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Bruna Cantarelli – 2º módulo P4

Ciclo menstrual
O ciclo menstrual é o período em que o corpo se prepara ser fertilizado por um espermatozoide. Nesse ponto, o
para a ovulação. Esse evento ocorre mensalmente e é óvulo é denominado oócito primário.
regulado por hormônios. O início do ciclo é marcado A primeira divisão meiótica do oócito ocorre após a
pelo primeiro dia do sangramento vaginal, que é a puberdade. Cada oócito é dividido em duas células, um
menstruação, cuja duração pode variar entre 3 a 7 dias. A óvulo grande (oócito secundário) e um primeiro corpo
partir daí, o óvulo passa por uma fase de preparação até polar de pequenas dimensões. Quando o ovário libera um
ser liberado. O período fértil (quando há possibilidade de óvulo (ovulação) e, se este for fecundado, ocorre a meiose
engravidar) começa quando ocorre esta liberação do final.
óvulo, que irá percorrer as trompas até chegar no útero.
A duração média do ciclo menstrual é de 28 dias,
podendo oscilar dentro dos limites normais de 21 a 35
dias.
Ciclo ovariano
- Fase folicular (1º ao 14º dia)
A reprodução começa com o desenvolvimento dos óvulos
nos ovários. No meio de cada ciclo sexual mensal, um só
óvulo é expelido do folículo ovariano para a cavidade
abdominal próxima das aberturas fimbriadas das duas
trompas de Falópio. Etapas do desenvolvimento folicular
Durante os primeiros dias de cada ciclo sexual mensal Folículo primordial: célula germinativa pequena, envolta
feminino, as concentrações de FSH e LH, secretados pela por uma única camada de poucas células foliculares
hipófise anterior, aumentam de leve a moderadamente, e aplanadas ou ovaladas. São encontrados na periferia dos
o aumento do FSH é ligeiramente maior do que o de LH ovários.
e o precede em alguns dias. Esses hormônios, Folículo primário: célula germinativa envolta por uma
especialmente FSH, causam o crescimento acelerado de 6 camada mais numerosa de células foliculares cúbicas de
a 12 folículos primários por mês. O efeito inicial é a núcleo arredondado.
rápida proliferação das células da granulosa, levando ao Folículo secundário ou antrais: célula germinativa com
aparecimento de muitas outras camadas dessas células. presença de líquido e antro folicular, alteração na camada
Um ovo em desenvolvimento (oócito) diferencia-se em – tecido epitelial cúbico simples se modifica em tecido
um óvulo maduro (óvulo) através de uma série de etapas, epitelial cúbico estratificado e formação do folículo
chamada oogênese. Durante o desenvolvimento maduro de Graaf.
embrionário inicial, as células germinativas primordiais da . Aumento do número de células foliculares (granulosa)
endoderme dorsal do saco vitelino migram, ao longo do . Aumento do diâmetro (volume) do ovócito I
mesentério do intestino posterior, para a superfície . Formação da zona pelúcida
externa do ovário, que é revestida de um epitélio . Formação da Teca folicular
germinal, embriologicamente derivado do epitélio das
cristas germinais. Durante essa migração, as células
germinativas dividem-se repetidamente. Quando as
células germinativas primordiais atingem o epitélio
germinativo, elas migram para o interior da substância do
córtex ovariano, convertendo-se em ovogônias ou oócitos
primordiais.
Em seguida, cada óvulo primordial reúne em torno de si
uma camada de células fusiformes do estroma ovariano (o
tecido de suporte do ovário), fazendo com que adquiram
características epitelioides; são, então, as chamadas células À medida que estão sofrendo diferenciação, as células
da granulosa. O óvulo circundado por camada única de primordiais saem da região cortical e vão para região
-células- da granulosa é denominado folículo primordial. medular. E, depois que se diferenciam e formam o
Nesse estágio, o óvulo é ainda imaturo, e é preciso que folículo maduro de Graaf, eles voltam para região
ocorram mais duas divisões celulares, antes que ele possa medular.
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- Fase ovulatória endométrio. Sob a influência dos estrogênios, secretados
Quando o folículo está muito maduro, há um pico de em grande quantidade pelo ovário, durante a primeira
estrogênio que induz o pico de LH. Assim, o LH induz a parte do ciclo ovariano mensal, as células do estroma e as
ovulação, fazendo com que o folículo maduro de graaf células epiteliais proliferam rapidamente. A superfície
libere o oócito para fora do ovário. endometrial é reepitelizada de 4 a 7 dias após o início da
O LH é necessário para o crescimento folicular final e menstruação. A espessura do endométrio aumenta
para a ovulação. Sem esse hormônio, mesmo quando bastante devido ao crescente número de células estromais
grandes quantidades de FSH estão disponíveis, o folículo e ao crescimento progressivo das glândulas endometriais e
não progredirá ao estágio de ovulação. novos vasos sanguíneos no endométrio.
- Fase lútea (ovulação até 28º dia) Estrogênio faz um feedback negativo com FSH – um
Durante as primeiras horas depois da expulsão do óvulo aumenta e o outro diminui.
do folículo, as células da granulosa e tecais internas - Fase secretora
remanescentes se transformam, rapidamente, em células Corresponde à fase lútea do ovário. Durante grande parte
luteínicas. Elas aumentam em diâmetro, de duas a três da última metade do ciclo mensal, depois de ter ocorrido
vezes, e ficam repletas de inclusões lipídicas que lhes dão a ovulação, a progesterona e o estrogênio são secretados
aparência amarelada. Esse processo é chamado em grande quantidade pelo corpo lúteo. Os estrogênios
luteinização, e a massa total de células é denominada causam leve proliferação celular adicional do endométrio
corpo lúteo. durante essa fase do ciclo, enquanto a progesterona causa
O corpo lúteo é um órgão altamente secretor, produzindo inchaço e desenvolvimento secretor acentuados do
grande quantidade de progesterona e estrogênio. Uma vez endométrio. As glândulas aumentam em tortuosidade, e
que o LH (principalmente o secretado durante o pico um excesso de substâncias secretoras se acumula nas
ovulatório) tenha agido nas células da granulosa e tecais, células epiteliais glandulares.
causando a luteinização, as células luteínicas recém- Essa progesterona induz o contínuo espessamento do
formadas parecem estar programadas para seguir a endométrio. Faz com que ocorra a proliferação de
sequência pré-ordenada de proliferação; aumento; e glândulas e capilares associados a secreção de glicogênio.
secreção seguida por degeneração. Esse glicogênio ajuda na nidação e nutrição. Caso não
Na gravidez, outro hormônio com quase as mesmas ocorra fecundação, há uma queda de progesterona e o
propriedades do LH, a gonadotropina coriônica secretada corpo lúteo entra em processo de atrésia folicular ->
pela placenta, pode agir no corpo lúteo, prolongando sua menstruação
vida. - Fase menstrual
Ciclo uterino Se o óvulo não for fertilizado, cerca de dois dias antes do
Associado à produção cíclica mensal de estrogênios e final do ciclo mensal, o corpo lúteo no ovário
progesterona pelos ovários, temos um ciclo endometrial subitamente involui e a secreção dos hormônios ovarianos
no revestimento do útero, que opera por meio dos (estrogênio e progesterona) diminui. A diminuição dos
seguintes estágios: proliferação do endométrio uterino; níveis desses hormônios leva a reações vasomotoras, à
desenvolvimento de alterações secretoras no endométrio; perda decidual e à menstruação.
e descamação do endométrio, que conhecemos como
menstruação.

- Fase proliferativa
Corresponde à fase folicular no ovário. No início de cada
ciclo mensal, grande parte do endométrio foi descamada
pela menstruação. Após a menstruação, permanece apenas
uma pequena camada de estroma endometrial, e as únicas
células epiteliais restantes são as localizadas nas porções
remanescentes profundas das glândulas e criptas do
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Principais afecções do ovário
As lesões mais comuns que são encontradas no ovário tireóide. Por conter tecido maduro, um cisto dermóide
incluem cistos benignos ou funcionais, endometriose quase sempre é benigno. Os raros cistos dermóides
ovariana e tumores. malignos geralmente se desenvolvem em carcinoma
de células escamosas em adultos; em bebês e crianças
Tipos de cistos geralmente se desenvolvem em tumor do seio
. Cistos funcionais e não neoplásicos endodérmico.
- Foliculares
São os tipos mais comuns nos ovários. São originados
através dos folículos graafianos não rompidos ou em
folículos que foram rompidos e imediatamente fechados,
acumulando um pouco do líquido antral. São cistos
múltiplos de até 2 cm, revestidos por uma membrana
cinza brilhante e preenchidos por líquido seroso.
Apresentam revestimento de células da granulosa e
algumas células tecais com citoplasma proeminente.
- Síndrome dos ovários policísticos
É um distúrbio endócrino complexo, caracterizado por
hiperandrogenismo, anormalidades menstruais, ovários
policísticos, anovulação crônica e diminuição da
fertilidade. A fisiopatologia é marcada por uma
desregulação das enzimas envolvidas na biossíntese de
andrógenos e produção excessiva dos andrógenos. Além
- Lúteos disso, as mulheres com SOP apresentam uma resistência à
Estão presentes nos ovários normais de mulheres em insulina.
idade reprodutiva. São revestidos por uma camada de Há uma espessura da cápsula ovariana, que impede a
tecido lúteo brilhante amarelo que contém células da ovulação, retendo os folículos.
granulosa luteinizadas. Podem se romper e causar uma Endometrioma (endometriose ovariana)
reação peritoneal. É caracterizado pela presença de cisto ovarianos
hemorrágicos que contêm glândula ou estroma
endometrial.

Luteoma da gravidez: ocorre em gravidez, o corpo lúteo


pode aumentar bastante de tamanho. É chamado um
pseudotumor ovariano, mas é funcional, regride após o
parto. É assintomático, as vezes somente é detectado
como um achado no ultrassom.
Tipos de tumores
Há numerosos tipos de tumores ovarianos.
Aproximadamente 80% são benignos e ocorrem em
mulheres jovens entre os 20 e 45 anos de idade. Os
malignos são mais comuns em mulheres mais velhas, entre
45 e 65 anos de idade.
Embora alguns tumores específicos apresentem
características distintas e sejam hormonalmente ativos, a
maioria não é funcional e tende a produzir sintomas leves
- Dermóides (teratoma cístico)
até atingir um grande tamanho. Os sintomas mais
É um teratoma cístico que contém tecido maduro
comuns são dor e distensão abdominais, sintomas dos
desenvolvido com folículo piloso e glândulas sudoríparas
tratos urinário e gastrointestinal decorrentes da
completas, algumas vezes com pelos e sebo, sangue,
compressão tumoral ou invasão, e sangramento vaginal.
gordura, osso, unha, dentes, cartilagem e tecido da
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- Epiteliais endometrióide são mais raros que os tumores serosos e
A maioria das neoplasias ovarianas surge do epitélio mucinosos.
superficial (mulleriano). Apresentam 5 tipos histológicos,
sendo os principais: Serosos, mucinosos e endometrióides - Germinativos
(ordem de maior incidência). Os dois primeiros Representam de 15% a 20% de todos os tumores
originam-se de células do próprio ovário, enquanto os 3 ovarianos. A maioria deles é de teratomas císticos
últimos são provenientes de células de outros locais benignos, mas outros, encontrados principalmente em
próximos. crianças em adultos jovens, podem mostrar
Tumores serosos: representam 30% dos casos. Incluem comportamento maligno e dificultar o diagnóstico.
os cânceres de ovários mais comuns (40%). São tumores Os teratomas são divididos em três categorias: maduros
originados de neoplasias com características de epitélio (benignos), imaturos (malignos) e monodérmicos ou
tubário altamente especializados.
(revestidos por células colunares ciliadas). 70% são Teratomas benignos: a maioria são císticos, também
benignos ou limítrofes em mulheres entre 20 a 45 chamados de cistos dermóides, pois quase sempre são
anos. São formações císticas preenchidas por fluido revestidos por uma estrutura parecida com a pele. São
seroso. geralmente encontrados em mulheres mais jovens durante
Os benignos são chamados de cistoadenomas, os a idade reprodutiva.
limítrofes são Tumor Borderlin e Seroso e os malignos
são cistoadenocarcinomas.

Teratomas malignos: são tumores raros e mais comuns


em pessoas na faixa etária dos 18 anos. Se diferem dos
benignos pelo fato de que os tecidos componentes
lembram o tecido embrionário ou imaturo.

Teratomas monodérmicos: também chamados de


Tumores mucinosos: correspondem a 30% dos tumores teratomas especializados, são tumores
epiteliais ovarianos. 80% são benignos ou limítrofes e compostos somente por um tipo de tecido embrionário.
15% apresentam malignidade avançada. São tumores O tecido ovariano é substituído pelo tecido neoplásico.
menos comuns do que os serosos e apresentam 5% de
bilateralidade. . Disgerminoma
Representam cerca de 2 % dos tumores ovarianos,
porém, 50% dos tumores germinativos malignos. 80%
desses tumores são unilaterais e se desenvolvem nas 2 ° e
3° décadas de vida. São tumores sólidos, esbranquiçados
e com consistência macia, formados por células
germinativas que se transformam em oócitos, porem
perdem o controle de multiplicação e crescem
descontroladamente.
Tumores endometrióides: são tumores raros e apresentam
diferenciação pera epitélio endometrial. Podem ser
concomitantes a Carcinomas Endometriais (30%).
Geralmente são provenientes de focos de Endometriose.
As formas benignas e limítrofes são raras. O carcinoma
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germinativas. São massas pequenas, vinhosas e
hemorrágicas, porém, altamente metastizantes,
principalmente para fígado, ossos e pulmões.
Imunohistoquímica: Gonadotrofina Coriônica humana
(β-HCG).
- De estroma e do cordão sexual
São neoplasias derivadas do estroma do ovário, que, por
. Tumor do seio endodérmico
sua vez, é derivado dos cordões sexuais da gônada
São tumores raros, com origem de células germinativas
embrionário. Nesta fase, pode haver o desenvolvimento
derivadas de remanescentes do saco vitelino. São
de gônadas masculina (Células de Leydig) ou femininas
diagnosticados geralmente em crianças e mulheres jovens
(Células da Teca e da Granulosa).
com dor e massa pélvica. São tumores de crescimento
rápido e agressivo e são sensíveis à quimioterapia. - Metastáticos do ovário
Os tumores metastáticos mais comuns do ovário são
derivados de tumores de origem mülleriana: o útero, a
tuba uterina, o ovário contralateral ou o peritônio
pélvico. Os tumores extramüllerianos metastáticos para o
ovário mais comuns são os carcinomas da mama e do
trato gastrointestinal, incluindo cólon, estômago, trato
biliar e pâncreas. Esse grupo também inclui os raros casos
. Coriocarcinoma de pseudomixoma peritonei, derivados de tumores do
Mais comumente de origem placentária, o apêndice. Um exemplo clássico de carcinoma
coriocarcinoma, assim como o tumor do saco vitelino, é gastrointestinal metastático envolvendo os ovários é
um exemplo de diferenciação extraembrionária de células chamado de tumor de Krukenberg, caracterizado por
germinativas malignas. São agressivos, fatais e geralmente metástases bilaterais compostas por células em anel de
concomitantes com outros tumores de células sinete produtoras de mucina, na maioria das vezes de
origem gástrica.
Principais afecções do útero
Distúrbios inflamatórios
O endométrio e o miométrio são relativamente resistentes
a infecções, principalmente porque a endocérvice forma
uma barreira para a infecção ascendente. Portanto,
embora a inflamação crônica do colo uterino seja um
achado esperado e frequentemente insignificante, é
motivo de preocupação a inflamação no endométrio,
excluindo a fase menstrual.
. Endometriose Prevalência
É definida pela presença de tecido endometrial Idade reprodutiva; adolescentes e menopausadas em uso
“ectópico” em um local fora do útero. Ocorre nos de terapia hormonal; prevalente de 10% a 15% das
seguintes locais, em ordem descendente de frequência: mulheres; prevalência nas mulheres com dor pélvica e
ovários; ligamentos uterinos; septo retovaginal; fundo de infertilidade: 20 a 60%; prevalência nas mulheres com
saco; peritônio pélvico; intestinos grosso e delgado, e infertilidade sem causa aparente com ou sem história de
apêndice; mucosa do colo uterino, vagina e tubas uterinas; dor: 50%.
e cicatrizes de laparotomia. Processo inflamatório resulta
em: dismenorréia, dispareunia, dor crônica e infertilidade. Fatores de risco
Menacme, etnia (brancas), menarca precoce, ciclos curtos
Não confundir endometriose com adenomiose. A e com fluxo intenso, infertilidade, nuliparidade, genética
adenomiose é um crescimento ectópico de um tecido (história familiar tem 7x maior risco) e dieta rica em
endometrial no interior do miométrio! gordura, consumo de álcool e cafeína. Além desses
fatores, o uso de anticoncepcionais orais, IMC baixo e
exposição a substâncias como a dioxina aumentam o risco
da mulher desenvolver endometriose.
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Etiologia (teorias) Lesões brancas: tendência a se tornarem profundas,
- Menstruação retrógrada menor atividade funcional.
- Metástase linfovascular
- Fatores imunológicos + inflamatórios
- Metaplasia celômica
- Teoria iatrogênica
- Teoria genética
Quadro clínico
Pode ser assintomática ou desenvolver: dismenorréia,
dispareunia de profundidade, infertilidade, distensão
Mal formações
abdominal, alteração de hábitos intestinais (disquezia e
hematoquezia), hemoptise, hematúria e massa abdominal
palpável.
Exames de imagem
Não são padrão-ouro!
Para diagnóstico -> laparoscopia, mas só em casos graves
por ser muito invasiva.
Classificação

Padrão de lesão
Lesões vermelhas: áreas de grande atividade funcional,
estroma típico e vascularização aumentada.
Prolapso uterino
Se dá através da frouxidão dos ligamentos uterinos,
causando a descida do útero em direção ao introito
vaginal.

Lesões negras: tendência a se tornarem profundas, menor


atividade funcional, pode apresentar fibrose no estroma.

Neoplasias
. Mioma
É uma neoplasia benigna, composto de tecido muscular e
fibroso e está localizado no útero.
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Características patológicas
Tecido branco, acinzentado, macio e friável com áreas de
necrose e sangramento.
Classificação
Por Extensão: circunscrito: área limitada da mucosa.
Difuso: estende e compromete todo o endométrio.
Sintomas Forma de crescimento
À medida que desenvolvem podem apresentar: Exofítico: em direção à cavidade.
menstruação irregular de forte intensidade por períodos Endofítico: infiltra-se no miométrio.
mais prolongados podendo até levar quadros de anemia; Superficial: estende-se planimetricamente.
sangramentos fora de época (entre os períodos
menstruais); dores abdominais, pélvicas, cólicas.
. Neoplasias malignas
As mais comuns são carcinoma do cérvix e carcinoma do
útero.
Carcinoma de endométrio: tumor maligno originário do
epitélio da mucosa que reveste a cavidade do corpo do
útero acima do limite superior do istmo uterino. O
carcinoma endometrial é o câncer invasor do trato genital
feminino mais comum.
Fatores de risco
Terapias hormonais, menarca precoce, menopausa tardia,
obesidade, nuliparidade, tamoxifeno, dieta rica em
gordura e radiação pélvica.
Fisiopatologia
Progressão de hiperplasia endometrial por influência do
estrógeno, causando espessamento do endométrio com
proliferação glandular, tendo morfologias atípicas.

Principais afecções da vaginal e da vulvA


Microbiota vaginal
Secreção vaginal normal: muco cervical uterina +
transudado vaginal + microrganismo)

Marcador de normalidade
- Controle de crescimento de bactérias
- Manutenção de pH ácido (3.8- 4.5): considerar ação
Embora seja um componente normal da Microbiota estrogênica
vaginal, o bacilo de Döderlein representa 90% da - Produção de peroxido de hidrogênio e Produção de
microbiota, e pode provocar leucorréia quando presente bacteriocinas
em quantidades exageradas. - Competição por adesão e substrato
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quando há odor de peixe, gerado pela liberação de
putrescina e cadaverina.
3. Presença da clue cells no exame a fresco
Células epiteliais vaginais com sua membrana recoberta
por bactérias, que aderem à membrana celular e tornam o
seu contorno granuloso e impreciso.

Fatores que influenciam a alteração da microbita vaginal


normal
- Ação hormonal: estrogênio
4. Corrimento característico
- Ciclo menstrual
- Gravidez: deposito de glicogênio pré-menarca e pós-
menarca;
- Relação sexual
- Uso de antibióticos e Anticoncepcionais orais
- Hábitos higiênicos, duchas, vestuário
Se pelo menos três destes critérios estiverem presentes
. Vaginose bacteriana
temos o diagnóstico de Vaginose Bacteriana
É uma infecção genital causada por bactérias,
principalmente pela Gardnerella Vaginalis. Não é
considerada uma doença sexualmente transmissível para
alguns especialistas, uma vez que algumas dessas bactérias
podem ser encontradas habitualmente no ser humano
É assintomático na sua maioria.
Sintomas: corrimento fino branco-acinzentado,
frequentemente com odor fétido ( de “peixe”) que se
acentua pós relação Sexual e no período menstrual.
A diminuição de bacilo de Döderlein promove uma
queda na produção de H2O2 provocando o aumento das
bactérias anaeróbicas, aumentando o pH vaginal pela
produção de Aminas.
Diagnóstico
- Clínico: critérios de Amsel
1. pH vaginal > 4.5

2.Teste de Whiff ou teste das aminas positivo

Mistura de solução de hidróxido de potássio a 10% com


uma gota de secreção vaginal. Muito útil para pesquisa de
germes anaeróbios e Gardnerella vaginalis. Positivo
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Diagnóstico
- Teste do pH vaginal menor ou igual a 4,5;
- Exame direto a fresco com KOH a 10%: solução
adstringente que mostra
com facilidade a presença de pseudo-hifas na secreção
vaginal (em cerca de 70% dos casos).
- Bacterioscopia pelo gram: Também mostra as pseudo-
hifas coradas fortemente pelo gram.
- Cultura com antibiograma: nos casos rebeldes.
Tratamento
1ª opção:
Metronidazol 400-500 mgVO de 12/12h por 7 dias.
2ª Opção:
1- Metronidazol 2g VO dose única.
2- Metronidazol gel, 075%, um aplicador cheio (5g), via
vaginal, por 5 dias.
3- Clindamicina 300 mg, VO, 12/12h por 7 dias
4- Creme de Clindamicina, 2%, um aplicador cheio (5g),
à noite, por 7 dias.
. Candidíase
Candida albicans - É um fungo presente naturalmente no
organismo sem causar infecção ou sintomas.
Normalmente a Candida albicans pode ser encontrada em
várias partes do corpo, sendo mais frequente na mucosa
vaginal de mulheres, cavidade oral, trato gastrointestinal e Tratamento
urinário. Entretanto, em 15 a 20% dos casos, outras Segundo o CDC 2006:
espécies, como a C. glabrata e a C. tropicalis, podem 1. Butoconazol creme a 2% - 1 aplicador (5g) via vaginal
produzir idênticas manifestações clínicas. em dose única.
2. Clotrimazol creme a 1% - 1 aplicador (5g) via vaginal
por 7 a 14 noites.
3. Miconazol creme a 2% - 1 aplicador (5g) via vaginal
por 7 noites
4. Nistatina 100.000 UI – 1 aplicador via vaginal por 14
noites
5. Tioconazol creme a 6,5% -1 aplicador (5g) via vaginal
em dose única.
Quadro clínico 6. Terconazol creme a 0,4% -1 aplicador (5g) via vaginal
Depende do grau de infecção e da localização do tecido por 7 noites.
inflamado. 7. Fluconazol 150 mg VO dose única.
- Prurido vulvovaginal (principal sintoma e de Segundo o Ministério da Saúde 2006:
intensidade variável) 1ª Opção:
- Queimação vulvovaginal- Dor à micção (disúria) 1. Miconazol creme a 2% - 1 aplicador (5g) via vaginal
- Dispareunia- Hiperemia e edema vulvar por 7 noites.
- Escoriações de coçadura- Fissuras e Laceração da vulva 2. Clotrimazol creme a 1% - 1 aplicador (5g) via vaginal
- Vagina e colo recobertos por placas brancas ou branco- por 6 a 12 noites.
acinzentadas, aderidas à mucosa 3. Clotrimazol óvulos 100 mg – 1 aplicador via vaginal
por 7 noites.
4. Tioconazol creme a 6,5%, 1 aplicador via vaginal em
dose única.
5. Tioconazol óvulos 300 mg, 1 aplicador via vaginal em
dose única.
6. Nistatina 100.000 UI – 1 aplicador via vaginal por 14
noites.
Bruna Cantarelli – 2º módulo P4
2ª Opção:
1. Fluconazol 150 mg VO dose única
2. Itraconazol 200 mg VO 12/12h por 1 dia
3. Cetoconazol 400 mg VO por 5 dias
. Tricomoníase
Causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis.
Homens são, em geral, assintomáticos, enquanto
mulheres, em sua maioria, são sintomáticas. Relacionada à
atividade sexual desprotegida.
Quadro clínico
- Corrimento abundante, amarelo ou amarelo-esverdeado,
mal cheiroso e bolhoso.
- Prurido vulvar intenso
- Hiperemia e edema de vulva e vagina
- Disúria, polaciúria e dor suprapúbica
Duas observações importantes
1. Tricomoníase pode alterar resultado de citologia
oncótica.
2. Tricomoníase apresenta um achado peculiar: Colpite
focal ou difusa “Colo em framboesa”.

Diagnóstico
- Anamnese e achados ao exame físico
- Exame a fresco
- pH vaginal
- Teste de Whiff
- Tratamento
Metronidazol 2g, VO, dose única.
Tinidazol 2g, VO, dose única.

. Melanoma vulvar
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. Melanoma vaginal O abscesso da glândula de Bartholin é uma complicação


que surge quando o líquido aprisionado dentro do cisto
de Bartholin contamina-se com bactérias e torna-se
purulento.

. Metástases uretral

. Clitomegalia
É um aumento anormal do clitóris. Cliteromegalia é uma
condição rara e pode tanto ser nascença quanto adquirida
durante a vida.
A hiperplasia adrenal congênita pode ser uma das causas,
. Doença de Bartholin já que nesta condição a glândula adrenal do feto feminino
As doenças da glândula de Bartholin ocorrem produz andrógenos em excesso. O recém-nascido
basicamente quando a saída de um ou ambos os ductos apresenta genitália ambígua.
ficam obstruídos, impedindo a eliminação do muco
produzido.
As duas complicações mais frequentes que surgem deste
problema são o cisto de Bartholin e o abscesso da
glândula de Bartholin.

Principais afecções da mama


A compreensão das doenças mamárias depende do - É observado em ambos os sexos.
reconhecimento de sua anatomia e de componentes - Mulheres (alterações hormonais fisiológicas).
histológicos, que incluem duas estruturas principais
(ductos e lóbulos), dois tipos de células epiteliais
(luminal e mioepitelial), e dois tipos de estroma
(interlobular e intralobular).

Tecido mamário axilar acessório


- Sistema ductal normal se estende para o tecido
subcutâneo da parede torácica ou para fassa axilar (cauda
Distúrbios do desenvolvimento axilar de Spencer).
Politelia e polimastia - Persistência do tecido mamário ao longo da linha do
- Terceiro mês de gravidez, sem regressão do sulco da leite. Geralmente bilateral.
mama embrionário. - Pode ser confundido com lesões ganglionares.
- Mamilos supranumerários.
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Necrose gordurosa
- Massa palpável indolor.
- Densidade ou calcificações mamográficas.
- História de trauma ou cirurgia prévia da mama.
- Lesão: esteatonecroses irregulares.; material intracelular
necrótico; macrófago carregado com lipídios.

Inversão mamilar congênita


- Falha na eversão do mamilo durante o desenvolvimento
é comum e pode ser unilateral. A retração adquirida do
mamilo é mais preocupante, já que pode indicar a
presença de neoplasia invasiva ou doença inflamatória.
Mastite granulomatosa
- Inclui doenças granulomatosas sistêmicas.
- Infecções (Mycobactéria, fungos actinomicetos,
histoplasmose)
- Mastopatia linfocítica (lobulite linfocítica esclerosante)
- Uma ou mais massas palpáveis duras. (difícil de obter
pelo Punção aspirativa por agulha fina PAAF)
Distúrbios inflamatórios
- Eles podem ser bilaterais
Doenças inflamatórias da mama são raras (responsáveis
- Podem ser detectados como densidades mamografia
por menos de 1% dos sintomas mamários) e são causadas
- Lesão: estroma colagenizado em torno dos ductos e
por infecções, doenças autoimunes ou reações do tipo
lóbulos atróficos; membrana epitelial basal espessada com
corpo estranho à queratina ou secreções extravasadas.
frequência de Infiltrado linfocitário que envolve o epitélio
Mastites periductal e capilares.
- Deficiência de Vitamina A associada a substância tóxica
do fumo, alterando o tecido epitelial ductal.
- Não está associada a lactação

Lesões epiteliais benignas


As lesões epiteliais benignas são classificadas em três
grupos, de acordo com o risco subsequente de
desenvolvimento de câncer de mama: alterações mamárias
Ectasia ductal da mama não proliferativas, doença mamária proliferativa e
- É uma doença benigna, caracterizada histologicamente hiperplasia atípica. A maioria desperta atenção clínica
por dilatação dos ductos mamários. quando detectada pela mamografia ou como achados
- Massa periareolar palpável não definida. incidentais em espécimes cirúrgicos.
- Secreção esbranquiçada do mamilo.
- Acomete normalmente pacientes entre 50-60 anos. . Alterações mamárias não proliferativas
- Lesão: dilatação dos dutos; fibrose de Dutos dilatados, Cistos: são formados pela dilatação dos lóbulos e podem
com densos infiltrados linfocitários; sem metaplasia do coalescer para formar grandes cistos. Os cistos íntegros
ducto escamoso. contêm líquido turvo, semitranslúcido, de coloração
marrom ou azul (cistos de cúpula azul). Os cistos são
revestidos por epitélio ou células atróficas planas
apócrinos metaplásicos. Calcificações são comuns e
podem ser detetadas na mamografia “Leite de cálcio”.
Bruna Cantarelli – 2º módulo P4
lóbulo. Na hiperplasia lobular atípica, as células lobulares
atípicas podem repousar na membrana basal dos ductos,
sobrepondo-se às células luminais normais.

Fibrose: rompimento do cisto, liberando seu conteúdo


para o estroma adjacente. A inflamação crônica e a
fibrose secundárias contribuem para o aspecto nodular na
palpação da mama. Adenose esclerosante: há um aumento no número de
Adenose: é definida como um aumento no número de ácinos, que estão comprimidos e distorcidos na porção
ácinos por lóbulo. É uma característica comum na central da lesão. A fibrose estromática pode comprimir
gravidez. Em mulheres não grávidas, a adenose pode completamente as luzes, criando um aspecto de cordões
ocorrer como uma alteração focal. Calcificações estão sólidos ou camada dupla de células repousando em um
ocasionalmente presentes dentro das luzes. estroma denso, um padrão histológico que algumas vezes
simula um carcinoma invasor.

. Doenças mamárias proliferativas


Hiperplasia epitelial moderada (florida): presença de mais
de duas camadas celulares. Células adicionais são tanto Papiloma de pequenos ductos: descarga serosa ou com
luminais quanto mioepiteliais. Luzes irregulares podem sangue do mamilo ou causa retração deste. Pequenas
frequentemente ser observadas na periferia das células em massas palpáveis. Células que cobrem eixos
proliferação. fibrovasculares que se estendem para a luz dos dutos.

Hiperplasia ductal atípica: é uma lesão benigna da mama Tumores mamários


que indica um risco acrescido de câncer na mama. . Fibroadenoma
Proliferação irregular de células epiteliais variáveis na Tumor benigno mais frequente da mama. Crescem como
forma e tamanho. Semelhança com carcinoma ductal in nódulos esféricos que geralmente são bem circunscritos,
situ (DCIS). Não ocupa todos os espaços ductais e não elástica, branco-acinzentada que sobressai do tecido
possui a monomorfismo que caracteriza carcinoma in adjacentes e geralmente contêm espaços semelhantes a
situ. fendas. Epitélio cercado por estroma ou comprimido e
distorcido por ele. É mais comum em mulheres mais
velhas.

Hiperplasia lobular atípica: consiste em células idênticas


àquelas do carcinoma lobular in situ, mas as células não
. Carcinoma de mama
preenchem ou distendem mais de 50% dos ácinos em um
Bruna Cantarelli – 2º módulo P4
É a neoplasia maligna extracutânea mais comum em um prognóstico melhor do que o carcinoma ductal
mulheres, perdendo apenas para o câncer de pulmão invasivo e incluem:
como causa de mortes por câncer. - Carcinoma cístico adenoide.
Mais de 95% são adenocarcinomas. - Carcinoma metaplásico.
São divididos em: carcinomas in situ, proliferação - Carcinoma medular.
neoplásica limitada aos ductos e lóbulos pela membrana - Carcinoma mucinoso.
basal; carcinomas invasivos, penetra no estroma através da - Carcinoma papilífero.
membrana basal. - Carcinoma tubular.
Tipos comuns de câncer na mama Tipos menos comuns de Câncer de Mama
. Carcinoma ductal in situ: também conhecido como Câncer de Mama Inflamatório: é um tipo raro que
carcinoma intraductal, é considerado não invasivo ou um representa cerca de 1 a 3% dos cânceres de mama.
câncer de mama pré-invasivo. Cerca de 20% dos novos Doença de Paget: este tipo de câncer de mama começa
casos de câncer de mama são de carcinoma ductal in situ. nos ductos mamários e se dissemina para a pele do
Quase todas as mulheres diagnosticadas neste estágio (in mamilo e para a aréola. É raro, representando cerca de
situ) da doença podem ser curadas. 1% dos casos de câncer de mama.
. Carcinoma invasivo sem outras especificações (antigo Tumor Filodes: é um tipo de tumor de mama muito raro,
carcinoma ductal Invasivo): este é o tipo mais comum de que se desenvolve no estroma (tecido conjuntivo) da
câncer de mama. Cerca de 70% dos cânceres de mama mama, em contraste com os carcinomas, que se
invasivos são carcinomas ductais invasivos. O carcinoma desenvolvem nos ductos ou lobos.
ductal invasivo (ou infiltrante) se inicia em um ducto Angiosarcoma: este tipo de câncer começa nas células que
mamário. revestem os vasos sanguíneos ou vasos linfáticos.
. Carcinoma lobular invasivo: começa nas glândulas Raramente ocorre na mama.
produtoras de leite (lobulos). Cerca de 10% dos cânceres
de mama invasivos correspondem ao carcinoma lobular
invasivo, que pode ser mais difícil de ser diagnosticado na
mamografia do que o carcinoma ductal invasivo.

Tipos Especiais de Carcinoma de Mama Invasivo


Existem alguns tipos especiais de câncer de mama que são
subtipos do carcinoma invasivo. Alguns deles podem ter

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