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Anatomia e Fisiologia do

Aparelho Reprodutor Feminino


e Masculino

Docente: Sâmara Diógenes


Aparelho Reprodutor Feminino
 Órgãos genitais externos:
 Vulva – ou pudendo feminino. Dá origem a todas as estruturas visíveis
externamente, incluindo o monte pubiano, grandes e pequenos lábios,
clitóris, hímen, vestíbulo, meato uretral e estruturas glandulares.
 Monte pubiano – é o acúmulo de gordura localizada na superfície
anterior do púbis, sendo recoberto de pelos.
 Grandes lábios – duas dobras cutâneas fibroadiposas, que se estendem
do monte pubiano (anteriormente) em direção ao períneo. Recobertos
por pelos e ricamente supridos por glândulas sebáceas.
 Pequenos lábios – duas pregas cutâneas visíveis quando os grandes
lábios são afastados. Não possuem folículos pilosos, mas apresentam
muitos folículos sebáceos.
 Clitóris – principal órgão erógeno da mulher, sendo homólogo ao
pênis e localizado na extremidade superior da vulva. É erétil,
constituído de uma glande e dois corpos cavernosos.
Aparelho Reprodutor Feminino
 Vestíbulo – área que se estende desde o clitóris à fúrcula, tendo
os pequenos lábios como limites laterais.
 Meato uretral – localiza-se imediatamente acima da parede
vaginal anterior.
 Glândulas de Bartholin – localizam-se posteriormente no
vestíbulo, uma em cada lado do orifício vaginal. Tem como
objetivo a secreção de muco durante a relação sexual,
lubrificando o introito vaginal.
 Hímen – caracteriza-se por uma fina membrana ricamente
vascularizada que se localiza na entrada da vagina.
 Períneo – conjunto de tecidos, localizado inferiormente à
cavidade pélvica. Anteriormente é atravessado pela vagina e
uretra e, posteriormente, pelo reto.
Órgãos externos
Aparelho Reprodutor Feminino
 Órgãos genitais internos:
 Estão contidos na cavidade pélvica e compreendem o útero,
a vagina, dois ovários.
 Útero – na mulher não grávida, o útero localiza-se na
cavidade pélvica, entre a bexiga urinária (anteriormente) e
o reto (posteriormente).
 É dividido em fundo, corpo, ístmo e cérvix (colo do útero). O canal
cervical se abre na vagina por uma pequena abertura denominada
orifício externo do útero.
 É constituído de massa muscular lisa (miométrio), e envolto por
uma fina camada chamada perimétrio.
 O endométrio é o revestimento interno da cavidade uterina que
corresponde às variações hormonais do ciclo ovulatório feminino e
se renova todos os meses.
Aparelho Reprodutor Feminino
 Tubas uterinas – são duas delgadas tubas musculares que se
dirigem, uma de cada lado, da cavidade uterina para os ovários.
Proporcionam o trajeto através do qual os óvulos alcançam o
útero. Medem de 10 a 12 cm de comprimento e apresentam livre
mobilidade anatômica.
 Ovários – são as glândulas sexuais (gônadas) da mulher. São
dois órgãos pequenos, ovais, achatados, localizados um de cada
lado do útero. Possuem as funções de produzir, amadurecer e
expulsar os óvulos e elaborar secreções internas ou hormônios.
Fixados à parede látero-superior do útero pelo ligamento próprio
do ovário e à parede abdominal posterior por pregas peritoneais.
 Vagina – órgão tubular que vai do colo uterino ao vestíbulo da
vagina.
Órgãos internos
Órgãos internos
Ciclo Menstrual

 O ciclo menstrual é determinado pela duração,


quantidade e qualidade do desenvolvimento folicular
e, normalmente, pode variar em uma mesma mulher.
 Até 40 anos: 25-35 dias;
 25 anos: 25-28 dias (40%);
 35 anos: 25-28 dias (60%).
Ciclo Menstrual
Ciclo uterino – conjunto de transformações que ocorrem
no útero no decurso de um ciclo sexual e que visam criar
condições para a fixação do embrião. Compreende 3 fases:
1. Menstrual - dura cerca de 5 dias e resulta da descamação
superficial do endométrio e consequente hemorragia
provocada pela ruptura dos vasos sanguíneos que irrigam a
mucosa. A mistura de sangue e de fragmentos soltos do
endométrio constitui a menstruação.
2. Proliferativa – dura cerca de 9 dias, durante os quais o
endométrio e os seus vasos sanguíneos são reconstituídos.
Ciclo Menstrual

3. Secretora – dura cerca de 14 dias, durante os quais o


endométrio atinge a sua máxima espessura. Suas
glândulas produzem secreções que preparam o útero para
receber o embrião. Se a fecundação não ocorrer, inicia-se
um novo ciclo.
Ciclo Uterino
Ciclo Menstrual
Ciclo ovariano – Conjunto de transformações que
ocorrem no ovário, no decurso de um ciclo de sexula e que
resultam na liberação de oócito para a tuba uterina.
Compreende 3 fases:
1. Folicular – crescimento e a maturação folícular, com
produção e liberação de grandes quantidades de estrogênio
na circulação. Chega ao final com um folículo maduro
dominante.
 Esse processo dura de 10 a 14 dias e resulta da ação sequencial
de hormônios sobre os folículos.
 A fase de crescimento folicular no ovário coincide com a
denominada fase proliferativa endometrial no útero, em
decorrência da ação estrogênica.
Fase Folicular
Ciclo Menstrual
2. Ovulação
 Pode ser variável de um ciclo para outro em uma mesma mulher.
 A progesterona aumenta a atividade influenciando o aumento do
FSH no meio do ciclo.
 Ocorre, aproximadamente, na metade do ciclo (considerar
estresse emocional, uso de medicamentos).
3. Lútea – formação e funcionamento do corpo lúteo, com
conseqüente produção de progesterona, além de
estrogênio. Quando o oócito não é fertilizado, o corpo
lúteo começa a involuir e degenera, transformando-se em
corpo albicans.
Envelhecimento Ovariano
 Nascimento: +/- 7 milhões de oócitos.
 Menarca: 250.000
 40 anos, com ciclos regulares: 10 mil folículos.
 Perda mensal de oócitos até a menopausa, resultando
em nenhum oócito. O envelhecimento ovariano
inicia-se ainda na vida fetal, pois o número de
folículos diminui desde a vida fetal até a menopausa.
 Apenas 400 folículos ovulam.
Envelhecimento Ovariano
Fisiologia do Ciclo Menstrual

 É o resultado da interação e integração funcional do


hipotálamo, hipófise e útero.

 O ciclo tem início no primeiro dia de uma


menstruação, terminando no primeiro dia da
menstruação seguinte. Varia de mulher para mulher,
de 25 a 35 dias, sendo, em média, 28 dias.

 Duração do fluxo: 2 a 6 dias


Fases do Ciclo Menstrual
1. Secretora: tem início com a ovulação
(aproximadamente 14º dia) e se estende até o final
do próximo ciclo, aproximadamente.
 Hormônios envolvidos
 Nos ovários: estrogênio e progesterona alta;
 Na adenohipófise: LH.
2. Isquêmica ou Pré-menstrual: o óvulo não é
fecundado, o corpo lúteo degenera.
 Hormônios envolvidos
 Nos ovários: queda da progesterona e aumento gradativo de
estrogênio;
Ciclo Menstrual e Hormônios
 Estrógeno: é o hormônio sexual feminino que estimula o
crescimento de um novo epitélio no útero, o qual foi
eliminado na menstruação, aumenta a contratilidade do
útero e das tubas uterinas, facilitando a subida dos
espermatozóides. Apresenta como função endócrina a
inibição do FSH e estimulação do LH.
 Progesterona: produzido no corpo lúteo, age sobre o
epitélio endometrial, tornando-o secretor. Aumenta a
vascularização do endométrio. No 21º dia do ciclo
diminui fazendo com que o epitélio descame, ocorrendo a
menstruação.
Período Fértil

 Geralmente entre 7 e
9 dias no mês → 3 a
4 dias antes da
ovulação + ovulação
+ 3 a 4 dias após a
ovulação →
viabilidade dos
gametas.
Amenorreia
 Ausência ou cessação anormal das menstruações no
período reprodutivo.
 Amenorreia primária
 Ausência de menstruação aos 15 anos de idade, com
desenvolvimento normal dos caracteres sexuais
secundários.
 Ausência de desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários e de menstruação até os 13 anos de idade.
 Nos casos em que, 5 anos após o início do
desenvolvimento mamário, iniciado antes dos 10 anos de
idade, mas a menarca ainda não ocorreu.
Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)
 Anovulação crônica ou policistose ovariana, sendo um
distúrbio endócrino, caracterizado por disfunção ovulatória.
 SOP está presente em 5 a 12% das mulheres em idade
reprodutiva.
 50% dos casos podem estar associados a obesidade.
 50 a 90% dos casos podem estar associados a resistência
insulínica.
 Aumenta risco de DM, HAS e síndromes metabólicas.
 Os fatores genéticos e ambientais podem exercer papel
fundamental para surgimento da síndrome.
 Apresenta influência negativa do funcionamento do eixo
hipotálamo-hipófise-ovários.
Síndrome Pré-Menstrual ou TPM
 Conjunto de sintomas fisiológicos e psicológicos
que ocorre na fase lútea do ciclo menstrual, mais
precisamente na semana que antecede a
menstruação, e cessa logo após o término do período
menstrual.
 Atinge aproximadamente 50-80% das mulheres em
idade reprodutiva.
 Etiologia sugere que a flutuação hormonal cíclica é
um componente chave para a síndrome.
Síndrome Pré-Menstrual ou TPM

 Sinais e sintomas mais frequentes


 Ansiedade
 Irritabilidade
 Fadiga
 Flutuações de humor
 Dores musculares e articulares
 Edema secundário
 Retenção hídrica
Transtorno Disfórico
Pré-Menstrual (TDPM)
 De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria,
deve-se suspeitar desta condição quando se manifestam
5 ou mais sinais e sintomas dentre os 11 abaixo
relacionados, no período pré-menstrual em 2 ciclos
menstruais distintos, com ao menos 1 deles associado ao
humor (humor depressivo, ansiedade, tensão, labilidade
emocional, irritabilidade) e com prejuízos significativos
da consciência social, familiar e profissional.
Transtorno Disfórico
Pré-Menstrual (TDPM)
 Sinais e sintomas
1. Humor depressivo
2. Ansiedade/tensão 8. Mudança de apetite/ fome
3. Mudanças de humor/ exacerbada
labilidade emocional 9. Insônia/sonolência
4. Irritabilidade 10. Sentimentos fora de
5. Diminuição de interesse em controle
atividades usuais 11. Sintomas físicos
6. Dificuldade de concentração
7. Fadiga/letargia
Climatério
 Caracteriza-se pela progressiva redução da produção de
hormônios ovarianos (estrogénio e progesterona),
resultando em modificações substanciais que, por vezes,
acarretam alterações físicas e psíquicas na vida da
mulher.
 É a fase biológica da vida, e não um processo
patológico, que compreende a transição entre o
período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da
mulher. (OMS)
 A menopausa é um marco dessa fase e corresponde ao
último ciclo menstrual espontâneo da mulher.
Climatério
 Caracteriza-se pela progressiva redução da produção de
hormônios ovarianos (estrogénio e progesterona),
resultando em modificações substanciais que, por vezes,
acarretam alterações físicas e psíquicas na vida da
mulher.
 É a fase biológica da vida, e não um processo
patológico, que compreende a transição entre o
período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da
mulher. (OMS)
 Ocorre habitualmente entre os 45 e 55 anos.
 A menopausa é um marco dessa fase e corresponde ao
último ciclo menstrual espontâneo da mulher.
Períodos do Climatério
 Pré-menopausa: período que se inicia, em geral, no
final da 4ª ou no curso da 5ª década da vida da mulher,
tomando-se o climatério como referência.
 Perimenopausa: caracterizada pelas mesmas
modificações observadas na fase anterior, porém em
grau mais intenso. Compreende o período que se inicia
com os primeiros sintomas indicativos da aproximação
da menopausa e que se estende até 12 meses depois da
última menstruação. Um dos principais indícios dessa
fase é a alteração dos ciclos menstruais, que podem se
apresentar mais curtos ou mais longos, ondas de calor,
distúrbios de humor e do sono.
Períodos do Climatério

 Pós-menopausa: após ocorrência da última


menstruação espontânea. Caracterizada pelos níveis
de FSH muito elevados e os níveis plasmáticos de
estrógenos persistentemente baixos. É o intervalo de
tempo entre o último sangramento menstrual e a
senectude.
Manifestações Clínicas do Climatério
 Irregularidade menstrual;
 Fogachos (ocorrem principalmente à noite; é o
segundo sintoma mais frequente, ocorrendo em 75%
das mulheres e podem durar de 3 a 5 anos). Podem
causar insônia, irritação e depressão;
 Palpitações;
 Cefaleias;
 Náuseas;
Manifestações Clínicas do Climatério
 Na fase de climatério, a frequência da Doença de
Alzheimer é 1,5 a 3 vezes maior nas mulheres (uma vez
que a diminuição dos estrogênios não protegeria os
neurônios da ação do estresse oxidativo que implica na
patogênese da doença).
 Alterações tegumentares (iniciados aos 30 anos de
idade e persistindo ao longo da vida). Na mulher,
surgirão eventos relativos ao climatério que são
concomitantes ao envelhecimento cutâneo (perda da
elasticidade da pele, enrugamento, ressecamento,
afinamento, diminuição da pilosidade pubiana, queda
dos cabelos, alterações da termorregulação).
Manifestações Clínicas do Climatério
 Alterações mamárias: pela involução do epitélio glandular,
a mama fica composta basicamente de grandes ductos, tecido
conjuntivo e gordura, tornando-se flácida, com consequente
instalação de grau variável de ptose.
 Alterações do aparelho urogenital
 Na vulva: embranquecimento de pelos, enrugamento dos grande
lábios.
 Na vagina: diminuição da espessura da mucosa, redução do número
de pregas, palidez da mucosa, diminuição da lubrificação vaginal.
 Na uretra: o óstio uretral mais posterior na mulher climatérica,
situando-se mais próximo do óstio externo da vagina, favorece a
ascenção de bactérias que podem facilitar infecções do trato urinário.
Manifestações Clínicas do Climatério
 Infecções urinárias e bacteriúria assintomáticas são mais
frequentes na pós-menopausa, decorrentes, principalmente, da
diminuição de lactobacilos e aumento do pH e da deficiência
imunológica local e de maior aderência bacteriana ao endotélio
 Alterações ósseas: surgimento da osteoporose como distúrbio
ósseo metabólico que se caracteriza por fragilidade esquelética,
baixa massa óssea, causando facilidade nas fraturas.
 Doença cardiovascular: evidências mostram que a redução da
função ovariana no climatério associa-se ao aumento do risco
da doença coronariana.
 Obesidade: no climatério ocorre aumento do peso corpóreo
(aproximadamente 20%) por aumento da massa gordurosa.
Implicações Psicológicas e Sociais do
Climatério
 Faz parte do processo de envelhecimento normal da mulher.

 Pode ser encarado como um período tranquilo ou


conturbado.

 A sintomatologia do climatério é mais intensa nas mulheres


com relacionamento matrimonial difícil, ou aquelas que a
vida limitou-se à criação dos filhos, ou nas que davam
grande valor aos atributos sexuais.
Menopausa
 O termo menopausa significa “última menstruação”.
 Interrupção permanente dos ciclos menstruais por perda da
função folicular ovariana.
 É o evento marcante do climatério.
 Constitui o único ponto de referência durante o climatério que
pode ser determinado com exatidão.
 Ocorre em geral entre os 45 e 55 anos de idade, e só pode ser
diagnósticada após 12 meses consecutivos de amenorréia.
Menopausa

 Período perimenopausa: inicia-se antes da menopausa com


ciclos menstruais irregulares, acompanhados ou não de
manifestações vasomotoras, e termina 12 meses após a
menopausa.
 Período pós menopausa: inicia-se um ano após a última
menstruação e vai até os 65 anos de idade.
 Senectude: período da vida que se segue ao climatério e tem
início aos 65 anos.
Aparelho Reprodutor Masculino
 Estruturas externas:
 Pênis: órgão masculino da cópula.
Consiste em:
– 2 corpos cavernosos;
– 1 corpo esponjoso;
– Glande peniana: expansão do corpo
esponjoso em forma cônica;
– Prepúcio: dobra de pele que recobre a
glande peniana;
– Escroto: bolsa pendular abaixo do
pênis que contém os testículos.
Pênis
Aparelho Reprodutor Masculino

 Estruturas internas:
 Testículos: órgãos ovóides
sólidos, divididos em lobos
com tubos seminíferos.
Responsáveis pela produção
de testosterona e gametas.
Aparelho Reprodutor Masculino

 Epidídimo: saco tubular


localizado próximo ao
testículo e que é um
reservatório para o
armazenamento e maturação
dos espermatozóides.
Aparelho Reprodutor Masculino

 Canal deferente: dueto


que se estende do
epidídimo ao ducto
ejaculatório, oferecendo a
passagem para os
espermatozóides.
Aparelho Reprodutor Masculino
 Ducto ejaculatório:
canal formado pela
união dos vasos
deferente e ducto
excretório da vesícula
seminal.
 Uretra: via de
passagem da urina e do
sémen, estende-se da
bexiga ao meato
uretral.
Referências

 Manual de Ginecologia da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia


de Brasília, 2ª edição.
 Embriologia Básica. HERMÓGENES, 2015.
 Obstetrícia. ZUGAIB, Marcelo. 3ª Edição, 2016.

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