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RESUMO – SAÚDE DA MULHER

A Estratificação de Risco da gestante define a sua vinculação ao pré-natal e ao Hospital para atendimento das suas intercorrências
na gestação e no momento do parto e nascimento.

Estratificação de risco em 03 níveis:


Risco Habitual: Gestantes que não apresentam fatores de risco individual, sociodemográficos, de história reprodutiva anterior, de
doença ou agravo.
Risco Intermediário: Gestantes que apresentam fatores de risco relacionados às características individuais (raça, etnia e idade),
sociodemográficas (escolaridade) e de história reprodutiva anterior. Gestantes negras ou indígenas; Gestantes com idade menor de
15 anos e maior que 40 anos.
Risco Intermediário: Mães com pelo ao menos 1 filho morto na gestação anterior; Gestantes na faixa etária de 15 a 20 anos com
mais de 03 filhos vivos; As gestantes de Risco Intermediário deverão ser vinculadas aos hospitais de Risco Intermediário.
Alto Risco: Gestantes que apresentam fatores de risco relacionados a seguir: Condições clínicas pré-existentes: Hipertensão arterial;
Dependência de drogas lícitas e ilícitas; Cardiopatias; Pneumopatias; Nefropatias; Endocrinopatias; Hemopatias; Epilepsia; Doenças
autoimunes; Doenças infecciosas; Ginecopatias; Neoplasias; Obesidade mórbida; Cirurgia bariátrica; Psicose e/ou depressão grave.

SINAIS DE CERTEZA DA GRAVIDEZ


Presença de batimentos cardiofetais; percepção de movimentos fetais; Delineamento da gestação por meio da USG/Ecografia
Obstétrica.

Os BCF podem ser ouvidos a partir de 10 a 12 semanas utilizando-se o sonardoppler e a partir de 20 semanas com o estetoscópio
de Pinard.
Gestantes que comparecerem ao serviço de saúde com queixa de atraso menstrual que não ultrapasse 16 semanas, o enfermeiro
pode solicitar um TIG (urina) ou um Beta HCG (sangue), também estará disponível o teste rápido para gravidez. Gravidez confirmada:
cadastramento da gestante no SISPRENATAL; avaliação do risco gestacional; vinculação ao hospital (anotar na carteira); início do
acompanhamento pré-natal.

HISTÓRIA OBSTÉTRICA DA MULHER [ GESTA (II) PARA (I) ABORTO (I) ]


A entrevista deve incluir uma discussão dos sintomas atuais; este também é o momento ideal para discutir quaisquer percepções
sobre o parto (incluindo potenciais planos de nascimento) e o efeito da gravidez sobre a vida da paciente. Os desfechos de todas as
gestações anteriores fornecem uma substancial informação para a gravidez atual; as seguintes informações devem ser obtidas:
duração da gestação, peso no nas- cimento, duração do trabalho de parto, tipo de parto, desfecho fetal/neonatal, anestesia e
quaisquer complicações que ocorreram em gestações prévias, incluindo gestações terminadas antes da 20a semana de gestação. Se
uma cesariana foi realizada, um registro operatório especificando o tipo de incisão e qualquer complicação intraoperatória deve ser
obtido.

INFORMAÇÕES SOBRE A GESTAÇÃO ATUAL (D.U.M.; IG; D.P.P.)


Gestograma: solicitar a D.U.M. - DPP e IG. Uma gestação pode durar de 38 a 40 semanas, em média 280 dias.
 Coletar a informação da D.U.M.;
 Acrescentar 7 ao primeiro dia da última menstruação regular.
 Somar 9, caso o mês esteja entre janeiro e março.
 Subtrair 3, caso o mês esteja entre abril e dezembro – e somar 1 ao ano.

Se a contagem dos dias ultrapassar o número de dias previstos para o mês, somar mais 01 ao mês.
Exemplos: D.U.M.: 20/04/2012 D.U.M.: 20/01/2012 D.U.M.: 26/01/2012
+07/-3/+1 +07/+09 +07/+09
D.P.P. 27/01/2013 D.P.P. 27/10/2012 D.P.P. 02/11/2012

A IG é calculada através da soma de dias a partir da D.U.M. até a data da consulta, dividindo-se o total por 07
(corresponde ao número de dias da semana).
DPP IG: IG: 113|07
D.U.M.: 10/01/2012 21 jan. 07 16 sem.
+07/+9 29 fev. 43
DPP: 17/10/2012 31 mar. 42
Data da consulta: 02/05/2012 30 abr. 1 dia
02 mai.
113 dias

*Quando não temos a data exata usamos o método de aproximação 5 para início do mês, 15 para o meio e 25 para o
final.

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RESUMO – SAÚDE DA MULHER
QUAIS SÃO OS EXAMES DA 1ª CONSULTA
Hemograma; Tipagem Sanguínea; Glicemia de jejum; Teste rápido de triagem para Sífilis e/ou VDRL; Teste rápido de diagnóstico
Anti-HIV; Anti-HIV acompanhado de acolhimento e aconselhamento; Toxoplasmose IgM e IgG; Sorologia para Hepatite B (HbsAg –
antígeno de superfície do vírus Hepatite); Exame de Urina e Urocultura; Citopatológico de colo de útero (se for necessário).

TRIMESTRES GESTACIONAL
1º trimestre – de 0 a 13 semanas (os 3 primeiros meses)
2º trimestre – de 14 a 27 semanas (do 4º ao 6º mês)
3º trimestre – de 28 a 40/41 semanas (7º ao 9º mês)

CORRELACIONAR TAMANHO DA SÍNFISE PÚBICA E A IDADE GESTACIONAL (PARÂMETROS)


Muita atenção: pode-se relacionar o tamanho do útero com a idade gestacional. Para isso, usa-se uma fita métrica, que
é “presa” à borda superior da sínfise púbica com a mão direita, enquanto que, com a mão esquerda, delimita-se o fundo
uterino. O exame deve ser realizado estando a gestante com a bexiga vazia:
 10 a 12 semanas: o fundo uterino é palpado acima da sínfise púbica.
 16 semanas: o fundo uterino é palpado entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical.
 20 semanas: o fundo uterino é palpado na altura da cicatriz umbilical.
 Entre 20 e 32 semanas: a altura do fundo uterino está diretamente relacionada à idade gestacional.

MANOBRA DE LEOPOLD (situação do dorso e apresentação)


Uma manobra que possui 04 tempos; realizada por meio de palpação obstétrica; identificar a situação, a posição, a apresentação (a
partir do segundo trimestre) e o encaixamento fetal (no final da gestação); reduz a possibilidade de erros na aferição da AU; Reduz
a possibilidade de erros na ausculta dos BCF.

1º Tempo – Situação: - Relação do maior eixo longitudinal do feto com o materno. (Situação longitudinal, transversal ou oblíqua).
2º Tempo – Posição: - Relação do dorso fetal com a pelve materna. (Posições: D.F.D., D.F.E., D.F.S., D.F.I., D.F.A. D.F.P.)
3º Tempo – Apresentação: - Determinar o segmento de apresentação (parte do feto que se apresenta primeiro no estreito
superior da pelve). (Apresentações: cefálica, pélvica, córmica)
4º Tempo – Encaixamento: - Verificar a descida e a mobilidade do segmento da apresentação (realizar de costas para a gestante).
(Encaixamento: pólo (cefálico; pélvico) encaixado ou não encaixado.)

APRESENTAÇÃO FETAL

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RESUMO – SAÚDE DA MULHER

ATÉ QUANTOS MESES PODE SER FEITA A COLETA DE MATERIAL CERVICO UTERINO?
Até o 7º mês de gestação (material utilizado: espátula de Ayre, material coletado e colocado na lâmina endocervice (horizontal) e
ectocervice (vertical))

MÉTODOS COMPORTAMENTAIS
Ogino Knaus – Para calcular o período fértil da mulher, observa-se os 8 últimos ciclos menstruais e anota-se o número de dias do
maior e do menor ciclo. Do número de dias do menor ciclo, subtraem-se 18 dias. Do número de dias do maior ciclo, subtraem-se 11
dias. E assim pelo número de dias compreendido entre eles sabe-se o período fértil da mulher.
1º ciclo – 25 2º ciclo – 28 3º ciclo – 27 4º ciclo – 26 5º ciclo – 28 6º ciclo – 30 7º ciclo – 25 8º ciclo – 27

Método do calendário:
25-18=7 30-11= 19 7 – 19  Período Fértil da mulher.

MÉTODOS IRREVERSÍVEL
Laqueadura – Esse é um método definitivo nas mulheres. Há vários modos de fazer, mas todos eles exigem internação e anestesia
geral ou local. A mulher deve ter certeza de que quer adotar esse procedimento pois é uma cirurgia de esterilização voluntária
definitiva.
Vasectomia – É a ligadura dos canais deferentes no homem, que é feita através de uma pequena cirurgia com anestesia local em
cima do escroto (saco). A internação não é necessária. O homem deve ter certeza que quer adotar esse procedimento pois é uma
cirurgia de esterilização voluntária definitiva. Não precisa de internação.

SÍNDROME DE HIPOTENSÃO EM DECÚBITO DORSAL


Intolerância de algumas gestantes no último trimestre de gravidez pelo decúbito dorsal. A mesma se caracteriza pela queda
progressiva da P.A., taquicardia, por vezes seguida de bradicardia e sintomas como dispnéia, palidez, sudorese, desconforto ou dor
epigástrica e náuseas. Todos os sintomas desaparecem e a pressão arterial e o pulso se normalizam com a simples mudança do
decúbito dorsal para o decúbito lateral, de preferência esquerdo.

CA DE MAMA (PAPEL DO ENFERMEIRO)


A enfermagem, assim como toda equipe de saúde, possui um papel essencial no tratamento do câncer de mama, sendo de extrema
importância alguns cuidados, dentre os quais podemos citar: o esclarecimento ao paciente sobre a doença e suas opções de
tratamento, a promoção do autocuidado, o apoio emocional, o alívio da dor, o tratamento das complicações, além de todo incentivo
e coragem que o paciente necessita para enfrentar o câncer e suas possíveis consequências. Dessa forma, conclui-se que a
enfermagem possui uma ampla atuação junto ao paciente com câncer de mama e considera-se este estudo de importância
fundamental, pois a fundamentação teórica é especialmente necessária para um desempenho técnico-científico e humanizado das
equipes de enfermagem no cuidado a esses pacientes.

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RESUMO – SAÚDE DA MULHER
Fatores de risco - Não existe uma causa única para o câncer de mama e sim alguns fatores que podem aumentar o risco da
doença, como:
• Idade – as mulheres após os 50 anos são mais susceptíveis a desenvolver a doença;
• Primeira menstruação antes dos 12 anos de idade e menopausa após 55;
• Primeira gravidez após os 30 anos ou não ter tido filhos;
• Fumar, consumo excessivo de álcool;
• Sobrepeso ou obesidade;
• Não praticar atividade física regularmente;
• Exposição frequente a raios-X;
• Histórico familiar de câncer de mama e/ou ovário em parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) que tenham tido a doença
antes dos 50 anos;
• Fazer uso de terapia de reposição hormonal pós-menopausa, principalmente se por tempo prolongado.

O que você pode fazer para reduzir os riscos


• Ter uma alimentação saudável, ingerindo verduras, legumes, frutas, proteínas, carboidratos, cereais, além da ingestão de muito
líquido;
• Controlar seu peso;
• Praticar exercícios físicos regularmente. Eles aliviam o estresse físico e emocional e melhoram o funcionamento do organismo.
• Evitar o tabagismo e consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
• Esclarecer suas dúvidas coma equipe de saúde quanto às medidas preventivas e o acompanhamento de exames complementares
e outros procedimentos necessários.

A importância do diagnóstico precoce


O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso do tratamento. Em relação à avaliação das mamas preconiza-se:

Mulheres de 40 a 49 anos – realização do exame clínico das mamas para todas as mulheres dessa faixa etária e realização de
mamografia, se existir indicação da equipe de saúde.
Mulheres de 50 a 69 anos – realização do exame clínico das mamas e realização de mamografia de 2 em 2 anos, ou em intervalos
menores na dependendo do resultado da mamografia anterior. Se você perceber alguma alteração na mama procure a equipe de
saúde mais próxima da sua casa. Conhecer o seu corpo e se cuidar é muito importante!
Mulheres com elevado risco para câncer de mama (histórico familiar e/ou histórico pessoal de câncer de mama) –
necessária avaliação e acompanhamento individualizado.

ANÁLISE DE CÉLULAS MAMÁRIAS (ASPIRAÇÃO POR AGULHA FINA/GROSSA)


O rastreamento é indicado para mulheres na faixa etária em que o balanço entre benefícios e riscos da prática é mais favorável,
com maior impacto na redução da mortalidade, incluindo:
- Mulheres assintomáticas com risco populacional e idade maior ou igual a 40 anos;
- Mulheres assintomáticas com alto risco e idade maior ou igual a 25/30 anos.

Risco elevado de câncer de mama inclui: história familiar de câncer de mama em parente de primeiro grau antes dos 50 anos ou de
câncer bilateral ou de ovário em qualquer idade; história familiar de câncer de mama masculino; e diagnóstico histopatológico de
lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ.

Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF). Esse procedimento consiste na remoção de uma amostra de células do tecido
mamário suspeito para exame. Na PAAF é utilizada uma agulha de calibre 20/21G acoplada a uma seringa para aspiração do tecido.
O posicionamento da agulha é comumente guiado por ultrassom. A coleta do material é realizada com movimentos de vai-e-vem da
seringa. O procedimento descrito poderá ser repetido diversas vezes, até que se obtenha quantidade suficiente de material, que
posteriormente será colocado em lâminas.

Biópsia por Agulha Grossa (BFA). A biópsia de fragmento com agulha (BFA) ou core biopsy consiste na retirada de fragmentos
de tecido, com uma agulha de calibre um pouco mais grosso que da PAAF, acoplada a uma pistola especial. O posicionamento da
agulha de biópsia poderá ser guiado por mamografia digital estereotáxica ou ultrassom. O procedimento é realizado com anestesia
local e geralmente se retiram vários fragmentos de alguns milímetros.

PREVENTIVO (ENDOCERVICE E ECTOCERVICE) (Abstinência Sexual de 48h)


Material utilizado: espátula de Ayre, escova endocervical - material coletado e colocado na lâmina endocervice
(horizontal) e ectocervice (vertical))

Segundo o Ministério da Saúde (2016), o exame preventivo ou Papanicolau é indicado para mulheres de 25 a 64 anos que já
possuam vida sexual.
• O intervalo entre os exames deve ser de três anos, após dois exames negativos, com intervalo anual;
• O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual;

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RESUMO – SAÚDE DA MULHER
• Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois
exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos;
• Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame preventivo, deve-se realizar dois exames com intervalo de
um a três anos. Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais;
• Mesmo as mulheres vacinadas contra o HPV, quando alcançarem a idade preconizada (a partir dos 25 anos), deverão fazer o
exame preventivo, pois a vacina não protege contra todos os subtipos oncogênicos (causadores de câncer) do HPV.

Atenção: apesar das orientações de rastreamento preconizadas pelo ministério da saúde, ainda sim se pode realizar
o exame antes dos 25 anos de idade, se a mulher possuir vida sexual ativa e também de modo anual, pois não causa
danos à saúde. Esta recomendação do ministério da saúde deve-se somente ao fato do desenvolvimento do câncer
de colo uterino demorar vários anos para ocorrer.

MENOPAUSA
A menopausa é um marco dessa fase, correspondendo ao último ciclo menstrual, somente reconhecida depois de passados 12
meses da sua ocorrência e acontece geralmente em torno dos 48 aos 50 anos de idade. Com a chegada da menopausa, a mulher já
não pode mais engravidar de forma natural – é o fim de seu tempo reprodutivo.

Já o climatério é o conjunto de sintomas que surgem antes e depois da menopausa, causados, principalmente, pelas variações
hormonais típicas desse período, e que podem ocasionar uma série de flutuações no ciclo menstrual. Nessa fase de transição, é
comum que as menstruações fiquem mais espaçadas.

Características do climatério incluem baixa produção de hormônios


Com o fim da menstruação, há uma diminuição na produção dos hormônios sexuais femininos, o que pode resultar em uma série de
mudanças no corpo da mulher, sentidas a curto, médio e longo prazos. No curto prazo, diz o especialista, a aproximação e a chegada
da menopausa podem causar calor, alteração no humor – com possíveis episódios de irritação e depressão -, tontura, dor de cabeça
e baixa libido. A médio prazo, além da diminuição do desejo sexual, pode ocorrer também atrofia urogenital, com o afinamento e o
ressecamento da mucosa que reveste a vagina, causando, em muitos casos, dor durante o sexo. A longo prazo, pode haver uma
maior propensão não só à osteoporose, mas também a doenças cardiovasculares, pois um dos hormônios sexuais femininos, o
estrogênio, protege o coração e os vasos sanguíneos das mulheres. Com a produção deste hormônio em queda, essa proteção
natural diminui. Pompei esclarece ainda que o climatério é um fenômeno natural, que ocorre com todas as mulheres. E que a maior
parte delas, cerca de 80%, apresenta sintomas em menor ou maior intensidade.

Consequências do climatério devem ser tratadas caso a caso


Por essa razão, é importante ressaltar que cada paciente deve ser avaliada individualmente. Não há um tratamento único para as
possíveis consequências do climatério, pois as reações à baixa hormonal variam. A atenção individual é necessária não apenas para
determinar o tratamento melhor e mais seguro, mas ainda para verificar sua aceitação. O ginecologista explica que a reposição
hormonal é o tratamento mais utilizado. Entretanto, é necessário avaliar se não existem contraindicações, como histórico de câncer
de mama e de endométrio. Ou, ainda, uma limitação relativa, como a trombose. Outra opção é o tratamento com fito-hormônios,
que são de origem vegetal e têm composição parecida com a das substâncias produzidas pelo organismo. No entanto, apesar de
terem ação similar, eles são, geralmente, menos potentes, e também apresentam contraindicações e efeitos colaterais. Por isso, só
o médico pode prescrevê-los, alerta o especialista.

RASTREAMENTO DE CA DE COLO DE ÚTERO


O método de rastreamento do câncer do colo do útero no Brasil é o exame citopatológico (exame de Papanicolaou), que deve ser
oferecido às mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual.

A priorização desta faixa etária como a população-alvo do Programa justifica-se por ser a de maior ocorrência das lesões de alto
grau, passíveis de serem tratadas efetivamente para não evoluírem para o câncer. Segundo a OMS, a incidência deste câncer aumenta
nas mulheres entre 30 e 39 anos de idade e atinge seu pico na quinta ou sexta décadas de vida. Antes dos 25 anos prevalecem as
infecções por HPV e as lesões de baixo grau, que regredirão espontaneamente na maioria dos casos e, portanto, podem ser apenas
acompanhadas conforme recomendações clínicas. Após os 65 anos, por outro lado, se a mulher tiver feito os exames preventivos
regularmente, com resultados normais, o risco de desenvolvimento do câncer cervical é reduzido dada a sua lenta evolução.

A rotina recomendada para o rastreamento no Brasil é a repetição do exame Papanicolaou a cada três anos, após dois exames
normais consecutivos realizados com um intervalo de um ano. A repetição em um ano após o primeiro teste tem como objetivo
reduzir a possibilidade de um resultado falso-negativo na primeira rodada do rastreamento. A periodicidade de três anos tem como
base a recomendação da OMS e as diretrizes da maioria dos países com programa de rastreamento organizado. Tais diretrizes
justificam-se pela ausência de evidências de que o rastreamento anual seja significativamente mais efetivo do que se realizado em
intervalo de três anos. O rastreamento de mulheres portadoras do vírus HIV ou imunodeprimidas constitui uma situação especial,
pois, em função da defesa imunológica reduzida e, consequentemente, da maior vulnerabilidade para as lesões precursoras do câncer
do colo do útero, o exame deve ser realizado logo após o início da atividade sexual, com periodicidade anual após dois exames

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RESUMO – SAÚDE DA MULHER
normais consecutivos realizados com intervalo semestral. Por outro lado, não devem ser incluídas no rastreamento mulheres sem
história de atividade sexual ou submetidas a histerectomia total por outras razões que não o câncer do colo do útero.

O êxito das ações de rastreamento depende dos seguintes pilares:


 Informar e mobilizar a população e a sociedade civil organizada;
 Alcançar a meta de cobertura da população alvo;
 Garantir acesso a diagnóstico e tratamento;
 Garantir a qualidade das ações;
 Monitorar e gerenciar continuamente as ações.

PNAISM - O QUE TEVE DE MUDANÇA NESSA POLÍTICA, O QUE VEIO A MELHORAR (DISCURSIVA 1 PONTO)
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher - PNAISM foi elaborada em 2004, a partir de diagnóstico epidemiológico
da situação da saúde da mulher no Brasil e do reconhecimento da importância de se contar com diretrizes que orientassem as
políticas de Saúde da Mulher. A PNAISM teve como base o Programa de Atenção Integral de Saúde da Mulher - PAISM, elaborado,
em 1983, no contexto da redemocratização do país/ Conferência de Alma-Ata (1978) e com a participação dos movimentos sociais
e de mulheres, em especial o movimento feminista. A PNAISM foi constituída com a parceria dos diferentes departamentos,
coordenações e comissões do Ministério da Saúde. Incorporou também contribuições do movimento de mulheres, do movimento de
mulheres negras e de trabalhadoras rurais, de sociedades científicas, de pesquisadores e estudiosos da área, de organizações não-
governamentais, de gestores do SUS e de agências de cooperação internacional. Ao final, a PNAISM foi submetida à apreciação do
Conselho Nacional de Saúde e à Comissão de Saúde da Mulher (CISMU) desse Conselho. Trata-se, portanto, de um documento
legitimado por diversos setores da sociedade e pelas instâncias de controle social do Sistema Único de Saúde (SUS). A SPM, por
meio da Coordenação Geral de Saúde da SAIAT, apoia e contribui para a implementação da PNAISM, respeitando os direitos humanos
e a situação social e econômica das mulheres. O Órgão responsável pela execução da PNAISM é o Ministério da Saúde –MS. A
atuação da SPM consiste em contribuir com as equipes técnicas das áreas do MS e apoiar as gestões estaduais e municipais dos
Organismos de Políticas para as Mulheres – OPMs nas questões relacionadas à Saúde Integral das Mulheres. A SPM trabalha para
incluir na PNAISM um atendimento mais justo, humano, eficiente e eficaz. Ela considera como prioritários que: a integralidade e as
questões de identidade de gênero e raça sejam incorporadas na formação dos profissionais de saúde; as especificidades das mulheres
Lésbicas e Transexuais e das mulheres em situação de rua sejam priorizadas; assim como o acesso aos insumos para proteção das
DST/HIV/AIDS, aos métodos anticoncepcionais e aos exames citopatológicos para prevenção do câncer de colo de útero. Desse
modo, a SPM tem proposto, trabalhado e estimulado a humanização do atendimento das mulheres em situação de violência e
desenvolvido ações destinadas a melhores estratégias de acolhimento, atendimento e responsabilização de agressores.

LEI 9263/96
Assegurada pela Constituição Federal e também pela Lei n° 9.263, de 1996, o planejamento familiar é um conjunto de ações que
auxiliam as pessoas que pretendem ter filhos e também quem prefere adiar o crescimento da família. “Além de prevenir a gravidez
não planejada, as gestações de alto risco e a promoção de maior intervalo entre os partos, o planejamento familiar proporciona
maior qualidade de vida ao casal, que tem somente o número de filhos que planejou”, ressalta Patrícia Albuquerque, enfermeira
obstetra do setor de planejamento familiar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), os programas de planejamento familiar foram responsáveis pela
diminuição de um terço da fecundidade mundial, entre os anos de 1972 e 1994. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que
120 milhões de mulheres no mundo desejam evitar a gravidez. Apesar disso, nem elas nem seus parceiros usam métodos
contraceptivos. No Brasil, a Política Nacional de Planejamento Familiar foi criada em 2007. Ela inclui oferta de oito métodos
contraceptivos gratuitos e também a venda de anticoncepcionais a preços reduzidos na rede Farmácia Popular. Toda mulher em
idade fértil (de 10 a 49 anos de idade) tem acesso aos anticoncepcionais nas Unidades Básicas de Saúde, mas em muitos casos
precisa comparecer a uma consulta prévia com profissionais de saúde. A escolha da metodologia mais adequada deverá ser feita
pela paciente, após entender os prós e contras de cada um dos métodos. Em 2008, o Ministério da Saúde alcançou a marca histórica
de distribuir esses dispositivos em todos os municípios do território nacional. No ano seguinte, a política foi ampliada e houve maior
acesso a vasectomias e laqueaduras, métodos definitivos de contracepção, bem como a preservativos e outros tipos de
anticoncepcionais. Controlar a fertilidade é o primeiro passo para planejar o momento mais adequado para ter filhos. A Pesquisa
Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS), feita em 2006, financiada pelo Ministério da Saúde, revelou que
46% das gravidezes não são planejadas.

A PNDS mostrou também que 80% das mulheres usam de algum método para evitar a gravidez. A pílula anticoncepcional e o
Dispositivo Intrauterino (DIU) são os mais usados pelas brasileiras. Graças à política de distribuição de meios anticonceptivos, houve
diminuição no número de gravidezes indesejadas. Esse fator pode ter contribuído com a queda nos índices de abortos inseguros e,
consequentemente, na mortalidade materna, indica estudo do Ministério da Saúde. A ampliação do acesso aos métodos
contraceptivos na rede pública e nas drogarias conveniadas do programa “Aqui Tem Farmácia Popular” trouxe outro resultado
positivo: a incidência de gravidez na adolescência (de 10 a 19 anos de idade) diminuiu 20% entre 2003 e 2009. As ações educativas
do Programa Saúde na Escola (PSE), criado em 2008, também apoiou a redução no número de adolescentes grávidas. Entre outras
atividades, o programa distribuiu preservativos para cerca de dez mil instituições de ensino, beneficiando 8,4 milhões de alunos de
608 municípios.
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RESUMO – SAÚDE DA MULHER

Infertilidade
Estima-se que, no Brasil, mais de 278 mil casais em idade fértil tenham dificuldade para conceber um filho. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS) e sociedades científicas, entre 8% e 15% dos casais têm algum problema de infertilidade. Esta deficiência
é definida como a incapacidade de um casal alcançar a concepção após 12 meses de relações sexuais regulares sem uso de
contracepção. A Política Nacional de Atenção Integral em Reprodução Humana Assistida prevê o apoio do Sistema Único de Saúde
(SUS) para o tratamento da infertilidade. Esse serviço normalmente é oferecido em hospitais universitários e também em hospitais
conveniados ao SUS. O Ministério da Saúde coordena as políticas de assistência à população e define suas diretrizes, mas são as
secretarias estaduais e municipais os órgãos responsáveis por sua execução

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