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Resumo: o presente artigo foi elaborado com o objetivo de conhecer um poco sobre o
Pluralismo dentro da perspectiva profissional, bem como sua contribuição na atualidade
para o Serviço Social. Vale destacar que em relação a dimensão de construção do
conhecimento existem muitos pensamentos distintos, com o plural, com a diversidade
na profissão, e isso tem de ser considerado no âmbito da formação profissional tanto
quanto no do exercício profissional. Por isso, além do arcabouço teórico apresentado no
corpo do texto, serão expostas também a perspectivas de Assistentes Sociais de áreas
diversificadas acerca da problemática. Ademais, evidenciamos o pluralismo como uma
vertente do pensamento crítico, tendo em vista a profissão ser exercida em um contexto
social democrático que possibilita diferentes concepções teórico-filosóficas em seus
fundamentos e expressões teórico-práticas, entretanto, não pode ser confundido com o
ecletismo, tampouco defender a neutralidade. Por fim, acrescentasse que tal estudo foi
para evidenciar que O Assistente Social em determinadas situações se encontrará com
profissionais da mesma área ou de outras áreas com opiniões distintas, portanto o seu
desafio é expor seu posicionamento perante a circunstância sem perder a razão.
Abstract: this article was elaborated with the objective of knowing a poco about
Pluralism within the professional perspective, as well as its contribution in the present
time to the Social Work. It is worth mentioning that in relation to the dimension of
knowledge construction there are many distinct thoughts, with the plural, with the
diversity in the profession, and this has to be considered in the scope of professional
training as much as in that of professional practice. Therefore, in addition to the
theoretical framework presented in the body of the text, the perspectives of Social
Workers from diverse areas about the problem will also be exposed. In addition, we
evidence pluralism as a strand of critical thinking, in view of the profession being
exercised in a democratic social context that enables different theoretical-philosophical
conceptions in their foundations and theoretical-practical expressions, however, it
cannot be confused with eclecticism, nor defend neutrality. Finally, he added that this
study was to show that the Social Worker in certain situations will meet with
professionals from the same area or from other areas with different opinions, so his
challenge is to expose his position before the circumstance without losing reason.
Keyword: Pluralism. Social services. Meaning. Profession.
AS5: “Na minha visão não, pois o conservadorismo mantém algo tradicional e o
pluralismo já busca a manutenção das correntes tradicionais como também abre o leque
para que o profissional busque sempre se aprimorar como profissional, buscar novas
técnicas, abordagens e assim sucessivamente”.
Sobre a terceira pergunta, “na sua opinião, o Serviço Social respeita o ideal de
pluralismo no cotidiano da profissão. Justifique?”. Responderam:
AS2: “O Serviço Social a nível das instituições como ABEPSS, CFESS, CRESS
possuem uma bandeira de luta contra o ecletismo e o conservadorismo dentro da
profissão [...]. Portanto, o processo de permanente capacitação profissional possibilita o
reconhecimento da profissão e do seu projeto coletivo. Somos trabalhadores
assalariados, somos classe trabalhadora e para ela que devemos direcionar nossas
estratégias de atendimento para que os usuários tenham acesso aos serviços de saúde,
educação, habitação, mas também, que possamos abraçar e fortalecer a luta dos povos
indígenas; da população LGBTQIA+; da não privatização do SUS; contra a violência a
mulher, idosos, crianças e adolescentes; por uma educação pública e de qualidade, entre
outras”.
AS3: “Acredito que sim, pois em seu próprio código de ética, o qual nós,
assistentes sociais, devemos nos embasar e nos direcionar para efetivar nosso exercício
profissional, tem como um dos princípios a garantia deste”.
AS4: “Sim, o Serviço Social respeita o pluralismo, pois atua nas necessidades
dos usuários para melhor qualidade de vida das pessoas que se enquadram em situações
de baixa, média e alta complexidade, tendo como fundamento os direitos
constitucionais”.
AS5: “Sem dúvidas sim, pois o pluralismo não é mais considerado no plano
individual apenas como uma expressão de diferenças individuais que pode suscitar o
individualismo e o corporativismo, mas ainda tomado como expressões dos sujeitos
coletivos”.
Para finalizar, fizemos uma quarta pergunta aos entrevistados: “Já houve
alguma discriminação por conta de seu ponto de vista?
AS4: “Sim, porém temos que ter o senso crítico dialético para termos
autenticidade e identidade para não sermos alienados por pensamentos de outras
pessoas”.
E por fim, AS2, AS3 e AS5 afirmam que nunca sofreram qualquer tipo de
discriminação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista os aspectos observados na pesquisa teórica, observasse que o
pluralismo atualmente assegura a competência profissional como referências em
respeito às diferentes correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões
teórico-práticas, ou seja, evidencia elementos que não correspondem ao relativismo, ao
dogmatismo, sectarismo, e também não se confundem com o ecletismo e a neutralidade,
pode supor inconsistência teórico-crítica e o desrespeito às hegemonias legitimamente
conquistadas no campo profissional que foram internalizadas na profissão após o
movimento de reconceituação do Serviço Social.
O Assistente Social tem suas crenças, ideologias e preceitos em sua vida
pessoal, tendo em vista que este é um ser social; porém, como profissional, ele tem a
obrigação de agir com base no código de ética e no embasamento na doutrina marxista.
É somente através deste agir alicerçado que é possível alcançar os objetivos
profissionais que impactam a vivência de uma sociedade. A pluralidade de pensamentos
é uma prerrogativa das sociedades democráticas, é importante o embate respeitoso de
ideias divergentes, contudo é importante que busquemos da melhor maneira possível
concretizar a possibilidade de vida sem embate não democrático entre aqueles que
creem em linhas distintas e pensam diferente, mas respeitam-se mutuamente na busca
por um movimento de dialética de saberes, tendo como efeito, uma sociedade
profissional democrática.
Destarte, diante do que foi supramencionado acerca do pluralismo, considerasse
o processo de laicização da sociedade e do Estado, que atingiu, especialmente nos
últimos tempos, também, os movimentos político-sociais, pela sua tendência em
reconhecer o pluralismo no seu interior e pela sua autonomia diante de rígidas premissas
ideológicas, que levou cada vez mais, a considerar a profissão religiosa uma questão
privada e a reafirmar a sua sempre menor incidência na vida pública e que é um
processo que orienta o profissional o respeito às correntes profissionais democráticas
existentes e suas expressões teóricas, e também o compromisso com o constante
aprimoramento profissional.
Ademais, acerca da realização da pesquisa realizada em relação ao pluralismo, é
preciso destacar que durante a busca por profissionais dispostos a respondê-la, muitos
profissionais recusaram-se a participar. Dentre os diversos(as) Assistentes Sociais que
foram consultados, houve um caso em que o(a) profissional não se sentia confortável
em responder o questionário e recusou-se a contribuir com a pesquisa. Não obstante,
teve outro caso, onde o(a) profissional alegou a falta de tempo, mesmo com o período
extenso dado para responder o questionário, o que posteriormente ocasionou também, a
recusa em responder às questões.
Dessa forma, retiramos da pesquisa amostral um parecer de que o pluralismo
assume diferentes perspectivas entre os profissionais, evidenciado pelas diferentes
respostas de profissionais com a mesma identificação ideológica. Destaca-se que o
pluralismo é uma conquista dos últimos 30 anos da profissão, mais precisamente a partir
do movimento de reconceituação, visto que na gênese do Serviço Social prevalecia o
neotomismo e depois o positivismo. De acordo com Coutinho (1991), “o pluralismo no
terreno da ciência natural ou social [...] é sinônimo de abertura para o diferente, de
respeito pela posição alheia, considerando que essa posição, ao nos advertir para nossos
erros e limites, e ao fornecer sugestões, é necessária ao próprio desenvolvimento da
nossa posição e, de modo geral, da ciência [...]” (COUTINHO, 1991, p.14).
Nesse sentido, até o movimento de reconceituação, o Serviço Social era baseado
no monolitismo (apenas uma perspectiva), influenciado pela igreja Católica. A partir de
sua reconceituação houve diversos questionamentos acerca da sociedade e das situações
colocadas ao trabalho do Assistente Social. Isso impulsionou um posicionamento
diferente, crítico em relação ao Serviço Social e às demandas a ele dirigidas. A
dimensão ético-política mostra nossa profissão com segmento profissional crítico
dissonante dos valores propalados pela ideologia que tem assento no individualismo, no
elitismo, na exploração e na concorrência.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA