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Universidade Federal de Juiz de Fora

Pró-Reitoria de Extensão
Formulário de Inscrição

Plano de Trabalho - Projeto de Extensão em Interface com a Pesquisa


1 - Identificação
Título: Epi-Obs: Observatório de Epidemiologia aplicada aos serviços do SUS
Número do Processo:
Duração: 12 mes(es)
Em caso de existência de parceiros externos, a data de início será a de assinatura do convênio.

Área Temática: Educação Linha Extensão: Saúde humana


Campus: CAMPUS GOV. VALADARES
Coordenador: WANESKA ALEXANDRA ALVES
Categoria: DOCENTE
Unidade Acadêmica / Setor: MEDICINA - CAMPUS GOVERNADOR VALADARES
Telefone: (33) 8863-0810 Celular: (33) 9156-6791 E-mail: WANESKA.ALVES@UFJF.EDU.BR
Vice-coordenador: EULILIAN DIAS DE FREITAS (MEDICINA - CAMPUS GOVERNADOR VALADARES)
2 - Equipe
Colaboradores docentes / Coordenadores de área
MABEL MILUSKA SUCA SALAS

Coordenadores técnicos
Não possui

Colaboradores técnicos
Não possui

Colaboradores externos
Não possui

3 - Parceiros Externos
MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARES

4 - Descrição
a) Resumo
A epidemiologia é uma ciência que se constitui instrumento básico para o desenvolvimento de políticas e estratégias de prevenção e controle de doenças e
agravos de relevância para os sistemas de saúde. Como disciplina é um pilar essencial à saúde pública pois fundamenta-se no raciocínio causal permitindo compreender
processos de adoecimento no âmbito populacional em um determinado território.

Nos serviços de saúde a epidemiologia é incorporada à necessidade crescente de geração de novas informações que irão dar suporte a discussão e construção de políticas
públicas de saúde e de definição de estratégias de prevenção, controle de doenças e agravos e a promoção da saúde.

Os observatórios de saúde são núcleos, geralmente acadêmicos, que visam o diálogo entre os serviços de saúde e a universidade de modo a dinamizar a reflexão sobre
temas de interesse à saúde a pública. Como objetivo principal buscam analisar e debater assuntos relacionados à prevenção e à promoção da saúde, tendo como foco
específico temas que afligem a sociedade local e regional.

O EPI-Obs – Observatório de Epidemiologia aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) tem como proposta apoiar os espaços institucionais da vigilância
epidemiológica (VE) e de articulação entre os diversos atores envolvidos na análise de dados e geração de informação de relevância epidemiológica, que apoiem a
definição de ações estratégicas para a prevenção e controle de doenças e agravos para o município de Governador Valadares (GV). Assim, um observatório de
epidemiologia aplicada aos serviços do SUS poderá fortalecer as ações de VE permitindo conhecer o comportamento de doença e agravos importantes, oportunizando a
análise e interpretação dos dados, a recomendação de ações de prevenção e controle apropriadas e divulgação de informações pertinentes à saúde.

O objetivo geral do projeto é promover espaço de reflexão e análise crítica de informações relevantes e qualificadas acerca da situação epidemiológica do município de
GV, com potencial de contribuir na orientação de ações em Saúde Pública desse território.

Entende-se que toda a população valadarense poderá ser beneficiada por este projeto uma vez que dentre nossos objetivos está o de contribuir para a vigilância em saúde
em GV. Também serão beneficiados pelo projeto os profissionais de saúde que compõem a Secretaria Municipal de Saúde (três mil), pois fazem parte do público-alvo
para atividades como eventos e oficinas. Ainda, serão contemplados os estudantes dos cursos da área da saúde, que se interessem pela temática e que poderão participar
dos eventos relacionados à epidemiologia de doenças e agravos de relevância epidemiológica para GV e aqueles que participarão do projeto como bolsistas e voluntários.

Como percurso metodológico, ao início de cada semestre letivo acontecerá um encontro entre os orientadores do projeto e representantes da SMS para discussão e
definição de no mínimo seis temas relevantes para serem aprofundados. A partir daí terá início o trabalho dos alunos envolvidos no projeto, que procederão com revisão
da literatura para contextualização da situação epidemiológica das doenças/agravos selecionados. A fonte de dados serão os Sistemas de Informação em Saúde
pertinentes e com informações do nível local disponíveis para os anos selecionados, seja ele informatizado ou não. A coleta e posterior análise dos dados será realizada
pelos alunos, com supervisão dos orientadores. A etapa posterior será a construção de Informes Epidemiológicos para cada um dos agravos/doenças trabalhados –
incluindo recomendações de ações de intervenção para prevenção e controle – a ser entregue para a SMS. No final de cada semestre será realizado em evento conjunto
entre a Universidade e a SMS de Governador Valadares. Nessa oportunidade os resultados serão apresentados e discutidos e o produto final será a consolidação dos
achados e discussões em um “Caderno de Análise de Situação de Saúde do Município de Governador Valadares e Região”, a ser publicado em meio de divulgação
pertinente.

O EPI-Obs: Observatório de Epidemiologia aplicada aos serviços do SUS integrará a pesquisa e a extensão, permitindo o entendimento da problemática em saúde
mediante o uso do método epidemiológico cientifico associado à inserção acadêmica nos diversos cenários epidemiológicos e social da

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comunidade valadarense através das ações extensionistas como os seminários de reflexão e discussão acerca das realidades epidemiológicas de doenças e agravos no
município de GV, assim como ações de prevenção, controle e promoção da saúde. Tais ações serão produtos da aplicabilidade do conhecimento cientifico à realidade
social, promovendo a construção de estratégias de intervenção, a melhoria da capacidade de decisão e a transformação da sociedade, que transcendem à mera
divulgação do conhecimento científico produzido pela universidade.
b) Contato
• Waneska Alexandra Alves – waneska.alves@ufjf.edu.br 33-
991655791

• Eulilian Freitas – eulilian.freitas@ufjf.edu.br 33


– 99902-2685

• Mabel Miluska Suca Salas – mabel.salas@ufjf.edu.br 53 –


99122-6775
c) Justificativa da Proposta
A epidemiologia é uma ciência que se constitui instrumento básico para o desenvolvimento de políticas e estratégias de prevenção e controle de doenças e
agravos de relevância para os sistemas de saúde. Como disciplina é um pilar essencial à saúde pública pois fundamenta-se no raciocínio causal permitindo compreender
processos de adoecimento no âmbito populacional em um determinado território, com estudos aprofundados sobre o perfil de adoecimento de determinada população e
os possíveis fatores de risco responsáveis pela manutenção do processo saúde-doença.

Com os processos acelerados de transições demográficas e epidemiológicas que o Brasil vem passando nas últimas décadas, o ensino da epidemiologia tornou-se
fundamental aos cursos da área da saúde, pois permite a formação dos profissionais preparados para um cenário onde as profundas mudanças políticas e sociais resultam
em repercussões significativas sobre o campo da saúde. As mudanças nos perfis de adoecimento da população e a intensificação das desigualdades sociais impõe desafios
aos futuros profissionais para ações de prevenção e controle, de diagnóstico e tratamento das doenças e de promoção da saúde realmente efetivas e eficazes. Neste
cenário a epidemiologia é essencial à produção de novos conhecimentos que busquem a transformação da sociedade e a melhoria da qualidade de vida das
populações.

Nos serviços de saúde a epidemiologia é incorporada à necessidade crescente de geração de novas informações epidemiológicas que irão dar suporte a discussão e
construção de políticas públicas de saúde e de definição de estratégias de prevenção, controle de doenças e agravos e a promoção da saúde.

A Vigilância Epidemiológica (VE) é o conjunto de ações que permitem gerar conhecimentos para a detecção e prevenção de alterações nos fatores de risco que afetam
determinada população para assim intervir de maneira oportuna e efetiva (BRASIL, 2009). São vantagens da VE gerar conhecimento sobre a distribuição de doenças e
agravos e o fornecimento de dados para investigações de natureza epidemiológica, que permitem estabelecer associações de causa. Assim o monitoramento das ações de
prevenção e controle tornam-se mais efetivas. Faz parte dos organogramas instrucionais das Secretarias Municipais de Saúde o setor de VE, que se configura em
inteligência estratégica para melhor compreensão dos cenários de saúde dos municípios e localidades, e para avaliar o impacto da prevenção, controle, bem como definir
necessidades de pesquisa em saúde.

Os observatórios de saúde são núcleos, geralmente acadêmicos, que visam o diálogo entre os serviços de saúde e a universidade de modo a dinamizar a reflexão sobre
temas de interesse à saúde a pública. Como objetivo principal buscam analisar e debater assuntos relacionados à prevenção e à promoção da saúde, tendo como foco
específico temas que afligem a sociedade local e regional.

O EPI-Obs – Observatório de Epidemiologia aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) tem como proposta apoiar os espaços institucionais de VE e de
articulação entre os diversos atores envolvidos na análise de dados e geração de informação de relevância epidemiológica, que apoiem a definição de ações estratégicas
para a prevenção e controle de doenças e agravos para o município de Governador Valadares. O escopo do EPI-Obs é propor ações e debater temáticas relevantes,
realizando eventos e estudos a partir da análise de dados primários e secundários da saúde visando contribuir de forma efetiva com a construção da realidade
epidemiológica de doenças e agravos para os municípios do Leste de Minas. Assim, um observatório de epidemiologia aplicada aos serviços do SUS poderá fortalecer as
ações de VE nesse complexo cenário de transições demográfica e epidemiológica que Governador Valadares também vivencia permitindo conhecer o comportamento de
doença e agravos de relevância, oportunizando a análise e interpretação dos dados, a recomendação de ações de prevenção e controle apropriadas e divulgação de
informações pertinentes à saúde.
d) Caracterização dos Beneficiários
O município de Governador Valadares está localizado na região Leste de Minas Gerais e é o nono município mais populoso desse estado e o primeiro de sua
mesorregião e microrregião. Segundo dados do Censo Demográfico 2010 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2017) a cidade possuía
263.689 habitantes. A população estimada para 2017 foi de 280.901 habitantes. Mais de 90% da população vive na zona urbana do município onde existem cerca de 70
mil domicílios particulares permanentes.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a taxa de mortalidade infantil média em Governador Valadares é de 14,3 óbitos/1.000 nascidos vivos e
ocorrem 0,4 casos de internação por diarreia a cada 1.000 habitantes estando na 421ª posição do ranking estadual. Estes indicadores sinalizam que o município ainda
possui desafios com relação a melhoria da qualidade de vida de sua população e com relação a superação de doenças preveníveis por saneamento básico e educação
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2017).

Quanto as condições socioeconômicas de Governador Valadares, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do município é de 0,727, sendo considerado
alto pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD, 2013) (MENDONÇA et al., 2014). No entanto, em 2015 o salário médio mensal oferecido na
cidade era de dois salários mínimos; 25,1% das pessoas encontravam-se ocupadas em relação as demais (97º posição no ranking estadual); e 35,3% das pessoas
residiam em domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Município é constituída pelo Departamento de Vigilância em Saúde que por sua vez possui a Gerência de Vigilância
Epidemiológica. A partir desta Gerência será possível o acesso aos bancos de dados de doenças e agravos de todo o município. Assim, entende-se que toda a população
valadarense poderá ser beneficiada por este projeto uma vez que dentre nossos objetivos está o de contribuir para a vigilância em saúde no município de Governador
Valadares. Também serão beneficiados pelo projeto os profissionais de saúde que compõem a SMS (três mil) pois estes fazem parte do público-alvo para atividades
como eventos e oficinas.

A Universidade Federal de Juiz Fora, criada pela Lei nº 3.858, de 23 de dezembro de 1960, no governo do Presidente Juscelino Kubitschek, é uma Instituição Federal de
Ensino Superior, que apresenta uma sede na cidade de Juiz de Fora e, a partir do ano de 2012, um Campus Avançado em Governador Valadares (Campus GV).
Atualmente, o Campus GV oferece 850 vagas anuais em dez cursos de graduação presenciais com objetivo de colaborar com a formação de profissionais de excelência
nas áreas implementadas para a cidade e todo polo regional.

O Campus GV conta com seis cursos de graduação da área da saúde (Educação Física, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição e Odontologia),

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sendo que em cinco deles (exceto Educação Física) a disciplina Epidemiologia consta como obrigatória, variando de 2 a 4 créditos, e sendo oferecida entre o 3º e 5º
períodos dos cursos.

O perfil dos estudantes que cursam no Campus GV é bastante variado do ponto de vista socioeconômico, cultural e político. Mas em sua maioria são constituídos por
alunos oriundos de outros municípios e unidades federadas cuja entrada na universidade se deu pelo processo seletivo SISU/ENEM (cotistas e não cotistas) e que
procuram uma formação superior pública e de qualidade. Portanto, entende-se que os beneficiários deste projeto serão também os estudantes dos cursos da área da saúde,
que se interessem pela temática e que poderão participar dos eventos relacionados à epidemiologia de doenças e agravos de relevância epidemiológica para Governador
Valadares e aqueles que participarão do projeto como bolsistas e voluntários. Estes últimos dos cursos de Medicina e Odontologia já que os docentes coordenador, vice-
coordenador e colaborador pertencem aos Departamentos de Medicina e de Odontologia.
e) Fundamentação Teórica
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) saúde não é apenas a ausência de doença, mas um estado de bem-estar físico, mental e social (WHO, 1946). No Brasil,
a 8ª Conferência Nacional de Saúde estabeleceu que saúde fosse definida amplamente como “resultante das condições de alimentação, educação, renda, meio ambiente,
trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, acesso a serviços de saúde” (BRASIL, 1986). Para Ana Laurell o processo saúde-doença tem
natureza social e a melhor forma de estudar empiricamente a doença não é no indivíduo, mas sim nas coletividades humanas já que o processo biológico saúde-doença
acontece através de processos particulares que são ao mesmo tempo sociais, históricos e biológicos (LAURELL,1976).

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2005) a Epidemiologia pode ser conceituada como “ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a
distribuição e os fatores determinantes das doenças, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou
erradicação de doenças”. Assim, os principais objetivos seriam descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde das populações humanas; proporcionar
dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, e estabelecer prioridades; e identificar fatores
etiológicos no início das doenças (BRASIL, 2005). Para Gusmão & Silva Filho (2015) a epidemiologia trata de qualquer evento relacionado à saúde (ou doença) das
populações.

Em 1975, o Ministério da Saúde instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) que tornou obrigatória a notificação de diversas doenças
transmissíveis de relevância nacional e internacional (BRASIL, 2005; GUSMÃO, SILVA FILHO, 2015). Logo, surge o primeiro manual técnico de vigilância
epidemiológica (VE), norteador das normas e diretrizes de vigilância de cada doença de notificação compulsória. A Lei orgânica 8.080/90 incorpora ao SUS o SNVE
definido a VE como “um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes
de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos” (BRASIL, 2009). Essa definição
ampliou o conceito do SNVE, e as ações da VE tiveram uma reorganização caracterizada pela descentralização de responsabilidades e integralidade da prestação de
serviços (BRASIL, 2005, BRASIL, 2009).

Atualmente, são propósitos da VE subsidiar os serviços de saúde e os profissionais com orientações técnicas pertinentes à execução de ações de prevenção e controle de
doenças e agravos. A VE deve gerar informações estratégicas atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças e agravos, bem como dos fatores que a condicionam sempre
delimitando a área geográfica e a população (BRASIL, 2009). Como setor de inteligência, trabalha com dados primários e secundários, gerando conhecimento estratégico
que é importante instrumento também ao planejamento, a organização e a operacionalização dos serviços de saúde, como à normatização de atividades técnicas
correlatas (SILVA, 1992; BRASIL, 2009; ECKERDT et al., 2013).

Nas últimas décadas a sociedade brasileira vem atravessando de maneira acelerada transformações nos seus perfis demográfico, socioeconômico e epidemiológico. O
novo perfil de adoecimento apresenta-se mais complexo quando comparado aos relatos do início do século passado quando as doenças transmissíveis assolavam grandes
contingentes da população brasileira resultando em elevadas taxas de morbimortalidade. As transformações históricas e sociais da população brasileira nos últimos 100
anos resultaram em um cenário epidemiológico mais complexo onde a morbidade e o óbito por doenças infecciosas ocorrem simultaneamente com agravos e doenças
crônico-degenerativas (SILVA JUNIOR; RAMALHO, 2015).

Os observatórios de saúde podem ser instâncias não governamentais, incluindo instituição científica independente (universidades e centros de pesquisa), sem fins
lucrativos, de investigação aplicada que concretiza a função de observatório local, regional ou nacional, avaliando e monitorizando o estado de saúde da população. Os
propósitos gerais dos observatórios são facilitar a produção de estudos e pesquisas, bem como propiciar o mais amplo acesso a informações com credibilidade e análises
sobre a área temática (SIQUEIRA, 2013; OPSS, 2017). Assim sendo, um observatório de epidemiologia aplicada aos serviços do SUS poderá fortalecer as ações de VE
nesse complexo cenário de transições demográfica e epidemiológica que Governador Valadares também vivencia permitindo conhecer o comportamento de doença e
agravos de relevância, oportunizando a análise e interpretação dos dados, a recomendação de ações de prevenção e controle apropriadas e divulgação de
informações pertinentes à saúde.
f) Objetivos e Metas
OBJETIVO GERAL:

Promover espaço de reflexão e análise crítica de informações relevantes e qualificadas acerca da situação epidemiológica do município de Governador Valares, com
potencial de contribuir na orientação de ações em Saúde Pública desse território.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS E METAS

Objetivo 1. Fomentar o pensamento crítico-reflexivo sobre o impacto do trabalho de notificação no nível local para a robustez dos Sistemas de Informação em Saúde.

Meta 1. Realizar seminários e atividades de discussão sobre o impacto do trabalho de notificação no nível local para a robustez dos Sistemas de Informação em Saúde
com 100% dos discentes participantes das disciplinas de Epidemiologia e no mínimo 70% dos profissionais de saúde da vigilância epidemiológica.

Objetivo 2. Instrumentalizar os acadêmicos dos cursos de Medicina e Odontologia para a análise de dados de saúde e para a elaboração de informativos sobre a situação
de saúde do território.

Meta 2.1. Realizar uma oficina para a análise dos dados de saúde coletados e para a elaboração de informativos sobre a situação de saúde do território com 100% dos
discentes participantes.
Meta 2.2. Realizar uma oficina para análise dos dados dos sistemas de informação em saúde (SIS) da vigilância epidemiológica (SIM, SINAN, SINASC) para os
profissionais de saúde.

Objetivo 3. Preparar os estudantes dos cursos de Medicina e Odontologia para atuação pautada nas necessidades de saúde do território no Sistema Único de Saúde.

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Meta 3. Promover seminários de discussão e elaboração de projetos de intervenção das necessidades em saúde baseados nos resultados epidemiológicos através dos
programas já existentes com participação de 100% dos discentes participantes e de 70% dos profissionais de saúde da vigilância epidemiológica.

Objetivo 4. Contribuir para a vigilância em saúde no município de Governador Valadares. Meta

4.1. Elaborar relatórios sobre 100% dos resultados coletados e analisados;


Meta 4.2. Elaborar no mínimo seis boletins epidemiológicos por semestre sobre doenças e agravos de relevância epidemiológica para o município de Governador
Valadares.

Objetivo 5. Divulgar os resultados para a população local e cientifica.

Meta 5.1. Realizar um evento semestral aberto aos acadêmicos e profissionais de saúde sobre a epidemiologia de doenças e agravos de relevância epidemiológica para
Governador Valadares;
Meta 5.2. Participar de dois eventos científicos de divulgação dos resultados; Meta
5.3. Publicar os principais resultados nas redes sociais ou jornais locais; Meta 5.4.
Publicar um artigo científico;
Meta 5.5. Publicar um caderno de análise de situação de saúde do município de Governador Valadares para o ano de 2018.
g) Metodologia
I. Local
• As atividades serão desenvolvidas primordialmente nas dependências da UFJF-GV, mas também nos setores da SMS responsáveis pela consolidação dos dados de
saúde coletados, caso necessário.

II. Equipe extensionista


• A equipe contará com 10 (dez) integrantes, assim distribuídos: 3 docentes (1 Coordenador, 1 Vice-coordenador e 1 docente Colaborador); 4 discentes do curso de
Medicina e 2 do curso de Odontologia (sendo uma dupla por docente – 2 bolsistas e 4 voluntários) e 2 preceptor no serviço.

III. Atividades a serem desenvolvidas


• Seminários e rodas de discussão;
• Oficinas para utilização dos SIS e análise de dados epidemiológicos;
• Revisão crítica da literatura;
• Análise descritiva dos dados e elaboração de indicadores de saúde;
• Redação dos Informes Epidemiológicos;
• Divulgação dos resultados;
• Organização de evento para apresentação dos resultados para usuários, trabalhadores dos serviços de saúde e comunidade acadêmica e discussão sobre ações para
redução e controle dos agravos.

IV. Público-alvo
• População atendida nas instituições de saúde do Sistema Único de Saúde de Governador Valadares;
• Profissionais de saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares;
• Discentes das disciplinas de Epidemiologia dos cursos da área da saúde da UFJF-GV.

V. Percurso metodológico
Ao início de cada semestre letivo acontecerá um encontro entre os orientadores do projeto e representantes da SMS para discussão e seleção das doenças/agravos de
relevância epidemiológica para aquele semestre. A expectativa é que sejam escolhidos pelo menos 6 temas em cada encontro. A partir daí terá início o trabalho dos
alunos envolvidos no projeto, que procederão com revisão da literatura para contextualização da situação epidemiológica das doenças/agravos selecionados em nível
mundial, nacional e regional.
A fonte de dados serão os Sistemas de Informação em Saúde pertinentes e com informações do nível local disponíveis para os anos selecionados, seja ele informatizado
ou não. A coleta e posterior análise dos dados será realizada pelos alunos, com supervisão dos orientadores.
A etapa posterior será a construção de Informes Epidemiológicos para cada um dos agravos/doenças trabalhados – incluindo recomendações de ações de intervenção para
prevenção e controle – a ser entregue para a SMS.
No final de cada semestre será realizado em evento conjunto entre a Universidade Federal de Juiz de Fora – Campus Governador Valadares e a SMS de Governador
Valadares. Nessa oportunidade os resultados serão apresentados e discutidos e o produto final será a consolidação dos achados e discussões em um “Caderno de Análise
de Situação de Saúde do Município de Governador Valadares e Região”, a ser publicado em meio de divulgação pertinente.
h) Relação com o Projeto Pedagógico dos Discentes
É comum aos Projetos Pedagógicos dos cursos (PPC) de saúde que o perfil dos egressos seja profissionais generalistas, com visão de mundo humanista, crítica e
reflexiva E, ainda, profissionais aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo. Esse
perfil se relaciona ao conceito ampliado de saúde e a uma mudança de perspectiva do sistema de saúde. (ROSSONI; LAMPERT, 2004).

Os PPC de Medicina e Odontologia da UFJF-GV não se desviam dessa proposta. O primeiro orienta-se pelo atendimento às DCNs da Medicina de 2014 (BRASIL,
2014). A formação está pautada nas áreas de atenção, gestão e educação em saúde, englobando assim os cuidados e a atenção ao paciente, as políticas e o sistema de
saúde no país e os processos de formação individual e coletiva (UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, 2016a).

Em consonância com o curso de Medicina, o curso de Odontologia traz em seu PPC, orientado pela DCN 2002 (BRASIL, 2002) o conjunto de habilidades e
competências requeridas que incluem, dentre outras: a) aptidão para desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível
individual quanto coletivo; b) exercer sua profissão de forma articulada ao contexto social, contribuindo e participando ativamente das resoluções na sua área; c)
capacidade de coletar, analisar e investigar dados visando a construção de um diagnóstico em saúde e; d) planejar e administrar serviços de saúde comunitária
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA, 2016b).

É possível destacar alguns pontos em comum nos 2 Projetos Pedagógicos. O primeiro deles é a habilidade e competência de atuar em todos os níveis de atenção, mas
priorizando a atenção primária, porta de entrada do SUS. O segundo é conhecer o território e agir sobre ele. Em seguida, podemos citar a capacidade de realizar
diagnóstico comunitário em saúde – incluindo atividades de coleta e análise de dados e, por fim, a capacidade de conduzir uma gestão consciente que atenda às
necessidades da população adscrita.

As atividades de extensão e pesquisa planejadas no presente projeto estão relacionadas aos projetos pedagógicos dos cursos envolvidos. A fundamentação das
atividades na tríade ensino/serviço/comunidade, permitirá que o estudante desenvolva habilidades para analisar, entender e

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considerar a influência do contexto social, econômico e político na ocorrência dos agravos/doenças, possibilitando assim uma abordagem integral do indivíduo.

No âmbito da extensão, foram planejadas atividades em coerência com as necessidades da sociedade e os objetivos e metas da academia – traduzidas pelos projetos
pedagógicos acima mencionados. Os alunos terão a oportunidade de vivenciar e discutir os componentes de vigilância em saúde entendendo como se pensa a proteção,
promoção e recuperação da saúde no nível coletivo. A expectativa é que essa experiência colabore para superar o modelo de atenção centrado no nível individual e
curativo, para o coletivo e preventivo. Formando, assim, profissionais aptos a atuarem nos serviços públicos e privados de saúde, e que contribuirão de forma relevante
para a transformação do cenário em que atuam.

As atividades de pesquisa do projeto desenvolverão nos alunos a capacidade de leitura crítica e interpretação dos perfis epidemiológicos. Espera-se que as atividades de
análise desenvolvam a inovação e criatividade, o que se traduzirá em uma prática adaptada a atender as necessidades individuais e coletivas de seu meio. Nesse contexto,
adquirirá também habilidades de investigação; coletando, analisando e investigando dados visando a construção de um diagnóstico, de projetos e pesquisas que
contribuam com o progresso de sua profissão e o auxiliem na busca constante do autodesenvolvimento através da educação continuada.

O compromisso, participação e responsabilidade social, será promovido por meio do maior envolvimento com a sociedade, identificando-se como ser integrante dela,
com a problemática nela observada, gerando desejos e inquietudes na busca da transformação de realidades desfavoráveis.

Busca-se aumentar a autonomia e autoconfiança dos discentes, assim como promover habilidades de enfrentamento de problemas e tomada de decisões, a partir do
planejamento adequado e sistematizado de forma eficiente e efetiva. Além disso, será estimulada a comunicação interpessoal, tão necessária para o bom desempenho
profissional, tanto na interação entre profissionais de saúde quanto com o público em geral.
No exercício de um trabalho socialmente responsável, exercendo a cidadania e liderança, o aluno adquirirá posturas morais, éticas e de humanização, características
fundamentais de um profissional de saúde que trabalha com e para a pessoas.

Por fim, essa proposta busca transpor a visão de extensão como atividade assistencialista e verticalizada da universidade para a comunidade, para um trabalho
colaborativo e de protagonismo compartilhado entre universidade e comunida
i) Impacto na Formação Discente
O presente projeto de extensão atrelado à pesquisa pretende promover a formação de profissionais generalistas preparados técnica e cientificamente, capazes de analisar e
entender a importância do conhecimento epidemiológico aplicado; de integrar as informações em saúde na sua atuação profissional para poder enfrentar as situações
problemáticas que acometem a sociedade, de forma interdisciplinar e multidisciplinar.

A presente proposta inclui a atuação dos discentes em diversas áreas do conhecimento na área de saúde, como resultado a aquisição por parte dos discentes de habilidades
para trabalhar em equipe, promovendo o trabalho integrado e responsabilidades compartilhadas baseado em relações sociais horizontais que implicam no ouvir,
considerar o pensar e respeitar as opiniões do outro; adquirindo novos conhecimentos e dinâmicas de atuação entre profissionais de áreas diferentes, compartilhando a
definição das ações como parte do planejamento estratégico, a divisão de tarefas, a cooperação e a colaboração mutua características que impactarão na forma de
abordagem do sujeito, promovendo a integralidade da atenção (CASTILHO et al., 2014).

A interação com a sociedade e com os serviços de saúde impactará na formação do discente quem adquirirá capacidades para lidar com a complexidade humana e suas
instituições de saúde.

A extensão é fundamental para uma formação profissional mais contextualizada e, principalmente, humanizada, por conseguinte, direcionada às reais necessidades da
população brasileira (GONÇALVES, 2015), pois ao aumentar as oportunidades do trabalho na comunidade, facilita-se o entendimento do trabalho com “pessoas” ao
invés de “pacientes” mudando o foco do serviço em saúde para uma ação mais humanista e integrada, através do conhecimento e reconhecimento do ser humano, da
problemática real e do sistema social no qual os problemas ocorrem, aumentando assim nos discentes a autonomia, confiança, familiaridade, sensibilidade social, cultural
e consciência política; que são aspectos essenciais para intervenções bem sucedidas em saúde por parte do profissional (PEREIRA et al., 2011). Possibilita-se assim a
formação de um profissional engajado social e politicamente, com forte reconhecimento do investimento de toda a coletividade e comprometido com a saúde das
pessoas e das comunidades (FADEL et al., 2013), capaz de se emocionar e reagir às injustiças sociais, com responsabilidade cidadã e compromisso social, que analise,
critique, sintetize e proponha soluções inovadoras para problemas persistentes na sociedade (CASTILHO, et al., 2014).

O projeto proporciona aos discentes a oportunidade de sair da sua rotina em sala de aula, passando a praticar o que foi proposto nesta, aproximando- os às pessoas, aos
serviços e ao reconhecimento da realidade social, econômica, cultural, demográfica, epidemiológica, urbana e/ou rural da região, promovendo a formação de indivíduos
mais seguros e melhor preparados para enfrentar situações “problema” durante a sua vida profissional (PEREIRA, et al., 2011). Como parte dos resultados do projeto,
pretende-se influenciar no “pensar” e no “fazer” durante a formação discente, pois se encontra atrelado à práxis na sociedade e a reflexão teórica na comunidade
acadêmica, estabelecendo a troca de saberes acadêmicos e popular e a sua valorização (BIONDI; ALVES, 2011). A troca entre os saberes científicos e os populares
permite o entendimento do outro como sujeito que possui uma representação da realidade, pois a experiência tem um importante valor do conhecimento que facilita a
intervenção (NASCIMENTO; OLIVEIRA, 2010). Integram-se assim o conhecimento popular e científico às necessidades da população, determinando um olhar
mais ampliado do acadêmico frente ao entendimento do processo saúde-doença e as formas de intervenção.

O contato dos estudantes com os serviços de saúde, especialmente àqueles cuja função é gerar dados e informações estratégicas oportunizam ao acadêmico pensar a
definição de prioridades em saúde, assim como objetivos e estratégias que possam reconfigurar serviços de saúde e transformar a prática profissional visando melhor
qualidade de vida da população. Assim, a construção de novos conhecimentos sobre o processo saúde-doença como parte do processo de vivencia da extensão em
conjunção à pesquisa, será provavelmente mais ampla do que aquele produzido dentro das quatro paredes das instituições, pois é proveniente da observação no campo
que são fornecidos feedbacks de informações que providenciam maior pluralidade e flexibilidade à pesquisa e ao ensino (PEREIRA, et al., 2011). A indissociabilidade do
ensino-pesquisa associado à intervenção na comunidade será refletida no graduando através da constante geração de perguntas traduzidas no desenvolvimento de projetos
de pesquisa com o objetivo de desvendar problemáticas e transformá-las em soluções para os problemas observados(CASTILHO, et al., 2014) e assim contribuir com a
comunidade, ciência e ensino.
j) Integração entre Extensão e Pesquisa
A Constituição Brasileira de 1988, consagra o sistema tríplice como modelo formativo para o ensino superior, ao assegurar que: “as universidades [...] obedecerão ao
princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. Em teoria, o ensino é percebido como a reprodução do saber, a pesquisa como a ciência em movimento
e a extensão universitária a concretização dos saberes gerados pelo ensino e/ou pesquisa. Na prática, os espaços extensionistas socializam com a comunidade o resultado
de um fato (pesquisa) ou de um aprendizado (ensino) (GONÇALVES, 2015). Entretanto, apesar da esperada cooperação entre ensino, pesquisa e extensão, a
produção(pesquisa) e a transmissão do saber(ensino) ficaram aliadas, tornando-se inclusive critérios de avaliação da qualidade acadêmica, minimizando a extensão
universitária como parte do tríplice que não recebeu a mesma atenção, nem sofreu as transformações necessárias em ritmo e intensidade pertinentes para
acompanhar a evolução do ensino superior (MOITA; ANDRADE, 2009).

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A importante produção gerada pela extensão é geralmente pouco valorizada no plano acadêmico, onde prevalecem os critérios e o “qualis” dos periódicos indexados. A
extensão se discerne indissociada pelo viés “via de mão única”, onde tudo é focado aos ensejos paternalistas da Universidade, que vai à sociedade levar algo de sua
especialidade (GONÇALVES, 2015), promovendo-se assim formas de trabalho onde os indivíduos são percebidos como receptores e as ações são idealizadas ao molde
de assistencialismo, palestras, eventos ou prestação de serviço. Esta sistemática extensionista é instrumentalizada pela perspectiva biologicista do trabalho em saúde,
descaracterizada do olhar social. A extensão universitária se torna antidialógica e manipuladora quando associada ao desconhecimento da população assistida, situação
que instrumentaliza e perpetua a não interface do cenário extensionista com as modalidades de ensino e pesquisa (FREIRE , 2006).

Dessa forma, o consubstanciamento da indissociabilidade da tríade formativa (ensino, pesquisa e extensão) se torna fundamental, pois favorece a aproximação entre
universidade e sociedade, a autorreflexão crítica, a emancipação teórica e prática dos estudantes e o significado social do trabalho acadêmico. A concretização deste
princípio supõe a realização de projetos de trabalho, como o presente, que levem em conta o interesse da maioria da sociedade e viabilizem a relação transformadora entre
a universidade e a sociedade (ANDES, 2003). Nessa lógica, o EPI-Obs: Observatório de Epidemiologia aplicada aos serviços do SUS associa a extensão e a pesquisa (e o
ensino, deles indissociável), vislumbrando concretizar o conceito, levando informações para a comunidade (ensino), trazendo para o cenário universitário e para os
serviços de vigilâncias epidemiológica (atenção primária, secundária e terciária à saúde) dados e informações qualificados, coletados, analisados e interpretados
cientificamente (pesquisa) que retratem experiências e processos de saúde-doença da população local associadas e contextualizadas na integralidade da vida humana
(ARRUDA et al., 2012).

As ações do presente projeto estimulam a prática concomitante dos componentes da tríade formativa, pois sabe-se que a prática destes estimulam a produção dos mesmos.
A conjunção entre a realidade prática e o conhecimento científico promove a reflexão teórica, a aplicabilidade do conhecimento no contexto comunitário e a constante
intervenção científica, tornando-se um espaço de geração de conhecimento aplicado, pois o conhecimento científico-técnico se esvazia quando não integrado e aplicável à
realidade (PEREIRA, et al., 2011). O EPI-Obs: Observatório de Epidemiologia aplicada aos serviços do SUS integrará a pesquisa e a extensão, permitindo o
entendimento da problemática em saúde mediante o uso do método epidemiológico cientifico associado à inserção acadêmica nos diversos cenários epidemiológicos e
social da comunidade valadarense através das ações extensionistas como os seminários de reflexão e discussão acerca das realidades epidemiológicas de doenças e
agravos no município de GV, assim como ações de prevenção, controle e promoção da saúde. Tais ações serão produtos da aplicabilidade do conhecimento cientifico à
realidade social, promovendo a construção de estratégias de intervenção, a melhoria da capacidade de decisão e a transformação da sociedade, que transcendem à
mera divulgação do conhecimento científico produzido pela universidade (MOITA; ANDRADE, 2009).
k) Relação com a Sociedade e Impacto Social
As atividades de Extensão, como a presente proposta, tradicionalmente promovem impacto e transformação social, por ser instrumento que estabelece a inter-relação da
Instituição de Ensino com diversos setores da sociedade, com vistas a uma atuação transformadora voltada para os interesses e necessidades da maioria da população,
propiciadora do desenvolvimento social e regional e de aprimoramento das políticas públicas. Assim, a nossa proposta apresenta relação direta com a sociedade e visa
impactá-la positivamente, como consequência das atividades que serão realizadas que incluem a análise da realidade de saúde da população, dando ênfase aos agravos
de saúde de maior interesse da região e a divulgação dos mesmos, objetivando a formulação de políticas públicas de saúde que promovam a melhoria da saúde da
população, buscando responder às necessidades da sociedade. As atividades de extensão pretendem fortalecer a relação universidade-sociedade "ao proporcionar diálogo
entre as partes e a possibilidade de desenvolver ações sócio-educativas que priorizam a superação das condições de desigualdade e exclusão ainda existentes. [. ] na
medida em que
socializa e disponibiliza seu conhecimento, tem a oportunidade de exercer e efetivar o compromisso com a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos" (Silva , 2011).
Através das atividades da nossa proposta de extensão, facilitam-se também interações mais dinâmicas e verdadeiras entre seus atores: o acadêmico e a comunidade, na
nossa proposta inclui serviço de saúde e a população, esperando-se influenciar a realidade da co¬munidade, através da troca de conhecimento, recebendo a sociedade
conhecimentos e informações da academia, e vice-versa, tornando-se um relacionamento mais ativo, de maior envolvimento e comprometimento. Nessa interação,
constroem-se relações de respeito, aprimoram-se os conhecimentos dos atores, gerando autonomia nos participantes que inspira a buscar da legitimidade enquanto
sujeitos de identidade e conhecimentos (Freire, 2009). Essas características impactam a sociedade promovendo a transformação social.

O projeto promove também a participação social através do intercambio de conhecimentos proporcionando e recebendo informações sobre o processo saúde-doença. O
conhecimento e a informação, gerados mediante as ações da extensão e das pesquisas, fortalecem a autonomia, o empoderamento do indivíduo no controle do processo
saúde-doença, a independência da condução de seus hábitos, conhecimento do seu corpo, manutenção da saúde e acesso ao serviço de saúde quando julgar necessário
com vistas ao alcance do bem estar e a melhoria da qualidade de vida (FADEL, et al., 2013).

O nosso projeto extensionista, colaborará também com a formação cidadã de futuros profissionais, os quais conseguirão se situar historicamente na sociedade e como
parte dela, identificando se culturalmente com a comunidade, referenciando sua formação técnica aos problemas que um dia terá de enfrentar, fortalecendo a
responsabilidade social, o desenvolvimento da criatividade e a liderança jovem nos acadêmicos participantes.

Finalmente, a presente extensão pretende contribuir com a disseminação e consolidação da ação comunitária da academia mediante a interação direta com os serviços de
saúde e a sociedade, representando estratégia notável para a racionalização de recursos e a resolução de objetivos, direcionados a fortalecer o Sistema Único de
Saúde(SUS) . As ações propostas no nosso projeto que promovem a interação entre a academia e os serviços públicos de saúde repercutirão na formação de recursos
humanos na perspectiva do SUS. A integração entre Universidade-Comunidade é essencial, no sentido de melhor adequar os recursos humanos à realidade Brasileira,
guardando um modelo de coerência com a extensão de atividades, bem como a resolução de problemas, mediante analise e realização de levantamentos epidemiológicos
ou intervenções, colaborando dessa forma com a consolidação de políticas públicas (PEREIRA, et al., 2011).
l) Indicadores de Acompanhamento e Avaliação
As ações a serem realizadas incluem atividades em âmbitos de atuação intra e extramuros.

Sobre a forma de acompanhamento e avaliação acadêmica, os discentes usarão fichas e planilhas de coleta de dados que serão providenciadas pelos responsáveis do
projeto de extensão. As planilhas atualizadas serão enviadas para os professores responsáveis do projeto semanalmente. Adicionalmente os acadêmicos contarão com um
caderno de campo para anotações diárias e realizarão um portfólio que será monitorado uma vez por mês. No fim do projeto, eles apresentarão um relatório final das
atividades realizadas.

Alguns dos indicadores de saúde gerais e operacionais que serão usados durante a execução do projeto encontram-se nas Listas 1 e 2. Os indicadores a serem avaliados
incluirão doenças e/ou agravos de relevância para o município de Governador Valadares e região, que incluirão frequências, proporções, incidências/prevalências, razão
de prevalência, risco relativo e mortalidade. Os resultados serão divulgados através de eventos científicos, boletins epidemiológicos e publicações em periódicos locais, e
eventos de apresentação e discussão dos resultados.

Lista 1 - Indicadores de saúde que serão usados como parâmetro de mensuração das atividades.

1. Taxa de prevalência de doenças crônicas (de maior interesse) por ano/ao longo do tempo = (Número de casos de doença crônica localidade / Número total da
população do localidade) x 100.000 habitantes;

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2. Taxa de incidência de doenças transmissíveis (de maior interesse) por ano/ao longo do tempo = (Número de casos de doença transmissível localidade
/ Número total da população localidade) x 100.000 habitantes;
3. Mortalidade específica por doenças transmissíveis (de maior interesse) = (Número de óbitos por doenças transmissíveis localidade / Número total da população da
área localidade) x 100.000 habitantes;
4. Mortalidade específica por doenças crônicas (de maior interesse) = (Número de óbitos por doenças crônicas do localidade / Número total da população do localidade) x
100.000 habitantes.

Lista 2 - Indicadores operacionais que serão usados como parâmetro de mensuração das atividades.

1. Cobertura dos discentes participantes dos eventos/oficinas (%) = (Número de discentes participantes / Número de discentes esperados) x 100;
2. Proporção de dados (registros) analisados = (Número de dados coletados/Número total de dados) x 100;
3. Proporção de boletins epidemiológicos por semestre = (Número de boletins publicados / Número total de boletins programados) x 100;
4. Proporção de eventos de divulgação por semestre = (Número de eventos de divulgação realizados / Número eventos programados) x 100;
5. Proporção de artigos publicados-submetidos para publicação = (Número de artigos publicados-submetidos / Número total de artigos programados) x 100;
6. Proporção de participação em eventos científicos para divulgação de resultados = (Número de participação em eventos científicos / Número eventos científicos
programados) x 100.
m) Cronograma de Atividades
1º Mês:
• Seleção dos acadêmicos extensionistas
• Realização das oficinas de capacitação para análises de dados epidemiológicos
• Reunião com os tutores e Visitas técnicas do local de atuação
• Encontro entre os orientadores do projeto e representantes da SMS para discussão e definição dos temas a serem abordados no 1º semestre letivo

2º ao 4º Mês:
• Interação entre os discentes bolsistas e voluntários e os profissionais de saúde da vigilância epidemiológica municipal
• Revisão crítica da literatura para contextualização da situação epidemiológica das doenças e agravos
• Disponibilização dos bancos de dados dos SIS pela SMS
• Análise descritiva dos dados dos SIS e elaboração de indicadores de saúde
• Construção dos Informes Epidemiológicos
• Realização do 1º Seminário para apresentação dos resultados das análises dos dados - Evento conjunto entre a UFJF-GV e a SMS

5º Mês
• Encontro entre os orientadores do projeto e representantes da SMS para discussão e definição dos temas a serem abordados no 2º semestre letivo

6º ao 9º Mês
• Interação entre os discentes bolsistas e voluntários e os profissionais de saúde da vigilância epidemiológica municipal
• Revisão crítica da literatura para contextualização da situação epidemiológica das doenças e agravos referentes aos temas do 2º semestre letivo
• Disponibilização dos bancos de dados dos SIS pela SMS
• Análise descritiva dos dados dos SIS e elaboração de indicadores de saúde
• Construção dos Informes Epidemiológicos
• Realização do 2º Seminário para apresentação dos resultados das análises dos dados – Evento conjunto entre a UFJF-GV e a SMS
• Apresentação dos resultados em eventos científicos

10º e 11º Mês


• Construção e divulgação do Caderno de Situação de Saúde de Governador Valadares – 2018
• Divulgação dos resultados em outras mídias

12º Mês
• Finalização das atividades – Redação de artigos científicos
• Elaboração do relatório à PROEX.
n) Estimativa do número de pessoas a serem atendidas: 200000
o) Quantidade de bolsas pretendidas: 2
p) Quantidade de bolsas alocadas (a ser preenchida pela PROEX): Assinatura PROEX
q) Quantidade de voluntários pretendidos: 4
r) Quantidade de voluntários alocados (a ser preenchida pela PROEX): Assinatura PROEX

s) Planos Individuais de Trabalho: Em caso de solicitação de vagas para bolsistas e/ou voluntários, o(s) plano(s) individual(is) de
trabalho de bolsistas e/ou voluntários encontram-se em anexo a este formulário.
t) Bibliografia
• BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Medicina. Resolução CNE/CES No 3; 2014.
• ALMEIDA LE, PEREIRA MN, BARA EF. Projeto de Extensão Sabiá: a introdução de uma prática integralizadora no ensino odontológico. In: Pró-Saúde: Ensino,
Pesquisa e Extensão – Almeida, L.E. et al. Juiz de Fora: Editar Juiz de Fora, 2009.
• ARRUDA, A. E.(Org) et al. Integração ensino e serviço na formação em saúde: a experiência do Pró-Saúde II-PUC-SP e Supervisão Técnica de Saúde da Fó-
Brasilândia/ SMSS Revista Brasileira de Educação Médica, v.36, n.1, p.102-110, 2012.
• BARBOSA VC. Extensão universitária: proposição e validação de um Instrumento de avaliação da percepção dos discentes. Dissertação (mestrado) – Universidade
FUMEC. Faculdade de Ciências Empresariais, 2012.
• BIONDI, D.; ALVES, G. C. A Extensão Universitária na formação de estudantes do curso de Engenharia Florestal – UFPR Rev. eletrônica Mestr. Educ. Ambient.,
v.26, 2011.
• BRASIL. 8ª Conferência Nacional de Saúde. Relatório Final. 17 a 21 de Março. Ministério da Saúde. 1986. Disponível em:
http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/relatorios/relatorio_8.pdf . Acesso em 16/09/2014.
• BRASIL. Curso Básico em Vigilância Epidemiológica (CBVE). Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. 2005. Página 34.
• BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Odontologia. Resolução CNE/CES No 3; 2002. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES032002.pdf. Acessado em 22 de jan. 2018.
• BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de vigilância epidemiológica. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

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• BRASIL. Presidência da República. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: 1988.
• BRASIL. Rede Nacional de Extensão Universitária. Plano Nacional de Extensão Universitária. Brasília, 2001.
• CASTILHO, L. S. d.(Org) et al. A formação do estudante de odontologia e a educação em saúde para a população: a experiência de um projeto de extensão
universitária Interfaces – Rev. de Extensão, v.2, n.2, p.120-130, 2014.
• ECKERDT, N.S.; PREVÉ, A.D.; SABINO, M.M.F.L.Atribuições da Vigilância Epidemiológica. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2013.
Disponível em: http://gsp.cursoscad.ufsc.br/wp/wp-content/uploads/2013/03/Artigo-09.pdf. Acesso em: 24 jan 2018.
• FADEL, C. B.(Org) et al. O impacto da extensão universitária sobre a formação acadêmica em Odontologia Interface - Comunicação, Saúde, Educação,
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• FREIRE, P. Educação como Prática da Liberdade. 30ª Edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2007.
• FREIRE P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à pratica educativa. 34ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 2006a.
• GONÇALVES, N. G. Indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão: um princípio necessário Perspectiva, v.33, n.3, p.1229-1256, 2015.
• GUSMÃO, J. D. ; SILVA FILHO, W.M. Epidemiologia aplicada à Saúde Pública. Montes Claros: Instituto Federal do Norte de Minas Gerais, 2015.
• LAURELL AC. A saúde-doença como processo social. Rev. Mex. Cienc. Pol. Soc. 1976.
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• NASCIMENTO, D. D. G. d.; OLIVEIRA, M. A. d. C. Competências profissionais e o processo de formação na residência multiprofissional em Saúde da Família
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• SILVA JUNIOR, J.B.; RAMALHO, W.M. Cenário epidemiológico do Brasil em 2033: uma prospecção sobre as próximas duas décadas. Rio de Janeiro: Fundação
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• WHO (World Health Organization). Constitution of the World Health Organization. Basic Documents. WHO. Genebra. 1946. Disponível em: http://www.
who.int/governance/eb/who_constitution_en.pdf . Acesso em 16/09/2014.
5 - Planilha de Custos: Atividade de extensão sem recursos externos/inscrições pagas.

ASSINATURA DO COORDENADOR

Em:
/ /
Coordenador(a)

ASSINATURA DA CHEFIA IMEDIATA

Em:
/ /
Chefia Imediata

ASSINATURA DO DIRETOR DA UNIDADE ACADÊMICA/SETOR

Em:
/ /
Diretor(a) de unidade/setor

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