa, possibilita que pesquisas em Serviço Social sejam
financiadas e que pesquisadores dessa área sejam incluídos no quadro geral de pesquisadores do CNPq (SPOSATI,
2007).

Fonte: © liravega / / Shutterstock (adaptado).

O conhecimento em Serviço Social parte, primeiramente, da análise da relação dos indivíduos com o Estado, o
Mercado e a Sociedade. O estudo dessa relação, então, resulta em inúmeros trabalhos de conclusão de curso,
dissertações de mestrado e teses de doutorado que qualificam a produção teórico-científica do Serviço Social. Ou
seja, esse conhecimento se legitima através da pesquisa científica que embasa a construção e a reconstrução da
prática do Assistente Social.

É importante ressaltar que a aproximação com instituições internacionais possibilita ampliar o leque para a
produção científica em âmbito nacional, pois apropriando-se das produções acadêmicas internacionais, pode-se
expandir as opções de pesquisa e visualizar novos métodos e técnicas utilizados. Assim, destacam-se algumas
instituições. Clique nas siglas e saiba o que significam.

• FITS
Federação Internacional de Assistentes Sociais.

• IFSSW/AIETS

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Associação Internacional das Escolas de Serviço Social.

• ICSW
Conselho Internacional de Bem-Estar Social.

• Colacats
Comitê Latino-Americano e Caribenho de Organizações Profissionais de Trabalho Social/Serviço Social
(CFESS, 2014).

Agora, para compartilhar as informações produzidas tanto no âmbito nacional como no âmbito internacional, há
diversos congressos e conferências que os profissionais do Serviço Social frequentam. Dentre eles, podemos citar o
Encontro Nacional de Pesquisadoras/es em Serviço Social (Enpess), as Jornadas de Serviço Social, o Seminário
Latino-Americano, Caribenho de Escolas de Serviço Social, a Conferência Mundial de Serviço Social, o Congresso
Latino-Americano de Serviço Social Crítico, o Seminário Nacional de Serviço Social, entre outros. Esses encontros
representam uma oportunidade para os compartilhamentos de saberes e contribuem para o aperfeiçoamento
teórico e prático profissional.

Dito isso, a seguir conheceremos um pouco mais sobre esses ventos, discorrendo sobre os congressos brasileiros
na área de Serviço Social.

4.2.2 Congressos brasileiros de assistentes sociais

O Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) corresponde ao maior evento de Serviço Social no Brasil.
Esse congresso, que se constitui em um espaço voltado ao debate político-científico, tem como objetivo principal a
estruturação dos eixos que irão compor a agenda das entidades de representação nacional.

ESCLARECIMENTO
Na década de 1960, os congressos brasileiros de Serviço Social eram denominados “Congresso
Brasileiro de Serviço Social” (CBSS), tendo sua nomenclatura alterada para “Congresso Brasileiro
de Assistentes Sociais” na década de 1970 somente, (CFESS, 2009).

O CBAS é organizado e realizado pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), pelo Conselho Regional de
Serviço Social (CRESS) (neste caso, cada estado/região do CRESS é responsável pela edição que lhe cabe), pela
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e pela Executiva Nacional de Estudantes de
Serviço Social (ENESSO) (CFESS, 2009). O evento engloba diversas modalidades de comunicação e divulgação,
como palestras, conferências, atos políticos, apresentações de trabalhos, lançamentos de livros e plenárias.

Os CBAS se constituem enquanto um importante espaço de reflexão sobre o processo de formação e prática
profissional, além de abordar desafios postos aos assistentes sociais de acordo com o contexto em que ocorrem.

Observe, a seguir, a linha do tempo dos Congressos realizados no Brasil.

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Linha do tempo dos Congressos de Serviço Social/Assistentes Sociais no Brasil

Após o Congresso da Virada, em 1979, o CBAS passou a ocorrer a cada três anos, sendo o último ocorrido em 2016
(15° CBAS), ano em que o Serviço Social no Brasil completou 80 anos.

Agora, visando complementar a reflexão sobre os avanços e conquistas do Serviço Social, discorreremos, no
próximo subtema, sobre as reivindicações atuais da categoria profissional, para compreendermos em qual sentido
a profissão pretende avançar.

4.2.3 Reivindicações atuais da categoria profissional

Quando pensamos nas reivindicações da categoria profissional, pensamos, primeiramente, nas reivindicações
quanto aos direitos sociais dos cidadãos brasileiros. Dentro dessas exigências, podemos citar melhores condições
de trabalho, garantia da democracia, moradias dignas, saneamento básico, serviços de saúde e educação de
qualidade para todos, dentre outros direitos sociais garantidos pela Constituição de 1988.

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Fonte: © Ribah / / Shutterstock.

No entanto, o contexto atual de reforma trabalhista (Lei Nº 13467/17) – que enfraquece a relação entre empregador
e empregado, entre outras alterações; de reforma previdenciária (PEC 287/2016) – que aumenta a idade mínima
para aposentadoria, bem como tempo de contribuição, entre outras mudanças; de congelamento dos
investimentos em saúde e educação (Emenda Constitucional 95); de redução da maioridade penal (PEC 33/2012) –
que representa uma medida inconstitucional e não demonstra indícios de que resolverá o problema da violência;
entre outras propostas emergentes, evidencia que ainda é preciso muita luta e resistência para garantir que todos
tenham acesso a uma vida digna. E é, justamente, contra essas propostas que a categoria profissional de Serviço
Social vem se posicionando.

ASSISTA
O vídeo “Projeto Serviço Social, memórias e resistências contra a ditadura”, lançado no 43º
Encontro Nacional CFESS-CRESS (2014), apresenta, de forma breve, alguns depoimentos de
assistentes sociais brasileiros que, na luta pela democracia, sofreram com a violação dos seus
direitos.

Agora, além das reivindicações relacionadas aos direitos sociais dos cidadãos brasileiros, os assistentes sociais
também se posicionam com relação aos direitos profissionais da própria categoria. Como exemplo dessas
exigências, podemos citar a Lei 12.317, sancionada em 26 de agosto de 2010, que alterou a Lei Federal 8.662/1993
de Regulamentação da Profissão. Essa lei de 2010 prevê a redução da carga horária do assistente social para 30
horas semanais, sem perda salarial e veio para atender a demanda por melhores condições de trabalho da
categoria, diminuindo as extensas jornadas de trabalho com alto grau de estresse.

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DICA
O documento “CFESS tira dúvidas da categoria sobre Lei das 30 horas” traz esclarecimentos
sobre a implantação da jornada de 30 horas para assistentes sociais.

Outras pautas de luta dentro da categoria profissional correspondem à fixação do piso salarial, que vem sendo
discutida desde 2009; à inserção dos assistentes sociais como parte de equipes interdisciplinares na educação
pública, junto de pedagogos/as e psicólogos/as e ao reconhecimento do assistente social como pertencente à área
da saúde.

Conhecidas as reivindicações dos profissionais de Serviço Social, tanto na garantia de direitos aos cidadãos
brasileiros quanto na defesa de sua própria categoria profissional, vamos, a seguir, abordar os desafios
contemporâneos postos aos assistentes sociais.

4.3 Desafios contemporâneos


As mudanças no cenário social trazem consigo desafios pertinentes ao trabalho do assistente social, como
preservar o acesso aos direitos sociais, articular a rede de atendimento e proteção, atender às novas demandas
(como os processos migratórios), e se apropriar de novas opções de trabalho e formação (como as residências
multidisciplinares).

Desse modo, nos próximos subtemas, abordaremos alguns dos desafios enfrentados pelos profissionais de Serviço
Social em busca da garantia de uma vida digna aos cidadãos brasileiros. Acompanhe!

4.3.1 Serviço Social e Direitos Humanos

Um assunto que se tornou emergente nos últimos tempos, inclusive nas mídias sociais, é a questão dos direitos
humanos. O Serviço Social se vê inserido nesse debate, tendo em vista que uma das bandeiras de luta do assistente
social é a defesa desses direitos, de forma intransigente.

A saber, a “defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo” é o segundo
princípio fundamental do código de ética do assistente social (CFESS, 1993, p. 23). Os direitos entendidos como de
merecimento de todos os cidadãos, sem discriminação, e nomeados por “direitos humanos” se apresentam
através da defesa de aspectos fundamentais à manutenção da vida humana, como: a própria vida, a liberdade (de
opinião, de locomoção e de expressão) o trabalho e a educação, os direitos civis, políticos, sociais, culturais,
econômicos, sexuais, reprodutivos e ambientais (ONUBR, 2018).

O principal documento de referência dos direitos humanos, é a Declaração Universal dos Direitos Humanos, datada
de 10 de dezembro de 1948, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas.

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CURIOSIDADE
A inclusão da igualdade de direitos entre homens e mulheres na Declaração Universal de Direitos
Humanos foi fruto da insistência de diplomatas latino-americanas, liderada pela cientista
brasileira Bertha Lutz, que enfrentaram forte oposição das delegações norte-americana e
britânica (ONUBR, 2016).

Compreende-se que cada cidadão pode e deve desfrutar dos seus direitos, sobrepondo-os à sua “raça, cor, sexo,
língua, religião, opinião política ou de outro tipo, origem social ou nacional ou condição de nascimento ou
riqueza”. Esses direitos são garantidos por lei e devem proteger tanto indivíduos quanto grupos contra quaisquer
ações que venham a interferir nas liberdades fundamentais e na dignidade humana (ONUBR, 2018).

Fonte: © VLADGRIN / / Shutterstock.

A atuação do profissional de Serviço Social, portanto, deve buscar a defesa desses direitos para todos os cidadãos
brasileiros. Para tanto, é necessário que o profissional compreenda como a sociedade está estruturada e como ela
funciona, pois, sem essa compreensão, não é possível uma atuação voltada à superação do senso comum (em
relação aos direitos humanos) e dos diversos tipos de preconceito.

Além da declaração da ONU, a nossa própria Constituição Federal de 1988, em seu artigo sexto, coloca como
direitos: o acesso à educação, à saúde, à alimentação, ao trabalho, à moradia, ao transporte, ao lazer, à segurança,
à previdência social e à proteção da maternidade e da infância, assim como à assistência aos desamparados
(BRASIL, 1988). Assim, os profissionais de Serviço Social também devem atuar em favor desses direitos.

Uma das formas de se atuar em prol dos direitos garantido pela carta da ONU e pela Constituição de 1988 é através
da articulação das redes de proteção. Assim, abordaremos esse tema, a seguir.

101
4.3.2 Articulações das redes de proteção (notificações obrigatórias)

Neste subtema, abordaremos dois assuntos: redes de proteção e notificações compulsórias. Esses conceitos, ainda
que diferentes entre si, refletem ações desenvolvidas que representam aspectos da evolução do trabalho do
assistente social.

A palavra rede nos lembra uma estrutura que mantém uma ligação entre seus diversos pontos. No caso da rede de
proteção, pode-se entender uma estrutura articulada intencionalmente entre pessoas e/ou profissionais, com uma
finalidade em comum de promover o desenvolvimento pessoal e social das pessoas inseridas nos atendimentos
das políticas públicas e sociais. Construir uma rede de proteção tem como objetivo fortalecer as relações humanas
para que, mesmo em suas diferenças, sejam capazes de organizar suas intenções para um bem coletivo.

A ação em rede, evidenciada pela rede de proteção, é uma das formas de integrar a gestão pública para um
trabalho eficaz e efetivo. Trabalhar em rede derruba as limitações da setorialidade dos servidores e serviços
públicos, reforçando os projetos e organizações coletivos, que devem atender à população em geral. Trabalhar em
forma de rede possibilita superar a fragmentação dos saberes e das políticas, atendendo o indivíduo ou o grupo em
todas as duas necessidades. Assim, o trabalho em rede é especialmente interdisciplinar (SÃO PAULO, 2010).

Entendido o que é o trabalho em rede, partiremos para a compreensão de uma das formas de efetivação desse
trabalho, evidenciada pelas notificações compulsórias. Para conhecer a respeito da complexidade das notificações
compulsórias, clique nos termos a seguir.

Definição
As notificações compulsórias são uma ferramenta da vigilância epidemiológica na área da saúde. O Ministério da
Saúde, através da Portaria GM/MS Nº 1.271/2014 (Gabinete do Ministro/Ministério da Saúde), define a Lista
Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde
públicos e privados em todo o território nacional.

Aplicação
A notificação das violências deve ocorrer para casos de crianças e adolescentes, idosos e mulheres, e deve ser
realizada por médicos e demais profissionais de saúde (BRASIL, 2014).

Agravos à saúde
Segundo Tauil (1998), entende-se como agravos à saúde os danos à integridade física, mental e social dos
indivíduos, provocados por doenças ou circunstâncias nocivas, como acidentes, intoxicações, abuso de drogas e
lesões auto ou heteroinfligidas. Percebe-se que os eventos de saúde pública podem ser agravados por diversos
fatores, inclusive por intervenção/atitudes dos próprios indivíduos.

Registro
Essas notificações possibilitam um sistema de registro com informações mais fidedignas, além da verificação das
rotinas institucionais, no sentido de estarem atendendo às vítimas.

Enquanto uma ferramenta obrigatória, a notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública,
além de identificá-los, determina o acionamento das instâncias competentes para reverter a situação e garantir a
integridade e os direitos da vítima. Assim, essa notificação se apresenta como uma forma de articular as redes de
proteção, acionando todos os setores de atendimento.

Além disso, os dados coletados permitem melhor compreensão da realidade, uma vez que é possível identificar os
locais, os usuários e as situações com maiores índices de violência. Consequentemente, o recolhimento desses
dados permite planejamento e atuação mais adequados à realidade.

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Complementando os desafios contemporâneos, discorreremos, a seguir, sobre o trabalho com processos
migratórios.

4.3.3 Trabalho com processos migratórios

A migração é um assunto recorrente em noticiários nacionais e internacionais, sendo esse o processo em que
pessoas tentam atravessar fronteiras entre países em busca de melhores condições de vida.

PAUSA PARA REFLETIR


Qual o principal propulsor dos processos migratórios do século XXI?

Essa crise migratória é decorrente, principalmente, de perseguições políticas, miséria e guerras que afetam os
países subdesenvolvidos (CFESS, 2016).

Para trabalhar com processos migratórios, é essencial entender que o ato de migrar está diretamente relacionado
às condições de vida do indivíduo em seu local de residência, ou seja, o acesso à saúde, educação, emprego,
moradia, cultura, lazer, segurança pública, dentre outras condições necessárias para vida humana. Desta forma, o
profissional que atua junto aos processos migratórios deve analisar os fatores de expulsão e atração envolvidos no
processo da migração para, com isso, melhor compreender o que impulsionou aqueles indivíduos a saírem de seus
países de origem.

Fonte: © Andrey_Popov / / Shutterstock.

A Lei Nº 13.445, de 24 de maio de 2017, estabelece os direitos e deveres dos imigrantes no Brasil. De acordo com
seu artigo 4º, é garantido aos imigrantes a igualdade aos brasileiros, bem como inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (BRASIL, 2017).

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Sendo os processos migratórios parte do campo de atuação do profissional de Serviço Social, ele deve trabalhar
em prol da garantia de direitos dos imigrantes, porém existem importantes desafios que precisam de reflexão.

Desafios das/os assistentes sociais ao lidar com as demandas de migrantes internacionais e de populações
fronteiriças
Fonte: CFESS, 2017, p. 89 (Adaptado).

A atuação com processos migratórios é um dos principais desafios postos aos Assistentes Sociais no século XXI e,
inclusive, foi tema do Seminário do CFESS em 2016: “Seminário Nacional Serviço Social, Relações Fronteiriças e
Fluxos Migratórios Internacionais”. O evento foi marcado pela reflexão e pelo debate sobre as desigualdades que
geram esse fenômeno social, o que reafirmou a importância da atuação profissional na garantia dos direitos
humanos e da cidadania internacional (CFESS, 2016).

Conhecidos os desafios postos aos profissionais de Serviço Social quanto à questão social enfrentada pelos
imigrantes, a seguir discorreremos sobre outro desafio que, por vezes, esses profissionais podem se deparar, que
são as Residências multiprofissionais, enquanto uma nova especialização de formação profissional.

104
4.3.4 Residência multiprofissional em Serviço Social (saúde e assistência social)

As residências multiprofissionais e em área profissional da saúde, são uma forma de especialização criadas a partir
da promulgação da Lei n° 11.129 de 2005, e são orientadas pelos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde
(SUS), a partir das necessidades e realidades locais e regionais. Esses programas devem contemplar uma
abordagem acerca da política de saúde pública, estatal, universal e de qualidade (CFESS, 2017).

Esta forma de especialização pode ser frequentada por estudantes formados nas áreas de: Biomedicina, Ciências
Biológicas, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária, Nutrição,
Odontologia, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional (Resolução CNS nº 287/1998).

A Lei 11.129/05, em seu artigo 13, trata as residências como uma modalidade de ensino de pós-graduação lato
sensu, voltada para a educação em serviço e destinada às categorias profissionais que integram a área de saúde,
excetuada a médica. O artigo 15, da mesma Lei, institui o

[…] Programa de Bolsas para a Educação pelo Trabalho, destinado aos estudantes de educação
superior, prioritariamente com idade inferior a 29 (vinte e nove) anos, e aos profissionais diplomados
em curso superior na área da saúde, visando à vivência, ao estágio da área da saúde, ao
aperfeiçoamento e à especialização em área profissional como estratégias para o provimento e a
fixação de jovens profissionais em programas, projetos, ações e atividades e em regiões prioritárias
para o Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2005).

Para ingressar na residência multiprofissional é preciso ter concluído a graduação, não ter outro vínculo
empregatício, estar inscrito no conselho de classe e dedicar-se exclusivamente ao curso. Também é preciso ser
aprovado em processo seletivo realizado pela instituição de ensino superior promotora da residência. Atualmente,
178 instituições brasileiras oferecem essa modalidade de especialização lato sensu, inclusive para o Serviço Social
(BRASIL, 2018). Cabe ressaltar, ainda, que o residente em Serviço Social, não possui vínculo empregatício com a
instituição e, assim, não deve ser visto como um profissional assalariado que trabalha para a entidade.

DICA
Para entender como vêm ocorrendo as Residências Multiprofissionais em Saúde, com
assistentes sociais, leia a obra Residência em Saúde e Serviço Social: subsídios para a reflexão
(CFESS, 2017). Ela apresenta elementos e discussões sobre estes espaços de formação e de
exercício profissional.

É importante refletirmos que a regulamentação das residências multiprofissionais é algo muito recente (2005), o
que demanda um debate coletivo para que alguns desafios possam ser refletidos e enfrentados. Além disso, ainda
não há uma regulamentação a respeito da avaliação dos programas.

Apresentaremos a seguir como o Serviço Social chega ao novo milênio. Levando em conta os desafios
apresentados no decorrer do capítulo e a evolução da profissão e da formação acadêmica.

105
4.4 O Serviço Social chega ao novo milênio
Discorrido sobre a trajetória do Serviço Social no Brasil desde a sua criação até os anos atuais, trataremos neste
tópico sobre como a profissão se apresenta na atualidade.

Conforme aponta Antunes (2000), o mundo do trabalho vem sofrendo profundas alterações desde a segunda
metade do século XX. O autor entende a classe trabalhadora como uma classe que vive para o trabalho e suas
relações sociais estão pautadas no movimento do capitalismo, ou seja, tudo se organiza em torno do capitalismo e
da sua manutenção. Essas alterações, que persistem pelo decorrer do século XXI, resultam na precarização das
condições de trabalho; na intensificação do ritmo de trabalho; no aumento do desemprego; no desmonte das
conquistas da classe trabalhadora; dentre outros malefícios.

Nos tópicos a seguir, portanto, trataremos dessas mudanças, abordando como elas impactam na formação
profissional do assistente social, bem nas formas de atuação desse profissional que precisa se atualizar de acordo
com a realidade contemporânea. Acompanhe!

4.4.1 Transformações societárias do século XXI

Discorrido sobre a trajetória do Serviço Social no Brasil desde a sua criação até os anos atuais, trataremos neste
tópico sobre como a profissão se apresenta na atualidade.

A própria sociedade capitalista para prosperar, e seguir prosperando, conforme aponta Moraes (2016), precisou
estabelecer algumas exigências, como: entrada cada vez mais precoce de profissionais capacitados (ou não) no
mercado de trabalho, disponibilidade trabalho, disponibilidade de mais tempo dedicado às atividades laborais,
acirramento na competitividade no mercado de produtos, produtos que se tornam obsoletos rapidamente para
que o consumo siga desenfreado, necessidade do baixo custo de produção (envolvendo a exploração do trabalho),
substituição da manufatura pela máquina (refletindo no desemprego), entre outras características.

Segundo Moraes (2016), o Estado pouco interfere nesse cenário. Políticas públicas e sociais formuladas por ele para
atender o que – ou quem – não é atendido pelo capitalismo, são meramente ações paliativas, pois com um sistema
econômico que exige tanto para se manter, restam poucas opções para o Estado, possíveis de serem realizadas. A
perspectiva do Estado nunca deixa de ser mercadológica. A perspectiva do Estado nunca deixa de ser
mercadológica. Clique nos ícones e saiba mais a respeito dessas políticas.

Políticas de distribuição de renda, por exemplo, objetivam aumentar o poder aquisitivo das massas, aumentando
assim o consumo.

Políticas de educação, saúde, habitação, saneamento, são focalizadas e pretendem somente amenizar as
desigualdades trazidas pela ordem capitalista.

Inserido neste contexto, o assistente social se vê, no século XXI, enfrentando diversas situações marcadas pelo
sucateamento das políticas sociais e pela diminuição dos investimentos das políticas públicas (exemplo disso é a
Emenda Constitucional Nº 95/2016, que limita por vinte anos os gastos com educação e saúde).

106
Fonte: © Steve Allen / / Shutterstock.

Assim, o profissional encontra-se frente a uma realidade. Clique nos termos e entenda.

• Serviços
Aumento das demandas por serviços.

• Benefícios
Acessos a benefícios por parte da população.

• Políticas
Cenário de completo desmonte das políticas de proteção social.

Concomitante ao cenário que se apresenta com relação às demandas de trabalho para o assistente social, também
está o aspecto que lhe confere caráter de trabalhador inserido na divisão social e técnica do trabalho na sociedade
capitalista. A profissão também sofre com os processos gerais de precarização do trabalho, de suas condições e
relações no cenário atual. Com o aumento das contratações terceirizadas e/ou temporárias, os vínculos
trabalhistas são muitas vezes precários, e as instituições têm exigido ao profissional realizar ações sem criticidade,
criatividade e pró-atividade. O outro lado da moeda se encontra no sentido de que o assistente social precisa do
vínculo trabalhista para garantir a sua sobrevivência material e social, e muitas vezes acaba se submetendo à
lógica mercadológica das relações de trabalho (MORAES, 2016).

A atual conjuntura de desmonte dos direitos sociais, que foram conquistados ao longo do tempo com muita luta e
resistência, exige um profissional propositor, criativo e disposto a se aperfeiçoar de modo a atender às demandas.
Assim, ele deve realizar um trabalho socioeducativo junto aos usuários, pois a defesa da democracia e da justiça
social não são debates somente a nível profissional.

107
PAUSA PARA REFLETIR
Quais os desafios profissionais do assistente social diante das constantes transformações na
sociedade contemporânea?

Por isso, o debate coletivo entre as diferentes esferas do Serviço Social e demais áreas afins se faz cada vez mais
necessário. Entender e refletir sobre as transformações societárias no século XXI é essencial para a defesa de uma
prática qualificada. Isso demonstra a necessidade de refletirmos sobre as atualizações no processo de formação
profissional no próximo tópico.

4.4.2 Atualizações no processo de formação profissional

A formação profissional do assistente social não se esgota na conclusão da graduação. Ademais, como a sociedade
vem se modificando e se estruturando de acordo com os ditames da ordem capitalista, o assistente social precisa
acompanhar, apreender e compreender essas mudanças com o intuito de melhor planejar sua atuação profissional.

O currículo acadêmico formulado na década de 1930, na época da primeira escola de Serviço Social (PUC/SP), não
atende à necessidade de formação profissional atual. Nele, se destacava que era preciso: ter 18 anos completos e
menos de 40; comprovar conclusão de curso secundário; apresentar referências de 3 pessoas idôneas; submeter-se
a exame médico que indicasse exemplo da boa saúde e ausência de defeitos físicos, além das condições do meio
familiar, revelando as qualidades morais do pretendente (IAMAMOTO in SILVA, 2007). Pode-se observar, no
entanto, que todas essas exigências acabam por limitar o livre exercício profissional, o que não condiz com as
crenças da própria profissão quem tem como princípio básico a defesa da liberdade.

Logo, as diretrizes nacionais curriculares para o curso de Serviço Social, do ano de 2002, trazem, na descrição do
perfil profissional, uma “atuação frente às expressões da questão social, formulando e implementando propostas
de intervenção para seu enfrentamento”; o profissional deve ter capacidade de promover e incentivar seus
usuários ao exercício pleno da cidadania e propor a inserção criativa dos mesmos no mercado de trabalho e nas
relações sociais (BRASIL, 2002).

Percebe-se uma grande mudança na exigência do perfil profissional nessas oito décadas, é uma formação que
precisou evoluir e se adaptar aos ditames da sociedade em que está inserida e atuando. A formação deve abarcar
os eixos ensino-pesquisa-extensão, visando assim possibilitar aos futuros profissionais vivências que permitam um
conhecimento teórico e crítico da realidade vivenciada.

Contudo, é importante destacar que a formação profissional é um processo continuado que não se esgota em um
determinado tempo e lugar. Deste modo, abordaremos no próximo tópico, as exigências de um novo perfil
profissional e o mercado de trabalho.

4.4.3 Exigência de um novo perfil profissional e o mercado de trabalho

O aumento do desemprego, a diminuição dos postos de trabalho, a flexibilização das relações trabalhistas, a
ampliação de novas tecnologias, entre outros fatores, contribui para a necessidade de um novo perfil profissional
na área de Serviço Social. Um profissional que se veja, inclusive, como trabalhador e parte do sistema capitalista,
que também sente as consequências das mudanças societárias.

108
Fonte: © Milles Studio / / Shutterstock.

Inserido nesse contexto, o profissional de Serviço Social tem como principal desafio “desenvolver sua capacidade
de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos […]”
(IAMAMOTO, 2012, p.113). Assim, o assistente social precisa ser capaz de atuar na formulação e na gestão de
políticas sociais, públicas e empresariais.

Segundo Iamamoto (2012), o assistente social contemporâneo precisa apresentar algumas características
específicas. Observe o esquema a seguir:

109
Características do profissional de Serviço Social
Fonte: IAMAMOTO, 2012, p.113 (adaptado).

Ao assistente social, enquanto profissional inserido na divisão sócio-técnica do trabalho, precisa gerar “lucros” ao
sistema, porém ele não pode perder de vista que a sua atuação deve respeitar o direito dos trabalhadores. Mais do
que isso, esse profissional deve atuar respeitando o posicionamento ético-político da profissão, visando, assim, o
desenvolvimento de ações que possibilitem a autonomia dos usuários. Para tanto, é preciso compreender que o
cenário atual, e contemporâneo, não é o mesmo de quando a profissão foi instaurada no Brasil, nem o de duas, três
décadas atrás. Se hoje vivenciamos situações de opressão, estas estão ligadas a fatores sociais atuais, mesmo que
influenciadas por situações passadas.

Proposta de atividade
Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu nesse capítulo! Elabore um quadro comparativo
contrastando o papel do assistente social na sua gênese com seu papel na contemporaneidade. Além disso, aponte
as mudanças no cenário capitalista que fizeram com que essas novas demandas fossem necessárias ao
profissional. Ao produzir seu quadro, considere as leituras básicas e complementares realizadas.

110
Recapitulando
Neste capítulo foi possível compreender como a profissão se desenvolve na atualidade, desta forma iniciamos a
análise da prática contemporânea a partir de um breve histórico da atuação nos seus 80 anos (de 1936, quando foi
inaugurada a primeira escola de Serviço Social no Brasil, a 2016). Posteriormente abordamos a necessidade de
informatização dos instrumentos e ferramentas de trabalho, frente as mudanças tecnológicas da atualidade. E
apontamos alguns desafios no trabalho profissional, como a atuação em equipes multidisciplinares.

Em um segundo momento discorremos sobre os avanços e conquistas profissionais, como a reconhecida produção
teórico-científica e a constituição dos espaços de debate coletivo, através dos congressos de assistentes sociais no
Brasil. Complementado este cenário apontamos algumas reivindicações da categoria na atualidade.

Abordamos também os desafios da atualidade frente às mudanças societárias e as demandas do mercado de


trabalho por um novo perfil profissional. Como um desses desafios, podemos destacar a atuação com processos
migratórios, na articulação de redes de proteção e na defesa dos direitos humanos.

Foi possível perceber, também, que a interdisciplinaridade é um campo natural do Serviço Social e se faz
necessária para o atendimento dos usuários na sua integralidade, sem deixar de observar o projeto ético-político
da profissão. Dessa forma, percebemos que, para assegurar os seus direitos e os dos seus usuários, o Serviço Social
se desenvolve a partir da articulação de um coletivo, tanto da categoria quanto em relação a classe trabalhadora.

Por fim, podemos dizer que o Serviço Social se desenvolve em um cenário de desafios, buscando uma atuação
profissional que atenda as demandas do mercado sem deixar de atender o seu projeto ético-político, ou seja, de
trabalhar em prol da defesa dos direitos humanos.

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