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Vigilância Epidemiológica
Caro(a) cursista, já percorremos um longo caminho! Vimos como está constituído o Sistema
Nacional de Vigilância Epidemiológica, conhecemos a portaria de Notificação Compulsória,
aprendemos como podemos notificar casos de sífilis, utilizar os principais sistemas de infor-
mação como fonte de busca ativa, e como o boletim epidemiológico pode servir de fonte de
informação. Também vimos que a integração entre a VE e a APS é fundamental para a iden-
tificação dos elementos que determinam o processo saúde-doença, assim como o efetivo
controle e a prevenção da sífilis.
Quando isso não ocorre, o princípio da integralidade da atenção no nível local não é estabe-
lecido com plenitude. A integração dessas duas áreas de atuação é um dos maiores desafios
do SUS no Brasil, principalmente no âmbito da atenção primária. Ressaltamos que várias
estratégias e normativas foram criadas no intuito de promover essa integração, assim como
esforços institucionais foram estabelecidos a fim de viabilizar recursos financeiros e estru-
turação técnico-administrativa.
No que concerne à esfera local, é importante evidenciar que a Estratégia Saúde da Família
(ESF) visa à coordenação do cuidado, conforme os preceitos do SUS e os atributos da APS,
e é tida, pelo Ministério da Saúde e pelos gestores estaduais e municipais, como estratégia
de expansão e qualificação da atenção à saúde. Por meio da ESF, é possível reorientar o
processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os atributos da APS, ampliando a
resolubilidade (qualidade, eficácia, eficiência e segurança das ações), e impactando na situ-
ação de saúde das pessoas, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.
Após todo esse percurso, você saberia dizer quais práticas articuladas entre a VE e outras
áreas estratégicas do SUS, como a APS e as Redes de Atenção, podem ser utilizadas para
superar a fragmentação nas atividades realizadas de forma a constituir uma resposta inte-
grada e colaborativa à epidemia de sífilis? Lembre-se de que precisamos garantir e forta-
lecer as ações de saúde sexual e saúde reprodutiva, especialmente no âmbito da atenção
primária, respeitando a autonomia e o direito de exercer a sexualidade e a reprodução livre
de discriminação, imposição e violência.
No tocante às IST, em que a sífilis está inserida, a equipe da APS deve estar atenta para iden-
tificar e priorizar o atendimento a todos os usuários de seu território de abrangência, bus-
cando identificar possíveis coinfecções, a fim de evitar o adoecimento e a disseminação da
sífilis no território. É importante destacar a necessidade do rastreamento, da escuta qualifi-
cada, da investigação dos contatos de pessoas com sífilis, como também de monitoramento
dos casos, de maneira a identificar aqueles usuários faltosos e, assim, garantir a eficácia e a
efetividade do tratamento.
Nessa ocasião, várias ideias surgiram, e a equipe iniciou o trabalho de diagnóstico situacional
no mesmo dia! Após duas semanas, a equipe se reuniu novamente e apresentou algumas
prerrogativas importantes para uma resposta rápida à sífilis no seu território, observando
as especificidades logísticas, territoriais e epidemiológicas.
Durante a reunião, a equipe descreveu como foi realizado o diagnóstico do território, a clas-
sificação de riscos, as vulnerabilidades e prioridades, e quais seriam as propostas do plano
de enfrentamento. Vamos ver os principais pontos dessa reunião? Confira no infográfico
interativo “SIGA O LUES: REUNIÃO: PLANO DE ENFRENTAMENTO- USF NOVO MUNDO”.
Então, cursista, você observou como o processo de trabalho da equipe da USF Novo Mundo
foi bem estruturado, de maneira a atender as demandas solicitadas para o enfrentamento
da epidemia de sífilis no território? Na sua realidade, seja em qualquer nível de atenção, já
existe alguma iniciativa direcionada ao combate à sífilis? Você já teve acesso ao Protoco-
lo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para Atenção Integral às Pessoas com Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST)? Sua equipe tem um plano estruturado de educação per-
manente? Você tem acesso a material educativo de qualidade?
Na Plataforma AVASUS, existe uma trilha formativa com foco
na sífilis. Acesse esse link e veja a quantidade de material edu-
cativo que você poderá utilizar para se capacitar, assim como
compartilhar esse conhecimento adquirido para a sua equipe
e os usuários de sua unidade!
https://avasus.ufrn.br/local/avasplugin/cursos/sifilis.php
Para que isso aconteça, é preciso construir estratégias de integração relacionadas com a
organização territorial e com o processo de trabalho das equipes que desenvolvem suas
atividades na APS, de maneira a promover uma prática colaborativa entre a VE e a APS cen-
trada no cuidado ao indivíduo e sua família, levando em conta o ambiente em que eles estão
inseridos, considerando seus aspectos socioeconômicos, históricos, culturais, entre outros.
Como já vimos, precisamos enxergar o território como um espaço vivo e dinâmico, como
podemos ver na figura 3 a seguir.
Relações de poder
Aspectos econômicos
Aspectos políticos
administrativos
Aspectos Demográficos,
sócioculturais epidemiológicos
e tecnológicos
Território
• Contribuir para que a pessoa se reconheça e minimize o risco de infecção por uma
IST.
• Oferecer testagem (especialmente teste rápido) para HIV, sífilis e hepatites virais B e C.
• Oferecer vacinação para hepatite A e hepatite B; e para HPV, quando indicado. Consul-
tar calendário de vacinação do PNI do Ministério da Saúde.
• Realizar testagem para sífilis em mulheres em idade fértil e sua(s) parceria(s) sexual(is).
• Contribuir para que a pessoa se reconheça e minimize o risco de infecção por uma IST.
• Realizar o manejo adequado de crianças expostas à sífilis ou com sífilis congênita, con-
forme protocolado.
É importante lembrar que essas estratégias podem ser acrescidas de outras que as equipes
acharem necessárias, de acordo com a realidade de cada território, de maneira que se ade-
quem aos princípios da universalidade, equidade e integralidade da atenção à saúde, lem-
brando que quanto mais capacitada e eficiente for a instância local, mais oportunamente
poderão ser executadas as medidas de prevenção e controle. Queremos convidar você para
assistir a um bate papo, no nosso painel de especialistas, falando sobre a Integração de
Fazeres da Vigilância e da Atenção Primária em Saúde. Com certeza, você vai gostar des-
se vídeo e poderá compartilhar com a sua equipe as informações valiosas que ele apresenta!
https://www.instagram.com/sifilisnao/
https://twitter.com/sifilisnao
https://www.facebook.com/sifilisnao/
https://www.youtube.com/channel/
UCsbgdKRh4w4fLRaaqY8335Q
Nesta unidade, foi possível ver que o controle da sífilis é difícil, porém,
não impossível. Percebe-se claramente que as ações integradas e
colaborativas entre a APS e VE são fundamentais para uma resposta
rápida à sífilis nas redes de atenção. Os profissionais de saúde que
desempenham as suas atividades na APS têm um papel muito importante
nesse enfrentamento à sífilis, tendo em vista o contato direto com os
usuários, assim como a capacidade para diagnosticar, notificar, tratar
e acompanhar todos os casos suspeitos e confirmados. Como vimos,
os profissionais de saúde da APS precisam desenvolver o raciocínio
epidemiológico e a compreensão dos problemas de saúde prioritários da
população no território para que possam planejar, executar e monitorar
as ações de prevenção e controle da sífilis em seu território.