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infecções e exames
OBJETIVOS: ✓ O pH é entre 4 e 4,5 (mantido pela produção
de ácido lático);
1. Entender o fluxo vaginal normal na mulher, no
➔ Na pós menopausa o pH chega a 6 pela
menacme, na gestação e na pós-menopausa.
diminuição da produção dos ácidos láticos
2. Estudar as alterações na secreção cérvico-
✓ Possui consistência flocular, cor branca e se
vaginal na mulher, com ênfase na etiologia e
acumula no fundo de saco posterior.
no tratamento.
3. Pesquisar sobre a evolução das lesões de Fluxo vaginal normal no menacme:
baixo grau e de alto grau do colo uterino.
Menacme é considerado o período entre a primeira e
4. Discutir a importância dos exames
última menstruação da mulher. Ou seja, é o período
preventivos na mulher, as principais
de fertilidade da mulher, localizando-se entre a
indicações e os principais achados
menarca e a menopausa.
(colpocitologia oncótica, colposcopia,
ultrassonografia pélvica, pélvica transvaginal, O muco cervical é uma secreção produzida no colo do
das mamas e da tireoide, mamografia e útero pelo epitélio glandular das criptas cervicais, que,
densitometria óssea). por ação hormonal, apresenta transformações
características ao longo do ciclo menstrual, o que
FLUXO VAGINAL:
possibilita a identificação do período fértil por meio
Fluxo vaginal normal na mulher: da auto-observação das mudanças do muco cervical.
O corrimento vaginal é uma manifestação clínica Muco inicial: O muco cervical, no início do ciclo, é espesso,
comum referida pela mulher. Fisiologicamente, a grumoso, dificultando a ascensão dos espermatozoides pelo
região da vulva e da vagina apresenta quantidade canal cervical.
variável de secreção em mulheres em idade Muco transicional: É translúcido, levemente elástico em
reprodutiva, a qual é composta por secreções vulvares maior quantidade, que se afina.
das glândulas sebáceas (Bartholin e Skene), Muco fértil: O muco fértil é transparente, elástico,
transudato da parede vaginal, células vaginais e escorregadio e fluido, semelhante à clara de ovo.
cervicais esfoliadas, líquidos endometriais e
microrganismos e seus respectivos produtos
metabólicos.
Portanto:
O fluxo vaginal (muco cervical) vai mudando ao longo Fluxo vaginal normal na pós-menopausa:
do ciclo menstrual. Veremos a seguir:
É natural que nessa fase da vida da mulher, quando os
Fase pré-ovulatória: Ao término da menstruação, ovários deixam de produzir o hormônio estrogênio, a
pode começar uma fase seca ou com secreção igual e produção de muco cervical diminua, o que deixa a
contínua na aparência e na sensação que dura, em vagina mais seca. Na menopausa, ele se torna mais
geral, dois, três, ou mais dias. espesso e o cheiro pode ter alterações.
Fase ovulatória: O muco, inicialmente esbranquiçado, Essa fase é caracterizada pela supressão do hormônio
turvo e pegajoso, vai se tornando mais elástico e estrogênio. Essa redução é responsável por grande
lubrificante, podendo-se puxá-lo em fio. O último dia parte das alterações no epitélio vaginal, que persistem
de sensação de umidade lubrificante chama-se Ápice. até o fim da vida, exceto se for indicado tratamento.
Somente quando o muco desaparece ou retorna à Dentre os efeitos da diminuição dos níveis de
aparência pegajosa, com sensação de secura, é que se estrógenos, podemos citar:
identifica que o dia anterior foi o Ápice, indicando que
✓ Diminuição da espessura do epitélio vaginal,
a ovulação já ocorreu, está ocorrendo ou vai ocorrer
com perda das camadas superficiais;
até aproximadamente 48 horas.
✓ Perda do enrugamento vaginal;
Fase pós-ovulatória: Na 4ª noite após o dia Ápice a ✓ Diminuição e estreitamento do canal vaginal,
mulher entra no período de infertilidade, que dura com perda da distensibilidade;
mais ou menos duas semanas. ✓ Redução das secreções vaginais;
✓ Aumento do pH vaginal (≥ 5).
EFEITOS HORMONAIS NO MUCO CERVICAL:
*OBS: ocorre ressecamento, dispaurenia e infecções
Mudanças na qualidade e quantidade do muco cervical são
utilizadas para predizer ovulação. vaginais e urinárias recorrentes.
Vaginose Bacteriana:
*OBS: é importante ressaltar que todos os fatores que É uma infecção da vulva e da vagina causada por um
fazem diminuir a quantidade de oxigênio nos tecidos fungo do gênero Candida, gram-positivo. Ela é capaz
e, portanto, o seu potencial de oxirredução, de se proliferar em ambiente ácido, apesar da ação
favorecem a infecção por anaeróbios estritos. dos lactobacilos.
A Gardnarella vaginalis predomina na VB! Aproximadamente 85% dos casos são atribuídos à
Candida albicans, e sua maior prevalência é explicada
Quadro clínico: por sua maior capacidade de aderência às células
vaginais. Além disso, ela é capaz de se reproduzir em
Cerca de metade das mulheres com VB é
ambiente ácido.
assintomática. O sintoma mais típico é a queixa de
odor fétido, semelhante a “peixe podre”. Este odor A via sexual não constitui a principal forma de
desagradável se agrava durante a menstruação e transmissão! Ela é considerada como uma doença
durante o coito. Em ambas as situações, o pH se torna “eventualmente de transmissão sexual”, pois esse
mais alcalino, o que facilita a volatização das aminas fungo é encontrado na vagina em cerca de 30% das
(cadaverina, putrescina e trimetilamina) produzidas mulheres sadias e assintomáticas.
pelos patógenos.
A candidíase é a segunda causa mais comum de
O corrimento vaginal é fluido, homogêneo, branco corrimento vaginal, representando 23% dos casos de
acinzentado (mais comum) ou amarelado (raro), vulvovaginites.
normalmente em pequena quantidade, e pode
formar microbolhas. A presença de sintomas Fatores de risco:
inflamatórios, como dispaurenia, irritação vulvar e ✓ Gravidez;
disúria, é exceção. A parede vaginal é de aparência ✓ Uso de contraceptivos com altas doses de
normal e não eritematosa. estrogênio;
✓ Terapia de reposição hormonal somente com
estrogênio;
✓ Dm (descompensada);
✓ Obesidade;
✓ Hábitos de higiene e vestuário inadequados;
✓ Contato com substâncias alérgenas e/ou
irritantes (perfumes, desodorantes etc);
✓ Uso de DIU.
Quadro clínico: ✓ Tioconazol creme a 6% – um aplicador (5 g) à
noite, por 7 dias; ou óvulos 300 mg – uma
Depende do grau de infecção e da localização do
aplicação à noite, dose única; OU
tecido inflamatório. Os sinais e sintomas listados
✓ Nistatina 100.000 UI – um aplicador à noite, ao
abaixo podem se apresentar isolados ou associados:
deitar-se, por 14 dias.
✓ Prurido vulvovaginal: é o principal sintoma.
A via oral deve ser reservada para os casos de
Possui intensidade variável, de leve a
candidíase resistente ao tratamento tópico:
insuportável, que piora à noite e é exacerbado
pelo calor local; ✓ Fluconazol, 150 mg, VO, dose única; OU
✓ Queimação vulvovaginal; ✓ Itraconazol, 200 mg, VO, a cada 12 horas, por 1
✓ Dor à micção (disúria); dia.
✓ Dispaurenia;
Gestantes/nutrizes:
✓ Corrimento branco, grumoso, inodoro e com
aspecto caseoso (“leite coalho”); ✓ Miconazol creme a 2% – um aplicador (5 g) à
✓ Hiperemia e edema vulvar; noite, ao deitar-se, por 7 dias; OU
✓ Escoriações de coçadura; ✓ Nistatina 100.000 UI – um aplicador à noite, ao
✓ Fissuras e maceração da vulva; deitar-se, por 14 dias; OU
✓ Vagina e colo recobertos por placas brancas ✓ Clotrimazol também é uma opção para gestantes
ou branco acinzantadas, aderidas à muscosa. e nutrizes.
O início do quadro é súbito. Tricomoníase:
Cervicites e uretrites:
Embora a maioria das mulheres seja assintomática, ✓ Espectrinomicina, 2 g IM, dose única OU
quando há sintomas, a mulher queixa-se de ✓ Ampicilina 2 ou 3 g + Probenecida, 1 g, VO, dose
leucorreia, diSúria ou polaciúria, sangramento única OU
irregular. sinusiorragla, dor pélvica, prurido e ardência ✓ Cefixima, 400 mg, dose única
vulvar. Ao exame especular, há exudato cervical
Clamídia:
purulento, com edema, hiperernia e friabilidade.
✓ Azitromicina, 1 g, VO, dose única; OU
A hiperemía dos orifícios das glândulas de Skene
✓ Doxiciclina, 100 mg, VO, 2x/dia, por 7 a 10 dias.
constitui a mancha de Sanger, que é considerada
patognomônica da gonococia crônica. A infecção pode ALTERNATIVA:
ascender do colo para o trato genital superior, por via
canalicular, levando à doença inflamatória pélvica ✓ Eritromicina estearato, 500 mg, VO, a cada 6
(DIP). horas, por 7 dias; OU
✓ Eritromicina estearato, 500 mg, VO, a cada 12
*OBS: em ambas, quando sintomáticas, as queixas horas, por 14 dias; OU
mais frequentes são corrimento vaginal, sangramento ✓ Ofloxacina, 200 mg, VO, a cada 12 horas, por 7
intermenstrual ou pós-coito, dispaurenia e disúria. dias; OU
✓ Ofloxacina, 400 mg, VO, 1x, por 7 dias OU
MANEJO:
✓ Tetraciclina, 500 mg, VO, a cada 6 horas, por 7
Devido ao grande número de mulheres assintomáticas e a dias.
baixa sensibilidade das manifestações clínicas nas cervicites,
“na ausência de laboratório, a principal estratégia de GESTANTES/NUTRIZES:
manejo das cervicites por clamídia e gonorreia é o
tratamento das parcerias sexuais de homens portadores de Primeira escolha:
uretrite”.
✓ Azitromicina, 1 g, VO, dose única.
DIAGNÓSTICO:
Segunda escolha:
O diagnóstico laboratorial da cervicite causada por C.
trachomatis dever ser feito por biologia molecular e/ou ✓ Amoxiciclina, 500 mg, VO, a cada 8 horas, por 7
cultura. Para diagnóstico da cervicite gonocócica, proceder à dias; OU
cultura em meio seletivo, a partir de amostras endocervicais
e uretrais.
✓ Eritromicina estearato, 500 mg, VO, a cada seis
horas, por 7 dias OU
✓ Eritromicina estearato, 500 mg, VO, a cada 12
Tratamento: horas, por 14 dias.
Gonorreia: ATENÇÃO!
✓ Ciprofloxacina, 500 mg, VO, dose única (não - TODOS os parceiros dos últimos 60 dias devem ser
recomendado para menores de 18 anos); OU tratados com dose única;
✓ Ceftriaxona, 500 mg IM, dose única.
- Devido à possibilidade de coinfecção e
ALTERNATIVA: desenvolvimento da doença infecciosa pélvica,
✓ Cefotaxima 1.000 mg, IM, dose única; OU justifica-se o tratamento combinado de clamídia e
✓ Ofloxacina, 400 mg, dose única; gonorreia em TODOS os casos;
✓ Cefixima, 400 mg, dose única; OU - Notificar IST
✓ Espectrinomicina, 2 g IM, dose única; OU
✓ Ampicilina, 2 ou 3 g + Probenecida, 1 g, VO, dose
única; OU
✓ Tianfenicol, 2,5 g, VO, duas doses, a cada 12
horas.
GESTANTES/NUTRIZES:
Primeira escolha:
Antes de dar seguimento ao conteúdo, é importante relembrar como é feito o exame colposcópico:
É o estudo do colo do útero com o uso do colposcópio, dotado de lentes que possibilitam aumento de 6 a 40 vezes. É um exame
importante para se identificar lesões pré-cancerosas e malignas do colo do útero, facilitando a realização de biopsia guiada.
O exame se inicia com a introdução do espéculo vaginal; após esse passo, limpam-se a vagina e o colo do útero para poder realizar os
seguintes testes:
→ Teste de Schiller: tem a finalidade de demarcar áreas de epitélio escamoso cervico-vaginal, que é rico em glicogênio e, portanto,
adquire uma coloração marrom-escuro. Áreas pobres em glicogênio adquirem uma tonalidade de amarelo suave, caracterizando um teste
de Schiller positivo.
→ Teste do ácido acético: consiste na embrocação do colo do útero, da vagina e da vulva com solução de ácido acético a 5%. As áreas com
intensa atividade nuclear são coradas de branco, que deverão ser biopsiadas;
→ Teste de Collins (vulvoscopia): esse exame pode ser realizado com o auxílio do colposcópio. Compreende a aplicação do azul de
toluidina na vulva. As lesões que ficarem coradas de azul são consideradas para a biopsia dirigida;
Gestantes:
Gestantes:
→ Aspectos anormais:
✓ Epitélio Branco;
✓ Mosaico;
✓ Pontilhado;
✓ Leucoplasia;
✓ Vasos Atípicos;
USG pélvica:
Para a realização da US da pelve pela via abdominal, é
necessário que a bexiga esteja suficientemente
repleta, o que possibilita afastar as alças intestinais e,
dessa forma, cria uma janela acústica para avaliação
do útero e anexos. Quando a bexiga ultrapassa o
fundo uterino, considera-se a repleção da bexiga
adequada.
Mulheres que possuem risco aumentado, ou seja, A sorologia não treponêmica (VDRL) é indicada para o
pacientes com casos de câncer de mama antes dos 50 diagnóstico e seguimento terapêutico, haja vista sua
anos em parentes próximos como mãe e/ou irmã ou propriedade de ser passível de titulação. Tendem a se
com histórico familiar de câncer de mama bilateral, tornar não reagentes após o tratamento; por isto são
câncer de ovário ou câncer de mama masculino, utilizados no seguimento. Embora o VDRL costume
devem começar o acompanhamento médico a partir apresentar queda progressiva nas titulações após o
dos 30 anos de idade. tratamento, ele ainda pode resultar reagente, em
títulos menores, por longos períodos, sem que esta
Densitometria óssea: positividade signifique que a infecção não tenha sido
curada; são os casos de cicatriz sorológica
A densitometria óssea é o exame mais utilizado na
prática clínica para diagnóstico, monitoração e Na sífilis em atividade a doença apresenta,
investigação clínica do paciente com osteoporose. habitualmente, altos títulos de VDRL (maiores ou
iguais a 1/16).
Nela, a DMO é descrita como um valor absoluto em
g/cm2, Tscore (comparação da massa óssea do A sorologia treponêmica (FTA-abs) corresponde a
indivíduo testado com a média da massa óssea de testes específicos, úteis para confirmação diagnóstica.
uma população adulta jovem saudável) e Z-score A sensibilidade dos testes treponêmicos na sífilis
(comparação da massa óssea do indivíduo testado adquirida é de 84% na fase primária, de 100% nas
com a média da massa óssea de uma população fases secundária e latente, e de aproxmadamente
96% na sífilis terciária. O FTA-abs não é útil para
seguimento após realização do tratamento, pois os
anticorpos específicos podem permanecer detectáveis
indefinidamente, podendo significar uma infecção
tratada anteriormente.
Anti-HIV:
Anti-HCV:
Anti-HBs, HBsAg: