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Curso Técnico Auxiliar de Farmácia

REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS


UFCD: 10147 FARMACOVIGILÂNCIA
O REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
FARMACOVIGILÂNCIA
Conteúdos do Módulo:

•Legislação atual de farmacovigilância


•Imputação de causalidade
•Boas práticas de farmacovigilância
•Estudos de vigilância pós marketing
•Gestão de risco
•Deteção de sinal, sua definição, metodologias e importância
•Principais reações adversas
•Procedimentos de notificação de reações adversas/efeitos
indesejáveis de medicamentos
•Sistema de qualidade em farmacovigilância
O REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
FARMACOVIGILÂNCIA

Os medicamentos comercializados são seguros?

Medicamento é considerado seguro, quando a relação


BENEFÍCIO-RISCO é favorável. Um medicamento considera-se
SEGURO quando os riscos são aceitáveis, tendo em conta os
benefícios esperados e as alternativas terapêuticas existentes

A Segurança não é ausência de risco


Fármacovigilância.
W.G. McBride, The Lancet 1961 dec 16: 1358

1963: Talidomida
Milhares de casos de focomélia em
bebés.
Criação de estruturas de vigilância
[1963.16ª Assembleia Geral da OMS
– Nascimento da
Farmacovigilância
O REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS
FARMACOVIGILÂNCIA

Definição de farmacovigilância

A OMS define farmacovigilância como o conjunto de actividades


de detecção, registo e avaliação das reacções adversas, com o
objectivo de determinar a incidência, gravidade e nexo de
causalidade com os medicamentos, baseadas no estudo sistemático
e multidisciplinar dos efeitos dos medicamentos.
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Nacional e Europeia - Resumo


- Diretiva 2001/83/CE,6 de Novembro (versão consolidada de
2012)
- Regulamento (CE )N.º726/2004, 31 de Março (versão
consolidada de 2013)
- Regulamento de Execução (UE) N.º 520/2012 da Comissão,19
de Junho
- Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de Agosto (REGIME
JURÍDICO DOS MEDICAMENTOS DE USO HUMANO)
- Decreto-Lei n.º 128/2013,de 5 de Setembro
Guidelines
- Good Pharmacovigilance Practices (GVP)
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Circular Informativa nº 111/CD/8.1.6, de 19 Junho 2015

• Repositório central de Relatórios Periódicos de Segurança (RPS)


foi criado pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), na
sequência da alteração da legislação de farmacovigilância, com o
objetivo de facilitar a troca de informação, sobre a segurança dos
medicamentos autorizados na União Europeia, entre as
autoridades competentes nacionais e as empresas farmacêuticas.
• A partir de 13 de Junho de 2016, este Repositório de RPS será a
única plataforma disponível para a submissão destes documentos à
EMA.
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Decreto-Lei nº 128/2013, de 5 Setembro

• 8ª alteração ao Decreto-Lei nº 176/2006, de 30 de Agosto,


transpondo a Diretiva nº 2011/62/UE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 8 de Junho de 2011 e a Diretiva nº 2012/26/UE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Outubro de 2012.
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Diretiva 2012/26/UE do Parlamento Europeu e do Conselho,


de 25 Outubro 2012

• Altera a Diretiva 2001/83/CE no que diz respeito à


farmacovigilância.
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Regulamento (UE) nº 1027/2012 do Parlamento Europeu e do


Conselho, de 25 Outubro 2012
•Altera o Regulamento (CE) nº 726/2004 no que diz respeito à
farmacovigilância.

Regulamento de Execução (UE) nº 520/2012 da Comissão, de


19 junjo 2012
• Regulamento relativo à realização das atividades de
farmacovigilância previstas no Regulamento (CE) nº 726/2004 do
• Parlamento Europeu e do Conselho e na Diretiva 2001/83/CE
do Parlamento Europeu e do Conselho.
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Regulamento de Execução (UE) nº 198/2013 da Comissão, de 7


Março 2013
• Regulamento relativo à seleção de um símbolo de identificação
dos medicamentos para uso humano sujeitos a monitorização
adicional.

Regulamento (UE) nº 658/2014 do Parlamento Europeu e do


Conselho, de 15 maio 2014
• Regulamento relativo às taxas cobradas pela Agência Europeia
de Medicamentos pela realização de atividades de
farmacovigilância relativas aos medicamentos para uso humano
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Regulamento (UE) nº 357/2014 da Comissão, de 3 fevereiro


2014
• Regulamento que completa a Diretiva 2001/83/CE do
Parlamento Europeu e do Conselho e o Regulamento (CE) nº
726/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz
respeito às situações em que podem ser exigidos estudos de
eficácia após autorização.
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Principais alterações:
• A nova legislação de farmacovigilância veio consolidar a EMA
no seu papel centralizador e coordenador das atividades de
Farmacovigilância, assim como suporte técnico, regulamentar e
científico dos Estados Membros e da Industria Farmacêutica.

• A nova legislação veio criar um novo comité científico, o


Pharmacovigilance Risk Assessment Committee (PRAC).
O PRAC é responsável pela avaliação de todos os aspetos da
gestão do risco de medicamentos de uso humano, incluindo a
deteção, avaliação, minimização e comunicação relacionadas com
o risco de ocorrência de reações adversas.
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Farmacovigilância, OMS, 2002 Vol. 9A, Março 2007,

“Ciência e as actividades relativas à detecção, a avaliação, a


compreensão e a prevenção dos acontecimentos adversos ou
quaisquer problemas relacionados com medicamentos.”

Sistemas de Gestão do Risco, “Guideline on risk management


systems for medicinal products for human use”
“Conjunto de actividades e intervenções de Farmacovigilância
desenvolvidas para identificar, caracterizar, prevenir e minimizar o
risco relacionado com medicamentos, incluindo a avaliação da
eficácia dessas intervenções”
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Entre as diversas alterações da nova legislação as que


assumem maior relevância são:

• Os doentes (ou em seu nome) passam a ser notificadores diretos


de RAMs;
•A reação adversa tem um conceito mais abrangente, incluindo
agora também os efeitos nocivos resultantes de erros terapêuticos,
de uso off label, abusivo ou indevido do medicamento e ainda da
sua inefectividade.
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Entre as diversas alterações da nova legislação as que


assumem maior relevância são:

• O uso off-label de medicamentos verifica-se quando o médico


prescreve uma determinada terapêutica para um estado clínico que
não consta da bula do medicamento (ou, em bom rigor, da
autorização de introdução no mercado).
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Entre as diversas alterações da nova legislação as que


assumem maior relevância são:

• Todas as reações adversas vão ser notificadas,


independentemente de serem graves / não graves, esperadas / não
esperadas. O processo de notificação torna-se mais simples, pois
os utentes e os profissionais de saúde terão ao ser dispor um portal
on-line.
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Entre as diversas alterações da nova legislação as que


assumem maior relevância são:

• A criação de portais nacionais de medicamentos na Web, em


ligação ao portal europeu, que permitam divulgar junto de
prescritores, utilizadores e da comunidade em geral a informação
pertinente.
• A AIM de medicamentos pode ficar condicionada à apresentação
de um plano de gestão de risco
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Entre as diversas alterações da nova legislação as que


assumem maior relevância são:

• As Autoridades Regulamentares podem requerer estudos de pós-


comercialização de qualquer medicamento autorizado visando
avaliar o seu perfil de eficácia e de segurança, ou a efetividade das
medidas de gestão de risco instituídas, bem como solicitar
monitorização adicional para medicamentos específicos
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Assim, a nova legislação de farmacovigilância tem como


objetivos:

✓ Aumentar a eficiência e pro-atividade do sistema europeu


✓ Farmacovigilância baseada no risco evidenciado e
proporcional ao mesmo
✓Reduzir a duplicação de esforços e simplificar procedimentos
(utilização eficiente dos recursos existentes na UE)
✓ Aumentar a participação dos profissionais de saúde e envolver
os doentes no sistema
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

Assim, a nova legislação de farmacovigilância tem como


objetivos:

✓ Clarificar papéis e responsabilidades de todos os


intervenientes
✓ Garantir rápida decisão e ação harmonizada a nível europeu
✓ Aumentar a transparência do sistema europeu de
Farmacovigilância
✓ Melhorar a informação sobre medicamentos disponibilizada
ao público em geral
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

As atividades introduzidas com a nova legislação farmacêutica


podem ser agrupas em 4 áreas principais:

1) Recolher informações importantes sobre os medicamentos


- Plano de gestão de risco (PGR)
- Relatório periódico de segurança (RPS)
- Base de dados de RPS
- Estudos de segurança e eficácia pós-autorização
- Submissão eletrónica de informação sobre os medicamentos
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

As atividades introduzidas com a nova legislação farmacêutica


podem ser agrupas em 4 áreas principais:

1) Recolher informações importantes sobre os medicamentos


- Notificação de casos suspeitos de RAM pelos profissionais de
saúde e doentes
- Dossiê principal do sistema de farmacovigilância
- Requisitos para a notificação de cessação da comercialização ou
retirada do mercado
- Pesquisa na literatura médica
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

As atividades introduzidas com a nova legislação farmacêutica


podem ser agrupas em 4 áreas principais:

2) Analisar e compreender os dados e informações


- Reforçar a deteção de sinal
- Melhorar a Eudravigilance
- Medicamento sujeito a monitorização adicional
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

As atividades introduzidas com a nova legislação farmacêutica


podem ser agrupas em 4 áreas principais:

3) Ações regulamentares para salvaguardar a saúde pública


- Alterações propostas pelos comités científicos e impostas pelos
organismos oficiais
- Reforçar os procedimentos por arbitragem
LEGISLAÇÃO ATUAL DE FARMACOVIGILÂNCIA

As atividades introduzidas com a nova legislação farmacêutica


podem ser agrupas em 4 áreas principais:

4) Comunicação com os intervenientes


- Publicação de informações sobre os medicamentos
- Coordenação sobre as comunicações de segurança
- Audições públicas
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

1) Recolher informações importantes sobre os medicamentos

A imputação de causalidade:

• Feita posteriormente pelo titular de Autorização de Introdução


Mercado (AIM) e Autoridades Regulamentares, refere-se ao
julgamento clínico que avalia a possibilidade de um medicamento
ser responsável pelo aparecimento de uma reação adversa.
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

1) Recolher informações importantes sobre os medicamentos

Plano de gestão de risco, PGR


• A nova legislação reforçou os procedimentos referentes ao
PGR e tornou-o obrigatório para todas as novas AIMs,
• Desde Março de 2014, a EMA publica o resumo do PGR para
os medicamentos aprovados por processo centralizado.
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Plano de gestão de risco, PGR


•A avaliação inicial da causalidade de uma reação adversa, a
primeira suspeita de relação com um medicamento, surge do
testemunho, dos profissionais de saúde, da ocorrência de reações
adversas em doentes que acompanham.
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Definição de Imputação de causalidade:


Ato de julgamento clínico em que se avalia a possibilidade de
um medicamento ser responsável pelo aparecimento de uma
reacção adversa.
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Plano de gestão de risco, PGR


Esta formulação da 'suspeita' pelo médico, farmacêutico,
enfermeiro, ou outro profissional de saúde na notificação da
reação adversa, pode basear-se em vários fatores:

•Relação temporal;
•Características clínicas e patológicas do efeito;
•Plausibilidade farmacológica;
•Medicação concomitante;
•Patologias concomitantes e de base;
•Resposta à descontinuação ou redução da dose do fármaco;
•Características do doente e história clínica;
•Resposta à reintrodução ou aumento da dose do fármaco
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Critérios de imputação de causalidade


IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Avaliação de Causalidade - Graus de probabilidade OMS


IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Avaliação de Causalidade - Graus de probabilidade OMS


( 1991)

Definitiva:
Um acontecimento clínico ou alteração laboratorial que ocorre
com uma relação temporal plausível e que não pode ser
explicado por doenças concomitantes ou outros fármacos.
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Avaliação de Causalidade - Graus de probabilidade OMS


( 1991)

Definitiva:
•Um acontecimento clínico ou alteração laboratorial que ocorre
com uma relação temporal plausível e que não pode ser
explicado por doenças concomitantes ou outros fármacos.
resposta à suspensão do fármaco deve ser plausível clinicamente.

•O acontecimento deve ser plausível do ponto de vista


farmacológico ou fenomenológico, utilizando dados de
reexposição se necessário.
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Avaliação de Causalidade - Graus de probabilidade OMS


( 1991)

Provável :
• Um acontecimento clínico ou alteração laboratorial que ocorre
com uma relação temporal aceitável e em que o nexo de
causalidade com doenças concomitantes ou outros fármacos é
pouco provável.
• A evolução após a suspensão do fármaco é aceitável, do ponto
de vista clínico. A informação sobre o resultado da reexposição
não é necessário para a atribuição deste grau de probabilidade
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Avaliação de Causalidade - Graus de probabilidade OMS


( 1991)

Possível :
• Um acontecimento clínico ou alteração laboratorial que ocorre
com uma relação temporal aceitável mas que pode também ser
explicada por doenças concomitantes ou outros fármacos

• A informação sobre a evolução após a suspensão do fármaco


pode não estar disponível ou ser inconclusiva.
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Avaliação de Causalidade - Graus de probabilidade OMS


( 1991)

Improvável :
• Um acontecimento clínico ou alteração laboratorial com uma
relação temporal que torna improvável o nexo de causalidade
com o fármaco e em que a associação com outros fármacos ou
doenças concomitantes constitui uma explicação plausível
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Avaliação de Causalidade - Graus de probabilidade OMS


( 1991)

Condicionada /não classificada :


• Um acontecimento clínico ou alteração laboratorial notificado
como uma reação adversa mas em que é necessária informação
adicional para uma avaliação de causalidade adequada ou em que
o processo de avaliação ainda está em curso.
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Avaliação de Causalidade - Graus de probabilidade OMS


( 1991)

Não classificável :
• Uma notificação que sugere uma reação adversa mas em que
não é possível fazer uma avaliação de causalidade porque a
informação é insuficiente ou contraditória e não pode ser
complementada ou confirmada
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Métodos para Avaliação de Causalidade.

1. Introspeção global
2. Algoritmos e árvores decisionais
3. Outros: Modelos Bayesianos e Sistemas
de inteligência artificial
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Métodos para Avaliação de Causalidade.

1) Algoritmos e Árvores Decisionais


• Naranjo CA et al. Clin Pharmacol Ther 1981; 30: 239-45.
– Composto por 10 perguntas com respostas Sim, Não, Não sabe
– Atribuição de pontuações (de -1 a +2)
– Classificação de acordo com o score obtido
(Definitivo, Provável, Possível e Duvidoso)
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Métodos para Avaliação de Causalidade.

2) Algoritmos e Árvores Decisionais


• Jones JK. Fam Comm Health 1982; 5: 58-67
– “Árvore decisional” composta por seis perguntas
– Atribuição de um grau de probabilidade em cada nó de decisão
(Definitivo, Provável, Possível, Improvável)
IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

• Naranjo CA et al. Clin Pharmacol Ther 1981; 30: 239-45.


IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

• Jones JK. Fam Comm Health 1982; 5: 58-67


IMPUTAÇÃO DE CAUSALIDADE

Avaliação de Causalidade

Resumo e Conclusões
• Processo complexo
• Fundamental para avaliação do perfil de segurança
• Fundamental para a tomada de decisão
• Não existe modelo ideal
• Preferir métodos estruturados (validados)
• Preferir instrumentos específicos de órgão
• Indispensável informação de qualidade
BOAS PRÁTICAS DE ANÁLISE E GESTÃO DE RISCOS

Objectivo:
• A identificação de sinais de alerta ou segurança: analisa,
identifica, quantifica e avalia os riscos.
•A análise de risco é dirigida pelos dados,

• Analisar e gerenciar os riscos dos medicamentos depois de seu


lançamento no mercado: implementação e seguimento das
medidas regulatórias adotadas para a comunicação dos riscos aos
profissionais da saúde ou à população em geral, e determina as
medidas preventivas.
• Dirigida para a ação
BOAS PRÁTICAS DE ANÁLISE E GESTÃO DE RISCOS

As decisões tomadas constituem o nexo que faz a ligação entre as


duas áreas (figura 1) .
BOAS PRÁTICAS DE ANÁLISE E GESTÃO DE RISCOS

Depois da entrada de dados de acordo com as boas práticas, a


análise de riscos é realizada em três passos, para, logo a seguir,
aplicar-se a gestão de riscos; todo esse processo se resume nas
seguintes etapas:

• Identificação de riscos e geração de sinais.


• Quantificação de riscos.
• Avaliação de risco
• Gestão de riscos.
• Divulgação.
ESTUDOS DE VIGILÂNCIA PÓS MARKETING

Submissão eletrónica de informação sobre os medicamentos

• A nova legislação obriga os titulares de autorizações de


introdução no mercado a enviarem à EMA, por via eletrónica,
informações sobre os medicamentos para uso humano autorizados
na União (tenham sido autorizados por procedimento centralizado
ou nacional).

• Esta base de dados assegura que a EMA, as Autoridades


Nacionais Competentes e a Indústria Farmacêutica têm
informações precisas, completas e fiáveis, sobre os medicamentos,
substâncias e organizações.
ESTUDOS DE VIGILÂNCIA PÓS MARKETING

• Desde a implementação da nova legislação que os casos


suspeitos de RAM têm aumentado consistentemente, de 240.000
em 2012 para perto dos 290.000 em 2014 (um aumento de ± 21
%)

• O número de casos suspeitos de RAM notificados por doentes


aumentaram aproximadamente 50 % em 2 anos e meio (até
Dezembro de 2014). Estes casos incluem notificações que não
foram reportados por outros notificadores, o que representa que
era informação que não seria obtida por outra via.
ESTUDOS DE VIGILÂNCIA PÓS MARKETING

Figura 2 - Casos de RAM


notificados à Eudravigilance

Fonte: Report from the commission -


Pharmacovigilance related activities of
Member States and the European Medicines
Agency concerning medicinal products for
human use (2012-2014).
ESTUDOS DE VIGILÂNCIA PÓS MARKETING

Figura 3 - Casos de RAM


notificados à Eudravigilance por
doentes.

Fonte: Report from the commission -


Pharmacovigilance related activities of
Member States and the European Medicines
Agency concerning medicinal products for
human use (2012-2014).
ESTUDOS DE VIGILÂNCIA PÓS MARKETING

Requisitos para a notificação de cessação da comercialização


ou retirada do mercado

Desde a alteração de Outubro de 201231 à nova legislação de


farmacovigilância, que os TAIM ( Titulares de Autorização de
Introdução no Mercado) de medicamentos são obrigados a
comunicar com a EMA qualquer ação para retirar o
medicamento do mercado, assim como a razão desta ação,
quanto à decisão é baseada em qualquer um dos seguintes
fundamentos :
ESTUDOS DE VIGILÂNCIA PÓS MARKETING

Requisitos para a notificação de cessação da comercialização


ou retirada do mercado

- o medicamento é prejudicial
- o medicamento tem falta de efeito terapêutico;
- a relação risco - benefício do medicamento não é favorável;
- a composição qualitativa e quantitativa do medicamento não é
a declarada;
- foram identificados problemas com o fabrico ou inspeção.
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

2) Analisar e compreender os dados e informações

Reforçar a deteção de sinal

A nova legislação de farmacovigilância veio reforçar o processo


de deteção de sinal em medicamentos autorizados centralmente
e fortalecer a coordenação dos Estados Membros na deteção de
sinal em medicamentos autorizados nacionalmente.

Entre setembro de 2012 e dezembro de 2014 foram avaliados


193 sinais pelo PRAC, dos quais mais de 50% resultaram em
alterações das informações do medicamento
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

2) Analisar e compreender os dados e informações - Reforçar a


deteção de sinal

Figura 4 - Resultado da
avaliação dos sinais detetados
pelo PRAC, entre Setembro de
2012 e Dezembro de 2014.

Fonte: Report from the commission -


Pharmacovigilance related activities of
Member States and the European
Medicines Agency concerning medicinal
products for human use (2012-2014).
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

Sistema Português de Farmacovigilância

Com a implementação da Diretiva n.º 2010/84/UE em Julho de


2012 e da Diretiva n.º 2012/26/UE de 25 de Outubro de 2012,
que alteram a Diretiva 2001/83/CE no que diz respeito à
farmacovigilância, foram aprovados os Decretos-Lei n.º
20/2013 de 14 de Fevereiro e Decreto-Lei n.º 128/2013, de 5 de
Setembro de 2013 para transpor para o ordenamento jurídico
nacional as Diretivas anteriores respetivamente.
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

Sistema Português de Farmacovigilância

O atual Estatuto do Medicamento, define a estrutura do Sistema


Nacional de Farmacovigilância de Medicamentos para uso
Humano e enuncia os seus objetivos e as atividades de
coordenação desenvolvidas pelo INFARMED.
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

Sistema Português de Farmacovigilância

Estrutura:
a) O serviço responsável pelas atividades de farmacovigilância
do INFARMED, I.P.;
b) As unidades de farmacovigilância;
c) Os profissionais de saúde;
d) Os serviços de saúde;
e) Os titulares de autorização de introdução no mercado de
medicamentos;
f) Os doentes
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

Sistema Português de Farmacovigilância

Objetivos:
a) Recolha sistemática de informações sobre os riscos dos
medicamentos para os doentes ou para a saúde pública,
principalmente no que respeita a reações adversas:

- no ser Humano, derivadas da utilização do medicamento nos


termos da autorização de introdução no mercado ou fora
desses termos, incluindo sobredosagem, mau uso, abuso e
erros de medicação;
- associadas a exposição ocupacional.
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

Sistema Português de Farmacovigilância

Objetivos:

b) Avaliação científica de toda a informação referida na alínea


anterior;
c) Ponderação das medidas de segurança adequadas à prevenção
ou minimização dos riscos;
d) Adoção das medidas regulamentares necessárias, respeitantes
à autorização de introdução no mercado;
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

Sistema Português de Farmacovigilância

e) Tratamento e processamento da informação, nos termos


resultantes das normas e diretrizes nacionais e da União
Europeia, designadamente pela sua comunicação aos outros EM
e à EMA, bem como pela participação, a pedido da Comissão
Europeia, na harmonização e normalização de medidas técnicas
de farmacovigilância a nível internacional, sob a coordenação
daquela EMA;
f) Comunicação e divulgação de outra informação pertinente aos
profissionais de saúde, aos doentes e ao público em geral.
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

Sistema Português de Farmacovigilância

Atividades de coordenação da competência do INFARMED:

a) Receber, avaliar e emitir informação sobre suspeitas de


reações adversas a medicamentos;
b) Definir, delinear e desenvolver sistemas de informação e as
bases de dados do Sistema Nacional de Farmacovigilância;
c) Validar a informação contida nas bases de dados de reações
adversas;
d) Superintender e coordenar as atividades das unidades e
delegados de farmacovigilância;
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

Sistema Português de Farmacovigilância

Atividades de coordenação da competência do INFARMED:

e) Colaborar com os centros nacionais de farmacovigilância de


outros países, em particular com os dos EM, a EMA e a OMS
nas atribuições referentes a esta área;
f) Realizar e coordenar estudos sobre a segurança de
medicamentos;
g) Proceder à troca de informação com organismos
internacionais na área da farmacovigilância e representar o SNF
perante aqueles organismos;
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

Sistema Português de Farmacovigilância

Atividades de coordenação da competência do INFARMED:

h) Informar os TAIM de medicamentos sobre notificações de


suspeitas de reações adversas que envolvam os seus
medicamentos;
i) Promover a formação na área da farmacovigilância;
j) Colaborar com outras entidades públicas ou privadas,
designadamente universidades, em atividades relevantes para
esta área.
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

No âmbito do Sistema de Farmacovigilância, o INFARMED,


I.P.:
a) Adota todas as medidas adequadas para incentivar a
notificação de suspeitas de reações adversas por parte dos
doentes e dos profissionais de saúde, isoladamente ou, na
medida do necessário, com a participação das organizações
representativas dos consumidores, dos doentes e dos
profissionais de saúde;
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

No âmbito do Sistema de Farmacovigilância, o INFARMED,


I.P.:

b) Coloca à disposição dos


doentes meios, nomeadamente
eletrónicos, que facilitem
a notificação das suspeitas
referidas na alínea anterior;
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

No âmbito do Sistema de Farmacovigilância, o INFARMED,


I.P.:

c) Adota medidas adequadas à obtenção de dados precisos e


verificáveis para a avaliação científica das notificações de
suspeitas de reações adversas;
d) Publica, em tempo útil, na sua página eletrónica e, se
necessário, nos meios de comunicação social, as informações
relevantes para a utilização de determinado medicamento,
relacionadas com questões de farmacovigilância;
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

No âmbito do Sistema de Farmacovigilância, o INFARMED,


I.P.:

e) Assegura, através de métodos de recolha de informações e, se


necessário, através do acompanhamento das notificações de
suspeitas de reações adversas, que as notificações destas
suspeitas relativas a medicamentos biológicos receitados,
distribuídos ou vendidos em Portugal, identificam esses
medicamentos através do nome e do número de lote.
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA

Sistema Português de Farmacovigilância

O Estatuto do Medicamento estabelece ainda que o


INFARMED, I.P., deve auditar periodicamente o Sistema de
Farmacovigilância e comunicar os resultados dessas auditorias à
Comissão Europeia com uma periodicidade bianual.
Em suma, o Sistema de Farmacovigilância Português tem
evoluído bastante no sentido de Proteger os doentes e a Saúde
Pública.
DETEÇÃO DE SINAL, SUA DEFINIÇÃO, METODOLOGIAS E
IMPORTÂNCIA
Farmacovigilância
Independentemente dos sistemas de farmacovigilância adotados,
sejam eles baseados numa farmacovigilância reativa ou
proativa, a farmacovigilância tem sempre o mesmo objetivo:

“Proteção dos doentes e da Saúde Pública.”


PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

Reacção adversa a medicamento(s)

Uma reacção adversa a medicamento(s) (RAM) é uma resposta


nociva e não intencional a um ou mais medicamentos.
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS
Tipo A:

RAM- Reacção dose dependente e/ou previsível pelo
mecanismo de acção do fármaco
Tipo B:
RAM- reacção não relacionada com a dose ou é
imunológica ( alergia à penicilina)
Tipo C:
RAM- pelo uso prolongado, contínuo, dum medicamento
( relacionada com a dose e o tempo; ex: nefropatia
dos analgésicos)
Tipo D:
RAM- referida no tempo (carcinogénese ou teratogénese)
( carcinoma da mama devido a preparados hormonais)
Tipo E:
RAM- causada pela suspensão brusca dum fármaco
( síndromas de privação ou abstinência)
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

• Tipo A
- mais frequentes e geralmente as menos graves…

Tipo B
- Menos frequentes que as do tipo A mas mais que as
outras. Geralmente são mais graves
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

Por exemplo, os antidepressores tricíclicos são anticolinérgicos


boca seca e taquicardia com as doses terapêuticas…
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

Surgem sem se saber a causa (idiossincrásicas)


PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

Reacções adversas do tipo B – do tipo imunológico


PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

Para a mãe e/ou para o filho


Para o filho => podem ser
RAM referidas no tempo
(tipo D) alterações do
comportamento na criança
por medicamentos que a
mãe tomou durante a
gravidez; alterações
dentárias pelo uso de
tetraciclinas durante a
gravidez…)
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS
Reacções adversas durante a lactação ou aleitamento

Podem ser dos vários tipos


PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

• Apesar de todas as evoluções científicas, tecnológicas e


cognitivas, as AIMs dos medicamentos continuam a ter
limitações inevitáveis na informação coligida durante a fase de
pré-comercialização, particularmente em relação à sua
segurança e eficácia quando utilizados na população em geral.
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

Esta situação acontece porque os ensaios clínicos que são


utilizados para assegurar a eficácia e segurança dos
medicamentos têm as seguintes limitações
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

Limitações dos ensaios clínicos

•Número restrito de indivíduos (o que torna difícil a deteção


de RAM raras e muito raras ).

- O número de doentes habitualmente envolvidos nos ensaios


clínicos não permite identificar as RAM raras (≥1/10.000,
<1/1.000) e muito raras (<1/10.000).
- Têm que ser tratadas 30.000 pessoas com um medicamento
para nos assegurarmos que encontramos pelo menos um doente
com uma RAM que tenha uma incidência de 1 para 10.000
indivíduos expostos
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

Figura 5 - Probabilidade de uma reação adversa rara não ser


detetada, consoante o número de doentes expostos ao medicamento.
Fonte: Gestão de sinal. Guerra, Leonor Nogueira. Curso Avançado em
Assunto Regulamentares de Medicamentos e Produtos de Saúde. 2016.
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

Limitações dos ensaios clínicos

• População específica.

- Os indivíduos expostos nos ensaios clínicos são selecionados


(as mulheres grávidas e a amamentar são excluídas dos ensaios
clínicos) e em número reduzido. Muitas vezes apenas entram
indivíduos de determinadas faixas etárias.
- Normalmente não são incluídos idosos e crianças
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

Limitações dos ensaios clínicos

• Exclusão de terapêuticas associadas

- Mesmo quando os indivíduos nos ensaios clínicos estão a ser


tratados com medicamentos, os resultados são limitados, tendo
em consideração todas as interações medicamentosas possíveis
quando o medicamento é comercializado.
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

Limitações dos ensaios clínicos

•Exclusão de patologias concomitantes


- O que torna difícil a deteção de fatores de risco.

• Curta duração
- Normalmente o ensaio clínico apenas dura algumas semanas e
não existe seguimentos dos indivíduos por um período longo.
Assim, é muito difícil detetar RAM tardias.
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS

Limitações dos ensaios clínicos

• Ambiente controlado
- Uma das condições de qualquer ensaio clínico é controlo do
ambiente em que o ensaio clínico é realizado, não sendo por isso
possível identificar de forma correta erros de medicação, uso
off-label ou abuso que o medicamento está sujeito na prática
clínica habitual.

• Focados na demonstração da eficácia do ensaio clínico.


PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Notificação espontânea de suspeitas de RAM


PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE EDICAMENTOS
Notificação espontânea de suspeitas de RAM

Em Portugal…

1992 – Criação do SNF com o Despacho Normativo n.º 107/92


[Maria Teresa Herdeiro et al 2012]
1995 – Farmacêutico assume a notificação de forma autónoma
[Maria Teresa Herdeiro et al 2012]
1999 – Enfermeiro assume a notificação de forma autónoma
2000 – Descentralização do Sistema de Farmacovigilância -
Criação de Unidades Regionais de Farmacovigilância (Norte,
Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Açores) [José Cabrita da Silva et
al 2012]
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE EDICAMENTOS

Notificação espontânea de suspeitas de RAM

Em Portugal…

2004 – Criação da Unidade de Farmacovigilância do Sul (UFS)


na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa [José
Cabrita da Silva et al 2012]
2012 – Criação do Portal RAM – notificação online
2012 – Notificação pelo Utente
2012 – Nova definição de RAM :
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE EDICAMENTOS
Notificação espontânea de suspeitas de RAM

Em Portugal…
2012 – Nova definição de RAM :
Uma reação adversa é uma resposta nociva e não intencional a
um medicamento. Inclui as situações de:
• Uso do medicamento de acordo com a sua autorização de
introdução no mercado (AIM)
• Uso do medicamento em situações não abrangidas pela
respetiva AIM, incluindo overdose, mau uso do medicamento,
abuso e erros de medicação
• Exposição ocupacional
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE EDICAMENTOS

Notificação espontânea de suspeitas de RAM

Em Portugal…
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE EDICAMENTOS
Na Europa
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Notificação espontânea de suspeitas de RAM

A notificação espontânea apresenta várias vantagens em relação


às restantes fontes, tais como:

• Abrange toda a população, todos os medicamentos e é


aplicável durante todo o ciclo de vida do medicamento;
• É um método simples e económico;
• Tem um horizonte temporal longo;
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Notificação espontânea de suspeitas de RAM

A notificação espontânea apresenta várias vantagens em relação


às restantes fontes, tais como:

•Não interfere com a prescrição médica;


•Permite identificar fatores de risco;
•Está na origem de sinais precoces;
•É possível detetar RAMs raras.
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS
Notificação espontânea de suspeitas de RAM
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Critérios mínimos para notificar

Para ser possível notificar é necessário que a notificação


espontânea preencha os critérios mínimos, que são:

1. Um doente identificável
2. Notificador identificável
3. Suspeita de reação adversa
4. Um ou mais medicamento(s) suspeito(s
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

• Em 2017 têm de transmitir por meios eletrónicos à


Eudravigilance informações sobre todas as suspeitas de reações
adversas não graves ocorridas na União Europeia no prazo de
90 dias.

•Têm também de transmitir EudraVigilance é o sistema para a


gestão e análise de informações sobre suspeitas de reações
adversas a medicamentos que tenham sido autorizados ou
estudados em ensaios clínicos no Espaço Económico Europeu
(EEE)., como
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Notificar situações especiais:

• Exposição de um medicamento a um lactente ou a uma


grávida; Falta de eficácia terapêutica;
• Suspeita de RAM relacionada com defeitos de qualidade ou
falsificação de medicamentos;
• Suspeita de transmissão de um agente infecioso via
medicamento;
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Notificar situações especiais:

•Exposição a medicamentos teratogénicos na gravidez e sem


ocorrência de RAM;
• Obrigação de notificação de acordo com Plano de Gestão de
Risco
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Classificação da gravidade

O notificador pode classificar a gravidade da reação adversa.


Assim, considera-se que o caso de RAM é grave quando
preenche um dos seguintes critérios:

•Causam a morte;
•Colocam a vida em risco;
•Motivam ou prolongam a hospitalização;
•Resultam em incapacidade persistente ou significativa;
•Anomalia congénita ou malformação;
• Clinicamente relevantes.
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Envio da notificação espontânea

• Sempre que uma notificação espontânea for recebida deve ser


validada, analisada e incluída no Sistema de Farmacovigilância
de quem a recebeu.
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Envio da notificação espontânea

• As notificações podem ser comunicadas por qualquer meio de


comunicação disponível (por carta, utilizando a ficha de
notificação, por correio/fax, correio eletrónico, por telefone,
através do website do INFARMED ou da Indústria
Farmacêutica).
PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS
Envio da notificação espontânea
O sistema de comunicação entre os principais intervenientes
nas notificações de reação adversa

Figura 7 – Comunicações entre os vários intervenientes do Sistema de Farmacovilancia.


PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Envio da notificação espontânea


PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Envio da notificação espontânea


PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Envio da notificação espontânea


PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Envio da notificação espontânea


PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Envio da notificação espontânea


PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Envio da notificação espontânea


PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

Envio da notificação espontânea


PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

• Em Portugal, a notificação de RAM também tem vindo a


aumentar favoravelmente (ver Figura 9) e desde 2011 que foram
ultrapassadas as 250 notificações por milhão de habitante
recomendado pela OMS.

Figura 9 - Notificações de RAM recebidas no SNF.


PROCEDIMENTOS DE NOTIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS/EFEITOS INDESEJÁVEIS DE MEDICAMENTOS

O Sistema Nacional de Farmacovigilância recebe notificações


espontâneas principalmente de três proveniências: profissionais
de saúde, Indústria Farmacêutica e utentes

Figura 10 - Notificações de RAM recebidas no SNF, por origem: médicos, farmacêuticos, enfermeiros, utentes e indústria
Fonte: http://www.infarmed.pt. Consultado em 16 de agosto de 2016.
SISTEMA DE QUALIDADE DA FARMACOVIGILÂNCIA

Objetivo:

O objetivo de um sistema de gestão de qualidade é criar qualidade


em qualquer produto ou processo, através de ações planeadas e
sistemáticas.
SISTEMA DE QUALIDADE DA FARMACOVIGILÂNCIA

A Organização Internacional de Normalização ISO 9001


identifica quatro pontos fundamentais envolvidos num Sistema de
Gestão de qualidade :

a. planeamento de qualidade
b. controlo de qualidade
c. garantia de qualidade
d. melhoria de qualidade
SISTEMA DE QUALIDADE DA FARMACOVIGILÂNCIA

Sistema de Gestão de qualidade :

Qualidade :
- Grau de conformidade em que um conjunto de características
atende aos requisitos
Gestão de qualidade
- Atividades coordenadas para direcionar e controlar uma
organização em relação à qualidade
Sistema de Gestão
- Sistema que estabelece a política para atingir os objetivos
pretendidos
SISTEMA DE QUALIDADE DA FARMACOVIGILÂNCIA

Sistema de Gestão de qualidade :

Planeamento de Qualidade
- Parte da gestão de qualidade que está focada nos objetivos de
qualidade e que especifica os processos e recursos necessários
para preencher estes requisitos

Controlo de qualidade
- Parte responsável por assegurar que os requisitos de qualidade
são cumpridos
SISTEMA DE QUALIDADE DA FARMACOVIGILÂNCIA

Sistema de Gestão de qualidade :

Garantia de qualidade
- Responsável por providenciar a confiança de que os requisitos
de qualidade serão cumpridos
SISTEMA DE QUALIDADE DA FARMACOVIGILÂNCIA

Sistema de Gestão de qualidade :

Melhoria de Qualidade
- Responsável por aumentar a habilidade de cumprir os requisitos
de qualidade

Eficácia
- Permite perceber até que ponto as atividades planeadas
são realizadas e os resultados esperados alcançados

Eficiência
- Relação entre os resultados obtidos e os recursos utilizados
SISTEMA DE QUALIDADE DA FARMACOVIGILÂNCIA

Consequências das Notificações Espontâneas

Durante os últimos 40 anos foram retirados 130


medicamentos do mercado devido a RAMs, essencialmente
hepáticas, cardiovasculares e neurológicas

- 50% durante os primeiros 5 anos de comercialização


- 30% durante os primeiros 2 anos de comercialização
SISTEMA DE QUALIDADE DA FARMACOVIGILÂNCIA

Profissionais de saúde

• A informação, especialmente a clínica e laboratorial, sobre o


doente e o acontecimento adverso, são comprovadamente
fatores determinantes na avaliação da relação causal.

• Em Portugal, o exercício da atividade farmacêutica não


possibilita o acesso direto à informação clínica e laboratorial, e
em oposição os médicos que têm essa informação conseguem
estabelecer mais facilmente um grau de imputabilidade superior
entre a reação adversa e o medicamento.
SISTEMA DE QUALIDADE DA FARMACOVIGILÂNCIA

Profissionais de saúde

• A falta de informação pode ser um dos motivos para explicar a


diferença entre o número e a qualidade das notificações
espontâneas reportadas pelos médicos e farmacêuticos.

• Em diversos estudos, a falta de informação e a proximidade


com o doente são o principal argumento proposto para explicar
as diferenças entre as notificações de Farmacêuticos
hospitalares e Farmacêuticos comunitários.

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