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Fases do desenvolvimento

e amadurecimento sexual
da mulher;

ENF. DEBORA CORDEIRO


Todo esse processo de mudanças marca a transição da infância para a idade
adulta. A adolescência vem acompanhada por uma série de mudanças
físicas, psicológicas e sociais. Com ela, chega também a puberdade, período
da vida em que o corpo e a mente passam por grandes transformações em
um período relativamente curto.
Pré - Adolescência
As características físicas na pré-adolescência se baseia na perda da aparência infantil da face,
adquirindo traços que o caracterizarão como adulto; surgem os caracteres sexuais secundários nas
meninas entre 10 e 12 anos, assim como as alterações físicas da puberdade, como o aumento de altura,
peso, pelve e dos quadris, desenvolvimento das mamas, aumento da sudorese, surgimento dos pelos
pubianos. As mudanças em seu padrão de comportamento:

➢ desenvolvimento motor: apresentam movimentos ativos, inquietos e energéticos; esforça-se para


aperfeiçoar habilidades físicas;

➢ desenvolvimento cognitivo: gosta de raciocinar, quer medir desafios, gosta de ação para aprender,
gosta de conversar e debater, consegue ser crítico em seus próprios trabalhos;

➢ desenvolvimento psicossocial: começam a trabalhar seus padrões sociais, participam de grupos,


questionam sua independência, o interesse pela sexualidade tende a ser crescente.
Adolescência

Entre 12 a 14 anos ocorre o ínicio da adolescência , os órgãos reprodutivos tornam-se ativos,


inicia-se a menarca (primeira menstruação), sistema esquelético cresce mais rápido,
aumentando as necessidades de cálcio e ferro. Mudanças em seu padrão de comportamento:

➢ desenvolvimento motor: alcança uma postura ruim, mais relaxada, cansa-se facilmente;

➢ desenvolvimento cognitivo: pode projetar o pensamento para o futuro, cria planos, e


pensamentos imaginativos;

➢ desenvolvimento psicossocial: interesse pelo sexo oposto tende a ficar mais forte, tendência
revoltar-se com a autoridade do adulto, retrabalha seus sentimentos sobre pai e mãe, pode
apresentar uma afeição maior por alguém de fora da família, os grupos de amigos são
extremamente mais importantes, começam a questionar os valores morais.
Puberdade

A puberdade está diretamente associada ao início da vida adulta, sendo ocasionada pelo aumento
gradativo da produção dos hormônios gonadotrópicos pela hipófise, que tem início aproximadamente
com 8 anos e é finalizado no começo da puberdade. Já a menarca, que significa o primeiro ciclo
menstrual, ocorre nas meninas frequentemente entre 11 e 16 anos.

O sistema hormonal feminino é composto por três hierarquias de hormônios:

➢ um hormônio de liberação hipotalâmico, chamado de hormônio liberador de gonadotropina (GnRH).

➢ hormônios sexuais produzidos pela hipófise anterior — o hormônio folículo estimulante (FSH) e o
hormônio luteinizante (LH) —, ambos secretados em resposta ao GnRH do hipotálamo.

➢ hormônios ovarianos, estrógeno e progesterona, que são secretados pelos ovários em resposta aos
dois hormônios da hipófise anterior (LH e FSH).
A puberdade é o início da vida sexual adulta. Determina-se esse período por um
aumento gradual da secreção de hormônios gonadotróficos pela hipófise inicia-se
aproximadamente no oitavo ano de vida. Durante a infância, o hipotálamo não secreta
quantidades significativas do GnRH. Uma das razões é que, nesse período, a menor
secreção dos hormônios esteroides opera produzindo um forte efeito inibitório sobre a
secreção hipotalâmica de GnRH

No decorrer de cada mês do ciclo sexual feminino, tanto o fsh quanto o lh mostrar-se aumento e
diminuição cíclicos. esses hormônios estimulam as células-alvo ovarianas ao se ligarem a
receptores específicos. tais variações formam alterações ovarianas cíclicas. os dois tipos de
hormônios sexuais ovarianos são o estrogênio e a progestina hormônios esteroides secretados
especialmente a partir do colesterol. o hormônio mais importante dos estrogênios é o estradiol,
sendo ele secretado em quantidades significativas pelos ovários e em pequena quantidade pelo
córtex adrenal.
Esse hormônio é secretado em grande quantidade pela placenta, durante o período gestacional.
Também são encontrados outros dois tipos de estrogênios, a estrona e o estriol em quantidades
significativas no plasma das mulheres. A secreção de estrogênio apresenta níveis elevados na
puberdade e variações cíclicas durante os ciclos sexuais mensais, com aumento adicional da
secreção durante os primeiros anos da vida reprodutiva e, ao final desta, uma redução progressiva,
culminando, ao mesmo tempo com a progesterona, em níveis quase indetectáveis após a
menopausa. A progesterona é a progestina mais importante, contudo, uma pequena quantidade da
17-α-hidroxiprogesterona também é secretada, tendo essencialmente os mesmos efeitos. Na mulher
não grávida, a progesterona é secretada em quantidades significativas na segunda metade do ciclo
menstrual
Puberdade precoce e tardia

Nas meninas ocorrem antes dos 8 anos de idade, a puberdade precoce é o início da
maturação sexual. Podendo ser classificada em dois tipos:

➢ dependente do GnRH (puberdade precoce central);

➢ independente do GnRH (efeitos periféricos do hormônio sexual).

Geralmente, a puberdade precoce dependente de GnRH é mais comum e mais frequente em


meninas. Nessa patologia, o eixo hipotálamo-hipofisário é ativado, resultando em aumento
da maturação das gônadas, desenvolvimento das características sexuais secundárias e
espermatogênese ou oogênese.
A puberdade tardia é definida como a ausência do início da maturação sexual na época
esperada. A puberdade tardia nas meninas, deve-se à ausência do desenvolvimento das
mamas até os 13 anos e à ausência de menstruação (amenorreia) até os 16 anos. Cita-se
além desses fatores, tanto para o sexo feminino e masculino, um período de tempo superior a
cinco anos entre o início e o fim do crescimento dos órgãos genitais. Existe vários distúrbios
que estão relacionados à puberdade tardia, entre eles, doenças autoimunes, tumores que
possam interferir no eixo hipotálamo-hipófise e diminuir ou interromper a secreção de
gonadotrofinas, distúrbios testiculares e anomalias cromossômicas, como a Síndrome de
Turner em meninas e Síndrome de Klinefelter em meninos
O ciclo menstrual

Os anos reprodutivos da mulher incluem alterações rítmicas mensais da secreção dos


hormônios e alterações físicas correspondentes nos ovários, bem como em outros órgãos
sexuais. Esse padrão rítmico recebe o nome de ciclo mensal feminino, ou ciclo menstrual. O
ciclo tem, em média, duração de 28 dias, podendo ser curto (apenas 20 dias) ou longo (até
45 dias), sendo dividido em fase folicular e lútea
O primeiro dia menstrual corresponde ao primeiro dia do ciclo, quando inicia a fase folicular,
com o crescimento e o desenvolvimento de um folículo dominante nos ovários. Na metade
de cada ciclo sexual mensal, um só óvulo é expelido, a partir do folículo ovariano, para o
interior da cavidade abdominal, próximo às extremidades fimbriadas abertas das tubas
uterinas. De tal modo, no ciclo menstrual, geralmente existe, um único óvulo apenas que é
liberado pelos ovários em cada mês, de modo que apenas um feto possa se desenvolver
após a fecundação.

Após a ovulação, o óvulo liberado segue seu trajeto ao longo das tubas uterinas
direcionada ao útero. Caso seja fertilizado por um espermatozoide, ele irá se implantar na
cavidade do endométrio, que já foi preparado durante a fase secretora, no qual ocorrerá o
desenvolvimento de um embrião
Caso não ocorra a fecundação com o óvulo liberado, a menstruação, ou a descamação do
endométrio, ocorre cerca de 14 dias após a ovulação, quando a maior parte do endométrio
do útero se destaca da parede uterina, sendo então eliminada. Esse processo resulta da
proteólise e isquemia (vasoconstrição endometrial com ruptura de capilares) da camada
superficial. O aumento das contrações do miométrio auxilia a expulsão do endométrio
degenerado.

Acontecem todas essas alterações ovarianas durante o ciclo sexual, dependem totalmente
dos hormônios gonadotrópicos FSH e LH secretados pela hipófise anterior. Na ausência
destes, os ovários permanecem inativos. O LH é imprescindível para o crescimento folicular
final e para a ovulação. Cerca de dois dias antes da ovulação, a secreção de LH pela
hipófise anterior aumenta acentuadamente, atingindo seu pico 16 h antes da ovulação.
O FSH também aumenta de duas a três vezes nesta ocasião, e os dois hormônios agem de
modo sinérgico para causar o elevado aumento do folículo durante os últimos dias antes da
ovulação. Sem esse surto pré-ovulatório de LH, a ovulação não acontece. O aumento na
secreção de LH leva à reorganização do folículo e à formação do corpo lúteo, uma glândula
endócrina temporária que continua a produzir e a secretar autonomamente progesterona e
estrógeno. O hormônio exerce um papel importante na regulação da duração do ciclo
ovariano, na manutenção inicial da gestação e na suspensão da liberação de FSH e LH por
meio da inibição de GnRH.
A secreção de estrogênio um dia antes da ovulação começa a diminuir, enquanto começam a
ser secretadas grandes quantidades de progesterona. Em caso de fertilização, o corpo lúteo
continua a crescer e mantém funcional durante os primeiros dois a três meses da gestação.
Posteriormente, ele regride gradativamente à medida que a placenta assume o papel de
síntese hormonal para a manutenção da gestação.

A secreção do hormônio progesterona continua elevada até o final da gestação. O processo


de lise, ou regressão do corpo lúteo, marca o final do ciclo reprodutivo feminino, com declínio
inicial da produção de progesterona. Corpo albicans é o nome da cicatriz desenvolvida no
ovário após a involução do corpo lúteo. Essa fase é chamada de fase lútea
Climatério e menopausa

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define climatério como uma das fases biológicas da
mulher e não mais como um processo patológico. É a transição entre os períodos
reprodutivos e não reprodutivos da mulher (BRASIL, 2008) Algumas mulheres passam por
esse período sem sofrer alterações e nem sempre precisam de medicamentos para auxiliar
nessa passagem; outras apresentam sintomas que podem ser variáveis conforme sua
intensidade. Para ambos os casos, é aconselhável o acompanhamento médico, evitando os
agravos à saúde da mulher. O diagnóstico precoce visa à uma melhor promoção da saúde e
o tratamento imediato dos sintomas, prevenindo danos futuros
Os ciclos sexuais femininos, passarão a ficar habitualmente irregulares, entre os 40 e 50
anos de idade, ou seja, a ovulação deixa de ocorrer durante muitos desses ciclos, período
que é chamado de perimenopausa, o qual se inicia quando os primeiros sintomas da
menopausa iminente começam a aparecer. Depois de alguns meses ou anos, os ciclos
cessam por completo.
Esse período em que os ciclos cessam e os hormônios sexuais femininos diminuem até
quase zero é denominado menopausa. O termo significa, portanto, a cessação permanente
da menstruação, resultante da perda da função ovariana. A causa da menopausa é a
extinção dos ovários. Durante toda a vida reprodutiva da mulher, cerca de 400 dos folículos
primordiais crescem, transformam-se em folículos maduros e ovulam, enquanto centenas de
milhares degeneram. Em torno dos 45 anos de idade, restam apenas alguns folículos
primordiais para serem estimulados por LH e FSH, além disso, a produção de estrogênios
diminui assim que o número de folículos primordiais se aproxima do zero.
Quando a produção de estrógenos cai abaixo de um valor crítico, esses hormônios não
conseguem mais inibir a produção de LH e FSH, que passam a ser produzidos em
quantidades grandes e contínuas. Conforme os folículos primordiais remanescentes ficam
atrésicos, a produção de estrogênio pelos ovários cai praticamente para zero.
Em algumas mulheres, alguns sinais e sintomas são mais frequentes e considerados comuns
ao período da menopausa, em razão da alteração hormonal que o organismo sofre; outras
convivem normalmente com essa transformação, sem nenhum sintoma aparente, porém a
alteração hormonal é evidente no acompanhamento dos exames.

Sinais e sintomas.

➢ Ondas de calor: também chamados de fogachos, são sensações intensas de calor, que
acompanham rubor na face e no tronco.
➢ Alterações urogenitais: com a diminuição ou ausência do estrogênio, ocorre a atrofia do epitélio
vaginal, podendo ocorrer discreto sangramento. Na vagina, ocorre seu estreitamento e encurtamento,
com perda de elasticidade e diminuição da secreção vaginal natural. Nessa fase ocorre dispareunia, um
desconforto sentido durante a relação sexual, e pode ocorrer aumento de casos de vaginites por conta
do aparecimento de uma flora inespecífica. Outro aspecto que pode ocorrer é a síndrome uretral,
caracterizada pelo aumento da frequência e ardência ao urinar.

➢ Alterações de humor: as mudanças hormonais ocasionam variações na constituição química do


cérebro, o que pode fazer surgir sintomas como ansiedade, fadiga, depressão, irritabilidade, perda de
memória e insônia.

➢ Alteração na sexualidade: a libido fica reduzida, principalmente pelo fato de a vagina não manter uma
lubrificação desejável e ocorrer dor durante o ato sexual.

➢ Aumento do risco cardiovascular: o hormônio estrogênio tem como uma das suas funções proteger o
coração e os vasos sanguíneos de desenvolvimento de trombos; com a diminuição desse hormônio,
aumenta a susceptibilidade de a mulher desenvolver um problema cardiovascular nessa fase.

➢ Osteoporose: a massa óssea se reduz nessa fase, tornando os ossos mais frágeis e, com isso, o
risco de fratura aumenta.

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