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Desenvolvimento na Primeira Infância

Bruno Martins Pontes

José Roberto R. S. Júnior

Ms. Noecyr Terezinha Mendonça Chaves

Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Goiânia, 2011
Desenvolvimento na Primeira Infância

José Roberto R. Souza Júnior

Noecyr Terezinha Mendonça Chaves

Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Na atualidade, está muito presente uma “despersonalização maternal” do vinculo

afetivo entre mãe e bebê, dado que é pratica comum e social, as mães terem que colocar os

seus bebês, geralmente por volta dos quatro meses quando acaba a licença de parto, em

creches e infantários, para que esta possa trabalhar, essa prática é muito nociva á criança

quando, essa fica disponibilizada a creche em tempo integral, devido insuficiência tanto

em quantidade quanto em preparação dos funcionários, nessa fase a criança se “espelha”

muito no adulto mais próximo afetivamente, logo o cuidador responsável por esta na

creche, um cuidador ficar responsável pela mesma criança até por volta dos quatro anos de

idade é o ideal, a troca de cuidadores durante esta fase pode prejudicar o desenvolvimento

da criança, principalmente o vinculo sócio-afetivo.

As instituições devem remunerar bem seus funcionários bem como prepará-los

adequadamente para estas atividades, se possível a presença dos cuidadores na casa das

crianças é muito útil, períodos de atividades com a criança facilitando sua interação com o

meio, períodos de no mínimo vinte minutos quatro vezes ao dia estabelecendo uma

interação direta, facilitando o diálogo emocional, intelectual bem como a concentração e

habilidades no nível pré-escolar.

A religião é uma importante representante desses valores a disponibilidade desta na

comunidade em que vive a criança é muito importante.


A criança que está para ser adotada necessita passar por uma série de exames

prévios, como forma de identificar abusos e maus tratos, encontrarem lares que se ajustem

a necessidade da criança é também fundamental, a interação da mãe adotiva com a criança

deve s estabelecer bem antes à adoção, os primeiros anos da criança deve ter priorizado a

atenção, ajudar no desenvolvimento da auto-estima bem como a preocupação com a

motivação de aprender da criança.

Compreender o desenvolvimento e o comportamento da criança é essencial para a

melhor interação com a mesma, saber de suas capacidades e necessidades possibilita um

melhor cuidado com desenvolvimento da mesma. A seguir uma comparação quanto o

comportamentos estudados:

Comportamentos axiais não comunicativos: permanecer em postura simétrica,

manter cabeça na linha media, em prono a cabeça e o tórax fora do apoio, ficar em pé

quando segurado pela cintura, rola, puxa para sentar-se, consegue manter-se sentada com

apoio das mãos, arrasta-se, sentar-se sem apoio das mãos, manter-se em pé com mínimo de

apoio, engatinha, passa de prono para posição sentada, caminha com auxilio, dá alguns

passos sem apoio, caminha independente.

Comportamento axial estimulado não comunicativo: reage a som, segue

visualmente objeto na linha mediana, procura localizar som, segue visualmente objetos até

180 graus, procura objeto removido de sua linha de visão, sorri e vocaliza diante do

espelho, tira pano do rosto.

Comportamento axial estimulado comunicativo: vira-se quando chamada pelo

nome, brinca de esconde-achou, reage aos jogos corporais, repete os sons feitos por outras

pessoas, repete as caretas feitas por outras pessoas.


Comportamento axial espontâneo comunicativo: emite sons guturais, sorri, emite

sons vocálicos, repetem os próprios sons, reação de esquiva frente a estranhos, repetir

mesma silaba, combinar duas silabas diferentes em jogo silábico, usa intencionalmente

palavra com significado.

Comportamento apendicular espontâneo comunicativo: bate nos outros, cabelo

nariz dos adultos.

Comportamento apendicular espontâneo não comunicativo: não permanece com as

mãos fechadas, leva mão a boca, perceber e explorar objeto com a boca, preensão palmar

simples, em prono alcança objeto, apanha objeto apos deixá-lo cair, usa objeto

intermediário, encontra objeto escondido, transfere objeto de uma mão para outra, tem

preensão em pinça, retém dois pinos em uma das mãos.

Comportamento apendicular estimulado não comunicativo: tenta pegar objeto

suspenso, balança brinquedo sonoro, chocalha brinquedo, tira pinos grandes, tira pinos

pequenos, coloca objetos em recipiente, coloca pinos grandes, rabisca.

Comportamento apendicular estimulado comunicativo: responde a solicitação

“vem”, com braços estendidos, para atividade quando lhe dizem não, atende solicitação

“dá”, mas não solta o objeto, bate palmas, dá tchau, faz carinhos, atende a solicitação “dá”

entregando objeto, executa gestos simples a pedido, participa de jogo simples.

Existem muitas formas de interação e compreensão do mundo para se trabalhar

com a criança e a brincadeira é um dos veículos utilizados para facilitar o conhecimento

das mesmas com os objetos, as outras pessoas, e seu próprio corpo que seve como

instrumento dessa interação. Nesse momento a criança começa a construir sua auto-

imagem, através da relação com os objetos e as pessoas a criança começa a compreender o


espaço e tempo, rápido e lento, baixo e alto, longe e perto etc., a adaptação e organização

são os processos que permeiam o desenvolvimento intelectual humano, estágio sensório

motor em que a inteligência e essencialmente prática, as representações internas começam

a se formar, sendo nos primeiros dois anos de vida a criança tem a capacidade de organizar

seus movimentos e comportamentos a partir da fala do outro, é importante ressaltar a

necessidade de atividades vinculadas a um contexto cultural e o comprometimento do

educador com a criança.

Permitir o desenvolvimento de uma criança em sua totalidade através estimulação

precoce é muito bom, e possibilitar um ambiente adequado, contato físico, e

disponibilidade de recursos com o objetivo de descobrir o interesse da criança e a

construção de sua inteligência. Saber a capacidade de cada faixa etária facilita esta

estimulação, no primeiro mês o bebê consegue associar aromas, comunica-se através do

choro, e apresenta movimentos reflexos como palmar, moro, babinski, possui sua

motricidade fina e sua tonicidade muscular é fraca.

Nos primeiros dois meses dorme a maior parte do tempo e o choro sofre variações

de acordo com suas necessidades e apresenta reflexo de marcha, no terceiro mês, emite

sons diferenciados, tem ampliado seu campo de visão, procura objetos e consegue

movimentar a cabeça em 180 °.

Nos três e quatro meses de idade, reconhece pela feição e voz a sua mãe, articula

melhor os sons, percebe as relações de causa e efeito de suas ações e demonstra grande

avanço cognitivo e os músculos do pescoço estão mais tonificados, te forma a conseguir

manter a cabeça erguida e se sente com ajuda, já no quinto e sexto meses já demonstra a

capacidade de preferência, consegue formular determinada silabas, senta-se com apoio das

mãos.
No sétimo mês, emite sons usando letras, alterna objetos entre as mãos. No oitavo

para o nono mês repeti silabas continuamente, mantém em posição ereta com apoio,

articula palavras, pega dois objetos um em cada mão, aponta o objeto desejado. No décimo

mês imite sons através da observação do adulto, tem noção de permanência do objeto,

conhece o significado da palavra não, engatinha perfeitamente, passando para o décimo

primeiro mês, observa e toca ao objeto ao alcance das mãos, sob escadas engatinhando,

rabisca papeis, intercala até duas palavras.

No décimo segundo mês, consegue empilhar blocos, alguns já caminham, tem

preferência por vestimenta e alimentos, no décimo terceiro já tem linguagem própria faz

movimento de pinça com os dedos das mãos para agarrar pequenos objetos.

No décimo quinto e décimo sexto meses, compreende ordens simples, se expressa

por gestos e palavras, aperfeiçoa o subir de escadas, no décimo sétimo e décimo oitavo

mês, já tem um ótimo desenvolvimento da memória, consegue caminhar de ré,

compreende um maior numero de palavras.

No vigésimo mês melhora suas descrições de figura, imita situações passadas de

pessoas que não estão presentes devidos o desenvolvimento do pensamento simbólico,

maior precisão na corrida mais ainda com dificuldade para parar, no vigésimo primeiro e

vigésimo segundo meses veste se sozinho, começa a desenhar traços melhor estruturados,

no vigésimo terceiro mês articula com melhor domínio frases de três palavras, identifica

partes importantes do corpo, abre e fecha portas usando a maçaneta, no Veríssimo quarto

mês consegue folhear um livro página por página, sobe e desce escadas sozinhas,

predomina o uso do meu, eu e você.

Nos trigésimo ao trigésimo terceiro meses, demonstra a correspondência do afeto,

conversa consigo mesma, a percepção visual se torna independente d o movimento, imita o


traçado de um circulo, sobe e desce escadas alternando os pés, seu desenvolvimento psico

motor já está bem avantajado.

Ao contrário dos filhotes de algumas outras espécies, o bebê humano nasce com

grande imaturidade no seu desenvolvimento, a compreensão disso por parte dos adultos é

essencial, bem como a compreensão das necessidades de desenvolvimento destes.

A teoria do apego d Bowlby (1989), propõem mecanismo psicológicos internos

responsáveis pala manutenção do vinculo emocional com outros indivíduos, o efeito

nocivo da privação dependendo de seu grau, pode gerar sentimento de vingança e angustia,

culminando a personalidade instável e em maior grau, os danos são intensificados. Assim,

o afeto é essencial para o desenvolvimento da criança, as experiencias do bebe são

enriquecidas pelo sentimento da materna, Spitz (1979).

Em situações de abandono, podemos identificar a necessidade de cuidados e

permanência de um adulto, além da fala, deve se considerar outros instrumentos de

comunicação, como afeto, disponibilidade, gestos dentre outros, cuidado continuo, visa

suprir as carências, estabelecer vinculo afetivo, todo este procedimento e necessário e

essencial para preencher lacunas e minimizar os danos da jornada desde o nascimento até o

lar adotivo, este deve se adequar as necessidades da criança, um ambiente adequado e

saudável e essencial para o desenvolvimento da mesma.


Métodos

Os métodos aplicados:

O método utilizado no estudo foi o de observação, intervenção e registro das ações

e eventos da criança.

Participantes:

O participante do estudo foi Vítor ( nome fictício), 26 meses de idade.

Materiais: Caneta, prancheta, Protocolo Para Observação de Crianças A Partir de

1 Ano de Idade ( anexo ), giz de cera, vasilha plástica com tampa, peixinho de borracha,

cubos de madeira para empilhar, pinos, cordas, bambolês

Procedimento: O primeiro contato foi de observação e conhecimento da criança e

do ambiente, as outras sessões foram de intervenção e avaliação, em que se propôs

atividades para estimular seu desenvolvimento, psicomotor, memória, expressão corporal,

noções espaciais, sócio-afetiva, dividas em atividades individuais e coletivas.


Resultado

Na observação da ação, notou-se um certo distanciamento por parte da criança, esta

manteve-se calada,, e não se interessava muito pelas atividades propostas, felizmente

durou poucos minutos, logo a criança começou a interagir mais, embora ainda conversa-se

pouco, sabia obedecer ordens e muito solidário, se interessava muito pelo que as outras

crianças a seu redor estava, fazendo, o que tornou a interação um pouco difícil, já que ele

não dava muita atenção a início, demonstrou noções espaciais, acima - embaixo por

exemplo, teve ótimo desempenho nas atividades motoras, construir torres de quatro cubos

por exemplo e imitar os movimento das mãos, também em reconhecimento de figuras,

mais de três, a organização dos objetos foi espontânea, a criança tem um ótimo

desenvolvimento da linguagem, diz nome de mais de três objetos, utiliza frases com

conjunção apropriadamente, nas sessões de intervenção a criança se mostrava mais

próxima e participativa, sempre de inicio ficava mais “acanhada”, mas ai ver as outras

crianças participando das atividades, ela se interessava pelas mesmas.

Em algumas atividades a criança demonstrou compreender os objetivos sem a

necessidade de instrução. Nas atividades coletivas a criança ficou retraída, principalmente

nas de expressão corporal, como cantigas de roda, “Chefinho mandou”, por exemplo, mas

demonstrou solidariedade em algumas outras atividades, demonstrando uma evolução na

sua capacidade de ceder e compartilhar.


Discussão

A partir do estudo, podemos observar que a “despersonalização familiar” do

vínculo entre pais e filhos, se muito precoce pode em muito prejudicar o desenvolvimento

da criança, nesses primeiros anos de idade, a capacidade da criança de compreender

explicações dos adultos ainda está puçá desenvolvida, ela não entende o por que de seus

pais a deixarem em lugar com pessoas desconhecidas, se sentem em situação de

abandono, manifestando irritação, frustração e dúvidas, devido a incapacidade de

compreender a mundo e as exigências impostas pelos adultos, o desenvolvimento sócio-

afetivo da criança é afetado, por não ter uma relação permanente e duradoura com a

mesma pessoa, sem levar em conta que as instituições nem sempre estão adequadas as

necessidades da criança, que necessita de atenção, o diálogo com a criança é necessário pra

desenvolver a linguagem, esta se em contato com pessoas com diferentes vocabulários

pode ter sua aprendizagem prejudicada, a permanência de um mesmo cuidador até os

quatro anos de idade é muito raro, e isso afeta o vinculo sócio-afetivo da criança. Podemos

ver na interação com a criança do estudo que esta se mantém muito apegado a sua

cuidadora, e que nos primeiros instantes de contato com ela esta se manteve afastada e

calada, este mesmo comportamento pode se repetir, caso haja uma substituição da

cuidadora, o que prejudica esta, pois haverá toda uma mudança em seu repertório e se

adaptar a essas mudanças é muito difícil para uma criança que ainda não tem uma

compreensão clara de mundo.

A rápida maturação cognitiva e evidente, aos 26 meses de idade a criança

observada demonstrou capacidade em desenhar círculos embora meio disformes, imitação

de gestos, pular de um pé, o que mostra um desenvolvimento motor amplo, apesar de ser

reservado, a criança de dispunha a participar quase que de todas as atividades, obedecia


ordens, quando se pedia para compartilhar um brinquedo esse o fazia sem resistir, o que

demonstra mais uma vez sua maturação no que diz a compreensão dos contingentes

ambientais presente em nosso cotidiano, bastante participativo nas atividades em que se

trabalhava a psicomotrocidade, notou-se que a criança se encontrava indisposta na ultima

sessão, embora participativa, pode se ver que ela estava triste, pode se notar hematomas, o

que explica a sua indisposição, por fim a intervenção e observação da criança foi bastante

útil para se entender melhor as teorias estudadas em sala de aula, enriquecendo nosso

repertório, o nos aproximando do trabalho de campo de um psicólogo do desenvolvimento,

os objetivos foram bem estabelecidos de acordo com a proposta desse estudo.


Referências

Legarda, M. D. C. O. e Miketta, A. T. (2008). Estimulação precoce – Inteligência

emocional e cognitiva. São Paulo: Grupo Cultural

Ferreira, C. A. M., Hensius, A. M. e Barros, D. R. (2008). Psicomotricidade Escolar.


Anexos

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