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DEFININDO AS FAIXAS ETÁRIAS

No transcorrer desta Lição, o aluno deverá distinguir a diferenciação da mensagem a ser aplicada quanto à
sua compreensão nas diferentes Faixas Etárias. Devemos ter em mente que a criança não é um adulto
pequeno, a criança é um organismo biológico, com constituição neurológica e emocional diferente da do
adulto. A partir desse conhecimento surge a necessidade de compreensão do universo infantil, a fim de
alcançarmos os nossos objetivos; entendendo seus comportamentos manifestos de acordo com seu
desenvolvimento motor, social e emocional.
Nesta Lição seremos bem práticos. Não trabalharemos com estatísticas, por entender ser desnecessário do
ponto de vista da mutabilidade de idade existente nas diversas faixas etárias. O nosso trabalho de
evangelização estará sempre voltado, em sua generalidade, para as crianças que ainda não são evangelizas.
Entretanto, em certas circunstâncias poderá se aplicar também às faixas de pais evangélicos.

PRIMEIRA FAIXA ETÁRIA (0 A 4 ANOS)


A faixa etária da vida compreendendo de 0 a 4 anos é o Berçário e Maternal. Embora nesta idade as crianças ainda
não conhecem o sentido correto das palavras, elas já observam os gestos de amor.
Há várias razões para o desenvolvimento da psicologia da criança. Existe a necessidade de estudar a criança em si
mesma, o crescimento de sua personalidade.
A criança é um organismo que se transforma rapidamente. O psicólogo procura descrever o comportamento da
criança e compreendê-lo.
A Psicologia Educacional estuda as leis sobre o crescimento, o desenvolvimento e comportamento do indivíduo. Nele
se incidem também os aspectos físico, mental, social e espiritual. É possível que o nosso conhecimento sobre os
aspectos psicológicos das crianças irá facilitar o nosso trabalho.

Berçário (0 a 2 anos)
O bebê nasce com a capacidade de emitir comportamentos dirigidos a pessoas que estão em contato com ele. Estas
respostas incluem agarrar, vocalizar, sorrir, explorar visualmente e acompanhar tal pessoa.
Durante as primeiras semanas de vida o bebê não faz diferença alguma entre as pessoas, pois elas ainda não têm,
para ele, consistência ou unidade. Mas a partir de 2 meses, o quadro muda. O bebê dispensa mais atenção ao mundo
que o cerca e começa a responder ao sorriso e a reagir por emissões vocais dos sons que se emitem diante dela. Essa
espécie de pré-diálogo prepara o terreno para o contato afetivo e social.
O berçário não deve ser somente um lugar que funcione como “depósito de neném”. Enquanto a mãe assiste à Escola
Dominical, procure trabalhar com esses sentimentos para que o terreno seja preparado e cultivado para semeadura
do Evangelho.
O bebê gosta de companhia, procure sorrir, cantar, manifestar afeto.
A partir dos 6 meses de idade se assinala o interesse e alegria do bebê por brinquedos, desenvolva na Escola
Dominical um espaço onde a criança manuseie esses brinquedos de maneira que ela possa relacionar esse espaço
prazeroso que a igreja oferece como algo bom para o seu bem-estar físico, social e, consequentemente, espiritual.
A partir de um ano de idade a criança participa ativamente do ambiente, já diferencia rostos, compreende algumas
ordens simples e mostra alegria ao atendê-las.
A compreensão está perfeitamente estabelecida e destra, a criança manuseia, alinha cubos e até pode rabiscar com
um lápis, se lhe mostrar como fazê-lo, já que atende a certas ordens vocais.
Faça do berçário um espaço bem decorado, criativo, não muito colorido (espalhe as cores), ofereça brinquedos,
sorria, e principalmente encha esse ambiente do amor de Cristo, porque certamente ficará registrado no coração e
nas emoções do bebê. Um bom relacionamento criará um sentimento de prazer em estar na Escola Dominical. Na
chegada do bebê, louve a Deus por sua vida.

Maternal (2 a 4 anos) – Período pré-escolar


O progresso da criança, durante o período pré-escolar, quanto às habilidades motoras, linguagem e funcionamento
cognitivo (relativo ao conhecimento) se equipara às mudanças em suas características de personalidade e motivos.
O pré-escolar tem uma personalidade muito mais rica, complexa e diferenciada do bebê. Personalidade se refere à
organização total ou ao padrão de características do indivíduo, às formas de pensar, sentir, comportar-se, aspectos
comportamentais do indivíduo que o diferenciam de qualquer outra pessoa.
a) Físico – As quatro principais atividades da criança nessa idade são: comer, dormir, brincar e perguntar. Nessa idade,
o ensino ilustrado é fundamental. A criança é muito individualista, e às vezes gosta de brincar sozinha. É egocêntrica
– o mundo gira em torno de si mesma. Não a chame de egoísta, pois nessa etapa ela ainda não sabe dividir objetos e
atenção. Procure com cuidado induzi-la a trocar entre si. Está fortemente ligada ao afeto materno. Ela é um pouco
dispersiva. Procure ser objetiva e rápida na exposição de alguma historinha ou atividade, a criança está na “idade
desarrumada”, há superabundância da atividade motora, da exploração motora do mundo material. Em síntese, “não
para quieta, corre, pula, etc.” Contudo, pode iniciar os seus sentimentos na direção de compreender o amor de Deus.
Ela gosta de brincar e por extensão tem facilidade de aprender brincando. Cada criança terá um brinquedo de sua
preferência.
b) Mental – Aprendizado pelos sentidos. Curiosidades, imaginação. A visão é demasiadamente ativa e a criança
aprende mais por esse sentido do que por qualquer outro. A imaginação é de grande fertilidade. Ela ainda não sabe
distinguir o real do imaginário. Dificilmente sua atenção se prende por mais de 3 minutos em alguma coisa.
Nessa idade, a criança é ainda “toda sentimento e ação”. A linguagem tem seu papel fundamental já que a criança
aprende que tem um nome, como todo objeto, e já se identifica como entidade particular.
c) Social – Até aos 4 anos ela é egocêntrica. Sente-se o centro das atenções. É muito possessiva, “tudo é meu”. São
teimosas. Gostam de música e cantos. Entretanto, é nessa época que elas aprendem com facilidade a contar história,
cantar e até orar.
d) Espiritual – Eis a razão por que temos de nos preocupar em transmitir, com urgência, o espírito de religiosidade à
criança. Procurar fazer com que ela entenda que temos um Deus amoroso, e que Ele tem cuidados especiais com ela.
Mostrar a beleza da natureza. A criança gosta de se sentir protegida. De um modo geral ela é crédula. Devemos
passar para ela somente verdades que lhe ajudem a ser seguras para a vida.

Materiais / Recursos Didáticos:


a) De preferência, ambiente arejado, próprio, agradável;
b) Brinquedos expostos (de acordo com suas possibilidades) – encaixe, variados;
c) Folhas em branco, recortes de figuras bíblicas, cola, tesouras sem ponta, massa de modelar;
d) Fantoches comercializados ou feitos de saco de papel, de caixas, meias, rolos de papel higiênico, etc.;
e) Corinhos, guaches, lápis de cor;
f) Flanelógrafo;
g) Procure decorar versículos pequenos;
h) Confeccionar material sucata.
Preparo espiritual e cognitivo do professor:
O professor evangelista com certeza possui uma grande e significativa chamada da parte de Deus. Diante de tal
responsabilidade, torna-se necessário o preparo tanto em nível espiritual quanto acadêmico.
a) Tenha certeza de sua chamada;
b) Aprofunde seus conhecimentos bíblicos;
c) Atualize seus conhecimentos;
d) Diversifique o seu material didático;
e) Ore, apresente cada aluno a Deus, interceda e jejue.

1.1. Criatividade
Dentro do mundo infantil há de se deixar que elas criem, pois aí está o seu campo predileto. E com sabedoria
poderemos informar-lhes, em sua própria criatividade, conceitos divinos que com certeza elas entenderão melhor.
Entretanto, a criatividade deve partir também dos evangelistas, no sentido de despertar a curiosidade na criança,
para entender o bem e o mal. Provérbios 20.11: “Até a criança dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra for
pura e reta”.
Como você vê, a criança é “terra” muito fértil e precisa ser muito bem trabalhada. Os resultados certamente serão
fantásticos.

1.2. O que é ensinar?


Ensinar não é apenas narrar os fatos, mas despertar a mente da criança para entender a verdade. É motivá-la a
pensar por si mesma. Não faça do ensino um acúmulo de informações. Não se preocupe com a quantidade, zele pela
qualidade dessa informação. Deixe a criança decodificar seu ensino. Permita que ela pense, elabore e reparta aquilo
que aprendeu.
Através da aprendizagem o homem melhora suas realizações nas tarefas manuais, tira partido de seus erros, aprende
a conhecer a natureza e compreender seus companheiros. Capacita ao ajustamento adequado ao ambiente físico e
social. Enfim, leva o indivíduo a viver de acordo com o que aprende.
A aprendizagem é um processo contínuo, dinâmico, gradativo, global, pessoal, cumulativo.
O evangelista de criança ensina a Palavra de Deus e, consequentemente, a aprendizagem de novos hábitos, atitudes
e condutas para formação de caráter.
1.3. Idade das descobertas – 4 a 5 anos
(Média Meninice – Idade Escolar – Adolescência)
Desde a entrada na escola até o início da adolescência, o meio social da criança expande-se incrivelmente. Ao
mesmo tempo, ela continua a se desenvolver fisicamente e suas habilidades cognitivas aumentam, tornando-se mais
complexas e melhor diferenciadas.
Dentre as mais importantes tarefas desenvolvimentistas com que a criança da média meninice se confronta estão: o
desenvolvimento de várias habilidades intelectuais e acadêmicas; o aprendizado do modo de interagir com
companheiros; o aumento da independência e autonomia; o desenvolvimento dos padrões morais e da consciência.
É nessa idade que nossa atenção precisa ser redobrada para com a criança. Devemos ter um carinho especial para
com ela. Sempre deve ser trabalhada por pessoas vocacionadas e que se especializem em evangelizar crianças. Leia
em Mateus 21-16:
“Ouves o que estes dizem? E Jesus lhes disse: Sim, nunca lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito
tiraste o perfeito louvor?” E ainda o Salmo 8.2: “Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por
causa dos teus adversário, para fazeres calar o inimigo e vingativo”.
Nessa idade a criança interage com o ambiente, gosta de brincar com objetos de encaixe, pintura, lápis de cor. A sua
estrutura emocional já está mais delineada, seus sentimentos de afeição ou desafeto já brotam com mais
intensidade. Possuem suas “próprias vontades”. Explore essa fase usando materiais didáticos ilustrativos, criativos.
Na falta dos mesmos lembre-se que aos 5 anos a criança compreende com uma certa perfeição o certo/errado e,
consequentemente, uma exposição verbal do Evangelho será bem entendida e assimilada.
Características dos professores nessa faixa etária. Professores gentis, alegres, justos, consistentes, quanto ao
conteúdo ministrado, entusiastas, autocontrolados, organizados.
Lembre-se de que é de suma importância o seu preparo intelectual, emocional, espiritual, visto que o evangelista
está lidando com crianças muitas vezes desprovidas de qualquer formação religiosa e influenciadas por
determinantes sociais marcantes, como: televisão, grupos sociais, influências culturais, etc.

Em geral, o material didático usado na média meninice é vasto, por exemplo:


a) Histórias bíblicas ilustradas;
b) Livros bíblicos;
c) Slides;
d) Flanelógrafo;
e) Fantoches;
f) Retroprojetor;
h) Filmes bíblicos;
i) Jograis.
Procure usar sua criatividade e mesclar os recursos didáticos porque certamente seu trabalho será interessante,
estimulador e produtivo.
Fazer missões é conhecer e aproveitar as oportunidades no tempo certo. Os primeiros anos da vida passam
rapidamente e não podemos perder nem um só dia sequer. Os muçulmanos fazem isso com muita propriedade.
Quem chega primeiro, planta com mais segurança. “Instrui ao menino no caminho em que deve andar, e até quando
for velho não se desviará dele” (Pv 22.6).

SEGUNDA FAIXA ETÁRIA (5 A 8 ANOS)


Vamos tratar agora da idade chamada atividade, cujo crescimento será mais lento. Diferente da primeira faixa etária,
a criança nessa idade já não é tão egoísta e já brinca em grupo, o que de um modo geral facilita mais o trabalho para
o mestre. Inclusive aceita com facilidade ser orientada para suas diversas atividades. Repetindo a divisão da primeira
faixa etária – Físico, Mental, Social e Espiritual. A criança está voltada para o mundo exterior.
a) Físico – Ativa e irrequieta, mas melhor disciplinada, segue uma ordem imposta.
b) Mental – Distingue entre o real e o imaginário. As histórias que ela ouve ficam gravadas. Tem boa memória.
Atitudes mais objetivas voltadas para a produção e trava conhecimentos com trabalho.
c) Social – Tem fortes tendências para imitação. Ela continua apreciando a brincadeira em grupos, mas prefere que
seja do mesmo sexo. É facilmente influenciável; possui uma assimilação intelectual do mundo e da cultura do seu
meio social.
A partir do sexto ano, pode-se dizer que certo nível de maturidade é atingido na confrontação com as exigências
exteriores, aparece uma primeira forma de responsabilidade.
O egocentrismo continua a desagregar-se ao contato do real, do ensino e dos contatos sociais.
Caracterização de cada uma das idades:
Seis anos: idade de extremismo, de tensão, de agitação;
Sete anos: tempo de calma, de absorção de si mesmo, de meditação;
Oito anos: idade de “cosmopolita” de expansão, de extravagância, de interesse universal. Adquire os hábitos, as
habilidades, as informações, os conhecimentos e as atitudes que a sociedade considera essenciais.
d) Espiritual – Não se deve deixar a criança sofrer decepção. Isso é muito prejudicial à sua formação espiritual. A
criança compreenderá com facilidade se o mestre se achar despreparado. É muito importante para ela começar a
compreender que Deus é muito bom. Seja um professor bem informado e atualizado.
Relacione a sua vida cotidiana, os valores e as informações recebidas às verdades bíblicas. O entendimento do
Evangelho é bastante satisfatório. Nessa faixa etária, a criança já é capaz de desenvolver hábitos e atitudes cristãs.

Providências Cabíveis
Mobilizar programas de entretenimento com as crianças nessa idade, pois elas são muito curiosas. É de bom tom que
se implemente subjetivamente os valores morais e espirituais, através de contos, histórias e coreografias. Para se
atingir os fins, utiliza-se os meios possíveis como “isca” para conscientizá-las sobre o Evangelho. São participativas,
gostam de competições, etc. Exemplos de atividades: EBF, classe dos cinco dias, tardes ou manhãs de louvor e
conhecimento bíblico.

Advertência à Liderança
É de suma importância que os lares evangélicos repensem no que concerne ao evangelismo infantil. A mídia, o
avanço
tecnológico e outras influências têm crescido em extremo e determinando normas, costumes, etc. A Igreja precisa
com urgência investir em professores qualificados, conscientes de suas responsabilidades. Criatividade, amor,
interesse e dedicação com certeza compõem um trabalho qualitativo mesmo quando faltam recursos financeiros.

A escola secular deve ser uma providência com urgência.


Os descaminhos são notórios na educação das crianças e adolescentes em nossos dias. Temos de fundar escolas,
visando amparar nossos filhos.

Observações Gerais
Sempre devemos ter em mente o rápido crescimento das crianças. Qualquer iniciativa, no sentido de assisti-las, terá
de ser com urgência, caso contrário o adversário chegará primeiro.

TERCEIRA FAIXA ETÁRIA (9 A 11 ANOS)


Considerações gerais
A adolescência tem sido tradicionalmente considerada como um período crítico do desenvolvimento. É caracterizada
pelas mudanças fisiológicas associadas à puberdade, que incluem um aumento na produção de hormônios sexuais,
além de modificações na estrutura e no funcionamento do corpo.
Características: demandas por independência, ajustes heterossexuais e em relação aos companheiros da mesma
idade, ao preparo vocacional e ao desenvolvimento de uma filosofia de vida básica segundo se orientem.
A identidade que o adolescente quer esclarecer é quem ele é, qual será seu papel na sociedade. É uma criança ou
adulto?
Em função dessas indagações, os adolescentes preocupam-se com sua aparência aos olhos dos outros, comparada à
própria concepção de si mesmo e com o modo de como ajustar as regras às habilidades aprendidas anteriormente.
O adolescente vivencia uma fase rica, criativa, emocionalmente turbada, mas essencialmente carente de informações
inerentes às suas dúvidas, que certamente diminuirão sua ansiedade e ajudarão em sua maturidade.
Seja caloroso, sem críticas, bom observador e ouvinte, demonstre empatia e certamente a confiança mútua brotará.
Tenha em mente, ao trabalhar com adolescente, as influências culturais sobre as atitudes e os comportamentos
sexuais.
O comportamento sexual apropriado e bíblico é visto apenas entre cônjuges e consequentemente as demais formas
de comportamento sexual são desencorajadas nas crianças e nos adolescentes.
Entende-se a idade ENERGIA, por tudo ser intenso nesse período.
a) Físico – Muita energia. Competição é a sua característica principal. As aventuras e o determinismo marcam essa
fase.
Nunca desejam perder nada e selecionam as coisas; aparecimento remoto de caracteres sexuais. Um pouco
irrequietos, mas com as atividades motoras bem mais estáveis.
b) Mental – Gostam de leitura. Tem facilidade na memorização. O espírito investigativo é muito forte.
Idade da autocrítica e de autodeterminação. A idade dos nove anos assinala um momento capital: o indivíduo não é
mais criança, mas ainda não é adolescente. É muito sugestionável, as coisas e as pessoas o interessam ainda mais
que ele mesmo.
Nessa fase crescerá a intimidade e o segredo, a iniciativa, a escolha e a persecução de objetos pessoais, um senso de
responsabilidade que faz dela “alguém com que se pode contar”. Em limites mais amplos, o aparecimento
discreto de preocupações morais, o apego admirativo a certas pessoas e esforços para assemelhar-se a elas. O
evangelista de crianças deve procurar ser um bom modelo a fim de despertar sua atenção.

A criança quer ser ela própria, ter sua própria originalidade.


c) Social – Sabe brincar e não apenas em grupo; o sentido de grupo precisa ser muito bem orientado. Nessa etapa da
vida existe muita rivalidade com o sexo oposto. É o momento ideal para ser orientado por pessoas idôneas sobre o
sexo. Os grupos ganham consistência e estabilidade.
d) Espiritual – Surge o espírito de adoração aos seus heróis, período muito propício para ministrar à criança o ensino
sobre adoração a Deus. Entende perfeitamente o certo e o errado.

Missão para crianças


Quem trabalha com crianças precisa ter paciência e sabedoria para planejar o programa de evangelização que as
ganhará por inteiro. Não se deve desconhecer sua origem social: pobre, rica, culta, inculta, branca, negra, doente ou
marginalizada. De preferência, manter grupos pequenos a serem trabalhados, e sempre por pessoas bem preparadas
e vocacionadas.
Sugestões: Elabore trabalhos em grupos acerca de conteúdos bíblicos. Se não houver espaço disponível, aproxime-se
de seu próprio meio e as cative demonstrando apreço, afeto, etc. Isto é fazer missão, junto às crianças.

QUARTA FAIXA ETÁRIA (12 A 14 ANOS)


Esta é a fase dos intermediários, cuja palavra descritiva é TRANSIÇÃO.
a) Físico – Mudanças físicas e mentais provocadas pelo desenvolvimento de algumas glândulas. São mais rudes. Seu
comportamento, às vezes, parece estranho, coisa própria da idade. É a idade em que se observa melhor. As meninas
crescem antes que os meninos são mais lentos. A puberdade significa a entrada num estado de maturidade sexual,
seu aparecimento envolve vários tipos de mudanças fisiológicas, hormonais e sexuais.

b) Mentais – O adolescente é mais emotivo. Sonhos por acontecimentos irrealizáveis. Vive mais no mundo da
fantasia. É uma época delicada que precisa ser cuidadosamente trabalhada. Aos 12 anos ganha corpo e o interesse
predominante por si mesmo,
é uma idade de ardor e de razão, na qual aparecem “modos de pensar, de sentir e de agir, que prefiguram o espírito
adulto”.
Aos 13 anos, o indivíduo se interioriza e interioriza o mundo ambiente. Absorve-se em si mesmo. O jovem tende a
sentir-se só, único, incompreendido.
Tente aproximar-se com firmeza, sem críticas, mostrando-se disposto a ajudá-lo em seus conflitos e a contribuir de
forma significativa para esclarecimentos e indagações próprias desse momento.

c) Social – Os adolescentes gostam de selecionar seus grupos. A variedade será seu forte. O amor será devotado a
Deus com muita intensidade, se for convencido, pois nesta etapa tudo será forte; apreciam reuniões com louvores.

d) Espiritual – Necessitam de muito apoio. Ocupar todo o tempo e espaço com intuito de assisti-los em sua
juventude. Orientação em todos os níveis de sua vida. Lembre-se de que a vida, para eles, é uma caixinha de
surpresas e precisam de cuidado.
Esta idade é muito passageira
O crescimento é rápido. Além do crescimento em estatura, diferentes partes do corpo crescem em desigualdade. As
mãos e os pés crescem primeiro. Os braços e pernas crescem antes que o tronco. Surgem os caracteres sexuais. As
meninas têm os seios ampliados, e dá-se o início da menstruação. Nos meninos, além da ampliação dos músculos e o
surgimentos dos pelos, a voz começa a se modificar.

Cuidados especiais
O evangelista deve trabalhar sistematicamente com o adolescente no que concerne à influência do uso de drogas. A
“cultura das drogas não é algo novo”. Satanás aproveita esse momento de transição, incertezas e ilusões tão
peculiares ao adolescente, para envolvê-lo de uma forma cruel com os tóxicos. Interfira nessa estratégia revelando o
amor de Cristo.
Procure estabelecer diálogo com esse adolescente e caminhar, se possível, com sua família. Lembre-se de que deve
haver uma ponte entre a Igreja e o Lar.
Quando essa oportunidade não existe, evangelize o adolescente, e aos poucos conquiste sua família.
O evangelista, além de conhecer bem a Bíblia, precisa ser muito compreensível e amoroso para se relacionar com as
pessoas dessa idade.

QUINTA FAIXA ETÁRIA (15 A 17 ANOS)


ASPIRAÇÃO é a palavra descritiva da idade. Não mudam muito as características físicas, mentais, sociais e espirituais
da idade anterior. Somente são acrescidas em intensidade. Diminuição da velocidade do crescimento físico e
intelectual, tudo parece diminuir, menos o desenvolvimento do sistema sexual.
Com o crescimento dos seus corpos, o seu estado psicológico é mais definido. São muito iguais nos grupos sociais.
Identificam-se com as demais pessoas da mesma idade, tendo em vista a igualdade em suas aspirações.
A adolescência termina quando as pessoas atingem a “maturidade psicológica” e se afastam das coisas infantis a fim
de assumirem as responsabilidades e atitudes da vida adulta. Não temos meios para medir essa maturidade, mas por
acordo geral, aceitamos tal definição.

Pontos importantes
No caso dessa idade, o evangelista terá mais facilidade para trabalhar, desde que se identifique com suas aspirações.
Seus projetos começam a ser delineados; seja firme e apresente-se como conselheiro diante de suas incertezas.
Lembre-se de que são muito desconfiados, às vezes arredios, porém bastante emotivos.

Alguns exemplos:
a) Apresentar como “isca” boa música, mas que seja voltada para sua idade;
b) Aulas de artes (sempre diversificadas, de acordo com suas aspirações);
c) Recreação compatível;
d) Valores de moral e cívica;
e) Leituras apropriadas, esclarecedoras sobre sexo, drogas, namoros e temas relacionados à sua idade;
f) Encontros promovidos sempre por pessoas capazes, a fi m de discutirem suas dúvidas e aspirações acerca do que
“pode” e do que “não pode”.
Observações: Não se deve esquecer de que todo esse trabalho terá de ser feito com muito senso de
responsabilidade, oração e respaldo bíblico (1Jo 3.14-17). Transcreva estes versículos em quadros especiais, coloque-
os em posições bem visíveis para facilitar o seu trabalho.

Nota final
Ao observar que você já ganhou a confiança dos jovens, aí começa o trabalho de evangelismo, pois tudo o que foi
trabalhado anteriormente não era outra coisa senão uma ESTRATÉGIA para facilitar sua evangelização. “Fiz-me como
fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns”
(1 Co 9.22).

A ÚLTIMA FAIXA ETÁRIA (18 ANOS EM DIANTE)


Embora as faixas etárias continuem até aos 60 anos de idade, entendemos não ser tão necessário o detalhamento
para a evangelização nas respectivas etapas. Isto porque após os 18 anos, a diferenciação de comportamento
humano é facilmente detectada pelo evangelista.
Projetos de evangelização
Evangelizar é ganhar almas para Cristo, de todas as etnias, por ordem de Deus, conforme João 3.16: “Porque Deus
amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna”. Evangelizar não é uma opção, mas um dever a ser cumprido, uma ordem a ser obedecida.
Marcos 16.15-16: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado
será salvo; mas quem não crer será condenado”. E ainda, Apocalipse 5.9: “E cantavam um novo cântico, dizendo:
Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus
homens de toda a tribo, e línguas e povos e nações”.
Ganhar almas é ser portador de uma mensagem divina para a salvação do perdido. A alma está alienada de Deus e
precisa ser alcançada. “O que ganha alma sábio é” (Pv 11.30). O Evangelho tem que ser pregado em tempo e em fora
de tempo (2 Tm. 4.1-2).
Conceitos do evangelista
“O evangelista, em princípio, precisa ter uma vida irrepreensível, ter bom conhecimento bíblico e ser de muita
oração; estar preparado para toda espécie de provação e amar as almas no sentido de ganhá-las para Cristo”.
O Evangelho é a Palavra de Deus. É a boa semente. Isaías 55.11 diz: “Assim será a palavra que sair da minha boca: ela
não voltará para mim vazia, antes fará o que apraz, e prosperará naquilo para que a enviei”. O evangelista deve
estudar minuciosamente o sentido dessa palavra, para compreender que não importa a qualidade da “terra”. Todos
carecem da mesma oportunidade.

Observações gerais
O evangelista, mesmo sendo um bom conhecedor da Bíblia, pode se utilizar de ESTRATÉGIAS para ganhar tempo e
chegar ao objetivo da mensagem. Jesus nos dá o exemplo nessa direção (Jo 4.7-14). Às vezes, por falta de
objetividade, pode-se falar muito e não concluir com a decisão.

Pontos básicos:
1. Crer em Jesus como Salvador (At 16.31);
2. Confessar seus pecados (Rm 10.9-10);
3. Entregar-se incondicionalmente (Jo 3.16-18);
Meditar no texto de 1 Timóteo 2.3-4: “Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que
todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade”.
Conclusão
a) O evangelista precisa ser organizado e prudente;
b) Catalogar suas visitas: nome completo, endereço, hora recomendada para visitação;
c) Nunca exagerar no tempo das visitas;
d) Logo que venha convicção da segurança do novo convertido, encaminhar à igreja para continuar sua assistência;
e) Nunca se colocar como proprietário do novo convertido;
f) Ter fé e confiança em Deus e seguir em frente, sabendo que outros necessitados estão à sua espera.

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