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Compreendendo o sistema

imunológico e os tipos de vacinas


Uma breve introdução ao tema

Bônus:
Interpretação de testes para detecção de COVID 19
Andamento das vacinas COVID 19
Raphaella de Almeida Ferreira
Enfermeira pós graduada em controle de infecção na assistência à
saúde pela UFF/Nitéroi – CIAAS.
Membro do grupo CNPQ em pesquisas na área de gestão em
segurança do paciente – LABQUALISEG UFF
Pós graduanda em Gestão e Inovação em saúde pela PUCRS

“Quem ensina aprende ao ensinar. E quem


aprende ensina ao aprender”

Paulo Freire
Trago um conteúdo introdutório
sobre o sistema imunológico e os
tipos de vacina, objetivando
relembrar a educação obtida no curso
de graduação ou técnico na área da
saúde e proporcionar a conexão com
a situação que estamos vivenciando
frente à pandemia da COVID 19.
O sistema imunológico é constituído por diversas
células (leucócitos) e moléculas. Sua característica
principal é reconhecer antígenos ou mutações
celulares e desenvolver resposta efetora.
Os leucócitos formados na medula óssea ficam armazenados na medula até que sejam
necessários no sistema circulatório. Quando surge essa necessidade, vários fatores provocam
a liberação dos leucócitos. Normalmente, quantidade aproximada do triplo do número de
leucócitos circulantes está armazenada na medula. Essa quantidade representa o suprimento
para cerca de 6 dias dessas células. Os linfócitos são armazenados, em sua maioria, nos
diversos tecidos linfóides, exceto por pequeno número que está sendo temporariamente
transportado pelo sangue.
Esses são os componentes celulares do sistema imunológico
Todos derivam de células tronco hematopoiéticas
São divididas inicialmente em: progenitores e precursores

Célula tronco Hematopoiética


Pluripotente

Progenitor de
eritrócitos e Progenitor Mieloide Progenitor Linfoide
megacariócitos

Progenitor de Células NK
macrófagos e
granulócitos

Linfócito T
Eritrócitos e
Monócitos Neutrófilos Eosinófilos Basófilos
plaquetas
Linfócito B
A defesa contra microorganismos é mediada por respostas
sequenciais e coordenadas.
Essas respostas são chamadas:
Imunidade Inata
Imunidade adaptativa
1. Resistência da pele à invasão por
Imunidade inata microrganismos.
2. Destruição de microrganismos deglutidos pelas
secreções ácidas do estômago e pelas enzimas
“Configuração padrão” digestivas.
3. Aparelho mucociliar do sistema respiratório
4. Fagocitose de bactérias ou outros invasores
pelos leucócitos e pelas células do sistema dos
macrófagos teciduais
5. Presença de certos compostos químicos, no
sangue, que se prendem a microrganismos ou
toxinas estranhos,destruindo-os. Alguns desses
compostos são : Lisozima, polissacarídeo
mucolítico que atrai bactérias e causa sua
dissolução; Polipeptídeos básicos, que reagem e
inativam certos tipos de bactérias gram-
positivas; O complexo do complemento, um
sistema de cerca de 20 proteínas que pode ser
ativado por vários modos, para destruir as
bactérias; E linfócitos natural killer, que podem
reconhecer e destruir células estranhas e
mesmo algumas células infectadas.
Macrófagos
Compõe a 1ª Linha de defesa do organismo É a forma madura do monócito que migrou da
corrente sanguínea para ocupar os diferentes
tecidos
Possuem nomes diferentes a depender do
órgão em que atuam : histiócitos nos
tecidos subcutâneos, macrófagos
alveolares nos pulmões, micróglia no
cérebro

São células fagocíticas com grande potencial


para fagocitação de uma grande variedade de
patógenos

São células muito importantes para iniciar a


resposta imune
Neutrófilos
Compõe a 2ª linha de defesa do organismo

É a forma madurado “bastão”.


Aproximadamente 1 hora após o início
da inflamação, grande número de
Primeiro a ser recrutado em um processo neutrófilos invade a área inflamada a
infeccioso partir do sangue.

Rapidamente é mobilizado da medula para o


tecido lesionado

Eficiente em fagocitar uma variedade de


microrganismos

Elimina os microrganismos por meio de enzimas e outras


substâncias contidas no seu citoplasma
Célula dendrítica
Especialistas no processo de captura de antígenos

Característica peculiar: macropinocitose (drenagem de


grande quantidade de líquido do entorno celular
podendo trazer consigo patógenos que desencadeariam
doenças)

Elo de ligação entre o sistema imune inato e o


adaptativo

Após realizarem a macropinocitose,


migram pelos vasos linfáticos até os
linfonodos. Ao chegarem nos linfonodos
as células dendríticas interagem com
inúmeros linfócitos T.
Eosinófilos e Basófilos

Eosinófilos são fagócitos fracos,


Os mastócitos e os basófilos liberam o fator apresentam quimiotaxia, mas não dão
quimiotáxico de eosinófilos, que faz proteção significativa contra os tipos
com que os eosinófilos migrem para o tecido usuais de infecção
alérgico inflamado.

Os mastócitos e os basófilos têm um papel Possuem atividade contra grandes


extremamente importante em alguns tipos de patógenos multicelulares, como:
reações alérgicas, porque o tipo de anticorpo
que causa as reações alérgicas, a imunoglobulina Helmintos, e desempenham papel
E (IgE), tem propensão especial para se prender importante nas respostas alérgicas
aos mastócitos e basófilos
Células apresentadoras de antígenos

3 tipos de células são capazes de fazer


essa função:

células dendríticas
macrófagos
linfócitos B

Internalizam o conteúdo do meio


extracelular, processa o conteúdo
internalizado no seu meio intracelular,
e apresenta os pequenos fragmentos
desses antígenos, aos linfócitos T.
Toda célula apresentadora de antígeno faz fagocitose. Porém nem todo
fagócito é capaz de fazer a apresentação de antígenos para os linfócitos T.
Imunidade adaptativa
“Adaptação conforme à circunstância”

Tipos Básicos de Imunidade Adaptativa — Humoral e Celular

Na imunidade humoral temos os anticorpos circulantes, que são moléculas de globulina no plasma
sanguíneo, capazes de atacar o agente invasor, ela também pode ser chamada de imunidade das
células B (porque os linfócitos B produzem os anticorpos).

O segundo tipo de imunidade adaptativa é dependente da formação de grande número de


linfócitos T ativados, especialmente produzidos nos linfonodos para destruir o agente estranho.
Linfócito B

Ancorado à membrana plasmática do linfócito B


está uma imunoglobulina, ou anticorpo, que
funciona como receptor da célula BCR (B cell
receptor)
BCR pode ligar diretamente à superfície
de um patógeno

BCR é responsável pela ativação do linfócito B, o


qual se diferenciará em plasmócito.

Os anticorpos séricos nada mais são do que os BCRs que


foram secretados
Linfócito T

Liberam mediadores
Possui receptor ancorado à sua membrana, para atrair os linfócitos
porém não é uma imunoglobulina, TCR (T B e outras células
cell receptor) fagocitárias

CD4 Auxiliar
TCR não é capaz de interagir diretamente
com antígenos CD8 Citotóxico

Liberam citocinas que


Células T necessitam do apoio de células que
matam o antígeno
exerçam a atividade de célula apresentadora
de antígeno APC
Célula Natural
Killer

Não possui receptores acoplados a membrana

Célula especializada em matar outra célula

Possui papel importante contra infecções virais


e tumores
Moléculas do Sistema Imune

Anticorpos

Imunoglobulinas

Essas proteínas formas os BCR (receptor de membrana


responsável por reconhecer antígenos e levar a ativação da
célula B)
Anticorpos secretados podem, entre outras funções,
neutralizar toxinas evitando dano tecidual.
• IgA = encontrado em mucosas e leite materno.
• IgG= mais abundante na corrente sanguínea, atravessa a barreira placentária. Ativa o
sistema complemento. Realiza opsonização.
• IgM = ativa o sistema complemento
• IgE = ligação à mastócitos e basófilos na resposta alérgica
• IgD = não tem função conhecida

Resposta Humoral

Entre as principais funções


desempenhadas pelos anticorpos
séricos estão a neutralização de
antígenos, o processo de opsonização
e a ativação do sistema complemento.
Moléculas do Sistema Imune

Proteínas complemento

Conjunto de proteínas plasmáticas pode se ligar a superfície dos


patógenos extracelulares, sinalizando para que células como os
macrófagos façam a fagocitose (opsonização)

Além disso, as proteínas do complemento podem lesar a membrana


plasmática de bactérias levando a citólise destes microorganismos.
Vamos tornar o entendimento mais fácil ?

Resumo
Ilustrativo
Falamos que o sistema imune age de forma
sequencial e coordenada Pois bem...
Imagine o sistema imune como um
esquadrão do exército ou polícia.
Todo combate é mediado
por operações que trazem
consigo estratégias básicas
ou especiais. Falamos também que parte das células
produzidas na medula permanecem
armazenadas no local até que sejam necessárias,
Cada profissional tem seu
papel na operação e recebem
da mesma forma, os linfócitos permanecem
na incorporação treinamentos armazenados nos linfonodos enquanto uma
de acordo com sua função, seja pequena quantidade circula no sangue.
ela básica ou especial.
No exército ou polícia, também
temos as rondas de
A operação começa então com fiscalização. E em um combate
os mecanismos mais básicos, não entram todos de uma vez,
na baixa desses é acionado as alguns ficam na retaguarda
forças especiais.
Imunidade Inata

Tipo de imunidade que atua em processos gerais, é uma


configuração padrão do sistema, ou seja, não importa o
tipo do patógeno, o sistema vai atuar utilizando os
mesmos mecanismos, exemplo: fagocitose de antígenos.

Progenitor Mieloide

Progenitor de
macrófagos e
granulócitos

É a linha de frente no combate Monócitos Neutrófilos Eosinófilos Basófilos


Progenitor Linfóide Imunidade Adaptativa

Células NK

Linfócito T

Linfócito B

Imunidade específica extremamente potente contra


agentes invasores individuais como bactérias, vírus e
toxinas letais e tecidos estranhos. Ela age de forma
específica para cada tipo de antígeno, exemplo: os É a ferramenta especializada
anticorpos são específicos para cada antígeno.
Agora vamos observar as figuras a
seguir para fixar ainda mais...
observe a figura

Dê atenção às
células
envolvidas

Dê atenção às
suas funções

Dê atenção ao
tempo da
atividade

Fonte: Abbas; Lichtman; Pillai - 2019


observe a figura

Dê atenção aos
componentes
dos tipos de
imunidade
adaptativa

Dê atenção as
diferentes
funções da
imunidade
adaptativa

Dê atenção à
conexão da
imunidade
adaptativa com
a inata

Fonte: Abbas; Lichtman; Pillai - 2019


observe a figura

Dê atenção à
quantidade de
anticorpos no
sangue dentre
as fases

Dê atenção ao
tempo para
elevação dos
anticorpos no
sangue

Dê atenção a
capacidade de
produção de
memória
imunológica

Fonte: Abbas; Lichtman; Pillai - 2019


Memória Imunológica

Uma vez que um linfócito, seja ele T ou B, se ativou


pelo reconhecimento do antígeno específico, uma
pequena parte das células originadas dessa ativação
originará as células de memória. Estas células
responderão de modo mais rápido num segundo
contato com o antígeno específico que as deu
origem.
Bibliografia

GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de


Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro,
Elsevier.

ABBAS, A.K.; LICHTMAN, A.H; PILLAI,S.


Imunologia celular e molecular. 9ª ed.
Rio de Janeiro, Elsevier; 2019.
Imunização ativa
As vacinas são excelentes exemplos de memória imunológica. Após a imunização nosso sistema
imunológico se torna capaz de responder rapidamente ao antígeno, impedindo o desenvolvimento de
doenças.

As vacinas possuem antígenos não -patogênicos de microorganismos, ou seja, o microorganismo não é capaz
de provocar a doença, mas os antígenos estimulam o desenvolvimento de linfócitos efetores e de memória.
Em um segundo contato com o mesmo antígeno, como vimos na memória imunológica, responderá mais
rapidamente e de forma mais eficiente, combatendo o microorganismo antes mesmo dele se instalar no
organismo . Este tipo de imunidade é conhecido como imunidade ativa induzida artificialmente e tem como
objetivo a prevenção
Vacinas inativadas
A partir de microorganismos mortos ou inativado

São mais seguras


É necessário mais de 1 dose para efeito
de proteção prolongada

Gripe
Poliomielite
Hepatite A
Raiva
Vacinas Atenuada
A partir de microorganismo inteiro e vivo porém enfraquecido

Retira-se alguns mecanismos utilizados pelo vírus


ou bactéria que causam a doença.

Febre amarela
Tríplice viral
(sarampo, caxumba e rubéola)
Catapora
Vacinas de subunidade

Fragmento isolado do microrganismo, como


uma proteína

Hepatite B
HPV
Vacinas Toxoides

Quando a doença não é causada pelo


microorganismo, mas sim pela toxina que ele
produz...as vacinas toxóides estimulam a
resposta contra a toxina liberada pelo
microorganismo (neutralização)

Tétano
Difteria
Diferenças

Vacina Soro
Imunização
passiva

Antígeno Anticorpos prontos


Resposta posterior Resposta imediata
Ação duradoura Ação temporária
Vírus;bactérias Veneno;toxina
Diferenças

Vacina Imunoglobulina
rona

rus

isease
Interpretando os testes
RT - PCR
Padrão como referência diagnóstica na fase aguda, por meio da
detecção do RNA viral em secreções respiratórias.

Atua amplificando uma seqüência genética do vírus (primes que


detectam regiões do RNA viral)
Quais as diferenças entre os
testes diagnósticos?
O melhor momento para solicitar o teste molecular ainda
não está definido.

Acredita-se que na fase aguda sintomática haja mais


sensibilidade. Recomenda-se que seja feito nos primeiros
dias dos sintomas.

À partir do sétimo dia, a sensibilidade reduz.


Fonte: Cartilha do laboratório Hermes Pardini
Andamento da vacina COVID 19
Fonte:
Dados disponibilizados pela Fiocruz em 19/08/2020
Entendendo as fases para criação das vacinas
Segurança / Tolerância / Eficácia

Estágio exploratório A fase em que se conhece o patógeno


2 a 4 anos
-> Teste em animais
Quais as respostas?
Pré clínico Qual a dose necessária?
1 a 2 anos Quais aspectos de segurança?
-> Autorização para teste em humanos
Fase clínica
Fase 1. Testes em humanos
5 a 10 anos Grupos pequenos em adultos,
Aumento gradativo para faixa etárias menores
Fase 2. Grupos maiores podendo incluir grupos de risco
Fast track – Todas essas fases Incluem estudos placebos, controle
estão acontecendo ao mesmo Fase 3. Multicêntricos, placebos, duplo cego e randômico.
tempo para COVID -19 60.000 voluntários para pesquisar eventos raros
Fase 4. Notificação dos eventos adversos
Iniciativas globais
Fundos e aceleradores

Empresas
Fabricantes
Entidades sanitárias
Institutos de pesquisa

Objetivo: Reduzir custo


Encurtar o prazo
Manter segurança
Vacinas COVID 19 mais adiantadas

Meados de Agosto = 247 vacinas

Oxford + Astrazeneca

66 – Fase de pesquisa (exploratória) Sinovac Biotech


174 – Pré Clínica
Wuhan Institute Biological
13 – Fase 1
2 – Fase 2 Moderna Therapeutic
6 – Fase 3
1 – Registro P fizer
1 – Fase 4
Janssen

Gamaleya Institute
Testes no Brasil
4 estudos clínicos no Brasil:
5 mil voluntários
Oxford + Astrazeneca + Fiocruz

Sinovac Biotech + Instituto Butatan 9 mil voluntários

1 mil voluntários
P fizer

Janssen 7 mil voluntários


Como funcionam as vacinas que estão em desenvolvimento
para COVID 19 ?
Ácido Nucléico (mRNA)

Não viva
Precisa de nano partícula lipídica

Vantagens: Utiliza antígenos virais e não precisa de vetor


É de rápido desenvolvimento -> Sequência genética
Confere mais segurança que a de DNA
Evidenciou resposta de linfócitos T e Anticorpos

Desvantagens: Não tem outras vacinas para comparar eficácia, por ser inovadora
Demonstrou estabilidade baixa
Imunidade de curta duração
Ácido Nucléico (DNA)
Genes são clonados no vetor para imunização

Vantagens: É muito mais estável (estabilidade em temperatura ambiente)

Desvantagens: Não tem outras vacinas para comparar eficácia, por ser inovadora
Risco para integração no genoma
(uma vez que o DNA é incorporado no vetor e vai para o núcleo para produzir proteína)
Imunidade de curta duração

Inativada
É uma plataforma consagrada, não viva, utiliza adjuvantes para aumentar a resposta imunológica, cultiva vírus em
células, Necessita normas de biossegurança NB3 para o cultivo viral.

Vantagens: Partícula viral completa que proporciona mais efeito na resposta imune

Desvantagens: É necessário múltiplas doses


Pode causar resposta inflamatória por desencadear atividade celular
(evidenciado em animais)
Imunidade de curta duração
Vetor viral de Adenovírus
Não viva. Não precisa de adjuvante pois a cápsula do adenovírus faz essa função de
ativar a resposta infecciosa, como é retirado o gene auxiliar de programação, não há
risco de replicação viral.

Vantagens: Confere resposta bem completa: celular, linfócitos B


e T, anticorpos neutralizantes em altos títulos.

Além de intramuscular pode ser feita por aplicação


nasal

Desvantagens: Plataforma Inovadora


Pré Imunidade ao vetor
(isso porque o adenovírus é um virus de circulação A vacina da universidade de
frequente e a maioria da população oxford e astrazeneca utiliza
tem imunidade contra ele.) adenovirus de chimpanzé
para eliminar esse risco
Proteínas de Subunidade

Não viva.
Usa adjuvante
Confere mais segurança por ser uma plataforma consagrada
É necessário múltiplas doses
Imunidade de curta duração
Características das vacinas COVID 19 mais adiantadas

Meados de Agosto = 247 vacinas

Sinovac Biotech

Wuhan Institute Biological


RNA m
Vetor Viral Moderna Therapeutic

Subunidades Oxford + Astrazeneca


(Ptn Spike)
Janssen

Gamaleya Institute
Obrigada pela leitura e por ser mais uma pessoa
interessada pela segurança do paciente.

Agora vamos aplicar nosso conhecimento no dia a dia

Espero podermos compartilhar mais


@raphaellaaferreira

Raphaella.af@gmail.com

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