Você está na página 1de 22

CICLO SEXUAL

ENF. DEBORA CORDEIRO


Ciclos sexuais

Os ciclos sexuais da mulher iniciam na puberdade e perduram pelos anos férteis, durando até
a menopausa. Ocorrem principalmente por causa de órgãos como hipotálamo, hipófise-
anterior, ovários e útero, mas também envolve outros órgãos sexuais femininos. Os ciclos se
caracterizam por variações rítmicas mensais da secreção de hormônios femininos e
correspondem a alterações nos ovários e útero. Duram, em média, 28 dias. Podem variar
entre 20 a 45 dias, estando mais associados com infertilidade esses ciclos anormais. Os
desfechos mais importantes são ovulação e preparação do endométrio para possível
gestação.
Hormônios envolvidos no ciclo sexual feminino

O hipotálamo libera GnRH (hormônio liberador de gonadotropina), que atua nos


gonadotropos da hipófise anterior, estimulando liberação de FSH e LH, os quais
causam liberação de estrogênio e progesteronapelos ovários. O FSH e LH atuam por
mecanismo de proteína G, ou seja, ligam-se em receptor que ativa proteína G, a qual
ativa adenilato-ciclase, que converte ATP em AMPc, que ativa proteína kinase A (PkA),
que causa fosforilação de enzimas e proteínas, fazendo como resultado final a
proliferação e secreção das células-alvo. A quantidade secretada de todos esses
hormônios citados varia conforme a fase do ciclo menstrual, exceto a de GnRH, que é
secretado em pulsos curtos (uma vez a cada 90 minutos).

O ovário apenas produz estrógeno e progesterona com a presença de FSH e LH, os


quais não são liberados durante a infância. Entre 9 e 12 anos, começam a ser
liberados, levando ao início de ciclos menstruais normais a partir dos 11 aos 15 anos.
Tal período é chamado de puberdade.
Ciclo ovariano
Os ciclos ovarianos correspondem a alterações cíclicas nos ovários envolvendo as gonadotropinas e as
etapas desse ciclo são 3: desenvolvimento dos folículos, ovulação e formação do corpo lúteo.

Desenvolvimento folicular;

O FSH causa crescimento acelerado de 6 a 12 folículos primários por mês, fazendo proliferação leve de
células da granulosa, fazendo aparecer várias camadas. Além disso, as células fusiformes do interstício do
ovário formam massa de células chamada teca, as quais se dividem em 2. A teca externa forma cápsula de
tecido conjuntivo muito vascularizado; a teca interna secreta hormônios sexuais esteroides (estrógenos e
progesteronas).
Após essa fase proliferativa, a massa de células secreta o líquido folicular que contém elevada
concentração de estrogênio. Há formação do antro. Com os hormônios FSH, LH e estrógenos, o crescimento
do folículo dá-se de modo acelerado. Após 1 semana de crescimento, mas antes da ovulação, um dos
folículos cresce mais que os outros 5 ou 11, os quais involuem, tornando-se atrésicos. A causa da atresia
pode ser porque o folículo mais crescido possui grandes quantidades de estrogênio, o qual age na hipófise
anterior bloqueando a liberação de FSH, que bloqueia o crescimento dos folículos menos desenvolvidos,
mas não o do mais crescido por causa dos efeitos de feedback positivo (aumento dos receptores de FSH, LH
e estrógeno). Atresia é importanteporque evita que mais de uma criança se desenvolva.
Ovulação;

O folículo maduro libera o ovócito secundário com massa de milhares de células da


granulosa (coroa radiada) junto com líquido viscoso. Para que haja a ovulação, é necessário
pico de LH. Esse também é importante para crescimento folicular final. Dois dias antes da
ovulação, a hipófise aumenta secreção de LH e FSH também. Ambos causam dilatação do
folículo. O LH converte células da granulosa e tecais em secretoras de progesterona. Daí a
produção de estrógeno começa a cair 1 dia antes da ovulação.
Fase lútea;

Após ovulação, o folículo remanescente se transforma em corpo lúteo, o qual, nos próximos 7 a 8
dias, cresce. Depois, começa a involuir e a perder suas funções secretórias, cerca de 12 dias depois
da ovulação. Além de perder sua característica lipídica amarela, daí torna-se corpo albicans, que é
substituído por TC e absorvido ao longo de meses. Enfim, o corpo lúteo tem como funções produzir
progesterona e estrógeno. Isso ocorre graças ao pico de LH, que age nas células granulosas e tecais
causando luteinização, proliferação, aumento de secreção e, por fim, degeneração. Tudo isso ocorre
em 12 dias. O hormônio hCG secretado pela placenta, age no corpo lúteo e prolonga sua vida a, pelo
menos, 2 a 4 meses de gestação. Os hormônios produzidos pelo corpo lúteo causam feedback
negativo na hipófise anterior, reduzindo concentrações de FSH e LH. Além disso, secreta inibina, que
inibe FSH. Esse feedback causa involução do corpo lúteo, já que necessita de LH. O corpo lúteo
costuma viver 12 dias, portanto morre ao 26º dia do ciclo menstrual. Daí perde produção de
estrógeno e progesterona, que permite produção de FSH e LH, dando início ao novo ciclo quando
ocorrer a menstruação.
Sintomas da fase folicular
A fase folicular é marcada pela presença da menstruação, se estendendo até alguns dias após o seu término. Nesse período,
os sintomas mais comuns são:
-dismenorreia vezes em que a pessoa urina entre outros.
(cólicas menstruais); por dia)
-dores de cabeça -dores nas costas (principalmente na
- cansaço lombar, mais abaixo)
-sono excessivo

Sintomas da fase ovulatória


-enjoos
Durante a ovulação e alguns dias após esse evento, o corpo feminino também nos demonstra sinais bem específicos .
-alterações no apetite
• -polaciúria (aumento
dores leves do (normalmente
na barriga número de -dificuldade
em forma de depontadas
se concentrar ,
e que podem atingir um só lado do abdômen);
• aumento da temperatura ao acordar (um dado importante para as pessoas que querem engravidar);
• aumento da libido;
• mudanças no comportamento, que se torna mais alegre, extrovertido e sociável.
Sintomas da fase lútea
A última fase do ciclo menstrual é uma das mais marcantes em relação aos sintomas. Afinal, é nela que acontece a
tensão pré-menstrual (TPM). A fase lútea acontece por conta do aumento da progesterona, que surge a partir da
formação do corpo lúteo.
Esse hormônio consegue aumentar a concentração de substâncias conhecidas como prostaglandinas. Elas são
sinalizadores celulares que têm papel importante em processos como o surgimento das cólicas e outras dores.

Sendo assim, os sintomas da fase lútea são:

• cólicas, em alguns casos;


• dores nos seios;
• cefaleia;
• dores nas pernas;
• cansaço;
• alterações no humor;
• falta de energia;
• ansiedade;
• retenção de líquidos e inchaço;
• vontade de comer doces, entre outros.
Ciclo menstrual ou uterino;

Durante o ciclo uterino ou menstrual, as camadas do endométrio são alteradas. Antes, vale dizer,
portanto, quais são as 3 camadas endometriais:
Camada basal: camada fina que não apresenta edema ou hipertrofia e nem contém as porções distais
das glândulas.
Camada compacta: camada final, superficial, formada por células do estroma densamente arranjadas
em torno das porções adjacentes às glândulas endometriais.
Camada esponjosa: camada espessa, edemaciada e que possui glândulas dilatadas e tortuosas.
A camada basal possui sua própria vascularização e, portanto, não se descama na menstruação. As
camadas compacta e esponjosa descamam durante menstruação ou parto e são chamadas de camada
funcional.
Podemos dividir o ciclo menstrual em 4 fases;

Fase menstrual: normalmente ocorre a cada 28 dias durando em média de 3 a 5 dias.

Fase proliferativa, folicular ou estrogênica: após descamação, os estrógenos causam reepitelização do


endométrio. A espessura do endométrio aumenta devido ao crescente número de células estromais e
glândulas endometriais.

Fase secretora ou progestacional: a progesterona causa inchaço e desenvolvimento secretor aumentado do


endométrio. Acumulam substâncias, aumenta o suprimento sanguíneo, vasos ficam tortuosos. Enfim, serve
para tornar o endométrio bem nutrido para suprir o embrião. Nessa fase ocorre o edema do estroma.
Fase isquêmica ou pré-menstrual: caso óvulo não seja fertilizado, 2 dias antes da
menstruação, o corpo lúteo involui e secreção ovariana diminui. Com isso, as células
endometriais perdem estimulação e involuem, liberando molécula vasoconstritora, que faz
os vasos tortuosos terem espasmo, há diminuição dos nutrientes ao endométrio e isso
causa necrose. Com isso, ocorrem hemorragias, separando as camadas endometriais e as
fazem descamar. Daí, há liberação de prostaglandinas, que com a massa de tecido
descamado e sangue, ocorrem contrações que expulsam o conteúdo do útero. Em geral,
são expelidos 40mL de sangue e 35mL de líquido seroso. Não há coagulação desse
sangue por causa da presença de fibrinolisinas, que são liberadas com material necrótico.
Entre 4 a 7 dias após início da menstruação, ela cessa porque o epitélio já reepitalizou.
Além disso, ocorre eliminação de leucócitos (leucorreia), que gera efeito protetor às
infecções.
Funções dos hormônios sexuais femininos
Funções dos estrógenos;
Causa proliferação celular e crescimento dos tecidos dos órgãos sexuais e reprodutores (ovários,
trombas uterinas, útero, vagina, vulva).
Altera o epitélio vaginal do tipo cuboide para estratificado, o qual é mais resistente a traumas e
infecções. Por isso, infecções vaginais em meninas podem ser tratadas com administração de
estrogênio, simplesmente por causa da maior resistência do epitélio vaginal resultante.
Causa proliferação do estroma endometrial e desenvolvimento das glândulas endometriais.
Aumenta os cílios nas tubas uterinas e suas atividades.
Nas mamas, causa desenvolvimento dos tecidos, crescimento de sistema de ductos, depósito de
gordura nas mamas. Também é inibidor da secreção de leite junto com a progesterona. A lactação
ocorre por causa da prolactina.
No esqueleto, inibe osteoclastogênese, o que permite crescimento ósseo. O crescimento da mulher é
mais rápido nos primeiros anos da puberdade por esse motivo. Porém, causa união dos ossos com
epífises, o que faz com que o crescimento das mulheres cesse antes do dos homens.
Causam leve depósito de proteínas, o que pode gerar leve aumento de massa muscular.
Aumenta metabolismo corporal e depósito de gorduras, especialmente nos glúteos e coxas.
Não possui efeitos grandes na distribuição de pelos, quem faz isso são os andrógenos.
Faz a pele desenvolver textura macia, lisa e vascularizada.
Causa leve retenção de líquidos, o que pode ser um dos mecanismos de hipertensão induzida pela
gravidez.
Funções da progesterona;

Promove aumento das secreções uterinas, preparando para implantação do óvulo fertilizado.
Diminui frequência e intensidade das contrações uterinas, o que impede expulsão do óvulo implantado.
Causa secreção pelas tubas uterinas, o que nutre o zigoto durante os primeiros dias após a fertilização.
Promove desenvolvimento das mamas para adquirir caráter secretor, porém o leite só é secretado com
prolactina, como explicado.
Sobre a ovulação, marque a alternativa incorreta:

a) A ovulação ocorre por volta da metade do ciclo menstrual.


b) A ovulação marca o período fértil da mulher.
c) Os hormônios FSH e LH apresentam relação com a ovulação.
d) Após a ovulação, inicia-se a fase folicular do ciclo ovariano.
e) A ovulação é a liberação do ovócito maduro pelo ovário.
Sobre a ovulação, marque a alternativa incorreta:

a) A ovulação ocorre por volta da metade do ciclo menstrual.


b) A ovulação marca o período fértil da mulher.
c) Os hormônios FSH e LH apresentam relação com a ovulação.
d) Após a ovulação, inicia-se a fase folicular do ciclo ovariano.
e) A ovulação é a liberação do ovócito maduro pelo ovário.
O ciclo ovariano apresenta relação direta com o ciclo uterino, sendo observada a ovulação quando:

a) o endométrio está descamando.

b) o endométrio está fino.

c) o endométrio está preparado para a implantação de um embrião.

d) o endométrio está sendo expelido e, consequentemente, o útero está “limpo”.

e) não há endométrio.
O ciclo ovariano apresenta relação direta com o ciclo uterino, sendo observada a ovulação quando:

a) o endométrio está descamando.

b) o endométrio está fino.

c) o endométrio está preparado para a implantação de um embrião.

d) o endométrio está sendo expelido e, consequentemente, o útero está “limpo”.

e) não há endométrio.

Alternativa C
A ovulação ocorre no momento em que o endométrio está preparado para
receber o embrião caso ocorra uma gravidez.
A fase folicular do ciclo ovariano se refere à fase em que há:

a) crescimento do folículo e amadurecimento do ovócito.

b) formação do corpo lúteo.

c) desintegração do corpo lúteo.

d) formação do corpo albicans.

e) crescimento do folículo e liberação do corpo albicans.


A fase folicular do ciclo ovariano se refere à fase em que há:

a) crescimento do folículo e amadurecimento do ovócito.

b) formação do corpo lúteo.

c) desintegração do corpo lúteo.

d) formação do corpo albicans.

e) crescimento do folículo e liberação do corpo albicans.

Alternativa A
A fase folicular do ciclo ovariano caracteriza-se pelo
crescimento do folículo e amadurecimento do ovócito,
e estradiol é liberado durante todo o período.

Você também pode gostar