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VULVOVAGINITES E CERVICITES
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importância/prevalência
u Corrimento é uma queixa comum no dia a dia da Ginecologia e também um dos temas mais presentes
nas provas.
u Antes de tudo, saber como é a flora vaginal normal.
u Se a questão envolver corrimento, em mais de 95% das vezes falará sobre um desses três: vaginose bac-
teriana, candidíase e tricomoníase.
u Atente-se a quatro tópicos: sintomas, características do corrimento, pH vaginal e microscopia.
u Antes da prova, dê uma olhada na tabela comparativa!
u Importante saber também as formas menos comuns de corrimentos.
u Sobre cervicites, não confundir com vulvovaginites, pois ambas têm tratamentos específicos.
VULVOVAGINITES
As vulvovaginites são causas comuns de corrimento Antes de mais nada, você precisa aprender o que
vaginal patológico e se caracterizam por afecções encontramos na vaginal normal.
do epitélio estratificado da vulva e vagina – impor-
tante não fazer confusão com as cervicites, que
acometem o colo do útero (mais especificamente BASES DA MEDICINA
o epitélio glandular dele).
O conteúdo é formado por transudato vaginal, muco cer-
vical, células vaginais e do colo do útero descamadas e
BASES DA MEDICINA secreção das glândulas de Bartholin e Skene. Além disso,
temos leucócitos e microrganismos da flora vaginal.
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BASES DA MEDICINA
120
121
VAGINOSE BACTERIANA
Por definição, a vaginose bacteriana (VB) é carac- A diminuição dos lactobacilos e o aumento de
terizada por três alterações do ambiente vaginal: anaeróbios justificam o aumento do pH (> 4,5). Além
u Mudança da flora vaginal, com a diminuição dos disso, os anaeróbios produzem as aminas voláteis,
lactobacilos e crescimento das bactérias anaeró- que contribuem com o aumento do pH vaginal e
bias (ex.: Gardnerella vaginalis, Mobiluncus sp., também com o odor vaginal característico da VB.
Peptostreptococcus sp., Mycoplasma hominis, Essas aminas aumentam a transudação vaginal
Ureaplasma urealyticum). e a esfoliação de células escamosas epiteliais.
O aumento do pH também facilita a aderência da
u Produção de aminas voláteis pela nova flora
Gardnerella vaginalis nas células epiteliais esfoliadas
vaginal.
(isso vai ser importante quando falarmos sobre as
u Aumento do pH vaginal (pH > 4,5). clue cells).
3. FATORES DE RISCO
Alguns estudos de prevalência nos Estados Uni-
dos mostram que podem afetar de 30% a 50% das
mulheres na menacme (sintomáticas ou não). 3.1. ATIVIDADE SEXUAL
BASES DA MEDICINA
Uma revisão sistemática e uma meta-análise mos-
traram que ter múltiplos parceiros sexuais (mascu-
lino ou feminino) aumenta o risco de VB, e o uso de
Na VB, há diminuição de lactobacilos, levando à diminui-
ção de peróxido de hidrogênio. Sem esses mecanismos condom (camisinha) diminui esse risco.
de defesa, ocorre aumento de bactérias gram-negativas
anaeróbias. Dessas, a mais importante é a Gardnerella
vaginalis. Alguns autores chamam esse processo de
disbiose, refletindo o desequilíbrio da flora vaginal.
122
3.2. IST
6. D IAGNÓSTICO
A presença de IST parece ser um fator de risco para
a VB. Entre elas, os estudos mostraram correlação Vamos falar sobre:
com infecção por herpes e HIV. Aliás, alguns estu-
dos mostraram que a própria VB pode ser um fator Critérios de Amsel, coloração de GRAM e citologia.
de risco para a infecção pelo HIV e também para a
ocorrência de Doença Inflamatória Pélvica. 6.1. CRITÉRIOS DE AMSEL
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› pH >4,5;
Em teoria, seria o padrão-ouro. Costuma ser mais
› Presença de clue cells no exame deutilizado
lâmina aem estudos, pois demanda mais tempo,
fresco;
recursos e experiência que os critérios de Amsel.
› Teste de Whiff positivo (odor fétido das aminas com adição de hidróxido de
potássio a 10%). São utilizados os critérios de Nugent, que avaliam a
presença de lactobacilos, Gardnerella, bacteroides
O padrão-ouro é a coloração por Gram do e gram-negativos curvos. Uma opontuação
fluido vaginal. Quantifica-se número entre 7
e 10 caracteriza
de bactérias e lactobacilos patogênicos, resultando a VB. que determina se
em um escore
há infecção. O mais comumente utilizado é o sistema de Nugent (NUGENT et al., 1991),
conforme o Quadro 30. O critério que caracteriza a VB, somada a pontuação de todos os
agentes, é um escore de 7 ou mais; um escore de 4 a 6 é intermediário e de 0 a 3 é normal.
Fonte: Autor.
Quadro 30 – Sistema de Nugent para diagnóstico de vaginose bacteriana
GARDNERELLA, BACILOS
ESCORE LACTOBACILOS QUANTIFICAÇÃO
BACTEROIDES, ETC. CURVOS
0
0 4+ 0 0
Ausência de bactérias
1+
1 3+ 1+ 1+ ou 2+
<1 bactéria/campo
2+
2 2+ 2+ 3+ ou 4+
1 a 5 bactérias/campo
3+
3 1+ 3+ 6 a 30 bactérias/
campo
4+
4 0 4+
>30 bactérias/campo
6.3. CITOLOGIA
DIA A DIA MÉDICO
Não há indicação de rastreamento de vaginose bacteriana em mulheres
O esfregaço de Papanicolaou
assintomáticas. não é confiável
O tratamento para
é recomendadoNo para
laudomulheres sintomáticas
da Colpocitologia Oncóticae (Papanicolaou),
para
o diagnóstico da VB. Na quando
assintomáticas presençagrávidas,
de clue cells,
especialmente aquelas com histórico de parto
pode aparecer a seguinte descrição: presença de baci-
outros critérios devem
pré-termo e ser
queinvestigados.
apresentem comorbidadeslosou supracitoplasmáticos,
potencial risco desugestivos de Gardnerella ou
complicações
Mobiliuncus.
(previamente à inserção de DIU, cirurgias ginecológicas e exames invasivos no trato
6.4. CULTURA
BASES DA MEDICINA
Não tem papel no diagnóstico da VB devido às
complexas mudanças da flora vaginal. O Metronidazol tem atividade contra bactérias anaeróbias
e também atividade antiprotozoária, sendo utilizado no
tratamento da vaginose bacteriana e da tricomoníase.
7. D IAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Pelo Ministério da Saúde:
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OU
Recorrentes
Metronidazol gel vaginal 100mg/g, um aplicador cheio, via vaginal, 1x/
dia, por 10 dias, seguido de tratamento supressivo com óvulo de ácido
bórico intravaginal de 600mg ao dia por 21 dias e metronidazol gel vaginal 127
100mg/g, 2x/semana, por 4-6 meses
• O tratamento das parcerias sexuais não está recomendado.
• ParaAnexo OCDT_IST_final
as puérperas, (0014125075)
recomenda-se o mesmo tratamentoSEI 25000.041466/2020-48 / pg. 129
das gestantes.
Fonte: DCCI/SVS/MS. Fonte: Brasil.2
Particularidades: tricomoníase
Ano_1_Ginecologia.indb 126 03/11/2021 21:19:51
Vulvovaginites e cervicites Cap. 4
CANDIDÍASE
1. D EFINIÇÃO 3. FISIOPATOLOGIA
É a infecção da vulva e vagina, causada pela Can- A principal espécie é a Candida albicans (chega a
dida, fungo comensal que habita a mucosa vaginal 90% dos casos).
e digestiva que cresce quando o meio se torna
Outras espécies encontradas: C. tropicalis, C. gla-
favorável ao seu desenvolvimento.
brata, C. krusei, C. parapsilosis.
Não está associada à diminuição dos lactobaci-
los; portanto, o pH continua baixo. A Candida tem
BASES DA MEDICINA
capacidade de se proliferar em ambientes ácidos.
127
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
128
2ª opção:
BASES DA MEDICINA u Fluconazol 150 mg, VO, dose única
Ou
O pH na candidíase é menor que 4,5.
u Itraconazol 100 mg, 2 comprimidos, VO, duas
vezes ao dia, por um dia.
Cultura: indicada para casos recorrentes, em que
se pesquisam espécies não Albicans. Gestantes:
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CANDIDÍASE
TRATAMENTO
VULVOGINAL
Miconazol creme a 2% ou outros derivados imidazólicos, via vaginal, um
aplicador cheio, à noite ao deitar-se, por 7 dias
Primeira opção OU
Nistatina 100.000 UI, uma aplicação, via vaginal, à noite ao deitar-se, por 14
dias
Fluconazol 150mg, VO, dose única
Segunda opção OU
OU
OU
OU
OU
130 127
TRICOMONÍASE
4. FISIOPATOLOGIA
2. E PIDEMIOLOGIA
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A porcentagem de assintomáticas é alta e chega A transudação inflamatória das paredes vaginais eleva o
pH vaginal e, nesse meio alcalino, pode surgir variada flora
a 50%.
bacteriana patogênica, inclusive anaeróbica; por conse-
Nas sintomáticas: guinte, se estabelece a vaginose bacteriana associada,
que libera as aminas com odor fétido, além de provocar
u Corrimento abundante, amarelado ou amarelo-
bolhas no corrimento vaginal purulento.
-esverdeado, bolhoso. Com odor fétido.
u Prurido e/ou irritação vulvar.
Figura 9. Tricomoníase: colo em morango.
u Dor pélvica (ocasionalmente).
u Sintomas urinários (disúria, polaciúria).
u Dispareunia.
u Sinusorragia.
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Amarelo-esverdeado
Corrimento
Odor fétido
Disúria
Abundante
Dispareunia
Prurido vulvar
Dor
Clínica
TRICOMONÍASE
Exame ginecológico
Hemorragias subepiteliais na
vagina e no colo uterino
Vulvite discreta
Hiperemia difusa
Secreção amarelo-
esverdeada em colo
Colo em aspecto
de framboesa
Fonte: SanarFlix.
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8. TRATAMENTO
Fonte: Autor.
u Metronidazol 400 mg, 5 comprimidos, VO, dose
única (dose total de tratamento 2 g), VO, dose única
u O pH vaginal vai aumentar (geralmente entre 5 e 6). Ou
u O teste Whiff (teste das aminas, realizado com u Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos, VO, duas
o KOH) será positivo. vezes ao dia, por sete dias.
134
TRICOMONÍASE TRATAMENTO
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Fisiológica Vaginose
Categoria Candidíase Tricomoníase
(normal) bacteriana
KOH/ whiff test Negativo Positivo (peixe) Negativo Pode estar positivo
Hifas e gêmulas
Trichomonas movendo-
Achados (solução de KOH a 10%,
NA Clue cells se (na preparação
microscópicos preparação úmida salina
úmida salina)
para exame direto)
Fonte: Autor.
VAGINITE DESCAMATIVA
1. D EFINIÇÃO 3. D IAGNÓSTICO
É um quadro de vaginite purulenta crônica, que u Conteúdo vaginal purulento em grande quantidade.
ocorre na ausência de processo inflamatório cervical u pH vaginal alcalino.
ou do trato genital superior, ou seja, não é decorrente u Microscopia: processo descamativo vaginal in-
de DIP ou cervicite.
tenso, com predomínio das células profundas
(basais e parabasais), flora vaginal com ausência
de lactobacilos (substituição da flora normal por
2. E PIDEMIOLOGIA cocos gram-positivos) e aumento de leucócitos
polimorfonucleares.
É mais comum no período da transição da meno-
pausa.
4. TRATAMENTO
A etiologia é desconhecida, mas a maior parte
das culturas vaginais de portadoras de vaginite
descamativa revelam a presença de estreptococos Clindamicina creme vaginal 2% – 5 g via vaginal
beta-hemolítico. por sete dias.
Pode-se associar também o uso de estrogênio
tópico vaginal diário, por duas semanas, seguido
de manutenção com uma dose semanal.
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VAGINOSE CITOLÍTICA
Corrimento caracterizado por aumento excessivo É muito parecido com o da candidíase vulvovaginal.
de lactobacilos, citólise importante e escassez de
leucócitos.
DIA A DIA MÉDICO
137
6. TRATAMENTO
4. Q UADRO CLÍNICO
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CERVICITES
Prestem atenção! Não estamos mais falando de A prevalência é maior em adolescentes e mulhe-
Vulvovaginites e sim de Cervicites! res com menos de 25 anos, pacientes com baixo
nível socioeconômico, multiplicidade de parceiros
sexuais, antecedentes de outras ISTs, parceiro atual
1. D EFINIÇÃO com uretrite e quadros imunossupressores.
Os agentes etiológicos mais frequentes são Ao exame físico, podem estar presentes dor à mobi-
Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae. lização do colo uterino, material mucopurulento no
orifício externo do colo e sangramento ao toque da
Lembrando que a N. gonorrhoeae é um diplococo espátula ou swab.
gram-negativo intracelular, e a C. trachomatis é um
bacilo gram-negativo intracelular obrigatório. Figura 11. Exame físico de um colo com cervicite.
BASES DA MEDICINA
3. FATORES DE RISCO
Fonte: Brasil.2
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As principais complicações da cervicite por clamídia A infecção por clamídia durante a gravidez poderá estar
relacionada também à prematuridade, rotura prematura
e gonococo, quando não tratadas, incluem doença
das membranas ovulares e endometrite puerperal, além
inflamatória pélvica (DIP), dor pélvica, gravidez de conjuntivite e pneumonia do RN. A conjuntivite por
ectópica e infertilidade. clamídia é bem menos severa e seu período de incubação
varia de 5 a 14 dias.
A frequência relativa da infecção pelos dois agentes
DIA A DIA MÉDICO etiológicos depende da prevalência das IST em gestan-
tes e do uso da profilaxia ocular na primeira hora após
Lembre-se da definição da DIP, em que há infecção do o nascimento, que é efetiva contra N. gonorrhoeae, mas
trato genital feminino superior (acima do orifício interno do frequentemente não é contra C. trachomatis.
colo do útero). Os dois principais agentes são a clamídia
e o gonococo, os mesmos da cervicite!
7. D IAGNÓSTICO
A infecção gonocócica na gestante poderá estar
associada a um maior risco de prematuridade,
rotura prematura das membranas ovulares, perdas Na mulher, diferentemente do homem, a coloração
fetais, retardo de crescimento intrauterino e febre pelo método de gram tem uma sensibilidade de
puerperal. apenas 30%, não sendo indicada.
No RN, a principal manifestação clínica é a con- A cervicite gonocócica pode ser diagnosticada pela
juntivite, podendo ocorrer septicemia, artrite, abs- cultura do gonococo em meio seletivo (Thayer-Mar-
cessos de couro cabeludo, pneumonia, meningite, tin modificado), a partir de amostras endocervicais.
endocardite e estomatite.
O diagnóstico laboratorial da cervicite causada por
A oftalmia neonatal, definida como conjuntivite puru- C. trachomatis e N. gonorrhoeae pode ser feito por
lenta do RN, ocorre no primeiro mês de vida e pode um método de biologia molecular (NAAT).
levar à cegueira, especialmente quando causada
A captura híbrida é outro método de biologia mole-
pela N. gonohrroeae. Por isso, a doença deve ser
cular; embora menos sensível que os NAAT, e avalia
tratada imediatamente para prevenir dano ocular.
qualitativamente a presença do patógeno.
A imunofluorescência direta tem leitura subjetiva,
sendo que a sensibilidade está aquém do esperado.
Na ausência de laboratório, a principal estratégia
de manejo das cervicites por clamídia e gonorreia
é o tratamento das parcerias sexuais de homens
portadores de uretrite.
140
8. TRATAMENTO
Portanto, um esquema para tratar cervicite por clamídia e gonococo e não errar na prova:
u Ceftriaxona IM (para o gonococo) + Azitromicina VO (para a clamídia).
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Exame ginecológico
(toque e exame especular) Fatores de risco para IST
- Idade abaixo de 30 anos
- Novas ou múltiplas parcerias sexuais
- Parcerias com IST
- História prévia/presença de outra IST
Dor à mobilização do colo uterino, material mucopurulento - Uso irregular de preservativo
no orifício externo do colo, edema cervical e sangramento
ao toque da espátula ou swab?
Sim Não
Ver cervicite
Corrimento vaginal confirmado?
Sim Não
Corrimento grumoso ou
eritema vulvar?
Presença de hifas Tratar candidíase
Sim Não
Fonte: Brasil.2
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URETRITE
As uretrites são ISTs caracterizadas por inflamação O corrimento uretral pode ter aspecto que varia de
da uretra acompanhada de corrimento. mucoide a purulento, com volume variável, estando
associado a dor uretral (independentemente da mic-
ção), disúria, estrangúria (micção lenta e dolorosa),
2. AGENTES ETIOLÓGICOS prurido uretral e eritema de meato uretral.
143
BASES DA MEDICINA
A infecção de faringe, tanto em homens quanto em mulhe-
res, é habitualmente assintomática (> 90%).
Os pacientes com diagnóstico de uretrite devem retornar
ao serviço de saúde entre sete a dez dias após o término
A infecção gonocócica disseminada é rara (< 1%), do tratamento. Os sinais e sintomas persistentes ou
resulta da disseminação hemática a partir das mem- recorrentes de uretrite podem resultar de resistência
bacteriana, tratamento inadequado, não adesão ao tra-
branas mucosas infectadas e causa febre, lesões
tamento e reinfecção.
cutâneas, artralgia, artrite e tenossinovite sépticas.
Pode também causar, raramente, endocardite aguda,
pericardite, meningite e peri-hepatite. Acomete mais
as mulheres, sendo associada à infecção assinto- BASES DA MEDICINA
mática persistente.
Deve-se pesquisar agentes não suscetíveis ao tratamento
4.1.2. Uretrite não gonocócica anterior (T. vaginalis, M. genitalium e U. urealyticum).
144
u Teste positivo de esterase leucocitária na urina A captura híbrida é outro método de biologia mole-
de primeiro jato ou exame microscópico de se- cular. Embora menos sensível que os NAAT, avalia
dimento urinário de primeiro jato, apresentando qualitativamente a presença do patógeno.
> 10 PMN por campo.
A cultura para a N. gonorrhoeae em meio seletivo
de Thayer-Martin ou similar também é eficaz.
Se nenhum dos critérios acima estiver presente, a
pesquisa de N. gonorrhoeae e C. trachomatis pode A imunofluorescência direta tem leitura subjetiva e
ser realizada pelos NAAT, métodos de biologia mole- baixa sensibilidade.
cular que têm elevada sensibilidade e especificidade.
6. TRATAMENTO
Uretrite por Thichomonas Metronidazol, 250 mg, 2 cp, Clindamicina, 300 mg,
—
vaginalis VO, 2x ao dia, por 7 dias. VO, 2x ao dia, por 7 dias.
Fonte: Brasil.2
Portanto, um esquema para tratar uretrite por clamídia e gonococo e não errar na prova:
u Ceftriaxone IM (para o gonococo) + Azitromicina VO (para a clamídia).
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Sim Não
Não Sim
Não Sim
Alta
Referenciar ao serviço especializado
Fonte: Brasil.2
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Vulvovaginites
Secreção Vaginose
Candidíase Tricomoníase
normal bacteriana
Corrimento
Critérios de Amsel Tratamento amarelo‑esverdeado
(3 / 4)
pH > 4,5
Fluconazol
pH > 4,5
Tratamento
Clue cells
Metronidazol
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REFERÊNCIAS
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QUESTÕES COMENTADAS
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Questão 5 Questão 7
(HOSPITAL MILITAR DE ÁREA DE SÃO PAULO – SP – 2018) Nulí- (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE JUNDIAÍ – SP – 2018) De acordo
para, 25 anos de idade, procura a Unidade Básica com os critérios de Amsel, os achados diagnósticos
de Saúde (UBS) com queixa de corrimento vaginal de vaginose bacteriana são aqueles que constam
branco, inodoro e intermitente há 1 ano. Nega pru- nas seguintes afirmativas:
rido. Relata ser sexualmente ativa e usar preserva-
I. Descarga ou corrimento vaginal;
tivo masculino como método anticoncepcional. Ao
exame ginecológico, apresenta pequena quantidade II. Presença de células-guia na microscopia a
de conteúdo vaginal de coloração branca; pH va- fresco;
ginal = 4,5; exame microscópico: leucócitos +/4+, III. pH vaginal < 4,5;
presença de bacilos gram-positivos e raros cocos IV. Teste das aminas positivo;
gram-positivos. O diagnóstico provável é:
As assertivas corretas são aquelas que constam
⮦ Conteúdo vaginal fisiológico. na alternativa:
⮧ Vaginite por monília. ⮦ I, II, III e IV.
⮨ Vaginite citolítica. ⮧ I e III.
⮩ Alergia ao látex. ⮨ II, III e IV.
⮪ Tricomoníase. ⮩ I, II e IV.
Questão 6 Questão 8
(HOSPITAL CASA DE PORTUGAL – 2018) Na vaginose bac- (UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – SP – 2018) Mulher de
teriana, observa-se o desequilíbrio da flora vaginal 37 anos relata corrimento vaginal amarelado e es-
normal, devido ao aumento exagerado de bactérias pesso, prurido vulvovaginal intenso e ardência mic-
anaeróbias, como Gardnerella vaginalis, Bacteroides cional. Está no 24º dia do ciclo menstrual, nega uso
sp., Mobiluncus sp., Mycoplasma, Peptostreptococ- de método contraceptivo e afirma não ter relações
cus sp. e diminuição importante dos lactobacilos. sexuais há 6 meses. Ao exame ginecológico, apre-
Neste caso, o quadro clínico observado é: sentou vulvite intensa, conteúdo vaginal aumentado,
⮦ Prurido genital, associado a corrimento branco, bifásico, teste das aminas negativo e pH 4,4. Bacte-
grumoso e com aspecto de “leite coalhado” ade- rioscopia do conteúdo vaginal mostrada a seguir:
rido à parede vaginal.
⮧ Corrimento vaginal branco-acinzentado, com
odor fétido, mais acentuado depois do coito e
no período menstrual.
⮨ Corrimento abundante amarelo-esverdeado, bo-
lhoso e com odor fétido associado a processo
inflamatório importante (na vagina e no colo do
útero).
⮩ Fluxo vaginal transparente ou branco, inodoro,
homogêneo ou pouco grumoso. O pH vaginal é
normal, e o teste das aminas negativo.
150
⮦ Hifas e esporos.
Questão 9 ⮧ Protozoário flagelado.
⮨ Cariomegalia.
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE GOIÁS – GO – 2013) Uma grande
variedade de microrganismos pode infectar o trato ⮩ Leveduras.
genital feminino. Infecções por Candida, Trichomo- ⮪ Clue cells.
nas e Gardnerella são muito comuns e podem cau-
sar desconforto significativo, mas habitualmente
sem sequelas. Quanto a estas infecções, pode-se Questão 11
afirmar o seguinte: (ASSOCIAÇÃO DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE OURI-
⮦ A infecção genital por vírus Herpes simplex é NHOS) É patógeno intracelular e, portanto, não causa
comum e acomete, em ordem de frequência, o vulvovaginite:
colo do útero, a vagina e a vulva. É facilmente ⮦ Clamidia.
diagnosticada na colpocitologia pelo achado
⮧ Trichomonas.
das células do tipo “olho de coruja”.
⮨ Gardnerela.
⮧ O molusco contagioso é uma infecção por pa-
ramixovírus, que compromete pele e mucosas. ⮩ Cândida albicans.
O diagnóstico definitivo é estabelecido pelo exa-
me histopatológico com o achado de inclusões
Questão 12
intranucleares de partículas virais, formando
uma massa basofílica. (HOSPITAL OFTALMOLÓGICO DE BRASÍLIA – DF) Ao adicionar
⮨ As leveduras de Candida fazem parte da micro- hidróxido de potássio a 10% ao corrimento vaginal,
flora vaginal normal. A candidíase ocorre quando a liberação de odor de peixe podre ocorre devido
há um desequilíbrio nesse ambiente microbiano. à liberação de:
O diagnóstico etiológico conclusivo da infecção
⮦ amônia.
pode ser confirmado pela colpocitologia, pelo
achado de hifas (pseudo-hifas) com brotamen- ⮧ cloreto de sódio.
tos (leveduras) laterais. ⮨ cadaverina e putrescina.
⮩ A infecção por Trichomonas vaginalis, protozoá- ⮩ ureia.
rio flagelado, pode ser assintomática, sendo o
diagnóstico estabelecido pela colpocitologia, já
Questão 13
que o agente morre rapidamente após a coleta
e não é observado no exame a fresco ou direto. (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES – UFRN) O controle
das infecções sexualmente transmissíveis que se
manifestam como endocervicite ainda configuram
Questão 10
um importante problema de saúde pública, visto que
(HOSPITAL DAS FORÇAS ARMADAS – 2015) Uma paciente a grande parte das mulheres com essas infecções
de 24 anos de idade, G2PN2A0, consultou-se com tem sintomatologia pobre ou ausente. A leucorreia
ginecologista em virtude de queixa de leucorreia. vaginal pode ser a única manifestação clínica, antes
151
Questão 15
⮦ Do endocérvice
⮧ Do fundo de saco vaginal ⮦ metronidazol
⮨ Do introito vaginal ⮧ corticosteroide
⮩ Periuretral ⮨ estrogênio
⮪ Perianal ⮩ clotrimazol
152
Questão 17
⮦ HPV.
⮧ Fungos
⮨ Clamidia trachomatis.
⮩ Trichomonas.
⮪ Gardnerella vaginalis.
153
GABARITO E COMENTÁRIOS
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Questão 15 dificuldade:
Questão 16 dificuldade:
Questão 17 dificuldade:
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