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Conferência 2 – puberdade

precoce
INTRODUÇÃO: Ao nascimento, observa-se a “mini-puberdade”, ou
seja, ocorre um novo aumento dos hormônios do eixo
Adolescência:
HHG que se estende até os seis meses no sexo
• Faixa etária entre 10 e 19 anos (OMS); masculino e até os 2 anos nas meninas. Após a “mini-
• Período de vida caracterizado por intenso puberdade”, o eixo sofre uma inibição até o início da
crescimento e desenvolvimento; puberdade.
• Transformações: Os eventos hormonais que caracterizam a puberdade
- Anatômicas; são:
- Fisiológicas;
- Psicológicas; • Ativação de neurônios hipotalâmicos que
- Sociais. secretam GnRH = estimula a hipófise a
secretar gonadotrofinas hipofisárias;
Puberdade:
• Gonadarca = produção de esteroides sexuais
• Realidade biológica; pelos ovários e testículos (ativada pela
• Conjunto de transformações somáticas que estimulação de LH e FSH);
marcam o final da infância; • Adrenarca = evento paralelo à gonadarca,
• Surgimento dos caracteres sexuais podendo procedê-la. Ocorre entre os 6 a 8
secundários. anos de idade e diz respeito à produção de
andrógenos na glândula adrenal, como a
FISIOLOGIA DA PUBERDADE: DHEA (dehidroepiandrosterona) e a
A Puberdade é a transição biológica da infância para a androstenediona, as quais têm função de
idade adulta. As mudanças que ocorrem são ocasionar o aumento de pelos em região
compostas por: pubiana e axilar, e promover a maturação das
glândulas apócrinas sudoríparas. Este é um
• Surgimento de características sexuais evento INDEPENDENTE da ativação do eixo
secundárias; HHG.
• Crescimento em altura;
O fenômeno neuroendócrino mais marcante da
• Mudanças na composição corporal;
puberdade é a maturação dos pulsos de GnRH pelo
• Desenvolvimento da capacidade reprodutiva;
hipotálamo!
• Mudanças cognitivas e psicossociais.
Vários fatores podem influenciar o início da
A sequência é a seguinte:
puberdade, são eles: nutricionais, ambientais, étnicos,
Surgimento das características sexuais secundárias → genéticos e socioeconômicos.
modificação da massa corporal magra e distribuição
Puberdade feminina:
da gordura corporal → aceleração da velocidade de
crescimento e fusão das epífises ósseas com a parada No sexo feminino, o FSH estimula a produção dos
do crescimento. folículos ovarianos, enquanto o LH estimula a
produção de andrógenos, que são convertidos em
Fisiologia: estradiol.
O hormônio que regula a puberdade é o GnRH
No início da puberdade, o estradiol leva ao
(hormônio liberador de gonadotrofinas). Ele estimula
desenvolvimento das mamas e crescimento dos ossos.
a hipófise a secretar as gonadotrofinas hipofisárias: o
No final, a ação combinada entre secreção de LH e
LH e o FSH. As gonadotrofinas, por sua vez, atuam nas
FSH, bem como a produção de estradiol, culmina com
gônadas, determinando a esteroidogênese e
a ovulação e os ciclos menstruais.
gametogênese. Esse é denominado o eixo
hipotálamo-hipófise-gonadal (eixo HHG).
O estradiol é responsável pela maturação esquelética estímulo para que as células de Sertoli produzam a
e pela fusão da cartilagem de crescimento, inibina B, que regula a secreção de FSH.
encerrando o processo de crescimento. A inibina é
O LH estimula as células de Leydig testiculares a
produzida pelos folículos ovarianos regulando a
produzirem a testosterona, que influencia o
produção de FSH.
crescimento do pênis em tamanho e volume; além de
Portanto: alterar o timbre da voz. Ela promove, também, o
surgimento de pelos faciais e corporais e o aumento
• O FSH estimula a produção dos folículos;
da musculatura. Uma parte da testosterona sofre ação
• O LH estimula a produção de estradiol pelos da aromatase, sendo convertida em estradiol, que
ovários; ocasiona a aceleração do crescimento, da maturação
• Os androgênios maturam os folículos; óssea e pode provocar ginecomastia puberal.
• O estradiol é responsável pelo crescimento,
maturação óssea e aumento das mamas; Portanto:
• A progesterona é produzida pelo corpo lúteo
• O FSH estimula o crescimento dos túbulos
e desenvolve o endométrio para a
seminíferos e a espermatogênese;
fecundação;
• O FSH induz à produção de inibina pelas
• O estradiol, LH, FSH e progesterona (ação
células de Sertoli que regula a secreção de
combinada) estimulam a ovulação e os ciclos
FSH;
menstruais;
• O LH atua nas células de Leydig que produzem
• A inibina inibe a produção de FSH.
testosterona;
• A testosterona aumenta o pênis, pelos faciais
e corporais, mudança no timbre da voz e
musculatura;
• A aromatase converte a testosterona em
estradiol que acelera o crescimento, promove
maturação óssea e pode causar ginecomastial
puberal;
• O inibina inibe a secreção de FSH.

Puberdade masculina:
No sexo masculino, o FSH estimula o crescimento dos
túbulos seminíferos que ocasionam o aumento do
volume testicular. Ele também estimula a
espermatogênese. Além disso, o FSH exerce um
Maturação sexual:
A maturação sexual é dividida em cinco estágios de
acordo com o desenvolvimento mamário e pilificação
em meninas (MP) e nos meninos pelo aspecto dos
órgãos genitais e pilificação (GP) de acordo com o
estadiamento de Tanner.
Desenvolvimento puberal feminino:
Desenvolvimento puberal masculino:
• Telarca ocorre entre 8 e 13 anos;
• Início da puberdade: testículos > 3 mL ou ≥ 4 • Pilosidade axilar ocorre mais ou menos aos 10
mL; anos;
• Aumento testicular ocorre entre 9 e 14 anos; • Demora cerca de 2 anos para evoluir de M2P2
• Pilosidade pubiana ocorre mais ou menos para M5P5;
entre os 12 e 13 anos; • Pico de crescimento ocorre em M3;
• Pelos axilares mais ou menos aos 14 anos; • Menarca em M4 na grande maioria dos casos;
• Pelos faciais mais ou menos aos 15 anos; • Desaceleração do crescimento após menarca;
• Demora cerca de 3 a 4 anos para evoluir do • Ganho de mais ou menos 6 a 8 cm de altura
estágio G2 para o G5; cerca de 2 anos para ir após a menarca;
de P2 a P5; • Ciclos menstruais iniciais são geralmente
• Aceleração do crescimento ocorre em G3; irregulares e anovulatórios.
• Pico do crescimento ocorre em G4;
• Espermarca ocorre mais ou menos entre 11 e
13 anos;
• Ginecomastia puberal.
Resposta: B

Resposta: C

Descrição das mudanças corporais da puberdade Minipuberdade:


masculina e feminina:
• Ativação transitória do eixo HHG nos
Tanner sexo masculino
primeiros dois anos de vida;
G1 genitália pré-puberal ou P1 pelagem pré-puberal ou
infantil infantil, nenhum pelo pubiano • A presença de mamas em bebês não é
G2 aparece um afinamento e P2 início do crescimento de hormônio da mãe.
hipervascularização da bolsa alguns pelos finos, longos,
escrotal e aumento do escuros e lisos na linha medial PUBERDADE PRECOCE:
volume testicular sem ou na base do pênis
aumento do tamanho do A puberdade precoce (PP) é definida quando a
pênis
instalação das características sexuais secundárias
G3 ocorre aumento da bolsa P3 aparecimento de maior
escrotal e do volume quantidade de pelos mais ocorre antes de 8 anos nas meninas e antes dos 9
testicular com aumento do escuros e espessos e anos nos meninos.
comprimento do pênis discretamente encaracolados
com distribuição em toda a • Menina: telarca antes dos 8 anos;
região pubiana
G4 maior aumento e P4 pelos escuros espessos e
• Menino: volume testicular maior ou igual a 4
hiperpigmentação da bolsa encaracolados do tipo adulto, mL antes dos 9 anos.
escrotal, maior volume mas ainda em menor
testicular com aumento do quantidade na sua
pênis em comprimento e distribuição na região pubiana
diâmetro e desenvolvimento
da glande
G5 genitália adulta em forma, P5 pelos tipo adulto em maior
tamanho e volume testicular quantidade cobrindo toda a
região pubiana e estendendo- Resposta: E
se até a superfície interna das
coxas Além da idade de instalação, ao acompanhar um
Tanner sexo feminino: adolescente durante a puberdade, outros critérios
M1 pré-púbere, somente P1 pré-púbere sem pilificação devem ser levados em consideração:
elevação da papila
M2 broto mamário P2 pelos longos, finos e lisos • Velocidade de progressão dos caracteres
ao longo dos grandes lábios
M3 maior aumento da mama P3 pelos mais escuros, mais
sexuais secundários;
e da aréola, sem separação espessos e encaracolados • Velocidade do crescimento;
dos seus contornos parcialmente sobre o púbis • Ritmo de maturação óssea.
M4 projeção da aréola e da P4 pelos mais escuros.
papila com a aréola saliente espessos e encaracolados Esses três indicadores devem evoluir de modo
em reação ao contorno da totalmente sobre o púbis sem
mama atingir as raízes das coxas uniforme, caso um deles apresente uma maturação
M5 aréola volta ao contorno P5 pelos estendendo-se até as muito rápida e inesperada, mesmo que dentro da
da mama, saliência da papila. raízes das coxas faixa etária normal esperada para a puberdade, eles
Mama adulta
devem ser investigados.

Quadro clínico:
Questões:
- Desenvolvimento precoce de características sexuais
secundárias;

- Aceleração na velocidade de crescimento;

- Avanço de idade óssea;


Resposta: A
- Fechamento precoce das epífises de crescimento.
Epidemiologia:

• Muito mais frequente no sexo feminino


(prevalência de 10 a 20 vezes maior em
meninas);
• Incidência de 1:5000 a 1:10000 (incidência de
3:1 a 23:1 meninas:meninos);
• Maior risco em crianças com alteração no
SNC;
• Tendência secular de redução da idade de
início da puberdade;
• Aumento recente da incidência (fatores Resposta: certo
ambientais: disruptores endócrinos,
Existem inúmeras causas para a PPC, as quais podem
sedentarismo, telas/ fatores nutricionais:
ser tanto idiopáticas quanto secundárias! Observe:
obesidade).
- Doenças do SNC:
Puberdade precoce central ou gnrh dependente:
➔ Hamartoma hipotalâmico;
A puberdade precoce central (PPC), também ➔ Anomalias congênitas;
denominada de puberdade precoce verdadeira, é ➔ Cistos;
secundária à ativação do eixo hipotálamo-hipófise- ➔ Neoplasias;
gonadal (HHG). ➔ Lesões vasculares;
Como já vimos, o início da puberdade é marcado pela ➔ Irradiação craniana;
presença de pulsos de GnRH pelo hipotálamo. Esses ➔ Trauma;
pulsos têm início durante a noite e tornam-se cada ➔ Infecções.
vez mais frequentes no decorrer da puberdade. - Secundária à exposição a esteroides sexuais:
Apesar de não ser muito claro o estímulo para que ➔ Hiperplasia adrenal congênita;
essa liberação pulsátil de GnRH ocorra, sabe-se que ➔ Uso de esteroides sexuais;
existem vias de inibição da liberação do GnRH.
Estudos recentes indicam que o GABA (ácido gama- - Mutações genéticas;
aminobutírico) pode ter esse papel.
- Idiopática.
Algumas lesões no SNC podem induzir a puberdade
Quadro clínico:
precoce, o que pode ser explicado pelo fato dessas
lesões interromperem as vias inibitórias dos pulsos O desenvolvimento dos caracteres sexuais na PPC
de GnRH, resultando na puberdade precoce. pode ocorrer em qualquer idade. Ele segue a
sequência fisiológica de instalação da puberdade.
A puberdade precoce central é sempre isossexual,
isto é, cada sexo manifesta os caracteres compatíveis A PPC caracteriza-se nas meninas pela sequência de
com seu gênero. maturação que inicia em mamas, pelos pubianos e
depois menarca; nos meninos, surge primeiro o
Causas:
aumento do volume testicular e do pênis e só depois
A PPC é de 5 a 10 vezes mais comum no sexo feminino os pelos pubianos.
e surge de forma esporádica. Em meninas, de 80 a
O aumento de produção dos esteroides sexuais
90% dos casos são de causa idiopática; já em meninos,
determina a aceleração da velocidade de crescimento,
25 a 75% apresentam lesões estruturais do SNC.
com isso, observa-se alta estatura durante a
Portanto: puberdade. Porém, como também ocorre a
maturação precoce das cartilagens de crescimento,
- sexo feminino = a maioria é idiopática; crianças não tratadas adequadamente podem
- sexo masculino = a maioria é secundária a doenças apresentar baixa estatura na vida adulta!
do SNC.
Na puberdade precoce periférica, os níveis de LH e
FSH encontram-se baixos (pré-púberes) e não
aumentam substancialmente com os pulsos de GnRH.

ATENÇÃO: sinais de precocidade sexual no menino e


Resposta: A assimetria testicular, lembrar de tumor testicular!
Puberdade precoce periférica ou pseudopuberdade Síndrome de McCune-Albright:
precoce: É uma condição genética rara, decorrente de uma mutação pós-zigótica,
que afeta meninos e meninas, e é caracterizada pela tríade de manchas
Não depende da maturação do eixo HHG, pois é
café com leite, puberdade precoce periférica e displasia fibrosa
decorrente do excesso de esteroides sexuais poliostótica. Outras endocrinopatias hiperfuncionantes podem estar
(andrógenos e/ou estrógenos) produzidos nas associadas, como hipertireoidismo, síndrome de Cushing,
gônadas, na adrenal ou por outros mecanismos que hiperprolactinemia e hiperparatireoidismo.
não dependam do eixo HHG.

Diferentemente da PPC, a puberdade precoce


periférica pode ser isossexual ou heterossexual, ou
seja, uma menina com PPP pode apresentar
caracteres sexuais do sexo feminino ou do masculino.

Causas:

- Atividade gonadal autônoma:

➔ Síndrome de McCube- Albright;


➔ Testotoxicose;
➔ Síndrome de Peutz-Jeghers.

- Tumores ovarianos:

➔ Cisto folicular;
➔ Células da teca;
➔ Células da granulosa

- Tumores testiculares:
Avaliação da precocidade sexual:
➔ Células de Leydig;
Perguntas importantes a serem feitas:
➔ Células de Sertoli.
• A puberdade é central ou periférica?
- Tumores secretores de HCG:
• A evolução dos caracteres sexuais está
➔ Germinoma; acelerada ou normal?
➔ Hepatoblastoma; • Existe um excesso de andrógeno ou de
➔ Pinealoma; estrógeno?
➔ Corocarcinoma;
➔ Teratoma. História clínica:

- Doenças da adrenal: • Cronologia de início e desenvolvimento


puberal;
➔ Hiperplasia adrenal congênita forma não • Avaliação da velocidade de crescimento
clássica; (curva de crescimento);
➔ Tumores. • Sempre questionar exposição exógena a
- Hipotireoidismo primário; esteroides sexuais;
• História de lesões de SNC ou outras doenças
- Causas exógenas; (hipotireoidismo, HAC, Sd McCune-Albright...);
- Iatrogenia. • Puberdade dos pais e irmãos;
• História familiar de puberdade preococe.
*OBS: sempre investigar lesões de SNC em meninas relação à maturação do eixo HHG. Nessa
menores que 6 anos e em todos os meninos situação, o teste de estímulo que resulta em
relação FSH/LH maior do que 1 pode
Exame físico:
diferenciar crianças com quadros benignos
• Antropometria: peso, altura, IMC e (puberdade precoce intermitente ou não
proporções corporais; progressiva) de outros que necessitem de
• Estadiamento puberal (critérios de Tanner); tratamento. Nos casos de puberdade precoce
• Avaliar pelos axilares, acne, excesso de central, há aumento significativo do LH e FSH
oleosidade e odor corporal; com predomínio do LH.
• Avaliar genitália externa
Meninos: avaliar pelos, medir volume
testicular e tamanho do pênis.
Meninas: avaliar pelos, coloração, tamanho
do clitóris, presença de secreção.
• Pesquisar massas abdominais, pélvicas e
testiculares;
• Dosagem sérica de estradiol: Níveis de
• Alterações do SNC, avaliação de campimetria
estradiol extremamente elevados com
(campo visual);
supressão de LH e FSH podem indicar
• Sinais de hipotireoidismo primário;
puberdade precoce do tipo periférica.
• Sinais dismórficos. o Pouco útil;
*OBS: Ao avaliar as mamas em meninas com o Níveis > 100 pg/mL sugerem cistos ou
obesidade, tenha cuidado para não confundir tecido tumores ovarianos
mamário com lipomastia! • Dosagem sérica de testosterona: níveis altos
de testosterona indicam produção testicular
Exames complementares: em meninos. Podem também indicar
O diagnóstico da puberdade precoce é clínico, porém, exposição exógena ou produção adrenal em
a diferenciação entre puberdade central e periférica ambos os sexos. Se houver supressão de LH e
requer uma avaliação laboratorial cuidadosa. FSH associada, podem indicar PPP.
o Meninos: > 50 ng/mL é considerado
• Dosagem basal de gonadotrofinas: a puberal.
dosagem de gonadotrofinas (LH e FSH) são • Dosagem de hCG: sempre dosar em meninos
fundamentais para determinar se há com suspeita de PP.
maturação do eixo HHG. Níveis baixos de LH e • THS e T4 livre: descartar hipotireoidismos
FSH indicam puberdade precoce periférica e primário.
níveis elevados indicam PPC. • 17-OH-progesterona: pode estar elevada em
o LH > 0,3 UI/L (ICMA) ou > 0,6 UI/L casos de hiperplasia adrenal congênita na
(IFMA) = ativação do eixo HHG; forma não clássica. A testosterona também se
o Se LH pré-pubere e forte suspeita eleva nessa condição.
clínica = fazer teste de estímulo. o Serve para descartar hiperplasia
*OBS: Dosagens elevadas de gonadotrofinas adrenal congênita
hipofisárias com predomínio de LH em crianças com • SDHEA, DHEA, androstenediona: serve para
precocidade sexual sugerem que a puberdade precoce descartar tumores adrenais.
seja de causa central. • US pélvica: permite avaliar a presença de
tumores ovarianos e adrenais, assim como
• Teste de estímulo com análogos do GnRH: pode avaliar a ação estrogênica por meio da
esse teste consiste na administração avaliação da espessura do endométrio e do
endovenosa do GnRH ou análogo com coletas volume uterino.
seriadas de sangue para dosagens de LH e o Ovários: dimensões, volume,
FSH. Nos casos de puberdade precoce estrutura (cistos, folículos).
intermitente ou não progressiva, a dosagem - Mais de 6 folículos medindo < 10
de LH basal pode ser inconclusiva, não mm;
oferecendo uma avaliação satisfatória em - Um ou mais folículos > 10 mm.
o Útero: dimensões, volume, relação Na puberdade precoce central é indicado o
corpo-colo, eco endometrial. tratamento com análogos do GnRH (leuprorrelina e
- Volume > 2 cm³ ou tamanho > 3,5 triptorrelina) na apresentação de depósito de
cm; aplicação intramuscular. Existem várias preparações
- Aspecto piriforme; desses agonistas do GnRh com recomendações para
- Eco endometrial uso mensal, trimestral ou semestral (é fornecido pelo
• US de mamas: serve para diferenciar SUS).
lipomastia de tecido mamário.
Quando o tratamento é iniciado na menina antes dos
• RNM sela túrcica ou hipófise-hipotálamo: nos
12 anos de idade óssea e no menino antes dos 13
casos em que há suspeita de lesões em região
anos, a estatura final atinge valores mais adequados.
hipotálamo hipofisária, esse exame permite o
diagnóstico de hamartomas e cistos nessa O mecanismo de ação desse fármaco é promover uma
região. estimulação contínua na hipófise que acarreta uma
dessensibilização das células gonadotróficas e
supressão das gonadotrofinas. Isso leva à diminuição
da produção de esteroides sexuais. Esse fenômeno é
conhecido por supressão reversível do eixo HHG.

Resposta: A

Esse tratamento leva à queda na velocidade do


crescimento e da maturação óssea. Além disso, nota-
se diminuição do volume das mamas, quando se
encontram em estágios iniciais (até Tanner 3), a
menstruação cessa, ocorre estabilização da pilificação
pubiana e diminuição do volume testicular nos
Abordagem terapêutica: meninos.
Nem todos os pacientes possuem indicação para Os níveis hormonais de estrógenos, andrógenos e
tratamento → deve-se avaliar caso a caso se a gonadotrofinas retornam ao normal com o
puberdade é lentamente progressiva e próximo a tratamento.
normalidade.
O uso de análogos do GnRH é indicado para a PPC
Os objetivos são: idiopática ou neurogênica, ou para pacientes que
apresentam uma puberdade precoce inicial que
• Tratar ou remover lesões graves (tumores);
evoluiu para central por causa da maturação
• Regredir ou estabilizar a progressão puberal
secundária do eixo.
até a idade adequada do desenvolvimento;
• Interromper a aceleração da idade óssea = Acompanhamento do tratamento:
melhorar a previsão da estatura final;
• Basicamente clínico;
• Prevenir problemas emocionais na criança e
nos pais; • LH basal suprimido;
• Duração do tratamento é variável:
• Controlar os problemas psicossociais
o Meninos IO 13,5 anos;
secundários;
o Meninas IO 12,5 anos.
• ´prevenir CA de mama associado à menarca
precoce.
Resposta: B

Resposta: A

Na puberdade precoce periférica o excesso de


esteroides sexuais é resultado da produção gonadal,
adrenal, exógena, ou de um tumor produtor de
gonadotrofinas. A PPP não responde ao tratamento
com análogos do GnRH; seu tratamento deve ser
individualizado e direcionado à causa de base,
conforme descrito a seguir:

• tratamento cirúrgico: tumores testiculares,


ovarianos ou de adrenal;
• tratamento clínico conservador: em casos de
cisto folicular funcionante;
• remoção da fonte de esteroide: em casos de
PPP após exposição a esteroides;
• corticoides: na hiperplasia adrenal congênita
forma não clássica;
• outros: uso de aromatase ou bloqueadores da
ação do estrogênio podem ser indicados para
meninas com síndrome de McCune-Albright.
Meninos com essa síndrome beneficiam-se da
associação de antiandrogênicos e inibidores
da aromatase

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