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Como ter um ministério relevante no Pré Primário e Primários

1- CONHECENDO AS CRIANÇAS

Essa é uma faixa etária grande, pois compreende cinco idades diferentes, mas que é
muito fácil para trabalhar, quando entendemos como funciona cada uma delas.
O desenvolvimento das crianças varia de uma para outra, mas vamos ver como é cada
uma em sua devida faixa etária.

1.1 Crianças de 4 e 5 anos

a) Aspectos Físicos
- começa a desenvolver a coordenação dos músculos maiores;
- tem falta de um firme senso de equilíbrio;.
- é extremamente ativa;
- cansa rapidamente, mas logo fica revigora após um tempo de descanso;
- tem falta de coordenação dos músculos mais finos
- é curiosa e gosta de explora o ambiente;
- aprende através da exploração.

b) Aspectos mentais
- possui capacidade limitada de ouvir e compreender sem a ajuda de exemplos visuais;
- possui memória vivaz;
- memoriza coisas que não entende
- tem senso de iniciativa

c) Aspectos emocionais
- chora com facilidade
- é capaz de falar o que está sentindo
- aprende a esperar sem se desesperar

d) Aspectos Sociais
- pensamento gira em torno de si mesma
- muitas vezes brinca na presença de amigos ao invés de brincar com eles;
- gosta de fazer amigos e de estar com eles

e) Necessidades básicas:
Física: alimento, conforto e proteção
Mental: fazer escolhas e seguir planos
Emocional: sentimento de pertencer; aprovação; reconhecimento; expressões de amor e
aceitação incondicionais; liberdade com limites bem definidos; oportunidades para sorrir.
Espiritual: a criança nessa idade já pode entender os aspectos básicos do plano de Salvação:
o amor de Deus, o pecado, o sacrifício de Jesus, a purificação do coração e o crescimento
pela obediência. Por isso ela precisa saber que Deus a ama e cuida dela, que ela é pecadora;
que Jesus foi castigado em seu lugar, que por Jesus ela pode ser salva e que por Ele ela pode
deixar de pecar. Deve também demonstrar respeito a Deus, fazer diferença entre o certo e o
errado e escolher certo com a ajuda de Deus.

f) Tempo de aproveitamento
O tempo de atenção de uma criança nessa idade é bastante curto. Ela também pode
aprender melhor através de uma participação ativa.

1.2 Crianças de 6 a 8 anos

a) Aspectos físicos
- apresentam boa coordenação muscular e equilíbrio;
- comportam-se de maneira agitada e querem chamar a atenção para si
- aprendem a coordenar olhos e mãos
- ficam entusiasmadas ao aprender novas habilidades
- são boas cantoras
- a curiosidade sexual é aguçada

b) Mentais
- gostam de mostrar sua recém adquirida habilidade de leitura. Porém, muitas crianças até
os nove anos de idade precisam de ajuda para encontrar e ler os textos da Bíblia
- precisam de gravuras e objetos que auxiliem sua compreensão
- estão aprendendo a fazer diferença entre realidade e fantasia
- são curiosas, observadoras e fazem muitas perguntas
- mantém interesse e atenção por mais tempo;
- memorizam com facilidade
- sentem-se fortemente compromissadas com o que é certo; querem que aqueles que
quebram regras sejam punidos.
- apreciam histórias

c) Emocionais
- apreciam a variação, mas uma mudança brusca pode prejudicar
- precisam de exemplo de domínio próprio dos adultos
- temem a morte e o divórcio dos pais
- são motivados pelo reconhecimento
- gostam de atividade em grupo
- gostam de adultos e anseiam relacionar-se com eles, inclusive ajudando
- desejam fazer amigos
- a família e a Igreja são grupos importantes para eles

d) Espirituais
- compreendem símbolos religiosos simples
- pensam em Deus
- acreditam no que e Igreja ensina
- querem ser ensinadas no que devem acreditar
- tem compreensão do pecado e da salvação
- desejam agradar a Deus
- quando incentivados, fazem da oração uma rotina em sua vida
- aceitam responsabilidades
- imitam exemplos do viver cristão
- aceitam a Jesus como seu Salvador pessoal;
- sabem usar a oração e aplica-la
- tem o anseio de conhecer a Palavra de Deus
- tem consciência de perdoar e sentir-se perdoado e aceito
- idade onde há a maior chance de conversão genuína, portanto é importante sempre insistir
em leva-la para Cristo nessa fase, antes que o interesse espiritual se dilua nas coisas do
mundo.
Chery Fuller, em Horizontes Espirituais da Criança, nos ensina que a criança além de
ter um horizonte intelectual cheio de oportunidades para aprender idiomas, música, lógica,
ela também tem um horizonte cheio de oportunidades espirituais. São esses os caminhos do
coração, quando a alma e a mente estão mais abertas para experimentar Deus e seus
caminhos por meio da Palavra, nas orações e nos serviços na Igreja. Estes horizontes podem
ser abertos com mais facilidade na infância, mesmo quando a personalidade ou as
circunstâncias roubam alguns anos nesse caminho. Mas sempre é tempo de voltar e continuar
no caminho certo.

Para esse “roubo” que a criança teve em sua infância, nessa faixa etária de 4 a 8 anos
é que o Celebrando a Recuperação Kids entra para , de forma especial e ordenada, devolver
o que essa criança perdeu por algum motivo, porque as crianças pequenas são curiosas e
guardam um vazio dentro de si reservado para Deus e esse vazio tem que ser preenchido.

1.3. Necessidades Básicas de uma Criança

1.3.1. Sentido e Significado

Os seres humanos necessitam ser notados, apreciados e amados como são, caso
devam ter um sentido de significado. Não conseguiremos viver conosco mesmos se sentirmos
que não temos valor ou se gostamos de nós mesmos.

De que forma podemos desenvolver este senso de significado?

a) Investir no relacionamento conjugal, demonstrando amor um pelo outro diante dos filhos.

b) As crianças não devem ser o centro de nossas atenções.

c) As crianças devem ser respeitadas em seu processo de maturação, não podem ser
forçadas a alcançar posições superiores às suas possibilidades.

Atitudes dos pais que podem gerar complexos de inferioridade nos filhos:

a) elogios freqüentes a um dos irmãos

b) ferir o auto-respeito;

c) exposição da criança ao ridículo, sarcasmo, zombaria, desprezo.

Como construir um sentido de significado?

a) Elogiar a criança pelos seus pequenos serviços e atitudes.

b) Apresentar a criança a outros pelo nome.

c) Permitir que a criança fale por si mesma quando alguém lhe faz perguntas.

d) Respeitar as opiniões e sentimentos da criança.


e) Passar mais tempo com a criança, dando a devida atenção.

f) Confiar nelas para que desenvolvam um senso de dignidade.

1.3.2. Segurança

Condições que criam insegurança:

a) Conflitos mal-resolvidos entre os pais que não sabem lidar com as diferenças de opinião.

b) Mobilidade constante traz dificuldades de ajustamento aos novos locais e pessoas.

c) Falta de disciplina, de limites estabelecidos.

b) Ausência dos pais em casa.

e) Críticas freqüentes provocam sentimento de fracasso e incompetência.

f) Pais que dão presentes e dinheiro, mas não dispõem de tempo, nem demonstram amor
pelos filhos.

e) Insegurança e ansiedade dos pais.

Condições que criam segurança:

a) Harmonia, lealdade e comprometimento dos pais em seu casamento.

b) Certeza do amor dos pais que se concretiza em gestos de afeto.

c) União na família, para o alcance de metas, gera o senso de estabilidade.

d) Manutenção da rotina, horário habitual para as refeições e sono.

e) Disciplina administrada de forma amorosa.

f) Administração de toque (abraços, colo, carícias, beijos etc.)

g) Sensação de pertencimento para sentir-se aceita, valorizada e digna de valor.

1.3.3. Aceitação

Assim como a saúde do corpo depende da alimentação e de exercícios físicos


adequados, a saúde emocional depende da auto-estima, senso de utilidade, aceitação e
valorização.

Por que as crianças sentem falta de aceitação?

a) Críticas constantes que geram sentimentos de fracasso, rejeição e desajustes.

b) Comparar a criança com outros, em nível de desempenho e competências.


c) Querer que as crianças atendam às expectativas da juventude dos pais.

d) Superproteger a criança faz com que se sinta incapaz de realizar tarefas.

desenvolvam. Manter expectativas frustradas, revelando-as aos seus filhos.

O que dá lugar ao sentimento de aceitação?

a) A criança deve ser tratada e apreciada como única, ter certeza de que é amada do jeito
que é.

b) Auxiliar a criança a descobrir o prazer de realizar algumas atividades.

c) Permitir que a criança descubra que é amada, desejada e apreciada.

d) Aceitar as amizades do filho.

f) Manter a sinceridade e não ter receio de revelar suas fraquezas.

g) Ouvir os filhos com o coração.

h) Valorizar o filho, tratando-o como uma pessoa de valor.

i) Contribuir

1.3.4 Amar e serem Amadas

“A suprema felicidade da vida está na convicção de que somos amados.” (Victor Hugo)

A forma como estendemos amor a nossos filhos afetará profundamente a nossa forma
de nos relacionarmos com os outros. Amar e ser amado produz a sensação de pertencimento
que produz a segurança necessária para enfrentar a vida.

Seus filhos sabem que são amados?

a) Aprendemos a amar, pois nascemos com capacidade para isto. Correspondemos ao amor
que nos é demonstrado.

b) Ensinamos o nosso filho acerca do amor de Deus e da beleza do sexo quando expressamos,
diante dEle, o amor pelo cônjuge.

c) Demonstramos o amor quando o comunicamos através de palavras e de gestos.

d) Amamos quando revelamos o prazer que sentimos na companhia do outro.

e) O amor é demonstrado quando demonstramos que confiamos nos nossos filhos.

f) Ouvir os filhos é uma das melhores formas de amá-los e termos a certeza de que seremos
ouvidos no futuro.
g) Este nobre sentimento contribui para compartilharmos experiências, as quais promovem a
união, compreensão e comunicação.

h) Quem ama, constrói relacionamentos francos e confortáveis, atentando para a verdadeira


identidade da criança.

i) As pessoas amadas sabem que são mais importantes que as coisas.

1.3.5. Elogios

Tornamos as pessoas belas quando as louvamos e encorajamos com sinceridade.


Precisamos de calor e ternura para mudar para melhor. Os nossos problemas de identidade
são causados pelas críticas. O elogio não estraga a criança. Mas, se ela não o receber,
passará a buscá-lo de forma errônea.

a) Deve-se elogiar o desempenho da criança e não a sua personalidade, sempre apontando


para o progresso e evolução da criança.

b) O louvor deve ser dado pelas pessoas que ocupam uma posição privilegiada no cotidiano
da criança. Dessa forma, se promoverá a generosidade, iniciativa e cooperação.

c) O elogio deve ser sincero.

d) A criança deve ser elogiada pelas ações de iniciativa própria.

e) As atitudes dos pais são tão importantes quanto as palavras de ânimo.

1.3.6. Disciplina

Disciplinar a criança exige sabedoria, paciência e persistência. Não basta haver amor
por parte dos pais. Os sentimentos de cordialidade, afeição e amor devem ser temperados
com conhecimento, compreensão e auto-controle. Se a criança tiver liberdade ilimitada,
certamente se assustará e se tornará insegura. A verdadeira liberdade será alcançada
quando houver limites. Estes limites devem ser bem compreendidos e colocados em prática.

a) Definição de disciplina: A disciplina é no geral definida como castigo que produz


obediência. Este conceito é muito limitado. A palavra disciplina deriva dediscípulo. Tanto
disciplina como discípulo têm origem no termo latino para pupilo, significando instruir,
educar e treinar. A disciplina envolve a modelagem total do caráter da criança, encorajando
o bom comportamento e corrigindo aquele que é inaceitável. O castigo é a parte da
disciplina que fornece uma restrição curta e temporária.

O castigo do mau comportamento não produz automaticamente o bom


comportamento. A disciplina inclui também a responsabilidade dos pais em obter, encorajar,
construir o bom comportamento em substituição ao mau. A disciplina inclui tanto o cultivo
como a restrição – dois elementos necessários para a vida. Um bom jardineiro cultiva e poda
suas plantas a fim de obter bons frutos. As ervas daninhas florescem naturalmente sem
cuidado especial. Treinamento é o que devemos fornecer a nossos filhos.

Ao encarar a disciplina nesses termos mais amplos, compreendemos que os métodos a


serem aplicados podem variar muito mais do que pensamos geralmente. A disciplina inclui
tudo que um pai faz ou diz para ajudar seu filho a aprender e desenvolver-se na direção da
maturidade.

b) Propósitos da disciplina: os pais devem perguntar continuamente a si mesmos:’Qual o


objetivo final que desejo alcançar no treinamento de meus filhos?’

c) Métodos de disciplina. A reação da criança à disciplina dos pais tem muito mais
significado do que o método usado.”[1]

Os métodos de disciplina podem ser resumidos em três categorias:

- Regulamento – estabelecimento de regras.

- Imitação – o modelo da criança está nas ações dos pais, do que são, fazem e dizem.

- Inspiração – resultante da felicidade e satisfação dos pais.

A disciplina e o controle só vão funcionar quando há estrutura de bons sentimentos,


afeição e alegria.

Os cinco princípios de disciplina do Dr. James Dobson:

a) Desenvolver respeito pelos pais, atentando para os seus princípios religiosos.

b) Reconhecer que a comunicação no geral melhora depois do castigo.

c) Controle sem implicância.

d) Não saturar o filho com excessivo materialismo.

e) Evitar extremos no controle e no amor.

1.3.7. As crianças Precisam de Deus

As primeiras orientações bíblicas para os pais estão em Dt 6. 6-8.

- Os pais devem ter, em primeiro lugar, comunhão com Deus:conhecer o caminho,


mostrá-lo e seguir através dele. A compreensão do amor de Deus, misericórdia, perdão,
aceitação e a verdade da Palavra de Deus resultarão do relacionamento familiar.

- O treinamento religioso é responsabilidade direta dos pais. A colaboração e


encorajamento dos pais são os pré-requisitos para o desenvolvimento espiritual da
criança na igreja.

Observando o texto bíblico de Sl 78. 1-8, verificamos os três propósitos da instrução:

a) depositar fé em Deus;

b) lembrar-se das obras divinas, guardando os seus mandamentos;

c) impedir o descontrole, teimosia e rebeldia.


d) A instrução deve ser constante, contínua. Até os quinze anos, a criança normal pode fazer
até 500.000 perguntas. A ausência de ensino sobre Deus pode expor a criança a toda sorte
de falsos deuses e filosofia.

e) A maior parte da orientação é comunicada através do exemplo.

Este texto é uma síntese do livro:

DRESCHER, John, M. Sete necessidades básicas da criança.Trad. Neyd Siqueira. 12. ed. São
Paulo: Mundo Cristão, 1999.

2- CONHECENDO O MINISTÉRIO COM CRIANÇAS

“Não as esconderemos dos nossos filhos, mas falaremos aos nossos descendentes a
respeito do poder de Deus, o Senhor, dos seus feitos poderosos e das coisas maravilhosas que
Ele fez... Assim, eles também porão a sua confiança em Deus; não esquecerão o que ele fez
e obedecerão sempre naos seus mandamentos” (Sl 78.4,7)

Talvez, você já tenha ficado admirado com a trajetória tão cheia de “altos e baixos” do
povo de Israel. E digno de perplexidade! Como um povo que viu o Poder e a proteção de
Deus de forma tão intensa na trajetória do Êxodo, conseguiu duvidar das intenções e do
poder do Senhor na conquista da Terra? Como a geração que se levantou no deserto de
forma tão apaixonada e dedicada a Deus foi sucedida por uma geração tão apática na época
dos Juízes? Como Samuel, o menino que falou com Deus, gerou filhos tão perversos como o
de seu antecessor Eli? Como o humilde Davi gerou o ambicioso Absalão? Como o sábio
Salomão gerou o burro Roboão?

Creio que a resposta a essas intrigantes perguntas encontra-se na singela poesia de Asafe
que abre esse texto: De alguma forma, o povo falhou em contar aos seus descendentes sobre
os grandes feitos do Senhor. Como conseqüência, eles geraram descendentes desconfiados,
esquecidos e desobedientes.

De fato, um povo morre quando negligencia suas crianças! È notável o quanto Deus se
preocupava com o ensino dos menores! Constantemente ele pedia para erguer um altar que
servisse de memorial a uma grande vitória ou milagre realizado, e para quê? Para que eles
tivessem oportunidade de um dia contá-las aos seus filhos! Jesus também valorizou as
crianças durante os eu ministério e se preocupava com o desenvolvimento delas, tantou que
confiou a ordem “apascente os meus cordeiros”, a Pedro, o líder dos apóstolos.

Infelizmente, o erro tem se repetido! A Igreja do Senhor tem sido displicente na


educação de suas crianças. Em contra partida, o reino das trevas tem investido pesado no
discipulado das crianças. Eles descobriram o ponto fraco da Igreja: Aquilo que é mais vital e
aquilo que está mais despotegido! É hora de reagirmos, ou veremos a repetição cruel de uma
triste história de um povo que padeceu porque negligenciou a mais fundamental das ordens:
“Tu me amas?... apascente os meus cordeiros!”

Na PIB São José dos Campos temos como prioridade a formação espiritual dos pequenos
para que a nossa sociedade seja invadida não somente no futuro, mas no presente com o
amor incondicional que a Bíblia descreve e que foi demonstrado na pratica por Jesus
enquanto viveu entre nós.
Para que isso aconteça de forma sadia e equilibrada, temos em nossa igreja o ministério
ignição que tem como prioridade transformar crianças comuns em extraordinários discípulos
de Cristo.

O termo ignição segundo o dicionário sugere um dispositivo que inflame o fogo, para que
um determinado objeto consiga obter a força suficiente para se locomover.

O ministério Ignição em parceria com os pais e responsáveis, existe para formar


discípulos de Cristo desde a infância! Com a autoridade dada por Jesus e a direção do
Espírito Santo trabalhamos para formar o caráter de Cristo em cada criança e junior que
estiverem debaixo de nossa liderança espiritual afim de que eles deixem de lado todo laço
de religiosidade e vivam o evangelho puro e simples!

2.1. Modelos de Ministério Infantil

Portanto, prestem atenção na sua maneira de viver. Não vivam como os ignorantes, mas
como os sábios. Os dias em que vivemos são maus; por isso aproveitem bem todas as
oportunidades que vocês têm. Não ajam como pessoas sem juízo, mas procurem entender o
que o Senhor quer que vocês façam. (Efésios 5:15-17 NTLH)

Este texto nos orienta a forma correta de realizar a obra que Deus nos confiou! Em nosso
meio temos e continuaremos a ter discípulos:

a) Semelhantes a Jesus
b) Apaixonados pela Bíblia
c) Moldáveis
d) Pregadores do evangelho
e) Convictos de seu chamado e sacerdócio
f) Que dão frutos

Mas como isso é possível? Bom, em primeiro lugar, você precisara romper com os modelos
mais tradicionais de um ministério infantil, a saber:

Modelo Guarda-Volume

O ministério: Existe para cuidar das crianças para que os pais possam participar das
celebrações sem distrações.

a) Público Alvo: Pais


b) Voluntários: Babás
c) Crianças: Malinhas-sem-alça
d) Critério de Avaliação: O ministério é bom se os pais não sofrem interferência na
celebração por parte dos filhos.

Modelo Arapuca

a) Ministério: Existe como artifício para atrair os pais não crentes para igreja.
b) Público Alvo: Pais
c) Voluntários: Missionários
d) Crianças: Bodes expiatórios
e) Critério de Avaliação: O ministério é bom se os pais se convertem.
Modelo Circo

a) Ministério: Existe para promover entretenimento aos pais em dias festivos.


b) Público Alvo: Pais
c) Voluntários: Artistas
d) Crianças: Palhacinhos de Jesus
e) Critério de Avaliação: O ministério é bom se faz boaz apresentações em datas
comemorativas.

Modelo Trampolim

a) Ministério: Existe como porta de entrada para o voluntariado na igreja


b) Público Alvo: Voluntários
c) Voluntários: Servos em treinamento
d) Crianças: Personal trainings
e) Critério de Avaliação: O ministério é bom se produz voluntários capacitados para
outros setores da igreja.

Veja o contraste com o modelo que decidimos seguir, o modelo segundo o coração de
Deus:

Modelo Segundo o Coração de Deus

a) Ministério: Existe para preparar a igreja do amanhã e potencializar a igreja de hoje


b) Público Alvo: Crianças
c) Voluntários: Pastores
d) Crianças: Cristãos em potencial
e) Critério de Avaliação: O ministério é bom se salva e discípula crianças.

2.2. Idéias sobre as Crianças

É preciso romper também com algumas falsas idéias sobre crianças que são muito
comuns em igrejas por aí e nos apegarmos à verdade:

a) Criança é capaz de ENTENDER a mensagem do evangelho;

b) Criança é inclinada à MUDANÇA de vida;

c) Criança possui grande POTENCIAL evangelístico;

- Crianças são maioria no planeta;

- Crianças são receptivas ao evangelho;

- Crianças são entusiasmadas.

d) Criança é um ALVO fácil para Satanás;

e) Criança tem a VIDA inteira pela frente.


2.3. Os Propósitos no Contexto Infanto juvenil

a) Os propósitos de Deus prevalecerão.

“Muitos são os planos no coração do homem, mas o que prevalece é o propósito do


Senhor”. Provérbios 19.21

b) Ser guiado por propósitos promove unidade.

“Irmãos, peço, pela autoridade do nosso Senhor Jesus Cristo, que vocês estejam de acordo
no que dizem e que não haja divisões entre vocês. Sejam completamente unidos num só
pensamento e numa só intenção”. 1 Coríntios 1.10 (NTLH)

“Então, façam-me verdadeiramente feliz, amando-se uns aos outros e concordando uns com
os outros de todo o coração, trabalhando juntos com um só coração, uma só mente e um só
propósito". Filipenses 2.2 (BV)

c) Ser guiado por propósitos dá a você um alvo.

“Onde não há revelação divina, o povo se desvia; mas como é feliz quem obedece à lei”!
Provérbios 29.18

d) Ser guiado por propósito mantém você concentrado.

“E cada decisão que vocês tomarem assim, será insegura, na medida em que vocês se voltam
ora para um lado, ora para o outro. Portanto, se vocês não pedirem com fé, não esperem
que o Senhor lhes dê alguma resposta concreta”. Tiago 1.7-8 (BV)

e) Ser guiado por propósitos dá significado ao seu ministério.

“Mas eu disse: Tenho me afadigado sem qualquer propósito; tenho gastado minha força em
vão e para nada. Contudo, o que me é devido está na mão do Senhor, e a minha recompensa
está com o meu Deus”. Isaías 49.4

g) Ser guiado por propósito proporciona uma direção clara.

“Portanto, eu corro direto para o alvo, com esse propósito em cada passo”. 1 Coríntios 9.26a
(BV)

h) Ser guiado por propósitos permite a você medir o sucesso do seu ministério

Importante:

A MENSAGEM NUNCA MUDA ... OS MÉTODOS MUDAM.

Onde é que você encontra os cinco propósitos?

Encontramos alguns propósitos no Antigo Testamento: o propósito da adoração, por


exemplo. Mas é no Novo Testamento que recebemos os princípios eternos de Deus para sua
Igreja e neles os cinco propósitos de modo claro e direto. Eles estão listados nas palavras de
Jesus (João 17), no modo como os primeiros cristãos viviam (Atos 2) e nos ensinos de Paulo
(Efésios 4).

Dois textos em especial merecem destaque pois apresentam os cinco propósitos: o


primeiro é o do grande mandamento (Mateus 22.36-40), que resume as leis e os ensinos dos
profetas, e o segundo é o da grande comissão (Mt 28.16-20), que registra as últimas
instruções de Jesus para seus discípulos.

O Grande Mandamento .

“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Respondeu Jesus: “Ame o Senhor, o seu Deus
de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro
e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si
mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”. Mateus 22.36-40

A Grande Comissão.

"Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai de do


Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei
sempre com vocês, até o fim dos tempos”. Mateus 28.19-20

Declaração Propósito

Ame o Senhor, o seu Deus/ Adoração

Ame o seu próximo/ Ministério

Vão e façam discípulos/ Missões

Batizando-os/ Comunhão

Ensinando-os a obedecer/ Discipulado

2.3.1 Como Aplicar os Propósitos no Infanto Juvenil?

VISÃO

A declaração de visão serve como orientação para futuras decisões estratégicas. Esta
declaração simplesmente responde a pergunta: “para onde queremos ir?”

a) O foco está no amanhã


b) É inspirativa
c) Não muda
d) É memorizável
e) Não é mensurável
f) Declaração de visão do Ministério Ignição:

Ganhar crianças e juniores para Jesus, conduzindo-os a uma vida de intimidade com
Deus!
De acordo com Bill Hybels, no seu livro Liderança corajosa, a declaração da visão
deve caber na parte da frente de uma camiseta.

MISSÃO

Uma declaração de missão esclarece os propósitos de seu ministério e a razão pela


qual você existe. A declaração também demonstra como alcançar a visão. Basicamente deve
responder a pergunta: “Porque nós estamos aqui?”

Declaração de missão do Ministério Ignição:

O ministério em nossa igreja existe para inspirar e capacitar crianças a

S ervirem a Deus e as pessoas (Ministério);

A vançarem para o alvo de sermos como Jesus (Discipulado);

L evarem a luz de Jesus para seus amigos (Missões);

V iverem em união com a família de Deus (Comunhão);

A legrarem o coração de Deus (Adoração);

R estaurarem suas famílias (Foco nas Crianças).

Sua declaração de missão:

a) Deve conter os cinco propósitos de Deus.

b) Deve estar ligada a sua visão, servindo de fundamento para o ministério.

c) Precisa ser mensurável.

d) Precisa ser motivacional.

VALORES

O que são Valores?

Os valores são guias e lembranças que auxiliam sua equipe a manter-se concentrada.
Eles são o trilho que a mantém na direção certa, norteando decisões, direcionando o curso e
gerenciando recursos. Eles podem mudar e funcionam como um código de conduta para toda
a equipe.

a) Valores são “pára-choques” de seu ministério.

b) Valores tornam as decisões mais fáceis de serem tomadas.

c) Valores precisam ser compreendidos por todos os membros da equipe.

Nossos valores são:


Ensino divertido e relevante

Suporte aos pais

Pastoreio intencional

Identidade

Respeito à individualidade

Inovação

Transparência

Otica no mundo Infanto Juvenil

Segurança fisica, emocional e espiritual

Amizade

Norte nas decisões

Treinamento contínuo

Otimismo

- Ensino Divertido e Relevante

Proporcione um ambiente em que as crianças possam desfrutar de um ensino criativo


e relevante. Para isso:

a) Vença o abismo cultural bíblico com muito dinamismo e criatividade.

b) Esmere-se na pesquisa de modelos criativos. Quanto mais informações atualizadas, mais


atrativo será o ministério. As crianças se sentirão atraídas pela Bíblia quando perceberem o
quanto ela é um livro empolgante.

c) Procure criar séries que levem a prática no dia a dia.

- Suporte aos Pais

Tenha um ministério que apóie aos pais na educação dos filhos. A responsabilidade
primária na educação das crianças é dos pais (Dt 6), mas o ministério deve apresentar-se
como parceiro. Ajude os pais na orientação da educação dos filhos.

Em nosso contexto:

a) Escrevemos artigos contextualizados para situar os pais sobre os diversos assuntos da


atualidade.
b) Gravamos vídeos para o quadro escola de pais no programa Viva com Propositos que
podem e são usados para orientar e dar um norte.

c) Oferecemos um site com todas as informações sobre o ministério e os últimos


acontecimentos.

- Pastoreio Intencional

Entendemos que todas as nossas crianças precisam ser pastoreadas! Isso deve
acontecer através dos nossos encontros na igreja (espaço físico) e também nas casas através
dos pais e dos encontros semanais dos pequenos grupos.

O pastoreio intencional tem por base o ensino de Jesus a respeito do discipulado


através de relacionamento.

- Identidade

Em nossa igreja a criança não vai para o cultinho e nem para a salinha! Ela vai para o
Ignição. Nós temos uma identidade bem definida que dá o senso de pertencer não somente à
criança, mas também ao voluntário e ao pai. Em nosso ministério temos as seguintes logos
para cada faixa etária:

- Respeito à Individualidade

Proporcionamos um ambiente em que as crianças experimentem um tratamento


pastoral individualizado, ou seja, em que recebam ensinamentos aplicados diretamente ao
seu contexto de vida. O cuidado que os pastores dispensam às crianças e a mutualidade
cultivada nos pequenos grupos servem de modelo para que as crianças aprendam a
relacionar-se com os amigos da mesma fé. O pastoreio intencional, realizado por pastores
voluntários, precisa exceder o final de semana. Para esse valor, nosso ministério tem um
lema: “Em nosso ministério todas as crianças são chamadas pelo nome”.

- Inovaçao

Em nosso ministério sempre procuramos por solucoes criativas e dinamicas. Existe


uma pergunta que deve sempre acompanhar qualquer líder de ministério: porque fazemos
deste jeito?

Inovar traz um novo gás a toda equipe e ajuda a descobrir novos talentos! Algumas
perguntas para você pensar e inovar:

a) Quem disse que a divisao das faixas etarias que temos hoje é a melhor?

b) O que posso fazer para melhorar o ensino nas salas?

c) Como será a minha proxima reunião com a equipe?

Como diz Steve Jobs: Inovação distingue um líder de um seguidor!

- Transparência
A transparência dá confiança ao seu time para focar em seus respectivos objetivos,
propósitos e atividades, eliminando inconsistências, surpresas e dissonâncias.

Trabalhe pra que sua equipe seja aberta, sincera e coerente. Cada um deve se
comunicar de forma acessível e sempre levar em consideração as ponderações de cada
voluntário. Algumas dicas para que toda a sua equipe seja transparente:

a) Fale sempre a verdade.

b) Compartilhe sua visão.

c) Seja um excelente comunicador, mantendo as pessoas informadas e atualizadas com as


informações mais importantes.

d) Dê feedbacks verdadeiros e construtivos.

e) Seja capaz de fazer o que fala e de comunicar o que faz.

f) Quando realmente não puder responder alguma questão (quer por necessidade de sigilo,
quer por ser um assunto pessoal, quer não seja o momento) explique claramente que não
pode abrir a informação e os motivos. Fazer isto com clareza e objetividade já é ser
transparente.

- Ótica no Mundo Infanto Juvenil

Veja o ministério sob a ótica da criança. Essa percepção interferirá nas avaliações dos
programas existentes e nas diretrizes futuras. Talvez o benefício maior seja proteger o
ambiente infantil, pois sempre haverá riscos de desvios, já que os líderes são adultos.

- Segurança Física, Emocional e Espiritual

O espaço destinado às crianças deve proporcionar conforto físico, emocional e


espiritual.

a) Conforto físico

As crianças devem experimentar integridade física no ambiente.

b) Conforto emocional

O ambiente deve proporcionar conforto emocional às crianças, de modo que tenham a


Igreja como um lugar seguro onde poderão abrir o coração, ser entendidas e ajudadas. Deve-
se respeitar a faixa de desenvolvimento da criança, pois às vezes o desenvolvimento físico
não acompanha o psicológico. Não deve existir nenhum tipo de intolerância à criança. No
trato de “crianças especiais”, que apresentam graves problemas de relacionamentos, será
necessária uma especialização do ministério.

Nossos voluntários passam por uma entrevista para o ingresso no ministério! Nem
todas as pessoas estão aptas para servir com crianças e por conta disso temos um processo
para servir conosco. A entrevista a seguir faz parte deste processo:
c) Conforto espiritual

O ambiente deve permitir que as crianças experimentem ministrações direcionadas,


objetivando aproximá-las cada vez mais de Jesus. Deve-se respeitar sempre o nível de
compreensão da criança quanto às questões espirituais, pois uma igreja voltada para “os de
fora” não raro se deparará com crianças desprovidas de base cristã. Toda criança deve ser
ministrada de acordo com seu nível espiritual, objetivando seu crescimento em Cristo Jesus.

- Amizade

Ë importante que sua equipe de voluntários tenham seus momentos para se divertirem
juntas e para criarem entre uma amizade que ultrapasse as quatro paredes do ministério!
Proporcione momentos inesquecíveis com gincanas e palavras que atinjam diretamente o
coração de cada um! Incentive e visite sempre que puder e não se esqueça de lembrar de
seus aniversários.

- Norte

Toda a equipe necessita de uma direção clara e objetiva! Assim como um viajante
constantemente consulta sua bússola para ver se nao está tomando outra direção, nossa
equipe necessita constantemente de um norte em suas tomadas de decisões.

Crie métodos, manuais e direcione o máximo que puder. Uma equipe que sabe para
onde está indo é uma equipe realizada!

- Treinamento Contínuo

A maioria dos voluntários que se dispoem a servir com crianças dentro da igreja não
tem nenhuma formação técnica na área pedagógica. É nosso valor, trazer para cada nicho
dentro do ministério treinamentos relevantes que façam aumentar a nossa expertise no tato
com as crianças. Em nosso ministério temos encontros trimestrais com este FOCO.
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