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UFCD 0403 – RELACIONAMENTO

INTERPESSOAL
72701UF001_TAF
Manual de Apoio
Relacionamento interpessoal

1. Relacionamento interpessoal

Podemos definir relacionamento interpessoal com a relação estabelecida entre dois ou mais
intervenientes num processo de comunicação, ou a relação entre duas ou mais pessoas nos diferentes
contextos de vida (pessoal, profissional, familiar ... )
O processo de comunicação prevê, obrigatoriamente, a existência mínima de um emissor e de
um recetor. Uma vez transmitida a informação, o recetor processa-a e, segundo os seus
objetivos transforma-a em conhecimento.
O importante na comunicação interpessoal é o cuidado e a preocupação dos interlocutores na
transmissão dos dados ou das informações em questão para que se obtenha o sucesso no
processo desejado.

Como o simples ato de receber a mensagem não garante que o recetor vá interpretá-la
corretamente (ou seja, como se pretendia), convém considerar:
- Quem comunica a quem, em termos de papéis que essas pessoas desempenham (por exemplo,
administração e funcionários, gerente e subordinado).
- A linguagem ou o(s) símbolo(s) usados para a comunicação, e a respetiva capacidade de levar a
informação e esta ser entendida por ambas as partes.
- O canal de comunicação, ou o meio empregado e como as informações são recebidas através
dos diversos canais (tais como comunicação falada ou escrita).
- O conteúdo da comunicação (boas ou más notícias, relevantes ou irrelevantes, familiares ou
estranhas)
- As características interpessoais do transmissor e as relações interpessoais entre transmissor e o
recetor (em termos de confiança, influência etc.).
- O contexto no qual a comunicação ocorre, em termos de estrutura organizacional.
Linguagem corporal
A Comunicação não-verbal realiza-se através de códigos apresentativos (os códigos usados para
produzir textos são os códigos representativos).
É a comunicação que não é feita com sinais verbais, nem com a fala ou com a escrita e é possível
na medida em que as pessoas não se comunicam apenas por palavras. Os movimentos faciais e

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corporais, os gestos, os olhares, as entoações são também importantes: são os elementos não-
verbais da comunicação.
Esta limitada à comunicação “frente-a-frente”, sendo que os significados de determinados gestos
e comportamentos variam muito de uma cultura para outra e de época para época.
Podemos identificar dez códigos como sendo os mais importantes:
1. Contacto corporal
2. Proximidade
3. Orientação
4. Aparência
5. Movimentos da cabeça
6. Expressão facial
7. Gestos (ou quinese)
8. Postura
9. Movimento dos olhos e contacto visual
10. Aspetos não-verbais do discurso

Contacto corporal
O contacto corporal é a forma mais primitiva de ação social e pode traduzir os mais diversos
gestos; abraços, carícias, beijos, apertos, pancadas, etc.
Tem duas vertentes: o ato de tocar e o ato de ser tocado. No ato ativo predomina a dimensão
exploratória, ao passo que no ato passivo predomina a receção dos sinais provenientes de um
agente exterior.
Este sinal não-verbal assume usos e significados diversos consoante as diferenças interculturais:
por exemplo, na cultura inglesa e japonesa o contacto corporal é escasso, ao passo que nas
culturas africanas e árabe o vemos muito mais amplamente utilizado.
Em termos gerais, poder-se-á considerar que a frequência do contacto físico transmite,
habitualmente, um sentido de intimidade, uma vez que em grande parte das culturas ele é usado
nas mais diversas efusões de afeto entre membros de uma família.
Proximidade ou Distância interpessoal
Algumas teorias defendem que existe um grau ótimo de distância física entre as pessoas. É o caso
da teoria do equilíbrio, que defende que o espaço pessoal varia com a intimidade entre os

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indivíduos e que quanto mais íntimos, mais os indivíduos tendem a aproximar-se.


Considerando esta variação "territorial", de distância pessoal, podemos falar, em quatro tipos de
distâncias: intima, pessoal, social e pública.
Distância íntima
Refere-se a uma relação de compromisso com outra pessoa. A presença do outro causa um
impacto sobre o sistema preceptivo, estendendo-se até cerca dos cinquenta centímetros para lá
do corpo físico e "é uma verdadeira
zona interdita”, onde o nosso odor e a nossa temperatura estabelecem os limites.
Nessa zona "perigosa" deixamos entrar os seres dos nossos afetos e defendemo-nos das
ofensivas por uma rigidez muscular e um olhar vago e longínquo.
Distância pessoal
Varia até aos cento e cinquenta centímetros. É uma distância não esférica, que exige maior
comprimento para a frente do que para os lados ou para trás. Talvez porque, inconscientemente,
a distância "cara a cara" seja mais inibidora e potencialmente mais perigosa que a "lado a lado".
Distância social
Rege sobretudo o nosso comportamento profissional e varia entre os cento e vinte e os
trezentos e sessenta centímetros. Pode situar-se na distância das negociações impessoais e no
carácter formal das relações sociais.
Inconscientemente, gerimos esta distância segundo a cultura do local de trabalho, segundo o
estatuto social dos interlocutores. Essa distância social pode v ariar.
Distância pública
Situa-se fora do circuito imediato de referência do indivíduo e implica diversas transformações
sociais. Para além dos três metros e meio. Usa-se um estilo formal no vocabulário. Muito
frequente nas personalidades oficiais importantes, tom de voz elevado e muitos gestos. Revela
igualmente o nosso medo das multidões.
Orientação
O ângulo em que nos colocamos relativamente aos outros é uma forma de emitir mensagens
sobre o relacionamento. Olhar alguém de frente pode ser indicador de intimidade ou
intimidação.
Em relação à orientação, podemos explicar que é o ângulo em que as pesso as se situam no
espaço uma em relação à outra, e comunicam assim as suas atitudes interpessoais.

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A orientação “cara a cara” e “lado a lado” são as mais utilizadas no decurso de uma interação.
Numa relação íntima haverá uma orientação “lado a lado” enquanto que numa relação
hierarquizada a orientação será “cara a cara”.
Aparência
Este código é dividido em duas partes: os aspetos de controlo voluntário (cabelo, vestuário, pele)
e os menos controláveis (altura, peso). A aparência é utilizada para enviar mensagens sobre a
personalidade e o estatuto social.
Movimentos da cabeça
Estes têm a ver, principalmente, com a gestão da interação.
Um assentimento pode dar licença para se continuar a falar enquanto movimentos rápidos da
cabeça podem significar desejo de falar.
Expressão facial
Esta pode dividir-se em subcódigos de posição das sobrancelhas, formato dos olhos, formato da
boca e tamanho das narinas.
Estes elementos, em diferentes combinações, determinam a expressão do rosto. A expressão
facial revela menos variações interculturais do que a maioria dos códigos apresentativos.
Comportamento mímico do rosto
O rosto é o canal privilegiado da comunicação e da expressão das emoções. A mímica facial
desempenha, por isso, diversas funções:
Expressa as emoções e as atitudes interpessoais; Envia sinais inerentes à interação em curso;
Manifesta aspetos típicos da personalidade do indivíduo.
Durante a interação social, o rosto participa ativamente nas tocas interpessoais em estreita
combinação com a linguagem: aquele que fala acompanha as palavras com expressões faciais
que têm o fim de sublinhar, acentuar e modular os significados; o ouvinte, por sua vez, exprime
as suas reações por meio de pequenos e rápidos movimentos dos lábios, dos sobrolhos, etc.
As seis emoções básicas serão a felicidade, a surpresa, a tristeza, o receio, o desgosto e a raiva
que se associam aos movimentos musculares do rosto, constituindo os sinais inatos, e
compreendidos universalmente.
Gestos (ou quinese)
A comunicação gestual é responsável pela primeira impressão de uma pessoa. Estudos concluem
que 55% da mensagem é transmitida via linguagem corporal, a voz é responsável por 38% e as

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palavras apenas por 7%.


A linguagem corporal corresponde a todos os movimentos gestuais e de postura que fazem com
que a comunicação seja mais efetiva. A gesticulação foi a primeira forma de comunicação.
Com o aparecimento da palavra falada os gestos foram tornando-se secundários, contudo eles
constituem o complemento da expressão, devendo ser coerentes com o conteúdo d a
mensagem.
A mão e o braço são os principais transmissores do gesto, sendo os gestos dos pés e cabeça
também importantes.
O gesto intermitente, enfático, para cima e para baixo, indica frequentemente uma tentativa de
domínio, enquanto gestos mais fluidos, contínuos e circulares indicam o desejo de explicar ou de
conquistar simpatia.
Postura
A postura é um sinal que participa no processo comunicativo. Vários tipos de posturas existem
nas diversas culturas, havendo determinadas posturas que estão ligadas a situações específicas
de interação. Por exemplo, numa cerimónia religiosa as pessoas ajoelham-se.
Uma boa postura é fundamental para uma boa produção vocal. Para conseguir uma boa postura
devemos fazer com que a sustentação e o equilíbrio do nosso corpo estejam de acordo com as
leis da gravidade. Devemos procurar manter um equilíbrio de forma a sentir "o peso do nosso
corpo entre os dois pés.
Movimento dos olhos e contacto visual - O comportamento visual
O poder do olhar pode assumir diversas formas e sugestões:
Inicia o estabelecimento de relações; Comunica atitudes interpessoais; Complementa a
comunicação verbal.
Neste contexto destacam-se três peculiaridades do olhar: a sua evidência, o seu poder ativante e
a sua capacidade de envolver o interlocutor.
Além da proximidade física, do tom de voz, da expressão sorridente do rosto e do carácter
pessoal do tema da conversação, a comunicação visual é também uma comp onente da
intimidade.
Há, por outro lado, a experiência de ser olhado: tal experiência pode ser agradável se durar
pouco, ou incómoda e suscetível de provocar ansiedade quando se prolonga.

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Fatores pessoais
Inteligência Emocional
A capacidade de reconhecer, entender e gerir as próprias emoções, bem como reconhecer
entender e influenciar as emoções das outras pessoas (Goleman).
As competências que se relacionam com a inteligência emocional são:
Empatia
Competências sociais
Autoconsciência
Autorregulação
Motivação

Empatia
A empatia é a capacidade para se colocar na "pele" da outra pessoa e identificar e compreender
os seus sentimentos.
Se reconhecemos sempre motivos para nós termos agido de uma dada forma, os outros também
devem beneficiar da mesma premissa - por muito que o seu comportamento nos pareça
criticável ou sem sentido.

Neste sentido, a empatia é o oposto do juízo de valor: em vez de se julgar o comportamento de


alguém com base num traço negativo de personalidade, procura-se compreender o
comportamento da pessoa.
A empatia é um "ingrediente" fundamental para estabelecermos relações de proximidade e
intimidade com alguém. Vejamos as vantagens da empatia:
- A comunicação torna-se mais clara, pois diminuem as interpretações incorretas dos
comportamentos e os conflitos são menos frequentes e melhor resolvidos.
- Ao compreendermos o outro e "vermos o seu interior", também nos descobrimos muitas vezes
a nós próprios (percebemos que muitos dos nossos medos e inseguranças são partilhados pelos
outros
- Ajuda o outro a sentir-se compreendido e motivado para colaborar connosco; sobretudo, é útil
em situações como acalmar alguém à beira de uma situação de descontrolo ou numa situação de
elevada desmotivação.

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Por vezes, a empatia é confundida com concordar, desculpar ou dar razão à outra pessoa. Este é
um equívoco: quando empatizamos com alguém, compreendemos o seu comportamento, mas
não implica que concordemos com ele.
A empatia não implica uma perspetiva passiva face ao comportamento do outro; pelo contrário,
depois de empatizarmos com alguém e compreendermos a sua perspetiva, estamos em
melhores condições de fazer a nossa avaliação do seu comportamento.
É nesta altura que podemos emitir a nossa opinião e/ou crítica. Por isso, muitas vezes, devemos
ser primeiro empáticos e depois assertivos.

Competências Sociais
Uso de habilidades em contactos sociais;
Comportamentos que promovem um bom relacionamento com os outros (respeito, negociação,
resiliência...)

Autoconsciência
A autoconsciência é vista como sendo o conhecimento que temos de nós próprios.
“A autoconsciência faz com que consigamos compreender, mais facilmente, as nossas próprias
necessidades e probabilidade de certas coisas acontecerem, o que acaba por facilitar a avaliação
de soluções alternativas” Gary Yukl

Autorregulação
A autorregulação refere-se à competência do indivíduo para planear, monitorizar e avaliar os
seus pensamentos, sentimentos e comportamentos.
Quando é capaz de se autorregular, o indivíduo responde a uma determinada situação através
de processos e recursos internos.

Motivação
O termo motivação designa um conjunto de fatores psicológicos, de ordem afetiva, intelectual
ou fisiológica, e que determinam o comportamento, as decisões e as ações do indivíduo para
atingir os seus objetivos.

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Auto estima e afiliação


Todos temos necessidade ou o desejo de uma (geralmente) alta avaliação estável, firmemente
baseada em si mesmos, para seu respeito próprio, e para a estima dos outros.
Tais necessidades aparecem como que em dois estágios: primeiro como desejo de
autoconfiança, independência, liberdade e, em segundo, como desejo de reputação ou prestígio,
reconhecimento, atenção, importância (status).
Nas organizações onde o indivíduo trabalha, elas podem aparecer como necessidade de estima
(auto-imagem); de valorização e posição na organização (valorização pes soal); de
reconhecimento pelo bom trabalho (promoções); de orgulho pessoal e de responsabilidade por
resultados.

Realização pessoal e profissional


As necessidades de realização são as necessidades humanas mais elevadas, e que se encontram
no topo da hierarquia. São as necessidades que levam cada pessoa a tentar realizar o seu próprio
potencial e a se desenvolver continuamente como criatura humana ao longo de toda a vida.
Uma real realização significava realizar uma tarefa válida e ao mesmo tempo virtuosa. a s
necessidades de auto-realização, somente podem ser satisfeitas por recompensas que são dadas
intrinsecamente pelas pessoas a si próprias (como o sentimento de realização).
As pessoas que procuram a auto-realização são independentes, criadoras, resistem ao
conformismo, aceitam-se a si próprias e aos outros. As pessoas que não concretizam a
necessidade de auto-realização são as que manifestam reações de apatia e indiferença.

Rigor / objetividade
A realização de qualquer tarefa no exercício da atividade normal de uma empresa gera fluxos
reais, documentais e de informação.
O exercício da atividade de cada um dos órgãos funcionais da organização e a movimentação da
documentação de suporte aos fluxos reais gerados interna e externamente, proporciona troca
de informações e esclarecimentos, obrigando ao estabelecimento permanente de comunicação
entre os intervenientes.
Releva então que a comunicação é peça chave na engrenagem da empresa e, entre esta e o seu
meio envolvente. Será tão mais relevante quanto mais simples e objetiva os interlocutores a

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praticarem, quer oralmente, quer por escrito.


Eficácia e assertividade
Fatores que Contribuem para a Eficácia da Comunicação:
• Ter calma;
• Prestar atenção.
• Prestar informações claras;
• Congruência da informação nos diferentes canais pelas quais ela é transmitida;
• Conhecimento do código linguístico.
• Rigor no conteúdo da mensagem, oral ou escrita;
• Corrigir erros;
• Não fazer suposições;
• Utilizar a comunicação assertiva.
A palavra assertividade vem de “assero”, afirmar. Diferente de acertar, afirmar não tem relação
com o certo ou errado e sim com a exposição positiva do que se deseja transmitir.
Uma pessoa assertiva é capaz de expressar o mais diretamente possível o que pensa, o que
deseja, escolhendo um conjunto de atitudes adequadas para cada situação, de acordo com o
local e o momento.
A assertividade permite uma comunicação direta por meio de um comportamento que habilita o
indivíduo a agir no seu interesse, defender-se sem ansiedade excessiva, expressar os seus
sentimentos de forma honesta e adequada, fazendo valer os seus direitos sem negar os dos
outros.
Portanto, a assertividade pode ser entendida como uma forma comportamental de comunicar
que significa afirmar o que eu quero, sinto e penso, dando simultaneamente espaço de
afirmação ao outro.
A assertividade é um treino sistemático, em que o indivíduo tem de reaprender a autenticidade
através de uma prática gradual e regular. Ser verdadeiro não consiste em "dizer tudo o que me
vem à cabeça", mas sim em exprimir-me eficazmente, tendo como objetivo a evolução
satisfatória e realista da situação.
É necessário, então:
• Saber que tipo de comportamento provoca esta reação;
• Evitar a mímica e a entoação contrária às palavras;

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• Tentar descrever as próprias reações, em vez de avaliar as ações dos outros;


• Exprimir-se de forma positiva em vez de desvalorizar, julgar, criticar, ridicularizar ou faze r
interpretações, facilitando a expressão dos sentimentos dos outros.
O comportamento assertivo resulta na fusão de quatro fatores:
• Bom contacto visual
• Tom de voz neutro
• Atenção à linguagem, e
• Postura aberta.
As pessoas assertivas sabem ouvir os outros, admitem os seus pontos de vista e procuram de
forma construtiva cooperar com estes.
Um líder assertivo não pressiona, manipula ou culpabiliza os elementos da equipa, aceita que
estes possam ter reações positivas ou negativas e sabe dar feedback const rutivo, porque tem
autoconfiança em si próprio.
Vantagens da Comunicação Assertiva
• Está na base de relacionamentos honestos e saudáveis;
• É o comportamento requerido para resultados “ganhar-ganhar” numa negociação, na
resolução de conflitos, na vida profissional e familiar diária;
• Produz a sensação de bem-estar no ambiente profissional e familiar;
• Traduz-se em melhores resultados para o próprio e para o grupo;
• Evita os conflitos e o desgaste nas relações.

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Fatores Organizacionais

O crescimento e o desenvolvimento de qualquer instituição depende da confiança que o seu


público nela deposita. A manutenção deste clima de confiança obriga a que se estabeleça entre
ambos um diálogo permanente, utilizando para tal diversos meios.
Qualquer entidade que deseje manter uma “imagem” favorável, junto do seu público, terá de lhe
dar conhecimento das suas atividades, do seu trabalho e da sua organização, criando, para o
efeito, um sistema permanente de comunicação.
Cabe aos órgãos diretivos da empresa, a iniciativa de informar o seu público (clientes, pessoal,
público em geral), sobre a atividade e a política institucional, facilitando a livre circulação da
informação, de modo a criar um clima de diálogo entre a própria empresa e todos os públicos
que lhe estão adstritos.
Chama-se Comunicação Institucional a todo o sistema de comunicações no interior e com o
exterior da empresa.
As organizações, conhecendo os seus públicos internos e externos, as suas expectativas,
ambições e interesses, adaptam o conteúdo da mensagem às partes envolvidas, tendo, contudo,
sempre em vista que a comunicação é, por excelência, um cartão-de-visita nas organizações.

Criação de ambientes propícios à colaboração e entreajuda


Para que a interação pessoal seja realmente eficaz no ambiente organizacional, será necessário
que cada colaborador que integra a organização consiga ter o controlo sobre as suas emoções e
atitudes.
Conhecendo-se a si próprio, nomeadamente no que diz respeito ao seu comportamento,
atitudes e postura permite antever como estes poderão afetar o ambiente de trabalho, a
imagem da organização e do próprio profissional.
As relações com os colegas são muito próximas, sendo muito importante conhecê -los e adotar
condutas e comportamentos que conduzam a uma boa convivência com os mesmos.
Assim, e dentro destes princípios, convém adotar as seguintes atitudes:
• Dirigir-se às pessoas de forma cordial, respeitando as diferenças individuais;
• Utilizar uma linguagem afirmativa e esclarecedora;
• Ser prestável e agir com lealdade para com os colegas;

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• Preocupar-se com a opinião dos outros;


• Ser discreto, não entrando em detalhes da sua vida pessoal nem da de
ninguém;
• Respeitar a individualidade de cada um;
• Evitar discutir e irritar-se com os colegas;
• Não discutir temas polémicos;
• Não criticar as hierarquias nem os colegas;
• Não “puxar o tapete” aos colegas.

Capacidade de influenciar decisões e melhorias nos processos internos


A necessidade de tomar decisões é uma constante na vida e nas organizações. O problema
prende-se quase sempre com as alternativas que temos pela frente, que tanto podem ser claras,
como confusas, as melhores ou as piores.
As decisões nas organizações podem afetar um indivíduo, a liderança, o desempenho de um
grupo ou de toda a organização.
Todos os dias, os líderes necessitam de tomar decisões e resolver problemas, pelo que o
conhecimento do processo de tomada de decisão e de técnicas para o melhorar podem fazer a
diferença entre uma boa ou má decisão.
Para o líder, enquanto elemento e guia dos “outros” na direção dos objetivos, a tomada de
decisões é um assunto incontornável. Surge, então, a questão: como decidir?
Para ultrapassar a limitação do processamento de informação individual há uma Acão simples
que é usualmente adotada nas organizações: decidir em grupo. No entanto, dependendo da
situação, pode ser mais adequado tomar decisões em grupo ou ser mais adequado tomar
decisões individualmente.

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Capacidade de resolução de conflitos e de situações geradoras de ansiedade


No dia-a-dia das organizações e até mesmo de nossas vidas vivemos o conflito de diferentes
maneiras: quantas vezes as pessoas não atravessam o nosso caminho, dificultando ou mesmo
impedindo o alcance dos nossos objetivos?
Assim, o conflito não deve ser visto apenas como impulsionador de agressões, disputas ou
ataques físicos, mas como um processo que começa na nossa perceção e termina com a adoção
de uma ação adequada e positiva.
Os conflitos têm origem na existência de tensões: o nosso dever é estar situado quanto às causas
das mesmas.

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Comunicação escrita e oral

Qualquer tipo de comunicação é servido por uma determinada linguagem, conceito entendido,
de um modo geral, enquanto comunicação de ideias, experiências e sentimentos.
As linguagens dão inúmeras formas às mensagens, funcionam ao nível da emissão e da receção,
exercem-se por referência a um código social e são o instrumento de adaptação do indivíduo ao
grupo.
Devemos adaptar a linguagem às diversas situações sociais com que nos confrontamos.
A linguagem pode ser formal ou informal. Na vida profissional, emprega-se a linguagem formal,
mais neutra e adequada ao contexto. Atenção: utilizar a linguagem formal não significa falar de
modo elaborado, ao contrário, deve- se falar de modo educado, mas simples.
Quanto ao vocabulário, deve-se ter o cuidado de empregar as palavras com exatidão. A
linguagem ideal no atendimento deve ser simples, aquela que emprega o termo mais conhecido
e o sinónimo mais comum.
Devem-se evitar os termos técnicos, restritos aos profissionais da área, mas, se sua utilização for
inevitável, deve-se explicar o sentido em seguida. Também não se usam gírias, siglas ou termos
afetuosos.

Regras para redigir


O texto deve ter títulos, subtítulos e/ou antetítulos, com tamanhos e tipos de letra
diferenciados. Deve dizer-se o fundamental num resumo efetuado, no 1º parágrafo (lead).
A estrutura do texto deve ser simples, evitando palavras difíceis e utilizando frases curtas,
incisivas e simples. Incluir gravuras, fotos, gráficos, de forma equilibrada.
É importante dar o texto a ler a outras pessoas, privilegiando o trabalho em equipa, e corrigir o
que estiver pouco claro.
Refletir, em primeiro lugar, sobre o que pretendemos escrever e a quem se destina,
“desembrulhando” ideias, anotando tudo o que nos vier à cabe ça, delineando linhas de
argumentação e unificando o fio condutor do texto.
Seguidamente, devemos reunir os materiais necessários e detetar as ideias-chave, estabelecer
prioridades e ver formas de destacar as ideias principais.

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Para aumentar a leitura ter em atenção:

O título:
É o resumo do texto, deve incitar à leitura; ter entre seis a doze palavras; fazê -lo no final; apelar
à ação.

Os subtítulos:
Destacarem-se no meio do texto; escolhê-los depois do texto; articularem- se entre si, dando
uma perspetiva do conjunto do texto; em cada folha A4 utilizar dois ou três subtítulos.

O texto:
Começar com um parágrafo destacado (lead); utilizar colunas para permitir melhor e mais rápida
leitura; salientar palavras, frases ou parágrafos com caixas, sublinhados, etc.

Os parágrafos:
Deixar espaço dobrado entre parágrafos; Utilizar espaçamento para melhor leitura; o primeiro
parágrafo não deve ultrapassar cerca de dez linhas.

As frases:
Cerca de quinze palavras por frase; estrutura gramatical simples.

As palavras:
Evitar palavras difíceis, muito grandes ou demasiado técnicas; descodificar siglas; utilizar os
tempos verbais no presente, por estimular a ação; usar a primeira pessoa do plural para implicar
o leitor.

As letras:
Usar letras de corpo doze.

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Bibliografia

Fachada, M. O., Psicologia das relações interpessoais, Edições Sílabo, 2010


Goleman, D. Inteligência Emocional. Temas e Debates 2010
Leite, A. G., Relações interpessoais e comunicação, Ed. CECOA, 2008

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