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IV. Pós-menopausa, que se inicia um ano após a última − Produzido durante todo o ciclo menstrual.
menstruação e vai até os 65 anos de idade; − Dois tipos de estrogênio são produzidos no ovário: a
V. Senilidade, período da vida que se segue ao climatério e estrona e o estradiol.
tem início aos 65 anos. ▪ Progesterona
− Manutenção da gravidez – mulheres que não produzem
progesterona correm risco de abortamento;
SISTEMA HORMONAL FEMININO − Produzida a partir do momento da ovulação pelo corpo
lúteo.
• Hormônio de liberação hipotalâmica: GnRH - Hormônio
liberador de gonadotropina As alterações ovarianas dependem dos hormônios
• Hormônios sexuais de liberação hipofisária anterior: gonadotróficos: LH e FSH; na ausência deles, os ovários
● FSH - Hormônio folículo estimulante permanecem inativos (infância e senescência).
● LH - Hormônio luteinizante
• Hormônios ovarianos
● Estrogênio
O ciclo, dura em média, 28 dias. Pode ser curto como 20 dias
● Progesterona
ou longo como 45 dias. Resultados do ciclo sexual feminino:
Apenas um óvulo é liberado dos ovários a cada mês e o
Antes da puberdade: secreção de GnRH é contínua e
endométrio é preparado para a implantação do óvulo.
não consegue despertar a secreção de gonadotrofinas
pela hipófise; Entre 9 e 12 anos, a hipófise começa a secretar
Na puberdade: por maturação do sistema límbico, a progressivamente FSH e LH, dando início a ciclos sexuais
secreção é pulsátil. mensais que se inicia entre 11 e 15 anos.
maturação epitelial – células intermediárias, parabasais 2. O FSH aumenta a produção estrogênica, promove o
(citoplasma pequeno e núcleo grande) e basais. crescimento da camada granulosa e estimula a
atividade da aromatase.
3. As células da teca produzem estradiol a partir de
androgênio, sob o estimulo da aromatase (dependente
de FSH).
4. A seleção do folículo dominante é caracterizada pela
maior presença de receptor de FSH, por isso, maior
ação da aromatase produz mais estrogênio.
− A partir do 7º dia, o útero começa a produzir uma
camada nova e vascularizada no endométrio;
− O folículo atua sobre o útero estimulando o
desenvolvimento do endométrio.
FASE OVULATÓRIA:
• Antes de ovular:
● Parede externa do folículo incha
● Estigma projeta-se como um bico
● Em 30 minutos o líquido começa a vazar
● Em 2 minutos o estigma se rompe, liberando o líquido
viscoso da porção central do folículo.
● O óvulo é carreado e envolto pelas células da granulosa,
denominada coroa radiata;
• Pico de LH, precedido pelo aumento acelerado do nível de
estradiol.
• O pico de LH, estimula a ovulação.
• A ovulação ocorre aproximadamente 32 a 36 horas após o
inicio da elevação dos níveis de LH e cerca de 10 a 12 horas
FASE FOLICULAR: após seu pico máximo.
• Fase menstrual (1º ao 5º dia): caracterizada pela • A progesterona e o estrógeno combinados, inibem a ação
descamação da camada funcional do endométrio, da hipófise – inibindo a liberação de FSH e LH.
caracterizando o inicio do ciclo. Essa fase ocorre devido à
Início da ovulação:
regressão do corpo lúteo que cessa a secreção de
progesterona e estrógeno; com isso o endométrio deixa de ● Liberação de enzimas proteolíticas pela teca externa (cápsula
ser estimulado a permanecer, causando a interrupção de folicular) - Leva a uma dissolução e enfraquecimento da parede
oxigênio e nutrientes, levando a necrose da camada capsular, causando dilatação do folículo e degeneração do
funcional. – Na menstruação é liberado cerca de 35Ml de estigma
sangue.
− Os hormônios hipofisários e ovarianos estão em baixa ● Concomitantemente ocorre a angioneogênese, vasodilatação
concentração. por prostaglandinas e transudação para o folículo.
− O sangramento dura em torno de 5 dias e
Combinação desses eventos leva ao rompimentos do folículo e
gradativamente, a concentração de FSH aumenta.
liberação do óvulo.
o Presença de células epiteliais intermediárias e
parabasais, hemácias, leucócitos. Poucas células FASE LÚTEA – inicia no dia da ovulação; duração fixa de
superficiais. 14 dias:
• Folicular (1º dia até a ovulação): nesta fase acontece uma
sequência ordenada de eventos que assegura o O aumento dos níveis de progesterona de forma aguda
recrutamento de novos folículos, para seleção do folículo caracteriza essa fase.
dominante. Este processo demora cerca de 10 a 14 dias.
1. O recrutamento se inicia no final da fase lútea do ciclo • Formação do corpo lúteo;
anterior, a partir da regressão do corpo lúteo e do • Ocorre a luteinização, processo em que as células da
aumento de FSH. camada granulosa passam a produzir progesterona.
•
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O AMP-D é um potente anovulatório, suprimindo o pico espermatozóides pelo sistema canalicular feminino; a
de LH. fertilização do ovócito; o ovo-transporte e a nidação
IMPLANTES: Os implantes contraceptivos são constituídos endometrial. Em condições normais, a fertilização ocorre
de silicone polimerizado com um hormônio no seu interior, na ampola tubária até aproximadamente 72 horas após o
que é liberado continuamente para a corrente sangüínea, intercurso sexual. Ocorrendo condições favoráveis à
proporcionando o efeito contraceptivo. O mais popular de implantação do blastocisto (em média após 3 dias de ovo-
todos contém o progestogênio levonorgestrel e a transporte), esta ocorrerá em torno do 6o dia do período
elcometrina. Outros implantes contêm o desogestrel, o pós-ovulatório.
nomegestrol e a elcometrina. A anticoncepção de emergência com hormônios pode
DISPOSITIVO INTRA-UTERINO: o DIU exerce seu efeito provocar antecipação do fluxo menstrual, sendo comuns
antifertilidade de forma variada e pode interferir no as alterações no padrão de sangramento.
processo reprodutivo antes mesmo do ovo atingir cavidade
uterina. O DIU atua sobre os óvulos e os espermatozóides TERAPIA HORMONAL
de várias maneiras:
Estrógenos podem ser divididos em naturais e sintéticos.
1) Estimula reação inflamatória pronunciada no útero, por
Os naturais são mais utilizados na reposição hormonal,
ser um corpo estranho. A concentração de diversos tipos de
enquanto os sintéticos são aplicados em métodos de
leucócitos, prostaglandinas e enzimas nos fluidos uterino e
contracepção.
tubários aumentam consideravelmente, especialmente nos
− Os hormônios naturais são compostos basicamente por
DIUs com cobre.
estradiol, estrona e estriol. Os dois primeiros são
2) As alterações bioquímicas interferem no transporte dos
produtos de síntese ovariana, enquanto o terceiro é
espermatozóides no aparelho genital, bem como alteram
conseqüência do metabolismo periférico do estradiol e
os espermatozóides e óvulos, impedindo a fecundação.
estrona.
• Os primeiros DIUs modernos (alça de Lippes e espiral de
− O potencial biológico dos diferentes tipos de estrógenos
Margulies) surgiram no princípio dos anos sessenta, sendo
depende basicamente da afinidade de cada tipo de
que no final dessa década se agregou cobre ao plástico do
molécula ao seu receptor-alvo.
DIU, aumentando sua eficácia e diminuindo os efeitos
− Metade dos estrógenos é excretada na urina nas
colaterais. O TCu 380A já foi liberado para uso durante 10
primeiras 24 horas e outra metade é inicialmente
anos e a previsão é que tenha maior durabilidade. Seu
eliminada pela bile sofrendo hidrólise no intestino onde
índice de falha é menor que 1 por 100 mulheres/ano.
até 80% são reabsorvidos.
• Outro DIU existente no mercado internacional é o DIU
− Os estrógenos conjugados são hormônios naturais
liberador de progesterona (65 mg/dia) - Progestasert - mas
extraídos da urina de éguas prenhes e incluem, além de
é de alto custo, e tem durabilidade de apenas um ano. Sua
estradiol, estrona, sulfato de estrona e os estrógenos
eficácia é de 95 por 100 mulheres/ ano, sendo o único DIU
derivados do anel B insaturado: equilina, equilenina e
que reduz a perda sanguínea menstrual. Para substitui-lo,
seus sulfatos. Os efeitos biológicos dos estrógenos
surgiu o DIU de levonorgestrel (LNG-20), que libera 20 mg
conjugados são resultantes principalmente da
por dia desse hormônio, com duração prevista de 5 anos e
combinação de sulfato de estrona, sulfato de equilina e
de elevada eficácia.
seus metabólitos. A equilina, por si só, é mais potente que
ANTICONCEPÇÃO CIRÚRGICA:
todos os outros componentes dos estrógenos
• Ligadura tubária: Ligadura tubária constitui método
conjugados.
permanente de contracepção, operacionalizado através da
− As vias de administração de estrógenos naturais são a
obstrução do lumen tubário, impedindo assim o transporte
oral, transdérmica, percutânea e vaginal. Pela via oral,
e a união dos gametas.
os estrógenos passam pelo fígado e são metabolizados
• Vasectomia: Secção e/ou oclusão do canal deferente,
em estrona e sulfato de estrona. As vias transdérmica e
sendo um método seguro, eficaz e de fácil execução.
percutânea evitam o metabolismo hepático e não
interferem no sistema renina-angiotensina sendo
ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA: Envolve uma ou mais
indicadas principalmente nas pacientes com
fases do processo reprodutivo, interferindo na ovulação, na
antecedentes de tromboembolismo e nas hipertensas.
espermomigração, no transporte e nutrição do ovo, na
fertilização, na função lútea e na implantação.
A progesterona pode ser utilizada pelas vias oral,
A ocorrência de uma gravidez depende de uma seqüência
intramuscular transdérmica e através da mucosa vaginal.
de eventos, que envolvem todos os complexos
A forma micronizada, ao contrário do que ocorre com a
mecanismos da endocrinologia reprodutiva, masculina e
progesterona pura, é bem absorvida e torna-se uma
feminina, dos quais salienta-se: ascensão dos
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alternativa ao uso de progesterona. A metabolização da Ao final, somam-se todas as notas e divide-se por 10.
progesterona origina vários produtos sendo os principais a Considera-se o índice elevado quando acima de 7, a
pregnanediona, pregnenolona e pregnanediol. diminuição do índice ao longo do tratamento é um
− Os hormônios sintéticos apresentam ação semelhante à
da progesterona podendo ser obtidos a partir da
testosterona ou da própria progesterona. Possuem
indicação em diversos setores de endocrinologia
ginecológica, como reposição hormonal, indução de
amenorréia, tratamento de hiperplasia ou câncer de
endométrio, contracepção, tratamento de
hiperandrogenismo;
Quando a TRH usa estrógenos associados aos
progestínicos ela é denominada de "combinada". A marcador de boa resposta terapêutica.
combinação pode variar entre contínua e seqüencial ou
cíclica. A forma mais popular de esquema contínuo • Índice de Kupperman: consiste em atribuir graus de
combinado é o uso de 0,625mg de estrógenos conjugados intensidade aos sintomas listados, da seguinte forma:
com 2,5mg de medróxiprogesterona. Estrogênio cíclico ou ausente (0), leve (1), moderado (2) e grave (3).
contínuo e progestogênio cíclico são utilizados na
Cada sintoma tem um coeficiente de importância, sendo 4 para
perimenopausa quando existe sintomatologia estrogênio-
sintomas vasomotores, 2 para insônia, parestesia e
dependente, assim como nos primeiros anos da pós-
nervosismo e 1 para melancolia, vertigem, astenia, artralgia,
menopausa.
cefaleia, palpitação e formigamento. Devem-se multiplicar os
O esquema que utiliza estrogênio isolado, cíclico ou
coeficientes de intensidade e importância de cada sintoma e
contínuo, é recomendado para mulheres
somá-los posteriormente.
histerectomizadas.
Classificam-se os casos como:
CLIMATÉRIO – DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
▪ leves: índice < 20;
Nas queixas clínicas, pode ▪ moderados: índice entre 20 e 34;
haver referência a
fogachos, insônia,
irritabilidade, artralgia,
mialgia, palpitações,
diminuição da memória e
do interesse pelas
atividades de rotina, da
libido, dispareunia,
astenia e sintomas gênito-urinários relacionados com a
hipotrofia das mucosas.
O diagnóstico de climatério é eminentemente clínico,
associando-se faixa etária da paciente (> 40 anos), alterações
▪ graves: índice > 34.
menstruais e outros sintomas da deprivação hormonal. Porém,
para avaliar a sintomatologia, a necessidade de tratamento e
seu acompanhamento, foram criados alguns índices que
TRATAMENTOS
permitem avaliar, com certa praticidade, a intensidade da
síndrome climatérica. Terapia de reposição hormonal: Os sintomas vasomotores
(fogachos) atingem cerca de 75% das mulheres no climatério.
Na avaliação da intensidade da síndrome do climatério, é útil o Sem tratamento, podem desaparecer em um a dois anos, o que
emprego de índices baseados na sintomatologia. Os índices justifica terapia por curto prazo.
mais utilizados são o de Hauser e o de Kupperman, os números
obtidos servem para caracterizar objetivamente o quadro Estrógenos têm-se mostrado úteis no controle de ressecamento
clínico e sua evolução com o tratamento, quando prescrito. da mucosa vaginal e dispareunia associados à deficiência
hormonal na menopausa.
• Índice de Hauser: a paciente deve dar notas de 0 a 10 para
cada um dos sintomas listados, sendo 0 = ausência do
sintoma e 10 = sintoma muito exacerbado.
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• Exames:
Hemograma: 1ª consulta e 3º trimestre.
Tipagem sanguínea e fator Rh
▪ Se o fator Rh der negativo, realizar o Coombs
indireto -> quando coombs positivo, administrar
soro anti Rh;
Glicemia de jejum: 1ª consulta e 3º trimestre;
Urocultura e urina tipo I: 1ª consulta e 3º trimestre;
Teste rápido para sífilis e/ou VDRL: 1ª consulta e 3º
trimestre.
▪ VDRL – não treponêmico (não específico);
▪ Ftbas – treponêmico (específico).
HIV teste rápido: 1ª consulta;
Sorologia para toxoplasmose: IgM e IgG; repetir em
alguns meses;
• Consulta:
DUM: Regularidade no ciclo, anticoncepcionais, paridade,
intercorrências clínicas, obstétricas e cirúrgicas, detalhes
de gestações prévias, medicações, IST’s, uso de drogas [...]
Cálculo da DPP:
Ganho de peso
• < 18,5 kg/m² - baixo peso -> 12,5 – 18
• 18,8 – 24,9 – adequado -> 11,5 – 16
• 25 – 29,9 – sobrepeso -> 7 – 11
• > 30 – obesidade -> 5 – 9
Scanned with CamScanner
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GRAVIDEZ DE ALTO RISCO 3. Condições clínicas preexistentes:
Gestação de Alto Risco é “aquela na qual a vida ou a saúde da • Hipertensão arterial;
mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido têm maiores chances • Cardiopatias;
de serem atingidas que as da média da população • Pneumopatias;
considerada”. • Nefropatias;
• Endocrinopatias (principalmente diabetes e
Uma gestação que está transcorrendo bem pode se tornar de tireoidopatias);
risco a qualquer momento, durante a evolução da gestação ou • Hemopatias;
durante o trabalho de parto. Portanto, há necessidade de • Epilepsia;
reclassificar o risco a cada consulta pré-natal e durante o • Doenças infecciosas (considerar a situação
trabalho de parto. A intervenção precisa e precoce evita os epidemiológica local);
retardos assistenciais capazes de gerar morbidade grave,
• Doenças autoimunes;
morte materna ou perinatal.
• Ginecopatias;
Os marcadores e fatores de risco gestacionais se dividem em: • Neoplasias.
A Síndrome Hipertensiva Gestacional (SHEG) é uma doença • Implantação anormal da placenta no leito uterino, devido
multissistêmica, que acontece ao final do período gestacional à ausência da segunda onda de invasão trofoblástica, que
e se apresenta em várias formas clínicas, estando em ocorre no 2º trimestre (16ª – 20ª semana).
evidência a hipertensão gestacional, a pré-eclâmpsia (PE), a • Liberação placentária de fatores que interferem na ação
eclâmpsia e a síndrome de HELLP. do fator de crescimento endotelial (VEGF) e do fator de
crescimento placentário (PIGF);
• Essa síndrome determina-se por hipertensão arterial, − 1ª onda: destruição da capa musculoesquelética das
seguida de proteinúria e/ou edema, sendo estes artérias espiraladas no seu segmento tecidual;
chamados tríade da SHEG. → Seu diagnóstico é realizado − 2ª onda: consome o segmento miometral;
por volta da 24ª semana gestacional (decorrente de
alterações ocorridas na invasão trofoblástica. Essas ondas acabam convertendo as artérias em vasos de
baixa resistência. Em gestantes com pré-eclâmpsia, a segunda
É categorizada em duas formas básicas: onda não ocorre, dessa forma, a resistência arterial não cai e
os vasos permanecem estreitos, desenvolvendo isquemia
A PE, forma não convulsiva, marcada pelo início da
placentária. Sendo assim, a hipoperfusão placentária fica mais
hipertensão aguda após a 20ª semana de gestação;
pronunciada com a progressão da gestação, uma vez que a
E a eclâmpsia, que é uma emergência hipertensiva
vascularização uterina anormal é incapaz de acomodar o
caracterizada pelos episódios convulsivos consequentes
crescimento do fluxo sanguíneo para o feto e para a placenta,
aos efeitos cerebrais intensos da PE.
levando à injúria do endotélio vascular (radicais livres e
SHEG apresenta-se, em primeiro lugar, dentre as afecções toxinas).
provenientes do período gestacional e puerperal, além de ser
− A isquemia placentária e a hipóxia determinam lesão do
a primeira causa de morte materna do país, especialmente,
endotélio vascular, agregação plaquetária (alta de
quando se tratam das suas formas mais graves, como a
tromboxano) bem como obstrução do fluxo sanguíneo
eclâmpsia e a síndrome HELLP.
placentário.
O diagnóstico de hipertensão arterial na gravidez é feito − A hipóxia placentária também aumenta a produção de
quando os níveis pressóricos são iguais ou superiores a peróxidos lipídicos que prejudicam a síntese de
140/90 mmHg. prostaciclina, potente vasodilatador.
• O aumento de tromboxano e a diminuição de
A Síndrome Hipertensiva da Gestação pode ser classificada prostaciclina, sensibiliza os vasos à ação da angiotensina
então em quatro formas distintas: II e noradrenalina, promovendo espasmos arteriolar
placentário e sistêmico – evento básico dos distúrbios
1) pré-eclâmpsia/eclâmpsia (doença hipertensiva específica
hipertensivos na gestação.
da gravidez) quando a hipertensão arterial surge após 20
− A lesão endotelial além de aumentar a reatividade
semanas de gestação e associada à proteinúria (≥ 0,3g de
vascular e causar o desenvolvimento da hipertensão
proteína em urina de 24 horas ou ≥ 2 cruzes em uma amostra
arterial, também favorece a deposição de fibrina nos
urinária);
leitos vasculares, deflagrando eventos de coagulação
2) hipertensão crônica de qualquer etiologia quando intravascular disseminada.
identificada antes da gestação ou antes de 20 semanas de − Ocorre a permeabilidade vascular aumentada
gestação – PA ≥ 140 x 90 mmHg secundariamente à lesão endotelial, promovendo o
edema periférico aumentado (aumento da pressão
3) pré-eclâmpsia sobreposta à hipertensão crônica a hidrostática).
paciente previamente hipertensa desenvolveu proteinúria
após 20 semanas de gestação – PA ≥ 160 x 100 mmHg • TEORIA DO ESTRESSE OXIDATIVO:
− A hipoxemia placentária é responsável pela
4) hipertensão gestacional quando a manifestação ocorreu geração de radicais livres derivados de O2,
após a 20ª semana de gestação. ganhando acesso à circulação e levando a danos
endoteliais.
PRÉ-ECLÂMPSIA − A mobilização de ácidos graxos das reservas
adiposas parece diminuir a eficácia da albumina
Suas manifestações clínicas podem ser definidas pelo
plasmática como protetora dos tecidos contra
desenvolvimento gradual de hipertensão, proteinúria e
agressões pelos radicais livres.
edema generalizado.
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Visão turva, dupla, escotomas;
• TEORIA DA SUSCETIBILIDADE GENÉTICA
Epigastralgias;
− Mutação de Leiden, que torna o fator V mais
Dor abdominal lateralizada à direita.
resistente à inativação pela proteína C;
− Gene AGI e EPHX (regula produção de epóxido
hidrolase, enzima microssomal hepática
SÍNDROME DE HELLP
envolvida no metabolismo de toxinas);
− Menor produção de NO endotelial, por defeito Hemólise
do íntron β do óxido nítrico sintetase.
ELevação das enzimas hepáticas
PRÉ-ECLÂMPSIA LEVE
PA sistólica > 140 mmHg;
PA diastólica > 90 mmHg;
Edema;
Proteinúria > 0,3 g/ 24h;
Albuminúria;
PRÉ-ECLÂMPLSIA GRAVE
PA sistólica > 160 mmHg;
PA diastólica > 110 mmHg;
Proteinúria > 5 g/ 24h;
Cefaleia occiptal;
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IMINÊNCIA DE ECLÂMPSIA PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO
Corresponde ao quadro de pré-eclâmpsia grave,
caracterizado clinicamente por sinais de:
• Encefalopatia hipertensiva;
• Dor epigástrica e no hipocôndrio direito;
• Cefaleia;
• Alterações visuais;
ECLÂMPSIA
• CAUSAS:
− Vasoespasmo cerebral com isquemia local – diminuição
de calibre difuso ou local das grandes artérias cerebrais.
− Encefalopatia hipertensiva;
− Edema vasogênico – quebra da barreira
hematoencefálica (fluído escapa para o parênquima).
− Dano endotelial.
ECLÂMPSIA TARDIA
Manifestação que se dá entre 48 horas e quatro semanas de
pós-parto. A eclâmpsia tardia pode acometer tanto pacientes
previamente normotensas como as que apresentem história
de pré-eclâmpsia durante a gravidez.
É importante alertar que uma gestação que está
Proteinúria e hipertensão arterial sistêmica podem estar
transcorrendo bem pode se tornar de risco a qualquer
presentes ou ausentes, além de existirem sinais e sintomas
momento, durante a evolução da gestação ou durante o
considerados prodrômicos que podem auxiliar no diagnóstico
trabalho de parto. Portanto, há necessidade de reclassicar o
de eclâmpsia tardia, como: cefaleia intensa, distúrbios visuais,
risco a cada consulta pré-natal e durante o trabalho de parto.
epigastralgia intensa, apreensão e hiperreflexia, porém nem
A intervenção precisa e precoce evita os retardos assistenciais
sempre todos esses sintomas se encontram presentes.
capazes de gerar morbidade grave, morte materna ou
perinatal.
Parto Eutócico
Parto Distócico
• Tamanho fetal: > 400 g ou quando, mesmo não tendo um • Anormalidades de situação e apresentação
peso aumentado, a bacia materna não apresenta
diâmetros que permitam a sua passagem, ao que se
denomina desproporção cefalo-pélvica.
Deve-se tentar identificar uma distócia pelo tamanho fetal
preferencialmente antes do trabalho de parto efetivamente, o
que pode ser evidenciado de diversas maneiras:
• Movimentos acessórios:
▪ Flexão: apresentação cefálica “queixo no peito”;
▪ Deflexão: apresentação cefálica defletida “nuca nas
costas”.
Na apresentação cefálica de 2º grau o bebê não nasce
de parto normal, pois o maior o diâmetro é occipício-
fronte.
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Plano zero
INSINUAÇÃO
DESCIDA
Estreito superior
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− Desprendimento do ombro anterior;
− Desprendimento do ombro posterior.
ROTAÇÃO INTERNA
DESPRENDIMENTO CEFÁLICO
• O diagnóstico do trabalho de parto é firmado na presença Causas: contrações uterinas e suas consequências (pressão da
dos seguintes fatores: contrações uterinas rítmicas e apresentação e aumento da pressão hidrostática da bolsa
coordenadas, com frequência de 2 a 5 eventos a cada 10 amniótica).
minutos e duração de 45 a 60 segundos.
Em cada episódio, pode ser observada uma fase de • Esvaecimento ou apagamento do colo: é a incorporação
contração, que dura de 40 a 60 segundos, e outra de do colo à cavidade uterina.
relaxamento, com duração de até 120 segundos. - Ao toque vaginal: fino - médio – grosso
A intensidade mínima necessária para haver dilatação do
colo é de 15mmHg.
Miométrio: sensibilidade, excitabilidade, elasticidade,
contratilidade e tonicidade.
• Sensibilidade do útero é pequena, restrita ao colo uterino.
• O útero apresenta atividade contrátil durante toda a
gestação.
Padrão evolutivo de Friedman (divisão funcional do parto): Começa logo após o desprendimento do bebê e termina com
a saída da placenta.
RN macrossômico
Abortamento Espontâneo
Parto pré-termo
Malformações
Hipoglicemia
Hiperbilirrubinemia e policitemia
Hipocalcemia
Herança diabética
Efeitos maternos
Nefropatia
Pré-eclâmpsia
Retinopatia diabética
Neuropatia
Cetoacidose diabética
Infecções
TRATAMENTO
− Administrar antibióticos abrangendo gonococo, clamídia,
micoplasmas, germes aeróbios (gram-positivos e
negativos), anaeróbios e facultativos, porque o
isolamento destes patógenos é difícil e incompleto;
− Azitromicina - Suas vantagens são: a longa duração
(meiavida 68 h) e o amplo espectro (clamídia, gonococo e
M. hominis, anaeróbios). O tratamento com a associação
de ceftriaxona 250 mg via muscular (IM) em dose única no
dia 1 + azitromicina 1 g VO em dose única no dia 1 e dia 7
− A maior prevalência é em mulheres sexualmente mostra índice de curas mais elevado que o tratamento
ativas entre 15-24 anos de idade; com a associação de ceftriaxona 250 mg, IM, no dia 1 +
− Aproximadamente 12% das adolescentes sexualmente doxiciclina 100 mg, VO, 12-12 h por 14 dias (nível de
ativas têm no mínimo um episódio antes dos 20 anos evidência C). Moxifloxacino – Tem longa duração (meia-
de idade; vida 11-14 h) e amplo espectro com resultados similares
− Parceiros múltiplos e sexo inseguro aumentam o risco, na comparação de 400 mg VO em dose única diária/14
enquanto o uso continuado de preservativo diminui o dias com a associação doxiciclina + metronidazol +
risco da doença; ciprofloxacino ou a associação ofloxacino + metronidazol.
− Ectopia cervical, germes sexualmente transmissíveis e
uso de duchas terapêuticas contribuem para manter o IST’S
continuísmo da vaginose bacteriana; SÍFILIS
DIAGNÓSTICO
− VDRL e teste rápido;
TRATAMENTO
− Sífilis recente: penicilina benzatina intramuscular,
repetindo a dose após uma semana;
− Sífilis latente: penicilina benzatina semanal por três
semanas;
− Sífilis tardia: penicilina G cristalina intravenosa, a cada 4h,
por 10 a 14 dias;
− Sífilis primária: A lesão específica é o cancro duro ou
protossifiloma, que surge no local da inoculação em
média três semanas após a infecção. É inicialmente uma
pápula de cor rósea, que evolui para um vermelho mais
intenso e exulceração. Em geral o cancro é único, indolor,
praticamente sem manifestações inflamatórias
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello
HERPES − A neuralgia pode ser tratada com gabapentina,
O herpes vírus pode ser classificado em três subfamílias: amitriptilina;
▪ -herpes-virinal: herpes simplx vírus (HSV-1 e HSV2) e − Compressas com permanganato de potássio são úteis
vírus da varicela; em todos os casos de ulcerações.
▪ Β-herpes-virinal: citomegalovírus, herpesvírus
humano (HVH). Citomegalovírus: Primo-infecção, reinfecção e
▪ ϒ-herpes-virinal: vírus Epstein-Barr. reativações; Causado pelo Β-herpesvírus após a
regressão da infecção inicial; permanece em latência,
Herpes simples: herpes simples. Comum em indivíduos podendo ser reativado por imunossupressão,
imunocompetentes e imunodeprimidos; pneumonia, encefalite, etc.
Sinais e sintomas: Sinais e sintomas:
− Múltiplas ulcerações superficiais e dolorosas do trato − Febre.
genital inferior; − Dor de garganta.
− Linfonodomegalia inguinal; − Fadiga.
− Febre e mal-estar generalizado podem coexistir com − Perda de apetite.
− Hepatite.
as ulcerações;
− Glândulas inchadas.
− Pouco comprometimento sistêmico; Diagnóstico:
− Período de incubação de três a dez dias; − Histológico;
− Ulcerações periuretrais levam à retenção urinária. − A sorologia mostrará indivíduos já infectados com
Diagnóstico: IgG positivos;
− Cultura ou teste sorológico; sorologia para HSV-1 e − PCR;
HSV-2; Tratamento:
− Ganciclovir (virostático e suprime a infecção ativa.)
− Citodiagnose de Tzanck.
Tratamento:
− Acidoclovir 200mg, cinco vezes ao dia, por cinco dias; GONORRÉIA
Infecção bacteriana frequente, causada pela Neisseria
Herpes-zóster: Causado pela reativação do vírus gonorrhoeae, um diplococo Gram-negativo de
Varicella zoster, que é um -herpes vírus latente nos transmissão quase que exclusiva através de contato
gânglios da raiz dorsal e dos nervos sensitivos após a sexual ou perinatal;
infecção primária. O vírus ativado se replica e atinge a SINAIS E SINTOMAS: Após contato sexual do parceiro
pele, causando a erupção vesicobolhosa. fonte com o novo hospedeiro e vencidas as barreiras
Sinais e sintomas: naturais da mucosa, e em período de incubação
− Os primeiros sintomas são dor e parestesia, os quais relativamente curto (2 a 5 dias), a infecção evoluirá
podem ser acompanhados de cefaleia, mal-estar e para doença;
febre. O lócus primário da infecção genital situa-se na
− Lesões unilaterais; endocérvice. Porém a N. gonorrhoeae é também
− Vesículas em base eritematosa (compromete pele e frequentemente encontrada da uretra ou reto e
mucosa de adolescentes e adultos imunodeprimidos); ocasionalmente das glândulas periuretrais de Skene e
− Localizadas e dolorosas; dos ductos das glândulas de Bartholin.
− Envolvem um ou mais dermatomos adjacentes; ▪ Mais de 90% das mulheres permanecem
− Quando dermátomos S1, S2 ou S3 são afetados, a assintomáticas.
vulva pode ser envolvida e sua complicação mais Quando sintomáticas:
frequente é neuralgia pós herpética. − Disúria;
Diagnóstico: − Corrimento abundante e purulento;
− Clínico; − Cervicite;
− Teste de Tzanck; − Às vezes uretrite;
Tratamento: − Dor abominal ou pélvica;
− Antivirais sistêmicos: aciclovir, fanciclovir, − Dor presente à mobilização uterina e à palpação
valaciclovir; anexial geralmente associa-se a infecção
− Analgésicos potentes dever ser utilizados; ascendente.
− Corticoides podem diminuir a neuralgia pós-
herpética;
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DIAGNÓSTICO: − Detecção de anticorpos;
− O diagnóstico laboratorial da gonorréia depende da − Detecção de antígenos;
identificação da N. gonorrhoeae em um local − Cultura viral;
infectado. O isolamento por cultura representa o − Amplificação do genoma do vírus.
método diagnóstico padrão e sempre deve ser ▪ ELISA (teste imunoenzimático): este teste utiliza
utilizado; antígenos virais (proteínas) produzidos em cultura
− PCR; celular (testes de primeira geração) ou através de
TRATAMENTO: tecnologia molecular recombinante.
− Ceftriaxona 250mg IM, cefixime 400mg VO, ▪ Western-blot: este ensaio envolve inicialmente a
ciprofloxacina 500mg VO ou ofloxacina 400mg VO, separação das proteínas virais por eletroforese em
sendo todos administrados em dose única; gel de poliacrilamida, seguida da transferência
eletroforética dos antígenos para uma membrana
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana de nitrocelulose.
▪ Imunofluorescência indireta: fixadas em lâminas
O HIV é um retrovírus com genoma RNA, da Família
de microscópio, as células infectadas (portadoras
Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae.
de antígenos) são incubadas com o soro que se
Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e não-
deseja testar.
oncogênicos que necessitam, para multiplicar-se, de uma
▪ Radioimunoprecipitação: a detecção dos
enzima denominada transcriptase reversa, responsável
anticorpos decorre de reações com antígenos
pela transcrição do RNA viral para uma cópia DNA, que
radioativos.
pode, então, integrar-se ao genoma do hospedeiro.
TRATAMENTO:
SINAIS E SINTOMAS: A infecção pelo HIV pode ser dividida
− Inibidores da transcriptase reversa - São drogas que
em quatro fases clínicas: 1) infecção aguda; 2) fase
inibem a replicação do HIV bloqueando a ação da
assintomática, também conhecida como latência clínica;
enzima transcriptase reversa que age convertendo o
3) fase sintomática inicial ou precoce; e 4) aids.
RNA viral em DNA:
− Infecção aguda:
Nucleosídeos:
▪ Febre;
● Zidovudina (AZT) cápsula 100 mg, dose:100mg 5x/dia
▪ Fadiga;
ou 200mg 3x/dia ou 300mg 2x/dia;
▪ Exantema;
● Zidovudina (AZT) injetável, frasco-ampola de 200 mg;
▪ Cefaléia;
● Zidovudina (AZT) solução oral, frasco de 2.000 mg/200
▪ Linfadenopatia;
ml;
▪ Faringite;
● Didanosina (ddI) comprimido 25 e 100mg, dose: 125 a
▪ Mialgia e/ou Artalgia;
200mg 2x/dia;
▪ Nausea, Vômito e/ou Diarréia;
● Zalcitabina (ddC) comprimido 0,75mg, dose: 0,75mg
▪ Suores Noturnos;
3x/dia;
▪ Meningite Asséptica;
● Lamivudina (3TC) comprimido 150mg, dose: 150mg
▪ Úlceras Orais;
2x/dia;
▪ Úlceras Genitais;
● Estavudina (d4T) cápsula 30 e 40mg, dose: 30 ou 40mg
▪ Trombocitopenia.
2x/dia;
● Abacavir comprimidos 300 mg, dose: 300 mg 2x/dia.
− Fase assintomática
▪ Sudorese noturna;
Não-nucleosídeos
▪ Fadiga;
● Nevirapina comprimido 200 mg, dose: 200 mg 2x/dia;
▪ Emagrecimento;
● Delavirdina comprimido 100 mg, dose: 400 mg 3x/dia;
▪ Diarréia;
● Efavirenz comprimido 200 mg, dose: 600 mg 1x/dia.
▪ Candidíase Oral e Vaginal (inclusive a
recorrente);
Nucleotídeo:
▪ Gengivite;
● Adefovir dipivoxil: comprimido, 60 e 120 mg, dose: 60
▪ Herpes Zoster;
ou 120 mg 1x/dia.
• Doenças oportunistas
− Inibidores da protease :Estas drogas agem no último
DIAGNÓSTICO: Os testes para detecção da infecção pelo
estágio da formação do HIV, impedindo a ação da
HIV podem ser divididos basicamente em quatro grupos:
enzima protease que é fundamental para a clivagem das
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello
cadeias protéicas produzidas pela célula infectada em Os antirretrovirais utilizados na PEP também podem
proteínas virais estruturais e enzimas que formarão causar efeitos indesejados. Os mais comuns são: dor de
cada partícula do HIV: cabeça, enjoos e diarreia;
● Indinavir cápsula 400 mg, dose: 800 mg 3x/dia; O atendimento para PEP é gratuito e é um direito
● Ritonavir cápsula 100mg, dose: 600mg 2x/dia; garantido pela Constituição Federal àqueles que
● Saquinavir cápsula 200mg, dose: 600mg 3x/dia; preencham os critérios do Ministério da Saúde.
● Nelfinavir cápsula de 250 mg, dose 750 mg 3x/dia;
● Amprenavir cápsula de 150 mg, dose 1.200 mg 2x/dia.
A PrEP inicia seu efeito após 7 dias de uso para relação anal e
20 dias de uso para relação vaginal.
Violência sexual;
− Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha
ou com rompimento da camisinha);
− Acidente ocupacional (com instrumentos
perfurocortantes ou em contato direto com material
biológico);
DISMENORRÉIA
• Se uma paciente não tem a produção de progesterona, o
seu endométrio irá ser continuamente estimulado apenas Caracterizada por uma dor intensa no abdome inferior,
por estrogênio; ou seja, será um endométrio estrogênico que pode ser estendida a parte interna de coxa e região
instável, em que irá crescer excessivamente até o momento lombo-sacra, ocorre durante o período menstrual nos
em que descamará porque os vasos não suportam seu primeiros 3 dias de fluxo, cólica menstrual. É um distúrbio
crescimento; gerando um quadro de sangramento uterino; ginecológico que afeta 50% das mulheres que se
• As principais causas são a SOP; Obesidade/stress; encontram no período de maturidade sexual e
Hipotireoidismo; Extremos da menacme; reprodutiva, sendo mais comum em mulheres jovens e
Hiperprolactinemia; que cerca de 90% das mulheres experimentam esse
quadro em alguma fase da vida;
Tratamento Clínico
Anticoncepcionais orais: são eficazes para correção do
sangramento uterino disfuncional;
Análogos do hormônio liberador das gonadotrofinas:
medicações efetivas no tratamento clínico, levando à
SINAIS E SINTOMAS redução de 35-60% do volume dos miomas em três
meses. Normalmente, são utilizados no preparo cirúrgico
A suspeita clínica de miomas uterinos é muitas vezes baseada das pacientes, pois, em função dos efeitos colaterais,
num exame pélvico, no qual é detectada a presença de um como perda de massa óssea, distúrbio do perfil lipídico e
útero aumentado de volume ou de contorno irregular. sintomas climatéricos, não devem ser usados por mais de
seis meses;
• Sangramento disfuncional – hipermenorreia;
Antiinflamatórios não esteróides: Estes fármacos são
utilizados no tratamento do sangramento vaginal
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excessivo e dismenorréia; entretanto, não parecem • Disseminação de células ou tecido endometriais através
reduzir as perdas sanguíneas em mulheres com miomas; de vasos sanguíneos e linfáticos explicaria as localizações
fora da cavidade pélvica;
Cirurgia Fatores genéticos: mulheres com parentesco de primeiro
Histerectomia: O tratamento definitivo da miomatose grau com mulheres que apresentam/apresentaram
sintomática é cirúrgico. endometriose possuem 7 vezes mais chances de
Embolização: A embolização da artéria uterina (EAU) tem desenvolver a doença;
sido utilizada para tratar uma série de problemas Fatores imunológicos: mudanças na imunidade humoral
hemorrágicos em ginecologia e obstetrícia, sendo e celular estão implicadas na patogênese da
também uma opção conservadora para pacientes com endometriose:
miomas sintomáticos que têm contraindicação ou não ▪ Deficiência na imunidade celular pode resultar na
desejam se submeter aos riscos cirúrgicos. A embolização inabilidade de reconhecer a presença do tecido
da artéria uterina causa infarto do mioma, reduzindo seu endometrial em locais atípicos;
tamanho em 50% e a sintomatologia em 85% dos casos; ▪ Atividade das células NK reduzida acarreta em uma
Miomectomia: A indicação de miomectomia dependerá diminuição da citotoxicidade ao endométrio autólogo,
do desejo da paciente de manter a fertilidade e o útero. É não ocorrendo a destruição do tecido endometrial
importante ressaltar que a recorrência de miomas é ectópico antes da sua implantação;
estimada entre 15-30%, sendo que 10% das mulheres ▪ Aumento da concentração de leucócitos e macrófagos na
necessitam uma nova intervenção. A miomectomia pode cavidade peritoneal e no endométrio ectópico – estas
ser laparotômica, por via vaginal, laparoscópica ou células secretam citocinas, fatores de necrose tumoral e
histeroscópica, dependendo da localização, do tamanho e fatores de crescimento no fluído peritoneal de mulheres
do número de miomas a serem retirados. com endometriose;
▪ As células de defesa, que deveriam agir eficientemente
ENDOMETRIOSE na remoção das células endometriais da cavidade
peritoneal, estimulam a secreção de citocinas locais e
Endometriose é uma doença ginecológica definida pelo
fatores de crescimento, que estimulam a adesão e
desenvolvimento e crescimento de estroma e glândulas
proliferação do endométrio ectópico e a angiogênese
endometriais fora da cavidade uterina, o que resulta numa
local; acarretando à proliferação endometrial, invasão e
reação inflamatória crônica. É diagnosticada quase que
recrutamento de capilares e posterior quimioatração de
exclusivamente em mulheres em idade reprodutiva; mulheres
leucócitos para o local da reação inflamatória.
pós-menopáusicas representam somente 2% - 4%;
Fatores hormonais: O desenvolvimento e crescimento da
• As localizações mais comumente envolvidas são ovários, endometriose são estrogênio dependentes, ou seja, o
fundo de saco posterior e anterior, folheto posterior do estrogênio atua na promoção da doença.
ligamento largo, ligamentos úterossacros, útero, tubas ▪ A aromatase – enzima que converte andrôgenios e
uterinas, cólon sigmoide, apêndice e ligamentos estrogênios, é expressa de forma anormal no endométrio
redondos; de mulheres com endometriose;
A patogênese da endometriose tem sido explicada por ▪ O estrogênio endometrial pode estimular a atividade local
diversas teorias que apontam para a multicausalidade, da COX-2 que produz prostaglandina E2 – potente
associando fatores genéticos, anormalidades estimuladora de aromatase, e consequentemente
imunológicas e disfunção endometrial; desencadeia um feedback positivo para a produção
contínua de estrogênio no endométrio.
• Na teoria da implantação, o tecido endometrial, por meio
da menstruação retrógrada, teria acesso a estruturas
SINAIS E SINTOMAS
pélvicas através das tubas uterinas implantando-se na
superfície peritoneal, estabelecendo fluxo sanguíneo e
gerando resposta inflamatória;
• A teoria da metaplasia celômica propõe que células
indiferenciadas do peritônio pélvico teriam capacidade de
se diferenciar em tecido endometrial.
• A teoria do transplante direto explicaria o
desenvolvimento de endometriose em episiotomia, em
cicatriz de cesariana e em outras cicatrizes cirúrgicas.
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello
• Dispareunia: início recente, com mais intensidade na
penetração profunda e quando antecede a
menstruação;
• Dor pélvica crônica: relacionada à inflamação peritoneal
local, infiltração profunda com lesão tecidual, formação
de aderências, espessamento fibroso e coleção de
sangue menstrual eliminado por implantes
endometrióticos.
• Dislipidemia
SINAIS E SINTOMAS ▪ Aumento de LDL;
▪ Diminuição de HDL;
• Ciclos anuvolutórios:
▪ Aumento de triglicérides;
▪ Ciclos irregulares – muito tempo sem menstruar,
• Infertilidade.
levando a uma amenorreia secundária;
▪ Oligomenorreia – intervalos maiores; geralmente
CONSEQUÊNCIAS À LONGO PRAZO DA SOP NÃO
mais de 35 dias entre uma menstruação e outra; TRATADA
▪ Sangramento uterino disfuncional;
• Hiperandrogenismo: − Doenças cardiovasculares – infarto agudo do
▪ Seborreia; miocárdio; acidente vascular cerebral;
▪ Presença acne; − Hiperplasia do endométrio/ câncer de endométrio;
▪ Alopecia;
▪ Hirsutismo – surgimento de pelos (com padrão mais
DIAGNÓSTICO
masculino; pelos pigmentados e grossos);
• Obesidade: Critérios de Rotterdam: para confirmar-se SOP é
▪ IMC >30 necessário no mínimo 2 de 3:
▪ Padrão androide – aumento da gordura cintura- 1) Ciclos anovulatórios
quadril. Oligomenorreia ou disfunção menstrual;
SAÚDE DA MULHER – Lidiely Mello
2) Hiperandrogenismo laboratorial ou clínico Tendência à invasão profunda do miométrio e alta
3) Ovários policísticos ao USG frequência de metástases para linfonodos pélvicos.
>12 folículos em um ovário ou volume ovariano >10 ml CÂNCER DE OVÁRIO
• A principal característica para a confirmação da SOP é a ▪ É o câncer que apresenta o menor índice de cura entre
detecção do excesso de andrógenos através de exames as localizações genitais, pois a localização profunda
laboratoriais, embora o consenso permita apenas dos ovários na pélvis feminina impede o diagnóstico
evidências clínicas de hiperandrogenismo; precoce, sendo o diagnóstico possível quando o tumor
• Ultrassom pélvico: já é de grande tamanho, com extensa invasão;
▪ 12 ou mais folículos medindo 2 a 9 mm; ▪ Um exame ginecológico anual, em mulheres com mais
▪ Volume ovariano aumentado (> 10mL). de 40 anos, e uma ultrassonografia transvaginal são os
meios capazes de descobrir um tumor ainda em fase
TRATAMENTO inicial e propiciar a cura;
▪ O uso contínuo e prolongado de pílulas
Modificações do estilo de vida;
anticoncepcionais tem um efeito protetor para o
Anticoncepcionais hormonais combinados;
ovário, e quanto maior for o período de uso, menor
▪ Progesterona:
será a incidência de câncer do ovário.
− Para suprimir LH -> levando a baixa de androgênio
CÂNCER DE VULVA
circulante;
▪ Os tumores malignos da vulva são considerados pouco
− Para atuar no endométrio proliferativo -> proteção
frequentes. O câncer da vulva é uma doença da mulher
endometrial. idosa, pois sua grande incidência ocorre depois da
▪ Estrogênio (ação contrária da testosterona):
menopausa. A vulva apresenta - assim como o colo do
− Aumento de SHBG (globulina carreadora de útero - lesões consideradas pré-malignas.
hormônios sexuais) no fígado; que vai se ligar à
testosterona -> redução da testosterona livre.
Incidência dos tumores
Para a resistência insulínica:
ginecológicos
− Metformina -> Diminui a glicogênese hepática e
aumenta a sensibilidade à insulina; 1º Câncer do colo do útero;
2º Câncer de endométrio;
3º Câncer de ovário;
PRINCIPAIS TUMORES GINECOLÓGICOS outros
CÂNCER DE ENDOMÉTRIO
▪ Os principais fatores de risco associam-se aos efeitos
proliferativos da exposição prolongada ao estrogênio,
principalmente quando contínua e sem oposição
progestrogênica;
▪ O estímulo hormonal acarreta em alterações
proliferativas no tecido endometrial, que podem
culminar em hiperplasia e precipitar a transformação
maligna;
▪ A hiperplasia endometrial corresponde a um espectro
de alterações morfológicas e biológicas das glândulas
e do estroma edometrial;
▪ Pode cursar com episódios de sangramento uterino
disfuncionais;
• Tipos de câncer de endométrio:
Tipo I: mais frequente; se origina a partir de um
endométrio hiperplásico que evolui para um
carcinoma; associado ao hiperestrogenismo.
Tipo II: não possui associação com hiperestrogenismo
e hiperplasia endometrial; origina-se a partir de um
endométrio atrófico; normalmente sendo menos
diferenciado e menos sensível aos progestagenos.
Scanned with CamScanner